sábado, 7 de janeiro de 2023

COLIGAÇÕES CRUZADAS

Inspiracion *** *** Astor Piazzolla compositores: RAFAEL MARIN HERNANDEZ *************************************************************
*** “O Brasil ideológico e desatento: Mudanças sociais e políticas e uma nova agenda de prioridades temáticas da sociologia” *** sexta-feira, 6 de janeiro de 2023 José de Souza Martins* - Mudança de presidente Eu & Fim de Semana / Valor Econômico Durante todo o mandato, ele se esforçou na performance teatral de militar durão, irremovível. Sai reduzido a um melancólico estereótipo Ganhou algum destaque, no vazio pós-eleitoral do noticiário, o início da mudança dos objetos pessoais do casal presidencial para um condomínio em Brasília. Um jornal chegou a publicar fotos de alguns dos objetos, entre os 7,5 mil que o presidente da República recebeu de presente durante o mandato. No geral, expressam a mentalidade de seus adeptos e a representação imaginária que dele têm os que o admiram. É a imagem de um herói, embora nada conste sobre heroísmo em sua biografia. Uma pintura retrata um Bolsonaro misto de Dom Pedro na proclamação da Independência e de marechal Deodoro na proclamação da República. Um outro quadro, inteiramente feito com cápsulas de balas de revólver, anuncia uma “Aliança pelo Brasil”. Outro, ainda, é o retrato de Bolsonaro cercado de animais de patas dianteiras juntas, em posição de oração, olhando para os céus. Um Noé de direita cercado de bichos crentes. Fez sucesso uma escultura de madeira, de título “Harley mito”, uma moto em tamanho natural. Objeto de difícil acomodação num palácio, de espaços amplos porém de uso restrito, específicos para as obras de identificação solene da monumentalidade do recinto do poder. A peça era exibida diante da tribuna presidencial em cerimônias oficiais. Uma poltrona presidencial, de assento amarelo oxidado e de encosto verde brilhante, com o mote pessoal do governante, desafiou o bom gosto e as instituições. Essa iconografia do poder bolsonarista tem revelações políticas da maior importância. À luz de um mês inteiro de um presidente abúlico, mergulhado num silêncio e numa invisibilidade suspeitos, a tralha das doações populares que lhe fizeram é um documento. Evidencia que Bolsonaro não é invenção de si mesmo. É uma invenção popular do crônico autoritarismo brasileiro, à qual foi se ajustando. Ele é expressão tosca de uma herança histórica que o país até hoje não se preocupou em remover por meio de educação democrática e libertadora. A curiosidade da mídia quanto à tralha da mudança tem muito sentido. Durante todo o mandato, apesar de muitos indícios de renúncia tácita, desde o primeiro dia Bolsonaro se esforçou na performance teatral de militar durão, irremovível, teatralmente religioso de citações bíblicas decoradas, catadas a dedo por assessores pentecostais e fundamentalistas que as escolheram entre as mais frequentes no imaginário evangélico. Um patrono das demonstrações de valentia vicária dos seus numerosos seguidores. É verdade que se tornou, nesse teatro, dependente da coadjuvância de familiares, de militares e mesmo de civis sem expressão. Atraiu pessoas que reforçaram diariamente esse perfil de herói extemporâneo de uma trincheira imaginária. Sai reduzido a um melancólico estereótipo. Na tradição dos costumes brasileiros, os expectadores de mudanças são atores de voyeurismo, espionagem para ver o que os vizinhos têm, as características dos objetos de família, a cama, a mesa, o fogão, os móveis em geral, a pequena e tosca tralha denunciadora da modéstia das condições, o desmentido da falsa ostentação eventual. Sobretudo em casos de mudança de proletários que se fingem de classe média, num país em que ascensão social tem muito de teatro. Essas comparações são temas de fuxicos de vizinhança, de conversas de família durante o jantar, maledicências da classe média de ficção. A movimentação de caminhões na entrada do Palácio do Planalto e, também, na do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto, residências presidenciais, nestes dias, não é indício do cenário de sociabilidade vicinal a que me refiro. Presidente da República não tem vizinhos que possam espioná-lo, invejar-lhe os trastes, o que tem e o que deixa de ter. Porque ele é não só inquilino dos Palácios mas também inquilino dos objetos ali contidos. Ele próprio é um objeto do poder. A curiosidade em relação à mudança do presidente e sua família, provavelmente, se deve ao fato de que, desde sua posse, deu a entender que não pretendia sair de lá. Após os resultados