segunda-feira, 12 de maio de 2025

UM HOMEM CÉLEBRE

Machado de Assis - Boca do Mato, 59 Martinho da Vila Um grande escritor do meu país Está sendo homenageado Joaquim Maria Machado de Assis Romancista consagrado Nascido em 1839 Lá no morro do Livramento A sua lembrança nos comove Seu nome jamais cairá no esquecimento Lara... Já faz tantos anos faleceu O filho de uma humilde lavadeira Que no cenário das letras escreveu O nome da literatura brasileira De Dom Casmurro foi autor Da Academia de Letras Foi sócio fundador Depois alcançou a presidência Tendo demonstrado Grande competência Ele foi o literato-mor Suas obras lhe deram Reputação Quincas Borba, Esaú e Jacó A Mão e a Luva A Ressurreição Ele tinha Inspiração absoluta Escrevia com singeleza e graça Foi sempre uma figura impoluta De caráter sem jaça Composição: Martinho da Vila. Audiolivro - Um homem célebre, de Machado de Assis Formação de Escritores "TÁ CANSADO DE DAR A OUTRA FACE? NA IGREJA DO DIABO NÃO TEM DISFARCE DISQUE SATANÁS - (66) 966 666 666 AQUI SOMOS 100% ALGODÃO"
📄 Três Reflexões em Três Tempos – Palestras, Pronúncias e Provocações 1. Performatividade e Regionalismo em Palestra de Paulo Guedes no CONEF 2024O Ocidente tá em transe. Não confie em ninguém com mais de trinta. Não confie em ninguém que fale ‘Nóbel’. Não confie em ninguém que fale ‘póirta’. Não confie em ninguém que ‘cola tu’. Eis dois mineiros: o primeiro, de Passa Quatro; o segundo, de BelZonte. O primeiro fala com sotaque de São Paulo; o segundo, com sotaque de Minas Gerais. Oh Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais... Oh Minas Gerais 🎼🎼🎼” Confira a palestra do ex-Ministro e chanceler da UVV Paulo Guedes no CONEF 2024! IBEF ES OFICIAL Confira a palestra completa de Paulo Guedes no CONEF 2024 pelo canal do IBEF-ES Oficial: 🔗 https://www.youtube.com/watch?v=insira-link-aqui Sobre a palestra Ex-Ministro da Economia e atual chanceler da Universidade Vila Velha (UVV), Paulo Guedes apresentou, no CONEF 2024, uma palestra provocativa e permeada de expressões culturais e regionais, discutindo os desafios do Ocidente contemporâneo e os caminhos econômicos para o Brasil. O evento reuniu lideranças e especialistas para debater inovação, crescimento sustentável e responsabilidade fiscal. Luis Costa Pinto revela bastidores da prisão do Collor e lembra cobertura do impeachment para a Veja TV Fórum 2. Cobertura Histórica e Bastidores com Luis Costa Pinto “Muita fisioterapia com ‘Trapaça’. ‘Lorde Arruinado’. Também não confie em nenhum.” Assista à entrevista com Luis Costa Pinto na TV Fórum: 🔗 https://www.youtube.com/watch?v=insira-link-aqui Sobre o palestrante e o tema O jornalista Luis Costa Pinto relembra sua cobertura do impeachment de Fernando Collor para a revista Veja e revela bastidores da prisão do ex-presidente. Com passagens por veículos como Época, Correio Braziliense e Jornal do Brasil, Luis compartilha experiências investigativas que marcaram a política brasileira e os bastidores da imprensa durante um dos momentos mais críticos da redemocratização. 3. A Pronúncia Correta de "Nobel": Humor, Linguagem e Prestígio Capriche quando for receber o seu! Como se pronuncia o nome do prêmio: ‘Nóbel’ ou ‘Nobél’? Pergunta de Edmundo Pires – que ainda não recebeu o dele. Segundo Cláudio Sobrinho, lexicógrafo da Academia Brasileira de Letras, ‘no Brasil, o vocábulo acomodou-se entre palavras semelhantes como papel e pincel’. E na Suécia, terra natal do prêmio, também é assim: Nobel tem ‘e’ tônico aberto, ensina o professor de sueco David Ringbäck. Capriche na pronúncia quando for receber o seu! Leia a explicação completa na coluna Oráculo da Superinteressante: 🔗 https://super.abril.com.br/coluna/oraculo/como-se-pronuncia-o-nome-do-premio-nobel-ou-nobel/ Sobre o conteúdo A discussão sobre a pronúncia correta do nome do Prêmio Nobel revela muito mais do que uma curiosidade linguística. Apresentada com leveza e humor, a reflexão integra fontes como Cláudio Sobrinho, da Academia Brasileira de Letras, e o professor sueco David Ringbäck, reforçando a importância da linguagem na construção simbólica de prestígio e autoridade.
