Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 23 de maio de 2025
FORA DA ORDEM
Sebastião Salgado Gold: Serra Pelada Gold Mine / Goldmine Serra Pelada / Mine d'or Serra Pelada Capa dura – Livro de fotos, 17 novembro 2019
Edição Multilíngue por L�lia Wanick Salgado (Ilustrador), Alan Riding (Contribuinte, Autor), & 1 mais
Roda Retrô | Sebastião Salgado | 1994
Roda Viva
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O Roda Viva recebeu em 1994 o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.
Pós-graduado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), Salgado trabalhou no Ministério da Economia em 1968 durante a ditadura. Após o asilo político, o mineiro retornou ao Brasil nos anos 70 e teve seu primeiro contato com a fotografia durante uma viagem à África.
Como fotógrafo, Salgado conquistou dezenas de prêmios internacionais e se consagrou um dos principais profissionais na área.
Título provisório:
Sebastião Salgado: O Olhar do Quarto Poder — Imagens que constroem e denunciam a ordem do mundo
Introdução: A Morte Anunciada de um Imortal
De repente, não mais que de repente, Paris anuncia ao mundo: Sebastião Salgado, aos 81 anos, encerra sua travessia humana, mas deixa uma herança infinita — imagens que escancaram a beleza e a tragédia da existência, que denunciam a violência e a desigualdade, e que celebram a dignidade humana mesmo em meio à ruína.
Neste roteiro, sua obra será o fio condutor, a lente pela qual revisitamos e reinterpretamos os grandes temas aqui apresentados: o papel da mídia como Quarto Poder, a crítica da modernidade, a ruína social expressa na canção “Fora da Ordem” e na tragédia de uma telenovela, e, finalmente, o pensamento filosófico e político que busca caminhos possíveis.
Sebastião Salgado não é só fotógrafo: é cronista visual da condição humana, é testemunha ética, é o artista que capturou, como poucos, a tensão entre a beleza da vida e a violência estrutural.
1. O Quarto Poder em Ação: Entre Imagem e Poder
A trajetória de Sebastião Salgado sempre desafiou a superficialidade midiática. Em um mundo onde a imagem se banalizou, ele repolitizou o ato de ver. Sua fotografia não é mero espetáculo: é denúncia, é documento, é apelo.
Salgado, portanto, expande o conceito do Quarto Poder: não é apenas a mídia tradicional, mas a imagem com responsabilidade ética, a fotografia que incita reflexão e ação, que molda consciências e interfere diretamente na esfera pública.
Se a mídia de massa frequentemente mascara a realidade, Salgado a desvela. Seu olhar, rigoroso e compassivo, refaz o pacto entre estética e verdade.
2. A Poética da Desordem: Fora da Ordem, Dentro do Quadro
Ao contemplarmos a fotografia de Salgado — por exemplo, imagens de mineiros de Serra Pelada, ou de refugiados — somos tragados pela mesma sensação que Caetano Veloso traduziu em sua canção:
“Aqui tudo parece que era ainda construção e já é ruína.”
Salgado captura a precariedade e a força. Seu trabalho é a materialização do verso “alguma coisa está fora da ordem”: um mundo desigual, espoliado, marcado pela exploração.
Mas, como na música, a arte de Salgado é também resistência: revela a dignidade onde só se via miséria, a beleza onde a ordem dominante via apenas ruína.
Assim como Caetano, Salgado nos obriga a olhar, a não desviar os olhos.
3. Entre Ficção e Tragédia: O Real Mais Forte que a Telenovela
A tragédia da morte de Daniella Perez, misturando vida e ficção, expôs a violência e a vulnerabilidade humanas — temas que também são núcleo do trabalho de Salgado.
Se a telenovela, como “De Corpo e Alma”, dramatiza conflitos e paixões, a fotografia de Salgado revela a dramaturgia real e brutal da existência: crianças-soldado, trabalhadores escravizados, povos indígenas ameaçados.
A diferença? Salgado não encena, não cria roteiro: ele testemunha. Sua lente é o palco onde o humano se exibe sem máscaras, em sua crueza e em sua transcendência.
A fotografia torna-se, assim, mais poderosa que a ficção, porque nos impede de negar a realidade.
4. Habermas e Salgado: Comunicação Ética na Esfera Pública
Se para Habermas a democracia depende de uma comunicação orientada pela razão e pela ética, então a obra de Salgado é uma das maiores expressões dessa utopia.
