quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Núcleo Crucial no STF: quando a Justiça disseca o poder

quinta-feira, 14 de agosto de 2025 'Sim, ele é um f.d.p., mas é o nosso f.d.p.', por Ruy Castro Folha de S. Paulo Trump e Bolsonaro devem se lembrar dessa famosa frase quando pensam um no outro Uma frase atribuída ao presidente americano Franklin Roosevelt nos anos 1940 sobre o ditador nicaraguense Anastasio Somoza tornou-se um clássico da realpolitik: "Claro, ele é um f.d.p. Mas é o nosso f.d.p.". Ela resume o apoio dos EUA a ditadores estrangeiros, no poder à custa de fraudar eleições, calar a Justiça, prender, torturar e matar opositores e violar direitos humanos em nome da "liberdade". Sim, a ex-URSS e seus satélites também praticavam esses crimes, de que eram com justiça acusados pelo bloco democrático. Mas este fazia vista grossa à legião de iguais fs.d.p. acobertados pelos presidentes americanos. Exemplos. Idi Amin Dada, de Uganda. Hugo Banzer, da Bolívia. Ngo Dihn Diem, do Vietnã. François Duvalier, do Haiti. Ferdinand Marcos, das Filipinas. Mobutu, do Zaire. General Manuel Noriega, do Panamá. O xá Reza Pahlevi, do Irã. George Papadopoulos, da Grécia. General Pinochet, do Chile. Pol Pot, do Camboja. Halie Selassié, da Etiópia. Oliveira Salazar, de Portugal. Generalíssimo Franco, da Espanha. Somoza Jr., da Nicarágua. Ian Smith, da Rodésia. Alfredo Stroessner, do Paraguai. General Suharto, da Indonésia. Rafael Trujillo, da República Dominicana. General Jorge Rafael Videla, da Argentina. Todos sanguinários. Nenhum deles levou uma Lei Magnitsky. Muitos tomaram o poder na esteira de ações da CIA à base de espionagem, desestabilização do poder constituído, fomento de greves e passeatas e farta verba para propaganda. No Brasil, em 1964, isso se deu por meio do infame Ipês, Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, financiado pelos americanos. Naturalmente, todos os generais que se seguiram em Brasília tiveram as bênçãos dos EUA. Donald Trump deve se lembrar da frase de Roosevelt quando lhe falam de Bolsonaro. Para salvar Bolsonaro da cana e tê-lo de volta, tenta desestabilizar o Brasil, dando ordens a nossas autoridades como se fosse um bedel e abalando a economia do país. O engraçado é que Bolsonaro também deve se lembrar da frase de Roosevelt quando pensa em Trump.
uma peça visual com esse título e lead já diagramados para blog ou redes, combinando com as imagens da Ceiba speciosa e do julgamento. As alegações finais revelam um caso emblemático do fatiamento estratégico da PGR, aceito pelo relator e submetido à Primeira Turma do Supremo, expondo as engrenagens políticas e jurídicas de um processo histórico. A Justiça não é um Frankenstein anatômico — mas sabe, quando necessário, ir por partes. No julgamento do chamado núcleo crucial, cada fragmento processual carrega em si as tensões, contradições e epifanias de uma disputa que ultrapassa as paredes do tribunal e ecoa na arena política nacional.