Mercator, Rio Branco e a inutilidade do Mapa Múndi de Pochmann Publicado em 11/05/2025 - 08:06 Luiz Carlos Azedo Amazônia, América, Argentina, Bolivia, Comunicação, Cultura, Economia, EUA, França, Geografia, Governo, Memória, Peru, Política, Política O novo mapa não consta do planejamento do IBGE. É um capricho pessoal, uma patriotada que expõe o Brasil ao ridículo, a pretexto de combater o eurocentrismo Desde Ptolomeu (c. 100-170 d.C., Alexandria, Egito), a cartografia acompanha o processo civilizatório. Autor da monumental “Geographia”, o matemático e físico grego influenciou a cartografia europeia por séculos, ao introduzir as coordenadas de latitude e longitude, sobretudo o trabalho de Gerardus Mercator (1512–1594), matemático e geógrafo flamengo, cujo verdadeiro nome era Gerhard Kremer, que latinizou seu nome para Mercator (“comerciante”). Preso em 1544 por suspeita de heresia, por suas ideias luteranas, acabou libertado. A Projeção de Mercator (1569) é cilíndrica e transforma a superfície curva da Terra em um mapa plano. Foi revolucionária para a navegação, porque permite traçar rotas com rumo constante (loxodromia) como linhas retas, embora distorça as áreas próximas aos polos, como a Groenlândia, por exemplo. Seu “Atlas sive cosmographicae meditationes” (1595) foi o primeiro a usar esse nome, em homenagem ao titã Atlas da mitologia grega. Essa projeção é utilizada até hoje em sistemas de navegação (como o GPS), ou seja, quando se pega um Uber ou se aluga um patinete. Mercator está ao lado de outros grandes cartógrafos do Renascimento, como Abraham Ortelius (1527-1598), de Flandres, autor de “Theatrum Orbis Terrarum” (1570), considerado o primeiro atlas moderno; Martin Waldseemüller (1470-1520), da Alemanha, o primeiro a usar o nome América em um mapa (1507), em homenagem a Américo Vespúcio; e o português Diogo Ribeiro (c. 1480-1533), a serviço da Espanha, que fez o “Padrón Real” (1527), primeiro mapa-múndi a mostrar com precisão a América do Sul. Ribeiro trabalhou na Casa de la Contratación, em Sevilha, a serviço da Coroa espanhola. Com as informações obtidas com as viagens de Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães, sua carta piloto orientou a navegação com notável precisão na costa atlântica da América do Sul, definiu a linha do Tratado de Tordesilhas e as rotas atlânticas usadas por portugueses e espanhois. Uma carta piloto apresenta dados médios mensais sobre ventos predominantes (direção e intensidade), correntes marítimas, temperatura da água e do ar, declinação magnética e probabilidade de ocorrência de calmarias ou tempestades. É usada para planejamento de rotas seguras e eficientes, navegação de longo curso e travessias oceânicas, estudos meteorológicos e oceanográficos. A Carta Piloto do Atlântico Sul, desde Trinidad até o Rio da Prata (Carta Náutica 10004), da Marinha do Brasil, é excelente. A versão mais recente é de 2020. Leia também: A velha Carreira das Índias e o gargalo logístico para a Ásia Mundo de ponta cabeça E o Barão de Rio Branco? José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845-1912) não era cartógrafo de formação, colecionava mapas antigos e novos, que utilizou em suas negociações de fronteiras com países vizinhos. Com eles, provou a posse e ocupação efetiva do território brasileiro, com base na hidrografia, na presença de aldeamentos e nas explorações portuguesas. A delimitação das fronteiras da Amazônia foi feita principalmente com base em cartas náuticas. Os mapas de Rio Branco foram decisivos nas arbitragens internacionais para resolver a Questão de Palmas, com a Argentina (1895); do Acre, com a Bolívia e o Peru (1903); da fronteira com a Guiana Francesa (1900), quando Paranhos usou mapas portugueses dos séculos 17 e 18 do Rio Oiapoque; e da disputa com o Peru, no caso do Rio Javari (1909). Qual a utilidade da nova versão do mapa-múndi lançada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com mundo de cabeça pra baixo e o Brasil no centro? A novidade foi anunciada pelo presidente