Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Com salsinha e cebolinha
"Nós somos uma grande potência modesta."
Marcos Azambuja
Conselheiro Emérito
Derrotado por antecipação, o governo já pensa em desistir de aumentar o IOF
Publicado em 29/05/2025 - 09:25 Luiz Carlos Azedo
Brasília, Congresso, Economia, Governo, Imposto, Justiça, Partidos, Política, Política, Tecnologia
Qualquer bom gestor público sabe que um corte de 2% nas despesas não é o fim do mundo, mas uma opção por austeridade, eficiência, transparência, ou seja, produtividade
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, admitiu que a equipe econômica estuda alternativas que possam substituir o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), diante das pressões do setor produtivo e financeiro e da perda de sustentação política no Congresso, a partir do momento em que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se manifestou publicamente contra o aumento.
Durigan é o integrante da equipe econômica com mais credibilidade junto ao mercado financeiro e admitiu que o governo pode recuar das propostas após reunião com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, e com os dirigentes dos maiores bancos privados do país no Ministério da Fazenda. Todo o empresariado está repudiando a medida, que atinge fortemente a indústria e, também, a grande massa de empreendedores.
Por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo foi obrigado a fazer um ajuste nas contas públicas, que deveria ser da ordem de R$ 51,3 bilhões para cumprir as exigências da legislação orçamentária. A opção do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi cortar R$ 31,3 bilhões e aumentar o IOF, para arrecadar mais R$ 20,5 bilhões neste ano. Numa conta de balcão de botequim, na prática, o governo quis fazer um ajuste de apenas R$ 11,25 bilhões, porém, esperteza demais engole o dono.
Leia mais: Haddad alerta para impacto de R$ 50 bi se Congresso revogar aumento do IOF
A lógica econômica do Palácio do Planalto é aumentar os gastos públicos para aquecer a economia e gerar e emprego, o que realmente está acontecendo, porém, com o aumento do deficit público, a inflação precisa ser contida pela política monetária, ou seja, o Banco Central (BC) eleva os juros (Selic). A equipe econômica sabe que precisa cortar gastos. Isso é possível sem prejudicar os programas destinados aos mais pobres, com foco na área meio e cancelamento de projetos não prioritários. Entretanto, o presidente Lula e os demais ministros não aceitam essa alternativa. Estão de olho nas eleições de 2026.
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Divulgado na semana passada, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (Rardp), bimestral, informa que as despesas obrigatórias deste ano ficarão R$ 36,4 bilhões maiores do que o previsto quando o Orçamento foi aprovado. Os gastos crescem na Esplanada como as unhas dos seus ministros, só que não são cortados. O orçamento do Ministério da Justiça este ano é de R$ 22 bilhões. O dos Transportes, R$ 30,8 bilhões. O da Cultura, R$ 4 bilhões. O do Povos Indígenas, R$ 1,3 bilhão. É muito dinheiro.
Menos desperdício
A conta de benefícios previdenciários é de R$ 16,7 bilhões. Com base nos dados observados de janeiro a abril deste ano, a conta de benefícios “normais” ficaria R$ 9 bilhões maior do que o previsto, e a de precatórios previdenciários, R$ 7,7 bilhões mais elevada. Se considerarmos apenas como referência o salário mínimo de R$ 1.518,00, a despesa previdenciária aumenta em mais R$ 4,09 bilhões. O Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, cresceu R$ 2,8 bilhões. O motivo do crescimento é a concessão do benefício por via judicial.
O presidente Lula tem a transferência de renda para os mais pobres como uma promessa de campanha, isso é legítimo, pois foi eleito com essa plataforma. Para manter esse compromisso e não ver seu governo desandar, porém, terá de cortar em outras áreas do governo, acabar com os desperdícios, combater a corrupção, cancelar programas que são perfumarias ou maracutaias mesmo.
Qualquer gestor público sabe que um corte de 2% nas despesas de uma administração não é o fim do mundo, mas uma questão de vontade política, que depende de uma opção preferencial por austeridade, eficiência, transparência, ou seja, produtividade. O uso intensivo de tecnologia pode resolver isso. Agora mesmo, nesse escândalo do INSS, o simples uso de biometria seria capaz de evitar as fraudes, segundo a Polícia Federal (PF).
Leia ainda: Falta de biometria foi “brecha” para fraudes no INSS, diz delegado da PF
Não se trata aqui de um debate ideológico, do tipo “neoliberais versus desenvolvimentistas”. Além da contingência econômica (o deficit fiscal), existe a política. Para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), “o Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício”. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) e a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) exigem que o Congresso rejeite o aumento do IOF.
Segundo essas entidades, com o aumento do IOF, os custos das empresas e dos negócios com operações de crédito, câmbio e seguros serão elevados em R$ 19,5 bilhões apenas no que resta do ano de 2025. “Para 2026, o aumento de custo chega a R$ 39 bilhões”, com uma carga tributária do IOF para empresas em mais de 110% ao ano. Por essa razão, o governo está derrotado por antecipação: a correlação de forças no Congresso não permite o aumento do IOF. O melhor seria fazer do limão a limonada, o governo cortar na carne e cobrar do Congresso e do Judiciário a mesma atitude.