das eleições de outubro, questionou-os e os vem questionando. A eleição seria válida apenas se fosse ele o eleito. Do lado de fora, por quem democrático é, sua saída do Alvorada e do Planalto foi interpretada como indício da rendição do governante à legitimidade das instituições e à soberania do voto. Ainda que a turba seja a extensão de sua mentalidade na porta dos quartéis. Uma coisa é o entrante. Outra coisa é quem sai, transfigurado pelo desgaste do poder. Resta a curiosidade do frágil em relação às pretensões do poderoso. Por trás da postura cotidiana anômala, como é o presidente “por dentro”, no arsenal de trastes e bagulhos dos bens pessoais, que todos temos em nossa casa? José de Souza Martins é sociólogo. Professor Emérito da Faculdade de Filosofia da USP. Professor da Cátedra Simón Bolivar, da Universidade de Cambridge, e fellow de Trinity Hall (1993-94). Pesquisador Emérito do CNPq. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, é autor de "As duas mortes de Francisca Júlia A Semana de Arte Moderna antes da semana" (Editora Unesp, 2022). ********************************************************************************************* *** Dez Anos (Diez Anos) Gal Costa ***
*** Ruy Castro é eleito para a Academia Brasileira de Letras | Cultura | O Globo *** sexta-feira, 6 de janeiro de 2023 Ruy Castro - Assim se passaram quatro anos Folha de S. Paulo Um dia, alguém nos perguntará como aturamos viver sob Bolsonaro por tanto tempo Há dias, numa roda de amigos que falavam dos 21 anos da ditadura (1964-1985) e de como os militares tinham vergonha de sair à rua fardados, o filho adolescente de um de nós perguntou: "Se eles eram tão impopulares, por que vocês deixaram que ficassem tanto tempo no poder?". Boa pergunta e difícil de responder. Alguém explicou que os militares não estavam sozinhos, que contavam com civis dispostos a alterar e corromper as instituições para lhes dar respaldo jurídico. Que, em certo momento, rapazes e moças, com coragem e ingenuidade suicidas, pegaram em armas para tentar derrubá-los, mas foram esmagados à custa de prisão, tortura e mortes; e que, em outro, fomos às ruas aos milhões exigindo eleições diretas —em vão. Derrotados, conformamo-nos em esperar que os milicos se cansassem e nos devolvessem o país. No futuro, outro adolescente perguntará por que aturamos viver sob Jair Bolsonaro durante quatro anos se, já no dia de sua posse, em 2019, ele declarou que iria destruir tudo para depois "reconstruir". Significava fazer do Brasil ruínas e imperar sobre elas no primeiro mandato e, no segundo, consolidar uma nova ordem legal de modo a se eternizar no poder. Para tanto, Bolsonaro passou quatro anos nos ameaçando com o Exército (o "seu Exército"), o feitor armado a seu serviço, pronto a um golpe para nos enquadrar. Um dia, de fato, a constatação de que o Exército se deixou usar por um desclassificado será uma resposta. Mas não a única. Deveremos olhar para nós mesmos e perguntar por que, quando a situação exigia, não saímos às ruas para protestar, promover comícios, denunciar as fake news, apoiar a imprensa independente, a CPI da Covid e os ministros do STF e do TSE, chamar os liras e aras pelos nomes que mereciam, enfim, mostrar que existíamos —como os bolsonaristas de então e até hoje. Não fizemos isso, e assim se passaram quatro anos. **************************************************** *** Dez Anos Tania Alves *** Assim se passaram dez anos Sem eu ver teu rosto Sem olhar teus olhos Sem beijar teus lábios assim Foi tão grande a pena Que sentiu a minha alma Ao recordar que tu Foste meu primeiro amor Recordo junto a uma fonte Nos encontramos E alegre foi aquela tarde para nós dois Recordo quando a noite abriu seu manto E o canto daquela fonte nos envolveu O sono fechou meus olhos, me adormecendo Senti tua boca linda a murmurar Abraça-me por favor minha vida E o resto desse romance só sabe Deus compositores: RAFAEL MARIN HERNANDEZ, LOURIVAL FAISSAL *************************************************************************************** NOTÍCIAS Linhas Cruzadas desta quinta-feira (5) discute o problema do otimismo Com Thaís Oyama e Luiz Felipe Pondé, edição vai ser reprisada a partir das 22h, na TV Cultura Da Redação 05/01/2023 08h11
*** Divulgação - TV Cultura/Thales de Lima do NascimentoDivulgação - TV Cultura/Thales de Lima do Nascimento *** O Linhas Cruzadas desta quinta-feira (5) fala sobre o problema do otimismo. Os apresentadores Thaís Oyama e Luiz Felipe Pondé vão discutir de que forma o otimismo está influenciando as relações