Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quinta-feira, 23 de setembro de 2021
Planejamento Energético Ecologicamente Seco
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Ouvir Sobradinho
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3:18
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Sá e Guarabyra Sobradinho 1977
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Sobradinho
Sá & Guarabyra
Ouvir "Sobradinho"
O homem chega e já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o Sertão ia alagar
O sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão
Vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão
Adeus Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Adeus Pilão Arcado, vem o rio te engolir
Debaixo d'água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o gaiola vai subir
Vai ter barragem no salto do Sobradinho
E o povo vai-se embora com medo de se afogar
O sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão
Vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão
Adeus Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Adeus Pilão Arcado, vem o rio te engolir
Debaixo d'água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o gaiola vai subir
Vai ter barragem no salto do Sobradinho
E o povo vai-se embora com medo de se afogar
O sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão
Vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão
Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Pilão Arcado, Sobradinho
Adeus, adeus
Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Pilão Arcado, Adeus, adeus
Composição: Guarabyra / Sa.
SOBRADINHO E O IMPACTO DAS USINAS HIDRELÉTRICAS
ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O impacto causado pela construção das usinas hidrelétricas de Sobradinho, na década de 1970, e as de Jirau e Belo Monte, na década 2000, é o tema desta proposta de aula.
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Rio São Francisco. Represamento da água do rio deu origem à usina de Sobradinho e gerou problemas à população atingida pela barragem
Rio São Francisco. Represamento da água do rio deu origem à usina de Sobradinho e gerou problemas à população atingida pela barragem
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A construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte trouxe novamente à tona o debate sobre os impactos sociais e ambientais decorrentes das construções dessas grandes obras destinadas à produção de energia. O objetivo da aula a ser proposta ao professor é debater com os alunos esse controverso tema contemporâneo, tendo como ponto de partida uma música composta por Sá e Guarabyra no final da década de 1970.
A música Sobradinho foi composta com o objetivo de protestar contra a construção da usina de Sobradinho no interior da Bahia. A barragem construída no rio São Francisco deu origem a um imenso lago que inundou cidades que são citadas na música, expulsando da região seus moradores. Os compositores utilizaram ainda a profecia de Antônio Conselheiro de que o sertão vai virar mar o e o mar irá virar sertão para evidenciar os impactos causados pela construção do lago.
Na proposta, o professor deverá trabalhar a letra da música de Sá e Guarabyra, mostrando a história da construção da usina de Sobradinho e suas consequências para a população que foi atingida pelas barragens. Por exemplo, uma dessas consequências foi a organização dessas pessoas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), criado no final da década de 1980. Uma pesquisa sobre a origem e objetivo do MAB e de como ele se tornou um movimento social nacional a partir desse momento é mais um passo a ser dado nessa proposta de aula. Dessa forma, o professor poderá mostrar aos alunos que a discussão sobre os impactos da construção de grandes usinas hidrelétricas ocorre desde a ditadura militar e que também está ligada aos objetivos econômicos do Estado brasileiro em criar condições para o crescimento da economia com a ampliação da oferta de energia.
Esse ponto poder ser a ligação para se debater a construção das novas hidrelétricas na região Norte do Brasil, iniciada no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O argumento usado pelo governo Lula era também o de garantir o oferecimento de energia necessária à pretensão de crescimento econômico do país. O deslocamento de população das áreas inundadas também é uma preocupação das novas construções. A diferença aparente neste momento é o debate de impacto ambiental e novas fontes de energia.
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Como o movimento ecologista ganhou força nas últimas duas décadas, a pauta de reivindicações contra a construção das usinas ampliou-se, incluindo o debate sobre a utilização de outras fontes renováveis de energia, que não causem um impacto tão grande no meio ambiente, como energia eólica e solar. Este seria um segundo momento da proposta de aula, cabendo ao professor estimular os alunos a pesquisar sobre a construção das novas hidrelétricas, seus possíveis impactos e os movimentos contrários à sua construção, não se esquecendo de contrapor a argumentação dos defensores da utilização da energia hidrelétrica como forma de garantir o crescimento econômico e melhoria das condições materiais de vida da população.
Esta proposta permite avaliar dois momentos de um mesmo problema social e as diferenças de abordagens e propostas apontadas em cada um deles.
Abaixo segue a letra da música de Sá e Guarabyra.
Sobradinho
Sá e Guarabyra
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o Sertão ia alagar
O sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão
Adeus Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Adeus Pilão Arcado vem o rio te engolir
Debaixo d'água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o gaiola vai, vai subir
Vai ter barragem no salto do Sobradinho
E o povo vai-se embora com medo de se afogar.
Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Pilão Arcado, Sobradinho
Adeus, Adeus ...
Por Tales Pinto
Graduado em História
*** *** https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/sobradinho-impacto-das-usinas-hidreletricas.htm *** ***
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A energia potencial da água armazenada em um reservatório de uma hidrelétrica sofre transformação ao passar pelo duto(veja na figura). Na turbina ela está sendo transformada em que outra energia:
A) Elétrica
B) térmica
C)Cinética
D)Potencial
E) magnética
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Pr'além das curvas guias , Aquém das curvas limites.
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SECA NA BACIA DO PARANÁ
63% consideram que governo tem responsabilidade por crise energética, diz Datafolha
SEPTEMBER 21, 2021
Fonte: FOLHA DE S.PAULO
Para 63% dos brasileiros, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem muita ou um pouco de responsabilidade pela crise energética no país, segundo pesquisa Datafolha realizada de 13 a 15 de setembro.
Para 27% dos entrevistados, o governo Bolsonaro tem muita responsabilidade. Para 36%, um pouco de responsabilidade. Outros 34% isentam a atual gestão pelo problema.
Entre os que classificam a gestão federal como ótima/boa, 16% têm a avaliação de que o governo tem muita responsabilidade, 29% que tem um pouco de responsabilidade, e 51% isentam o presidente.
No recorte da pesquisa, destacam-se as diferenças entre a responsabilização por pessoas com ensino fundamental (56%) e superior (72%); e também entre moradores do Sul (58%) e Centro-Oeste e Norte (68%).
Estudantes também aparecem bem acima da média (73%). A responsabilização é menor entre empresários (48%) e donas de casa (56%).
O Datafolha também perguntou se o entrevistado tomou conhecimento de que a falta de chuvas em algumas regiões do país tem feito baixar o volume dos reservatórios de água usados para gerar energia elétrica.
Disseram ter conhecimento e estar bem informadas 45% das pessoas. Outros 38% se consideram mais ou menos informados, 10% dizem estar mal informados e 7% não tomaram conhecimento da crise.
O problema é desconhecido para 19% dos estudantes, maior percentual dessa resposta entre todas as ocupações.
Seca na Bacia do Paraná
Seca na Bacia do Paraná
O país enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. Em agosto, o governo definiu as regras para o início do programa voluntário de deslocamento do consumo de energia.
As chuvas de julho e agosto foram piores do que o esperado pelo governo. No final daquele mês, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária, chamada de “escassez hídrica”, que custará R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) e vigora até abril de 2022. A nova bandeira gera uma alta de 6,78% na conta de luz.
Em setembro, o governo decidiu contratar térmicas emergenciais para reforçar o setor elétrico em 2022, após estudo que indica risco de crise energética também no próximo período seco, que se inicia no outono do ano que vem.
O governo diz que as medidas tomadas até o momento evitam o risco de apagões em 2021. Para isso, no entanto, é necessário acionar usinas termelétricas, que produzem energia mais cara e encarecem a conta de luz.
Na última terça (14), os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste estavam com 18,38% de sua capacidade de armazenamento de energia. A previsão do ONS é que cheguem a novembro em 11,3%.
No sábado (11), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, esteve no norte de Minas Gerais para cerimônia de início de operações de uma linha de transmissão que amplia em 25% a capacidade de exportação de energia do Nordeste para o resto do país.
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Minicurso:
A Pesquisa Operacional e o Planejamento de Sistemas Energéticos
Autores:1
Prof. Reinaldo Castro Souza – PUC-Rio
André Luís Marques Marcato - UFJF
Bruno Henriques Dias – UFJF / PUC-Rio
Ivo Chaves da Silva Junior - UFJF
1
O texto do capítulo 2 é referente à dissertação de Fernando Cyrino, M.Sc.
3261
XLII SBPO 30/08 a 03/09
Bento gonçalves – rs
Resumo:
Este curso visa mostrar as aplicações de Pesquisa Operacional no Planejamento de Sistemas
Energéticos. Será feita uma introdução a respeito do problema do planejamento energético,
sendo apresentado em seguida, um breve histórico do planejamento do setor elétrico
brasileiro. Serão mostradas as principais técnicas utilizadas nos diversos horizontes do
problema, com especial ênfase para o planejamento da operação de médio prazo. A seguir
serão levantados alguns problemas atuais do planejamento de médio e longo prazo,
juntamente com alguns questionamentos sobre o impacto da incorporação de novas fontes de
energia ao problema.
Tópicos:
1- Introdução ao problema do planejamento energético
1.1 – Visão geral do planejamento energético
1.2 – Breve histórico do planejamento energético no SEB
2 – Modelo de geração de séries para o planejamento energético
2.1 - Introdução
2.2 – A metodologia Box & Jenkins
2.3 – O modelo Par(p)
2.4 – Identificação das ordens “p”
2.5 – Geração de cenários hidrológicos sintéticos
3- Técnicas de otimização aplicadas ao planejamento energético
3.1 –Programação Inteira
3.2 - Programação Dinâmica
3.2.1 – Modelagem das funções de custo futuro
4- Exemplo de desenvolvimento e desafios do planejamento energético
4.1 – A incorporação de restrições de gás
5- Conclusão
6- Referências
1
Introdução ao Problema do Planejamento Energético
1.1
Visão geral do Planejamento Energético
O planejamento e operação adequados de um sistema de energia elétrica
representam um compromisso entre a minimização dos custos de investimentos e
operação e o atendimento a padrões de qualidade da energia final entregue ao
consumidor, previamente estabelecidos. A qualidade da energia está relacionada
com a continuidade no fornecimento e ao cumprimento de requisitos de tensão e
freqüência (FORTUNATO et al., 1990).
Desta forma, planejar sistemas hidrotérmicos significa suprir de forma
eficiente e mais econômica possível a demanda de energia elétrica, levando em
consideração, os custos de produção de cada unidade geradora, além de considerar
o custo de déficit de energia, que representa o não atendimento à demanda. Este
custo é um valor estimado que representa o impacto do não suprimento do mercado
de energia. Este custo é estimado pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE. O
valor atual considerado para patamar único de déficit é de R$ 2.900,00 (EPE, 2009).
Os modelos computacionais atualmente utilizados contemplam a utilização de custos
de déficit diferenciados de acordo com a profundidade do valor esperado do corte
de carga (CEPEL, 2001), (CEPEL, 2009), (MARCATO, 2002).
As usinas hidrelétricas utilizam a energia potencial da água estocada em
reservatório para gerar energia. Sua capacidade de produção depende de diversos
fatores, tais como a altura da queda e eficiência do gerador. Sua localização depende
de afluências e desníveis adequados, fazendo com que seja instalada, muitas vezes,
distante do centro de consumo da energia.
De acordo com sua capacidade de regularização, as usinas hidrelétricas podem
ser classificadas como usinas a fio d’água ou usinas com reservatório. As usinas a fio
d’água são aquelas que apresentam regularização de vazões diárias ou semanais. Por
outro lado, as usinas com reservatórios podem apresentar regularização de
descargas de um mês, um ano ou mesmo vários anos (MORAES, 2007).
Observa-se que o custo de geração das usinas hidrelétricas é considerado
como sendo nulo, já que não existe, à priori, um custo para o uso da água (SOUZA,
2008).