Salgado reconfigura a esfera pública: suas imagens são atos comunicativos, que exigem respostas, que interpelam consciências e que, muitas vezes, provocam mudanças políticas reais.
Em tempos de fake news e espetacularização, Salgado oferece uma alternativa: a imagem como compromisso ético, como discurso público legítimo.
Em suas fotos, cada rosto, cada corpo, cada paisagem é uma peça de resistência contra a manipulação e o silenciamento.
5. A Marcha Solitária do Estado: A Contradição Registrada pela Lente
O diagnóstico de Fernando Gabeira, sobre a “marcha solitária do Estado”, sem controle social, ressoa profundamente nas imagens de Salgado.
Ele nos mostra os abandonados pelo Estado: trabalhadores migrantes, vítimas de guerra, refugiados climáticos. A lente de Salgado captura essa ausência, essa marcha sem rumo, mas também o potencial de resistência dos indivíduos e comunidades.
Se o Estado falha, a sociedade — através da arte, da comunicação e da ação política — pode e deve restabelecer vínculos.
Salgado é um mediador desses vínculos: mostra o que está escondido, aproxima o distante, humaniza o outro.
6. O Legado de Sebastião Salgado: Entre Luz e Sombra
Com a sua partida, Sebastião Salgado torna-se ainda mais eterno. Seu legado é muito mais que um arquivo de imagens: é um convite ético, uma proposta política e uma poética da existência.
Assim como na canção de Caetano Veloso, Salgado parece nos dizer, a cada clique:
“Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem.
Apenas sei de diversas harmonias bonitas, possíveis sem juízo final.”
Salgado nos ensinou a olhar com respeito, a denunciar com beleza e a esperançar com imagens.
Sua arte conecta tudo o que tratamos aqui: o poder da comunicação, o risco da manipulação, a necessidade de uma esfera pública vibrante, a urgência da ação social e política.
Ele é, por excelência, o artista do Quarto Poder, mas também o crítico e o redentor desse mesmo poder.
Epílogo: A Imagem que Persiste
Sobre imagens de Salgado, o roteiro se encerra, mas a sua mensagem permanece:
➡️ A beleza é política.
➡️ O olhar é poder.
➡️ A imagem pode ser denúncia ou disfarce.
Com Salgado, aprendemos que a imagem consciente é a mais potente das intervenções.
De repente, não mais que de repente, ele partiu.
Mas, felizmente, não mais que de repente, ele também permanece.
Frase final:
"O mundo é a sua imagem. Escolha bem como quer vê-lo."
A morte de Sebastião Salgado, anunciada em 23 de maio de 2025, reverberou globalmente, com diversos veículos de comunicação destacando sua trajetória e legado. O fotógrafo brasileiro, conhecido por suas imagens em preto e branco que capturam a essência da condição humana e a beleza da natureza, faleceu aos 81 anos devido a uma leucemia decorrente de uma malária contraída em 2010 durante o projeto "Gênesis" .
The Guardian
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ElHuffPost
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Cadena SER
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Salgado iniciou sua carreira como economista, mas encontrou na fotografia uma forma de expressar sua visão sobre as injustiças sociais e ambientais. Projetos como "Trabalhadores", "Êxodos" e "Gênesis" são testemunhos de seu compromisso com a documentação de realidades muitas vezes negligenciadas .
El País
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ElHuffPost
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Além de seu trabalho fotográfico, Salgado e sua esposa, Lélia Wanick Salgado, fundaram o Instituto Terra, uma organização dedicada à restauração ambiental no Brasil . Seu legado permanece não apenas em suas imagens, mas também em suas contribuições para a preservação do meio ambiente e a conscientização global sobre questões sociais.
AP News
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El País
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The Guardian
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Para aprofundar o entendimento sobre sua visão e trajetória, recomenda-se a entrevista concedida por Salgado ao programa Roda Viva em 1994, disponível no link a seguir:
YouTube
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Observatório da Imprensa
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Neste programa, Salgado discute sua transição da economia para a fotografia, suas motivações e os desafios enfrentados em seus projetos.
Sebastião Salgado deixa um legado indelével na fotografia e na luta por justiça social e ambiental. Sua obra continua a inspirar e provocar reflexões sobre o mundo em que vivemos.
