Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 19 de maio de 2025
O enredo não era bom
Gabeira percebe, com o tempo, que sua busca espiritual ocorreu à beira de um vulcão geopolítico. O texto mostra como a beleza e a paz aparente de um lugar podem mascarar feridas históricas profundas, que seguem abertas até hoje.
Cartola e seu Pai - O Mundo é um Moinho
CARTOLA: - (...) QUE ELE ME DAVA LIÇÃO. EU TÔ ESTUDANDO AQUI E ELE TAVA TOCANDO VIOLÃO...
ENTÃO EU NÃO SABIA SE APRENDIA A LER OU APRENDIA A TOCAR VIOLÃO. - O QUE O SENHOR QUER QUE EU CANTE PRO SENHOR?
PAI DE CARTOLA: - UM SAMBA, NÉ!
CARTOLA: - MAS QUAL É QUE O SENHOR GOSTA?
PAI DE CARTOLA: - ESSE... "O MUNDO É UM MOINHO".
CARTOLA: - AH, BOM.
REENCONTRO EMOCIONADO DE CARTOLA COM SEU PAI APÓS 40 ANOS SEM SE FALAR...
CARTOLA ATENDE AO PEDIDO DE SEU VELHO...
E QUE PEDIDO!!!
TRECHO DO DOCUMENTÁRIO "CARTOLA, MÚSICA PARA OS OLHOS.
COMENTÁRIO DE HERMÍNIO BELLO DE CARVALHO, AO FINAL DO VÍDEO:
- ISSO EU IMAGINO QUE AQUILO ALI TENHA SIDO, AO MESMO TEMPO... UM REENCONTRO MUITO BONITO, MAS AO MESMO TEMPO...
DEVE TER SIDO, DENTRO DO CARTOLA, UMA DOR.
ERA ELE COM O ZICARTOLA FECHADO...
ELE ENDIVIDADO E VOLTANDO A MORAR COM O PAI.
ISSO É UMA IMAGEM QUE NÃO SEI COMO ESSE FILME PASSAVA NA CABEÇA DELE.
O ENREDO NÃO ERA BOM.
Árvore mais alta da Mata Atlântica?
Sustentabilidade
Árvore mais alta da Mata Atlântica? Cientistas se surpreendem com espécie encontrada em MG
Jequitibá encontrado na Reserva da Mata Escura tem 65 metros de altura e 5,5 metros de diâmetro
Estadão
Jequitibá / Quem Se Muda Pra Mangueira
Beth Carvalho
Madeira de dar em doido é Jequitibá
Deixa a mangueira passar
Embalança meu bem, embalança roseira
Embalança cabrocha, embalança mangueira
Oh, o Jequitibá do samba chegou
Mangueira é uma floresta de sambista
Onde o jequitibá nasceu
Veio fogo, queimou
Veio vento, tombou
O machado, o jequitibá ficou
Mangueira, foste tu sempre a primeira
És a única bandeira sem orgulho e sem maldade
Quem se muda pra mangueira é verdade
Leva a vida, chega de felicidade
Quem se muda de mangueira tem saudade
Voltará, ou mais cedo, ou mais tarde
Composição: José Ramos / Zé da Zilda.
Documentário - Cartola, Música Para Os Olhos (2007)
Sociedade dos Documentaristas Brasileiros
31 de mai. de 2022
Documentário: Cartola, Música Para Os Olhos (2007)
Diretores: Lírio Ferreira, Hilton Lacerda
Cinematografia: Aloysio Raulino
Conheça a história de vida e a obra de Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, grande ícone do samba e um dos mais importantes compositores da música popular brasileira.
=============== SOCIEDADE DOS DOCUMENTARISTAS BRASILEIROS ===============
Comprometidos em Registrar a História do Povo Brasileiro e Promover a Consciência Histórica
Instagram: @sociedadedocbr
Sem Fins Lucrativos ™
Pessoas mencionadas
23 pessoas
Tia Ciata
Pixinguinha
João da Baiana
Cartola
M.I.A.
Heitor dos Prazeres
Paulo da Portela
Herivelto Martins
Daniel
Ary Barroso
Sílvio Caldas
Vinicius de Moraes
Élton Medeiros
Anescarzinho do Salgueiro
Nelson Sargento
Nara Leão
Clementina de Jesus
Paulinho da Viola
Zé Keti
João do Vale
Bento Ribeiro
Roberto Carlos
Donga
Música
10 músicas
https://www.youtube.com/watch?v=5pSJ0fccOFc
Princesinha de Minas, samba de Armando Aguiar Mamão
31 de maio 175 anos. O primeiro cristo redentor construído no Brasil,; a primeira hidroelétrica da América do Sul; a primeira estrada pavimentada do Brasil , na época da colônia, D. Pedro , estrada Real, juiz de fora para Petrópolis.