3263
As usinas termelétricas são divididas em convencionais e nucleares. As
convencionais são aquelas que utilizam combustíveis fósseis, tais como gás natural,
óleo, carvão. Por outro lado, as nucleares utilizam a fissão nuclear do urânio para a
produção de energia (REIS, 2003). Atualmente as Fontes de Energia Alternativa têm
se despontado principalmente como fonte complementar à geração hidráulica.
Adicionalmente, o planejamento contribui na regularização de afluências, além
de controle das cheias nos períodos úmidos. Por fim, ressalta-se sua importância na
otimização da água em seus múltiplos usos: navegação, abastecimento, irrigação,
regularização de vazão mínima para controle da poluição, dentre outros. Porém
estes usos concorrem com a geração de energia, pois reduz a capacidade de
produção dos empreendimentos hídricos.
Uma característica significativa de sistemas elétricos é o fato de que a energia
é gerada no momento do consumo, não sendo possível a estocagem para um
consumo em momentos de maior demanda. Além disso, o tempo de construção de
uma usina hidrelétrica leva em média 5 anos, enquanto a de uma termelétrica leva
em torno de 3 anos (SOARES, 2008), de forma que não é possível um aumento
instantâneo da capacidade instalada. Associa-se também o problema da incerteza
quanto a afluência disponível em um momento futuro, não sendo possível precisar o
volume de água disponível para geração de eletricidade disponível em um horizonte
futuro. Estas características fazem com que o sistema seja de alta complexidade, e
portanto, de difícil solução.
Para tratar a complexidade, o problema do planejamento da operação é
subdividido em diversas etapas, representando diferentes horizontes, cada qual com
determinado nível de simplificações.
Inicialmente, divide-se o problema em planejamento da expansão e
planejamento da operação. Na expansão, são considerados horizontes mais longos,
como por exemplo, 10, 20 ou até 30 anos. Já no planejamento da operação são
representados horizontes mais curtos, indo desde a programação diária até o
planejamento de médio prazo, com um horizonte de 5 anos. As diversas etapas do
planejamento da operação são representadas na Figura 1 (MARCATO, 2002).
Figura 1: Modelagem dos sistemas hidrotérmicos no planejamento da operação
Cada uma das etapas é descrita a seguir (MARCATO, 2002):
I. Planejamento da operação de médio prazo: nesta fase o horizonte de estudo
é de cinco anos, discretizado em etapas mensais. Faz-se uma representação
detalhada do processo estocástico de vazões afluentes aos reservatórios e as
usinas hidrelétricas que compõem cada sistema são representadas de forma
agregada (sistemas equivalentes). Além disto, os sistemas podem trocar
energia entre si até um limite máximo de intercâmbio. Desta etapa resulta
uma função multivariada que define o valor econômico da energia
armazenada em função dos níveis de armazenamento e afluências aos
meses passados, chamada Função de Custo Futuro (FCF).
II. Planejamento da operação de curto prazo: o horizonte, neste caso, é de
alguns meses e a incerteza relacionada às afluências aos reservatórios é
representada através de uma árvore de vazões. Nesta etapa, as usinas são
representadas de forma individualizada. O objetivo é, a partir da função de
custo futuro gerada pelo modelo de médio prazo em um estágio que
coincide com o final do horizonte do modelo de curto prazo, gerar uma
função que retrate o valor econômico da água armazenada nos reservatórios
em função dos níveis de armazenamento dos reservatórios;
III. Programação diária da operação: nesta etapa, o horizonte é de apenas
alguns dias, discretizados em etapas horárias ou de meia em meia hora. Não
***
Representação das Incertezas
Detalhamento da Representação
do Sistema
Médio Prazo
(1-5 anos)
Curto Prazo
(1 ano)
Programação
(1 semana)
Pré-Despacho
(1 dia)
Despacho
(1 hora)
Fonte: CEPEL
***
é representada a incerteza das vazões. Em contrapartida, o parque
hidrotérmico é representado de forma detalhada, levando-se em conta as
restrições relativas às máquinas e turbinas, tais como: tomada e alívio de
carga, faixas operativas das turbinas, entre outras. A rede de transmissão é
representada com precisão. A FCF gerada pelo modelo de curto prazo no
estágio que coincide com o último estágio do modelo de programação diária
é utilizada para se definir as metas de geração de cada unidade geradora.
Neste minicurso será dada ênfase ao horizonte de médio prazo, ou seja, de até
5 anos.
O objetivo do planejamento da operação de médio prazo é a determinação de
uma estratégia de produção de energia por cada unidade geradora que minimize o
valor esperado dos custos operativos no horizonte de planejamento considerado.
Nestes custos estão incluídos os gastos com combustíveis das usinas termelétricas,
eventuais compras de energia de sistemas vizinhos e os custos de déficit, quando
não é possível o atendimento pleno da demanda. Observa-se que a água, à priori,
não possui custo para a geração elétrica (FORTUNATO et al., 1990).
Em sistemas exclusivamente térmicos, pode-se considerar que, de forma
simplificada, a operação ótima é obtida através do despacho ordenado por lista de
custo das usinas, ou seja, despachando as termelétricas a partir da mais barata até a
última que atenda à demanda completamente. Neste caso, o custo da última usina
despachada representaria o Custo Marginal do Sistema, ou seja, o custo de se
despachar um acréscimo de 1 MW na demanda.
Os sistemas térmicos, vistos desta forma, possuem as seguintes características
(TERRY et al., 1986; SOARES, 2008):
• Independência Temporal: as decisões tomadas em um estágio não
afetam os estágios seguintes;
• Independência entre as usinas: a operação de uma determinada usina
não afeta na capacidade de geração nem nos custos de outra usina do
sistema;
• Independência da estratégia de operação: a confiabilidade do sistema
independe da estratégia de operação adotada, tendo em vista que o
suprimento da demanda depende apenas de se ter capacidade
instalada suficiente.
Em uma análise mais detalhada observa-se a necessidade levar em
consideração as restrições contratuais relacionadas à disponibilidade e
comercialização de combustível (ex: contratos take or pay de gás). Sendo assim, as
características mencionada anteriormente não garantem a independência temporal.
Trabalhos recentes levam em conta estas características, propondo uma otimização
integrada entre as geração de energia e as disponibilidades dos combustíveis
(MORAES,2007 ), ( BARROSO, 2005 ).
Os sistemas que possuem como base a geração hidráulica, sendo eles
exclusivamente hidráulicos ou mesmo possuindo complementaridade térmica (como
é o caso do Brasil), diferem significativamente dos sistemas puramente térmicos,
tendo em vista, principalmente o fato de que a água utilizada na geração, apesar de
ser considerada ‘gratuita’, depender do volume de chuvas. Adicionalmente, preferese o desligamento das usinas térmicas tendo em vista a gratuidade da água.
Os sistemas hídricos com complementaridade térmica possuem características
bem distintas dos sistemas puramente térmicos, dentre as quais se destacam
(FORTUNATO et al., 1990), (MORAES, 2007):
• Estocasticidade: relacionada com a incerteza em relação as afluências
futuras, que se tornam mais significativas quanto maior for o
horizonte do planejamento;
• Acoplamento espacial da operação: a construção de usinas em
cascata, ou seja, no leito de um mesmo rio, faz com que a operação de
uma usina a montante interfira na operação das usinas a jusante;
• Acoplamento temporal da operação: a decisão da utilização dos
recursos hídricos em um mês pode ocasionar efeitos indesejados nos
meses subseqüentes, tais como o não suprimento da carga (déficit) ou
mesmo o vertimento de água dos reservatórios, que representa um
desperdício de energia.
Assim sendo, chega-se ao problema da decisão operativa ótima do sistema,
onde o uso da água estocada garante uma operação menos onerosa no presente,
porém impactando o custo da energia no futuro, caso haja uma baixa afluência, já
que a energia deverá ser gerada por fonte térmica, com custos elevados, podendo
inclusive ocorrer o não suprimento da demanda. Do contrário, caso se decida operar
o sistema com a utilização de geração térmica no estágio atual e ocorra uma
afluência significativamente acima da esperada, as usinas hidrelétricas poderão ser
obrigadas a verter água, o que representa uma perda de energia. A situação da
tomada de decisão pelo operador é mostrada na Figura 2, adaptada de MARCATO
(2002), com seus respectivos resultados.
***
Utilizar os
reservatórios
Não utilizar os
reservatórios
baixas
baixas
altas
altas
déficit
vertimento
Conseqüências
operativas
Afluências
Futuras Decisão
operação econômica
operação econômica
Figura 2: Representação da decisão operativa de um sistema hidrotérmico
***
Esta dualidade no processo decisório faz com que o custo de operação seja
composto pelo custo presente mais o custo futuro. Na Figura 3 (ONS, 2008) podem
ser observadas as curvas que representam os custos atual, futuro e total, em função
do nível de armazenamento final de um determinado estágio. Este fato explica que
apesar do custo da água ser considerado igual a zero, a sua utilização ou não em um
determinado mês, resulta em custo futuro associado à esta decisão, conhecido como
valor da água. Por isto, através desta medologia, a utilização da água tem um custo
indireto incorporado na função de custo futuro.
Figura 3: Função de custo imediato, custo futuro e custo total (SILVA, 2001)
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XLII SBPO 30/08 a 03/09
Bento gonçalves – rs
Observa-se que o dilema do operador pode ser visto em função das curvas
propostas, onde a diminuição do custo atual, através do deplecionamento dos
reservatórios e economia de combustíveis das térmicas, implica em um aumento do
custo futuro. Por outro lado, uma economia de água no estágio atual através da
geração térmica, com um conseqüente aumento no custo do estágio atual, reflete na
diminuição dos custos relacionados a estágios futuros.
O objetivo do problema passa a ser a determinação dos montantes de geração
hidráulica e térmica que apresentem o menor custo total de operação.
A função do custo total de operação (FCT) é composta pela soma da função de
custo imediato (FCI) com a função de custo futuro (FCF), conforme representado na
equação 2.1 (SILVA, 2001).
1.2
Breve histórico do Planejamento Energético no SEB
O Sistema Elétrico Brasisleiro (SEB) se destaca pela predominância da geração
hidráulica, o que representa uma alta dependência das afluências para garantir uma
operação eficiente e acima de tudo, segura. Nos últimos anos vem ocorrendo um
aumento significativo do percentual de participação térmica na matriz energética
brasileira, visando, principalmente, garantir a segurança do abastecimento em
momentos de hidrologia desfavorável. Além disso, devido a sua vasta extensão,
observa-se a existência de complementaridade hidrológica entre as regiões.
Observa-se que a região Sul apresenta um período com maiores precipitações entre
os meses de maio a novembro, período considerado seco para as outras regiões do
país, considerando a Média de Longo Termo - MLT.
Entre os anos de 1974 e 1978 era utilizado um modelo de curva-guia baseada
na pior série de todo o histórico de vazões (pior seca) para o planejamento
energético do sistema elétrico brasileiro. Em 1977, a Eletrobrás e o CEPEL concluíram
o desenvolvimento de um modelo baseado em Programação Dinâmica Estocástica -
PDE. Este modelo foi adotado a partir de 1979. Ressalta-se que este modelo não
considerava o intercâmbio entre as regiões do sistema hidrotérmico por ser o
sistema elétrico brasileiro composto por sistemas isolados (TERRY et al., 1986).
A ampliação do sistema de transmissão brasileiro, ocorrida ao longo dos anos,
resultou no aumento do número de combinações de estados operativos. Este
aspecto tornou a metodologia disponível inviável para realizar o planejamento da
operação do sistema brasileiro (KLIGERMAN, 1992).
A partir daí, vários estudos foram realizados com o objetivo de considerar os
intercâmbios como variáveis de decisão no problema de otimização. Em 1985, foi
proposta a Programação Dinâmica Dual Estocástica – PDDE, (PEREIRA e PINTO,
1985), (PEREIRA, 1989). Esta metodologia utiliza a técnica de Decomposição de
Benders (BENDERS, 1962) e as afluências são tratadas a partir de um modelo auto3269
regressivo periódico (HIPEL e McLEOD, 1994), (MACEIRA e DAMÁZIO, 2004),
(MONDAL e WASIMI, 2006). Adicionalmente, os reservatórios do Sistema Interligado
Nacional (SIN) são agregados em 4 reservatórios equivalentes de energia a fim de
evitar o “mal da dimensionalidade” (ARVANITIDIS e ROSING, 1970), (ZAMBELLI et al.,
2006).
