Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 31 de agosto de 2025
O Samba do Acórdão Malandro
“No Brasil até o passado é incerto, quanto mais o futuro de um acordo em papel carbono.”
LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO SOBRE TEXTOS FAKES
Em 1962, no Chile, Garrincha resolveu sozinho. Bebeu, riu, driblou, ganhou. Um cronista faria o mesmo nas páginas de jornal: driblava ministros, generais, poderosos — e quando se davam conta, já estavam ridicularizados sem entender como. Garrincha desequilibrava com a bola, Verissimo com a ironia. Os dois deixavam o adversário olhando para o nada.
18 DE JUNHO DE 1962
A pátria que dava certo
Garrincha rouba a cena na conquista do bi mundial
Enquanto a seleção brasileira disputava a Copa no Chile, travava-se intensa luta política em torno da indicação de San Tiago Dantas para primeiro-ministro, afinal rejeitada. Se o quadro político não estimulava otimismo, o futebol era motivo de grande alegria popular. O time que fora ao Chile em 62 tinha na espinha dorsal a seleção de 58 e, como grande estrela, Pelé. O jogador, porém, contundiu-se logo no início da Copa. Mas foi bem substituído por Amarildo. O grande destaque da seleção seria Garrincha. Até gol de cabeça o ponta fez. O Brasil chegava ao bicampeonato mundial.
“Mudar tudo para que nada mude” — Lampedusa, que nunca tomou chope na Lapa mas adivinhou o Brasil.
"A política brasileira é como samba de breque: para na hora errada, recomeça na hora errada, e ainda assim todo mundo dança."
“Se a política é um Grenal eterno, este acórdão é aquele empate sem gols que ninguém quer ver, mas todo mundo finge que valeu o ingresso. E, como sempre, sobra pra torcida: a gente canta o samba, paga a cerveja e ainda reclama do juiz. Pelo menos no papel carbono não tem impedimento.”
📌 Resumo
Um acordo político secreto, travestido de solenidade jurídica, vaza em duas versões diferentes: uma cai no colo de Noel Rosa, outra no de Wilson Batista. Cada um faz um samba zombando da esperteza oficial. Descobrindo-se enganados, Noel e Wilson se unem e compõem, em parceria, um terceiro samba — mas assinado, ironicamente, pelos próprios autores do acórdão.
CRÔNICA À MODA DE STANISLAW PONTE PRETA
O Samba do Acórdão Malandro
Outro dia, no botequim da esquina, entre um chope e uma linguicinha aperitivo, caiu-me às mãos um documento soleníssimo, com rubricas, carimbos e até cláusulas em latim de segunda categoria. Era o tal “Acórdão Bolso-Lulão”, aquele tratado jurídico-político que promete libertar todo mundo da cadeia e amarrar o Brasil no papel carbono.
Acontece que, como nada neste país fica em segredo — nem as confidências da amante do deputado nem a gorjeta do garçom —, duas versões do acordo vazaram. E foram parar, vejam só, no colo de dois compositores que entendem mais de malandragem que muito advogado do Supremo: Noel Rosa e Wilson Batista.
A PRIMEIRA CONFUSÃO
Noel, recebendo a versão moderna, bateu o olho nas cláusulas e soltou um sorriso torto:
— Ora, se cada um se escala pra não ser, e o bastão só passa no último minuto, isso é mais samba que Constituição.
Resultado: Noel fez logo um samba com ironia elegante, cheio de síncopa e frase curta, que falava em “se livrar da Papuda” com o mesmo desdém com que falava da Vila Isabel sem bonde.
Já Wilson Batista, sempre mais direto e cabra da noite, recebeu a versão barroca, cheia de “mudar tudo pra nada mudar”. Meteu-lhe na batida dura do Estácio, e fez samba de breque com ameaça e deboche, prometendo que ninguém larga o poder, mas todo mundo dança.
O SEGUNDO MALANDRO
Quando os dois sambas foram parar no rádio, adivinhem quem bateu palmas? Os próprios autores do acórdão! Um aplaudia Noel, o outro aplaudia Wilson, e os dois diziam:
— Esse samba é meu retrato!
Até que os compositores descobriram a tramoia: tinham sido enganados, usados como testas-de-ferro para dar verniz popular a um acordo que não libertava ninguém — só perpetuava a esperteza oficial.
A VIRADA
Magoado, Noel chamou Wilson:
— Compadre, estamos na mesma. Fizeram de nós laranjas musicais.
E Wilson, cuspindo o cigarro:
— Então, vamos dar o troco.
E assim nasceu a parceria improvável: um samba com melodia de Noel, malícia de Wilson e autoria... assinada pelos dois políticos do acórdão.
No refrão, a vingança vinha embrulhada em malandragem: um samba que parecia elogio, mas era veneno em compasso ternário.
🎶 1. SAMBA AO ESTILO DE NOEL ROSA
(irônico, cotidiano, leve, Vila Isabel como pano de fundo)
🎵
Na Vila tem sempre um acordo,
no botequim tem Constituição,
o malandro assina com o dedo,
e o doutor carimba de salão.
Se dizem que a lei é moderna,
eu respondo com meu violão:
quem troca de terno na esquina
não troca jamais de intenção.
Refrão:
E o povo vai,
cantando no bonde sem trilho,
um sai da Papuda,
outro foge com brilho.
Na Vila é assim,
se muda o discurso,
mas nunca se muda
o dono do curso. 🎵
🎶 2. SAMBA AO ESTILO DE WILSON BATISTA
(duro, urbano, direto, com ginga de Estácio e breque)
🎵
Lá vem mais um acordo fechado,
no escuro da rua, no meio do jogo.
Prometeram cadeia vazia,
mas lotaram o bolso de novo.
(— Breque —)
Quem manda é quem grita,
quem cala apanha.
Se não passa o bastão,
ninguém ganha.
No batuque da noite eu avisei:
malandro não erra,
repete o que eu sei.
Refrão:
Trocam de cela,
mas não de muralha.
O truque é antigo,
a mentira não falha. 🎵
🎶 3. SAMBA DE PARCERIA APÓCRIFA
(mistura dos dois estilos, leveza de Noel + dureza de Wilson; autoria assinada pelos políticos do “Acórdão”)
🎵
Mudaram o discurso, pintaram de novo,
mas o mesmo retrato engana o povo.
De terno ou de tamanco,
quem dança é o chão,
no último minuto
se passa o bastão.
Refrão:
É samba de papel carbono,
com rubrica e testemunha no salão.
Um sai da Papuda,
outro foge de Curitiba,
mas no fim das contas
ninguém larga o violão.
(— Breque —)
E se o povo desconfia,
vai cantando devagar,
que promessa em compasso
é promessa pra não se cumprir no ar. 🎵
📰 CRÔNICA DE STANISLAW PONTE PRETA
O SAMBA DO ACÓRDÃO MALANDRO
Epígrafe
"No Brasil até o passado é incerto, quanto mais o futuro de um acordo em papel carbono."
Citação
“Mudar tudo para que nada mude” — Lampedusa, que nunca tomou chope na Lapa mas adivinhou o Brasil.
Pensamento ironicamente edificante
"A política brasileira é como samba de breque: para na hora errada, recomeça na hora errada, e ainda assim todo mundo dança."
Sugestão de ilustração
Uma caricatura já circulante nas redes sociais, onde Noel Rosa e Wilson Batista tocam cavaquinho e violão na calçada, enquanto dois personagens engravatados (com feições “genéricas” de políticos conhecidos) se escondem atrás de um cartaz escrito “ACÓRDÃO BOLSO-LULÃO – Assinatura a rogo”.
📌 Resumo
Um acordo político secreto, travestido de solenidade jurídica, vaza em duas versões diferentes: uma cai no colo de Noel Rosa, outra no de Wilson Batista. Cada um faz um samba zombando da esperteza oficial. Descobrindo-se enganados, Noel e Wilson se unem e compõem, em parceria, um terceiro samba — mas assinado, ironicamente, pelos próprios autores do acórdão.
📑 Fundamentação
A política como samba: O “Acórdão Bolso-Lulão” funciona como partitura de malandragem, em que cláusulas viram refrão e parágrafos viram breque.
O duplo vazamento: Noel recebe a versão moderna, responde com ironia cotidiana; Wilson, com a versão barroca, rebate em batida dura.
A vingança malandra: Enganados pelos dois políticos, os sambistas dão o troco compondo juntos — mas cedendo a autoria a quem nunca compôs nada além de promessas.
📚 Justificação
A crônica é justificada pelo princípio universal da sátira: quando a política se traveste de solenidade, a música popular revela sua nudez. E quando o povo canta, ainda que em deboche, entende mais de lei que muito jurista.
🔚 Conclusão
Na disputa entre poder e malandragem, quem perde é sempre a ingenuidade. Noel e Wilson souberam rir disso em samba; Stanislaw Ponte Preta, em crônica. E nós, leitores, bebemos a saideira: um brinde amargo e divertido ao eterno acordo que nunca muda nada.
📖 Fontes e Referências
Código Civil Brasileiro, art. 595.
Crônicas de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Obra musical de Noel Rosa e Wilson Batista (referência estilística).
O Leopardo (Giuseppe Tomasi di Lampedusa).
Memória popular e oralidade das rodas de samba.
⚰️ Epitáfio
"Ninguém fica para semente nesta terra de ninguém: nem político, nem cronista, nem sambista. O que sobra é o eco do pandeiro e a gargalhada da plateia."
📝 NOTA DA REDAÇÃO
"A presente edição, que deveria ter vindo a lume no raiar de ontem, só hoje sai às ruas porque o nosso tipógrafo, entusiasmado com o samba de breque, confundiu o compasso do pandeiro com o freio do trem da Central. Assim, atrasou-se a composição das linotipos, que chegaram à oficina dançando miudinho e rimando em dó maior. Roga-se aos distintos leitores a devida paciência, pois a culpa, como sempre, é da malandragem nacional, que samba até nos trilhos."
sábado, 30 de agosto de 2025
Crise e mal-estar, por Marco Aurélio Nogueira
O Estado de S. Paulo
Falta, no Brasil atual, uma força democrática que se qualifique para apresentar um amplo programa de reformas para a sociedade
Não é nova a percepção de que a vida moderna traria consigo ondas seguidas de mal-estar. Freud se referiu a isso em O mal-estar na civilização, no qual enfatizou que os indivíduos modernos reprimiriam (ou sublimariam) seus desejos e vontades (sua liberdade) para não contestar a segurança e as normas sociais.