do IBGE, Marcio Pochmann, nas redes sociais na última quarta-feira. “O IBGE lançou um novo mapa-múndi com o Brasil no centro, contendo o Sul na parte superior do mapa”, afirmou, todo orgulhoso, em publicação no X (antigo Twitter). Seu objetivo, ressaltar a liderança do Brasil em fóruns internacionais, como no BRICS e Mercosul, e na realização da COP 30 no ano de 2025”. O novo mapa não consta do planejamento do IBGE, que tem muito mais o que fazer. É um capricho pessoal, uma patriotada que expõe o Brasil ao ridículo, a pretexto de combater o eurocentrismo. Inverte a Projeção de Robinson, na qual os paralelos são representados em linha reta e os meridianos em forma de arcos concêntricos. Elaborado em 1961, pelo geógrafo norte-americano Arthur H. Robinson, com base em Mercator, esse mapa apresenta deformação mínima das áreas e das formas, conservando os ângulos. É a melhor projeção cartográfica para representar as massas continentais. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o economista Marcio Pochmann assumiu o cargo de presidente do IBGE em julho de 2023. Sua passagem pela presidência do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), entre 2007 e 2012, é considerada desastrosa, tanto quanto o papel que exerce agora, pelos técnicos dos dois órgãos. Pochmann parece ter se inspirado em Nícolas Maduro, que anexou Essequibo (Guiana) ao mapa da Venezuela, e Donald Trump, que deseja incorporar o Canadá e a Groenlândia ao território dos Estados Unidos, para virar o mundo de cabeça para baixo numa folha de papel. Nosso problema não é mudar o Brasil de hemisfério ou de fuso horário, é tirar o país do atraso econômico, social e político, que contingencia nossa vocação estratégica na geopolítica mundial. Leia ainda: Trump publica foto de mapa dos EUA com o Canadá anexado Nas entrelinhas: todas as colunas no Blog do Azedo Compartilhe: A Igreja do Diabo (Audiolivro), de Machado de Assis poeteiro Lula discursa em fórum empresarial em Pequim | CNN NOVO DIA CNN Brasil 12 de mai. de 2025 #CNNBrasil O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursou, nesta segunda-feira (12), em um fórum empresarial durante sua viagem a Pequim. #CNNBrasil
Em Pequim, Lula diz que relação do Brasil com a China "será indestrutível" Em discurso, Lula defendeu que a China é considerada "inimiga" no comércio internacional, mas deveria ser exemplo por investir em países negligenciados por outras potências x "Se depender do meu governo e da minha disposição, Brasil e China serão parceiros incontornáveis. A nossa relação será indestrutível", disse Lula. - (crédito: Ricardo Stuckert/PR) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma série de acenos à China nesta segunda-feira (12/5), em Pequim, e disse querer aproximar ainda mais a relação com o país asiático. Ao mesmo tempo, criticou o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula discursou para uma plateia de empresários brasileiros e chineses, em seu primeiro dia de compromissos na China. O chefe do Executivo realiza uma visita de Estado com o objetivo principal de aumentar o comércio e abrir o mercado chinês a mais produtos brasileiros, especialmente após o tarifaço lançar incertezas sobre o comércio com os EUA. Leia também: Depois da Rússia, Lula quer maior aproximação comercial com a China Em sua fala, Lula argumentou que a China é tratada como um inimigo no comércio internacional, mas disse que ela deveria ser vista como “exemplo” ao fazer negócios com países do Sul Global, que diz serem negligenciados por outras potências. “É importante lembrar que outros países grandes deixaram de investir na África e deixaram de investir na América Latina. Até no Brasil as pessoas deixaram de investir, quando deveriam estar investindo”, disse Lula, citando a União Europeia como exemplo de potências que deixaram de investir na região. Leia também: Presidente Lula se reune com empresários chineses nesta segunda-feira Segundo plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) com dados de 2022 (ano mais