Esta modelagem é utilizada até hoje, e está implementada nos modelos
DECOMP e NEWAVE (MACEIRA, 2002), desenvolvidos pelo CEPEL, os quais são os
modelos oficiais do Setor Elétrico Brasileiro (SEB) para o planejamento da operação
de curto e médio prazo respectivamente. O modelo NEWAVE considera o horizonte
de médio prazo para o planejamento da operação, o qual contempla 5 anos de
estudo com discretização mensal. Neste horizonte, a tendência hidrológica e o
armazenamento final dos sistemas equivalentes de cada estágio são considerados
como variáveis de estado do problema. A geração de cenários de energias afluentes
é realizada pelo modelo auto-regressivo periódico - Par(p) - implementado no
modelo GEVAZP, também desenvolvido pelo CEPEL.
Adicionalmente, observa-se que o SEB possui atualmente 133
empreendimentos hidrelétricos em operação, sendo que destas usinas 65
apresentam reservatórios (ONS, 2010), o que representa um problema inviável do
ponto de vista computacional considerando o problema em sua forma estocástica,
com reservatórios individualizados. Para diminuir a quantidade de variáveis de
estado, diminuindo o esforço computacional de forma que o problema seja
solucionável em tempo hábil, adota-se a agregação de reservatórios, através do
modelo de reservatórios equivalentes (MARCATO, 2002).
A partir da função de custo futuro calculada pelo modelo NEWAVE, o modelo
DECOMP utiliza um horizonte de estudo reduzido (12 meses). Este horizonte de
estudo é denominado de curto prazo e as características físicas das usinas e do
sistema elétrico são mais detalhadas (MACEIRA et al., 2002).
2
Modelo de Geração de Séries para o Planejamento Energético
2.1
Introdução
O gerenciamento integrado dos recursos hídricos tem sido amplamente
discutido em todas as esferas políticas, sociais e econômicas. No que tange à geração
de energia, o Brasil possui cerca de 90% de seu potencial composto por usinas
hidrelétricas, o que justifica os altos níveis de investimentos e pesquisas a fim de
garantir e melhorar todo o sistema de produção energética. Sabe-se que uma das
principais características dos sistemas de geração com predominância hidráulica é a
forte dependência dos regimes hidrológicos. Assim, percebe-se a importância dos
modelos de geração de cenários de vazões com vista na otimização do desempenho
das operações do sistema, com consequente aumento de benefícios e confiabilidade
e, sobretudo, redução de custos. Dadas as incertezas associadas aos fenômenos
naturais e ainda sob a influência de fenômenos influentes de longo prazo, como o El
Niño, La Niña e as Manchas Solares, a atividade de planejamento e operação
energética do sistema hidrelétrico brasileiro torna-se um problema complexo,
estocástico e de solução não trivial. Faz-se necessário, portanto, dividir e equacionar
a modelagem do problema em etapas, horizontes e níveis diversos de detalhamento
temporal e matemático. Assim, a fim de garantir a operação energética no país,
diversas abordagens têm sido empregadas com vista na simulação de cenários,
principalmente para médio e longo prazo. Em geral, são utilizados modelos
determinísticos, ou hidrológicos de chuva-vazão, (consideram características
geográficas da região de interesse), estocásticos (BARTOLINI, 1988) – extração de
informações com base em modelagem matemática e estatística dos dados
disponíveis ao longo do tempo – e, por fim, os modelos baseados em inteligência
artificial, sobretudo pela utilização de Redes Neurais e Lógica Nebulosa.
Neste minicurso o foco são os modelos probabilísticos baseados na
metodologia proposta por Box & Jenkins (1976), baseados na Teoria Geral de
Sistemas Lineares e fundamentada em duas ideias básicas: o princípio da parcimônia
– escolha de um modelo com o menor número de parâmetros possíveis - e a
construção dos modelos por meio de um ciclo iterativo, isto é, abrangendo várias
etapas, desde identificação da estrutura da modelagem, passando pela estimação
dos parâmetros até os vários testes de validação dos modelos. Mais especificamente,
algumas séries com intervalo de tempo menor que o ano – séries mensais, por
exemplo – têm como característica o comportamento periódico das suas
propriedades probabilísticas, como, por exemplo, média, variância e a estrutura de
autocorrelação. Isto posto, a modelagem deste tipo de séries pode ser feita por meio
de formulações autorregressivas cujos parâmetros apresentam um comportamento
periódico em função das secas e chuvas. Costuma-se denominar esta classe por
modelos autorregressivos periódicos, PAR (p), utilizados na geração de séries
sintéticas no planejamento da operação do sistema elétrico nacional. Neste
contexto, o modelo utilizado no planejamento da operação de médio prazo do
sistema elétrico brasileiro é o Modelo Newave, que considera de diversos cenários
de energias afluentes, obtidos por meio de modelos autorregressivos periódicos. A
utilização do PAR (p) para modelar de séries de vazões hidrológicas e de energias
naturais afluentes (ENAs) vem sendo aplicada no planejamento da operação
energética no Brasil há muitos anos e recentemente alguns aspectos da modelagem
começaram a ser questionados e investigações vêm surgindo à luz de projetos de
pesquisa realizados em alguns dos centros de referência no país.
Este capítulo apresenta ao leitor os principais modelos estocásticos
empregados neste minicurso. No intuito de introduzir e contextualizar
matematicamente o problema, são mostrados, brevemente, os principais conceitos e
abordagens da metodologia proposta por Box & Jenkins, a formulação básica dos
principais modelos e os estágios fundamentais da modelagem. Conceitos
matemáticos e estatísticos mais detalhados podem ser encontrados nas referências
bibliográficas utilizadas.
2.2
A metodologia Box & Jenkins
Suponha, a priori, que exista um sistema que atue como um filtro, estimulado
por uma série de ruídos brancos (sequência de variáveis aleatórias independentes e
identicamente distribuídas, em geral seguindo uma distribuição gaussiana de
probabilidades com média nula e variância constante), resultantes de um processo de
geração de números aleatórios, e que com esse estímulo seja gerada pelo sistema uma
sequência de valores observados seguindo um padrão, que corresponde à série
temporal Zt
.
Evidentemente, em situações reais tem-se o caminho contrário, isto é,
conhece-se o conjunto de observações sequenciais Zt
geradas pelo sistema em
questão, ao qual se busca associar um modelo que corresponda aos processos internos
ao sistema que as gerou. Uma vez que se estabeleça um modelo operacional para essa
representação, a série aleatória at
de valores em torno de zero corresponde à
sequência de valores (resíduos) que resulta ao extrair de Zt
os valores obtidos com o
modelo ajustado a essa mesma série de valores observados Zt
.
De acordo com HAMILTON (1984), a metodologia Box & Jenkins para a
previsão se baseia no ajuste de modelos sequenciais denominados ARIMA
(autorregressivos integrados e de médias móveis) a séries temporais de valores
observados de forma que a diferença entre os valores gerados pelos modelos e os
valores observados resulte numa sequência de ruídos brancos.
Os modelos ARIMA são matematicamente muito robustos e capazes de
descrever os processos de geração de uma variedade de séries temporais para os
previsores (que correspondem aos filtros) sem a necessidade, a priori, de outras séries
explicativas do fenômeno em questão.
Pode-se associar o conceito inicial de um filtro estimulado por uma série
aleatória do tipo ruído branco à metodologia de Box & Jenkins conforme Figura 4, em
que é representado um conjunto de sucessivos filtros aos quais se associam os
parâmetros dos modelos ARIMA (p,d,q) que representam os sistemas estimulados pela
série at
que geraram a série temporal Zt
: o filtro de médias móveis (parâmetro q), o
filtro autorregressivo estacionário (parâmetro p) e o filtro de integração nãoestacionário (parâmetro d).
Figura 4: Os filtros do modelo ARIMA (p,d,q)
A diferença básica entre a regressão clássica e os modelos de séries temporais
é que nos ARMA (p,q) ou ARIMA (p,d,q) não se pode assumir independência entre
observações. Ao contrário, os modelos autorregressivos e de médias móveis se
propõem a modelar o grau de autocorrelação entre desvios e observações defasadas.
De forma geral, quando se faz referência a modelos ARMA (p,q), esses
modelos estão sendo ajustados à série original. Já ao fazer-se referência a modelos
ARIMA (p,d,q), considera-se que a série foi diferenciada. Supondo Zt
a série já
diferenciada, os modelos ARMA (p,q) são representados em sua forma geral da
seguinte maneira:
Zt = α +ϕ Zt− +ϕ Zt− + +ϕ Y − ptp + at −θ at− −θ at− − −θ a −qtq
... ... 1 1 2 2 1 1 2 2 (2.1)
O melhor modelo deve ser parcimonioso, utilizando o menor conjunto de
parâmetros possível para ajuste à série de dados observados. Os parâmetros p e q
representam o número de parâmetros relativos aos comprimentos de defasagem em
que se observam valores significativos das autocorrelações e que correspondem a
particularidades do sistema de geração das séries que devem ser explicadas pelo
modelo (pois correspondem a um padrão de geração). O processo gerador dos dados
da série é dito aleatório linear se o modelo ajustado Zt
pode ser descrito como uma
combinação linear de valores defasados de Zt
e at
.
Esses modelos podem, para facilitar a compreensão, ser separados em dois
modelos complementares: os modelos de médias móveis e os modelos
autorregressivos. Os primeiros, MA (q), correspondem aos processos de médias
móveis de ordem q em que cada observação Zt
é gerada por uma média ponderada
dos erros aleatórios q períodos passados. O modelo autorregressivo genérico AR (p)
modela uma autorregressão da variável Zt
com ela mesma defasada (Zt-1, Zt-2, ..., Zt-p),
para os p períodos de defasagem em que a autocorrelação parcial entre as variáveis é
significativa.
Existe um princípio de dualidade entre os modelos do tipo MA e AR de forma
que haja a seguinte correspondência entre eles: um MA (q) de ordem finita
corresponde a um AR (p) de ordem infinita e um AR (p) de ordem finita a MA (q) de
ordem infinita. Para detalhes, ver BOX, JENKINS & REINSEL (1994).
A metodologia de Box & Jenkins segue três estágios principais, conforme
mostrado na Figura 5:
***
• Identificação de possíveis modelos e de seus parâmetros (p,d,q);
• Estimação dos parâmetros (p,q) e testes de diagnóstico;
• Previsão, simulação ou controle do sistema de geração dos valores
observados Zt
.
Figura 5: Estágios da metodologia Box & Jenkins
***
Portanto, como tarefa inicial é preciso determinar p e q para a identificação de
possíveis modelos. Para isso procede-se ao exame dos coeficientes das funções de
autocorrelação e autocorrelação parcial, que permitem medir a força relativa de
interação entre as variáveis Zt
defasadas.
A combinação dos termos ponderados por esses dois coeficientes, na ausência
de aleatoriedade, poderiam revelar o modelo exato ARMA (p,q). Contudo, a
aleatoriedade está presente na amostra do processo, o que leva a desvios dos
verdadeiros valores observados. Logo, pode haver enganos na identificação dos
coeficientes de autocorrelação com base na análise de dados amostrais. Esses
enganos são revelados no teste de adequação do modelo ou análise dos resíduos.