Fontes
"Opinião do dia – Jürgen Habermas* (Eleições)"
“Eleições e referendos devem não só reproduzir um espetro de preferências existentes, mas também juízos sobre os programas e sobre as pessoas que se encontram em eleição.
Eles não podem expressar irrefletidamente a vontade da população, pois têm também um sentido cognitivo. O governo precisa elaborar problemas urgentes com base nessas decisões sobre diretrizes. Em uma democracia, eleições políticas não satisfazem sua determinação sistêmica se meramente registram a distribuição de preferencias e de prejuízos. Os votos eleitorais alcançam o peso institucional de decisões civis de um colegislador somente porque procedem de um processo público de formação da opinião e da vontade, no que esse processo é controlado pelos prós e contras públicos de opiniões, argumentos e tomadas de posição livremente flutuantes. As opiniões dos cidadãos devem primeiramente se constituir a partir da maré dissonante das contribuições, a luz de uma troca de opiniões publicamente articulada.
De maneira ideal, a política deliberativa se enraíza em uma sociedade civil que faz um uso anarquista de suas liberdades comunicativas. Mas, em nossas esferas públicas espaçosas, produzidas primeiramente pela rede comunicativa de mídias de massa, carece-se não só de informações e impulsos da parte de uma imprensa espontânea e independente, mas, em primeira linha, da iniciativa, do esclarecimento e da capacidade de organização dos partidos políticos.”
*Jürgen Habermas (1929), filósofo e sociólogo alemão que participa da tradição da teoria crítica, membro da Escola de Frankfurt. Dedicou sua vida ao estudo da democracia, especialmente por meio de suas teorias do agir comunicativo, da política deliberativa e da esfera pública. “Na esteira da tecnocracia”, p.172-3. Editora Unesp, 2014."
"Opinião do dia -Jürgen Habermas* (O discurso democrático)"
“O Estado democrático de direito se tornou um projeto, ao mesmo tempo resultado e acelerador de uma racionalização do mundo da vida que vai muito além do aspecto político. O verdadeiro conteúdo deste projeto é a institucionalização gradualmente melhorada dos procedimentos de formação coletiva racional da vontade, os quais não podem prejudicar os objetivos concretos dos participantes. Cada passo nesse caminho tem repercussões sobre a cultura política e sobre as formas de vida. Porém, por outro lado, sem a contrapartida de uma cultura política e de formas de vida racionalizadas, não poderiam surgir formas de comunicação adequadas à razão prática.”
*HABERMAS, Jürgen (1929). Facticidade e Validade: contribuições para uma teoria discursiva do direito e da democracia. Trad: Felipe Gonçalves Silva e Rúrion Melo. p.651, São Paulo: UNESP, 2020."
sexta-feira, 23 de maio de 2025
A marcha solitária do Estado sem controle – Fernando Gabeira
O Estado de S. Paulo
A realidade é que marchamos para uma nova eleição presidencial num contexto de distância entre a sociedade e seus representantes
Nos últimos tempos, tenho a impressão de que o Estado brasileiro se liberou completamente das amarras sociais e navega livremente pelo oceano de seus próprios interesses.
O Congresso é o lugar onde a liberdade de cuidar de si passou ater maior dimensão. Para começar, temos ocaso não resolvido das emendas. Não há controle social sobre ela se, em alguns casos, apenas a esperança de que, no sistema de pesos e contrapesos, o Supremo Tribunal Federal (STF) consiga frear o avanço dos congressistas. Rosa Weber tentou deter o orçamento secreto. Houve inúmeras escaramuças, masa Constituição não prevaleceu.
Da mesma forma, as tentativas do ministro Flávio Dino para determinara transparência esbarram em grandes obstáculos. Como foi um ministro indicado por Lula, o esforço para conter o Congresso acaba repercutindo nos municípios. Deve estar aí a causa das vaias que o presidente recebeu na marcha dos prefeitos em Brasília. Se foi esse o motivo, é sinal de que o corpo político brasileiro não aceita mais a ideia de um Orçamento nacional controlado pelo Executivo para realizar as promessas de uma campanha presidencial.
Os resultados são conhecidos hoje: fragmentação no uso dos recursos, irracionalidade, assim como uma corrupção difusa e incontrolável.