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#Câmara, #Déficit, #Haddad, #Motta, Imposto, Lula
Sogra Coral
Roger Resende
Vocês já ouviram falar
que existem vários tipos de sogra
Tem sogra "viage", tem sogra "manera"
Tem sogra assanhada, só fala besteira
Mas tem sogra que não tá com nada
Eu vou lhe falar, mas não me leve a mal
Sai de baixo "cumpade", é "friage"
Larga do meu pé Dona Sogra Coral
O veneno está armazenado
E a qualquer momento vai ser destilado
Não precisa se preocupar
Sou abençoado, isso não vai me pegar
Casca-grossa, segura a tua onda
Que a coisa tá preta pior do que íngua
Fica esperta e lembre do ditado
Que o rabo é a continuação da língua.
Maldizer a vida alheia é coisa muito feia
É ruim de aturar
Se soubesses o mal que semeia
Talvez desistisse de caluniar
Vá embora, vê se desaparece
Pois mato a cobra e mostra o pau
Tô feliz, tô aliviado
Tô livre enfim da tal Sogra Coral
Composição: Roger Resende.
"Nós somos uma grande potência modesta."
Marcos Azambuja
Conselheiro Emérito
"Como queijo minas, como suiço, com furos para todos os lados."
"- Hermano Dutra!
- Hermano não, Eurico."
"Se desdobra
Não se reinventa."
Cordiais Saudações
Noel Rosa
Estimo que este mal traçado samba
Em estilo rude
Na intimidade
Vá te encontrar gozando saúde
Na mais completa felicidade
(Junto dos teus, confio em Deus)
Em vão te procurei
Notícias tuas não encontrei
Eu hoje sinto saudades
Daqueles dez mil réis que eu te emprestei
Beijinhos no cachorrinho
Muitos abraços no passarinho
Um chute na empregada
Porque já se acabou o meu carinho
A vida cá em casa
Está horrível
Ando empenhado
Nas mãos de um judeu
O meu coração vive amargurado
Pois minha sogra ainda não morreu
(Tomou veneno, e quem pagou fui eu)
Sem mais, para acabar
Um grande abraço queira aceitar
De alguém que está com fome
Atrás de algum convite pra jantar
Espero que notes bem
Estou agora sem um vintém
Podendo, manda-me algum
Rio, sete de setembro de trinta e um
(Responde que eu pago o selo)
Composição: Noel Rosa
***
Introdução da obra
Recém-casado com a jovem sergipana Lindaura Martins Neves, o Poeta da Vila, Noel Rosa, morou em Belo Horizonte nos primeiros meses de 1935. Na ocasião, o casal se hospedou na casa dos tios dele, no bairro Floresta.
Diagnosticado com tuberculose pulmonar, o sambista de 24 anos viajou em lua de mel e também para se tratar da doença. Naquela época, a capital mineira tinha um clima privilegiado e recebia enfermos de várias procedências na esperança de se livrarem da tísica. Mesmo ficando internado por alguns dias na Santa Casa, chegando a engordar 12 quilos, Noel não evitou os excessos. Pelo contrário, logo se enturmou com músicos e boêmios locais, caindo literalmente na esbórnia.
Tendo como principais referências os livros No tempo de Noel Rosa, de Almirante, e Noel Rosa - Uma biografia, de João Máximo e Carlos Didier, escrevi um musical para celebrar o centenário do compositor, em 2010. A peça permaneceu inédita, servindo de base para o presente romance. Misturando realidade e ficção, convido o leitor a embarcar numa viagem lúdica à Belo Horizonte dos anos 30, em companhia do grande artista.
Enquanto esteve em Minas, o Poeta da Vila compôs 12 músicas e escreveu uma carta em forma de poema endereçada ao seu médico carioca. Mais tarde, João Nogueira transformaria aqueles versos em samba, acrescentando um post-scriptum original. Sete dessas composições estão registradas numa playlist em QR code, na contracapa do livro.
Em sua curta estadia na cidade, Noel conheceu o radialista José de Oliveira Vaz e interagiu com os músicos Delê Andrade e Rômulo Paes, entre outros. Não é de se duvidar que tenha também cruzado com Drummond, Abgar Renault, Aquilles Vivacqua e outros jovens poetas. Afinal de contas, na BH provinciana de antanho, todos os caminhos levavam à Rua da Bahia com seus bares e cafés movimentados; ou à Lagoinha boêmia, repleta de cabarés, malandros e profissionais do sexo.
Gênio do samba, fundador da moderna MPB, Noel Rosa morreria muito jovem, permanecendo vivo no imaginário popular e se tornando verdadeira lenda do cancioneiro nacional. Isso justifica a presente “licença poética”. Como diz a última frase de O homem que matou o facínora, filme de John Ford lançado em 1962, “quando a lenda é maior que o fato, publique-se a lenda”.
