Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 2 de maio de 2025
Mudança dos Ventos
De Volta Ao Começo
Nana Caymmi
E o menino com o brilho do Sol na menina dos olhos
Sorri e estende a mão entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração
E eu entro na roda e canto as antigas cantigas de amigo, irmão
As canções de amanhecer lumiar a escuridão
E é como se eu despertasse de um sonho que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse que a força esteve o tempo todo em mim
E é como se então, de repente, eu chegasse ao fundo do fim
De volta ao começo
Ao fundo do fim
De volta ao começo
Composição: Gonzaguinha.
De Volta Ao Começo
Nana Caymmi
E o menino com o brilho do sol
Na menina dos olhos
Sorri e estende a mão
Entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração
E eu entro na roda
E canto as antigas cantigas
De amigo irmão
As canções de amanhecer
Lumiar a escuridão
E é como se eu despertasse de um sonho
Que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito
Com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse que a força
Esteve o tempo todo em mim
E é como se então de repente eu chegasse
Ao fundo do fim
De volta ao começo
Ao fundo do fim
De volta ao começo
Compositor: Luiz Gonzaga do Nascimento Junior (Gonzaguinha) (UBC)
Editor: Editora Moleque (UBC)
Nana Caymmi – A Voz que Ficou no Tempo
“Eu não gosto de movimento nenhum a não ser o da dança.”
— Nana Caymmi
🎶 Música de Abertura: Resposta ao Tempo (Cristovão Bastos e Aldir Blanc)
O tempo passou, e com ele se despediu uma das vozes mais profundas e inconfundíveis da música popular brasileira. Nana Caymmi partiu, mas sua voz — aquela que parecia saber de todos os segredos da alma — permanece entre nós, ecoando suave e forte como um rio que não se cansa de correr.
Filha de Dorival, irmã de Dori e Danilo, Nana foi mais do que herdeira de um legado: foi uma intérprete visceral, intensa, intransigente com a mediocridade e absolutamente devota à arte do cantar. Com ela, a canção nunca era só melodia — era sentimento exposto, memória cantada, verdade à flor da voz. Sua maneira de interpretar dilacerava sem pedir licença e confortava sem fazer esforço.
Nos últimos dias, o país se silenciou em reverência. Os que a conheceram, os que a cantaram, os que a ouviram — todos perderam algo. Alcione resumiu em um sopro o que muitos sentem:
"Eu perdi uma amiga, o Brasil a voz."
Zeca Pagodinho, com seu jeito de oração de boteco, desejou:
"Deus te receba de braços abertos."
E Fagner, com gratidão e reverência, afirmou:
"No lugar onde você merece. Obrigado por tudo."
As palavras, em sua honra, foram muitas. Mas todas cabiam em uma única canção: aquela que fosse capaz de acolher o amor e a perda ao mesmo tempo. Nana cantava a dor como quem conhece seus becos, suas esquinas, suas frestas.
"Cantou a dor de amor." — disse Ana Cristina.
Leila Pinheiro, emocionada, declarou:
"Vai com ela nossa música."
E Mariana Gross, no encerramento de um noticiário que parecia não querer terminar, disse simplesmente:
"Nana, inesquecível."
Inesquecível. É isso. Porque há vozes que o tempo não apaga. Porque há cantoras que não se apagam: se tornam presença na ausência, permanência no silêncio, lembrança na saudade.
Hoje, o Brasil se despede de Nana Caymmi. Mas só do corpo. A alma, essa ficou onde sempre esteve: nas entrelinhas da música brasileira, onde mora o que é eterno.
Nana Caymmi canta "Atrás da Porta" (Francis Hime e Chico Buarque) 1974
🎶 Música de Encerramento: Atrás da Porta (Chico Buarque e Francis Hime)
Atrás da Porta
Nana Caymmi
Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre o teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
Nos teus peitos, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua
Composição: Chico Buarque / Francis Hime.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário