quinta-feira, 7 de agosto de 2025

REAL DESINTEGRADO EXPLODE

"O homem não vive só de pão, vive de palavras e de Deus." Bombardeios em Hiroshima completam 80 anos | CNN PRIME TIME
"Há 32 anos, à Cecé não caberia o peso desse transporte via cacunda. O Guimarê, só para o ano, se Amélia assim dispusesse. 6 DE AGOSTO DE 2025"
Hiroshima e Nagasaki: como foi o 'inferno' em que milhares morreram por causa das bombas atômicas Carlos Serrano, equipe de Jornalismo Visual da BBC News Mundo 6 de agosto de 2025 Internacional Aviso: esta reportagem contém imagens perturbadoras e descrições dos efeitos das armas nucleares. “Oitenta anos se passaram, mas nada mudou.” É assim que uma sobrevivente do bombardeio de Nagasaki se refere aos ataques nucleares lançados pelos Estados Unidos que devastaram duas cidades japonesas em agosto de 1945. "Nada foi aprendido com a nossa experiência, e corremos um risco maior hoje do que no passado", afirmou Masako Wada à BBC. Atual secretária-geral adjunta da Nihon Hidankyo, organização de sobreviventes da bomba atômica que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2024, Wada é uma ativista contra as armas nucleares, que defende que os testemunhos de sobreviventes como ela sejam ouvidos. Toshio Tanaka tinha seis anos quando a bomba foi lançada sobre Hiroshima, e compartilha dos temores de Wada. Ela diz que os conflitos em andamento — como os da Ucrânia e do Oriente Médio — perpetuam a ameaça de uma guerra nuclear, deixando-a “profundamente preocupada”. “Se continuarmos nesse caminho em direção à guerra, isso pode levar à Terceira Guerra Mundial e causar o fim da Terra”, disse Tanaka em entrevista à BBC, dias antes do 80º aniversário dos ataques ao Japão. A decisão dos EUA de lançar bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki é alvo de debate até hoje.
undefinedGETTYGETTY Alguns analistas dizem que foi uma medida necessária para acabar com a Segunda Guerra Mundial e salvar vidas. Outros argumentam que foi um ato profundamente imoral e desnecessário, que matou dezenas de milhares de pessoas inocentes. O que é indiscutível é o impacto duradouro desses ataques. Esta é uma retrospectiva dos únicos ataques com bombas nucleares da história e das consequências que perduram até hoje. Ativar animação As Armas Insignificantes Seu passo trágico escreve A épica real do BR Que desintegrado explode. Murilo Mendes "Até quando ultrapassamos nosso limite tem limite." Motta abre sessão na Câmara em meio a motim da oposição: 'Não podemos negociar nossa democracia' UOL 6 de ago. de 2025 O presidente da Câmara, Hugo Motta, criticou o motim realizado pela oposição em pronunciamento ao abrir sessão no plenário da Câmara na noite desta quarta-feira (6). O parlamentar precisou da ajuda dos líderes para sentar na cadeira da presidência no plenário e abrir a sessão de hoje após manifestação dos bolsonaristas por anistia aos atos golpistas. Transcrição Adaptado para o cinema (1983) por Nelson Pereira dos Santos, o livro é a expressão mais íntegra daquilo a que se refere Murilo Mendes, nos versos que dedicou ao autor (Murilograma a Graciliano Ramos): “Brabo. Olhofaca. Difícil. Cacto já se humanizando/.../ Funda o estilo à sua imagem:/ Na tábua seca do livro./ Nenhuma voluta inútil./ Rejeita qualquer lirismo,/ Tachando a flor de feroz. / ... / Em dimensão de grandeza/ Onde o conforto é vacante./ Seu passo trágico escreve/ a épica real do BR/ Que desintegrado explode.”.