Márcio Gomes Batuqueiro
29 de jul. de 2020
Armando Fernandes de Aguiar, o Mamão, fala sobre o samba Princesinha de Minas, que é uma homenagem à cidade de Juiz de Fora, onde nasceu, reside e comanda animadas rodas de samba. O acompanhamento é feito por Roger Resende (violão), Moacir Evangelista (cavaquinho) e Carlos Fernando (tamborim). O vídeo é um trecho da web série Sambista da Vez, dirigida por Alexandre Rezende.
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Márcio Gomes Batuqueiro
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Sobre
2 comentários
@anamarianovaes6825
há 1 ano
AMEI!!!
2
Responder
@flaviofaustino4177
há 2 anos
Show parabéns
1
Responder
https://www.youtube.com/watch?v=MG6Vb69542o
Orquestra Petrobras Sinfônica - O Mundo é Um Moinho
Deck
11 de out. de 2018
Faixa 10 do álbum "Tributo a Cartola".
Composição: Cartola
Arranjos: Marcelo Caldi
Perfeito! Abaixo está um roteiro teatral completo, com encenação, dramatização, elementos cênicos, projeção em telão, marcações de luz, som, cenário e movimentos, voltado para uma peça intimista e emocional com foco em Cartola, seu pai, e o narrador Hermínio Bello de Carvalho. O objetivo é traduzir o peso emocional do reencontro dos dois e a reflexão profunda sobre o que isso significou.
🎭 ROTEIRO TEATRAL: "O Enredo Não Era Bom"
Duração: 12 a 15 minutos
Personagens:
Cartola (adulto, 60-70 anos)
Pai de Cartola (idoso, 80 anos)
Narrador (Hermínio Bello de Carvalho)
🎬 CENÁRIO
Palco dividido em dois planos:
Plano A (em primeiro plano): um espaço simples com uma mesa, duas cadeiras, e um violão encostado. É o local do reencontro.
Plano B (em fundo): uma tela de projeção (TELÃO) cobrindo toda a parede de fundo. Usada para exibir o vídeo/trecho do documentário e ambientações poéticas ao longo da peça.
Iluminação:
Luz quente e suave sobre Cartola e o Pai no Plano A.
Luz fria/spot sobre o Narrador, em um canto à frente do palco.
Sonoplastia:
Sons de rua ao fundo (passarinhos, longe um samba de roda suave).
Ao final, entra instrumental de “O Mundo é um Moinho”.
🎭 ATO ÚNICO – “O ENREDO NÃO ERA BOM”
🎞️ INÍCIO – PROJEÇÃO NO TELÃO
(Enquanto a plateia entra ou assim que a luz se apaga, o telão exibe discretamente o vídeo original do documentário, com os seguintes trechos marcados.)
TELÃO:
Trecho de vídeo original: CARTOLA conversando com o pai (som suave, quase em fade-in), frases em texto sincronizadas:
CARTOLA:
— Eu tô estudando aqui, e ele tava tocando violão...
Então eu não sabia se aprendia a ler ou aprendia a tocar violão.
— O que o senhor quer que eu cante pro senhor?
PAI DE CARTOLA:
— Um samba, né?
CARTOLA:
— Mas qual é que o senhor gosta?
PAI DE CARTOLA:
— Esse... “O Mundo é um Moinho.”
CARTOLA:
— Ah, bom.
🎭 CENA 1 — “O Reencontro”
LUZ: Aumenta sobre o espaço cênico (Plano A).
SONOPLASTIA: Som ambiente para de repente. Um silêncio cheio de tensão.
Cartola entra lentamente. Observa o pai, que está sentado em silêncio, mexendo em um velho rádio ou olhando para o nada.
🎬 Diálogo
CARTOLA (segura o chapéu na mão, emocionado):
Pai...
PAI DE CARTOLA (olha, em silêncio. Depois de uma longa pausa):
Então... voltou?
CARTOLA:
Voltei. O Zicartola fechou.
As coisas... ficaram difíceis.
(Pega o violão devagar, se senta à frente do pai)
CARTOLA (tentando suavizar):
O senhor lembra de alguma música?
PAI DE CARTOLA (sem olhar nos olhos do filho):
Lembro. Aquele samba...
"O Mundo é um Moinho".
CARTOLA (sorri com os olhos, mas com dor):
Ah, bom.
