Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sábado, 31 de maio de 2025
Responder
“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como responder a cada um.” — Paulo. (COLOSSENSES, 4.6)
1 O ato de responder proveitosamente a inteligências heterogêneas exige qualidades superiores que o homem deve esforçar-se por adquirir.
2 Nem todos os argumentos podem ser endereçados, indistintamente, à coletividade dos companheiros que lutam entre si, nas tarefas evolutivas e redentoras. Necessário redarguir, com acerto, a cada um. 3 Ao que lida no campo, não devemos retrucar mencionando espetáculos da cidade; ao que comenta dificuldades ásperas do caminho individualista, não se replicará com informações científicas de alta envergadura.
4 Primeiramente, é imprescindível não desagradar a quem ouve, temperando a atitude verbal com a legítima compreensão dos problemas da vida, constituindo-nos um dever contribuir para que os desviados da simplicidade e da utilidade se reajustem.
5 Toda resposta em assunto importante é remédio. É indispensável saber dosá-lo, com vista aos efeitos. Cada criatura tolerará, com benefício, determinada dinamização. As próprias soluções da verdade e do amor não devem ser administradas sem esse critério. Aplicada em porções inadequadas, a verdade poderá destruir, tanto quanto o amor costuma perder…
6 Ainda que sejas interpelado pelo maior malfeitor do mundo, deves guardar uma atitude agradável e digna para informar ou esclarecer. Saber responder é virtude do quadro da sabedoria celestial. Em favor de ti mesmo, não olvides o melhor modo de atender a cada um.
Emmanuel
Texto extraído da 1ª edição desse livro.
77
RESPONDER
Eurípedes - o Homem e a Missão
p. 238
questões culturais
Visões da diversidade
A expansão simultânea da fotografia e da etnografia pelo planeta
Paulo Antonio Paranaguá | Edição 224, Maio 2025
Pense bem de si mesmo.
A boa imagem de si mesmo é
força de escultura e beleza
dentro de você.
A paciência - O Evangelho segundo o Espiritismo - Cap. IX - Item 7 - ENL 26/11/2022
Canal CEIC
Transmitido ao vivo em 26 de nov. de 2022 Evangelho no Lar Online
"Um momento de reflexão e oração para harmonizar nosso lar.""
Esse é o EVANGELHO NO LAR ONLINE do Centro Espírita Ildefonso Correia! 🙌🏡🙏
Esperamos você e sua família para nos unirmos em pensamento.
Todo dia às 21:50h no CanalCEIC no YouTube e Facebook."
A paciência.
7. A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu.
Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.
A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.
Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo.
Um Espírito amigo.
Havre, 1862.
Professora Grazy Souza
11 de fevereiro ·
Qual a sua resposta? .
Confira:
a)Os anciãos morrem por que já não são amados. (PORQUE)
b)Todo homem tem o seu anjo bom e o seu anjo mal. (MAU)
c)Aprendi muito com meus mestres, mas com meus companheiros. (MAIS)
d)Desejo que as armas deem lugar a paz. (À paz) crase
e)Uma sessão de cinema vale uma terapia. Correta
SESSÃO: Representa o tempo de uma reunião, espetáculo, consulta ou exercício.
SEÇÃO: Ação ou efeito de seccionar, dividir em partes, indica divisão, área, departamento. Ex: a maçã está na seção das frutas
CESSÃO: Deriva do verbo ceder, por isso começa com a letra C. É usada para indicar a transferência de qualquer bem ou um direito para algo ou alguém. Ex: O juiz determinou a https://www.facebook.com/profgrazy/photos/qual-a-sua-
https://www.facebook.com/profgrazy/photos/qual-a-sua-resposta-confira-aos-anci%C3%A3os-morrem-por-que-j%C3%A1-n%C3%A3o-s%C3%A3o-amados-porqueb/1682965719091092/?_rdr
Qual a resposta da banca do concurso em tela: FGV 2025 - TCE - RR?
O ChatGPT disse:
A resposta correta para a questão da prova do concurso FGV 2025 – TCE-RR, que solicita identificar a frase em que a grafia do termo sublinhado está correta, é a alternativa (E):
E) Uma sessão de cinema vale uma terapia.
Estratégia Concursos
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Qconcursos
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A palavra "sessão" está corretamente grafada, referindo-se a um evento ou período de tempo destinado a uma atividade específica, como uma sessão de cinema.
Essa resposta está confirmada no gabarito extraoficial publicado pelo Estratégia Concursos para o cargo de Auditor de Controle Externo – Controle Externo .
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Para verificar o gabarito oficial definitivo, você pode consultar o documento publicado pela FGV .
FGV Conhecimento
Inovação
Erros do ChatGPT: dá para confiar na Inteligência Artificial?
Apesar de estarmos extremamente empolgados com as últimas novidades de Inteligência Artificial, precisamos colocar o pé no chão e começar a desconfiar dos resultados. Entenda o porquê e saiba como conseguir melhores respostas!
QUANTO MAIS PRECISA E FECHADA FOR SUA CONSULTA, A PROBABILIDADE DE QUE O CHATGPT, OU OUTRA AI, NÃO LHE DÊ RESPOSTA ERRADA, OU CONFUSA, SEJA MAIOR. MAS NEM A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL É INFALÍVEL E 100% CONFIÁVEL. NATURALMENTE ELA, FELIZMENTE AINDA É COMANDADA POR ALGORITMOS FEITOS A PARTIR DA GÊNESE HUMANA.
Texto reescrito – versão minimalista:
"Quanto mais clara for a sua pergunta, maior a chance de a IA acertar. Ainda assim, ela falha — como tudo que é criado por nós, humanos."
Pixinguinha: O Gênio Que Inventou a Alma da Música Brasileira | Arquivo Novabrasil | Episódio 8
Novabrasil
Estreou em 28 de mai. de 2025
Antes do samba ter bossa, Pixinguinha já dava forma à música brasileira. No episódio final da série Arquivo Novabrasil – Temporada Samba, atravessamos o século ao lado de Alfredo da Rocha Vianna Filho, o menino do Catumbi que reinventou o choro, elevou o samba e deu ao Brasil sua trilha sonora mais eterna: Carinhoso.
Pixinguinha não foi apenas compositor. Foi arranjador, flautista, saxofonista, regente, cronista musical e alquimista dos sons populares. Foi ele quem moldou o jeito brasileiro de escrever arranjos, trouxe alma às gravações de carnaval e traduziu a rua, o terreiro e o teatro em notas inesquecíveis.
Neste episódio, revisitamos sua vida desde as rodas de choro da infância até o sucesso mundial com Os Oito Batutas, a amizade com Donga e João da Baiana, o nascimento do Clube da Esquina, o samba como revolução sonora e cultural, e a consagração definitiva com a letra de Carinhoso, hoje uma das músicas mais gravadas do país.
Pixinguinha atravessou preconceitos, inventou caminhos, desafiou convenções e transformou a música popular brasileira para sempre. Um mestre que nos ensinou que não se escreve a história do Brasil sem melodia, e que, às vezes, ela começa com um sopro no fim da tarde.
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Oeuvres
A expressão "Oeuvres, III, Philosophie" indica que o pesquisador está interessado em explorar a obra filosófica de Karl Marx, especialmente a que é reunida no terceiro volume da coleção de obras completas, como forma de compreender melhor suas ideias e a sua contribuição para a filosofia e as ciências sociais.
RESPOSTA AO TEMPO
Resposta ao tempo ( Letra ) Nana Caymmi.
Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter
Argumento
Mas fico sem jeito calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Compositores: Cristovao Bastos / Aldir Blanc
Com salsinha e cebolinha
"Nós somos uma grande potência modesta."
Marcos Azambuja
Conselheiro Emérito
Derrotado por antecipação, o governo já pensa em desistir de aumentar o IOF
Publicado em 29/05/2025 - 09:25 Luiz Carlos Azedo
Brasília, Congresso, Economia, Governo, Imposto, Justiça, Partidos, Política, Política, Tecnologia
Qualquer bom gestor público sabe que um corte de 2% nas despesas não é o fim do mundo, mas uma opção por austeridade, eficiência, transparência, ou seja, produtividade
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, admitiu que a equipe econômica estuda alternativas que possam substituir o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), diante das pressões do setor produtivo e financeiro e da perda de sustentação política no Congresso, a partir do momento em que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se manifestou publicamente contra o aumento.
Durigan é o integrante da equipe econômica com mais credibilidade junto ao mercado financeiro e admitiu que o governo pode recuar das propostas após reunião com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, e com os dirigentes dos maiores bancos privados do país no Ministério da Fazenda. Todo o empresariado está repudiando a medida, que atinge fortemente a indústria e, também, a grande massa de empreendedores.
Por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo foi obrigado a fazer um ajuste nas contas públicas, que deveria ser da ordem de R$ 51,3 bilhões para cumprir as exigências da legislação orçamentária. A opção do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi cortar R$ 31,3 bilhões e aumentar o IOF, para arrecadar mais R$ 20,5 bilhões neste ano. Numa conta de balcão de botequim, na prática, o governo quis fazer um ajuste de apenas R$ 11,25 bilhões, porém, esperteza demais engole o dono.