2.3
O modelo Par(p)
Conforme mostrado em HIPEL & McLEOD (1994), algumas séries históricas,
dentre estas as hidrológicas sazonais, exibem uma estrutura de autocorrelação que
depende não somente do intervalo de tempo entre as observações, mas também do
período observado. Ainda, segundo SALAS (1982), os processos estocásticos naturais
são, em geral, estacionários em sentido lato, isto é, os momentos de primeira e
segunda ordem da distribuição de probabilidades não são afetados por variações
devido à escolha da origem dos tempos, HARVEY (1981), um dos pressupostos para a
aplicação da metodologia Box & Jenkins).
Na classe de modelos periódicos, dois modelos se destacam: PAR (periodic
autoregressive) e PARMA (periodic ARMA). O modelo PAR (p) ajusta para cada período
da série um modelo AR (p). Em hidrologia, a modelagem PAR (p) surgiu a partir das
pesquisas de THOMAS & FIERING (1962), de acordo com HIPEL & McLEOD (1994).
De maneira similar, um PARMA (p,q) consiste num modelo ARMA (p,q) para
cada período em estudo. De acordo com RASMUSSEN (1996), a extrapolação dos
modelos PAR (p) para os modelos PARMA (p,q) não é uma tarefa trivial e pode não ser
justificável dado o bom desempenho dos modelos autorregressivos. Ainda, conforme
mostrado em HOSKING (1984), estão descritos na literatura procedimentos para
modelagem de séries hidrológicas que apresentam longa dependência e possuem o
parâmetro d do modelo ARIMA (grau de diferenciação) assumindo valores fracionários.
Estes modelos são conhecidos como ARFIMA, TREVISAN (2000). A estimação de d em
geral é baseada na função periodograma e periodograma suavizado. Esses modelos
não serão abordados neste trabalho.
De acordo com MACEIRA (1989), séries hidrológicas de intervalo de tempo
menor que o ano, tais como séries mensais, têm como característica o comportamento
periódico das suas propriedades probabilísticas, como, por exemplo, a média, a
variância, a assimetria e a estrutura de autocorrelação. A análise deste tipo de séries
pode ser feita pelo uso de formulações autorregressivas cujos parâmetros apresentam
um comportamento periódico. A esta classe, denomina-se modelos autorregressivos
periódicos, que são referenciados por PAR(p), onde p é a ordem do modelo, ou seja, o
número de termos autorregressivos do modelo. Em geral, p é um vetor, p = [p1, p2, ...,
p12], onde cada elemento fornece a ordem de cada período (mês, no caso de séries
mensais).
O modelo PAR (p) é descrito matematicamente por:
t
pm
m pt pm
p
m
m t m
m
t m
a
Z Z Z
m
m m
m
+
−
+ +
−
=
−
−
− −
−
− −
σ
µ
ϕ
σ
µ
ϕ
σ
µ K
1
1 1
1
(2.2)
Zt
Série sazonal de período s.
S Número de períodos (s = 12 para séries mensais).
T Índice do tempo, t = 1, 2, ..., sN, função do ano T (T = 1, 2,
..., N) e do período m (m = 1,2, ..., s).
N Número de anos.
µ m Média sazonal do período m.
σ m
Desvio-padrão sazonal do período m.
i ϕ m
i-ésimo coeficiente autorregressivo do período m.
pm Ordem do operador autorregressivo do período m.
at Série de ruídos independentes com média zero e variância
(). A fim de não sobrecarregar a notação, os ruídos at
(m)
serão tratados apenas como at
.
A metodologia ajusta, portanto, um modelo autorregressivo de ordem p para
cada um dos períodos (meses) das séries hidrológicas históricas de vazões e/ou ENAs
(Energia Natural Afluente) de cada um dos subsistemas brasileiros (Sudeste/CentroOeste, Sul, Nordeste e Norte). Além dos vínculos hidráulicos, os subsistemas são
conectados eletricamente por meio de grandes troncos de interligação, constituindo
desta forma um sistema interligado.
2.4
Identificação das ordens “p”
Segundo MACEIRA (1989), a identificação tradicional das ordens p dos modelos
PAR (p) é feita por meio da análise das funções de autocorrelação (FAC) e
autocorrelação parcial (FACP).
Seja m
ρ k
ρ
(k)a correlação entre Zt
e Zt-k, de tal forma que t corresponda ao
período m:
−
−
=
−
− −
km
kt km
m
m t m
k
Z Z
E
σ
µ
σ
µ
ρ (2.3)
O conjunto de funções de autocorrelação ρ
(k) dos períodos m = 1, ..., s,
descrevem a estrutura de dependência temporal da série. Estas funções são dadas por:
−
+
−
−
+
+
−
−
=
−
−
=
−
− −
−
− −
−
− −
−
− −
−
− −
−
− −
km
kt km
t
km
kt km
pm
m pt pm
p
km
kt km
m
m t m
km
kt km
m
m t m
k
Z
E a
Z Z
E
Z Z
E
Z Z
E
m
m m
m σ
µ
σ
µ
σ
µ
ϕ
σ
µ
σ
µ
ϕ
σ
µ
σ
µ
ρ
...
...
1
1 1
1 (2.4)
Conhecidos os parâmetros de um modelo PAR(p), as funções ρ
(k) são dadas
pela solução da equação 2.4 e podem ser expressas por uma combinação de
decaimentos exponenciais e/ou ondas senoidais (para detalhes, ver BOX, JENKINS &
REINSEL (1994)), o que faz com que cada ρ
(k)tenda a zero à medida que k cresce.
Fixando-se m e variando k de 1 a pm em 2.4, obtemos para cada período um
conjunto de equações comumente denominado de equações de Yule-Walker. Para um
período m qualquer:
=
−
−
−
−
−
−
−
−
− −
−
−
− −
−
−
− −
m
p
m
m
m
m
p
m
m
m
m
p
m
p
m
p
m
p
m m
m
p
m m
m
p
m m
m m m m m
m
m
m
ρ
ρ
ρ
ρ
ϕ
ϕ
ϕ
ϕ
ρ ρ ρ
ρ ρ ρ
ρ ρ ρ
ρ ρ ρ
M M M M M M
3
2
1
3
2
1
3
3
2
2
1
1
3
3
2
1
1
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
2
1
1
... 1
...
1 ...
1 ...
1 ...
(2.5)
Chamando
o j-ésimo parâmetro autorregressivo de um processo de ordem
k,
é o último parâmetro deste processo. As equações de Yule-Walker para cada
período m podem ser reescritas da seguinte forma:
=
−
−
−
−
−
−
−
−
− −
−
−
− −
−
−
− −
m
kk
m
k
m
k
m
m
kk
m
m
m
k
m
k
m
k
m
k
m
k
m m
m
k
m m
m
k
m m
ρ
ρ
ρ
ρ
ϕ
ϕ
ϕ
ϕ
ρ ρ ρ
ρ ρ ρ
ρ ρ ρ
ρ ρ ρ
M M M M M M
3
2
1
3
2
1
3
3
2
2
1
1
3
3
2
1
1
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
2
1
1
... 1
...
1 ...
1 ...
1 ...
(2.6)
Omitindo a notação do período m no intuito de facilitar as notações, ao
conjunto de valores ϕ kk
, k = 1, 2,..., chamamos de função autocorrelação parcial
do período m. Este conjunto é outra forma de representar a estrutura de dependência
do processo estocástico ao longo do tempo. Em um processo autorregressivo de
ordem pm, a função de autocorrelação parcial
será diferente de zero para k menor
ou igual a pm e zero para k maior que pm.
Portanto, a identificação clássica do modelo consiste em determinar as ordens
mais apropriadas dos operadores autorregressivos de cada período pm, m = 1, ..., s. Isto
pode ser feito obtendo-se estimativas
, k = 1, ..., N/4 e substituindo em 2.6 as
autocorrelações pelos respectivos valores amostrais. Se a ordem do operador
autorregressivo de um período qualquer m é pm,
então
para k > pm tem
distribuição aproximadamente Gaussiana com média zero e variância 1/N
(aproximação de Quenouille). Para cada período m procura-se a maior ordem i tal que
todas as estimativas
para k > i não sejam mais significativas. Esta forma de
identificação é a utilizada no Newave, CEPEL (2000), e a ordem máxima admitida é
seis, haja vista que estudos mostram que ordens elevadas apresentam maiores
chances de conter coeficientes autorregressivos negativos que, eventualmente,
poderão produzir coeficientes positivos indesejáveis nos cortes de Benders (fase de
otimização), MACEIRA (2004).
Após a etapa de identificação é necessário obter estimativas para os diversos
parâmetros do modelo. Segundo HIPEL & McLEOD (1994), para os modelos
autorregressivos, os estimadores de momento são em geral tão eficientes quanto os
obtidos pelo método da máxima verossimilhança. Os parâmetros m ϕi
, i = 1, ..., pm,
são estimados substituindo-se na equação 2.5 km
k
−
ρ
(), j = 0, ..., (pm - 1), k = 1,
..., pm, por suas estimativas amostrais (para detalhes, ver MACEIRA, 1989).
Observa-se que os parâmetros do modelo para o m-ésimo período podem ser
estimados de maneira independente dos parâmetros de qualquer outro período. Cada
um dos m sistemas resultantes pode ser resolvido por Decomposição de Cholesky.
Finalmente, as estimativas de m)(2 σ a
podem ser obtidas usando-se a expressão a seguir,
PENNA (2009):
m
p
m
p
m m m m m
a m m
σ = 1−ϕ1 ρ1 −ϕ 2 ρ 2 −...−ϕ ρ
)(2
(2.7)
A etapa final, antes da geração dos cenários sintéticos, consiste em testar a
adequação dos modelos, verificando se as hipóteses assumidas foram satisfeitas. Uma
série de estatísticas e critérios pode ser empregada nessa fase a fim de escolher-se o
modelo mais adequado; a grande maioria baseia-se na verificação da hipótese de os
resíduos ajustados at
serem ruídos brancos, isto é, sequências de variáveis aleatórias
independentes, identicamente distribuídas e, não necessariamente, mas usualmente,
com distribuição Gaussiana de média zero, variância constante e que não apresenta
qualquer estrutura de dependência serial (MORETTIN, 1987).
2.5
Geração de Cenários Hidrológicos sintéticos
O histórico de vazões e/ou ENAs disponível para o ajuste dos modelos é uma
série temporal que, na verdade, consiste em apenas uma das possíveis realizações do
processo estocástico gerador. O objetivo é, portanto, dado um modelo autorregressivo
ajustado à série original, aproximar o comportamento estocástico e, sinteticamente,
gerar tantas novas séries temporais quanto se queira, diferentes do histórico original,
mas igualmente possíveis do ponto de vista estatístico.