No início dos anos 90, o filósofo Charles Taylor revisitou o tema, para se referir ao “desconforto” que haveria nas sociedades modernas, invadidas pelo lado sombrio do individualismo e pela afirmação de um egocentrismo avesso ao interesse pelos demais. Mais tarde, Zygmunt Bauman aproveitou a tese de Freud para constatar que “o mal-estar na pós-modernidade” viria do fato de que os indivíduos se soltam de sua segurança para abraçar dimensões crescentes de liberdade, com as quais não sabem o que fazer.
Hoje, saturados pela oferta abundante de informações, mercadorias, ondas de prazer fugaz, redes sociais tóxicas, os indivíduos não sabem em que portos ancorar, atordoados pela insegurança existencial, pelo desemprego estrutural, pela miséria de muitos, pelo vazio de utopias e perspectivas políticas. A sociedade está viva, mas parece doente, como se não soubesse aproveitar o que tem de bom, a começar da sua força cultural, energética, ambiental. O mal-estar social incomoda e paralisa o País. Invade a relação da população com o Estado. Alimenta o populismo de extrema direita, com sua demagogia “patriótica”, agora desmentida ostensivamente pelas estripulias agressivas de Trump.
Assim como o conceito de crise, mal-estar é expressão escorregadia. Ambas sugerem desgaste, disfuncionalidade sistêmica, desorganização, paralisia, desconforto, sofrimento. Referem-se a situações que podem afetar uma sociedade inteira. Crises (políticas, econômicas, morais, éticas) reverberam, atingem o mercado, a governança, os cálculos eleitorais, o bem-estar da população, a democracia.
O Brasil está hoje num momento estranho, analítica e politicamente desafiador. Ora parece uma bomba prestes a ser detonada. Ora entra em aparente normalidade, que logo se desfaz. Há bastante gente participando do jogo político miúdo, mas os times mal se compõem e não têm liderança. Difícil captar o que virá da política, como se um véu recobrisse tudo.
Os Poderes podem muito, mas não dirigem. Os problemas se acumulam. As relações entre o Executivo e o Legislativo estão sem sintonia, colidem entre si e com o Judiciário. Os partidos não organizam nem interagem com a sociedade. Os campos políticos e ideológicos estão cortados por desentendimentos. A disposição acentuada para o confronto político é o vetor que mais se manifesta. Faltam moderadores e construtores de consensos.
Há muitas pessoas indignadas, revoltadas, confusas, propensas a buscar um “salvador” ou descrentes de tudo, a começar da política, dos políticos e dos governos. Há muitas vozes, mas pouca coordenação. Muito medo, raiva e ódio, pouca disposição para o diálogo.
As atitudes e medidas de Trump prejudicam nossa economia e agridem o Estado brasileiro. A extrema direita saúda a bandeira dos EUA e bate continência para ela. Eduardo Bolsonaro conspira abertamente nos EUA. A insensatez é completa, exibida em nome do combate ao “comunismo” e a um “sistema viciado”.
O bolsonarismo age com estridência e contestação generalizada, e, com isso captura muitos descontentes. Não se sabe o fôlego que terá com Bolsonaro na prisão. Uma possibilidade real é que navegue na onda trumpista e se marginalize, o que incentivará a direita a dele se afastar. Mas isso não é certo. Seus seguidores batem bumbos que são ouvidos pelos setores conservadores radicalizados.
Se uma centro-direita pósbolsonarista surgir, ela poderá se afirmar de modo competitivo. Sabendo dosar sua postulação e atuar com inteligência, terá como se converter em fator de agregação política alternativa, capaz de apresentar um plano de governo para repor o País nos trilhos e dissolver a polarização.
O terreno está dado. Exige passos largos, e não há, no Brasil, boas lideranças políticas, nem uma população disposta a se engajar na política. Com o governo Lula entregue a manobras eleitorais, restringido por compromissos que não lhe dão rumo, o mal-estar tende a se manter.
Quando diferentes crises se entrecruzam, sua gravidade aumenta. Pode não ocorrer um desfecho e os estragos irem se normalizando, com o mal-estar se tornando parte da vida e a sociedade ir sangrando lentamente.
Os motores eleitorais estão a esquentar. Políticos pragmáticos se movimentam. Não há como afirmar que evoluirão a ponto de fornecer saídas para o País. O fato é que falta, no Brasil atual, uma força democrática (liberais, socialistas, socialdemocratas) que se qualifique para apresentar um amplo programa de reformas para a sociedade.
A esquerda democrática, hoje atarantada, deveria dar sua contribuição, no mínimo apresentando um desenho estratégico de País. Pouco adianta ter combatividade com intransigência e mãos vazias, sem admitir que o mundo mudou e novas ideias são indispensáveis.
revistapiaui
•
Áudio original
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revistapiaui
13 h
Repórter independente que virou alvo da censura na China, Jiang Xue é um das atrações do Festival piauí de Jornalismo, no próximo final de semana.
Último lote de ingressos. Clique nos stories ou no link da bio para comprar.
Edição de Imagens: Giovanna Silveira
Narração: Pedro Tavares
https://www.instagram.com/reel/DN-ywzgjVV-/?igsh=a201c3R5aTFobXgz
Fora do jogo
Caso Bolsonaro permite vislumbre da liquefação política brasileira
Por José Casado
Atualizado em 29 ago 2025, 14h59 - Publicado em 29 ago 2025, 06h00
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/fora-do-jogo-2/
Aos 70 anos, Jair Bolsonaro teme o futuro. Ele bate à porta da sua confortável casa em Brasília, na terça-feira (2/9), onde está confinado e vigiado por ordem do Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro tem bons motivos para sobressaltos. Aguarda em prisão domiciliar uma sentença judicial que pode obrigá-lo a atravessar o resto da vida recluso e marginalizado do jogo político-eleitoral. É acusado de crimes contra a Constituição — entre eles, tentativa de golpe de Estado —, com três dezenas de aliados civis e militares. O julgamento no STF é o epílogo da aventura desse grupo político mambembe para se manter no poder, depois da derrota na eleição presidencial de 2022.
São notáveis alguns aspectos do retrato de Bolsonaro apresentado por seus defensores, que devem ser realçados nessa fase final do julgamento no STF. Nada tem a ver com o veemente presidente instigando desobediência civil ao Judiciário e o confronto com juízes “canalhas”, ou o truculento candidato incitando a aniquilação de adversários “petralhas” liderados por “ladrão”, “vagabundo”, “pinguço”…
No processo, ele é descrito quase como personagem de uma fábula, que poderia começar assim: “Era uma vez um pobre coitado presidente da República, que vagava deprimido, combalido e débil pelas salas e jardins do Palácio da Alvorada, em Brasília, depois de perder a eleição de 2022…”. É o que diz a versão do próprio Bolsonaro nos autos, construída com base nos depoimentos de testemunhas de defesa sobre a sua situação emocional nas semanas de efervescência golpista. Depois da derrota nas urnas, ele escolheu se isolar e permaneceu as semanas finais do governo em “profunda tristeza”, “cabisbaixo”, “monossilábico”, “deprimido”, “desgastado”, “debilitado”, “doente e com dores”.
Nada disso, ressalva a acusação, atropelou o ânimo do então presidente para se reunir inúmeras vezes com aliados e discutir alternativas de um golpe de Estado. Essa ideia foi recorrente, quase uma fixação, em discursos de Bolsonaro durante os 28 anos em que foi deputado federal.
“Caso Bolsonaro permite vislumbre da liquefação política brasileira”
Na Câmara nunca foi punido, nem quando sugeriu fuzilar o presidente da República. Foi protegido com a blindagem corporativa, aplicada até a caso de réu por assassinato — como mostrou a Câmara ao se recusar a cassar um antigo aliado de Bolsonaro, o deputado Chiquinho Brazão, acusado de mandar fuzilar a vereadora Marielle Franco no centro do Rio.
Na primavera de 2022, no Alvorada, desenhou-se anulação do resultado das urnas, instauração de junta provisória de governo, deposição ou prisão de juízes do Supremo e, eventualmente, nova eleição. Foi encontrado um plano de assassinato dos adversários eleitos, Lula e o vice Geraldo Alckmin, e, também, do juiz Alexandre de Moraes, que presidia o Tribunal Superior Eleitoral.
Autor confesso, o general Mário Fernandes era secretário-executivo da Presidência da República. No tribunal, ele definiu o projeto de triplo homicídio por motivos políticos como se dissertasse sobre um cândido aprendiz da arte de matar: “Um pensamento meu que foi digitalizado; um compilar de dados; um estudo de situação meu; uma análise de riscos que fiz e, por costume próprio, resolvi digitalizar…”. Imprimiu cópia no palácio, na sala ao lado de onde estava Bolsonaro. Foi somente “para não forçar a vista” na leitura do prospecto com o título “Punhal Verde Amarelo” numa tela de telefone ou computador. O que aconteceu depois? “Rasguei. Não compartilhei esse arquivo com ninguém.”
Não se encontra em Brasília um político capaz de apostar em outro desfecho no STF que não seja a condenação de Bolsonaro e dos civis e militares associados na intolerância com a divergência política. Já é o segundo ex-presidente em prisão domiciliar. Fernando Collor cumpre em casa, em Maceió, pena de oito anos e dez meses por corrupção em contratos na Petrobras. É um caso raro de punição na Lava-Jato confirmada pelo STF, que tende a balizar a sentença de Bolsonaro.
Esse julgamento acende luzes sobre a disfuncionalidade das instituições num país que somente nos últimos sete anos prendeu tantos ex-presidentes quanto havia aprisionado nos primeiros 129 anos da República. Desde 2018 foram presos quatro ex-chefes de Estado: Michel Temer, Lula, Fernando Collor e Jair Bolsonaro. Em quatro décadas desde a redemocratização, dois presidentes foram derrubados, e pedidos de impeachment contra o governo e o Judiciário viraram rotina no Congresso. O caso Bolsonaro permite um vislumbre da liquefação política brasileira.
Publicado em VEJA de 29 de agosto de 2025, edição nº 2959
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/fora-do-jogo-2/
Jazz 6 | Programa Instrumental Sesc Brasil
Instrumental Sesc Brasil
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27 de ago. de 2018
A idéia de formar o grupo se deu através de uma apresentação informal em um Café de Porto Alegre, reunindo músicos com gosto comum pelo jazz instrumental e a bossa nova. A partir de sua primeira apresentação, o grupo começou a receber diversos convites para shows nos mais variados locais. O grupo surpreende pelo improviso e desenvoltura ao mesclar o estilo jazzístico ao balanço brasileiro, em uma mistura de muito bom gosto.