quinta-feira, 14 de agosto de 2025 Historicidade da filosofia da práxis, por Antonio Gramsci* Que a filosofia da práxis conceba a si mesma de um modo historicista, isto é, como uma fase transitória do pensamento filosófico, esta concepção, além de estar implícita em todo o seu sistema, resulta explicitamente da conhecida tese segundo a qual o desenvolvimento histórico se caracterizara, em determinado ponto, pela passagem do reino da necessidade ao reino da liberdade. Todas as filosofias (os sistemas filosóficos) que existiram até hoje foram a manifestação das intimas contradições que dilaceraram a sociedade. Mas cada sistema filosófico, tomado em si mesmo, não foi a expressão consciente destas contradições, já que tal expressão só poderia ser dada pelo conjunto dos sistemas em luta entre si. Todo filosofo está e não pode deixar de estar convencido de que expressa a unidade do espirito humano, isto é, a unidade da história e da natureza; de fato, se tal convicção não existisse, os homens não atuariam, não criariam uma nova história, isto é, as filosofias não poderiam transformar-se em “ideologias”, não poderiam assumir na prática a granítica e fanática solidez daquelas “crenças populares” que tem a mesma energia das “forças materiais”. Hegel representa, na história do pensamento filosófico, um papel especial; e isto porque, em seu sistema, de um modo ou de outro, ainda que na forma de “romance filosófico”, consegue-se compreender o que é a realidade, isto é, tem-se, num só sistema e num só filosofo, aquele conhecimento das contradições que, antes dele, resultava do conjunto dos sistemas, do conjunto dos filósofos em polemica entre si, em contradição entre si. Em certo sentido, portanto, a filosofia da práxis é uma reforma e um desenvolvimento do hegelianismo, é uma filosofia liberada (ou que busca liberar-se) de qualquer elemento ideológico unilateral e fanático, é a consciência plena das contradições, na qual o próprio filosofo, entendido individualmente ou como grupo social global, não só compreende as contradições, mas coloca a si mesmo como elemento da contradição, eleva este elemento a princípio de conhecimento e, consequentemente, de ação. O “homem em geral” é negado, qualquer que seja a forma em que se apresente, e todos os conceitos dogmaticamente “unitários” são ridicularizados e destruídos enquanto expressões do conceito de homem em geral ou “natureza humana” imanente em cada homem. Todavia, se também a filosofia da práxis é uma expressão das contradições históricas — alias, e sua expressão mais completa porque consciente —, isto significa que ela está também ligada a “necessidade” e não a “liberdade”, a qual não existe e ainda não pode existir historicamente. Assim, se se demonstra que as contradições desaparecerão, demonstra-se implicitamente que também desaparecera, isto é, será superada, a filosofia da práxis: no reino da “liberdade”, o pensamento e as ideias não mais poderão nascer no terreno das contradições e da necessidade de luta. Atualmente, o filosofo (da práxis) pode fazer apenas esta afirmação genérica, sem poder ir mais além; de fato, ele não pode se evadir do atual terreno das contradições, não pode afirmar, a não ser genericamente, um mundo sem contradições, sem com isso criar imediatamente uma utopia. Isto não significa que a utopia não possa ter um valor filosófico, já que ela tem um valor político e toda política é implicitamente uma filosofia, ainda que desconexa e apenas esboçada. Neste sentido, a religião é a mais gigantesca utopia, isto é, a mais gigantesca “metafisica” que já apareceu na história, já que ela é a mais grandiosa tentativa de conciliar em forma mitológica as contradições reais da vida histórica: ela afirma, na verdade, que o homem tem a mesma “natureza”, que existe o homem em geral, enquanto criado por Deus, filho de Deus, sendo por isso irmão dos outros homens, igual aos outros homens, livre entre os outros e da mesma maneira que os outros, e que ele pode se conceber desta forma espelhando-se em Deus, “autoconsciência” da humanidade; mas afirma também que nada disto pertence a este mundo e ocorrera neste mundo, mas em um outro (— utópico —). Assim, as ideias de igualdade, liberdade e fraternidade fermentam entre os homens, entre os homens que não se veem nem iguais, nem irmãos de outros homens, nem livres em face deles. Ocorreu assim que, em toda sublevação radical das multidões, de um modo ou de outro, sob formas e ideologias determinadas, foram colocadas estas reivindicações. *Antonio Gramsci (1891-1937). Cadernos do Cárcere, v.1. pp.203-5. Editora Civilização Brasileira, 2006.