Nesta sessão são apresentados todos os conceitos e detalhes matemáticos e
estatísticos utilizados para geração de cenários hidrológicos sintéticos via métodos
tradicionais, da forma como estão implementados no Newave. Conforme já
comentado, os modelos utilizados para modelagem e geração cenários de afluências
são referenciados como PAR(p), onde p é a ordem do modelo, ou seja, o número de
termos autorregressivos. Em geral, p é um vetor, [ ] 1 2 12 p = p , p ,...p , onde cada
elemento fornece a ordem do respectivo período. Matematicamente tem-se:
t
pm
m pt pm
p
m
m t m
m
t m a
Z Z Z
m
m m
m
+
−
+ +
−
=
−
−
− −
−
− −
σ
µ
ϕ
σ
µ
ϕ
σ
µ K
1
1 1
1
(2.13)
Manipulando a equação do modelo para isolar o valor das vazões e/ou ENAs,
têm-se as seguintes expressões:
t
pm
m pt pm
p
m
m t m
m
m
m
t a
Z Z Z
m
m m
m
+
−
+ +
−
= +
−
− −
−
− −
σ
µ
ϕ
σ
µ
ϕ
σ
µ
σ
K
1
1 1
1
(2.14)
tm
pm
pt pm
m
m
p
m
t m
m
m
m
m
m
t a
Z Z
Z
m
m m
m
σ
σ
µ
ϕ σ
σ
µ
σ ϕ σ
σ
µ
+
−
+ +
−
= +
−
− −
−
− − K
1
1 1
1
(2.15)
tm
pm
pt pm
m
m
p
m
t m
m
m
t m a
Z Z
Z
m
m m
m
σ
σ
µ
ϕ σ
σ
µ
µ ϕ σ +
−
+ +
−
= +
−
− −
−
− − K
1
1 1
1
(2.16)
Um dos problemas frequentes em sistemas com reservatórios em cascata,
onde as vazões incrementais podem ser muito pequenas, é a geração de vazões
mensais negativas. Para obter Zt
positivo é necessário que ele seja maior que zero:
0
1
1 1
1 + >
−
+ +
−
= +
−
− −
−
− −
tm
pm
pt pm
m
m
p
m
t m
m
m
t m a
Z Z
Z
m
m m
m
σ
σ
µ
ϕ σ
σ
µ
µ ϕ σ K (2.17)
Colocando a inequação 2.17 em função de at
:
−
− −
−
−
−>
−
− −
−
− −
m
m m
m
pm
m pt pm
p
m
m t m
m
m
t
Z Z
a
σ
µ
ϕ
σ
µ
ϕ
σ
µ K
1
1 1
1
(2.18)
Chamando o lado direito da inequação 2.18 de ∆, tem-se:
at > ∆ (2.19)
Portanto, a variável ∆ é função apenas dos momentos (média e variância) do
período m e dos coeficientes autorregressivos e é dada por:
−
− −
−
−
∆ −=
−
− −
−
− −
m
m m
m
pm
m pt pm
p
m
m t m
m
m Z Z
σ
µ
ϕ
σ
µ
ϕ
σ
µ K
1
1 1
1
(2.20)
Muitos pesquisadores consideram que os resíduos at
apresentam distribuição
Normal e uma possível não-normalidade pode ser corrigida por transformações nãolineares, BOX & COX (1964) apud SHAHJAJAN MONDAL (1996). Entretanto, como as
séries sintéticas produzidas serão utilizadas em modelos que calculam as estratégias
ótimas de operação de um sistema multirreservatórios, baseados em programação
dinâmica dual estocástica, o modelo de geração de séries sintéticas deve ser aplicado
diretamente à série temporal original e deve ser capaz de lidar com resíduos que
apresentam um forte coeficiente de assimetria.
A solução adotada, segundo a literatura, foi ajustar uma distribuição
Lognormal com três parâmetros aos resíduos mensais at
, MACEIRA & MERCIO (1997).
Consequentemente, a variável ξt
segue assume: ( )
2
~ , ξ t N µξ σ ξ
.
A seguir são mostrados em detalhes os passos para modelagem da estrutura
dos ruídos que serão gerados com base em simulações Monte Carlo – geração
pseudoaleatória de observações de alguma distribuição de probabilidades e uso da
amostra obtida para aproximar a função de interesse.
3280
~ ( , ),
2
at LN µξ σ ξ ∆ (2.21)
= ln( ∆− )
t t ξ a (2.22)
Exponenciando ξt
e isolando t a tem-se:
e = at ∆−
ξ t
(2.23)
= + ∆
t a e t
ξ
(2.24)
( )
2
~ , ξ t N µξ σ ξ
(2.25)
Definindo b ~ N( 1,0 ) t
, segue que:
b
t
=
−
ξ
ξ
σ
ξ µ
(2.26)
ξ = σ ξ + µξ b t
(2.27)
= ∆+
t a e t
ξ
(2.28)
Logo, é possível reescrever da seguinte forma t a com a seguinte estrutura:
= + ∆
+
tt
t
b
t a e
σ ξ µξ
(2.29)
O vetor bt
tem dimensão (4x1) e é gerado aleatoriamente com base em uma
distribuição gaussiana padrão (N( ))1,0 . Os parâmetros Δ eσξ
() são estimados de tal
forma a preservar os momentos dos resíduos, conforme CHARBENEAU (1978) e
reproduzido em PEREIRA (1984).
3281
XLII SBPO 30/08 a 03/09
Bento gonçalves – rs
σ ln(θ)
ξ =t
(2.30)
2
2
1 )(
∆
+
=
σ ma θ (2.31)
−
=
(* )1
ln*5,0
)(
θ θ
σ
µξ
ma
t
(2.32)
A fim de se gerar vazões mensais multivariadas, assume-se que os resíduos
espacialmente não correlacionados, bt
, podem ser transformados em resíduos
espacialmente correlacionados, Wt
, da seguinte forma:
Wt = Dbt
(2.33)
D é uma matriz quadrada de dimensão igual ao número de subsistemas (4x4).
A matriz D pode ser estimada por:
DD U
T
= (2.34)
Segundo PENNA (2009), no intuito de preservarem-se as dependências
espaciais entre os subsistemas, faz-se U sendo a estimativa da matriz correlação
espacial mensal entre as ENAs dos pares de subsistemas. A matriz D pode ser estimada
pelo método da Decomposição Espectral, CASELLA (2001).
De acordo com MENDES (1990), para estimar D, adotam-se os seguintes
procedimentos matemáticos:
A equação matricial DD U
T
= é resolvida por meio da obtenção dos
autovalores e autovetores da matriz U, assim:
PL L P U
T
=
2/12/1
(2.35)
DD U
T
= (2.36)
Portanto, 2/1 D = PL . Em que P e L são as matrizes (k x k) de autovetores e
autovalores de U, respectivamente. Assim, U é decomposta em P e L, obtendo-se
posteriormente a matriz de carga, D. Tem-se, portando m matrizes D, m = 12 no caso
de séries mensais.
A partir dos cenários gerados, o Sistema Newave busca calcular estratégias
ótimas de operação para diversos cenários hidrológicos. A dimensão do espaço de
estados é dada pelo número de reservatórios somado à ordem máxima do modelo
PAR(p).
Na fase de otimização, o modelo estocástico “linear” PAR (p) será utilizado na
estrutura de derivadas durante a fase de recursões do algoritmo de PDDE, responsável
pela construção iterativa da função de custo futuro.
Contudo, dada a necessidade de garantir vazões e/ou ENAs não-negativas e a
partir de algumas manipulações matemáticas, é possível observar uma alteração na
equação linear autorregressiva do modelo, assumido uma estrutura não-linear, o que
se torna um agravante na PDDE.
3
Técnicas de Otimização aplicadas ao Planejamento Energético
Neste capítulo serão abordados dois exemplos de aplicações de técnicas de
oitmização em planejamento energético: Programação Inteira na solução de
despacho térmico e Programação Dinâmica no Planejamento da Operação de
Sistemas Hidrotérmicos.
3.1
Programação Inteira
Nos estudos da programação da operação, as unidades termoelétricas são
representadas através de características físicas, econômicas e operativas, como:
potência máxima, combustível utilizado, nível mínimo operativo, consumo de
tomada e retomada de carga, entre outros. A seguir serão apresentados alguns
aspectos relevantes do problema como: (i) definição; (ii) modelagem; (iii)
formulação; (iv) dificuldades.
Como já mencionado, à medida que nos aproximamos da operação em tempo
real, maior deve ser a representação do sistema elétrico em estudo. A representação
da programação da operação de sistemas termoelétricos deve ser a mais realista
possível, para tanto, as restrições designadas como “Thermal Unit Commitment”
devem ser consideradas na modelagem do problema.
A programação da operação pode ser definida como sendo a determinação de
uma estratégia de operação, cujo objetivo é indicar dentre todas as unidades
geradoras existentes no sistema quais devem ser colocadas em operação e suas
respectivas potências horárias de saída, de modo a atender a demanda de energia,
satisfazendo as restrições operacionais e funcionais do sistema.
Como se pode perceber, o problema pode ser dividido em dois subproblemas:
(i) referente à determinação das unidades que devem estar em operação mediante a
demanda solicitada, “Thermal Unit Commitment”; (ii) referente à determinação da
potência gerada por cada uma das unidades colocadas em serviço pelo subproblema
(i), o despacho econômico. A diferença entre ambos os problemas é a questão
relacionada à variação da demanda ao longo do tempo. O problema do despacho
visa determinar unicamente a potência de saída de cada unidade termoelétrica,
portanto, não decide sobre quais unidades devem estar em operação e quando isso
deve ocorrer. A variação da curva de carga ao longo do tempo enseja o acionamento
e/ou desligamento de determinadas unidades geradoras, o que envolve novos custos
e restrições aumentando a complexidade do problema. Quanto às escalas de tempo
envolvidas, a programação diária cobre o escopo das decisões de operação do
sistema de potência a cada hora, dentro do horizonte de um dia a duas semanas.
Existem inúmeras variantes para a modelagem do problema, cujo estudo pode
ser encontrado na literatura especializada (DINIZ, 2007). A modelagem do problema
depende de algumas considerações, mostradas na Figura 6 e descritas a seguir.
Figura 6: Considerações na modelagem do problema
***
Alocação de unidades geradoras: visa à determinação de quais unidades
devem estar em operação (“Thermal Unit Commitment”) durante um determinado
período de operação ou parte-se de uma programação de operação previamente
conhecida
Acoplamento estático ou dinâmico: o problema é dito estático quando a
programação é pontual (horária), ou seja, não são considerados os acoplamentos
temporais entre as decisões a serem tomadas durante todo o período de análise. Por
outro lado, o planejamento dinâmico considera todo o acoplamento temporal
existente.
Representação do sistema de transmissão: a consideração da rede de
transmissão, limites de fluxo e perdas ôhmicas, é incipiente na literatura, sendo o
sistema elétrico de potência geralmente modelado como barra única.
De acordo com as considerações apresentadas anteriormente é possível definir
a modelagem e a formulação a serem consideradas no estudo.
De maneira geral, existem dois tipos de restrições na formulação: (i) restrições
sistêmicas, tais como atendimento à demanda, reserva girante e limites de
transmissão. Estes tipos de restrições impõem alguma dificuldade ao problema, visto
que acoplam as diversas termoelétricas existentes no sistema; (ii) restrições locais,
tais como limites operacionais, tomadas e retomadas de carga e tempos mínimos de
parada e partida. Estas restrições interferem apenas na operação das termoelétricas
individualmente, ou seja, são restrições inerentes a cada unidade geradora.
Entretanto, algumas destas restrições impõem uma maior dificuldade na resolução
do problema devido ao acoplamento temporal existente, uma vez que as decisões
atuais de parada e partida têm efeito sobre as disponibilidades futuras de operação
das unidades geradoras, por exemplo.
Além das restrições citadas anteriormente, a formulação do problema pode
tornar-se bastante complexa de acordo com o grau de exigência, pois restrições
referentes à mistura de combustíveis, restrições ambientais e a própria consideração
da rede de transmissão na modelagem são fatores complicadores e ainda, menos
explorados na literatura. A seguir, será apresentada a formulação geral para o
problema referente à programação da operação de sistemas termoelétricos de
geração.
Função Objetivo
A função objetivo (FOB) consiste na minimização da soma do custo de
operação ( A1
) de cada unidade térmica em serviço, bem como os custos de partida (
A2
) e parada ( A3
) de cada UTE durante o período em estudo. O custo de
desligamento (CD) é dado como um valor constante para cada unidade, sendo o
valor nulo geralmente adotado.