(Cartola posiciona o violão no colo. Não toca ainda. Pausa. Silêncio.)
🎙️ CENA 2 — ENTRA NARRADOR
LUZ: Spot sobre o Narrador, que surge no canto do palco.
TELÃO: Imagens estáticas de Cartola jovem, morro do Rio, cenas do Zicartola, tudo em preto e branco.
NARRADOR (HERMÍNIO):
(Ele fala calmo, como se observasse de fora. Voz carregada de reflexão.)
Isso que vocês veem aí...
Eu imagino que tenha sido, ao mesmo tempo, um reencontro muito bonito.
Mas também...
Deve ter sido, dentro do Cartola, uma dor profunda.
Ele...
Com o Zicartola fechado.
Endividado.
Voltando a morar com o pai — depois de 40 anos sem se falarem.
(Pausa. Respira.)
Isso não é fácil.
É como se a vida fizesse ele rebobinar um filme...
Um filme que ele não queria ver de novo.
🎭 CENA 3 — “A Canção”
LUZ: Suave sobre Cartola e o pai.
SONOPLASTIA: Entrada instrumental sutil de “O Mundo é um Moinho” (só os primeiros acordes).
CARTOLA começa a tocar, sem cantar. Olha o pai. Os dois se encaram por um instante.
PAI DE CARTOLA (com voz baixa):
Essa é bonita, hein...
CARTOLA:
Eu fiz essa pensando em alguém que tava se perdendo...
PAI DE CARTOLA:
Talvez... pensando em mim também?
CARTOLA (pausa):
Talvez...
🎙️ FINAL — MONÓLOGO DO NARRADOR
LUZ: Apaga sobre Cartola e pai. Foco apenas no Narrador.
TELÃO: Imagem final de Cartola olhando para o vazio.
NARRADOR (com peso e ternura):
Isso é uma imagem...
Eu não sei como esse filme passava na cabeça dele.
O enredo não era bom.
Luz apaga lentamente. Fim. Silêncio.
🎶 CRÉDITOS FINAIS (OPCIONAL PARA ENCENAÇÃO COMPLETA)
TELÃO:
Ficha técnica da peça com nomes dos atores, citação a Cartola, trecho da letra de “O Mundo é um Moinho”.
Música: Versão instrumental ou vocal da canção, em fade-out suave.
📝 OBSERVAÇÕES DE ENCENAÇÃO
Figurinos:
Cartola: Terno simples, chapéu clássico, visual envelhecido.
Pai: Roupa doméstica de idoso humilde, chinelos, camisa de botão gasta.
Narrador: Roupa preta elegante, discreta — representa neutralidade e sensibilidade.
Movimentação:
Movimentos lentos, contidos.
Cartola só se aproxima do pai de verdade na hora da música.
O pai evita contato visual direto até o final.
Coreografia simbólica (opcional):
Durante a fala final de Hermínio, um dançarino ou ator mudo poderia atravessar o palco em sombra, carregando uma filmadora antiga ou um rolo de filme — símbolo do “filme que Cartola viu em sua cabeça”.
"O Mundo é um Moinho" Cartola
Marco de Carvalho
21 de out. de 2015
Guitar: Marco de Carvalho
Recorded on October 21st, 2015. Seattle, WA. USA.
tony oak productions
violaodecarvalho@gmail.com
https://www.youtube.com/watch?v=IA9Oa37eDzo
Ensaio | Cristina Buarque de Hollanda
Programa Ensaio
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31 de out. de 2016
Ensaio com Cristina Buarque de Hollanda.
Pessoas mencionadas
28 pessoas
MC Cabelinho
Carlinhos Vergueiro
Cartola
Paulinho da Viola
Carlos Santana
Miúcha
Noel Rosa
Toquinho
Nelson Cavaquinho
Francisco Alves
Marçalzinho
Sérgio Buarque de Holanda
Maria Amélia Buarque de Hollanda
Chico Buarque
Cristina Buarque
Pedro Caetano
Geraldo Pereira
Carmen Costa
Wilson Moreira
Assis Valente
Ary Barroso
Antônio Carlos Jobim
João Gilberto
João Bosco
Ciro Monteiro
Jamelão
Roberto Ribeiro
João Nogueira
Transcrição
Acompanhe usando a transcrição.
https://www.youtube.com/watch?v=Fa_UROI8zoc
"Uma crise no topo do mundo", de Fernando Gabeira, publicado em O Globo em 19 de maio de 2025, é uma crônica com tom pessoal e reflexivo, que entrelaça memórias de uma viagem ao Himalaia com a complexa geopolítica da Caxemira, região disputada por Índia, Paquistão e China.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
Uma crise no topo do mundo – Fernando Gabeira
O Globo
Com os anos, percebi que meu retiro espiritual estava baseado numa área explosiva, um grande perigo para a estabilidade mundial
Desculpem um tema tão distante, mas veio à memória uma viagem que fiz ao Himalaia, ainda no fim do século. O estopim foi um atentado contra turistas em Pahalgam e o perigo de guerra nuclear entre Índia e Paquistão. Foi uma viagem mais voltada para o espírito. Tomar um chá no topo do mundo, sei lá. Kashmir ainda era uma palavra em inglês, que supunha ser masculina.