Memórias do cárcere Capa comum – 12 fevereiro 2008 Edição Português por Graciliano Ramos (Autor) Em 3 de março de 1936, um destacamento da polícia de Maceió prende em casa Graciliano Ramos. O funcionário da Instrução Pública de Alagoas, alertado de véspera, já esperava de mala pronta e com a família de sobreaviso. O ato era parte da repressão do governo Vargas, desencadeada a partir de 35, com a desculpa de eliminar a ameaça comunista, mas no fundo abrindo caminho para a instauração da ditadura do Estado Novo. Graciliano passaria por presídios de Maceió, Recife e Rio de Janeiro, sem acusação formada, sem processo e, obviamente, sem sentença. Somente seria solto em janeiro de 37, devido à pressão da intelectualidade brasileira. Memórias do cárcere é o relato desse período, escrito por Graciliano dez anos depois e publicado postumamente. Constitui um testemunho fundamental da arbitrariedade, da violência e do atraso político incorporado à nossa cultura e história, cuja prosa precisa e pontual de Graciliano torna um texto maior da literatura brasileira. Adaptado para o cinema (1983) por Nelson Pereira dos Santos, o livro é a expressão mais íntegra daquilo a que se refere Murilo Mendes, nos versos que dedicou ao autor (Murilograma a Graciliano Ramos): “Brabo. Olhofaca. Difícil. Cacto já se humanizando/.../ Funda o estilo à sua imagem:/ Na tábua seca do livro./ Nenhuma voluta inútil./ Rejeita qualquer lirismo,/ Tachando a flor de feroz. / ... / Em dimensão de grandeza/ Onde o conforto é vacante./ Seu passo trágico escreve/ a épica real do BR/ Que desintegrado explode.”. Beco do Mota Tavinho Moura Clareira na noite, deserta procissão Nas portas da arquidiocese Clareira na noite, na noite Procissão deserta, deserta Nas portas da arquidiocese desse meu país Profissão deserta, deserta Homens e mulheres na noite Homens e mulheres na noite desse meu país Nessa praça não me esqueço E onde era o novo fez-se o velho Colonial vazio Nessas tardes não me esqueço E onde era o vivo fez-se o morto Aviso pedra fria Acabaram com o beco Mas ninguém lá vai morar Cheio de lembranças vem o povo Do fundo escuro do beco Nessa clara praça se dissolver Pedra, padre, ponte, muro E um som cortando a noite escura Colonial vazia Pelas sombras da cidade Hino de estranha romaria Lamento água viva Acabaram com o beco Mais ninguém mais vai morar Cheio de lembranças vem o povo Do fundo escuro do beco Nessa clara praça se dissolver Profissão deserta, deserta Homens e mulheres na noite Homens e mulheres na noite desse meu país Na porta do beco estamos Procissão deserta, deserta Nas portas da arquidiocese desse meu país Diamantina é o beco do mota Minas é o beco do mota Brasil é o beco do mota Composição: Fernando Brant / Milton Nascimento. Erros e Virtudes "Os erros dos outros não aumentam as nossas virtudes"
Não somos perfeitos, nem nos deveria ser exigido que fossemos. Bombardeios em Hiroshima completam 80 anos | CNN PRIME TIME CNN Brasil 6 de ago. de 2025 #CNNBrasil O histórico ataque com bombas atômicas a Hiroshima completa, nesta quarta-feira (6), 80 anos. Moradores da região organizaram homenagens às vítimas da explosão, com um minuto de silêncio e o enfeite da cidade com pétalas de rosas. #CNNBrasil
Não há números definitivos sobre quantas pessoas morreram no total em decorrência das duas bombas, seja pela explosão imediata ou nos meses seguintes devido a ferimentos e aos efeitos da radiação. As estimativas mais conservadoras indicam cerca de 110 mil mortos nas duas cidades até dezembro de 1945. Outros estudos sugerem que o número total de vítimas pode ter ultrapassado 210 mil até o fim daquele ano. “Brasil, 80 anos depois da explosão” (Em ritmo de Drummond, mas com o peso de Graciliano e a memória de Masako) 06 de agosto. No relógio parado de Hiroshima, o tempo detona às 8h15. No Brasil, 80 anos depois, Graciliano ainda escreve do cárcere. Mas seu cárcere agora é outro: concreto, sim, mas também metáfora. Enquanto o cogumelo atômico subia no céu japonês, um menino brasileiro via o pai ser levado por pensar errado, por escrever certo demais. Sua pena era a caneta. Seu crime, a clareza. Do outro lado do mundo, Masako Wada teve a infância carbonizada pela luz que cega. Tanaka, seis anos, viu o mundo desintegrar-se sem entender a palavra “geopolítica”. E nós aqui, 2025, conectando explosões: de prédios, de corpos, de esperanças. “A épica real do BR / Que desintegrado explode” – Murilo Mendes já dizia, como quem vê o país se fragmentar sem necessidade de bomba, só com descaso e silêncio. Drummond, se andasse hoje pela cidade, não encontraria a pedra no meio do caminho. Encontraria grades, muros, drones, tanques e um celular filmando tudo com legenda: nada mudou. Graciliano falaria pouco. Reescreveria com raiva o passado, como quem tenta acertar contas com a História. Masako ainda protesta, Tanaka ainda teme, nós ainda não ouvimos. Porque as explosões simbólicas são mais sutis, mas não menos letais. E no fim, resta o relógio parado. A marca do tempo em carne viva. A cicatriz do mundo que finge esquecer o que jamais foi apenas passado.