Ficha técnica:
LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
saxofone
LUIZ FERNANDO ROCHA
trompete e flugelhorn
EDSON DE LIMA ESPINDOLA
bateria
ADÃO PINHEIRO
piano
JORGE GERHARDT
contrabaixo elétrico
Repertório
0:56 - FOUR (Miles Davis)
6:27 - SAMBA DE VERÃO (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)
12:15 - FANTASY FOR DRUMS (Ray Lewis)
17:46 - DON'T GET AROUND MUCH ANYMORE (Duke Ellington)
24:53 - TAKE A TRAIN (Duke Ellington)
30:55 - A RÃ (João Donato e Caetano Veloso)
36:19 - HERE'S THAT A RAINY DAY (Jimmy Van Heusen e Johnny Burke)
41:52 - BLUE MONK (Thelonious Monk)
48:00 - BLUES FOR IG (Carry Campbell)
Captação / Mixagem Show
TUKASOM
Trilha Sonora Vinheta / Mixagem PGM
ESTÚDIO TRILHA ORIGINAL
PRODUÇÃO
CANAL INDEPENDENTE
Operador de Vídeo
HÉLIO LAURENTINO SHULTES
Coordenador de Unidade Móvel
RENATO VATEZECK
Supervisão de Operações
RICARDO VATEZECK
Operador de Áudio
ANDERSON GALDINO
Operador de VT
REINALDO ROCHA
Assistente de Câmera
JOSÉ CAMPOS DE DEUS
RONALDO DAS GRAÇAS DE CARVALHO
ANTONIO DA SILVA
WALTER LAURENTINO SHULTES
FÁBIO GOUDET
Operador de Câmera
DIEGO KARMANN
RENE GUARILA
CARLOS TRAVAGLIA
LUIS CARLOS CURY
Equipe de Externa
Câmera
JOSÉ ELIAS DA SILVA
Assistente de Câmera
CARLOS ROBERTO SILVA JARDIM
Transporte
TRANSFER CLASS
Cenografia
ZÉ CARRATU
Assistente de Iluminação
ALBERTO GONÇALVES DE SOUZA
Edição de imagem/Videografia
FLÁVIO BRANT ALVIM
JÚLIO BOAVENTURA
Produção
BRUNA PACHECO
Pesquisa
CLAUDIA ORTIZ
Edição de Texto
IGOR DELION
Narração e Entrevista
PATRICIA PALUMBO
Diretor de TV
MARCELO AMIKY
Direção Artística e de Fotografia
MAX ALVIM
Direção Geral
CARLOS ZEN
Agradecimentos:
ROBERTO BRUZADIN
SESC AVENIDA CONSOLAÇÃO
Coordenação de Programação
FLÁVIA MIARI BOLAFFI
Iluminação de Palco
ANA CRISTINA ROMITELLI
Sonorização
RENATO YOSHINAGA
Equipe Técnica
CAROL RIBAS
LUIZ FERNANDO FIGUEIREDO
TIAGO DE SOUZA
CRISTINA FONGARO PERES
Gerente Adjunta
PATRÍCIA PIQUERA VIANNA
Gerente
FELIPE MANCEBO
GERÊNCIA DE AÇÃO CULTURAL
Assistente Área de Música
HENRIQUE RAMOS RUBIN
SÉRGIO PINTO
Gerente Adjunto
FLÁVIA ANDREA CARVALHO
Gerente de Ação Cultural
ROSANA PAULO DA CUNHA
SESCTV
Produção
CLÁUDIA DIAS PEREZ
VALÉRIA MARIA GIANNOCCARO
Coordenador de Produção
ANTÔNIO ARANHA
Coordenador de Programação
JULIANO DE SOUZA
Direção de Programação
REGINA GAMBINI
Direção Executiva
VALTER VICENTE SALES FILHO
Superintendente Técnico-social
JOEL NAIMAYER PADULA
Superintendente de Comunicação Social
IVAN GIANNINI
Diretor Regional SESCSP
DANILO SANTOS DE MIRANDA
Realização
SescTV
https://www.sesctv.org.br
---
Show que ocorreu no Teatro Anchieta do Sesc Consolação dia 07/11/2011
• site oficial: https://www.instrumentalsescbrasil.or...
• assista aos shows ao vivo pelo / sescsp
Inscreva-se no canal / sescsp e fique por dentro de toda a programação que acontece nas unidades do Sesc no estado de São Paulo.
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Momentos importantes
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Transcrição
ELEMENTOS BÁSICOS DO JOGO
NOÇÕES SOBRE TEMPO
57
(Diagrama do tabuleiro com legenda: Lance das brancas)
As brancas têm à sua disposição os lances: 1. e1–d2 e 1. f2–e3 que faz troca da pedra.
Suponhamos que as brancas escolhem a primeira continuação:
e1–d2 a7–b6
d2–c3 b6–c5
E as pretas ganham.
Vejamos a segunda continuação:
f2–e3 f4 × d2
e1 × c3 a7–b6
c3–b4
E agora ganham as brancas.
O que é que houve? No caso primeiro, a pedra e1 chegou à casa c3, fazendo dois lances e1–d2 e d2–c3; no segundo caso saindo da mesma casa, a pedra branca chegou à casa c3, fazendo somente um lance e1 × c3. Neste último caso as brancas economizaram um lance para atingir a casa c3, ou, falando em termos técnicos, se diz que ganharam tempo.
(Concertação civilizada X Consertação caótica 👆Editorial Estadão)
O veneno da antipolítica
O Estado de S. Paulo
Pesquisa mostra que frustração com a política dita tradicional abre espaço para ‘outsiders’ que oferecem salvação, mas entregam desordem. País precisa da política e de políticos sérios
A história republicana do País demonstra que a supremacia da emoção sobre a razão abre um perigoso espaço, de tempos em tempos, para a ascensão de aventureiros políticos. Na atual quadra, a insatisfação popular com a chamada “classe política”, associada ao desgaste provocado pela polarização tão virulenta quanto estéril entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro, abriu uma avenida para os chamados outsiders, aqueles que se apresentam como elixir contra um “sistema” que supostamente degrada tudo o que toca. A tentação de seguir essa gente, como bem se sabe, é grande. Mas é também perigosa.
Uma pesquisa Genial/Quaest realizada entre os dias 13 e 17 deste mês, à qual o jornalista César Felício, do Valor Econômico, teve acesso, revelou que 27% dos eleitores consideram ideal para o Brasil, em 2026, a eleição de “alguém de fora da política” para a Presidência da República. Já para 28% o melhor cenário é a reeleição de Lula, ante 19% que acreditam que o melhor para o País é a vitória de Bolsonaro, malgrado o ex-presidente estar inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Trata-se da comprovação estatística de que cresce na sociedade uma “demanda por novidade”, como salientou Felício. Essa “novidade” confunde-se com a negação da política. Isso deveria preocupar todos os que, como este jornal, têm compromisso inarredável com os valores democráticos e princípios republicanos.
O apelo dos outsiders não é fruto da irracionalidade do eleitor. É apenas o termômetro de uma patologia social à qual não deu causa: o descaso de políticos profissionais pelos reais anseios da sociedade. Parlamentares e governantes, ao priorizarem seus interesses pessoais e partidários em detrimento das necessidades prementes da população, afastam-se da missão essencial de exercer o poder com responsabilidade e espírito público. Diante disso, pouco resta ao eleitor a não ser pautar suas decisões pela descrença. O erro, portanto, não é do eleitorado, mas daqueles que traem o mandato por enxergarem a política como patrimônio, não como serviço.
Convém lembrar: não há solução civilizada fora da política. Rejeitar a política é abrir caminho para a barbárie e para o arbítrio. A política, com todas as suas imperfeições, é a única via de concertação civilizada entre a miríade de interesses em jogo numa sociedade complexa como a brasileira. Não é por outra razão que a Constituição estabelece a filiação partidária como condição de elegibilidade. Mas outsiders, por definição, são incontroláveis. Ao não se submeterem às regras escritas e não escritas que regem a vida pública, em particular a vida partidária, transformam a atividade política em terreno instável, hostil ao debate democrático e nocivo ao desenvolvimento político, social e econômico do País.
Os partidos políticos, por sua vez, ao invés de se fortalecerem como instituições que filtram, preparam e disciplinam lideranças públicas, têm se deixado capturar pelo canto de sereia das candidaturas oportunistas. Movidos pelo desejo imediato de conquistar o poder – e ter acesso a nacos cada vez mais robustos do Fundo Partidário –, oferecem legenda a figuras notoriamente desqualificadas para a política, mas que, por seu apelo midiático ou carismático, acabam capturando atenções e passam a submeter a máquina partidária a seus desígnios pessoais. O resultado é a degradação do próprio modelo de representação política democrática.
Os outsiders não são prejudiciais apenas para as legendas, mas sobretudo para o País. A curtíssimo prazo, os choques que buscam dar nas instituições e nos modelos de governança podem até gerar resultados que vão ao encontro dos anseios daqueles que os elegeram. Mas a imprevisibilidade e o personalismo logo cobram seu preço. Afinal, como fazer negócios e prover segurança jurídica a cidadãos e empresas em um ambiente sem regras estáveis, vale dizer, suscetível aos humores do governante de turno?
A antipolítica nunca foi solução para nossas mazelas. É veneno. O Brasil precisa de líderes capazes de resgatar a confiança da sociedade na política como instrumento de mudança. A alternativa a isso é a aventura – e aventureiros, como a experiência comprova, só trazem desordem e frustração.
Porteira aberta para o crime
Cuidar de idosos
20 h
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Uma homenagem ao querido escritor LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO, numa impecável interpretação de Marcos Nanimi.
Vai com Deus, mestre das crônicas 🫶🏻
Luis Fernando Verissimo: o humorista que mudou o Brasil -
domingo, 31 de agosto de 2025
Luis Fernando Verissimo falava muito pouco, mas fazia o Brasil inteiro rir, por Ruy Castro
Folha de S. Paulo
Cronista criou estilo único inspirado nos mestres americanos e conquistou com a sua observação elegante do absurdo cotidiano
Luis Fernando Verissimo surgiu no Caderno B do Jornal do Brasil ao mesmo tempo em que, nos Estados Unidos, Woody Allen, já famoso no cinema, se revelava como humorista pela New Yorker. O ano era 1974 e, para alguns, a identidade de estilos era óbvia.