Minimizar FOB = A1 + A2 + A3
A [ . )( . . )]( )(
,
T
1t 1
2
1 , , , , ,
a b Pg t c Pg t U t
ki
NG
i
∑∑ ki hi ki ki ki
= =
= + +
(3.1)
A . )( 1).[( ( )]1 , ,
T
1t 1
2 =∑∑ , − −
= =
CP t U t U t
ki ki
NG
i
ki
(3.2)
A . )( ( 1).[1 )](
, ,
T
1t 1
3 , CD t U t U t
ki ki
NG
i
= ∑∑ ki − −
= =
(3.3)
3286
XLII SBPO 30/08 a 03/09
Bento gonçalves – rs
onde:
T Número total de períodos de planejamento (horas);
NG Número total de unidades geradoras;
a ,ki
Componente constante do custo da unidade geradora i ($/h)
localizada na barra k;
b ,ki
Componente linear do custo da unidade geradora-i ($/MWh)
localizada na barra k;
ki
c ,
Componente quadrático do custo da unidade geradora-i
($/MW²h) localizada na barra k;
)( , Pg t
ki
Potência ativa gerada pela unidade-i (MW) no instante t
localizada na barra k;
)( , CP t
ki
Custo ($) de Partida da unidade geradora-i no instante t
localizada na barra k;
)( , CD t
ki
Custo ($) de Desligamento da unidade geradora-i no instante
t localizada na barra k;
)( , U t
ki
Representa a decisão de colocar a unidade geradora-i em
serviço (1) ou não (0), no instante t (variável discreta)
localizada na barra k.
É importante mencionar que o custo de partida das unidades geradoras
depende do tempo que a unidade esteve parada anteriormente ( OFF Ti
) e do fato de
se manter ou não as caldeiras quentes durante o período de parada. O custo de
partida é dado pelas seguintes condições:
• se ki
OFF
ki ki
OFF
ki T TMD T csh , ≤ , ≤ , + ,
, tem-se q
ki CP ki CP t
, ,
)( =
• se ki
OFF
ki ki TMD T csh , > , + ,
, tem-se f
ki CP ki CP t
, ,
)( =
onde:
OFF T ,ki
Número de horas que a unidade geradora-i está fora de
serviço na barra k;
TMD ,ki
Tempo mínimo de desligamento da unidade térmica i
localizada na barra k;
3287
XLII SBPO 30/08 a 03/09
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ki
csh ,
Tempo de partida (horas) fria da unidade térmica- i localizada
na barra k;
f CP,ki
Custo ($) de Partida a frio da unidade geradora-i localizada na
barra k;
q CP,ki
Custo ($) de Partida a quente da unidade geradora-i localizada
na barra k.
Restrição de Balanço de Potência Ativa do Sistema
A formulação tradicional utiliza o modelo de fluxo de carga CC, o qual
possibilita o desenvolvimento de um modelo aproximado, com baixo esforço
computacional e precisão aceitável para a distribuição dos fluxos de potência ativa
em uma rede de transmissão. Este tipo de modelagem tem encontrado muitas
aplicações na análise de sistemas de potência, tanto em planejamento como na
operação. A restrição de balanço de potência, utilizando o modelo CC, é dada por:
).( )( )( )( 0 , , − − ∑ =
m Ω∈ k
ki ki k km U t Pg t Pl t f t
(3.4)
onde:
Pl t)(
k Valor da demanda (MW) na barra k no instante t;
f t)(
km Fluxo de potência ativa (MW) no ramo entre as barras k-m no instante t;
Ωk
Vizinhança da barra k.
A restrição de balanço de potência ativa analisa diretamente o estado da rede,
sendo que as duas leis de Kirchhoff devem ser obedecidas a todo o momento. As
vantagens da formulação CC são a robustez e os baixos requisitos computacionais
para solução.
Restrições do Sistema de Transmissão
Tradicionalmente, o problema é simplificado usando-se o modelo de fluxo de
carga CC, onde restrições de tensão e estabilidade são incorporadas através de
limites preestabelecidos para o fluxo de potência ativa, equação (3.5). No modelo
CC, o fluxo de potência ativa através da linha entre as barras k-m é dada pela
equação (3.6).
min max )( km km km f ≤ f t ≤ f (3.5)
km km km f t)( = γ .θ (3.6)
onde:
max
km f Limite superior do fluxo de potência ativa (MW) entre as barras k-m;
min
km f Limite inferior do fluxo de potência ativa (MW) entre as barras k-m;
km f Fluxo de potência ativa (MW) entre as barras k-m;
θ km Diferença angular entre as barras k-m;
km γ Susceptância da linha de transmissão localizada entre as barras k-m.
A inclusão das perdas ativas no modelo CC requer a adição de um termo não
linear em (3.6), ou seja:
2
.
2
1
)( .
km km km gkm km f t = γ θ + θ (3.7)
onde:
km g Condutância da linha de transmissão localizada entre as barras k-m.
Como já mencionado, o modelo CC é bastante utilizado como ferramenta
rápida para o cálculo aproximado dos fluxos de potência ativa no sistema de
transmissão. Estudos com o sistema brasileiro (PARKER et al, 1980) mostram que os
erros na aproximação são relativamente pequenos, entre 2% e 5% em circuitos mais
sobrecarregados.
A consideração da rede de transmissão na modelagem do problema é
incipiente na literatura, sendo o sistema elétrico de potência geralmente modelado
como barra única. As restrições dos fluxos de potência ativa da rede de transmissão
trazem fatores complicadores à análise do problema, já que os limites de
transmissão passam a ter influência direta nas decisões de operação.
Restrição de Reserva Girante do Sistema
É necessário prever uma folga, designada de reserva girante, entre a carga
prevista e a potência total disponível entre as unidades geradoras em serviço, seja
para suprir aumentos inesperados de carga ou desvios de previsão, seja para manter
o serviço em caso da perda da unidade geradora de maior capacidade. Esta folga é
representada analiticamente pela restrição de desigualdade.
∑ ∑ = =
≥ +
NB
k
k
NG
i
i i U t Pg Pl t rg t
1 1
max ).( )( )( (3.8)
onde:
NB Número de barras;
rg t)( Reserva girante prevista (MW) para o instante t (percentual da demanda
solicitada no instante t).
Restrição dos Tempos de Partida e Parada das Unidades Geradoras
Estas restrições, equação (III.9), são essencialmente por razões de ordem
técnica, fadiga do material e gradientes térmicos inerentes às unidades geradoras.
Valores típicos para as unidades a vapor são de duas a doze horas para o tempo de
parada e de uma a oito horas para o tempo de partida. Os demais tipos de unidades
apresentam intervalos inferiores a estes.
ki
OFF
ij
ki
ON
ij
T TMD
T TMP
,
,
≥
≥
(3.9)
onde:
ON Tij
Número de horas que a unidade geradora-i está em serviço até a
hora j;
OFF Tij
Número de horas que a unidade geradora-i está fora de serviço até a
hora j;
TMP,ki
Tempo mínimo de partida (horas) da unidade geradora-i localizada
na barra k;
TMD ,ki
Tempo mínimo de desligamento (horas) da unidade geradora-i
localizada na barra k.
Restrições de Operação das Unidades Geradoras
3290
XLII SBPO 30/08 a 03/09
Bento gonçalves – rs
Estas restrições representam os valores máximos e mínimos de potência ativa
gerada por cada unidade térmica por razões técnicas e/ou econômicas. Por exemplo,
nas unidades a diesel, a produção de baixas potências é economicamente inviável,
embora possível tecnicamente. Valores típicos da potência mínima para unidades a
vapor são da ordem de 45% a 65% da potência máxima. Estes limites também são
utilizados no problema referente ao despacho econômico.
max
, ,
min
,
)(
ki ki Pg ki Pg ≤ Pg t ≤ (3.10)
onde:
min Pg ,ki
Limite mínimo de geração de potência ativa (MW) da unidade
geradora-i localizada na barra k;
max Pg ,ki
Limite máximo de geração de potência ativa (MW) da unidade
geradora-i localizada na barra k.
Restrição de Tomada e Retomada de Carga ou Restrição de Rampa
Como não é possível a variação rápida de potência gerada pelas UTEs, taxas de
tomada e retomada de carga são definidas para as unidades, as quais condicionam as
alterações de produção de energia em intervalos de tempo sucessivos. A restrição de
tomada e retomada de carga tem como objetivo restringir a variação de potência
gerada por cada UTE, uma vez que esta não deve ser abrupta.
ki ki Rp ki Pg t Pg t
, , ,
)( − ( − )1 ≤ (3.11)
onde:
Rp ,ki
Variação máxima permitida de geração de potência ativa (MW/h)
da unidade geradora-i localizada na barra k.
A restrição de tomada e retomada de carga não foi considerada na formulação
empregada no presente trabalho, sendo sua modelagem proposta como
desenvolvimento futuro.
Dificuldades do Problema
Classificado matematicamente como um problema de programação não linear
inteira mista, o problema apresenta as seguintes dificuldades: (i) Região de solução
não convexa, o que permite a existência de várias soluções e conduz grande parte
dos algoritmos a convergirem em direção de mínimos locais, veja a Figura 7;
Figura 7: Região de Solução Não Convexa
(ii) Natureza combinatória do processo de decisão, que leva ao fenômeno da
explosão combinatória referente às alternativas de operação, acarretando elevado
tempo computacional. A Tabela 1 apresenta o número total de combinações de
operação em relação a um determinado número de unidades geradoras para um
período de vinte e quatro horas de operação;
(iii) Natureza dinâmica do processo de decisão, que se por um lado limita as
opções de decisão, por outro ocasiona antagonismo em relação ao despacho
econômico.
Tabela 1: Natureza combinatória do problema
Número de
Geradores
Número de
Combinações
7 3,0995e+050
10 1,7259e+072
40 9,7453e+288
100 ∞
Branch-and-Bound
A estratégia de “Branch and Bound-B&B” é uma das principais técnicas para a
resolução de problemas de programação inteira mista. Esta técnica consiste em
resolver inicialmente um problema relaxado, onde se permitem quaisquer valores
para as variáveis inteiras, e valores no intervalo [0,1] para as variáveis binárias. Com
isto, obtém-se um limite inferior (LINF) para o problema. Verificam-se quais variáveis
violaram a condição de integralidade na solução encontrada e, em seguida, inicia-se
a criação de uma árvore de subproblemas, onde em cada um fixam-se valores
inteiros adequados para um subconjunto destas variáveis. Cada novo subproblema
criado é denominado nó da árvore.
A eficiência de algoritmos de B&B depende essencialmente da forma como o
particionamento dos nós é realizado, da velocidade na resolução dos subproblemas
relaxados em cada nó, e das heurísticas realizadas para obter pontos viáveis (e,
conseqüentemente, obter limites superiores da solução ótima para se podar os nós
da árvore).
Como vantagens do algoritmo de B&B pode-se mencionar: (i) obtenção do
ponto ótimo global; (ii) medida da otimalidade do melhor ponto encontrado; (iii)
facilidade em se adicionar restrições e variáveis. Como desvantagens têm-se: (i) as
expressões para as restrições e funções de custo devem ser lineares; (ii) o método
demanda elevado tempo computacional e memória para aplicações de grande porte.
Entretanto, avanços tecnológicos relevantes, nas últimas décadas, reduziram de
forma significativa o tempo de resolução, mas não o bastante para tornar a
metodologia computacionalmente atraente.
Aplicação do Algoritmo de Branch-and-Bound ao Problema de Unit
Commitment Térmico.
Os dados referentes ao sistema exemplo podem ser observados nas
Tabela 2 e Tabela 3. Este sistema é composto por três unidades térmicas e um
período de quatro horas de operação. Para este sistema em particular, de modo a
facilitar a análise, não serão consideradas as restrições de tomada e retomada de
carga, as restrições de transmissão e os tempos de partida e parada das unidades
termoelétricas serão consideradas unitárias.
Tabela 2: Demanda e reserva girante
Hora PL(T) (MW) RG(T) (MW)
1 170 17
2 520 52
3 1100 110
4 330 33
Tabela 3: Características das unidades geradoras
Hora GER_1 GER_2 GER_3
max Pg ,ki
600 400 250
min Pg ,ki
75 60 25
i
a
500 300 100
i
b
10 08 06
i
c 0,002 0,0025 0,005
O problema descrito acima pode ser formulado como:
( )
( )
( )
{ }1,0 ,
max
, ,
min
,
, ,
4
1
3
1
max
, ,
,
4
1
3
1
, ,
4
1
3
1
2
, , ,
∈
≤ ≤
× ≥ +
× =
× + ⋅ + ⋅
∑∑
∑∑
∑∑
= =
= =
= =
ij
ij ij ij
ij ij
j i
ij ij
ij
j i
ij ij
j i
ij i i ij i ij
U
Pg Pg Pg
U Pg Pl rg
U Pg Pl
sa
Min U a b Pg c Pg
Observando a formulação acima, percebe-se que o problema é classificado
matematicamente como um problema de programação não linear inteira mista.