JFS
BH registra madrugada mais fria de 2025 nesta segunda-feira; vento ultrapassou os 80km/h
Capital mineira registrou sensação térmica negativa, de até -2,6°C, devido às fortes rajadas de vento.
Por Redação g1 — Belo Horizonte
07/04/2025 08h06 Atualizado há um mês
"Decifra-me ou te devoro."
Édipo e a Esfinge
Perfeito! Vamos então intensificar a ironia elegante e melancólica, ao modo de Noel Rosa, com aquela leveza sarcástica, um certo sorriso amargo, e com a interpretação imaginada na voz límpida e insinuante de Marília Batista — sem apelar ao excesso de drama, mas mantendo a mordacidade implícita, bem medida, como exige "a régua e o compasso".
Aqui vai a versão final, mais irônica, preservando o estilo de carta-música:
Belo Horizonte, noite fria, maio de dois mil e vinte e cinco
Cordiais Saudações
(Ao Excelentíssimo, que dorme bem aquecido — e bem informado, espero.)
Permita-me que este mal traçado samba,
Em estilo pobre, mas com diplomática flama,
Te encontre firme, entre rendas e cortinas,
Enquanto aqui o vento atravessa as esquinas,
E os corpos, que o poder não recolhe,
Ensaiam mais uma noite sem agasalho, nem escolhe.
Hoje, vi, sem querer, uma cena tão humana:
Um homem, na calçada, frente à sopa insana,
Sorvendo a água quente, tão curtinha...
E disse: "...com salsinha, cebolinha...
Aí eu gosto." — e sorriu, como quem brinda,
Às migalhas de afeto que a rua ainda brinda.
Enquanto isso, Vossa Excelência governa,
E seus colegas, entre cafés e cisternas,
Desperdiçam, sem dó, seus brutos bens,
Que não são grãos, nem ouro, nem vinténs —
Mas a arte fina da inoperância,
Produto bruto em larga abundância!
E, lembremos, como dizia o Conselheiro,
"Como queijo minas, como suíço...",
Com furos para todos os lados, é preciso —
E nós, que por esses furos escorremos,
Seguimos, rindo, tropeçando, mas não morremos.
Ah, "nós somos uma grande potência modesta",
Como disse, com galhofa, aquele que agora resta
Em memória, no Itamaraty, no samba, na ironia:
Potência, sim, mas só de melancolia.
O mais curioso, veja o engenho:
Nem mesmo o que excretam vai ao lenho
Da compostagem honesta e tão fecunda…
Não! O que sobra é só mais uma rotunda
Montanha de promessas não cumpridas,
Empilhadas nas ruas, junto às vidas.
(Do outro lado da rua, ouvi um grito:)
"- Hermano Dutra!"
"- Hermano não, Eurico."
E assim seguimos, nesta confusão,
De nomes, de cargos, de ficção —
A burocracia é ágil, se desdobra,
Mas, como bem sabemos…
Se desdobra...
Não se reinventa.
Sem mais, para não te aborrecer,
Encerro, com respeito, sem querer
Tomar teu tempo, sei, tão precioso —
Quem governa precisa estar garboso,
Com agendas, convescotes e discursos,
Enquanto o povo cata restos nos recursos.
Ah! Se puderes, manda-me, quem sabe,
Um convite qualquer, ou um quiabo…
Ou ao menos, se a mesa estiver vazia,
Um bilhetinho:
“Com salsinha e cebolinha…”
Que já me basta, nesta ventania.
Belo Horizonte, noite fria, maio de dois mil e vinte e cinco
(Responda, se quiser — mas sei que a compostagem política
não inclui cartas como esta.)
(Último acorde: um cavaquinho discreto, como quem sorri de canto de boca, meio Itamaraty, meio Vila Isabel…)
VEJA POR QUE BOLSONARO ESTÁ SENDO ESCANTEADO PELA DIREITA NAS DISCUSSÕES SOBRE 2026
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No Segunda Chamada desta quarta-feira, 28 de maio, a filiação do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ao Progressistas. O evento foi considerado um lançamento informal de uma frente de direita para a disputa pelo Palácio do Planalto.
“Tem outra coisa que é importante e não pode sair despercebida: o simbolismo dessa reunião aqui. É a quantidade de lideranças que nós temos aqui, do Brasil inteiro. Para quem duvida que esse grupo estará junto no ano que vem, eu digo para vocês: esse grupo estará unido. Esse grupo vai ser forte. Esse grupo tem projeto para o Brasil e sabe o caminho”, afirmou Tarcísio.
No programa de hoje debateremos:
✅ O isolamento de Bolsonaro
✅ As articulações da direita
✅ Possíveis nomes para disputar o Palácio do Planalto
Noel Rosa por Marília Batista Vol 1
Acervo da Música Brasileira
11 de dez. de 2020
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