Assim como Woody, Verissimo se punha na posição do observador que via o ridículo ou o absurdo com grande naturalidade. Também como Woody, ele não buscava a gargalhada, mas o riso silencioso. E seus personagens, assim como os de Woody, eram homens e mulheres nascidos não para, mas um contra o outro.
O texto era elegante e conciso, bem diferente do coloquialismo barroco de Nelson Rodrigues e da ferina objetividade de Millôr Fernandes, os dois cronistas mais ativos da época.
Mas Verissimo não devia nada a Woody Allen. A semelhança entre eles se dava por terem em comum as mesmas matrizes —os também americanos Robert Benchley, morto há 80 anos, e S. J. Perelman, que morreu em 1979.
Apesar de vigente nos Estados Unidos desde princípios do século 20, ninguém fazia esse humor no Brasil. Verissimo foi pioneiro —ele próprio se definia como um brasileiro que escrevia "em americano traduzido". Hoje, esse tipo de humor está presente, sem a mesma qualidade, na maioria dos que praticam a comédia stand-up por aqui.
Sem querer, e justamente por admirar o autor, atrasei em um ano a consagração de Verissimo. Em fins de 1975, o Jornal do Brasil criou a Domingo, a primeira revista semanal colorida dentro de um jornal, e seu editor-executivo —eu— quis Verissimo em suas páginas.
Com isso, ele deixou de publicar no jornal, de alcance nacional, e passou a sair só na revista, que, no começo, circulava apenas nos exemplares que se destinavam ao Rio de Janeiro. E assim, durante algum tempo, Verissimo foi um privilégio dos cariocas. Quando foi reincorporado ao jornal, o Brasil o descobriu —e se apaixonou.
Ele conseguiu a proeza de fazer o país rir com um personagem de forte sabor regional, o analista de Bagé. Outra de suas criações, a velhinha de Taubaté —a última pessoa no Brasil a continuar acreditando no regime militar— nos lavava semanalmente a alma. Minha favorita, no entanto, era uma que ele explorava pouco, a ravissante Dorinha Doravante, a socialite socialista, que escrevia ao cronista cartas deliciosamente cínicas.
Verissimo também desenhava (na minha opinião, muito bem) e construiu pequenas grandes sagas em quadrinhos.
O Hexa-Fake de Verissimo
O Brasil começou a ganhar Copas em 1958, na Suécia. Pelé tinha 17 anos, o país descobria que podia ser campeão do mundo, e parecia que tínhamos inventado uma maneira nova de jogar bola: atravessar o tabuleiro inteiro em um lance só, como no livrinho de damas. A vitória foi tão natural que parecia inevitável. O mesmo efeito que um dia Luis Fernando Verissimo teria nas crônicas: você lia e pensava “mas é claro que era isso”. Só que ninguém tinha escrito antes.
Em 1962, no Chile, Garrincha resolveu sozinho. Bebeu, riu, driblou, ganhou. Um cronista faria o mesmo nas páginas de jornal: driblava ministros, generais, poderosos — e quando se davam conta, já estavam ridicularizados sem entender como. Garrincha desequilibrava com a bola, Verissimo com a ironia. Os dois deixavam o adversário olhando para o nada.
Em 1970, no México, a Seleção virou literatura: Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho. Cada jogada era uma frase. Cada passe, uma vírgula. E o gol, ponto final. O futebol mais bonito do mundo parecia escrito por Drummond em chuteiras. Verissimo, na mesma época, já fazia o contrário: crônicas que pareciam futebol. Curtas, elegantes, coletivas. Era como assistir um ataque brasileiro em papel jornal.
Em 1994, em Pasadena, Romário decidiu. Pequeno, econômico, certeiro. “Me dá a bola que eu resolvo.” Verissimo poderia ter dito: “Me dá o tema que eu escrevo.” Romário fazia gols curtos; Verissimo fazia piadas curtas. Ambos com a mesma arrogância tranquila de quem sabia que ia acertar. E acertavam.
Em 2002, Ronaldo renasceu. Depois das cirurgias, das piadas, da desconfiança. Voltou, marcou oito gols, deu o penta. Verissimo também renascia toda semana: cada domingo uma crônica nova, fresca, como se fosse a primeira. Ronaldo sorria sem dente, Verissimo sem alarde. Dois gênios discretos, com resultados escandalosos.
E aí veio 2014. Sete da Alemanha, um nosso. Mas, para Verissimo, teria sido simples:
“A Alemanha não fez sete gols. Fez cinco. Os dois últimos foram de cortesia. Só estavam cobrando os cinco títulos que já tínhamos levado antes. O brasileiro, como sempre, só percebeu quando já estava no cheque especial.”
No fim das contas, os cinco primeiros gols de Belo Horizonte foram os juros atrasados da nossa história de glórias. Felipão, gaúcho como Verissimo, não merecia crucificação: foi apenas o caixa que entregou o recibo.
Mas, se falamos em Copas, não dá para esquecer de 1950, a estrela que não veio. O Maracanazo, o trauma do quase. E é aí que Verissimo entra em campo de novo. Décadas depois, viveu o seu próprio “Maracanazo literário”: o texto Quase, que rodou a internet com sua assinatura sem nunca ter sido dele. Virou francês — Presque — e foi parar em antologia ao lado de Clarice, Drummond e Bandeira. Um título mundial que nunca jogou. Até que apareceu a verdadeira autora, Sarah Westphal, estudante de Medicina de Florianópolis, que escreveu o texto “inspirada por um menino que não a namorou, mas quase”. Verissimo não se ofendeu: riu, agradeceu e comentou que a moça já começava a carreira traduzida em Paris. Um “quase” de amor, um “quase” de autoria, um “quase” que virou piada.
E assim, com cinco Copas reais e um título fantasma, chegamos ao nosso Hexa-Fake. O futebol nos deu glórias e vexames, Verissimo nos deu o riso que transforma glórias e vexames na mesma coisa: matéria de crônica. No céu, Pelé arma, Garrincha dribla, Ronaldo corre, Romário finaliza. E Verissimo, com a caneta, escreve a legenda:
— “Quase ganhamos seis Copas. Mas já está bom. Quem tem cinco estrelas e um Presque não precisa de mais nada.”
sábado, 30 de agosto de 2025
O que aconteceu de verdade
Pergunta retórica aos deuses e tribunais.
10 ANOS DO 7 A 1 NO MINEIRÃO
Lavadeiras, 1947
Fayga Ostrower
linóleo sobre papel
Ensaboa - Marisa Monte
Túlio Villaça
Música
1 músicas
Ensaboa / Lamento da Lavadeira / Colonial Mentality / Marinheiro Só / a Felicidade / Eu Sou Negão
Marisa Monte
Mais
🗞️ EXTRA! EXTRA!
“Verissimo sobe a rampa do céu: cronista pede mesa perto do bar, samba e bandeira colorada na varanda!”
📌 Comentário fixado no alto da live:
“O placar real foi 3 a 1 — e a eternidade assinou embaixo.”
🎥 Live do Céu – Ala dos Compositores
(Transmissão improvisada pela rampa esquerda da eternidade)
📍 Cenário: Noel Rosa de chapéu, Wilson Batista de terno branco e sapato bicolor, puxando o coro. Atrás deles, uma massa de colorados — todos de vermelho, bandeirolas e a velha corneta de arquibancada. Um cartaz improvisado anuncia: “Seja bem-vindo, Verissimo – setor social, cadeira cativa, ala da ironia”.
Noel Rosa (sorrindo irônico):
“Chegou o cronista que transformou derrota em piada — e, convenhamos, isso dá mais samba que vitória!”
Wilson Batista (mais ácido):
“Pois é, Noel... aqui a gente não tem 7 a 1, mas tem 7×7 rodas de samba. Pelo menos, ninguém perde, todo mundo empata no gogó.”
Torcida Colorada (em coro):
“Ô Verissimo chegou, ô ô / Vai escrever no tamborim / Que perder de dez é melhor que ganhar de um a zero assim!”
Verissimo (ajeitando os óculos, discreto, com aquele ar meio encabulado de quem nunca quis ser centro das atenções):
“Me trouxeram pela rampa errada. Pensei que fosse o Beira-Rio e já ia perguntar pelo juiz. Mas, se aqui tem samba, bandeira vermelha e ironia, então é o lugar certo.”
Noel e Wilson (em uníssono, batucando no pandeiro):
“Agora o cronista é parceiro da ala / Vai rimar derrota com carnaval / E fazer do Inter um enredo imortal.”
‘O placar real foi 3 a 1’: relembre a crônica histórica em que Verissimo analisou o 7 a 1
Escritor usou do bom humor para tentar explicar a maior tragédia do futebol brasileiro
Luis Fernando Verissimo, escritor
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imagem cameraEscritor Luis Fernando Verissimo (Foto: Rodrigo W. Blum / Divulgação Unisinos)
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Marcus Vinicius Alves Dantas
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 30/08/2025
11:49
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A morte do escritor Luis Fernando Verissimo, na madrugada deste sábado (30), fez com que leitores e fãs de futebol em todo o país resgatassem suas obras mais marcantes. Uma das mais lembradas é, sem dúvida, a crônica de Verissimo sobre o 7 a 1, publicada no jornal "O Globo" em 10 de julho de 2014, dois dias após a derrota histórica para a Alemanha na Copa do Mundo.
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O texto "Os seis minutos" é um exemplo perfeito da capacidade do autor de usar o humor e a ironia para analisar uma tragédia nacional.
Relembre a crônica 'Os seis minutos' de Luis Fernando Verissimo na íntegra
A primeira coisa a fazer, já que o Thiago Silva não poderia jogar, era apresentar o David Luiz ao Dante. Os dois conversariam, talvez num jantarzinho, trocariam confidências e fotos das crianças, e combinariam como jogar contra os alemães. Aparentemente, isto não aconteceu. Quando David Luiz e Dante finalmente se conheceram, se apertaram as mãos (“muito prazer”, “muito prazer”, “precisamos nos encontrar!”) já estava cinco a zero para a Alemanha.
Outra coisa: houve uma confusão nas convocações. O Felipão chamou o Fred do ano passado, um dos melhores jogadores da Copa das Confederações, e quem apareceu foi o Fred deste ano, claramente um impostor. Ninguém se lembrou de checar sua documentação. E o Felipão não poderia saber que tinha convocado o Fred errado.
Outro azar: a partida ter terminado em 7 a 1. Até os 7 a 1 foi um desastre, um vexame, um escândalo — tudo que saiu nos jornais. Mas ainda estava dentro dos limites do concebível. Era cruel, era difícil de engolir, mas era um escore até com precedentes, inclusive na história das Copas. Mas se os alemães tivessem feito mais três gols, apenas mais três, entraríamos no terreno do fantástico, do inimaginável, da galhofa cósmica. A única reação possível a um 10 a 1 seria uma grande gargalhada, que nos salvaria do desespero terminal. Nada mais teria sentido no mundo, portanto nada mais nos afligiria, e todos estariam perdoados, inclusive o Felipão e a CBF, absolvidos pelo ridículo. Mas não tivemos nem a benção de perder de 10.
Proponho o seguinte consolo: vamos descontar aqueles seis minutos em que o alemães fizeram quatro gols como uma invasão do sobrenatural. Uma espécie de catatonia coletiva, de origem desconhecida, que paralisou nosso time. Os quatro gols marcados durante os seis minutos de inconsciência só de um lado, portanto, não valeram. O escore real, livre de qualquer intervenção extrafutebol, foi 3 a 1. Um escore respeitável, com o qual todos poderemos viver.
E Argentina e Alemanha farão a grande final, no domingo. Todos torcendo pela América contra a Europa, nossos irmãos continentais contra os nossos algozes, nossos co-colonizados contra os senhores do mundo etc. A esta altura, só nos resta a hipocrisia.
O gênio da crônica e a paixão pelo Inter
Um dos maiores nomes da literatura brasileira moderna, Luis Fernando Verissimo marcou gerações com suas crônicas repletas de humor e ironia. Autor de clássicos como "O Analista de Bagé" e "Comédias da Vida Privada", ele tinha no futebol uma de suas grandes paixões e fontes de inspiração. Torcedor fanático do Internacional, contrariando o pai gremista, Erico Verissimo, dedicou ao clube o livro "Internacional: autobiografia de uma paixão". O escritor, que faleceu na madrugada deste sábado (30) aos 88 anos, deixa um legado inestimável para a cultura e para a forma como o esporte é retratado na literatura do país.
Luiz Fernando Verissimo, torcedor do Internacional. (Foto: Ricardo Chaves/Agência RBS)
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6 ANOS DO 7 + 1,80% NO TRIBUNÃO
Ministra afasta bloqueio determinado nas contas de Minas Gerais
A decisão leva em conta as iminentes e diárias obrigações financeiras de responsabilidade do estado e a demonstração da plausibilidade das razões apresentadas.
27/02/2018 21:30 - Atualizado há 1 ano atrás
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar para reverter o bloqueio de R$ 122 milhões da conta do Estado de Minas Gerais no Banco do Brasil por conta de pendências quanto ao refinanciamento da dívida estadual. Na Ação Cível Originária (ACO) 3108, a relatora entendeu que os requisitos para o deferimento da tutela estão evidenciados, em razão das iminentes e diárias obrigações financeiras de responsabilidade do estado e da demonstração da plausibilidade das razões apresentadas na petição inicial.
Segundo o relato do Estado, no dia 23 de fevereiro a Secretaria do Tesouro Nacional encaminhou ofício ao Banco do Brasil determinando o bloqueio e repasse de R$ 122 milhões da conta do Tesouro Estadual. O motivo seria a existência de pendência formal na documentação enviada com vista a aderir ao regime de recuperação fiscal relativo ao refinanciamento da dívida com a União. A pendência é relativa à necessidade de desistência de ações judiciais a fim de aderir ao contrato de renegociação. A Secretaria do Tesouro Nacional alegou pendência na desistência do Mandado de Segurança (MS) 34122, na qual se discutem o juros pactuados no contrato, ação na qual há liminar concedida pelo STF.
O Estado de Minas Gerais alega que o pedido de desistência do mandado de segurança foi homologado pelo STF em 15 de fevereiro. Relata ainda haver ofícios contraditórios da Secretaria do Tesouro Nacional em 23 de fevereiro, simultaneamente concedendo prazo de 60 dias para regularização da inconformidade (pendências formais em documentações) e determinando ao Banco do Brasil o bloqueio “de expressiva importância de recursos estaduais (aproximadamente R$ seis bilhões), inclusive com o repasse de parte do montante para o tesouro federal (aproximadamente R$ 121 milhões)”,
“O quadro delineado na [petição] inicial aponta para divergência interna em órgãos da administração federal, a sugerir choque de entendimentos e ações apto a quebrar a relação de confiança e segurança jurídica razoável”, afirma a ministra Rosa Weber. Ela afirma que o caso traz situação de extrema gravidade, implicando risco de inviabilização de pagamentos e obrigações financeiras fundamentais como salários de servidores e demais gastos com serviços essenciais.
A ministra observou ainda que se trata de conduta reiterada da União, que fora objeto de análise anterior pelo ministro Luiz Fux na ACO 2981, referente ao Estado do Rio de Janeiro.
A liminar da relatora determina para que a União se abstenha de exigir valores e devolva à conta do Tesouro Estadual o valor de R$ 122 milhões, além de outros depósitos eventualmente bloqueados sob os mesmos fundamentos. Determinou ainda a intimação da União para contestar o feito e se manifestar sobre o interesse de envio da causa à Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal.
FT/CR
Leia mais:
22/02/2018 – Nova liminar evita bloqueio de R$ 507 milhões das contas do Rio de Janeiro pela União
Romeu Zema, do Novo, é eleito governador de Minas Gerais
Zema venceu com 71,80% dos votos válidos, com 100% das urnas apuradas. 'A partir de agora eu deixo de ser o candidato de muitos para me tornar o governador de todos', disse o novo governador.
Por Humberto Trajano e Raquel Freitas, G1 Minas — Belo Horizonte
28/10/2018 18h52 Atualizado há 6 anos
Romeu Zema (Novo) é eleito governador do Minas Gerais
Romeu Zema (Novo) é eleito governador do Minas Gerais
O candidato Romeu Zema, do partido Novo, foi eleito neste domingo (28) o novo governador de Minas Gerais. O candidato do Novo, vencedor do 1º turno, voltou a derrotar Antonio Anastasia (PSDB) no 2º turno e vai governar o estado a partir de 1º de janeiro de 2019, no lugar de Fernando Pimentel (PT).
Com 100% das urnas apuradas, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, Zema teve 71,80% dos votos válidos (6.963.806 votos) e Anastasia teve 28,20% dos votos válidos (2.734.535 votos) . O tucano teve menos votos do que no primeiro turno, quando teve votação de 2.814.704 eleitores.
Veja o resultado da apuração: em todo o estado; por cidade; por zona eleitoral
Votos brancos (476.483) e nulos (1.889.351) somaram 2.365.834. Houve ainda 3.631.177 abstenções. Somados brancos, nulos e abstenções, chega-se a 5.997.011votos, mais que o dobro dos votos de Antonio Anastasia. Os votos válidos totalizaram 9.698.449.
Eleito governador de Minas, Romeu Zema (Novo) comemora aniversário e vitória em BH — Foto: Raquel Freitas/G1
Eleito governador de Minas, Romeu Zema (Novo) comemora aniversário e vitória em BH — Foto: Raquel Freitas/G1
"Vou fazer um governo escutando. E a partir de agora eu deixo de ser o candidato de muitos para me tornar o governador de todos", disse Zema em entrevista à TV Globo. “Fui o candidato que mais visitou cidades, que mais trabalhou. E o mais importante, sem gastar R$ 1 de recurso público”. "Quero deixar claro a gravidade da situação do estado de Minas Gerais. Comparo ele com um doente terminal e nós vamos precisar tomar medidas urgentes isso vai ser essencial", completou.
Na festa da vitória, Zema agradeceu ao povo mineiro que deu a ele um voto de confiança. "Tivemos uma votação muito expressiva, o que comprova que as pessoas querem mudança", disse. Completando 54 anos neste domingo, ele afirmou que foi uma “feliz coincidência” o aniversário e a vitória nas urnas. Miliatantes do Novo o receberam cantando "parabéns".
Militantes do Novo cantam parabéns para o governador eleito Romeu Zema, em BH
Militantes do Novo cantam parabéns para o governador eleito Romeu Zema, em BH
O novo governador do estado disse que a política tem que estar mais democratizada e que não pode estar com um grupo fechado. Afirmou ainda que situações como atraso de salário demandam medidas urgentes.
"Os professores recebendo atrasado, os militares a mesma coisa, os pensionistas do estado também, as prefeituras sem os repasses. Então, isso tudo demanda medidas urgentes. Não dá para ficar esperando”, disse.
Ele acrescentou que essas medidas poderão ser impopulares, mas não detalhou quais seriam. “Não tem como viabilizar um estado falido sem você, em alguns momentos, adotar medidas no sentido de equalizar aí a questão do fluxo de caixa, que é o grande problema”, pontuou, reafirmando que haverá cortes em cargos de indicação política.
Segundo ele, a equipe de transição será constituída a partir desta segunda-feira (29), mas ainda não há definição de nomes do secretariado.
Sobre as privatizações, afirmou que estão nos planos mais adiante. Entretanto, ponderou que, neste momento, a venda de estatais “não seria um bom negócio” para os mineiros porque o valor de mercado delas estaria “longe de resolver o problema financeiro de Minas”.
O novo governador falou ainda que recebeu uma ligação do candidato derrotado, Anastasia.
Romeu Zema estava acompanhado de João Amoêdo em comemoração após vitória em MG — Foto: Raquel Freitas/G1
Romeu Zema estava acompanhado de João Amoêdo em comemoração após vitória em MG — Foto: Raquel Freitas/G1
Romeu Zema Neto nasceu em Araxá, no Triângulo Mineiro, tem 54 anos, é divorciado e pai de dois filhos. Ele é empresário e formado em Administração de Empresas. Começou a trabalhar aos 11 anos. Foi cobrador, frentista, balconista, estoquista, caixa, comprador, vendedor, analista de marketing, analista comercial e gerente.
Em 1991, ele assumiu o comando das Lojas Zema, na época com quatro unidades, hoje o Grupo Zema, do qual é acionista, é composto por empresas que operam em cinco ramos: Varejo de Eletrodomésticos e Móveis, Distribuição de Combustível, Concessionárias de Veículos, Serviços Financeiros e Autopeças, com atuação em Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Espírito Santo.