Leia mais: Haddad alerta para impacto de R$ 50 bi se Congresso revogar aumento do IOF
A lógica econômica do Palácio do Planalto é aumentar os gastos públicos para aquecer a economia e gerar e emprego, o que realmente está acontecendo, porém, com o aumento do deficit público, a inflação precisa ser contida pela política monetária, ou seja, o Banco Central (BC) eleva os juros (Selic). A equipe econômica sabe que precisa cortar gastos. Isso é possível sem prejudicar os programas destinados aos mais pobres, com foco na área meio e cancelamento de projetos não prioritários. Entretanto, o presidente Lula e os demais ministros não aceitam essa alternativa. Estão de olho nas eleições de 2026.
Leia também: Lula diz que anunciará linha de crédito para motoboys
Divulgado na semana passada, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (Rardp), bimestral, informa que as despesas obrigatórias deste ano ficarão R$ 36,4 bilhões maiores do que o previsto quando o Orçamento foi aprovado. Os gastos crescem na Esplanada como as unhas dos seus ministros, só que não são cortados. O orçamento do Ministério da Justiça este ano é de R$ 22 bilhões. O dos Transportes, R$ 30,8 bilhões. O da Cultura, R$ 4 bilhões. O do Povos Indígenas, R$ 1,3 bilhão. É muito dinheiro.
Menos desperdício
A conta de benefícios previdenciários é de R$ 16,7 bilhões. Com base nos dados observados de janeiro a abril deste ano, a conta de benefícios “normais” ficaria R$ 9 bilhões maior do que o previsto, e a de precatórios previdenciários, R$ 7,7 bilhões mais elevada. Se considerarmos apenas como referência o salário mínimo de R$ 1.518,00, a despesa previdenciária aumenta em mais R$ 4,09 bilhões. O Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, cresceu R$ 2,8 bilhões. O motivo do crescimento é a concessão do benefício por via judicial.
O presidente Lula tem a transferência de renda para os mais pobres como uma promessa de campanha, isso é legítimo, pois foi eleito com essa plataforma. Para manter esse compromisso e não ver seu governo desandar, porém, terá de cortar em outras áreas do governo, acabar com os desperdícios, combater a corrupção, cancelar programas que são perfumarias ou maracutaias mesmo.
Qualquer gestor público sabe que um corte de 2% nas despesas de uma administração não é o fim do mundo, mas uma questão de vontade política, que depende de uma opção preferencial por austeridade, eficiência, transparência, ou seja, produtividade. O uso intensivo de tecnologia pode resolver isso. Agora mesmo, nesse escândalo do INSS, o simples uso de biometria seria capaz de evitar as fraudes, segundo a Polícia Federal (PF).
Leia ainda: Falta de biometria foi “brecha” para fraudes no INSS, diz delegado da PF
Não se trata aqui de um debate ideológico, do tipo “neoliberais versus desenvolvimentistas”. Além da contingência econômica (o deficit fiscal), existe a política. Para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), “o Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício”. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) e a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) exigem que o Congresso rejeite o aumento do IOF.
Segundo essas entidades, com o aumento do IOF, os custos das empresas e dos negócios com operações de crédito, câmbio e seguros serão elevados em R$ 19,5 bilhões apenas no que resta do ano de 2025. “Para 2026, o aumento de custo chega a R$ 39 bilhões”, com uma carga tributária do IOF para empresas em mais de 110% ao ano. Por essa razão, o governo está derrotado por antecipação: a correlação de forças no Congresso não permite o aumento do IOF. O melhor seria fazer do limão a limonada, o governo cortar na carne e cobrar do Congresso e do Judiciário a mesma atitude.
Nas entrelinhas: todas as colunas no Blog do Azedo
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#Câmara, #Déficit, #Haddad, #Motta, Imposto, Lula
Sogra Coral
Roger Resende
Vocês já ouviram falar
que existem vários tipos de sogra
Tem sogra "viage", tem sogra "manera"
Tem sogra assanhada, só fala besteira
Mas tem sogra que não tá com nada
Eu vou lhe falar, mas não me leve a mal
Sai de baixo "cumpade", é "friage"
Larga do meu pé Dona Sogra Coral
O veneno está armazenado
E a qualquer momento vai ser destilado
Não precisa se preocupar
Sou abençoado, isso não vai me pegar
Casca-grossa, segura a tua onda
Que a coisa tá preta pior do que íngua
Fica esperta e lembre do ditado
Que o rabo é a continuação da língua.
Maldizer a vida alheia é coisa muito feia
É ruim de aturar
Se soubesses o mal que semeia
Talvez desistisse de caluniar
Vá embora, vê se desaparece
Pois mato a cobra e mostra o pau
Tô feliz, tô aliviado
Tô livre enfim da tal Sogra Coral
Composição: Roger Resende.
"Nós somos uma grande potência modesta."
Marcos Azambuja
Conselheiro Emérito
"Como queijo minas, como suiço, com furos para todos os lados."
"- Hermano Dutra!
- Hermano não, Eurico."
"Se desdobra
Não se reinventa."
Cordiais Saudações
Noel Rosa
Estimo que este mal traçado samba
Em estilo rude
Na intimidade
Vá te encontrar gozando saúde
Na mais completa felicidade
(Junto dos teus, confio em Deus)
Em vão te procurei
Notícias tuas não encontrei
Eu hoje sinto saudades
Daqueles dez mil réis que eu te emprestei
Beijinhos no cachorrinho
Muitos abraços no passarinho
Um chute na empregada
Porque já se acabou o meu carinho
A vida cá em casa
Está horrível
Ando empenhado
Nas mãos de um judeu
O meu coração vive amargurado
Pois minha sogra ainda não morreu
(Tomou veneno, e quem pagou fui eu)
Sem mais, para acabar
Um grande abraço queira aceitar
De alguém que está com fome
Atrás de algum convite pra jantar
Espero que notes bem
Estou agora sem um vintém
Podendo, manda-me algum
Rio, sete de setembro de trinta e um
(Responde que eu pago o selo)
Composição: Noel Rosa
***
Introdução da obra
Recém-casado com a jovem sergipana Lindaura Martins Neves, o Poeta da Vila, Noel Rosa, morou em Belo Horizonte nos primeiros meses de 1935. Na ocasião, o casal se hospedou na casa dos tios dele, no bairro Floresta.
Diagnosticado com tuberculose pulmonar, o sambista de 24 anos viajou em lua de mel e também para se tratar da doença. Naquela época, a capital mineira tinha um clima privilegiado e recebia enfermos de várias procedências na esperança de se livrarem da tísica. Mesmo ficando internado por alguns dias na Santa Casa, chegando a engordar 12 quilos, Noel não evitou os excessos. Pelo contrário, logo se enturmou com músicos e boêmios locais, caindo literalmente na esbórnia.
Tendo como principais referências os livros No tempo de Noel Rosa, de Almirante, e Noel Rosa - Uma biografia, de João Máximo e Carlos Didier, escrevi um musical para celebrar o centenário do compositor, em 2010. A peça permaneceu inédita, servindo de base para o presente romance. Misturando realidade e ficção, convido o leitor a embarcar numa viagem lúdica à Belo Horizonte dos anos 30, em companhia do grande artista.
Enquanto esteve em Minas, o Poeta da Vila compôs 12 músicas e escreveu uma carta em forma de poema endereçada ao seu médico carioca. Mais tarde, João Nogueira transformaria aqueles versos em samba, acrescentando um post-scriptum original. Sete dessas composições estão registradas numa playlist em QR code, na contracapa do livro.
Em sua curta estadia na cidade, Noel conheceu o radialista José de Oliveira Vaz e interagiu com os músicos Delê Andrade e Rômulo Paes, entre outros. Não é de se duvidar que tenha também cruzado com Drummond, Abgar Renault, Aquilles Vivacqua e outros jovens poetas. Afinal de contas, na BH provinciana de antanho, todos os caminhos levavam à Rua da Bahia com seus bares e cafés movimentados; ou à Lagoinha boêmia, repleta de cabarés, malandros e profissionais do sexo.
Gênio do samba, fundador da moderna MPB, Noel Rosa morreria muito jovem, permanecendo vivo no imaginário popular e se tornando verdadeira lenda do cancioneiro nacional. Isso justifica a presente “licença poética”. Como diz a última frase de O homem que matou o facínora, filme de John Ford lançado em 1962, “quando a lenda é maior que o fato, publique-se a lenda”.
JFS
BH registra madrugada mais fria de 2025 nesta segunda-feira; vento ultrapassou os 80km/h
Capital mineira registrou sensação térmica negativa, de até -2,6°C, devido às fortes rajadas de vento.
Por Redação g1 — Belo Horizonte
07/04/2025 08h06 Atualizado há um mês
"Decifra-me ou te devoro."
Édipo e a Esfinge
Perfeito! Vamos então intensificar a ironia elegante e melancólica, ao modo de Noel Rosa, com aquela leveza sarcástica, um certo sorriso amargo, e com a interpretação imaginada na voz límpida e insinuante de Marília Batista — sem apelar ao excesso de drama, mas mantendo a mordacidade implícita, bem medida, como exige "a régua e o compasso".
Aqui vai a versão final, mais irônica, preservando o estilo de carta-música:
Belo Horizonte, noite fria, maio de dois mil e vinte e cinco
Cordiais Saudações
(Ao Excelentíssimo, que dorme bem aquecido — e bem informado, espero.)
Permita-me que este mal traçado samba,
Em estilo pobre, mas com diplomática flama,
Te encontre firme, entre rendas e cortinas,
Enquanto aqui o vento atravessa as esquinas,
E os corpos, que o poder não recolhe,
Ensaiam mais uma noite sem agasalho, nem escolhe.