Relembrar é viver Sonhei Com Você Adilson Ramos Eu ontem sonhei com você a noite inteira Que sonho bom, que sonho bom Sonhei que eu estava em seus braços ébrio de amor E que a vida tornou-se para mim um jardim todo em flor Ai, ai, ai, meu Deus eu não sei por que razão A gente precisa acordar Quando um sonho é tão bom Ai, ai, ai, meu Deus porque tive que acordar Se a vontade que eu tinha era ainda dormir e sonhar Composição: Adilson Ramos / Armelindo Leandro.
Alcolumbre nega pautar impeachment de Moraes no Senado: 'Nem se tiver 81 assinaturas' Presidente da Casa fez declaração durante reunião entre líderes partidários Redação Terra 7 ago 2025 - 17h25 (atualizado às 17h31) Resumo O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que não pautará o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, mesmo com apoio total dos senadores, frustrando aliados de Bolsonaro que buscam viabilizar o processo. Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, em sessão plenária nesta quinta-feira, 7 Foto: Saulo Cruz/Agência Senado O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi categórico ao afirmar que não dará andamento a pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante uma reunião com líderes partidários da base governista e da oposição. A informação é da coluna de Roseann Kennedy, do Estadão.  "Nem se tiver 81 assinaturas, ainda assim não pauto impeachment de ministro do STF para votar", teria dito o presidente do Senado em tom elevado, de acordo com relato de interlocutores à coluna.  Notícias relacionadas 'Bolsonarismo perdeu protagonismo no debate e quer criar tumulto para capturar atenções' Bolsonaro pede a Moraes liberação de outros familiares para visitá-lo durante prisão domiciliar Governadores de oposição se reúnem em Brasília para alinhar discurso e discutir tarifaço de Trump A reunião contou com líderes da base do governo Lula e com os senadores Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MS) e Marcos Rogério (PL-RO).   A fala de Alcolumbre é tida como revés para os parlamentares bolsonaristas que, nesta quinta-feira, 7, anunciaram ter conseguido as 41 assinaturas necessárias para aprovar a admissibilidade do processo, caso o presidente desse andamento ao pedido.  “Um processo de impeachment não é fruto de vontade do presidente da Casa. É um movimento de maturação e tempo. O ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também não ia votar o impeachment de Dilma Rousseff. Mas uma hora o vento muda”, rebateu o senador Carlos Portinho (PL-RJ). “Uma coisa de cada vez. Agora tem 41 assinaturas. Depois conseguiremos apoio para ter 54 votos. Vamos comemorar a vitória de hoje”, continuou Portinho. O impeachment de Moraes, por outro lado, não é consenso entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas, afirmou que a Casa não terá votos suficientes para pautar o processo.  “Nós não temos no atual Senado 54 senadores [apoiando o impeachment]. E eu conheço o presidente Davi Alcolumbre. Você pode chegar com 80 assinaturas, que ele não abre. É um poder do presidente do Senado. Então essa pauta, eu não vou perder tempo com ela”, disse Nogueira.  Líder da oposição anuncia fim da ocupação no Congresso e diz ter 41 assinaturas para impeachment de Moraes: Play Desmutar Anúncio 1 de 2 - Duration 0:03 ASSISTINDO Líder da oposição anuncia fim da ocupação no Congresso e diz ter 41 assinaturas para impeachment de Moraes Embaixada dos EUA ataca Moraes por decretar prisão domiciliar de Bolsonaro: 'Arquiteto da censura' Flávio diz que viu Bolsonaro recarregando tornozeleira na tomada durante visita: 'Foi difícil' Senado aprova isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos após plenário ser desocupado O rito do processo de impeachment de ministro do STF Cabe ao presidente do Senado dar o aval para o início do processo. Caso a denúncia seja aceita por ele, é lida no plenário da Casa na sessão seguinte. Depois é criada uma comissão especial, com 21 senadores, para avaliar o caso