Desembarquei em Srinagar, uma cidade famosa pelas suas pensões no Lago Dal, as houseboats, que você alcança com pequenas embarcações, as shikaras. Dali, viajei uns 60 quilômetros até Gulmarg, que no inverno vira estação de esqui. Vi tropas de burros subindo a montanha, tocadas por homens vestindo sobretudos. A quietude do lugar, a sensação de estar num ponto alto do mundo eram fascinantes.
O problema acontecia quando voltava a Srinagar: sempre havia manifestações com a polícia quebrando o pau literalmente, porque eram cassetetes de madeira. Aos poucos, a viagem espiritual foi sendo atropelada pelo caminhão da História. O Kashmir virou Caxemira, espaço de um drama que começou antes da independência da Índia, mas se tornou agudo com a repartição do país.
Descobri que o Partido do Congresso, liderado por Gandhi e Nehru, queria um país unificado apesar das diferenças: um terço dos habitantes era muçulmano, e seu líder, Mohamad Ali Jinnah, queria um país próprio. Em 1947, a partição acabou acontecendo, movendo milhões de pessoas e, infelizmente, matando milhares em razão de um problema mal resolvido.
A Caxemira situada na fronteira teve destino singular. A maioria de sua gente era muçulmana, mas o marajá que a dirigia, Hari Singh, era hindu e, diante do avanço das milícias, pediu socorro. Nehru aceitou enviar tropas desde que o reino assinasse uma adesão oficial à Índia. Esse gesto desfechou o primeiro conflito, que terminou com um cessar-fogo cindindo a Caxemira em duas. Sucederam-se pequenos conflitos militares, com mais ou menos 70 mil mortos. A guerra só terminou em 1971, com um cessar-fogo.
As tensões nunca acabaram. Além da divergência entre Índia e Paquistão, a China também detém um pedaço da Caxemira. Os chineses controlam uma região semidesértica, Aksai Chin, que tem para eles importância estratégica, marcada pela construção de uma estrada que liga o Tibete à província chinesa de Xinjiang.
Considerando que Índia e Paquistão têm armas nucleares e nunca se entenderam sobre a Caxemira, que permanece majoritariamente muçulmana, com os anos percebi que meu retiro espiritual estava baseado numa área explosiva, na verdade um grande perigo para a estabilidade mundial.
O atentado aos turistas matou 26 pessoas. Poderia ser uma delas, se acontecesse no início do século, antes de me inteirar das condições históricas do lugar. Se pudesse, gostaria de voltar e, agora sim, escrever e trazer imagens da Caxemira. Meu tema não seria o Himalaia, mas o Rio Indo, que nasce no Tibete e atravessa a região. Com seus afluentes, o rio é um ponto nervoso na crise. Tanto que a Índia, depois do atentado, não só bombardeou posições no Paquistão, como ameaçou cortar a água do vizinho.
China e Paquistão têm um tratado de repartição de águas, e ele é um instrumento em que os países conseguem cooperar. A Índia pode construir hidrelétricas, mas teoricamente não pode deixar seu rival sem água. Na verdade, se isso acontecer, o Paquistão será atingido frontalmente na segurança alimentar, pois suas plantações se concentram no Vale do Pendjab.
A Caxemira que passei a ver um pouco mais de perto, com o tempo, continua sendo um lugar muito bonito com seus lagos, vales e o próprio Himalaia. Mas é um nó político. No princípio, depois de 1947, a Índia reconheceu alguma autonomia: a região tinha uma bandeira própria e leis que impediam venda de terras para quem não fosse do lugar. Mas, numa área com maioria muçulmana tão pronunciada, fala-se muito num plebiscito para que o povo do lugar defina seu caminho. Isso a Índia ainda não aceita.
Não esqueço que tomei chá à beira de um vulcão político que não só rachou a Índia, como produziu dois Paquistões, o Ocidental e o Oriental, que viria ser Bangladesh. Como diz a canção: é preciso ficar atento e forte.
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