Zema disputou a primeira eleição de sua vida, e sai vitorioso no pleito pelo partido Novo, do qual é filiado desde janeiro de 2018. Esta também é a primeira vez que a legenda elege um governador de estado no país.
Militantes do Novo fazem festa na Região Centro-Sul de Belo Horizonte em comemoração da vitória de Romeu Zema — Foto: Raquel Freitas/G1
Militantes do Novo fazem festa na Região Centro-Sul de Belo Horizonte em comemoração da vitória de Romeu Zema — Foto: Raquel Freitas/G1
O Novo foi fundado em 12 de fevereiro de 2011 e teve o registro deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral em setembro de 2015. Esta é a segunda eleição que o partido disputa.
Na eleição para governador, Zema esteve em terceiro, atrás de Antonio Anastasia (PSDB) e do governador Fernando Pimentel (PT), nas pesquisas durante parte da campanha. Na última semana do 1º turno, começou a subir nas pesquisas e terminou na 1ª primeira colocação com 42,73 % dos votos válidos. Ele disputou o 2º turno com o senador Antonio Anastasia, mantendo-se sempre à frente com ampla vantagem nas pesquisas.
Durante a campanha, o plano de governo do candidato sofreu alterações em pontos polêmicos, como a proposta de privatizar a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento de Água de Minas Gerais (Copasa). Zema voltou atrás com relação a esta proposta.
Com um patrimônio declarado de R$ 69,7 milhões, o candidato firmou um compromisso em cartório de que só irá receber o salário após o pagamento para todo o funcionalismo. O compromisso também foi feito pelo seu vice, Paulo Brant (Novo).
Propostas
Entre as propostas e promessas apresentadas por Zema durante a campanha se destacam:
Administração
Redução de 21 para nove secretarias estaduais e corte de 80% dos cargos de indicação política - Da Boca do Candidato
Se comprometeu a só receber salário como governador quando colocar o pagamento do funcionalismo em dia - Vídeo de campanha
Morar em residência própria e transformar o Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador, em Belo Horizonte, em museu - Vídeo de campanha
Emprego
Simplificar e garantir agilidade na criação de empresas - Vídeo de campanha
Criar 150 mil postos de trabalho no primeiro ano de governo - Debate da Band Minas
Economia
Reviu a ideia inicial de privatização da Cemig e da Copasa em um primeiro momento de seu governo, mas não descartou totalmente a proposta - Entrevista ao G1
Educação
Otimizar espaços ociosos concedendo tais espaços à iniciativa privada com a contrapartida de bolsas escolares para alunos do ensino estatal - Plano de governo
Cartão para alunos do ensino público em cursos extracurriculares - Debate da Record Minas
Saúde
Fazer parcerias com o setor privado para complementar o atendimento do SUS - Debate da Band Minas
Parceiras com organizações sociais e filantrópicas para concluir e administrar alguns dos hospitais regionais em obra, dedicando 40% das vagas para atendimento do SUS - Debate da Band Minas
Médico da Família como alicerce das políticas de saúde básica - Plano de governo
Cultura
Vai privilegiar manifestações como o Congado e a Folia de Reis e diz que não vai privilegiar "aqueles mesmos grupos artísticos de sempre" - post no Instagram
Antonio Anastasia
Minas Gerais
Novo
PSDB
Romeu Zema
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/eleicoes/2018/noticia/2018/10/28/romeu-zema-do-novo-e-eleito-governador-de-minas-gerais.ghtml
Dez anos do 7x1: partida entre Brasil e Alemanha na Copa do Mundo de 2014 | Visão de Jogo
CNN Esportes
8 de jul. de 2024 #CNNBrasil
A derrota acachapante de 7 a 1 para a Alemanha, em pleno Mineirão na Copa do Mundo de 2014, completa dez anos nesta segunda-feira (8) e entrou para a lista de maiores goleadas que a Seleção Brasileira já sofreu em sua história. #CNNBrasil
Transcrição
EXCLUSIVA: CONFIRA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DO PRESDIENTE LULA À ITATIAIA
Itatiaia
29 de ago. de 2025 #RadioItatiaia #ItatiaiaEsporte #Itatiaia
Lula conversa com a Itatiaia no aeroporto da Pampulha, onde desembarcou para uma agenda em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lá, ele irá anunciar uma série de investimentos, entre eles a inauguração do primeiro trecho do complexo de obras da Avenida Maracanã. O presidente esteve no município pela última vez em junho do ano passado para anunciar as obras de macrodrenagem e de melhoria do transporte público no local.
Do tal "O falso humilde que não é."
"- O que aconteceu de verdade?"
Aos 11 minutos e 25 segundos com o som no vídeo em tela?
Pergunta retórica aos deuses e tribunais.
Deus não desampara
“E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição e não se arrependeu.” — (APOCALIPSE, 2.21)
1 Se o Apocalipse está repleto de símbolos profundos, isso não impede venhamos a examinar-lhe as expressões, compatíveis com o nosso entendimento, extraindo as lições suscetíveis de ampliar-nos o progresso espiritual.
2 O versículo mencionado proporciona uma ideia da longanimidade do Altíssimo, na consideração das falhas e defecções dos filhos transgressores.
3 Muita gente insiste pela rigidez e irrevogabilidade das determinações de origem divina, entretanto, compete-nos reconhecer que os corações inclinados a semelhante interpretação, ainda não conseguem analisar a essência sublime do amor que apaga dívidas escuras e faz nascer novo dia nos horizontes da alma.
4 Se entre juízes terrestres existem providências fraternas, qual seja a da liberdade sob condição, seria o tribunal celeste constituído por inteligências mais duras e inflexíveis?
5 A Casa do Pai é muito mais generosa que qualquer figuração de magnanimidade apresentada, até agora, no mundo, pelo pensamento religioso. Em seus celeiros abundantes, há empréstimos e moratórias, concessões de tempo e recursos que a mais vigorosa imaginação humana jamais calculará.
6 O Altíssimo fornece dádivas a todos, e, na atualidade, é aconselhável medite o homem terreno nos recursos que lhe foram concedidos pelo Céu, para arrependimento, buscando renovar-se nos rumos do bem.
7 Os prisioneiros da concepção de justiça implacável ignoram os poderosos auxílios do Todo-Poderoso, que se manifestam através de mil modos diferentes; contudo, os que procuram a própria iluminação pelo amor universal sabem que Deus dá sempre e que é necessário aprender a receber.
Emmanuel
Texto extraído da 1ª edição desse livro.
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Pão Nosso #092 - Deus não desampara
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NEPE Paulo de Tarso | Evangelho e Espiritismo
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24 de mar. de 2023
*LÁGRIMAS E ALEGRIA*
Enquanto as diretrizes oficiais mantinham horários específicos para alunos do sexo masculino e feminino, Eurípedes criou em Sacramento o sistema de classes mistas.
O fato trouxera controvérsias, no seio da comunidade. De um lado, alguns pais de visão mais arejada não viam de mal, em que suas filhas estudassem, ao lado de rapazes.
Contudo, a outra parte mantinha o ponto de vista acanhado, salientando os perigos de tal convívio.
O Sr. Cosme Martins de Oliveira, homem de extraordinária fibra, ao tomar conhecimento dos comentários, que corriam na cidade à meia boca, assumiu uma atitude corajosa.
Fora ao encontro de Eurípedes e disse-lhe que não estava de acordo com o que andavam propalando por aí e acentuou, decidido:
— Minhas filhas continuam a estudar no seu colégio. Só há um senão: acho sua sala pequena para o grande número de alunos, que você tem.
Antes que Eurípedes interviesse, o Sr. Cosme — com aqueles modos decididos que o caracterizavam, concluiu com uma ideia salvadora:
— Deixe por minha conta. Vou dar um jeito nisso...
Naquele mesmo dia, saíra a providenciar a reforma do prédio, onde funcionava o Colégio Allan Kardec e que, como já ficou noticiado, era a residência de Eurípedes.
O Sr. Cosme mandou demolir três cômodos restantes e ampliou o salão de aulas.
No empreendimento ele tivera a colaboração de outros companheiros, salientando-se Angelino Pereira de Almeida e Frederico Peiró.
A inauguração do novo salão dera-se a 17 de agosto de 1910. O fato ensejaria festivas comemorações, de que participaram os alunos, em memoráveis peças de teatro.
Eurípedes ficara altamente sensibilizado com o novo testemunho de solidariedade dos amigos. No seu importante discurso deixou bem traduzida a inequívoca emoção, que lhe dominava a alma. Ao final de suas palavras, num abraço comovido, passou às mãos do valoroso companheiro _Cosme Martins de Oliveira um ramalhete de flores naturais. (40)_
No ano subsequente, as matrículas ampliaram-se de modo surpreendente.
_(40) A família do Sr. Cosme M. Oliveira conservou esse ramo de flores como relíquia, num quadro, durante várias décadas. Atualmente, encontra-se no acervo histórico da Sala de Eurípedes, gentilmente doado pelo Sr. Osvaldinier M. de Oliveira, filho do Sr. Cosme._
*Eurípedes — o Homem e a Missão*
Amar o próximo como a si mesmo - Estudo do Evangelho à Luz do Espiritismo
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19 de jul. de 2019 #espiritismo #febtv #haroldodutra
O capítulo XI: Amar o Próximo como a Si Mesmo é o estudo deste episódio. Haroldo Dutra Dias e estudiosos explicam as passagens de Jesus descritas neste assunto e, junto a outras obras, concluem o tema com muita sabedoria.
O egoísmo
11. O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.
Jesus vos deu o exemplo da caridade e Pôncio Pilatos o do egoísmo, pois, quando o primeiro, o Justo, vai percorrer as santas estações do seu martírio, o outro lava as mãos, dizendo: Que me importa! Animou-se a dizer aos judeus: Este homem é justo, por que o quereis crucificar? E, entretanto, deixa que o conduzam ao suplício.
É a esse antagonismo entre a caridade e o egoísmo, à invasão do coração humano por essa lepra que se deve atribuir o fato de não haver ainda o Cristianismo desempenhado por completo a sua missão. Cabem-vos a vós, novos apóstolos da fé, que os Espíritos superiores esclarecem, o encargo e o dever de extirpar esse mal, a fim de dar ao Cristianismo toda a sua força e desobstruir o caminho dos pedrouços que lhe embaraçam a marcha. Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir na escala dos mundos, porquanto já é tempo de a Humanidade envergar sua veste viril, para o que cumpre que primeiramente o expilais dos vossos corações. – Emmanuel. (Paris, 1861.)