Hoje, vi, sem querer, uma cena tão humana:
Um homem, na calçada, frente à sopa insana,
Sorvendo a água quente, tão curtinha...
E disse: "...com salsinha, cebolinha...
Aí eu gosto." — e sorriu, como quem brinda,
Às migalhas de afeto que a rua ainda brinda.
Enquanto isso, Vossa Excelência governa,
E seus colegas, entre cafés e cisternas,
Desperdiçam, sem dó, seus brutos bens,
Que não são grãos, nem ouro, nem vinténs —
Mas a arte fina da inoperância,
Produto bruto em larga abundância!
E, lembremos, como dizia o Conselheiro,
"Como queijo minas, como suíço...",
Com furos para todos os lados, é preciso —
E nós, que por esses furos escorremos,
Seguimos, rindo, tropeçando, mas não morremos.
Ah, "nós somos uma grande potência modesta",
Como disse, com galhofa, aquele que agora resta
Em memória, no Itamaraty, no samba, na ironia:
Potência, sim, mas só de melancolia.
O mais curioso, veja o engenho:
Nem mesmo o que excretam vai ao lenho
Da compostagem honesta e tão fecunda…
Não! O que sobra é só mais uma rotunda
Montanha de promessas não cumpridas,
Empilhadas nas ruas, junto às vidas.
(Do outro lado da rua, ouvi um grito:)
"- Hermano Dutra!"
"- Hermano não, Eurico."
E assim seguimos, nesta confusão,
De nomes, de cargos, de ficção —
A burocracia é ágil, se desdobra,
Mas, como bem sabemos…
Se desdobra...
Não se reinventa.
Sem mais, para não te aborrecer,
Encerro, com respeito, sem querer
Tomar teu tempo, sei, tão precioso —
Quem governa precisa estar garboso,
Com agendas, convescotes e discursos,
Enquanto o povo cata restos nos recursos.
Ah! Se puderes, manda-me, quem sabe,
Um convite qualquer, ou um quiabo…
Ou ao menos, se a mesa estiver vazia,
Um bilhetinho:
“Com salsinha e cebolinha…”
Que já me basta, nesta ventania.
Belo Horizonte, noite fria, maio de dois mil e vinte e cinco
(Responda, se quiser — mas sei que a compostagem política
não inclui cartas como esta.)
(Último acorde: um cavaquinho discreto, como quem sorri de canto de boca, meio Itamaraty, meio Vila Isabel…)
VEJA POR QUE BOLSONARO ESTÁ SENDO ESCANTEADO PELA DIREITA NAS DISCUSSÕES SOBRE 2026
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No Segunda Chamada desta quarta-feira, 28 de maio, a filiação do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ao Progressistas. O evento foi considerado um lançamento informal de uma frente de direita para a disputa pelo Palácio do Planalto.
“Tem outra coisa que é importante e não pode sair despercebida: o simbolismo dessa reunião aqui. É a quantidade de lideranças que nós temos aqui, do Brasil inteiro. Para quem duvida que esse grupo estará junto no ano que vem, eu digo para vocês: esse grupo estará unido. Esse grupo vai ser forte. Esse grupo tem projeto para o Brasil e sabe o caminho”, afirmou Tarcísio.
No programa de hoje debateremos:
✅ O isolamento de Bolsonaro
✅ As articulações da direita
✅ Possíveis nomes para disputar o Palácio do Planalto
Noel Rosa por Marília Batista Vol 1
Acervo da Música Brasileira
11 de dez. de 2020
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Música
6 músicas
Prá Que Mentir / Feitio de Oração / Só Pode ser Você / Silêncio de um Minuto / Voltaste
Marília Batista
História Musical de Noel Rosa
Vai Haver Barulho no Chateau / Onde Está a Honestidade / Você Vai se Quiser / Vitória / Eu Vou Prá Vila
Marília Batista
História Musical de Noel Rosa
Cordiais Saudações / Positivismo / O Maior Castigo que Eu te Dou / Riso de Criança / Para me Livrar do Mal
Marília Batista
História Musical de Noel Rosa
Rapaz Folgado / Coração / Quando o Samba Acabou / Prazer em Conhece-lo / Pela Decima Vez
Marília Batista
História Musical de Noel Rosa
Século do Progresso / Dama do Cabaret / Três Apitos / Esquina da Vida / X do Problema
Marília Batista
História Musical de Noel Rosa
Eu Sei Sofrer / Filosofia / Pela Primeira Vez / Fita Amarela / O Orvalho Vem Caindo
Marília Batista
História Musical de Noel Rosa
Música
Transcrição
terça-feira, 27 de maio de 2025
"Notas e notas: entre cifras, trilhos e despedidas"
Trocando Em Miúdos
Francis Hime
Cifra: Principal (violão e guitarra) Favoritar Cifra
Tom: A
[Intro] A7M A7 A7/6 D7M Dm7
A7M A7 A7/6 D6 Dm6
A7M A7 A7/6 D7M
Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Dm7
Não me valeu
A7M A7 A7/6 D6
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim?
Dm6
O resto é seu
Am9 Am/G F#m7(5-)
Trocando em miúdos, pode guardar
F7M Am
As sobras de tudo que chamam lar
Am/G F#m7
As sombras de tudo que fomos nós
B7 E7M
As marcas de amor nos nossos lençóis
E7(9-) A7M
As nossas melhores lembranças
A7 D7M
Aquela esperança de tudo se ajeitar
Dm7
Pode esquecer
A7M A7 A7/6 D6
Aquela aliança, você pode empenhar
Dm6
Ou derreter
Am9 Am/G F#m7(5-)
Mas devo dizer que não vou lhe dar
F7M Am
O enorme prazer de me ver chorar
Am/G F#m7 B7
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
F#m7 B7 Bm7 E7 Bm7 E7
Meu pei__to tão dilacerado
A7M
Aliás
A7 A7/6 D7M
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Dm7
Pro aluguel
A7M A7 A7/6 D6
Devolva o Neruda que você me tomou
Dm6
E nunca leu
Am9 Am/G F#m7(5-)
Eu bato o portão sem fazer alarde
F7M Am
Eu levo a carteira de identidade
Am/G F#m7(5-)
Uma saideira, muita saudade
F7M Am9 Am
E a leve impressão de que já vou tarde
Repetir
Modo teatro
Composição de Chico Buarque / Francis Hime
NOTAS e notas — polissemia da língua, da tinta e da especulação
🎶 Interlúdio I: "Menino de Braçanã"
Intérprete: Rita Lee
Compositores: Arnaldo Passos / Luiz Rattes Vieira Filho
Ouça aqui
"É tarde, já vou indo
Preciso ir embora, até amanhã
Mamãe quando eu saí
Disse: Bichinho, não demora em Braçanã..."
Naquela manhã enevoada, a medida provisória amanheceu deitada na praça, entre pombos sonolentos, velhos jogando dominó e os primeiros bocejos de analistas financeiros. O rumor se espalhou ligeiro como vento seco:
— O IOF morreu.
Uns diziam suicídio técnico; outros, assassinato político. Mas havia a certeza de que Brasília acordara com cheiro de missa de sétimo dia — e nem era domingo.
A equipe econômica, ainda sonolenta, esboçava discursos e desculpas, enquanto o Mercado, essa criatura mitológica que vive de sustos e cochichos, corria desvairado pelas alamedas:
— Vai dar ruim, vai dar ruim!
E alguém, talvez o próprio ministro, murmurou:
— Quando a Casa Grande não quer, a Fazenda desfaz… e o IOF… foi.
E foi mesmo. Sumiu do Diário Oficial com a mesma rapidez de uma promessa eleitoral após a apuração das urnas.
🎶 Interlúdio II: "Trem das Onze"
Intérprete e compositor: Adoniran Barbosa
Ouça e veja a tradução aqui
"Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito, amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora, às onze horas
Só amanhã de manhã..."
Dizem os mais supersticiosos que, naquele instante, o próprio Adoniran Barbosa desceu de um trem metafísico, não em Jaçanã, mas numa plataforma invisível entre o Planejamento e a Fazenda, cantarolando com aquele sotaque inconfundível:
— É tarde, já vou indo… Preciso ir embora…
Enquanto isso, Haddad, com olhar de quem perdeu o trem, tentava explicar aos vivos o que os mortos já sabiam: decisão sem consulta ao Banco Central é como embarcar sem bilhete — pode até dar certo, mas o fiscal do Mercado não perdoa.
Lá estava o IOF, estendido, com o olhar vítreo dos que nunca entenderam sua própria função. Ao redor, técnicos cochichavam, não muito diferentes das beatas que em Antares discutiam o fedor dos cadáveres insepultos:
— Foi falta de comunicação…
— Não, arrogância…
— Eu ouvi dizer que foi um erro de Excel…
E, claro, sempre há o cético que decreta:
— Isso aí foi só especulação…
De mercado, de alma, de tudo.
🎶 Interlúdio III: "Trocando em Miúdos"
Intérprete: Nara Leão
Compositores: Chico Buarque / Francis Hime
Ouça aqui
"Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira
Muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde…"
O mais curioso: mesmo após a morte súbita, o IOF seguiu movimentando os vivos. O Mercado, que só teme o que não compreende, especulava em loops infinitos:
— Fraqueza do governo?
— Jogada estratégica?
— Mais um tropeço na coreografia desajeitada das pastas econômicas?
E, no meio desse espetáculo tragicômico, alguém percebeu a ironia suprema: tudo não passava de notas.
Notas fiscais, notas técnicas, notas de rodapé e, claro, notas musicais. A língua portuguesa, sempre pronta para a pegadinha, lembrava: a mesma palavra que embala a Receita também entoa o samba que consola quem perdeu o trem.
No fim, como em toda boa história brasileira, ficou a impressão de improviso — e uma melodia no ar, meio triste, meio debochada:
"Se eu perder esse trem, que sai agora às onze horas…
Só amanhã de manhã…"
E assim Brasília foi adormecendo, não pelo ruído das máquinas públicas, mas pelo silêncio constrangido das decisões mal calculadas e das oportunidades perdidas, que sempre acabam voltando… como um fantasma político ou como um velho trem, rangendo pelos trilhos da História.
E, cá entre nós: quem nunca perdeu um trem, que atire a primeira nota.
Fim
Confirmando os dados recebidos:
1) Menino de Braçanã
Intérprete: Rita Lee
Compositores: Arnaldo Passos / Luiz Rattes Vieira Filho
Link: Ouça aqui
Letra completa:
É tarde, já vou indo
Preciso ir embora, até amanhã
Mamãe quando eu saí
Disse: Bichinho, não demora em Braçanã
Se eu demoro, mamãezinha tá a me esperar
Pra me castigar
Tá doido, moço, num faço isso, não
Vou-me embora, vou sem medo dessa escuridão
Quem anda com Deus
Não tem medo de assombração
E eu ando com Jesus Cristo no meu coração
Ai, ai
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, ai, ai
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá, lá
(repetição)
2) Trem das Onze
Intérprete: Adoniran Barbosa
Compositor: Adoniran Barbosa
Link: Ouça e veja a tradução aqui
Letra completa:
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito, amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora, às onze horas
Só amanhã de manhã
Além disso, mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar
Não posso ficar
(repetição)
3) Trocando em Miúdos
Intérprete: Nara Leão
Compositores: Chico Buarque / Francis Hime
Link: Ouça aqui
Letra completa:
Eu vou lhe deixar a medida do bom fim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha sim
O resto é seu
Trocando em miúdos pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças
Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança você pode empenhar
Ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado
Aliás, aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira
Muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde
Análise
Nas Entrelinhas: Motta sobe o tom contra o governo
"Haddad sofre críticas por não fazer um corte de despesas maior, mas o catalisador da política é o aumento de alíquota de 0,38% para 0,95% para empréstimos e financiamentos", saienta o jornalista
PRI-2705-ENTRELINHAS - (crédito: Maurenilson Freire)
Não há pior momento para o governo tratar de aumento de impostos do que na última semana de prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). É nesse contexto que o debate sobre o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) virou uma "treta" entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) — que criticou o governo pelo X (antigo Twitter) —, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que anunciou a medida e voltou atrás, parcialmente, na semana passada, mantendo o aumento do imposto.
O governo anunciou um congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025, sendo R$ 10,6 bilhões em bloqueios temporários e R$ 20,7 bilhões em contingenciamentos mais duradouros. O valor cumpriria as regras do arcabouço fiscal, segundo as quais a despesa não pode crescer mais do que 2,5% ao ano (acima da inflação). Para atingir a meta fiscal, também prevê deficit zero, mas admite que poderá chegar a R$ 31 bilhões.
Haddad sofre críticas por não fazer um corte de despesas maior, mas o catalisador da política é o aumento de alíquota de 0,38% para 0,95% para empréstimos e financiamentos a empresas. A alíquota diária passou de 0,0041% para 0,0082%, resultando em uma taxa anual de 3,95%. Entretanto, Haddad recuou da taxação de recursos enviados para investimentos no exterior, devido às pressões, e agora terá que anunciar um bloqueio adicional.
O aumento do IOF sobre o câmbio e operações de crédito das empresas aumentará o custo do crédito para a indústria. Haddad tenta amenizar esse impacto, com o argumento de que o aumento dos juros básicos é outro fator que influencia o custo dos empréstimos ao setor produtivo. "Quando aumenta a Selic, aumenta o custo do crédito. É igual. Quando aumenta a Selic, aumenta o custo de crédito e nem por isso os empresários deixam de entender a necessidade da medida", disse.
O aumento do IOF possibilitou que a oposição retomasse a ofensiva no Congresso. O deputado André Fernandes (PL-CE), na Câmara, e o senador Rogério Marinho (PL-RN), apresentaram propostas para suspender o aumento por decreto legislativo. O assunto ganhou mais tração no Congresso depois de uma entrevista de Haddad ao jornal O Globo, na qual o ministro falou que a superação do deficit estrutural "depende muito mais do Congresso". Segundo Haddad, "hoje nós vivemos um quase parlamentarismo. Quem dá a última palavra sobre tudo isso é o Congresso".
Almoço indigesto
Essa declaração tirou Hugo Motta do sério, que usou as redes sociais, ontem, para enviar um recado direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em tom crítico, contestou a condução fiscal do Executivo e se posicionou pelo X (Twitter) contra qualquer tentativa de aumento da carga tributária: "Bom dia e boa semana! Lembrando o que disse logo que assumi: o Estado não gera riqueza — consome. E quem paga essa conta é a sociedade. A Câmara tem sido parceira do Brasil, ajudando a aprovar os bons projetos que chegam do Executivo, e assim continuaremos. Mas quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor. O Executivo não pode gastar sem freio e, depois, passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício. Vamos trabalhar sempre em harmonia e em defesa dos interesses do país."
Motta almoçou com Lula no domingo, evitou tornar pública suas críticas no fim de semana, mas não manteve o silêncio obsequioso. A pressão dos seus pares é para pautar o aumento do IOF o quanto antes. Para o governo, isso será um desastre. Dificilmente o aumento será aprovado num ambiente no qual as críticas dos setores prejudicados se somam a insatisfação dos contribuintes, que estão declarando o IR até o final deste mês. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também participou do almoço, mas não se pronunciou.
Na conversa no Palácio da Alvorada, num encontro fora da agenda, Lula assumiu a responsabilidade pelo aumento do IOF e deixou claro para Motta e Alcolumbre que a proposta havia passado por ele. Ontem, o presidente da República foi embora mais cedo para casa com uma crise de labirintite, que geralmente é causada por infecções virais que inflamam o labirinto e/ou o nervo vestibular, estruturas importantes para o equilíbrio. Infecções como gripes e resfriados podem desencadear a doença. Outros fatores são infecções bacterianas, doenças autoimunes, traumas, problemas circulatórios, metabólicos e até mesmo o uso de certos medicamentos.
O aumento do IOF é uma dor de cabeça para os empreendedores das empresas do Simples Nacional, cuja alíquota subiu de 0,38% para 0,95%, com a alíquota diária passando de 0,00137% para 0,00274%, totalizando 1,95% ao ano. O IOF unificado em 3,5% para cartões de crédito e débito internacionais, cartões pré-pagos, compra de moeda estrangeira em espécie e empréstimos externos de curto prazo, às vésperas das férias, também é uma dor de cabeça para os contribuintes de classe média.
Enquanto isso, o aumento da faixa de isenção para contribuintes que ganham até R$ 5 mil por mês e a implementação de uma alíquota maior para rendas superiores a R$ 50 mil mensais empacaram no Congresso. Aumentar impostos para arrecadar mais e obter o equilíbrio fiscal pela receita, sem cortar gastos, parece uma obsessão de Lula. Mas parece que bateu no teto do Congresso, como uma Curva de Laffer política.
Ontem, o presidente da República foi embora mais cedo devido uma crise de labirintite, que geralmente é causada por infecções virais que inflamam o labirinto e/ou o nervo vestibular, estruturas importantes para o equilíbrio. Lula sentiu-se mal, fez exames no hospital e foi pra casa repousar. Infecções como gripes e resfriados podem desencadear a doença. Outros fatores de labirintite são infecções bacterianas, doenças autoimunes, traumas, problemas circulatórios, metabólicos e até mesmo o uso de certos medicamentos.
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Luiz Carlos Azedo +
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Por Luiz Carlos Azedo
postado em 27/05/2025 03:55 / atualizado em 27/05/2025 08:33
terça-feira, 27 de maio de 2025
Haddad faz o diabo - Carlos Andreazza
O Estado de S. Paulo
Inicio este artigo com a questão com que concluí o último: se o governo Lula já aciona, em maio de 2025, o botão do IOF, ao que estará apelando em maio de 26?
Essa é a questão. Fernando Haddad disse que recuou – revogou parte do decreto – porque o aumento de imposto sobre aplicações no exterior “passava uma mensagem equivocada”. A mensagem foi transmitida de forma claríssima – e captada perfeitamente. Equivocada fora a decisão por instrumentalizar o IOF para estabelecer repressão financeira. Equivocada fora a decisão por instrumentalizar o IOF para elevar a arrecadação.
Um conjunto de medidas que pretendeu controlar capitais. Não flertou com o controle de capitais. Quis mesmo reprimir o trânsito de dinheiros. Essa era a intenção. As iniciativas foram pensadas para segurar a saída de recursos do País. Jogada que o ministro da Fazenda chamou de “pequeno ajuste”. E que era “estudada há bastante tempo” – havia mais de ano. Imagine se a turma não estudasse. Estudando, avaliaram que o lance desvalorizaria o dólar...