de forma preliminar. Esse colegiado tem dez dias para decidir se o processo segue adiante. Se os parlamentares derem parecer favorável, o processo de instauração formal é votado em plenário por todos os senadores. É preciso obter maioria simples dos votos (41 dos 81 senadores), do contrário, o pedido é arquivado. Sendo aprovado, o passo seguinte é a instauração formal do processo pela comissão especial. Novos prazos são cumpridos e o processo de impeachment precisa ser aprovado por maioria qualificada – ou seja, dois terços dos senadores (54 votos). Embora a Constituição permita que o Senado Federal julgue e afaste membros do STF por cinco tipos de crimes de responsabilidade, nunca ocorreu no Brasil o impeachment de ministros da Corte. *Com Estadão Conteúdo.  Senado aprova isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos após plenário ser desocupado: Play Video Play Desmutar Current Time 0:00 / Duration 0:39 Loaded: 4.34% Picture-in-Picture 0:40 Fonte: Redação Terra Compartilhar TAGS POLÍTICA ALEXANDRE DE MORAES SENADO STF JUSTIÇA LULA NOTÍCIAS https://pd-cf.terra.com.br/9628045.mp4 https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/alcolumbre-nega-pautar-impeachment-de-moraes-no-senado-nem-se-tiver-81-assinaturas,00528ed0aa148ed6130e8555573f9fefp4puhw37.html?utm_source=clipboard Bissetriz - Como fazer? Matematica.Expert 9 de fev. de 2018 Neste vídeo, Thiago Salinas ensina a construção da bissetriz de um ângulo qualquer, usando apenas régua e compasso. Mole, mole! ;) Transcrição "Considere um triângulo cujos vértices representem simbolicamente o Brasil, os Estados Unidos e a China. Admitindo-se que os lados do triângulo correspondam às relações geopolíticas entre o Brasil e cada um dos dois outros países, determine a bissetriz do ângulo formado no vértice correspondente ao Brasil. Interprete, metaforicamente, o significado dessa bissetriz em termos de equilíbrio ou mediação diplomática." ✅ Gabarito: Parte geométrica: A bissetriz do ângulo formado no vértice correspondente ao Brasil, em um triângulo cujos vértices são Brasil, Estados Unidos e China, é o segmento que divide esse ângulo ao meio, criando dois ângulos adjacentes com medidas iguais. Do ponto de vista da geometria plana, a bissetriz interna parte do vértice (Brasil) e intercepta o lado oposto (segmento que liga Estados Unidos e China), dividindo-o em dois segmentos proporcionais aos comprimentos dos lados adjacentes (Brasil-EUA e Brasil-China). Parte metafórica: Metaforicamente, essa bissetriz representa uma posição de equilíbrio ou neutralidade estratégica do Brasil entre as duas potências globais — Estados Unidos e China. Ao traçar a bissetriz: O Brasil busca um ponto de equilíbrio entre suas relações políticas, econômicas e diplomáticas com os EUA e a China. A divisão proporcional dos lados opostos pode simbolizar o grau de influência ou dependência relativa do Brasil em relação a cada país. A bissetriz sugere uma tentativa de mediação diplomática, ou de atuação independente, sem alinhar-se totalmente a um dos lados, mas mantendo relações pragmáticas com ambos. Síntese final: A bissetriz representa uma escolha diplomática que não rompe com nenhuma das partes, mas também não se submete completamente a nenhuma delas. É a tentativa de coexistência estratégica, característica da política externa brasileira em diferentes momentos históricos. Questão 28- FMA 07| Geometria Analítica Eu sei quem faz 3 de abr. de 2019 Considere o triangulo de vértices (0,0),(3,0)e (0,7).Alguns pontos de coordenadas inteiras estão nos lados do triangulo como, por exemplo, (2,0);alguns estão no interior como, por exemplo, o ponto (1,1).Quantos pontos de coordenadas inteiras estão no interior do triangulo? a)6 b)7 c)10 d)12 e)21 Transcrição