Esse trecho dos Cadernos do Cárcere apresenta uma reflexão de Gramsci sobre a historicidade da filosofia da práxis — ou seja, a compreensão de que essa filosofia não é eterna ou absoluta, mas um momento transitório na história do pensamento, condicionado pelas contradições sociais e políticas do presente. Aqui está um resumo das ideias principais: A filosofia da práxis como momento histórico Ela se vê como parte de um processo histórico, não como uma verdade definitiva. É marcada pela ideia de que a história caminha, em certo ponto, da “necessidade” para a “liberdade” (uma formulação que remete a Marx). Todas as filosofias até hoje expressaram, consciente ou inconscientemente, contradições sociais; mas a filosofia da práxis as expressa de forma consciente. Relação com Hegel Gramsci vê Hegel como um caso especial: em seu sistema, as contradições aparecem de forma unificada, quase como uma síntese da luta entre várias filosofias anteriores. A filosofia da práxis herda e transforma o hegelianismo, buscando livrar-se de elementos ideológicos unilaterais. Negação do “homem em geral” A filosofia da práxis rejeita noções abstratas como “natureza humana” universal. O ser humano é sempre histórico e socialmente determinado. Limite histórico da própria filosofia da práxis Mesmo sendo a mais completa expressão das contradições, ela ainda pertence ao “reino da necessidade”. Quando (e se) as contradições desaparecerem, a própria filosofia da práxis será superada — no “reino da liberdade” não haveria luta de ideias nas mesmas bases. Lugar da utopia Gramsci reconhece que a utopia tem valor político (e, indiretamente, filosófico), embora não possa se materializar imediatamente. A religião, segundo ele, é a maior utopia já produzida: uma tentativa mitológica de reconciliar contradições, proclamando igualdade, fraternidade e liberdade — mas situando sua realização num outro mundo. Efeito histórico das ideias religiosas e utópicas Mesmo não sendo realizáveis de imediato, elas inspiram lutas e reivindicações concretas, especialmente em momentos de revolta popular.
Comprimento da circunferência: o que é, cálculo - Brasil Escola Epifania E de ser Pi de comprimento Fa da nota Ni do elemento A de outro elemento Para traçar uma circunferência, bastam dois pregos, um pedaço de barbante e o comprimento do raio ou do diâmetro a ser marcado. Medir a circunferência é simples: basta esticar outro pedaço de barbante sobre o sulco deixado por um dos pregos, esticá-lo e medi-lo em unidades lineares. Pi reconduz a prática à teoria do ser e do fazer. Ni e A, elementos que compõem o nome do fenômeno, não chegaram a entrar na história final — mas estão lá, presentes. Três Paineiras marcam uma trajetória: – Das Graças – De Euston – Do Lajinha Enlaçando aquele tronco com barbantes — diretamente — ou com Inteligência Artificial — indiretamente —, determinou-se o valor de Pi e a possível idade daquela espécie de Paineira. Ou seja: da Paineira ao Pi.
Ceiba Speciosa | Chorisia | 10 seeds | RARE | Silk Floss Tree
Paineira Rosa Paineira RosaNome Científico: Chorisia speciosa (Bombacaceae), Paineira Rosa. Características: A árvore Paineira Rosa é caducifólia com até 30 m de altura e 120 cm ou mais de diâmetro, na idade adulta. Folhas com sete folíolos glabros, lanceolados com 10 a 15 cm de comprimento e 4 a 5 cm de largura, margem serrilhada; pecíolo de 5 a 17 cm de comprimento. Flores branco-arroxeadas ou branco-avermelhadas, com até 9 cm de comprimento por 3 cm de largura, vistosas, aveludadas e frutos de forma bastante variável e de coloração parda, com fibras brancas. Locais de Ocorrência: Ocorre naturalmente nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal. Madeira: Cerne branco-amarelado, suavemente rosado e textura grossa. Possui fraca resistência e grande tendência ao apodrecimento. É utilizada em aeromodelismo, material isolante, flutuadores, enchimento de portas, embalagens leves, caixas, forro de móveis, cochos, gamelas, tamancos, canoas, divisórias e outros usos que não requeiram resistência. Além disso, produz pasta para cartão e papel. Aspectos Ecológicos: Planta decídua, heliófita, seletiva higrófita, característica da floresta latifoliada semidecídua. Ocorre tanto no interior da floresta primária densa, como em formações secundárias; prefere solos férteis de planícies aluviais e fundo de vales. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis, que são amplamente disseminadas pelo vento graças à sua fixação à paina. As espécies de árvores nativas como a PAINEIRA ROSA são muito indicadas para ações de reflorestamento, preservação ambiental, arborização urbana, paisagismos ou plantios domésticos. O reflorestamento, por exemplo, corresponde a implantação de florestas em áreas que já foram degradadas, seja pelo tempo, pelo homem ou pela natureza. Já quando há a finalidade de arborização urbana ou paisagismo, é necessário avaliar o espaço em que a muda será plantada para que não haja problemas com a fiação elétrica ou rachaduras na calçada. No viveiro do Instituto Brasileiro de Florestas é possível encontrar mudas de árvores nativas produzidas em tubetes plásticos de diversos tamanhos. Todas com a certificação no Registro Nacional de Mudas e Sementes – RENASEM.