Volto à questão fundamental: se o governo encorpa o IOF agora, estará tomando nossa grana de que maneira no ano eleitoral?
Essa é a questão. Questão que fez, ao contrário, o dólar mostrar os dentes; porque o cara preferirá pagar o imposto – perder algum – para tirar os seus dinheiros daqui do que arriscar ter prejuízos ainda maiores. Exemplo melhor do “risco Brasil” não haverá. Por isso Haddad e outros estudiosos decidiram recuar – porque já colhiam a desvalorização do real.
O aumento das alíquotas do IOF não quis somente controlar capitais. O governo Lula ora aplica o Imposto sobre Operações Financeiras – que tem natureza regulatória e cuja utilização deve ser comedida – para fazer política fiscal. Para bater as metas mequetrefes que o próprio governo propôs. Para cumprir as regras frouxas do arcabouço fiscal – este presunto – que o próprio governo criou.
Não corta despesas. Congela gastos e pedala-maquia a conta. Jamais em volume a contento. E então vem tapar o buraco do puxadinho cobrando mais IOF. É disso que se trata. É disto que se trata, afinal: dinheiro extra cobrado de nós para financiar mais uma tentativa de reeleição de presidente.
Haddad, o moderado, aquele que seguraria o ímpeto gastador do Planalto, falou ao PT, na sede do partido em Brasília, na segunda, dia 19. Disse: “No ano que vem, a gente vai dar trabalho para essa extrema direita escrota que está aí. E vamos ver de novo o presidente Lula subir, mais uma vez, a rampa do palácio”.
No dia 22, quinta, anunciaria a mordida via IOF, mais um ato para cumprir a profecia de “dar trabalho”. O mesmo que “fazer o diabo”. Dar trabalho para quem? Quem trabalhará para pagar essa fatura? É isto, repito, o que se quer: grana – nossa – para tentar empurrar Lula rampa acima.
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Vivendo a destruição da democracia?
Ou vendo a reação democrática?
Paulo Beraldo e Vítor Marques
São Paulo
13/05/2019 08h21
O descontentamento com o funcionamento da democracia e o crescimento do radicalismo político se tornaram fenômenos globais, apontaram pesquisas divulgadas no mês passado pelo Pew Research Center e pelo Instituto Ipsos, que ouviram pessoas em 27 países.
No Brasil, a imensa maioria (83%) se diz insatisfeita com o funcionamento da democracia, segundo o Pew Research, e a polarização no país é recorde: 32% dos brasileiros acreditam que não vale a pena tentar conversar com pessoas que tenham visões políticas diferentes das suas, de acordo com o Ipsos.
Moraes assume relatório do inquérito contra Eduardo Bolsonaro no STF e decreta sigilo
O pedido de inquérito feito pela PGR foi aberto nesta segunda-feira (26/5) no Supremo. O documento alega que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atua nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras
Caso o pedido seja aceito em sua integralidade, o STF deverá solicitar à PF a oitiva de Eduardo e do ex-presidente Jair Bolsonaro - (crédito: Gustavo Moreno/STF)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi designado relator do inquérito que investiga o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por supostas práticas de incitação à violência e atentado contra a ordem democrática. A investigação tramitará em sigilo, conforme decisão do ministro.
Leia também: Soberania nacional: PGR pede ao STF abertura de inquérito contra Eduardo Bolsonaro
O caso foi instaurado a partir de informações que indicam envolvimento de Eduardo Bolsonaro em atos que poderiam comprometer a estabilidade institucional do país, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Leia também: Por que STF abriu inquérito contra Eduardo Bolsonaro
Caso o pedido seja aceito em sua integralidade, o STF deverá solicitar à Polícia Federal (PF) a oitiva de Eduardo e de Jair Bolsonaro, tendo em vista que o ex-presidente é o responsável financeiro pela estadia do parlamentar nos Estados Unidos.
MM
Maiara Marinho +
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PGR pede que STF investigue atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA
Procuradoria cita publicações em redes sociais do deputado que representam uma tentativa de “intimidar” autoridades públicas.
Giullia Colombo
26.mai.2025 (segunda-feira) - 15h04
A PGR (Procuradoria Geral da República) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 2ª feira (26.mai.2025) a abertura de um inquérito para investigar a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o deputado vem desde 2024 “reiteradamente e publicamente afirmando que está se dedicando a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal”. Leia a íntegra do pedido (PDF – 203 kB)
O pedido da procuradoria se dá em resposta à representação criminal protocolada pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara. No documento, Gonet cita publicações em redes sociais e entrevistas à imprensa dadas por Eduardo Bolsonaro que, segundo o órgão, representam uma tentativa de “intimidar” autoridades públicas em relação à ação penal no Supremo contra o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sobre a tentativa de golpe de Estado.
Eduardo está afastado da Câmara dos Deputados desde março, quando foi morar nos Estados Unidos. Em entrevistas e publicações nas redes sociais, o deputado fala sobre “abusos” cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes e articula sanções junto ao congresso norte-americano contra o magistrado.
Na última 4ª feira (21.mai), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que o governo de Donald Trump (Partido Republicano) analisa aplicar restrições estabelecidas pela Lei Magnitsky contra Moraes.
Leia mais: Entenda o que é a Lei Magnitsky, a norma que pode impor punição a Moraes
“Há um manifesto tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na ação penal, percebendo-se o propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação”, escreveu Gonet.
De acordo com o procurador-geral da República, as evidências mostram que o congressista tem buscado “sanções internacionais a membros do Poder Judiciário” para interferir no andamento da ação penal.
Gonet também diz que a atuação de Eduardo seria uma tentativa de atrapalhar os trabalhos em curso no inquérito das fake news, também em tramitação na Corte.
“O intuito de embaraçar o andamento do julgamento técnico se soma ao de perturbar os trabalhos técnicos que se desenvolvem no Inquérito 4.781, pela intimidação de autoridades da Polícia Federal e do Ministro relator. Nesse Inquérito, apuram-se ataques ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal, por meios virtuais, com notícias falsas e ameaças”, escreveu.
A PGR pede que Moraes determine que a PF (Polícia Federal) ouça Lindbergh, que protocolou a representação, para que “receba dele documentos relevantes para o caso”. Também pede que seja perguntado ao congressista se ele apresentou algum requerimento na Câmara para acompanhar a conduta ética de Eduardo.
Outro pedido de Gonet foi para que a PF monitore o conteúdo postado nas redes sociais de Eduardo Bolsonaro e ouça, em depoimento, o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre os fatos, já que ele seria o beneficiado pela conduta do deputado. Por fim, o procurador-geral da República recomendou que autoridades diplomáticas do Brasil e dos EUA sejam ouvidas.
autores
Giullia Colombo
redatora
"Nós estamos vendo uma reação democrática ou estamos vivendo a destruição da democracia?"
William Wack
segunda-feira, 26 de maio de 2025
A democracia não é imortal – Fernando Gabeira
O Globo
É uma falsa suposição pensar que a política pode seguir sua carreira solo, ignorando os anseios da sociedade
A democracia no Brasil está morrendo há alguns anos. Às vezes penso nisso e me pergunto por que não conseguimos deter a decomposição. Não é um processo linear, houve vitórias no caminho. Mas cresce aos poucos a consciência de que ela não é imortal. Às vezes, vejo o Estado brasileiro como um barco solitário que navega no oceano dos interesses da alta burocracia, sem grandes contatos com a costa, onde vivem as esperanças e os sonhos cotidianos.
A imagem de um barco desgovernado é muito fortalecida pelo Congresso. Os deputados detêm parte do Orçamento e lutam, de inúmeras formas, para evitar a transparência dos gastos. Determinaram um aumento no número de parlamentares, de 513 para 531, o que significa novos gastos de, no mínimo, R$ 64 milhões anuais.
E nós, o que fizemos? Na verdade, o tema passou batido. Teve menos repercussão que os projetos que regulam a assistência médica ou os bebês reborn. Isso não significa que a sociedade tenha lavado as mãos. Ela se pronunciou num projeto que privatizava áreas do litoral, voltou a se manifestar no projeto que criminalizava vítimas de estupro. O problema é a lógica desses clamores. Às vezes surgem, às vezes não. Tudo depende de os temas terem viralizado. Muitos deles são sérios, mas simplesmente morrem nos algoritmos.
Resta então pensar nos contrapesos. O STF tem condições de realizar esta tarefa sozinho? No caso das emendas parlamentares, luta pela transparência desde o início do orçamento secreto. Mas ainda não venceu neste quesito claramente constitucional: como se gasta o dinheiro público. Há muitos problemas em depositar todas as fichas no STF. O Judiciário é vulnerável. Muitos juízes ganham salário acima do teto. Há investigações sobre venda de sentenças no STJ, inquéritos sobre a Justiça de Tocantins e Mato Grosso.
Há outro perigo em erigir o STF como salvador. Depois de sua atuação em defesa da democracia, surgiram inúmeras denúncias de excessos. Elas repercutem mais na imprensa internacional do que no Brasil. The Economist e The New York Times já publicaram amplas reportagens sobre o tema. É difícil imaginar que façam o jogo da extrema direita, pois claramente não se identificam com ela.
O Supremo, no Brasil, avançou muito na concessão de prerrogativas aos seus ministros. Podem julgar casos defendidos por parentes. Podem ser empresários, interferem em nomeações.