recente disponível), os Estados Unidos lideram o ranking de estoque Investimento Estrangeiro Direto (IED), com US$ 228,8 bilhões investidos, seguido de Espanha (US$ 48,08 bilhões) e Reino Unido (US$ 44,7 bilhões). A China ocupa o quinto lugar, com US$ 36,71 bilhões em investimentos. Lula participou do encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, que reuniu cerca de 400 empresários de cada país, organizado também pela Apex Brasil. O presidente realiza uma visita de Estado ao país asiático, e participa amanhã da Cúpula Celac-China. Também fará uma reunião bilateral com o presidente Xi Jinping, e assinará acordos de cooperação. Críticas a Trump O petista voltou a criticar as tarifas impostas pelos Estados Unidos, que estão suspensas para negociação, mas causaram temor generalizado e uma guerra comercial entre EUA e China. Em sua fala, defendeu que é preciso haver livre comércio entre os países. “Eu não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite, porque o multilateralismo depois da Segunda Guerra Mundial foi o que garantiu todos esses anos de harmonia entre os Estados”, disse Lula. A fala ocorreu após China e Estados Unidos firmarem um acordo de 90 dias para discutir a taxação, que chegou a 125% sobre produtos chineses, inviabilizando o comércio entre as duas potências. Foi a primeira vez desde o anúncio das tarifas que as duas nações entraram em acordo. Ao encerrar seu discurso, Lula sinalizou que quer aprofundar ainda mais a relação com a China, aumentando especialmente a relação comercial. Ele destacou as Rotas de Integração Sul-Americana, projeto liderado pelo Brasil que quer criar um sistema de rodovias e infraestrutura para levar os produtos brasileiros ao Pacífico, facilitando exportações para Ásia. “Se depender do meu governo e da minha disposição, Brasil e China serão parceiros incontornáveis. A nossa relação será indestrutível, porque a China precisa do Brasil, e o Brasil precisa da China, e nós dois juntos poderemos fazer com que o Sul Global seja respeitado no mundo como nunca foi”, enfatizou. Saiba Mais Política Reunião de conciliação sobre o marco temporal será realizada hoje no STF Política Que recados visita de Lula à China manda em meio a disputa com EUA? Victor Correia + Tags China lula Tarifaço Trump Papa Leão XIV se reúne com jornalistas nesta segunda (12) | CNN NOVO DIA CNN Brasil 12 de mai. de 2025 #CNNBrasil O papa Leão XIV se encontra nesta segunda-feira (12) com mais de seis mil jornalistas e profissionais da mídia internacional A coletiva de imprensa, que já se tornou uma prática comum entre os pontífices eleitos, será no Salão Paulo VI, no Vaticano. #CNNBrasil
domingo, 11 de maio de 2025 Paradoxo: certezas que geram incertezas - Pedro Malan O Estado de S. Paulo O papel de lideranças políticas responsáveis é o de contribuir para reduzir, e não aumentar, os graus de incertezas sobre o futuro Ouvido pela imprensa logo após a divulgação do resultado da eleição, o irmão mais velho do agora papa Leão XIV contou que havia perguntado ao então cardeal Robert Prevost se assistira ao filme Conclave – para “saber como se comportar” num conclave verdadeiro. No filme, o cardeal encarregado de organizar o escrutínio secreto faz memorável discurso, no qual afirma: “Para trabalharmos juntos e crescermos juntos, precisamos ser tolerantes. Nenhuma pessoa ou facção deve buscar dominar outra. (...) É a variedade, a diversidade de pessoas e opiniões, que nos dá força. (...) Há um pecado que passei a temer acima de todos os outros: a certeza. A certeza é o grande inimigo da unidade. A certeza é o inimigo mortal da tolerância. (...) Nossa fé é algo vivo, justamente porque caminha de mãos dadas com a dúvida. Se houvesse apenas certeza e nenhuma dúvida, não haveria mistério e, portanto, não haveria necessidade de fé”. Essa sábia reflexão me parece inteiramente apropriada às grandes democracias de massas urbanas. Kenneth Arrow, a quem já citei neste espaço, afirma que “enormes danos têm se seguido à crença na certeza, seja em