Mas o barco navega por outras ondas. Na semana passada, a Câmara aumentou o número de deputados, de 513 para 531, com um impacto estimado, por baixo, de R$ 65 milhões ao ano. Não houve repercussão social. Se fizermos uma pesquisa, certamente a maioria reprovaria este aumento. Mas ela já não se dá mais ao trabalho de protestar, por cansaço.
Resta a esperança de que o Supremo detenha esta manobra. Afinal, o que foi autorizado é apenas um reajuste nas bancadas, proporcional ao número de habitantes por Estado. Alguns perderiam, outros ganhariam, mas o número final não seria alterado.
Mas será que o STF vai enfrentar mais essa? Há outras frentes no litígio entre as instituições. Uma delas foi aberta com a suspensão do processo contra o deputado Alexandre Ramagem. O STF aceita não processá-lo por crimes realizados depois da diplomação, mas os cometidos antes estão de pé.
O caso é apenas um balão de ensaio destinado a criar uma espécie de blindagem para os deputados. Fala-se em anular, da mesma forma, o processo contra o ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho, e a própria Carla Zambelli deposita suas esperanças, depois de uma condenação a dez anos de prisão.
Tudo isso enfraquece a democracia, como se ela estivesse morrendo ao longo desses anos, com pequenos espasmos de resistência.
O próprio Judiciário, em certos momentos, também navega em águas turvas. É muito grande o número de altos funcionários da Justiça que ganham salários acima do teto. Há investigações sobre venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça e nos tribunais de Tocantins e Mato Grosso.
Não se pode projetar no STF o papel de salvador. Sua atuação contra o golpe de Estado foi elogiada de um modo geral, mas logo alguns excessos surgiram a ponto de motivarem reportagens de veículos internacionais como The Economist e The New York Times. O contraargumento é o de que esses órgãos compraram as versões da extrema direita, mas não são precisamente simpáticos a essa corrente política.
Resta o Executivo, sem condições de estabelecer um equilíbrio.
Também se debate com notícias de corrupção no INSS, embora estejamos tratando de um processo antigo, fraco demais para confrontar o Congresso e dependente do STF.
No meu entender, está criada uma situação semelhante à anterior a 2013, com a diferença de que as revoltas daquele ano se desdobraram numa experiência que terminou com a vitória de um suposto outsider, em 2018. Bolsonaro se dizia contra tudo o que está aí.
Apesar dessa experiência traumática, a possibilidade do aparecimento de outsiders nas campanhas eleitorais continua de pé, sobretudo porque eles podem tomar outras formas, criar novos discursos, como aconteceu com Pablo Marçal na eleição municipal de São Paulo. Excluído do processo por sua própria inexperiência e fragilidade política, ele acabou revelando que uma parte da juventude buscava novos rumos, mais próximos do universo cotidiano.
A realidade é que marchamos para uma nova eleição presidencial num contexto de distância entre a sociedade e seus representantes.
Grande parte dos deputados considera sua reeleição tranquila com uma grande fatia do Orçamento para garantir sua volta. No longo prazo, é apenas um sintoma da crise, porque isso anuncia que no nível do Congresso não teremos novidade e o barco continuará seguindo suas rotas.
E o presidente que surgir do processo? Terá força para impor sua posição, vai remar a favor da corrente, na esperança modesta de preservar o poder?
O único problema nesta aprazível viagem é o fato de que a sociedade é dinâmica e dificilmente vai aceitar essa pasmaceira ao longo dos anos. Em algum momento, um iceberg vai se colocar no caminho deste incontrolável barco estatal.
Por enquanto, é difícil definir os contornos do desastre. Mas a possibilidade de que aconteça aumenta na medida em que o barco se distancia da costa, onde vivem as pessoas com seus problemas e sonhos.
"Quarto Poder em Ação" refere-se à influência e atuação da imprensa e dos meios de comunicação de massa na sociedade, além da divulgação de notícias. Este conceito, que se inspira nos três poderes clássicos (Legislativo, Executivo e Judiciário), destaca a capacidade da mídia de moldar a opinião pública, influenciar decisões e impactar a agenda política.
Academia de Mia. Maputo de Puto. Democracia de Cia.
Caetano Veloso - Fora da Ordem
A célebre frase "alguma coisa está fora da ordem", eternizada por Caetano Veloso, sintetiza de forma poética uma disfunção que exige resposta concreta e urgente dos formuladores de políticas públicas e dos agentes do setor.