O governo mesmo está um pouco espremido entre essas duas forças que não pode confrontar. Precisa do Supremo e do Congresso. E ainda está pressionado por denúncias de corrupção no INSS. Nada a esperar de Lula para deter a engrenagem. É o favorito nas eleições de 2026. Com a força da grana, o atual Congresso será essencialmente o mesmo.
O que esperar do futuro, nessas circunstâncias? As revoltas de 2013 moveram o país, e o resultado em 2018 foi a eleição de um outsider, Jair Bolsonaro. Nem era verdadeiramente outsider. Sua experiência culminou no orçamento secreto, que ampliou o abismo entre política e povo. Com um discurso de prosperidade do indivíduo, Pablo Marçal em São Paulo conseguiu empolgar parte da juventude. Fracassou ao se mostrar completamente amoral e pouco hábil em política.
Já existe cansaço com tudo que está aí e também cansaço com quem se apresenta contra tudo o que está aí. É uma falsa suposição pensar que a política pode seguir sua carreira solo, ignorando os anseios da sociedade. Mais cedo ou mais tarde pode haver colisão, e temos de nos preparar, desde agora, para que a democracia não seja atropelada por ela. Não há outra esperança fora da planície, onde estamos todos. Será preciso superar a indiferença e visualizar, rapidamente, o abismo, para evitar que o país caia nele.
4 Razões para Pedir a Prisão Preventiva: Aspectos Legais, Jurisprudenciais e Doutrinários
1. Introdução
A prisão preventiva é uma medida cautelar de natureza excepcional, prevista no ordenamento jurídico brasileiro, cujo escopo não é a punição, mas sim a garantia da eficácia do processo penal. Seu fundamento está no art. 312 do Código de Processo Penal (CPP), que estabelece os pressupostos e requisitos para sua decretação. A medida é expressão do poder estatal de restringir direitos fundamentais para assegurar a proteção de bens jurídicos relevantes, mas sempre respeitando o princípio da excepcionalidade, sendo aplicada como ultima ratio.
2. As Quatro Razões para a Decretação da Prisão Preventiva
Nos termos do art. 312 do CPP, são quatro as principais razões que legitimam o pedido e a decretação da prisão preventiva:
2.1 Garantia da Ordem Pública
Esta razão visa prevenir a reiteração criminosa, bem como acautelar a sociedade em face de crimes de grave repercussão social. Busca preservar a credibilidade do Poder Judiciário e evitar a perturbação da ordem social.
2.2 Garantia da Ordem Econômica
Aplica-se quando a liberdade do investigado ou acusado possa comprometer a estabilidade das relações econômicas, como em delitos financeiros ou que atentem contra o sistema econômico nacional.
2.3 Conveniência da Instrução Criminal
Visa resguardar a regularidade da produção probatória, prevenindo ações do acusado que possam comprometer a colheita de provas, seja mediante ameaça a testemunhas, destruição ou ocultação de elementos probatórios.
2.4 Assegurar a Aplicação da Lei Penal
Busca evitar que o acusado, ciente da possibilidade de condenação, fuja ou de algum modo se esquive da aplicação da sanção penal.
3. A Prisão Preventiva no Código Penal Brasileiro
Embora a prisão preventiva seja instituto típico do processo penal, alguns dispositivos do Código Penal (CP) possuem estreita relação com sua aplicação, especialmente ao tratarem de princípios e parâmetros penais que orientam a atuação do magistrado:
Art. 59, CP: Critérios para a fixação da pena, relacionados à prevenção e reprovação da conduta.
Art. 75, CP: Limitação máxima do tempo de cumprimento da pena, princípio que também orienta a racionalidade das medidas cautelares.
Contudo, é o Código de Processo Penal que disciplina diretamente a prisão preventiva.
4. A Prisão Preventiva no Código de Processo Penal Brasileiro
O Código de Processo Penal regula de forma minuciosa a prisão preventiva, destacando-se os seguintes dispositivos:
Art. 282: Requisitos gerais para a aplicação das medidas cautelares, que devem respeitar a necessidade e adequação.
Art. 311: Possibilidade de decretação da prisão preventiva pelo juiz, de ofício ou mediante provocação.
Art. 312: Hipóteses autorizadoras da prisão preventiva.
Art. 313: Limites legais à decretação da medida, estabelecendo critérios objetivos.
Art. 316: Obrigatoriedade de revisão periódica da necessidade da medida.
Art. 318: Situações que vedam a prisão preventiva, como no caso de gestantes e responsáveis por crianças ou pessoas com deficiência, salvo situações excepcionais.
Art. 319: Rol das medidas cautelares diversas da prisão, a serem preferidas quando suficientes para a proteção do processo.
5. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a Prisão Preventiva
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) tem papel crucial na conformação dos limites e fundamentos da prisão preventiva, reiterando sua natureza de medida excepcional e vinculada aos direitos e garantias fundamentais.
5.1 Presunção de Inocência e Prisão Preventiva
No HC 84.078/MG, o STF consolidou o entendimento de que a execução provisória da pena, antes do trânsito em julgado, viola o princípio da presunção de inocência. Contudo, reconheceu a legitimidade da prisão preventiva, desde que devidamente fundamentada, como medida cautelar necessária e proporcional.
5.2 Fundamentação Concreta
No HC 152.752/PR, o STF reiterou que a prisão preventiva deve ser excepcional e não pode ser fundamentada de forma abstrata ou genérica, sendo imprescindível a demonstração concreta dos requisitos previstos no art. 312 do CPP.
5.3 Estado de Coisas Inconstitucional
Na ADPF 347, o Supremo reconheceu a existência de um "estado de coisas inconstitucional" no sistema penitenciário brasileiro, ressaltando a necessidade de que a prisão preventiva seja aplicada com extremo rigor, respeitando o princípio da proporcionalidade e como ultima ratio.
6. Doutrina sobre a Prisão Preventiva
A doutrina penal brasileira é uníssona em afirmar que a prisão preventiva constitui medida excepcional, somente admissível quando imprescindível à proteção de interesses superiores.
6.1 Aury Lopes Jr.
Defende a prisão preventiva como medida de exceção, destacando que sua decretação exige fundamentação concreta e que deve ser sempre proporcional e necessária, sob pena de violação à presunção de inocência.
6.2 Guilherme de Souza Nucci
Enfatiza que a prisão preventiva visa garantir a ordem pública, a ordem econômica, a instrução criminal e a aplicação da lei penal, mas alerta que sua utilização indiscriminada configura grave afronta ao Estado Democrático de Direito.
6.3 René Ariel Dotti
Reforça que a prisão preventiva não pode ser confundida com a antecipação da pena, devendo ser decretada apenas quando indispensável para a eficácia do processo penal.
6.4 Julio Fabbrini Mirabete
Aponta que a prisão preventiva deve respeitar o equilíbrio entre os interesses coletivos e as garantias individuais, sendo sempre uma medida de natureza excepcional.
7. A Expressão “Longa Manus” no Direito Processual Penal
A locução latina longa manus — que significa literalmente "mão longa" — é tradicionalmente empregada na doutrina jurídica para designar o poder do Estado de alcançar o indivíduo, mesmo antes da condenação definitiva, mediante a adoção de medidas cautelares, como a prisão preventiva.
Essa expressão remete à ideia do braço longo do Estado, que estende sua autoridade a fim de garantir a ordem pública e a efetividade da jurisdição penal. No entanto, a doutrina contemporânea adverte que tal poder deve ser exercido com moderação, evitando abusos e garantindo a proteção dos direitos fundamentais.
8. A Prisão Preventiva como Ultima Ratio
A expressão latina ultima ratio — traduzida como "última razão" ou "último recurso" — expressa um princípio fundamental do Direito Processual Penal contemporâneo: a privação da liberdade deve ser adotada somente quando estritamente necessária e quando não houver outra medida menos gravosa capaz de atender aos fins do processo.
8.1 Previsão Constitucional e Legal
Constituição Federal, art. 5º, inciso LXI: “Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente.”
Princípio da Presunção de Inocência (art. 5º, inciso LVII): reforça a necessidade de que medidas restritivas de liberdade sejam excepcionais e adequadamente motivadas.
No Código de Processo Penal, a lógica da ultima ratio orienta a aplicação das medidas cautelares:
Art. 282, § 6º, CPP: determina que a prisão preventiva só será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar.
8.2 Jurisprudência e Doutrina
O STF e a doutrina dominante são firmes ao afirmar que a prisão preventiva é medida de caráter excepcional e provisório, devendo ser aplicada apenas quando indispensável à garantia dos fins do processo penal.
9. Considerações Finais
A prisão preventiva é um instrumento processual necessário para assegurar a efetividade da persecução penal, mas seu uso deve ser pautado pelos princípios constitucionais da presunção de inocência, da proporcionalidade e da excepcionalidade.
A sua decretação deve ocorrer de forma fundamentada, respeitando os requisitos legais e observando sempre o caráter de ultima ratio.
Por fim, a expressão longa manus, embora represente o poder do Estado de restringir direitos fundamentais em determinadas situações, deve ser interpretada e aplicada de forma restritiva, sob pena de comprometer os pilares do Estado Democrático de Direito.
10. Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
BRASIL. Código Penal Brasileiro.
BRASIL. Código de Processo Penal Brasileiro.
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal.