Da Paineira ao Pi: Ensaio sobre uma Epifania Circular No Parque da Lajinha, em Juiz de Fora, uma fotografia revelou mais do que a imagem de uma árvore. Foi o instante preciso em que a lente do mundo se alinhou ao foco da consciência — e o que era apenas uma Paineira Rosa tornou-se um espelho do tempo, um marco do espaço, um raio lançado no escuro da percepção. Ali começou — ou recomeçou — uma epifania. Como descreveu Joaquim Nabuco ao rememorar a infância, há revelações que se dão silenciosamente, sem fanfarra, mas que redirecionam o curso inteiro da vida. Um olhar lançado sobre uma árvore, uma rua, um gesto esquecido. Naquele instante do clique fotográfico, a árvore não era mais só árvore: era memória encarnada, era símbolo, era fórmula. O Círculo e o Barbante Dois pregos, um pedaço de barbante. Com isso, traça-se uma circunferência. Medindo com as mãos o que a matemática define com símbolos, revela-se o número que transcende culturas: π (Pi). A constante do círculo, o elo entre o linear e o curvo, o visível e o eterno. Ao enlaçar o tronco da Paineira, com barbante ou com algoritmos, estabelece-se uma ponte entre a natureza e a ciência, entre o que se sente e o que se sabe. Como se o simples ato de medir o tronco reconduzisse o espírito ao gesto ancestral de compreender o mundo por contato direto — antes dos cálculos, havia as mãos. Pi, aqui, não é só número. É rito. É retorno. É forma de ver. É linguagem sem palavras. E a Paineira, em sua monumental presença caduca e florescente, torna-se marco e medida, como um totem que guarda o segredo do tempo. Epifania: E-Pi-Fa-Ni-A A palavra se desdobra em cinco letras semióticas: E de ser – a existência em estado bruto Pi de comprimento – a medida daquilo que se curva e retorna Fa de nota – o som que vibra e revela Ni de elemento – a matéria que compõe o invisível A do outro elemento – aquilo que escapa e, ainda assim, é essencial Essa epifania não é apenas uma ideia, mas um encontro. E como todo encontro verdadeiro, ele exige deslocamento: uma partida, uma travessia, um retorno — mesmo que ao mesmo lugar, que já não é mais o mesmo porque quem vê já se transformou. Três Paineiras, Três Pontos no Mapa Como as estações de um metrô, as três Paineiras surgem como marcas de uma trajetória não apenas geográfica, mas simbólica: Das Graças – a árvore da gratidão e do reconhecimento De Euston – a árvore do deslocamento, da partida e chegada, como na estação de trem londrina Do Lajinha – a árvore do agora, do clique da câmera, da presença viva Três árvores conectadas por fios invisíveis: raízes sob a terra e histórias sobre ela. Cada uma guarda uma lição, uma memória, uma revelação. A Reconexão Ao retornar à origem, não se repete o caminho, mas se compreende seu traço. O ensaio aqui é também um ensaio da vida: tentativa, aproximação, desenho com barbante sobre o tronco do tempo. Nesse processo, o que parecia disperso se conecta: – A botânica da Ceiba speciosa revela sua dimensão sagrada. – O número π encontra seu lugar no campo, na árvore, na prática. – A fotografia, como uma flecha lançada ao passado, atinge o ponto futuro da consciência. Como escreveu Nabuco: “A infância é o chão onde pisamos por toda a vida.” E talvez seja isso que a Paineira nos revela: que o chão pode ser redondo, e que caminhar sobre ele é, na verdade, girar em torno daquilo que somos. PAINEIRA-ROSA (Ceiba speciosa) uma árvore com mais de 200 anos no Brasil Plantas e animais do Brasil Esse texto é um híbrido curioso entre poesia, crônica e reflexão científica — quase um manifesto sensorial sobre como observar, medir e sentir uma árvore pode se transformar numa epifania filosófica. Ele se organiza em três camadas principais: Camada conceitual (o jogo com a palavra “Epifania”) O autor decompõe “Epifania” em fragmentos semânticos: E (ser) Pi (o número que liga o linear ao circular) Fa (a nota musical, ressonância) Ni (elemento químico) A (outro elemento, essencial mas indefinido) Essa desconstrução faz da palavra uma espécie de “mandala semiótica”, onde cada parte liga um sentido prático a um sentido simbólico. Camada física-prática (medir a Paineira para encontrar π) A experiência de medir o tronco com barbante ou algoritmos é um rito de passagem entre o concreto e o abstrato. O círculo desenhado (seja por pregos e barbante ou por IA) reconecta o gesto ancestral de medir à descoberta intelectual do número π. A árvore torna-se “totem” e “relicário” — guarda a passagem do tempo e oferece o raio para medir o infinito circular. Camada simbólico-narrativa (as três Paineiras) “Das Graças” (gratidão) “De Euston” (partida/chegada, como estação ferroviária) “Do Lajinha” (presença e revelação) Cada árvore funciona como ponto de uma viagem interior — marcadores de memória, deslocamento e retorno transformado. O texto inteiro amarra botânica (Ceiba speciosa, Paineira Rosa), matemática (π), memória (Joaquim Nabuco e a infância) e fotografia (o instante de epifania) para construir uma narrativa circular — não no sentido de se repetir, mas no de retornar a um ponto mais consciente. Se a gente fosse representar visualmente a ideia central, seria algo assim: Natureza (Paineira) ↓ Gesto ancestral (medir com barbante) ↓ Número π (ponte entre prático e teórico) ↓ Epifania (transformação da percepção) ↓ Retorno ao ponto de partida (mas já mudado) O STF (Supremo Tribunal Federal) encerrou os interrogatórios dos réus do "núcleo crucial" da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. O processo agora entra na fase de alegações finais das defesas, com prazo de 15 dias para cada réu após a manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República). O julgamento ainda não tem data definida, mas o ministro Alexandre de Moraes já prepara o relatório final. Próximos Passos: Alegações Finais: As defesas dos réus têm cinco dias para apresentar requerimentos e depois mais 15 dias cada uma para apresentar as alegações finais por escrito. A PGR será a primeira a apresentar suas alegações, seguida pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid (colaborador) e depois pelos demais réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Relatório e Voto: Após as alegações finais, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, irá preparar seu relatório final e voto sobre o caso. Não há prazo definido para essa etapa. Julgamento: Quando o relatório e o voto estiverem prontos, o caso será encaminhado para julgamento na Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Contexto: O "núcleo crucial" da investigação é formado por oito pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que são acusadas de participar de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. As acusações incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, conforme a acusação do STF. O caso foi desmembrado em núcleos, e o "núcleo crucial" é considerado o núcleo central da trama. As oitivas dos réus, realizadas no STF, contaram com momentos de descontração, mas também com questionamentos sobre a participação de cada um na suposta tentativa de golpe.