Lula precisa encontrar um ponto de equilíbrio entre os EUA e a China Publicado em 07/08/2025 - 08:23 Luiz Carlos Azedo Brasília, China, Congresso, Economia, EUA, Governo, Itamaraty, Memória, Partidos, Política, Política Havia um certo consenso nacional e continuidade em torno da política externa brasileira pós-redemocratização, a partir do governo de Sarney, que restabeleceu as relações com Cuba e a China. Bolsonaro rompeu essa tradição Se imaginarmos um triangulo ligando o Brasil aos Estados Unidos e à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa traçar uma bissetriz entre os dois países que possibilite achar um ponto de equilíbrio e sair do impasse em que se encontra, a partir de relações bilaterais com o presidente Donald Trump, que hoje não existem, e com o presidente Xi Jinping, cada vez mais próximas. O multilateralismo, no curto prazo, não dá conta de evitar a escalada da crise. Na geometria, um triângulo possui dois tipos de bissetrizes: internas e externas. Para não complicar a analogia, o que nos interessa aqui é o ponto de encontro das bissetrizes internas do triangulo. Imagine uma circunferência dentro do triângulo — seu centro é equidistante de todos os lados. Por isso, é chamado de “incentro”. Bissetrizes são traçadas com régua e compasso; na política, é muito mais difícil achar esse ponto de equilíbrio e equidistância. A postura de Lula diante de Trump, expressa na recusa em “se humilhar” e na decisão de acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e mobilizar o Brics, deve levar mais em conta a longa e complexa tradição da política externa brasileira, considerando ainda uma contradição interna que contrapõe o “iberismo” conservador e hierárquico, herdado do período colonial, ao americanismo democrático e igualitário que inspirou nossa modernização. Leia também: Para Lula, diálogo com Trump é “humilhação” O ponto de sustentação da política externa brasileira deve ser a vocação universalista, multilateral e emancipatória, porém, sem perder de vista que somos uma nação — simultaneamente enraizada no Ocidente e protagonista do Hemisfério Sul, com o qual dividimos o passado colonial e a ambição do desenvolvimento. Em um artigo recente, publicado na Revista Política Democrática (Fundação Astrojildo Pereira), o embaixador e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricúpero ressalta que, desde o século XIX, a relação Brasil-EUA tem sido marcada por uma assimetria estrutural. Ao mesmo tempo, revela que o Brasil sempre oscilou entre o desejo de reconhecimento como nação ocidental e o impulso autonomista. Lula, ao colocar o Brics como eixo alternativo de diálogo diante da agressão tarifária de Trump, reafirma essa ambiguidade estratégica. Ele é coerente com a política externa independente inspirada nos governos Jânio Quadros, João Goulart e Ernesto Geisel, que marcaram a busca por autonomia na ordem mundial, sem abandonar os valores do Ocidente. Regressão de valores O que mudou? Ricúpero ressalta que o retorno de Trump ao poder representa uma regressão nos valores iluministas que os EUA legaram ao mundo. Sua retirada do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS), seu unilateralismo econômico e seu ataque ao sistema multilateral enfraquecem os princípios que tanto o Ocidente liberal quanto o Sul cooperativo valorizam. Lula, ao se recusar a aceitar o tarifaço como fato consumado e ao buscar apoio no Brics, rechaça esse “americanismo regressivo” e reivindica um novo equilíbrio, sem o servilismo ideológico de Bolsonaro. Mas isso não pode reeditar o antiamericanismo da Guerra Fria. Leia mais: Por que o Brics incomoda tanto o presidente dos EUA? A autoridade internacional do Brasil precisa da legitimidade multilateral, da institucionalidade democrática e do prestígio dos fóruns plurais, como o Brics e a OMC — mesmo enfraquecidos. Mais “pragmatismo responsável” de Geisel e do chanceler Azeredo da Silveira, e menos alinhamento automático de Oswaldo Aranha. Essa crise não se resolverá no gogó. Embaixador nos Estados Unidos de 1905 a 1910, Joaquim Nabuco, porém, dizia que “não se fica grande por dar pulos”. Havia um certo consenso nacional e continuidade em torno da política externa brasileira