NUCCI, Guilherme de Souza. Prisão e Liberdade: aspectos constitucionais e processuais penais.
DOTTI, René Ariel. Curso de Direito Penal: parte geral.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal.
Supremo Tribunal Federal – Jurisprudência: HC 84.078/MG; HC 152.752/PR; ADPF 347.
O Brasil no espelho do mundo
Nova Rota da Seda
domingo, 25 de maio de 2025
O Brasil no espelho do mundo - Luiz Sérgio Henriques*
O Estado de S. Paulo
O descompasso entre o mundo amplo da economia e o âmbito estritamente nacional da política terminou por produzir seus frutos daninhos na forma de uma imensa crise da globalização
Não importam muito nossa condição de Ocidente periférico, de “outro Ocidente” ou, ainda, a ideia mais forte de que metabolizamos, com expressividade, o barroco ibérico e terminamos por produzir, com ameríndios e negros, uma modernidade alternativa – o fato é que, seja como for, temos sido assediados por perguntas estrategicamente decisivas sobre a nova estrutura do mundo ainda em formação e, nela, a posição do Brasil.
O século 21, tudo indica, não será mais predominantemente norte-americano e menos ainda europeu. Com velocidade surpreendente, envelheceu a ideia de uma modernidade baseada na expansão contínua da mercantilização de todas as coisas e de todas as relações humanas. Já podemos dizer com certeza que a modernidade dita neoliberal, que se disseminou com o colapso do socialismo de Estado, pecou por déficit crescentemente intolerável de imaginação política. A interdependência entre os sistemas econômicos deu muitíssimos passos à frente, com a circulação instantânea do dinheiro, a mundialização das cadeias de valor, a mobilidade intensa de mercadorias e pessoas. E uma vasta classe média global, apesar das desigualdades, apareceu no cenário.
Tornamo-nos, existencialmente, interdependentes até mesmo num sentido particularmente negativo, com a crise – inédita e crescente – das relações com a natureza, a disseminação de armas nucleares e a possibilidade de aplicação da inteligência artificial aos conflitos armados. De nenhum desses possíveis desastres, como é óbvio, estará a salvo qualquer povo eleito ou nação excepcional. Sem política, e deixado a si mesmo, esse movimento das coisas pareceu, e parece, dotado de uma inquietante autonomia, acontecendo fantasmagoricamente acima da consciência e da ação coletiva.
Sempre se soube que a unidade tendencial do gênero humano, este belo sonho multissecular, não se daria como um processo automático e sem turbulência, ainda que a complexidade das situações recorrentemente nos espante. O descompasso entre o mundo amplo da economia e o âmbito estritamente nacional da política terminou por produzir seus frutos daninhos na forma de uma imensa crise da globalização.
Mesmo os Estados Unidos – o irônico “Leviatã liberal” das últimas oito décadas – vêm de rejeitar, ou não mais podem cumprir, sua função hegemônica, abdicando do soft power e passando a afirmar seus interesses de forma bruta, insolente e imediata. É raro que um chefe de Estado moderno, como Trump, logo no discurso de posse proclame o projeto da expansão territorial, passando por cima das duras lições do século 20 – o século norte-americano por excelência.
Num livro extraordinariamente útil para reenquadrar todo esse conjunto de problemas ( Sinfonia Barroca: O Brasil que o povo inventou, Ateliê de Humanidades, 2025), Rubem Barboza Filho vê em torno de nós um mundo agarrado a “regimes de eternidade”, com escassa capacidade de propor uma ideia compartilhada e universalista de futuro. A Rússia de Putin – metamorfose desfigurada da URSS, antagonista a seu tempo da ordem liberal-democrática – tenta desesperadamente restaurar a era dos czares, da ortodoxia religiosa e do stalinismo, reafirmando um império territorial avesso aos direitos civis e à democracia política. Estes últimos, direitos e democracia, seriam meros disfarces de um Ocidente decrépito, com cujo apoio ilegítimo renasce uma nação, a Ucrânia, que não deveria sequer existir.
Outro colosso, a Índia de Narendra Modi, instaura a própria versão paradoxal de um tempo imóvel, que não passa. Sobre o dinamismo econômico, a mobilidade social e a desigualdade milenar, recai a capa de chumbo da tradição védica em que não há lugar, entre outros, para os muçulmanos minoritários. Em diapasão semelhante, a globalização à moda chinesa expande-se economicamente mundo afora com um vigor sem paralelo.
À produção incessante de mercadorias seguem-se, como num automatismo, as rotas de escoamento, as ferrovias, os portos e aeroportos em múltiplos continentes, a belt and road initiative. Os chineses, contudo, não fogem ao seu regime de eternidade, que supõe a continuidade longa entre confucionismo e marxismo oriental. A obediência política, de que não é possível fugir num Estado de vigilância total, combina-se com os hábitos de uma classe média que acumula, consome e se cala.
Neste horizonte de crise generalizada do futuro, também temos sido relativamente incapazes de propor nosso próprio regime, não de eternidade, mas de historicidade, ao mesmo tempo fiel ao “instinto de nacionalidade” e ao ideal cosmopolita dos modernos. Retomamos há 40 anos a saga da democracia – esse bem inestimável que só os enamorados do obscurantismo supõem inferior às vistosas autocracias de partido único ou merecedor dos ataques subversivos dos autocratas em germe. Ainda não soubemos associar, com firmeza e decisão, democracia política e democratização social, liberdade individual e liberdade de todos. No entanto, só essa associação, e nenhuma outra, descreve com precisão nosso desafio: Rhodes é aqui, é aqui que devemos saltar.
*Tradutor e ensaísta, coeditor das ‘obras’ de Gramsci no Brasil
Esse artigo de Luiz Sérgio Henriques, publicado em 25 de maio de 2025 no jornal O Estado de S. Paulo, oferece uma reflexão profunda e crítica sobre a posição do Brasil no cenário global contemporâneo, destacando as transformações geopolíticas e econômicas em curso e suas implicações para o país. A seguir, apresento uma análise resumida dos principais pontos do texto:
Resumo e análise do artigo "O Brasil no espelho do mundo"
1. A crise da globalização
O autor destaca o descompasso entre a economia globalizada — interdependente e automatizada — e as políticas, que continuam, em grande parte, restritas ao âmbito nacional.
Essa fratura gerou uma "imensa crise da globalização", marcada por turbulências, desigualdades e riscos sistêmicos — como a degradação ambiental, a proliferação de armas nucleares e o uso militar da inteligência artificial.
A modernidade neoliberal, predominante desde o fim do socialismo real, fracassou em renovar a imaginação política, criando um mundo mais integrado economicamente, mas fragmentado politicamente.
2. Fim da hegemonia ocidental
O século XXI, segundo o autor, não será mais dominado pelos EUA ou pela Europa.
Os EUA, tradicionalmente o "Leviatã liberal" e líder do soft power, agora afirmam seus interesses de forma mais direta e agressiva, abrindo mão de sua liderança multilateral, como exemplificou Donald Trump.
A ideia ocidental de modernidade e progresso perde força frente a modelos alternativos.
3. "Regimes de eternidade" e novos protagonistas
Henriques, citando Rubem Barboza Filho, descreve a ascensão de "regimes de eternidade": formas políticas que se sustentam na tradição ou em uma visão imóvel do tempo.
Exemplos:
Rússia: Busca restaurar o passado imperial e soviético, com base na ortodoxia religiosa e em valores autoritários, negando direitos civis e contestando a existência de nações como a Ucrânia.
Índia: Sob Narendra Modi, une modernização econômica à reafirmação de uma tradição milenar excludente, sobretudo contra minorias como os muçulmanos.
China: Sua globalização econômica avança (via a iniciativa "Belt and Road"), mas internamente mantém um regime autoritário e vigilante, que une confucionismo e marxismo, exigindo obediência em troca de prosperidade.
4. O Brasil e seu dilema
O Brasil, embora também impactado por essa nova ordem, não conseguiu construir um "regime de historicidade" próprio, ou seja, uma visão de futuro enraizada em sua história e singularidade.
Temos uma trajetória marcada por uma modernidade híbrida, fruto do encontro entre culturas ibéricas, indígenas e africanas, e um "instinto de nacionalidade" que nos liga a um ideal cosmopolita.
Após 40 anos de democracia, ainda enfrentamos o desafio de associar democracia política com democratização social, conjugando liberdade individual e coletiva.
A frase final — "Rhodes é aqui, é aqui que devemos saltar" — é uma alusão à expressão latina "Hic Rhodus, hic salta", significando que não há mais como adiar a ação: o Brasil precisa enfrentar com decisão sua crise interna e sua inserção no mundo.
5. Considerações finais
O autor sugere que o Brasil vive um momento crucial, onde precisa definir seu papel no mundo e construir um modelo político e social que una nacionalismo saudável e cosmopolitismo, democracia formal e justiça social.
A crítica implícita recai sobre o risco de o país ceder à tentação de modelos autoritários, como aqueles que se espalham em outras partes do mundo.
Síntese do tom e estilo
O texto adota um tom analítico, reflexivo e crítico, com linguagem sofisticada e referências a conceitos filosóficos e políticos, como "regimes de eternidade" e "instinto de nacionalidade".
Henriques evoca a tradição humanista e cosmopolita, alertando para os riscos de retrocessos autoritários e ressaltando a necessidade de uma imaginação política renovada.