12. Se os homens se amassem com mútuo amor, mais bem praticada seria a caridade; mas, para isso, mister fora vos esforçásseis por largar essa couraça que vos cobre os corações, a fim de se tornarem eles mais sensíveis aos sofrimentos alheios. A rigidez mata os bons sentimentos; o Cristo jamais se escusava; não repelia aquele que o buscava, fosse quem fosse: socorria assim a mulher adúltera, como o criminoso; nunca temeu que a sua reputação sofresse por isso. Quando o tomareis por modelo de todas as vossas ações? Se na Terra a caridade reinasse, o mau não imperaria nela; fugiria envergonhado; ocultar-se-ia, visto que em toda parte se acharia deslocado. O mal então desapareceria, ficai bem certos.
Começai vós por dar o exemplo; sede caridosos para com todos indistintamente; esforçai-vos por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus o encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias separa, no seu reino, o joio do trigo.
O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito. – Pascal. (Sens, 1862.)
Passe o dia com oitmismo.
Você vê o poder do otimismo
quando o pratica.
quarta-feira, 27 de agosto de 2025
QUE TEMPOS SÃO ESSES?
CULTURA & POLÍTICA
Abertura em Vídeo:
Um clipe ou trecho significativo de Dolores O’Riordan, cantora irlandesa — símbolo de paz —
cuja morte trágica por intoxicação alcoólica e afogamento em Londres reverbera como silêncio
potente.
Cinco grandes sucessos de Dolores O'Riordan para relembrar
VEJA+
17 de jan. de 2018
A cantora Dolores O’Riordan, vocalista da banda 'The Cranberries', faleceu na última segunda-feira (15), em Londres. Ela tinha 46 anos e a causa da morte ainda não foi confirmada. A artista fez grande sucesso nos anos 90 e 2000 - vendeu mais de 40 milhões de discos com o grupo - e deixa um legado de mais de 20 anos no mundo musical. A lista conta com 'Zombie', uma canção de protesto composta em memória de duas crianças que foram vítimas de um bombardeio realizado pelo grupo armado IRA (Exército Republicano Irlandês), em Warrington, na Inglaterra, em 1993. Veja as outras da lista
Música
1 músicas
Zombie (Remastered 2020)
The Cranberries
No Need to Argue
Música
Poema como Epígrafe
Envelhecer — Mario Quintana
Antes todos os caminhos iam.
Agora todos os caminhos vêm.
A casa é acolhedora, os livros poucos
e eu mesmo preparo o chá
para os fantasmas.
Poema sobre o Tempo - Mário Quintana
Chove Lá Fora
Nana Caymmi | Chove Lá Fora | Nana Caymmi Canta Tito Madi
Biscoito Fino
13 de mai. de 2025
Áudio oficial da música "Chove Lá Fora", interpretada por Nana Caymmi.
O álbum "Nana Caymmi Canta Tito Madi" é uma homenagem ao compositor, reunindo interpretações que resgatam o melhor de sua obra entre 1954 e 1963, período marcante de sua carreira.
Ouça em todas as plataformas de música: https://orcd.co/nanacaymmicantatitomadi
Letra
A noite está tão fria
Chove lá fora
E essa saudade enjoada
Não vai embora
Quisera compreender porque partiste
Quisera que soubesses como estou triste
E a chuva continua
Mais forte ainda
Só Deus sabe entender como é infinda
A dor de não saber, saber lá fora
Onde estás, como estás
Com quem estás agora
Quisera compreender porque partiste
Quisera que soubesses como estou triste
E a chuva continua
Mais forte ainda
Só Deus sabe entender como é infinda
A dor de não saber, saber lá fora
Onde estás, como estás
Com quem estás agora
Ficha Técnica
Chove Lá Fora (Tito Madi)
Arranjo e Violão: Dori Caymmi
Piano: Itamar Assiere
Baixo: Jorge Hélder
Bateria: Jurim Moreira
Cello: Yura Ranevsky
A casa da Música Brasileira.
"Envelhecer"
YouTube
·
Silvio Matos
·
3 de jun. de 2020
Comentário Editorial
O poema de Quintana, simples e melancólico, ecoa como reflexão existencial após a abertura
dramática com Dolores. A morte da artista, fruto da fragilidade humana intensificada pela dor,
contrasta com o acolhimento silencioso da velhice descrita no poema. Ambos apontam para uma
pausa — um cessar de caminhos que partem e um acolher de memórias e fantasmas.
MONARCO, MAURO & JULIANA DINIZ - Altas Horas 29-04-2012.VOB
SergioGrandi
29 de abr. de 2012
Apresentação do CD Quintal do Zeca no Altas Horas com os bambanbans da Portela!
Pessoas mencionadas
1 pessoa
Fechamento em Vídeo
Vídeo emblemático no Altas Horas de Serginho Groisman:
três gerações de sambistas cariocas — pai, filho e neta — improvisam juntos num ambiente que
reproduz a atmosfera do 'Bar do Zeca'.
Um gesto de ancestralidade viva, alegria compartilhada e resistência cultural.
Monarco
Síntese Cultural e Política
O poema chora pelo país. A memória de Dolores ecoa tragédia e símbolo. O samba
carioca reafirma a vida, a continuidade, a esperança.
O Brasil revela-se em múltiplos retratos: um céu cinzento, uma voz calada pela dor, um bar
improvisado que se torna símbolo de resistência.
Entre lágrimas de tristeza e de riso, segue a pergunta essencial:
Que tempos são esses?
Noca da Portela, com participação de Diogão Pereira | #EmCasaComSesc
Sesc São Paulo
Transmitido ao vivo em 24 de set. de 2020
O samba raiz que agita as rodas e o carnaval de de Noca da Portela, invade com alegria e letras de cunho social o palco virtual do Música #EmCasaComSesc. O compositor, cantor e instrumentista brasileiro, se apresenta com seu neto, o cantor Diogão Pereira.
Nesse show, a dupla toca sucessos como "Mil Reis" (Noca da Portela e Candeira 1935-1978), "Portela Querida" (Noca da Portela, Colombo 1926-2004 e Picolino 1930-2003), "Peregrino" (Noca da Portela e Toninho Nascimento), "Virada" (Noca da Portela e Gilper), entre outros.
Osvaldo Alves Pereira, conhecido e aplaudido nacionalmente como Noca da Portela, é mineiro da cidade de Leopoldina e carioca por afinidade. Já foi feirante, apresentou programa de rádio e ocupou o cargo de Secretário de Cultura do Rio de Janeiro. O artista também é detentor do título de comendador da ordem do Rio Branco e do Mérito Cultural do Ministério da Cultura e Doutor Honoris Causa, título recentemente cedido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ por suas ações de caráter cultural, artístico, social e político.
Sambista e ligado à escola da samba Portela desde 1966, Noca já passou pela Paraíso de Tuiuti e é autor de mais de 300 músicas, algumas gravadas por nomes importantes da Música Popular Brasileira. Um exemplo é a canção “Virada” que se consagrou na voz de Beth Carvalho (1946-2019) e se transformou em um dos hinos do movimento Diretas Já!.
Diogão Pereira é neto de Noca e participou de diversas disputas de sambas-enredo na Portela, Salgueiro, Intendente Magalhães, entre outras. Foi parceiro de sambistas como Luiz Carlos da Vila (1949-2008) e Dona Ivone Lara (1922-2018).
Classificação: Livre
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Noca da Portela, com participação de Diogão Pereira:
0:00:00 - Início
0:00:06 - Portela Querida (Noca Da Portela, Colombo, Picolino)
0:03:05 - Vendaval Da Vida (Noca Da Portela, Délcio Carvalho)
0:05:50 - Mil Reis (Noca Da Portela, Candeira)
0:08:20 - Ilumina (Noca Da Portela, Toninho Nascimento, Tranka)
0:10:50 - Vai Meu Samba (Noca Da Portela, Sérgio Fonseca)
0:13:50 - Alegria Continua (Noca Da Portela, Mauro Duarte)
0:16:40 - Além Do Mais Te Amo (Noca Da Portela, Luizinho Tiblu)
0:19:18 - Dia De Rei (Noca Da Portela, Daniel Santos)
0:22:46 - Peregrino (Noca Da Portela, Toninho Nascimento)
0:24:52 - Opção (Noca Da Portela, Sereno)
0:26:55 - Lado A Lado (Noca Da Portela, Sereno)
0:29:00 - Malas Prontas (Noca Da Portela, Toninho Nascimento, Riko Dorileo)
0:30:40 - Eu Sou Favela (Noca Da Portela, Sérgio Mosca)
0:34:29 - Primeira Semente (Noca Da Portela, Toninho Nascimento)
0:36:24 - Cor Da Minha Raça (Noca Da Portela, Toninho Nascimento)
0:38:40 - País Dos Sem (Noca Da Portela)
0:42:52 - Celular (Noca Da Portela, Toninho Nascimento, Tranka)
0:45:08 - Basta Papai (Noca Da Portela, Dona Ivone Lara)
0:51:00 - Obrigado Meu Samba (Noca Da Portela, Diogão Pereira)
0:54:47 - Virada (Noca Da Portela, Gilper)
0:57:20 - É Preciso Muito Amor (Noca Da Portela E Tião De Miracema)
1:03:36 - Caciqueando (Noca Da Portela, Walmir)
1:06:05 - Gosto Que Me Enrosco (Noca Da Portela, Colombo, Gelsio)
1:09:25 - Os Olhos Da Noite (Noca Da Portela, Colombo, Darcy Maravilha, J Rocha)
1:11:48 - Imaginário (Noca Da Portela, Celso Lopes, Charlles André, Vinícius Ferreira, Xande Azevedo)
1:21:14 - Rio Que Passou Em Minha Vida (Paulinho Da Viola)
Ficha Técnica
Voz: Noca da Portela
Cavaquinho e voz: Diogão Pereira
Percussão: Igor Paulistinha
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Noca da Portela
Maria Rita
Paulinho da Viola
Transcrição
terça-feira, 26 de agosto de 2025
Entre gafes políticas e versos poéticos: quando o “não nexo” vira estratégia de engajamento
"A night of memories and of sighs. I consecrate to thee"
"Rose Aylmer" by Walter Savage Landor.
eu não sou uma pessoa BELISCOSA
O tropeço como estratégia: entre a gafe política e o não nexo poético
Tropeços de linguagem sempre existiram, mas nas redes sociais ganharam nova função. O caso do governador Romeu Zema ilustra bem: de “ouvo muito bem, Monalisa” em 2020 a “não sou uma pessoa beliscosa” em 2025, suas falas viraram memes instantâneos. Antes vistos apenas como lapsos, esses deslizes hoje alimentam a máquina do engajamento, mantendo o político em circulação sem custo adicional de mídia.