sociais e como isso pressiona para que todos demonstrem estar bem o tempo todo. A edição vai ser reprisada a partir das 22h, na TV Cultura. O programa também aborda o otimismo e o pessimismo ao longo da história da filosofia e como essas duas visões da realidade são antagônicas, mas não se anulam. Leia mais: Simone Tebet assume Ministério do Planejamento nesta quinta-feira (5) Idoso de 74 anos é preso por suspeita de matar vizinho que soltava rojões no ABC Paulista “O problema do otimismo contemporâneo é que você vende fórmulas que muitas vezes passam por um uma espécie de auto centramento em si mesmo, quando na verdade você para de atribuir a si mesmo os sucessos da sua vida”, diz Pondé. Os apresentadores também comentam sobre o que Pondé considera exemplos de otimismo de qualidade, em oposição a um certo otimismo barato que pressiona que todos sejam felizes. https://cultura.uol.com.br/noticias/54847_linhas-cruzadas-desta-quinta-feira-5-discute-o-problema-do-otimismo.html ******************************************* *** Jorge Maravilha Chico Buarque *** E nada como um tempo após um contratempo Pro meu coração E não vale a pena ficar, apenas ficar Chorando, resmungando, até quando, não, não, não E como já dizia Jorge Maravilha Prenhe de razão Mais vale uma filha na mão Do que dois pais voando Você não gosta de mim, mas sua filha gosta Você não gosta de mim, mas sua filha gosta Ela gosta do tango, do dengo, do mengo, domingo e de cócega Ela pega e me pisca, belisca, petisca, me arrisca e me enrosca Você não gosta de mim, mas sua filha gosta E nada como um dia após o outro dia Pro meu coração E não vale a pena ficar, apenas ficar Chorando, resmungando até quando, não, não, não E como já dizia Jorge Maravilha Prenhe de razão Mais vale uma filha na mão do que dois pais sobrevoando compositores: FRANCISCO BUARQUE DE HOLANDA *************************************************************************
*** sexta-feira, 6 de janeiro de 2023 Luiz Carlos Azedo - Simone Tebet no governo Lula esvazia a “terceira via” Correio Braziliense Propostas que rompem a linha de convergência da coalizão e as declarações desastradas sobre pautas específicas dos novos ministros de Lula são fatores de acirramento de desconfianças em relação ao governo Qual o significado principal da presença da ex-senadora Simone Tebet no governo Lula? Numa visão economicista, diríamos que servirá de contraponto liberal à política do ministro da Fazenda, Fenando Haddad, supostamente estatizante e sem compromisso com a responsabilidade fiscal, como apontam a maioria dos oposicionistas que criticam o governo Lula por sua política econômica, desde antes mesmo de sua posse. Errado: a presença de Simone Tebet exerce um papel simbólico e político que transcende suas responsabilidades no Ministério do Planejamento e Orçamento: reforça o caráter de centro-esquerda da coalizão democrática de governo. Não é pouca coisa. É óbvio que a política econômica do novo governo, que está em disputa, terá um papel decisivo para o posicionamento da elite econômica e da classe média que não apoiou Bolsonaro nem Lula no primeiro turno, preferindo Simone Tebet ou Ciro Gomes (PDT). É óbvio que as propostas que rompem a linha de convergência da coalizão e as declarações desastradas sobre pautas específicas dos novos ministros de Lula são um fator de acirramento de desconfianças em relação ao novo governo, que acaba associado ao fracasso da “nova matriz econômica” que levou à derrocada econômica o governo Dilma Rousseff. Mas a questão de fundo, mesmo para esses setores, é política: Simone no governo significa o esvaziamento da chamada “terceira via”, ou seja, da possibilidade de romper a polarização Lula versus Bolsonaro por meio de uma terceira alternativa de poder desde já. Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede), com 4,76% e 1% dos votos, respectivamente, no primeiro turno das eleições de 2018, por experiência própria, se aperceberam do esvaziamento da “terceira via” a partir daquela eleição. O fracasso levou-os a apoiar Lula sem vacilar. O ex-governador paulista até trocou o PSDB pelo PSB para ter uma legenda que lhe permitisse aceitar o convite de Lula para ser seu vice. Da mesma forma, o então governador de São Paulo Rodrigo Garcia, que concorria à reeleição, diante do mesmo fenômeno, trabalhou fortemente para inviabilizar a candidatura do ex-governador João Doria pelo PSDB. Eduardo Leite (PSDB), mesmo com a desistência de Doria, optou para disputar um segundo mandato no governo do Rio Grande Sul, do qual havia