Caetano Veloso - Fora da Ordem (Cd De Corpo e Alma, Nacional 1992) Tema de Reginaldo (Eri Jonhson)
Composição: Caetano Veloso
Vapor barato
Um mero serviçal
Do narcotráfico
Foi encontrado na ruína
De uma escola em construção...
Aqui tudo parece
Que era ainda construção
E já é ruína
Tudo é menino, menina
No olho da rua
O asfalto, a ponte, o viaduto
Ganindo prá lua
Nada continua...
E o cano da pistola
Que as crianças mordem
Reflete todas as cores
Da paisagem da cidade
Que é muito mais bonita
E muito mais intensa
Do que no cartão postal...
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial...(4x)
Escuras coxas duras
Tuas duas de acrobata mulata
Tua batata da perna moderna
A trupe intrépida em que fluis...
Te encontro em Sampa
De onde mal se vê
Quem sobe ou desce a rampa
Alguma coisa em nossa transa
É quase luz forte demais
Parece pôr tudo à prova
Parece fogo, parece
Parece paz, parece paz...
Pletora de alegria
Um show de Jorge Benjor
Dentro de nós
É muito, é grande
É total...
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial...(4x)
Meu canto esconde-se
Como um bando de Ianomâmis
Na floresta
Na minha testa caem
Vem colocar-se plumas
De um velho cocar...
Estou de pé em cima
Do monte de imundo
Lixo baiano
Cuspo chicletes do ódio
No esgoto exposto do Leblon
Mas retribuo a piscadela
Do garoto de frete
Do Trianon
Eu sei o que é bom...
Eu não espero pelo dia
Em que todos
Os homens concordem
Apenas sei de diversas
Harmonias bonitas
Possíveis sem juízo final...
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial...(várias vezes)
01. CONTRATO ASSINADO – Sandra de Sá (tema de Simone)
02. MINHA TENTAÇÃO – Wando (tema de Helena)
03. SONHO TRISTE (UNO) – Julio Iglesias (tema de Diogo)
04. BATE CORAÇÃO (TEU OLHAR) – José Augusto (tema de Caíque)
05. ALGUÉM NO CÉU – Trem da Alegriae Roupa Nova (tema de Júnior)
06. BETINA – André Sperling (tema de Betina)
07. TEU OLHAR – Hay Kay (tema de Tavinho)
08. ROMANCE ROSA (BACHATA ROSA) – Juan Luiz Guerra (tema de Yasmin)
09. FORA DE ORDEM – Caetano Veloso (tema de Reginaldo)
10. ATRÁS DA PORTA – Elis Regina (tema de Antônia)
11. POR ESCRITO – Pery Ribeiro (tema de Stella)
12. HOMEM DE RUA – Erasmo Carlos (tema de Bira)
13. RAIO DE LUZ – Simone (tema de Paloma e tema de abertura)
14. SOFRENDO POR AMOR – André Sperling (tema de Bia)
De Corpo e Alma é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela TV Globo de 3 de agosto de 1992 a 5 de março de 1993 em 185 capítulos. Substituiu Pedra Sobre Pedra e foi substituída por Renascer, sendo a 46ª "novela das oito" exibida pela emissora. Escrita por Gloria Perez e dirigida por Fábio Sabag e Ivan Zettel, teve direção geral e núcleo de Roberto Talma
Contou as participações de Tarcísio Meira, Cristiana Oliveira, Victor Fasano, Beatriz Segall, Carlos Vereza, Betty Faria, Fábio Assunção e Vera Holtz.
A telenovela ficou marcada pela morte de Daniella Perez, filha da autora e interprete da personagem Yasmin, que foi assassinada pelo colega de elenco Guilherme de Pádua e Paula Thomaz (atualmente assina Paula Nogueira Peixoto), então esposa de Pádua. Na trama, Pádua vivia o personagem Bira, com quem Yasmin tinha um romance. Durante o período em que o crime estava sendo elucidado, os autores Leonor Bassères e Gilberto Braga assumiram a responsabilidade de escrever os capítulos e apresentar uma alternativa para o desaparecimento dos dois personagens. Depois do crime elucidado, Gloria Perez retomou o trabalho e conduziu a novela até o fim. A autora incluiu mais dois assuntos polêmicos na trama: a morosidade da Justiça e a inadequação do Código Penal.
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