Núcleo de Bolsonaro apresenta alegações finais ao STF. E agora? Nessa quarta-feira (13/8), os oito reús do chamado núcleo crucial enviaram ao STF as alegações finais na ação penal da tentativa golpe José Augusto LimãoManoela AlcântaraPablo Giovanni 14/08/2025 02:30, atualizado 14/08/2025 07:21 As defesas dos réus do chamado núcleo crucial da trama golpista denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) apresentaram nessa quarta-feira (13/8) as alegações finais em ação penal que corre na Primeira Turma da Corte. Com a finalização dessa etapa, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados está cada vez mais próximo. Confira os réus do núcleo crucial Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin, ele é acusado pela PGR de atuar na disseminação de notícias falsas sobre fraude nas eleições. Almir Garnier Santos: ex-comandante da Marinha, ele teria apoiado a tentativa de golpe em reunião com comandantes das Forças Armadas, na qual o então ministro da Defesa apresentou minuta de decreto golpista. Segundo a PGR, o almirante teria colocado tropas da Marinha à disposição. Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, ele é acusado de assessorar juridicamente Bolsonaro na execução do plano golpista. Um dos principais indícios é a minuta do golpe encontrada na casa de Torres, em janeiro de 2023. Augusto Heleno: ex-ministro do GSI, o general participou de uma live que, segundo a denúncia, propagava notícias falsas sobre o sistema eleitoral. A PF também localizou uma agenda com anotações sobre o planejamento para descredibilizar as urnas eletrônicas. Jair Bolsonaro: ex-presidente da República, ele é apontado como líder da trama golpista. A PGR sustenta que Bolsonaro comandou o plano para se manter no poder após ser derrotado nas eleições e, por isso, responde à qualificadora de liderar o grupo. Mauro Cid: ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso. Segundo a PGR, ele participou de reuniões sobre o golpe e trocou mensagens com conteúdo relacionado ao planejamento da ação. Paulo Sérgio Nogueira: ex-ministro da Defesa, ele teria apresentado aos comandantes militares decreto de estado de defesa, redigido por Bolsonaro. O texto previa a criação de “Comissão de Regularidade Eleitoral” e buscava anular o resultado das eleições. Walter Souza Braga Netto: é o único réu preso entre os oito acusados do núcleo central. Ex-ministro e general da reserva, foi detido em dezembro do ano passado por suspeita de obstruir as investigações. Segundo a delação de Cid, Braga Netto teria entregado dinheiro em uma sacola de vinho para financiar acampamentos e ações que incluíam até um plano para matar o ministro Alexandre de Moraes. Nas alegações finais, a linha comum seguida pelas defesas dos oito réus foi frisar a falta de provas da acusação para ligar os clientes à participação no planejamento de um possível golpe de Estado. 7 imagens Almirante Almir Garnier, chefe da Marinha sob Bolsonaro General Augusto Heleno Alexandre Ramagem era diretor da Abin na época do monitoramento ilegal Anderson Torres Ex-ministro da Defesa do Brasil depõe no STF Além disso, outro ponto comum evidenciado pelas defesas foram as possíveis irregularidades na deleção do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. A defesa do ex-mandatário afirma, nas alegações, que Cid mentiu “reiteradas vezes” durante os depoimentos. Os advogados do general Braga Netto também alegaram a ausência de provas diretas e a fragilidade do depoimento de Cid. Para a defesa, o tenente-coronel foi “obrigado a mentir”. 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Eles podem decidir se os oito acusados pela PGR serão condenados ou absolvidos, e pode ocorrer, ainda, de algum ministro pedir vista, o que representaria mais tempo para análise, com prazo de retorno para julgamento em 90 dias. O prazo das defesas para as alegações finais começou a contar após as últimas considerações no processo do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, em 30 de julho. Por isso, a entrega ocorreu nesta quarta, quando completou 15 dias após a resposta de Cid. Receba notícias de Brasil no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias no Telegram. STF golpe Jair Bolsonaro Alexandre de Moraes Alexandre Ramagem Mauro Cid