A dúvida é se tratam-se de erros genuínos ou se já fazem parte de um cálculo comunicacional. Em tempos de desconfiança contra discursos ensaiados, a fala torta pode soar como autenticidade. E, numa lógica algorítmica que recompensa cliques e comentários, até a falha vira ativo de marketing.
O contraste com a literatura ajuda a pensar. Em 1949, Jorge de Lima escreveu: “Não procureis qualquer nexo naquilo que os poetas pronunciam acordados”. No poeta, o “não nexo” é arte — fantasia que reorganiza a realidade, convite à imaginação. Na política, porém, o “não nexo” pode ser manipulação: distração que rouba o foco da substância para fixar a caricatura.
O desafio democrático está em não confundir poesia com propaganda. O erro pode ser humano, sim, mas também pode ser estratégico. Cabe ao público reagir com humor — e, sobretudo, com senso crítico.
- Em termos de narrativa de comunicação pela família Bolsonaro, tem o temor de entrar em confronto com a família Bolsonaro nesse momento?
- Ô Edilene, eu não sou uma pessoa BELISCOSA (SIC), você que já COMPANHOU (SIC) ...
:34 AM · 26 de ago de 2025
·
https://x.com/delucca/status/1960289719654260738?s=48&t=gKyEEumLB0aAdrne2uBPCw
https://x.com/i/status/1960289719654260738
RODA VIVA | ROMEU ZEMA | 25/08/2025
Roda Viva
Transmissão ao vivo realizada há 14 horas Roda Viva
O Roda Viva entrevista o governador de Minas Gerais Romeu Zema, pré-candidato à Presidência da República e formado em administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Em declarações ao programa, o governador faz um balanço da própria gestão à frente do governo de Minas Gerais por dois mandatos.
Nesta edição, participam da bancada de entrevistadores: Bertha Jeha Maakaroun, cientista política e jornalista do Estado de Minas; Cibelle Bouças, repórter do Valor Econômico; Fábio Zanini, editor do Painel da Folha de S.Paulo; Ricardo Corrêa, coordenador de Política em São Paulo no Estadão e comentarista na Rádio Eldorado; e Edilene Lopes, repórter e colunista da Rádio Itatiaia e analista de Política na CNN Brasil.
Com apresentação de Vera Magalhães, as ilustrações em tempo real são de Luciano Veronezi.
#SomosCultura
#TVCultura #RodaViva #RomeuZema #Política
https://www.youtube.com/live/UHgpndY8o5s
Exclusivo: Romeu Zema explica medidas contra Covid-19
CNN Brasil
23 de mar. de 2020
Confira uma entrevista exclusiva com Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais.
O governador comenta as medidas contra o novo coronavírus em entrevista com Daniela Lima e Monalisa Perrone em 20 de março de 2020.
No CNN EXCLUSIVO - GOVERNADORES DE HOJE - A GENTE ENTREVISTA O GOVERNADOR DE MINAS GERAIS, EU E DÂNI, O GOVERNADOR DE MINAS GERAIS, ROMEU ZEMA, GOVERNADOR, MUITO BOA NOITE! SEJA MUITO BENVINDO AQUI À CNN BRASIL.
- O SENHOR ME OUVE BEM?
- OUVO (SIC) MUITO BEM, MONALISA, BOA NOITE A VOCÊ E À DANIELA E A TODO O PESSOAL QUE ESTÁ EM CASA, TENDO O PRAZER DE ESCUTAR A CNN.
Entre gafes políticas e versos poéticos: quando o “não nexo” vira estratégia de engajamento
Tropeços de linguagem podem ser lapso humano, recurso estético ou cálculo comunicacional. No universo da política digital, o risco é que até o erro seja transformado em ativo de marketing.
O tropeço que viraliza
Nos últimos anos, especialmente em contextos políticos polarizados e digitais, tornou-se cada vez mais difícil separar deslizes genuínos de comunicação de possíveis estratégias deliberadas de engajamento. O caso do governador mineiro Romeu Zema é ilustrativo: seus tropeços linguísticos, antes encarados como falhas de oratória, tornaram-se combustível para memes, sátiras e disputas narrativas.
Recentemente, viralizou nas redes um trecho em que Zema responde a uma pergunta sobre eventual confronto com a família Bolsonaro afirmando: “Eu não sou uma pessoa beliscosa (sic), você que já companhou (sic)...”. A cena rapidamente foi capturada no X (antigo Twitter) e transformada em episódio de ridicularização pública.
Não foi a primeira vez. Em 2020, em entrevista à CNN Brasil, ao cumprimentar as jornalistas Monalisa Perrone e Daniela Lima, Zema disse: “Ouvo (sic) muito bem, Monalisa”. O deslize, aparentemente banal, também se converteu em anedota online.
Entre o lapso e a estratégia
No ambiente digital, marcado por algoritmos e viralizações instantâneas, deslizes de fala deixam de ser apenas tropeços. Eles podem assumir outras funções:
Erro genuíno – tropeço real, sem cálculo, amplificado pela viralização.
Estilo espontâneo como ativo político – aproximação com o público por meio da fala “como gente comum”.
Engajamento a baixo custo – memes e comentários mantêm o nome em circulação sem investimento em mídia.
Cálculo comunicacional – a tolerância ou até a exploração consciente do erro, sabendo de seu potencial de viralização.
A fronteira entre lapso e estratégia, nesse cenário, torna-se difusa.
O “não nexo” como valor poético
Curiosamente, o debate sobre sentido e erro não é exclusivo da política. Em 1949, no Livro de Sonetos, o poeta modernista Jorge de Lima escreveu em Os poetas:
“Não procureis qualquer nexo naquilo / que os poetas pronunciam acordados.”
Aqui, o “não nexo” não é tropeço, mas estética. O poeta assume a fantasia e reorganiza a realidade de forma onírica, subjetiva, simbólica. Questões literárias em vestibulares exploram justamente esse aspecto, pedindo ao estudante que rejeite interpretações literais como “os poetas são loucos” ou “só dizem coisas sem sentido”, e compreenda o ponto central: os poetas fantasiam a realidade, que por isso parece sem nexo.
Na poesia, portanto, a incoerência aparente é criação consciente, convite à imaginação e à pluralidade de sentidos.
Política, poesia e o risco democrático
O paralelo é revelador:
Na poesia, o “não nexo” é arte.
Na política, o “não nexo” pode ser lapso, mas também estratégia de engajamento barato.
Quando o erro vira recurso de autopromoção, o debate público se desloca. Em vez de discutir substância — políticas de saúde, economia, segurança — a atenção se fixa na caricatura linguística. O riso serve tanto a opositores, que ridicularizam, quanto ao próprio político, que mantém o nome em circulação.
No campo literário, a falha aparente expande horizontes; no campo político, pode estreitar a democracia, sequestrando a atenção pública.
Conclusão
É saudável que o público reaja com humor a gafes, mas é igualmente necessário cultivar ceticismo. Nem todo erro é inocente; alguns podem ser instrumentalizados para reforçar narrativas de autenticidade e manter a máquina de engajamento funcionando.
👉 Em tempos de algoritmos e monetização da atenção, a diferença entre poesia e propaganda é crucial. Enquanto o poeta nos liberta da lógica, o político pode se valer da falha para aprisionar nossa atenção. O desafio democrático está justamente em distinguir uma coisa da outra.
ANEXO: Polissemia político-literária dos neologismos criados pelo novo João Guimarães Rocha de Araxá das Minas Gerais e dos gados restritos
De “ouvo” (2020) a “beliscosa” (2025): um lustro de ilustração sulina
Nos confins da política mineira, brota uma estranha linhagem de neologismos. Não são filhos de planejamento estilístico, nem de exaustivas leituras filológicas, mas de tropeços sonoros diante da câmera. De “ouvo” em 2020 a “beliscosa” em 2025, Romeu Zema parece ter inaugurado uma gramática paralela, cuja força não se encontra na coerência, mas na capacidade de viralizar.
À primeira vista, seriam apenas falhas de fala. Mas ao repeti-las, rir delas e replicá-las, o público lhes confere estatuto quase literário. O acaso político transforma-se em invenção coletiva: cada meme é um glossário, cada piada uma nota de rodapé. Eis que, involuntariamente, Zema se projeta como um Guimarães Rosa às avessas: não o demiurgo que recria o sertão com palavras novas, mas o gestor que, tropeçando na língua, cria sua própria mitologia digital. Se Rosa elaborava “nonada” e “veredas” para desvelar o mundo, Zema improvisa “ouvo” e “beliscosa” para distrair dele.
Aqui cabe invocar também Jorge de Lima, o poeta de Alagoas que advertia: “Não procureis qualquer nexo naquilo que os poetas pronunciam acordados.” Na boca do poeta, o “não nexo” é estética — fantasia que reorganiza a realidade. Na boca do político, o “não nexo” pode ser ruído — mas ruído útil, apto a capturar atenção num ecossistema onde cliques valem mais que coerência.
Assim, entre Rosa e Zema, entre o sertão reinventado e a entrevista desastrada, abre-se uma nova polissemia: a da política que se deixa ler como literatura, ainda que em chave paródica. Um Brasil que transforma lapsos em léxico, tropeços em patrimônio risível. Um país em que, paradoxalmente, a invenção involuntária do governante dialoga, mesmo sem querer, com a liberdade inventiva do poeta.
E talvez resida aí a ironia maior: enquanto Jorge de Lima e Guimarães Rosa lançavam mão do neologismo para expandir o imaginário nacional, Zema o faz sem intenção — mas com igual efeito de permanência. O que para uns foi arte, para outros é acaso; em ambos os casos, a língua sai transformada, ainda que de modos tão distintos quanto o sertão e o trending topic.
Quer que eu dê um toque final mais irônico, no estilo de uma “entrada de verbete de dicionário” para “beliscosa” e “ouvo”, como se fossem termos literários canonizados, reforçando o tom cultural-satírico?
FLAMENGO 8 x 0 VITÓRIA! A MAIOR GOLEADA DA HISTÓRIA DO BRASILEIRÃO!
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