Desta forma, aplicaremos a técnica de branch and bound via software LINGO para a
resolução do problema de otimização formulado acima. As figuras abaixo ilustram a
formulação desenvolvida em LINGO.
Figura 8: Formulação via LINGO – declaração de variáveis e parâmetros
Figura 9: Formulação via LINGO – declaração dos dados.
Figura 10 – Formulação via LINGO - Otimização
A resolução deste problema foi obtida em 0,1 segundos sendo necessárias 157
iterações do algoritmo de branch and bound. O custo total, para o planejamento
obtido, foi de $22.530,30. A janela de convergência, assim como, os resultados finais
de todo o processo de otimização pode ser observado nas figuras xx e xx.
Figura 11 – Janela de convergência – LINGO.
Figura 12 – Valores das variáveis inteiras de decisão.
Figura 13 – Valores das variáveis contínuas de decisão
3.2
Programação Dinâmica
A Programação Dinâmica representa um método de solução para problemas
que envolvem decisões seqüenciais, sendo baseado no princípio de otimalidade de
Bellman, que afirma que a decisão ótima de cada estágio pode ser atingida a partir
do conhecimento prévio de todas as possibilidade de ocorrência em estágios futuros
e seus possíveis desdobramentos (BELLMAN, 1957). Desta forma, o processo de
localização do ótimo se dá iniciando no último estágio, analisando recursivamente
até o estágio em estudo, ou seja, do futuro para o presente.
Adicionalmente, o problema do planejamento dependente das afluências
futuras, o que o torna um problema estocástico, podendo ser resolvido através da
PDE. Desta forma, o problema pode ser formulado como se segue:
Função Objetivo
A função de minimização dos custos operativos, ou seja, a função objetivo,
pode ser modelada conforme mostrado na equação seguinte (MARCATO, 2002):
( ) ( ) ( )
1
1 1 X E Min C U X
t t t t t t
AFL X
t t
α α
β
= + + +
(3.12)
Onde:
αt(Xt) - representa o valor esperado do custo total de operação do estágio atual
até o último estágio do horizonte de planejamento;
AFLt
– afluência incremental no estágio t;
EAFLt|Xt
– valor esperado do custo total considerando o conjunto de afluências
no estágio t.
Xt
– espaço de estados no estágio t;
Ct(Ut) – custos operativos relacionados com a decisão Ut;
Ut
– decisão operativa que representa os valores de geração hídrica e térmica,
além do déficit;
β – taxa de desconto;
αt+1(Xt+1) – custo futuro.
Neste trabalho a taxa de desconto é considerada como 10%, valor adotado em
estudos do SEB. Além disso o vertimento é penalizado com um custo pequeno
(0,001) para evitar vertimentos desnecessários.
Restrições
A primeira equação de restrição representa a Equação de Atendimento à
Demanda (EAD), que relaciona a decisão operativa com a demanda líquida,
modelada de forma simplificada da seguinte forma:
, ; , ;
1 1 1 1
int int
Nt NSIS Ng NSIS
term hid k l k l l k k l
i j l k
g g def ≠ ≠ D
= = = =
∑ ∑ ∑ ∑ + + − + = (3.13)
Onde:
gterm - representa a decisão de geração térmica;
Nt
- número total de usinas térmicas do sistema;
ghid - representa a decisão de geração hidráulica;
Ng - número total de usinas hidrelétricas do sistema;
def - representa o déficit incorrido na decisão;
D - representa a demanda de energia do sistema;
Intk,l,k≠l - representa o intercâmbio do sistema k para o sistema l, sendo k
sempre diferente de l.
A seguir, têm-se as Equações de Balanço Hídrico (EBH), que representam a
variação do volume do reservatório entre dois estágios, sendo que o volume
armazenado no início de um estágio é representado pelo volume armazenado no
início do estágio anterior, adicionando-se a afluência total ao reservatório e
subtraindo-se o desestoque e as perdas. Obtêm-se uma equação para cada
aproveitamento hidráulico, modeladas da seguinte forma:
1
( ) t t t t t m m
m M
x y x u s u s +
∈
= + − − + + ∑
(3.14)
Onde:
A
As restrições operativas representam os limites de cada uma das variáveis, tais
como: volume turbinável máximo, volume armazenável máximo e mínimo, geração
térmica por usina, restrições operativas das usinas, limites de intercâmbio, etc.
Para exemplificar o uso da PDE e a obtenção das Funções de Custo Futuro, será
utilizado o caso mostrado em MARCATO (2002), representado na Figura 14 (SILVA,
2001), onde se utiliza a usina de São Simão, localizada na bacia do Paraná, como o
reservatório a ser discretizado, além de duas usinas térmicas, sem restrição de
geração mínima.
Figura 14: Representação do sistema utilizado no exemplo didático
Na Tabela 4 observa-se as características da usina hidrelétrica de São Simão.
CARGA
UHE
UTE_1 UTE_2
xt+1 representa o volume do reservatório no final do estágio.
yt representa a afluência incremental ao reservatório.
xt volume inicial do reservatório.
ut volume turbinado no estágio t.
st volume vertido durante o estágio t.
( ) m m
j M
u s
∈
∑ +
representa o somatório dos volumes turbinados e vertidos nas
usinas a montante.
M Conjunto de usinas a montante.
Tabela 4: Dados da usina hidrelétrica São Simão (ONS)
Usina Volume
Mínimo
(hm3
)
Volume
Máximo
(hm3
)
Produtibilidade
(ρ)
Vazão
Mínima
(m3
/s)
Vazão
Máxima
(m3
/s)
Potência
Instalada
(MW)
São Simão 7000 12540 0,6093 408 2394,33 1710
As características de capacidade e custos operacionais das usinas térmicas
utilizadas neste exemplo são mostrados na Tabela 5.
Tabela 5: Dados das usinas termelétricas
Nome Custo
(R$/MWh)
Capacidade
(MW)
Geração Mínima
(MW)
Térmica 1 35,91 300 100
Témica 2 58,55 514 244
O custo de déficit, ou seja, do corte de carga, apresenta um custo de 684
R$/MWh e o mercado a ser atendido apresenta uma demanda de 1200 MWmédios
ao longo dos três estágios. Os cenários de afluência ao reservatório de São Simão são
mostrados na Tabela 6, com duas possibilidades equiprováveis: alta afluência e baixa
afluência.
Tabela 6: Cenário de afluências ao reservatório São Simão
Estágio Afluência Alta
(m3
/s)
Afluência Baixa
(m3
/s)
1 1300 650
2 1000 580
3 1500 600
Para fins de simplificação serão considerados apenas 3 estados para cada
estágio do problema, sendo os volumes considerados de 100%, 50% e 0% do volume
útil do reservatório, conforme mostrado na Tabela 7.
Tabela 7: Volume do reservatório em relação às discretizações
Discretização Volume do Reservatório (hm3
)
0% 7000
50% 9770
100% 12540
A modelagem do problema de programação linear a ser resolvido é mostrado a
seguir:
Função Objetivo
1, 2, 1
1
35,91 58,55 684
1 0,1 t t Min g g def term term t αt+
⋅ + ⋅ + ⋅ + ⋅
+
Onde a taxa de desconto utilizada para transporte dos custos ao valor presente
é de 10%, valor adotado em diversos estudos do SEB.
Restrições
1, 2,
1.200 (Atendimento à Demanda)
t term term t t t
ghid g g def + + + =
1
(Balanço Hídrico) t t t t t t x u s FATOR y x + + + = ⋅ +
0,6093 0 (Produção de Energia) t t
t
u ghid
FATOR
− + =
Limites das Variáveis
1,
2,
1
7000 12540 (Armazenamento)
0 2394,33 (Engolimento)
0 (Vertimento)
0 2394,33 0,6093 (Geração Hidráulica)
0 300 (Geração Térmica 1)
0 514 (Geração Térmica 2)
t
t
t
t t
t
t
term
term
x
u FATOR
s
ghid
g
g
≤ ≤ +
≤ ≤ ⋅
≤ ≤ ∞
≤ ≤ ×
≤ ≤
≤ ≤
Considerando que os três estágios correspondem aos meses de outubro,
novembro e dezembro, a constante FATORt
assume respectivamente os valores de
2,6784; 2,592 e 2,6784, dependendo do número de dias do mês. A constante FATORt
é responsável pela transformação de m3
/s em hm3
/mês.
Outra simplificação deste modelo é em relação à decisão térmica, onde as
usinas só podem estar ligadas a plena carga ou desligadas, conforme mostrado na
Tabela 8.
Tabela 8: Decisões térmicas possíveis do caso exemplo
Decisão
Térmica
Térmica 1
(MWmédio)
Térmica 2
(MWmédio)
Custo Imediato Associado à
Decisão (R$)
1 0 0 0
2 300 0 300*35,91 = 10773
3 300 514 300*35,91 + 514*58,55 =
40867,70
Inicialmente, supõe-se que os custos futuros associados ao final do último
estágio (início do quarto estágio) sejam nulos. Em cada nível de armazenamento
resolve-se dois problemas de despacho de operação, um para cada cenário de
afluências.
Como existem duas possibilidades de afluências para cada estado de
armazenamento discretizado, o custo a ser atribuído ao estado é o valor esperado,
ou seja, a esperança matemática dos custos relacionados a cada uma das afluências
equiprováveis.
Para iniciar, deve-se considerar que o problema esteja com o nível de
armazenamento igual a 100% de seu volume útil, ou seja, x = 12.540hm3, resolve-se
o problema para as duas possibilidades de afluências relacionadas com o estágio 3,
da seguinte maneira:
Passo 1: xt
= 12.540 hm3 e yt
= 4.017,60 hm3 (cenário da afluência otimista).
Como a função de custo futuro associada ao estágio quatro é nula para qualquer
decisão tomada no estágio três, o custo ótimo associado é dado apenas pelo valor
ótimo do custo imediato de operação. Dessa forma, a decisão térmica 2 ou a 3 só
será acionada quando não houver disponibilidade de água. Então, resolve-se o
problema obtendo-se os resultados mostrados na Tabela 9. A carga própria é
atendida exclusivamente pela usina de São Simão que fica com armazenamento no
final do estágio três (ou início do quarto estágio) de 11.282,87 hm3, não havendo
necessidade de despachar nenhuma térmica e sem a ocorrência de déficit.
Passo 2: xt
= 12.540 hm3 e yt
= 1.607,05 hm3
(cenário da afluência pessimista).
Novamente a carga própria é atendida exclusivamente pela usina de São Simão que
fica com armazenamento no final do estágio (ou início do quarto estágio) de
8.872,31 hm3
, não havendo necessidade de despachar nenhuma térmica e sem a
ocorrência de déficit.
O custo ótimo associado ao estado é igual à média (valor esperado) dos custos
calculados anteriormente, ou seja, R$ 0,00. O mesmo processo deve ser repetido
para os demais níveis de armazenamento discretizados no problema (50% e 0%),
referente ao estágio 3. Os resultados estão expostos na Tabela 9.
Realizados os cálculos para o estágio 3, todo o problema deve ser repetido
para o estágio 2. Para cada problema resolvido deve ser observado o
armazenamento final do estágio 2 e verificado o custo futuro correspondente. Se o
armazenamento final for baixo, o custo futuro associado será mais alto. Portanto, a
partir do estágio 2, para cada combinação de armazenamento no início do estágio e
afluência no estágio t, as três decisões térmicas devem ser testadas com o objetivo
de verificar qual delas leva ao custo ótimo. A Figura 15 mostra a função de custo
futuro correspondente ao estágio 3, que será utilizada na resolução do problema do
estágio 2.