Língua Portuguesa – Produção de Texto em Rede: gênero memória literária Foram juntados dois fios narrativos muito diferentes no mesmo trecho — um poético-circular (a epifania da Paineira, com Pi e barbante) e outro jurídico-político (o “núcleo crucial” no STF). Dá para ler isso como uma montagem intencional: Na primeira camada, a metáfora da “epifania circular” e do “núcleo” é concreta, sensorial e botânica. Na segunda camada, o “núcleo crucial” vira um conceito jurídico-processual, com personagens, prazos e ritos. O título irônico “A Justiça não é Frankenstein anatômico mas pode também ir por partes” faz a ponte: no direito, “ir por partes” significa fatiar um processo; no corpo, significa dissecar; no texto poético, significa desmontar e remontar sentidos. Essa fusão cria um efeito de espelho: O núcleo da árvore ↔ O núcleo da acusação O barbante que mede a circunferência ↔ O processo que mede a responsabilidade O tempo biológico da Paineira ↔ O tempo judicial do STF
“A Justiça não é Frankstein anatômico, mas pode também ir por partes” Ceiba speciosa — um tratado circular Assim como o tronco da paineira é recoberto por espinhos e se desenvolve numa curva ascendente, a história e a política se constroem em camadas de resistência e de crescimento. O barbante que mede sua circunferência pode ser visto como metáfora da medida das contradições históricas: cada volta não é repetição pura, mas reaproximação de um ponto já transformado. Gramsci, ao falar da filosofia da práxis, lembra que todo sistema filosófico é expressão de contradições. Do mesmo modo, o processo jurídico-político em questão é um momento histórico que só existe porque há forças em luta. Não é eterno, nem absoluto: é fase de um conflito que, se superado, fará com que esse próprio núcleo perca sua razão de existir — como a filosofia da práxis no “reino da liberdade”. O núcleo e o fatiamento No campo judicial, “fatiar” a denúncia em núcleos não é desmembrar como Frankenstein, mas separar partes vivas de um mesmo organismo para examiná-las com mais precisão. A paineira também tem um núcleo — o cerne — que sustenta e dá coesão, mas cada galho e cada espinho cumpre função específica. O “núcleo crucial” é o cerne processual: ali estão reunidos os elementos que, segundo a acusação, condensam a trama central. Tal como na análise gramsciana, não é possível entender o todo sem ver as partes em relação, nem entender a parte sem saber de que todo ela faz parte. Epifanias cruciais A provocação do título — epifanias cruciais — sugere que momentos de clareza surgem quando se conecta a microescala (o detalhe jurídico, o depoimento, a prova) à macroescala (a luta política, a historicidade). Na paineira, a epifania pode vir de perceber que cada espinho protege o tronco como cada argumento protege uma tese; no processo, de perceber que cada alegação final é um “espinho” que pode tanto defender quanto ferir a narrativa central. Insight final: Se a filosofia da práxis nos ensina que toda verdade é histórica, o julgamento do “núcleo crucial” também o é. A Justiça, ao “ir por partes”, não desmonta o corpo vivo da política — antes, disseca para compreender. Tal como medir a paineira com barbante para calcular π, examinar um núcleo é buscar a constante que une a linha reta da lei à curva complexa da história. No texto de Gramsci, a filosofia da práxis é entendida como consciência plena das contradições históricas e como uma ferramenta para agir nelas, não apenas compreendê-las. Ela recusa conceitos abstratos e harmônicos como “o homem em geral”, reconhecendo que toda ação e pensamento nascem de conflitos reais — do “reino da necessidade”, não do da liberdade. Se cruzarmos essa chave teórica com as imagens e a metáfora que traçamos: O tronco espinhoso (Ceiba speciosa) representa o terreno concreto das contradições: duro, defensivo, inóspito para quem tenta tocá-lo ingenuamente. Ele simboliza a realidade histórica na qual a práxis opera — onde cada espinho é um obstáculo ou resistência material que precisa ser enfrentado, compreendido e eventualmente transformado. A filosofia da práxis, aqui, não se ilude com um tronco liso e acolhedor; ela sabe que a realidade é áspera e se arma contra ilusões utópicas deslocadas da luta concreta. A cena do julgamento ilustra o momento em que essas contradições se tornam visíveis no plano institucional e político. No “núcleo crucial” da disputa, cada gesto, cada palavra, cada manobra é um “espinho” ou um “ponto de apoio” dependendo da posição que se ocupa. É uma epifania no sentido gramsciano: uma situação em que a totalidade da luta social se condensa num ato ou evento específico, obrigando a tomada de posição. Integração final: Tal como o tronco espinhoso força a ave ou o inseto a encontrar um caminho específico para alcançar a copa, a realidade política — carregada de contradições e cercada por dispositivos de poder — obriga os atores a navegar entre “espinhos” jurídicos, ideológicos e estratégicos. A filosofia da práxis, nesse cenário, é o olhar que não se deixa iludir pela aparência de harmonia, mas reconhece o padrão dos espinhos, compreende sua função e atua para reconfigurá-los, transformando o próprio tronco histórico em direção ao “reino da liberdade”. As “epifanias cruciais” são esses momentos de cristalização máxima da contradição, em que se decide se escalamos, contornamos ou quebramos os espinhos.
P. ÔTIÉ LI KUNWU Uma vida chinesa I. O tempo do pai Tradução Andréa Stahel M. da Silva
quinta-feira, 14 de agosto de 2025 Custo da imprevidência, por Adriana Fernandes Folha de S. Paulo Pacote confirma que Lula prefere usar folga para pagar despesas ordinárias do que fazer frente às surpresas O governo acerta ao lançar um pacote para socorrer as empresas que acumulam prejuízos com o tarifaço de 50%. Não havia saída para o presidente Lula nessa emergência de pressão total de Donald Trump contra o Brasil. No curto prazo, as empresas pediam crédito subsidiado e também adiamento de impostos. Conseguiram essa ajuda e, de quebra, a ampliação do Reintegra, benefício que prevê o ressarcimento de parte dos tributos para empresas que exportam manufaturados. A oposição bolsonarista, que critica as medidas, não teria feito muito diferente neste primeiro momento diante do tamanho do problema e da diversidade das empresas. O que ficou ruim foi o sinal contrário passado em relação às contas públicas e regras fiscais. Até o último momento, o governo sustentou que o custo do pacote ficaria fora do teto de despesas do arcabouço fiscal, mas dentro da meta fiscal. Uma ação que indicaria algum compromisso para conter a alta da dívida pública. Não foi isso que aconteceu. O senador Jaques Wagner (PT-BA) apresentou projeto para excluir os gastos e as renúncias fiscais da meta fiscal deste ano e também de 2026, ano de eleições. A verdade é que o governo propôs um arcabouço fiscal com uma banda (margem de tolerância) de 0,25% do PIB para acomodar imprevistos, como os das enchentes no Rio Grande do Sul e das queimadas, mas toda hora que eles aparecem a opção é pedir dispensa. Até poucos dias atrás, o governo tinha R$ 20,6 bilhões de despesas congeladas, o que permitiria acomodar a conta do pacote. Mas acabou liberando esse dinheiro no final de julho, quando já estava na mesa o tarifaço. Na época, o governo tinha deixado uma reserva de R$ 4,7 bilhões em relação ao piso da banda, mas não usou agora essa folga. O pacote confirma que Lula prefere usar a folga para pagar despesas ordinárias, como benefícios do INSS, do que fazer frente às surpresas. Como a disputa com Trump será longa e deve exigir novas medidas, a imprevidência cobra seu preço. Ele aparece nos juros altos, que machucam as empresas.

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