pós-redemocratização, a partir do governo Sarney, que restabeleceu as relações com Cuba e a China. O ex-presidente Jair Bolsonaro rompeu essa tradição, alinhando o país aos EUA a tal ponto que chegou a bater continência para Trump, no primeiro mandato. Entretanto, por pressão dos interesses do agronegócio, teve que retroceder em relação às hostilidades com a China. Não à toa, Trump utiliza todo o poder dos EUA para anistiar Bolsonaro e livrá-lo da inelegibilidade e de possíveis condenações penais por tentativa de golpe de Estado. Quando se olha a balbúrdia no Congresso, tomado de assalto pela bancada bolsonarista, há que se considerar que o posicionamento desses parlamentares a favor de Trump e do tarifaço não é estranho à nossa realidade: somos um país marcado por uma tradição ibérica de Estado forte e sociedade hierárquica, tensionada pela modernidade igualitária e democrática do Ocidente, da qual o modelo americano historicamente, até recentemente, foi a principal referência. A política externa de Lula precisa ser recalibrada levando em conta essa equação. Nas entrelinhas: todas as colunas no Blog do Azedo Compartilhe:
O instável triângulo Brasil-China-EUA: notas de uma crise diplomática 👆A proposta da questão formulada e o artigo de Luiz Carlos Azedo (publicado em 7 de agosto de 2025) utilizam a mesma imagem geométrica central — o triângulo Brasil-EUA-China e a bissetriz do vértice Brasil — como metáfora para uma posição política equilibrada. Ambos partem de um raciocínio análogo, mas a ênfase e a densidade conceitual variam. A seguir, apresento uma comparação direta entre o gabarito da questão e a proposta do artigo, com destaques de convergência e aprofundamento. 📐 Comparação entre o gabarito da questão e a proposta do artigo Elemento Gabarito da Questão Artigo de Azedo Figura geométrica Triângulo com vértices Brasil, EUA e China. Idem: triângulo Brasil-EUA-China. Foco geométrico Bissetriz do ângulo no vértice Brasil. Bissetriz do vértice Brasil + referência ao incentro (ponto de equilíbrio entre os lados). Significado metafórico da bissetriz Simboliza a tentativa do Brasil de manter equilíbrio e neutralidade estratégica entre duas potências. Idem, mas com ênfase maior: a bissetriz representa o esforço diplomático de Lula para evitar alinhamentos automáticos e encontrar uma posição racional e autônoma diante da pressão externa. Interpretação política Posição de equilíbrio, não alinhamento, coexistência estratégica. Equilíbrio entre tradição ocidental e vocação sul-global, herança diplomática brasileira, pragmatismo responsável, recusa ao servilismo e ao antiamericanismo. Alcance da metáfora Metáfora aplicada à geometria e diplomacia, com leitura objetiva. Metáfora expandida para análise histórica, ideológica e institucional da política externa. Aponta contradições internas (iberismo vs. americanismo), valores iluministas, e multilateralismo como base legítima da autoridade internacional do Brasil. Atores mencionados Brasil como agente neutro entre EUA e China. Lula como agente ativo; Trump e Xi Jinping como polos externos; Ricúpero, Geisel, Nabuco e outros como referências históricas e morais. Nível de complexidade Didático e interpretativo, adequado para avaliação escolar/universitária. Analítico, jornalístico e político, com aprofundamento em tradição diplomática e conjuntura global. 🧭 Síntese da comparação O gabarito da questão resume bem a intenção geométrica-metafórica: usar a bissetriz como representação do equilíbrio político e estratégico entre dois polos de poder. O artigo de Azedo amplia essa ideia, situando-a dentro de um contexto histórico e ideológico mais complexo, fazendo conexões com a tradição diplomática brasileira e as tensões atuais. Ambos convergem em afirmar que: A bissetriz do vértice Brasil simboliza a tentativa de construir uma política externa equilibrada, autônoma e nã o subordinada, frente às pressões assimétricas de EUA e China.

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