BOCA LIVRE (Lourenço Baeta) - Meio Termo (Cacaso e Lourenço Baeta)
"Ah! Como eu tenho me enganado!
Como tenho me matado
Por ter demais confiado
Nas evidências do amor
Como tenho andado certo
Como tenho andado errado
Por seu carinho inseguro
Por meu caminho deserto
Como tenho me encontrado
Como tenho descoberto
A sombra leve da morte
Passando sempre por perto
E o sentimento mais breve
Rola no ar e descreve
A eterna cicatriz
Mais uma vez
Mais de uma vez
Quase que fui feliz
A barra do amor é que ele é meio ermo
A barra da morte é que ela não tem meio-termo
Composição: Cacaso / Lourenco Baeta."
Perfeito! A seguir, elaboro um livreto teatral completo da peça "Saques, Cortes e Golpes: Tragédia em Quadra Aberta", estruturado em cenas, indicações de palco, trilha sonora, incorporando a música "Meio Termo" de Cacaso e Lourenço Baeta em duas versões:
Versão 1: Lourenco Baeta e piano, minimalista, íntima.
Versão 2: Elis Regina, intensa, dramática.
O roteiro terá um formato profissional, apto para montagem.
Lourenço Baeta - Meio-termo - 1979
"Saques, Cortes e Golpes: Tragédia em Quadra Aberta"
Dramaturgia, Direção e Texto: [Nome do autor]
Baseado na música de Cacaso e Lourenço Baeta: "Meio Termo"
PERSONAGENS
O ATLETA – Figura central, representa a luta, o fracasso e a persistência.
A JUÍZA – Voz da regra, do corte e da sentença.
O CORO – Representa a multidão, a crítica social, o rumor coletivo.
O PIANISTA – Personagem-músico, sempre presente ao fundo.
TRILHA SONORA
"Meio Termo" – versão 1: voz de Lourenço Baeta, piano solo.
"Meio Termo" – versão 2: interpretação de Elis Regina, orquestração intensa.
CENÁRIO
Uma quadra de tênis vazia, parcialmente destruída: redes rasgadas, linhas apagadas, raquetes quebradas. Ao fundo, uma tela translúcida para projeção de imagens: desfiles militares, charges políticas e sombras de grades.
ROTEIRO COMPLETO
PRÓLOGO
(O CORO entoa, a capella, trechos desconexos da música "Meio Termo". Ruído metálico. Sons de golpes secos.)
CORO (em uníssono, sussurrado):
"A barra do amor... é que ele é meio ermo..."
(Surge O ATLETA, em trajes esportivos, mas com as roupas rasgadas e sujas. Ele empunha uma raquete quebrada.)
NARRADOR (voz em off):
Saques, cortes e golpes… tragédia em quadra aberta. Onde o amor e a morte jogam sem juiz.
CENA 1 – O SAQUE
(O PIANISTA inicia "Meio Termo" versão 1, voz de Cacaso, piano seco, melancólico.)
O ATLETA (olhando para a rede rasgada):
Ah… como eu tenho me enganado…
Como tenho me matado…
(A cada verso, ele ensaia um golpe de raquete, mas falha. O CORO imita sons de torcida frustrada.)
O ATLETA (em crescendo):
Por ter demais confiado…
Nas evidências… do amor!
(O som do piano ecoa. O PIANISTA para. Silêncio.)
CENA 2 – O CORTE
(A JUÍZA entra, com toga negra, e apita.)
A JUÍZA:
Ponto perdido!
Você confiou demais…
(O ATLETA ajoelha-se, cabisbaixo.)
O ATLETA:
Como tenho andado certo…
Como tenho andado errado…
(O CORO, em tom de zombaria):
Por seu carinho inseguro…
Por seu caminho… deserto!
A JUÍZA (levantando a mão):
Fim do set.
(O PIANISTA recomeça a música, mais dissonante.)
CENA 3 – O GOLPE
O ATLETA (levantando-se, olhar fixo no vazio):
Como tenho me encontrado…
Como tenho descoberto…
(A JUÍZA se aproxima e desenha uma linha reta no chão com giz branco: uma cicatriz.)
O ATLETA (ajoelhado, traçando a linha com os dedos):
A sombra leve da morte…
Passando sempre por perto…
(O CORO sussurra: "Sempre por perto…")
CENA 4 – O PONTO FINAL
(O telão exibe a imagem da charge “República dos Coronéis”. A iluminação fica vermelha.)
O ATLETA (em desespero, arremessando a raquete):
E o sentimento mais breve…
Rola no ar…
E descreve…
O CORO (em coro grave):
A eterna cicatriz…
O ATLETA:
Mais uma vez…
Mais de uma vez…
Quase que fui feliz…
(O telão projeta a imagem de Bolsonaro com militares. Sirenes ao fundo.)
O ATLETA (gritando):
A barra do amor… é que ele é meio ermo!
A barra da morte… é que ela não tem meio-termo!
Meio Termo
Elis Regina
Composição: Cacaso / Lourenco Baeta.
GRANDE FINALE
(O PIANISTA inicia "Meio Termo" versão 2, na voz de Elis Regina, potente, trágica. Toda a cena se transforma em uma coreografia lenta, como se todos estivessem afundando em areia movediça.)
(O CORO, A JUÍZA e O ATLETA caminham lentamente em direção ao fundo, até sumirem atrás da tela translúcida. Apenas a música permanece.)
(As imagens das grades e da charge permanecem, fixas, até o fim.)
EPÍLOGO
NARRADOR (voz em off):
Na quadra aberta, os golpes não têm juiz…
E o amor… nunca tem meio-termo…
(Luz apaga. Música cessa abruptamente.)
FIM
NOTAS DE DIREÇÃO:
A primeira versão da música deve abrir com delicadeza, sugerindo intimidade, erro humano, fragilidade.
A segunda versão, com Elis Regina, marca o desfecho trágico, grandioso, inapelável.
O contraste entre a intimidade da quadra e a violência política das imagens projetadas deve reforçar a metáfora da peça: a vida como um jogo de riscos, cortes e perdas.
O uso da charge e da foto deve pontuar a crítica social, mas de forma simbólica, nunca literal.
Dedicado a:
Todos os que jogam, perdem ou resistem… mesmo quando a quadra está quebrada.
WW Especial - A ultradireita bateu no teto?
CNN Brasil
26 de mai. de 2025 #cnnbrasil
Assista à íntegra do programa WW Especial deste domingo, 25 de maio de 2025.
O tema do programa é: A ultradireita bateu no teto? Participam deste programa David Magalhães, coordenador do Observatório da Extrema Direita, Christian Lohbauer, cientista político, e José Álvaro Moisés, cientista político e professor da USP. #cnnbrasil
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WW Especial - A ultradireita bateu no teto? - Bloco extra
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Estreou há 11 horas #cnnbrasil
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O tema do programa é: A ultradireita bateu no teto?
Participam deste programa David Magalhães, coordenador do Observatório da Extrema Direita, Christian Lohbauer, cientista político, e José Álvaro Moisés, cientista político e professor da USP. #cnnbrasil
PALMEIRAS 0 X 2 FLAMENGO | MELHORES MOMENTOS | 10ª RODADA BRASILEIRÃO 2025 | ge.globo
"ARRASCAETA: HERDEIRO DA 10 DE TITA."
ge
25 de mai. de 2025 #Brasileirão #Palmeiras #Flamengo
Rossi pega pênalti, Flamengo vence Palmeiras e encosta na liderança do Brasileirão Arrascaeta, batendo outra penalidade, e Ayrton Lucas fizeram os gols no triunfo rubro-negro que esquenta a briga pelo topo do campeonato.
🌟 Confira todos os melhores momentos com mais replays em ge.globo: https://ge.globo.com/sp/futebol/brasi...
"ARRASCAETA: HERDEIRO DA 10 DE TITA."
"Tita, campeão mundial pelo Flamengo em 1981, não foi chamado por Telê Santana para ser falso ponta-direita. Foi atacante, puro e direto, como sempre foi: presença forte, gols decisivos."
Telê, o 'Fiapo', ponta magro e clássico do Fluminense, depois técnico campeão pelo São Paulo e comandante da Seleção, escalou Tita com a 7 do Flamengo — a mesma 7 que um dia vestiu com glória tricolor.
Que Arrascaeta honre a 10 de hoje, como Tita honrou a 7 de Telê. Tradição que não se explica, se vive. Futebol, camisa, história.
CASTILHO, PÍNDARO E PINHEIRO: A MURALHA TRICOLOR
✅ Time titular do Fluminense na final da Copa Rio de 1952:
Castilho (goleiro)
Píndaro (lateral-direito e capitão)
Pinheiro (zagueiro central)
Bigode (lateral-esquerdo)
Edson (zagueiro)
Zé Carlos Bauer (volante)
Didi (meia-direita)
Telê Santana (ponta-direita)
Marinho (centroavante)
Rodrigues (ponta-esquerda)
Quincas (atacante)
✅ Técnico:
Zezé Moreira
📝 Curiosidades:
O Fluminense derrotou o Corinthians Paulista na final por 2 a 0 no jogo de ida e empatou em 2 a 2 na volta, levantando o troféu no Maracanã.
O torneio reuniu grandes clubes europeus e sul-americanos e foi organizado pela CBD e pela FIFA.
Didi e Telê Santana, que mais tarde fariam história como ícones do futebol brasileiro, eram destaques dessa equipe.
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