até se desincompatibilizado. Ambos não acreditavam na terceira via. Garcia apoiou Bolsonaro no segundo turno. Coube a Ciro Gomes (PDT), um sobrevivente de 2018, quando obteve 12,47% dos votos, e a Simone Tebet (MDB) representar o projeto de” terceira via”, que novamente fracassou. Ciro Gomes teve a sua menor votação em quatro disputas: 3,04%. Simone surpreendeu na terceira colocação, mas com 4,6%, ou seja, menos de 1 voto para cada 20 eleitores. Como Lula havia batido na trave no primeiro turno e teve que fazer uma disputa dramática com o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, no segundo turno, o apoio da candidata do MDB ao petista teve um papel decisivo, ainda mais porque Ciro Gomes se recusou a fazer campanha para Lula. Divergências Simone nunca foi uma real alternativa de poder, mas seu engajamento na campanha de Lula não somente contribuiu para que o petista aumentasse a votação e ganhasse a eleição, como lhe deu projeção política maior do que tivera no primeiro turno, principalmente por causa das mobilizações de rua, sozinha ou ao lado de Lula. Tanto do ponto de vista eleitoral, em razão da votação que obtivera, quando em razão do alinhamento político com Lula, que a convidou para o Ministério do Planejamento, as possibilidades de projeção política futura de Simone são maiores ao participar do governo. Sem mandato nem apoio do MDB, na oposição, como desejavam alguns aliados que insistem na possibilidade de uma terceira via em 2026, perderia todo o protagonismo político. Além disso, colocaria ambição pessoal acima dos riscos que a democracia corre se contribuísse para desestabilizar o governo Lula. “Nosso papel, sem descuidar da responsabilidade fiscal, da qualidade dos gastos públicos, é colocar o brasileiro no orçamento”, disse Simone, ontem, ao tomar posse no Ministério do Planejamento, consciente de seu papel no “governo do PT e da frente ampla democrática”. Ao fazê-lo, deixou claro que não renunciaria a convicções políticas: “Ministro Haddad, ministro Alckmin e ministra Esther, temos divergências econômicas”, disse. Mas de onde vêm essas discordâncias? Dos economistas, que têm sérias divergências e visões de mundo, cada um com um modelo de economia na cabeça. A divergência fundamental está na avaliação do papel do mercado na superação dos problemas econômicos. Economistas neoliberais acreditam que se deixarmos o mercado funcionar livremente tudo se resolverá. Economistas conhecidos como keynesianos e estruturalistas apontam a incapacidade de os agentes resolverem grandes depressões, recessões prolongadas e promover a transformação estrutural ´para o desenvolvimento econômico. Economistas liberais ou “neoclássicos” acreditam no poder dos mercados para levar as sociedades a estados ótimos de bem-estar para as pessoas. Os “novo-keynesianos” acreditam no mercado no longo prazo, mas não no curto prazo. Entretanto, é por causa dessas divergências que os políticos têm o poder de decisão sobre a política econômica. Suas escolhas são mais importantes do que as teorias econômicas. Quando Lula admite divergências entre seus ministros da área econômica, estabelece o contraditório e, a partir dele, aumenta sua capacidade de acertar nas decisões. ********************************************* *** DIA DE SANTO REIS - (LIVE) - TIM MAIA - (1971) ***
*** COERÊNCIA FORÇADA TSE veta uso das coligações cruzadas na disputa para governo e Senado 21 de junho de 2022, 21h08 Por Danilo Vital Os partidos políticos que formarem coligação para a disputa de governo estadual em 2022 devem respeitar esse acordo na definição das candidaturas para o Senado Federal. Embora eles possam lançar candidatos independentes, não podem se coligar a legendas diferentes visando ao mandato parlamentar. Candidatura para o Senado não pode contrariar alianças para o governo estadual Jonas Pereira/Agência Senado Com esse entendimento, o Tribunal Superior Eleitoral deu a resposta a uma consulta formulada pelo deputado federal Waldir Soares de Oliveira (PSL-GO, atual União Brasil), em julgamento encerrado na noite desta terça-feira (21/6). Por 4 votos a 3, a corte vetou a formação das chamadas coligações cruzadas nos estados. Assim, se as hipotéticas legendas A, B e C se coligarem para a disputa do governo no estado X, elas podem lançar candidaturas independentes ao Senado, mas não podem formar coligações com outros partidos quando forem escolher os concorrentes ao cargo de senador. Esse regramento, porém, só vale para a mesma circunscrição. Ou seja, uma coligação formada para o governo do