inevitabilidades históricas, seja em posições extremas sobre política econômica”. Afinal, economias são afetadas pela perda de credibilidade de seus governos, que cedo ou tarde resulta da busca obstinada de certezas férreas. Nosso presidente tem suas recorrentes certezas, algumas vindas de longe. Em entrevista ao jornal Valor (17/9/2009), Lula da Silva afirmou: “Eu acho que a gente não deveria ficar preocupado em saber quanto o Estado gasta. (...) A preocupação é se o Estado está cumprindo com suas funções de tratar bem a população”. Longa é a lista desde então. Em 8/2/2024: “Se der para zerar o déficit, ótimo; se não der, ótimo também”. Neste mês comemoramos o 25.º aniversário da Lei de Responsabilidade Fiscal. Em junho de 2000 o PT ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade para contestar a constitucionalidade da lei. Desde sempre o PT enfatiza que a responsabilidade fiscal não deve ser buscada às expensas da responsabilidade social, que implicitamente deveria ter sempre precedência. Mas no mundo real, na prática de todo governo, qualquer que seja sua coloração ideológica, é imprescindível fazer escolhas e definir prioridades. Que afetam o nível, a composição e a eficácia do gasto público e das receitas tributárias. A preocupação dos formuladores de políticas públicas deve se concentrar na qualidade das despesas e das receitas e em seu efeito sobre o crescimento sustentado da economia, da renda e do emprego, com a preservação da inflação sob controle. Não é tarefa fácil – nunca foi e nunca será. Tem longa história entre nós, e estará conosco por muitos anos à frente, a pressão estrutural por aumento do gasto público. Pressão compreensível em uma grande democracia de massas urbanas com inaceitáveis níveis de pobreza e desigualdade de oportunidades na partida, que estão na raiz de nossa excessiva concentração de renda e riqueza. Quando a crença de um governo, e de parte expressiva da sociedade, é de que essas demandas exigem ações “intensivas em Estado”, o governo tende a dispersar suas atividades, sobrecarregar-se de responsabilidades, fazer promessas que não pode cumprir, lançar projetos que não tem como financiar ou executar. E, ao fazê-lo, assumir dívidas excessivas. A experiência histórica, nossa e de outros, mostra nesse particular lições importantes. Quando ambos, governos e a sociedade que os elege, não têm introjetado como valor um mínimo de sentido de responsabilidade fiscal, sempre encontram formas de expandir ou financiar seus gastos, por vezes ao arrepio das normas e independentemente do estatuto jurídico de seus bancos centrais. Nenhum banco central tem o poder de gerar crescimento sustentado da economia no longo prazo através da política monetária (ainda que possam e devam agir em momentos de crise) quando o governo não faz o que lhe compete: definir com clareza suas prioridades, articular suas atividades com o Legislativo, executá-las com um mínimo de eficiência e visão de longo prazo. O Brasil tem pessoas competentes nos setores público e privado. Profissionais que sabem que a boa política pública deve ser medida por sua eficácia, e não por sua pretensa virtude ou pela expressão de sentimentos, por meritórios que sejam. É preciso identificar os instrumentos aptos a permitir a realização dos objetivos, que devem, instrumentos e objetivos, ser críveis aos olhos da sociedade e da opinião pública informada. A existência de instituições apropriadas e de governos capazes, confiáveis e efetivos operacionalmente, são duas das mais importantes características de experiências bemsucedidas de desenvolvimento econômico e social sustentados no longo prazo. O papel de lideranças políticas responsáveis, em particular do presidente da República e seus principais colaboradores, é o de contribuir para reduzir, e não aumentar, os graus de incertezas sobre o futuro. Através de diálogo com base em moderação, serenidade, postura e compostura, que possa inspirar confiança e cooperação na busca de objetivos maiores compartilhados. Mães, feliz dia!