estado X não precisa ser a mesma que vai disputar o governo do estado Y. Ministro Mauro Campbell foi o autor do voto que prevaleceu no julgamento TSE Rivais são rivais O cerne da questão passa pela interpretação do artigo 6º da Lei das Eleições (Lei 9.504/1997), que teve a redação alterada pela Lei 14.211/2021, em razão da promulgação da Emenda Constitucional 97/2017. Em suma, extinguiu-se o uso das coligações nas eleições proporcionais (vereador, deputado estadual e federal). Ela ainda é uma possibilidade, no entanto, para os cargos majoritários. A mudança no artigo 6º da Lei das Eleições, no entanto, trouxe uma redação simplista: é facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações para eleição majoritária. Para a maioria, encabeçada pelo voto divergente do ministro Mauro Campbell, essa alteração serviu para tutelar as eleições proporcionais, mas em nada afetou o caso das eleições majoritárias. "Legislação e jurisprudência nunca admitiram que, em uma mesma circunscrição, partidos rivais em uma eleição viessem a se coligar em outra", disse o ministro. Isso porque o governador é a autoridade máxima do Executivo estadual e os senadores, os representantes dos interesses dos estados no Congresso. "A opção de não permitir coligações diversas nessas eleições está em consonância com o desejo de uma política harmônica e coordenada por um mesmo grupo político", observou o ministro Campbell. "Cruzar as coligações não guarda a coerência pretendida pelas sucessivas alterações constitucionais, de permitir que, programaticamente, os partidos se unam para que o eleitor tenha uma visão melhor do quadro partidário", concordou o ministro Alexandre de Moraes. Autonomia partidária Ao acompanhar a divergência, o ministro Benedito Gonçalves argumentou que permitir as coligações cruzadas poderia resultar em arranjos partidários que violariam o artigo 17, parágrafo 1º, da Constituição Federal. Ministro Ricardo Lewandowski propôs mudança de entendimento do TSE Nelson Jr./ASICS/TSE Trata-se da regra que dispõe sobre a autonomia partidária, alterada pela Emenda Constitucional 97/2017 para proibir coligações para os cargos proporcionais. A divergência residiu no alcance dessa norma para as eleições majoritárias, já que disso ela não trata especificamente. Relator, o ministro Ricardo Lewandowski entendeu que o postulado da autonomia partidária pode ser relativizado quando as restrições à sua aplicação resultarem de texto legal expresso e inequívoco, o que não é o caso. Logo, as coligações cruzadas nas eleições para governo e Senado seriam plenamente possíveis. "Inexiste disposição normativa que determine a igualdade entre coligações formadas para disputa de cargos de governador e senador da República", concordou o ministro Luiz Edson Fachin. "Em um regime de liberdade partidária, o silêncio (do legislador) equivale à liberdade, a ponto de autorizar a formação de coligações distintas", afirmou o ministro Sérgio Banhos. O voto vencedor do ministro Mauro Campbell, por outro lado, apontou que as mudanças constitucionais e legislativas, ao tratar das coligações, apenas afastaram a possibilidade de sua formação nas eleições proporcionais. "Em momento algum elevou-se a autonomia partidária a patamares inalcançáveis do balizamento do legislador ordinário". Como ficou a votação: Considere-se que os partidos A, B, C e D participem de coligação majoritária para governador do estado X. Nesse cenário, questiona-se: 1º) Existe a obrigatoriedade de que os partidos A, B, C e D participem da mesma coligação majoritária para o cargo de senador da República do estado X? Sim: Mauro Cambpbell, Benedito Gonçalves, Carlos Horbach e Alexandre de Moraes; Não: Ricardo Lewandowski, Sérgio Banhos e Luiz Edson Fachin. 2º) Podem os partidos coligados ao cargo de governador lançar, individualmente, candidatos para senador da República? Sim: Unânime, conforme o voto do relator, ministro Ricardo Lewandowski. 3º) Pode o partido A, sem integrar qualquer coligação, lançar, individualmente, candidato ao Senado Federal? Sim: Unânime, conforme o voto do relator, ministro Ricardo Lewandowski. Clique aqui para ler o voto divergente do ministro Mauro Campbell 0600591-69.2021.6.00.0000 Danilo Vital é correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília. Revista Consultor Jurídico, 21 de junho de 2022, 21h08 https://www.conjur.com.br/dl/tse-coligacao-senador-governador-voto.pdf https://www.conjur.com.br/2022-jun-21/tse-veta-uso-coligacoes-cruzadas-disputa-governo-senado ************************************************************************************************ *** *** Falso Amor Sincero Nelson Sargento *** O nosso amor é tão bonito Ela finge que me ama E eu finjo que acredito O nosso falso amor é tão sincero Isso me faz bem feliz Ela faz tudo que eu quero Eu faço tudo o que ela diz Aqueles que se amam de verdade Invejam a nossa felicidade compositores: Nelson Sargento " - E aí a pergunta que foi feita aqui por jornalistas políticos, e todos nós somos cínicos, (Hé), é a seguinte: o que é que Lula ganha com isso? Você quer responder?, formula WW - Eu? Sim. O que que o presidente Lula ganha com isso? ( movimento corporal de, firmando os dois braços nos espaldares da cadeira, levantar as nádegas para ajustá-las em nova posição, antes de prosseguir na resposta). Bom... Primeiro, a politização da politização já é um problema porque... porque criou-se, primeiro, é... é... o... o... Lula não disse nada disso. O Lula apenas disse, aliás o Lula disse: não tem revanchismo a responsabilização tem que ser feita. Muito bem. Dizer-se que estaria-se que alguém vai influenciar o presidente para que ele faça ou os seus ministros enfim uma busca política da responsabilização também é uma opinião política. Então, ainda assim fica a minha pergunta igual, eu acho que de forma não vou usar bem essa palavra desigual mas digamos bem assim não bem equânime. Não bem fairness *** WW - 05/01/2023 *** CNN Brasil Transmissão ao vivo realizada há 14 horas #CNNBrasil Assista ao programa WW desta quinta-feira, 05 de janeiro de 2023. **************************************************************************
*** Ataque ao Capitólio completa dois anos; veja o que avançou nas investigações Por Redação 06/01/2023 | 12h26 Atualização: 06/01/2023 | 12h27 Inquéritos iniciados pelo Departamento de Justiça dos EUA já resultaram em mais de 900 prisões, e novas evidências surgem diariamente Há dois anos, o mundo assistiu incrédulo a uma multidão raivosa avançar contra agentes de segurança e invadir à força o Capitólio, sede do Poder Legislativo dos Estados Unidos, em Washington, no ato que marcou o ápice da escalada antidemocrática incitada pelo ex-presidente Donald Trump, na tentativa de impedir a diplomação do então presidente eleito Joe Biden, sob argumento de que as eleições daquela que se intitula a maior democracia do mundo ter sido fraudada. De lá para cá, a investigação sobre a invasão do Capitólio se transformou na maior investigação criminal do Departamento de Justiça dos EUA em 153 anos de história. E ela aumenta cada vez mais. Em busca de pistas e de prender suspeitos, agentes federais já apreenderam centenas de celulares, interrogaram milhares de testemunhas e deram seguimento a dezenas de milhares de denúncias em um processo exaustivo que resultou até agora em mais de 900 prisões, de norte a sul do país. Manifestantes violentos entraram em confronto contra forças policiais e invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Manifestantes violentos entraram em confronto contra forças policiais e invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Foto: Julio Cortez/ AP - 06/01/2021 Mas a investigação, por mais vasta que tenha sido, ainda está longe de ser concluída: dezenas, senão centenas, mais pessoas podem enfrentar acusações no ano - ou anos - por vir, espalhadas ao longo de muitos meses para não inundar os tribunais. A investigação do cerco ao Capitólio, como o governo gosta de chamá-la, tem sido, entre outras coisas, um esforço altamente divulgado e sofisticado para levar à justiça grupos extremistas, como os Proud Boys e os Oath Keepers, que desempenharam papéis centrais no ataque ao Capitólio. Ao mesmo tempo, o inquérito serviu de pano de fundo para a investigação do procurador especial que está examinando os papéis que Trump e vários de seus assessores e advogados desempenharam em uma tentativa mais ampla de anular os resultados da eleição. Essa investigação, que foi apoiada principalmente em apreensões de celulares e intimações do grande júri até agora, terá que determinar se os esforços de Trump para permanecer no poder violaram alguma lei federal. Quantas pessoas foram processadas desde a invasão do Capitólio? Cerca de 950 pessoas foram acusadas de conexão com a invasão do Capitólio até agora, dezoito delas foram acusadas de conspiração sediciosa, incluindo 11 membros dos Oath Keepers e sete dos Proud Boys. A maioria das acusações apresentadas até agora foram por contravenções relativamente menores, como invasão ou manifestação ilegal no Capitólio, refletindo o fato de que