Resenha do artigo “Paradoxo: certezas que geram incertezas” — Pedro Malan O Estado de S. Paulo
Epígrafe: "A dúvida não é uma condição agradável, mas a certeza é absurda." — Voltaire O artigo “Paradoxo: certezas que geram incertezas”, de Pedro Malan, oferece uma análise lúcida e ponderada sobre o papel das lideranças políticas na construção de um futuro econômico estável e crível. A partir de reflexões sobre fé, tolerância e dúvida — exemplificadas por um episódio envolvendo um cardeal em um filme sobre o conclave papal — Malan estabelece um paralelo instigante entre a política contemporânea e a complexidade do ato de crer, planejar e governar. O texto se estrutura como uma pregação laica e racional, orientada por uma crítica firme às “certezas férreas” e por uma defesa da responsabilidade fiscal e institucional como pilares da democracia madura. Tal perspectiva se alinha, com rigor, à espiritualidade intelectual dos Dominicanos, cuja tradição se assenta sobre o estudo, o ensino e a proclamação da verdade com coragem. O autor, ao mesmo tempo que revela domínio técnico sobre as finanças públicas, mantém postura ética e crítica, orientada pela razão informada e pela prudência diante da incerteza — características essenciais da práxis dominicana. Apesar de sua formação e docência na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, de tradição jesuíta — ordem historicamente marcada por seu método educacional estratégico e sua atuação institucional —, Malan se distancia de uma abordagem que apenas educa e classifica. Tampouco adota o tom introspectivo e formativo característico dos Agostinianos, voltado à interiorização da fé e da razão em busca da verdade espiritual. Seu texto proclama uma verdade pública, construída pelo estudo da história e pela crítica das ações políticas, e o faz em tom claro, racional, engajado. Conclusão: A escrita de Pedro Malan em “Paradoxo: certezas que geram incertezas” realiza, de forma exemplar, o ideal dominicano: buscar a verdade por meio do estudo, proclamá-la com responsabilidade e advertir, com clareza, os perigos da ilusão dogmática — seja ela de fé, de mercado ou de Estado. Trata-se de uma voz pública que, como a dos pregadores medievais, exorta líderes e cidadãos à responsabilidade diante da liberdade que possuem. Epitáfio: "Aqui jaz alguém que preferiu a dúvida à ilusão da certeza." #PraTodosVerem: Charge de Benett publicada na Folha em 1º de setembro de 2024. Ela retrata uma mulher sentada em frente a um laptop. Ela está com uma mão no queixo e olhar de indignação. Ela diz para si mesma, no primeiro balão de texto: "O problema é que machista vota em machista". No segundo, arremata: "Machista é burro!". O título da charge é: "Debate UOL/Folha". https://www.instagram.com/p/DAlvE05yzMY/?utm_source=ig_web_copy_link

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