centenas de manifestantes que entraram no prédio não causaram danos à propriedade ou às pessoas. A sentença máxima para esses pequenos delitos é de seis meses de prisão, e muitos réus acusados deles receberam apenas algumas semanas como pena. Para Entender Attention Editors: Correction – Do not use the image RC2G2H9IUDYC in connection with the news report dated June 4, 2020, and titled “SPECIAL REPORT-How union, Supreme Court shield Minneapolis cops.” The picture was included in error. Please remove all uses of that image with this news report. We are sorry for any inconvenience caused. Reuters FILE PHOTO: Police officers are seen amid tear gas as protesters continue to rally against the death in Minneapolis police custody of George Floyd, in Minneapolis, Minnesota, U.S. May 30, 2020. REUTERS/Leah Millis/File Photo Militares frearam golpismo de Trump, mas ameaça persiste Estados com republicanos no comando do Legislativo aprovaram leis que restringem o exercício do voto e mudam perfil do eleitorado FOTO: LEAH MILLIS/REUTERS Insatisfação com a democracia radicaliza e enfraquece instituições Vitória de Joe Biden não arrefeceu marcha populista no mundo, e nem deve fazê-lo segundo especialistas ouvidos pelo Estadão Cerca de 280 pessoas foram acusadas de um crime mais grave: agressão ou resistência à polícia. O grupo inclui cerca de 100 pessoas que enfrentam acusações adicionais por uso de arma perigosa ou mortal. Embora os promotores digam que apenas um punhado de manifestantes carregava - ou falava sobre carregar - armas de fogo em 6 de janeiro, uma lista impressionante de armas improvisadas foi usada no ataque: mastros, postes de metal, bastões desmontáveis, armas de choque, um taco de hóquei e até um skate. Quais foram as penas mais duras até o momento? Os casos de agressão renderam as penalidades mais duras até agora. Em setembro, Thomas Webster, um ex-policial da cidade de Nova York, foi condenado por atacar um oficial no Capitólio com um mastro de bandeira. Ele pegou 10 anos de prisão, na sentença mais severa em um caso relacionado aos eventos no Capitólio. Um mês depois, Albuquerque Cosper Head, um morador do Tennessee, foi condenado a sete anos e meio de prisão após se declarar culpado de arrastar Michael Fanone, um policial, para uma multidão pró-Trump enfurecida que o agrediu brutalmente e o atacou com um arma de choque. Quase 300 pessoas enfrentaram uma acusação incomum: obstrução de um processo oficial perante o Congresso. Os promotores usaram esse tipo - originalmente destinado a proibir coisas como destruir documentos ou adulterar testemunhas em inquéritos do Congresso - para descrever como a multidão expulsou os legisladores do Capitólio em 6 de janeiro, interrompendo a certificação final da eleição. Jacob Chansley foi condenado a 41 meses de prisão. Jacob Chansley foi condenado a 41 meses de prisão. Foto: Erin Schaff/The New York Times O réu mais conhecido acusado deste tipo de obstrução é Jacob Chansley, o chamado xamã do QAnon, que foi condenado no final de 2021 a 41 meses de prisão. No mês passado, um tribunal federal de apelações foi solicitado a rejeitar a acusação em todos os casos de 6 de janeiro por advogados de defesa que dizem que a acusação foi usada indevidamente. Os advogados argumentaram que a lei foi mal aplicada aos casos de motim do Capitólio e usada para criminalizar comportamentos que se assemelhavam muito a protestos protegidos pela Primeira Emenda. As investigações já acabaram? Quase todos os dias, os promotores trazem mais alguns casos relacionados ao motim no Capitólio, alguns dos quais estão sob investigação há quase dois anos. Dado o lapso de tempo e o fluxo constante de novos processos, muitos advogados de defesa disseram que seus clientes que estavam no - principalmente aqueles que estavam dentro do - Capitólio ainda estão olhando por cima dos ombros, esperando para serem acusados. É impossível saber com certeza quantos novos casos poderiam ser abertos nas próximas semanas e meses, mas os promotores há muito dizem que até 2 mil pessoas infringiram a lei em 6 de janeiro de 2021, entrando no Capitólio ou cometendo outros crimes como agredir oficiais no terreno do Capitólio. Qualquer que seja o número, é significativo o suficiente para que o banco federal em Washington tenha sido informado de que espera um aumento de casos, de acordo com várias pessoas familiarizadas com o assunto. “Nosso trabalho está longe de terminar”, disse o procurador-geral Merrick B. Garland em um comunicado divulgado na quarta-feira. Os manifestantes ainda recebem apoio? Apoiadores de direita dos “Jan. Sixers” (referência a quem participou do 6 de janeiro) formaram correntes de oração, instigaram campanhas de redação de cartas, organizaram vigílias e arrecadaram milhões para a defesa legal dos acusados – tudo com o objetivo de apoiar os 932 réus acusados pelo governo federal, que eles veem como valorosos patriotas, prisioneiros de consciência perseguidos por se envolverem em seus direitos da Primeira Emenda. Desde 2021, 6 de janeiro, os réus arrecadaram mais de US$ 3,7 milhões no site cristão de crowdfunding GiveSendGo, de acordo com uma análise do The Washington Post de contas que permanecem públicas, e milhões mais foram arrecadados por grupos guarda-chuva em nome dos “patriotas” – uma enxurrada de dinheiro que levantou preocupações sobre justiça e supervisão. A representação dos réus de 6 de janeiro como prisioneiros políticos é um anátema para muitos fora da extrema direita que não se esqueceram dos cinco que morreram no evento, os policiais do Capitólio escorregando em sangue enquanto lutavam por suas vidas e a forca do carrasco que manifestantes construíram antes de gritar que o então vice-presidente Mike Pence deveria ser enforcado por certificar a eleição. O que permanece em aberto? Apesar da tenacidade do FBI em perseguir casos de distúrbios no Capitólio, vários aspectos da investigação permanecem sem solução. O principal entre os mistérios é a identidade da pessoa que deixou bombas caseiras em 5 de janeiro de 2021, fora da sede dos partidos Democrata e Republicano, a quarteirões do Capitólio. As bombas, que tinham dispositivos de cronometragem mecânicos rudimentares, foram descobertas na tarde de 6 de janeiro. Embora muitos dos esforços da agência permaneçam envoltos em segredo, alguns tópicos não resolvidos de sua investigação emergiram das sombras. Uma delas diz respeito às maneiras pelas quais um protesto “Stop the Steal” da corrida ao Senado em 2018, na Flórida, pode ter servido de modelo para o que aconteceu em Washington em 6 de janeiro. Ramificações da investigação O ataque de 6 de janeiro ao Capitólio gerou várias investigações sobre os papéis que o ex-presidente Donald Trump e alguns de seus aliados desempenharam na tentativa de subverter a eleição de 2020. Um deles foi a investigação parlamentar da Câmara, que acusou Trump por incitação à insurreição e outros crimes federais, encaminhando o inquérito ao Departamento de Justiça para possível processo. Em seu relatório final, o painel disse que a causa central do ataque foi “um homem”. Existem também outras apurações e desdobramentos. Os promotores da Geórgia estão investigando se Trump e seus aliados interferiram criminalmente nas eleições de 2020 no Estado, em um caso que pode representar a ameaça legal mais imediata ao ex-presidente. Além disso, Steve Bannon, ex-assessor de Trump, foi condenado por duas acusações de desrespeito ao Congresso, meses depois de desafiar uma intimação para responder a perguntas do comitê da Câmara de 6 de janeiro. Ele foi condenado a quatro meses de prisão./ Com NYT e WPOST https://www.youtube.com/watch?v=oQhNZsn4614 ************************************************* *** La Cumparsita Si supieras que aún dentro de mi alma Conservo aquel cariño que tuve para ti Quien sabe si supieras Que nunca te he olvidado Volviendo a tu pasado Te acordarás de mí Los amigos ya no vienen Ni siquiera a visitarme Nadie quiere consolarme En mi aflicción Desde el dia que te fuiste Siento angustias en mi pecho Decí percanta: ¿Qué has hecho De mi pobre corazón? Al cotorro abandonado Ya ni el sol de la mañana Asoma por la ventana Como cuando estabas vos Y aquel perrito compañero Que por tu ausencia no comía Al verme solo, el otro día También me dejó Si supieras La Cumparsita Se você soubesse que ainda dentro da minha alma Conservo aquele carinho que eu tive por você Quem sabe se você soubesse Que eu nunca te esqueci Voltando ao seu passado Você vai lembrar de mim Amigos já não vêm Nem sequer a me visitar Ninguém quer me consolar Na minha aflição. Desde o dia em que você se foi Sinto angústias no meu peito, Diga vadia: Que tem feito do meu pobre coração? No pequeno apartamento abandonado Nem mesmo o sol da manhã Olha pela janela, Como quando você estava aqui E aquele cachorrinho companheiro Que por sua ausência não comia Ao me ver só, outro dia Também me deixou Se você soubesse Composição: Enrique Pedro Maroni / Gerardo Hernán Matos Rodriguez / Pascual Contursi. **********************

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