Tabela 9: Resultado dos cálculos da PDE no terceiro estágio
Armazenamento
(hm3
)
7.000 9.770 12.540
Afluência (hm3
) 4.017,60 1.607,04 4.017,60 1.607,04 4017,60 1.607,04
Decisão Ótima
x(7.061,56)
u(3.956,04)
s (0,00)
gh(900,00)
gt_1(300,00)
gt_2 (0,00)
def (0,00)
x(7000,00)
u(1607,04)
s (0,00)
gh(365,60)
gt_1(300,00)
gt_2(514,00)
def (20,40)
x(8.512,87)
u(5.274,72)
s (0,00)
gh(1.200,00)
gt_1(0,00)
gt_2(0,00)
def (0,0)
x(7.421,00)
u(3.956,04)
s (0,00)
gh(900,00)
gt_1(300,00)
gt_2(0,00)
def (0,0)
x(11.282,87)
u(5.274,72)
s (0,00)
gh(1.200,00)
gt_1 (0,00)
gt_2 (0,00)
def (0,0)
x(8.872,31)
u(5.274,72)
s (0,00)
gh(1.200,00)
gt_1 (0,00)
gt_2 (0,00)
def (0,0)
Custo Imediato
(R$) 10.773,00 54.820,21 0,00 10.773,00 0,00 0,00
Custo Ótimo (R$) 32.796,60 5.386,60 0,00
Função de Custo Futuro (Estágio 3)
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
1
Volume Armazenado
7000 (hm3
)
0 %
9770 (hm3
)
50 %
12540 (hm3
)
100 %
$32796.60
$5386.60
$0.00
Custo Futuro ($)
Figura 15:Aproximação da FCF construída no estágio 3
Uma decisão com um menor custo imediato pode não ser a de custo mínimo.
Como é mostrado na Tabela 10, onde é feita a análise do custo ótimo para o estágio
dois, armazenamento inicial de 50% (xt
= 9.770 hm3
) e cenário de afluências otimista
(yt = 2592 hm3
). Apesar da decisão térmica 1 ter um custo imediato nulo, ela leva a
usina de São Simão a um armazenamento baixo no final do estágio dois, acarretando
um custo futuro alto. A decisão térmica 2 tem um custo imediato de R$ 10.773,00,
mas em contrapartida a usina de São Simão chega no final do estágio com um
armazenamento maior e um custo futuro mais baixo. O valor da função de custo
futuro do estágio três deve ser corrigido pela taxa de desconto para ser utilizado no
estágio dois.
Tabela 10: Decisões térmicas no estágio 2 (xt = 50%, yt
= alta)
Decisão Térmica
Custo da
Decisão Térmica
Custo Futuro αt(Xt)
1 0,00 30.245,75 27.523,63
2 10.773,00 17.618,78 26.805,38
3 40.867,70 3.539,15 44.088,33
Os resultados para o mesmo procedimento, aplicado ao estágio dois é
mostrado na Tabela 11. Os resultados mostrados correspondem à decisão térmica
ótima.
Tabela 11: Resultado dos cálculos da PDE no segundo estágio
Armazenamento
(hm3
)
7.000 9.770 12.540
Afluência (hm3
) 2.592,00 1.503,36 2.592,00 1.503,36 2.592,00 1.503,36
Decisão Ótima
x(7.950,14)
u(1.641,85)
s (0,00)
gh(386,00)
gt_1(300,00)
gt_2(514,00)
def (0,00)
x(7.000,00)
u(1.503,36)
s (0,00)
gh(353,44)
gt_1(300,00)
gt_2(514,00)
def(32,56)
x(8.533.84)
u(3.828.16)
s (0.00)
gh(900.00)
gt_1(300.00)
gt_2(0.00)
def (0.00)
x(7.445.20)
u(3.828.16)
s(0.00)
gh(900.00)
gt_1(300.00)
gt_2(0.00)
def (0.00)
x(10.027,79)
u(5.104,21)
s (0,00)
gh(1200,00)
gt_1(0,00)
gt_2(0,00)
def (0,00)
x(8.939,15)
u(5.104,21)
s (0,00)
gh(1.200,00)
gt_1(0,00)
gt_2(0,00)
def (0,00)
Custo Imediato
(R$) 40.867,70 63.138,78 10.773,00 10.773,00 0,00 0,00
Custo Futuro
Atualizado (R$) 21.899,15 29.844,91 16.032,18 25.836,00 4.445,62 12.383,39
Custo Ótimo (R$) 77.875,27 31.707,09 8.414,50
A aproximação da Função de Custo Futuro do estágio 2 pode ser vista na Figura
16.
Figura 16: Aproximação da FCF construída no estágio 2
A mesma seqüência de operações deve ser repetida para o estágio 1, e os
resultados são mostrados na Tabela 12.
Tabela 12: Resultado dos cálculos da PDE no primeiro estágio
Armazenamento
(hm3
)
7000 9770 12540
Afluência (hm3
) 3.481,92 1.740,96 3.481,92 1.740,96 3.481,92 1.740,96
Decisão Ótima
x(8.785,22)
u(1.696,70)
s (0,00)
gh(386,00)
gt_1(300,00)
gt_2(514,00)
def (0,00)
x(7.044,26)
u(1.696,70)
s(0,00)
gh(386,00)
gt_1(300,00)
gt_2(514,00)
def (0,00)
x(9.295,88)
u(3.956,04)
s (0,00)
gh(900,00)
gt_1(300,00)
gt_2(0,00)
def (0,00)
x(9.814,25)
u(1.696,70)
s (0,00)
gh(386,00)
gt_1(300,00)
gt_2(514,00)
def (0,00)
x(10.747,19)
u(5.274,73)
s (0,00)
gh(1.200,00)
gt_1(0,00)
gt_2(0,00)
def (0,00)
x(10.324,92)
u(3.956,04)
s(0,00)
gh(900,00)
gt_1(300,00)
gt_2(0,00)
def (0,00)
Custo Imediato
(R$) 40.867,70 40.867,70 10.773,00 40.867,70 0,00 10.773,00
Custo Futuro
Atualizado (R$) 43.789,77 70.195,20 36.044,51 28.514,85 21.375,92 24.607,16
Custo Ótimo (R$) 97.860,19 58.100,03 28.378,04
Por fim, a Figura 17 ilustra a Função de Custo Futuro do primeiro estágio.
Sendo assim, se o reservatório de São Simão estiver com 100% de sua capacidade
máxima no início do período de planejamento, o custo total esperado ao longo dos
três estágios é R$ 28.378.04.
3306
XLII SBPO 30/08 a 03/09
Bento gonçalves – rs
Função de Custo Futuro (Estágio 1)
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
1
Volume Armazenado
Custo Futuro ($)
7000 (hm3
)
0 %
9770 (hm3
)
50 %
12540 (hm3
)
100 %
$97860.19
$58100.03
$28378.04
Figura 17: Aproximação da FCF construída no estágio 1
3.2.1
Modelagem das funções de custo futuro
Neste minicurso será mostrada a utilização de algoritmos de conjuntos
convexos, ou da classe Convex Hull (CORMEN, 2001), para obtenção do conjunto
convexo que formam as retas de corte da PDE, sendo os pontos fornecidos ao
algoritmo equivalente aos custos de operação do sistema, em discretizações prédefinidas dos volumes dos reservatórios (DIAS, 2010).
Inicialmente, define-se um conjunto C como sendo convexo se para quaisquer
pontos x,y ∈ C, qualquer combinação convexa de x,y ∈ C, ou seja,
(1 ) | , [0,1] − + ∈ ∈ ∈ λ λ λ x y C x y C e (3.15)
Exemplos de conjuntos convexos e não convexos podem ser vistos na Figura 18
(BAJUELOS, 2008).
Figura 18: Exemplo de Conjuntos Convexo e Não-convexo
Existem diversos algoritmos para a obtenção dos conjuntos convexos, dentre
eles o algoritmo de Graham, o algoritmo de Jarvis e o algoritmo
descrito a seguir (BARBER, 1996).
Dado um conjunto de pontos qualquer, c
algoritmo QuickHull
Figura
Passo 1: inicia
exemplo, ao longo do eixo das abscissas. Traça
os pontos encontrados, conforme
Passo 2: toma
R0 obtido no passo anterior, em um dos sentidos da dire
segmento. A partir do ponto extremo encontrado gera
pontos extremos de
Existem diversos algoritmos para a obtenção dos conjuntos convexos, dentre
eles o algoritmo de Graham, o algoritmo de Jarvis e o algoritmo QuickHull
descrito a seguir (BARBER, 1996).
Dado um conjunto de pontos qualquer, como mostrado na
QuickHull segue os seguintes passos (LAMBERT, 2008):
Figura 19: Pontos aleatórios no plano bidimensional
Passo 1: inicia-se pela busca dos pontos extremos em uma das direções, por
exemplo, ao longo do eixo das abscissas. Traça-se um segmento de reta (
os pontos encontrados, conforme Figura 20.
Figura 20: Algoritmo QuickHull – passo 1
Passo 2: toma-se o ponto de maior distância em relação ao segmento de reta
obtido no passo anterior, em um dos sentidos da direção perpendicular a este
segmento. A partir do ponto extremo encontrado gera-se um triângulo com os
pontos extremos de R0. Este passo é demonstrado na Figura 21.
Existem diversos algoritmos para a obtenção dos conjuntos convexos, dentre
QuickHull, que será
omo mostrado na Figura 19, o
se pela busca dos pontos extremos em uma das direções, por
de reta (R0) ligando
se o ponto de maior distância em relação ao segmento de reta
perpendicular a este
se um triângulo com os
Passo 3: encontra
sentido contrário ao analisado no Passo 2, conforme mostrado
Passo 4: a partir do ponto obtido no passo 3, traça
ligando-o aos pontos extremos de
quadrilátero, conforme m
deste quadrilátero não precisam mais ser analisados, restando para o algoritmo os
pontos externos ao polígono.
Figura 21: Algoritmo QuickHull – passo 2
Passo 3: encontra-se o ponto perpendicularmente mais distante à
sentido contrário ao analisado no Passo 2, conforme mostrado na Figura
Figura 22: Algoritmo QuickHull – passo 3
Passo 4: a partir do ponto obtido no passo 3, traça-se um segundo triângulo
o aos pontos extremos de R0. A união dos 2 triângulos forma um
quadrilátero, conforme mostrado na Figura 23. Adicionalmente, os pontos internos
deste quadrilátero não precisam mais ser analisados, restando para o algoritmo os
pontos externos ao polígono.
se o ponto perpendicularmente mais distante à R0, no
Figura 22.
se um segundo triângulo
. A união dos 2 triângulos forma um
Adicionalmente, os pontos internos
deste quadrilátero não precisam mais ser analisados, restando para o algoritmo os
Passo 5: para cada lado do quadrilátero
reta Ri
, toma-se o ponto de maior distância em relação à perpendicular do segmento
de reta em consideração, ligando
Desta forma o quadrilátero é ampliado em cada um de seus la
pontos exteriores, formando um polígono.
Passo 6: o passo anterior é repetido para cada lado do polígono, até que não
existam mais pontos externos. Desta forma está formado
os pontos dados, conforme mostrado na
Figura 24
O algoritmo proposto consegue resolver o problema de conjuntos convexos
para várias dimensões.
espaço tridimensional, enquanto no item (b) observa
Figura 23: Algoritmo QuickHull – passo 4
Passo 5: para cada lado do quadrilátero, representado por um segmento de
se o ponto de maior distância em relação à perpendicular do segmento
de reta em consideração, ligando-o aos pontos extremos deste segmento de reta.
Desta forma o quadrilátero é ampliado em cada um de seus lados que possuírem
pontos exteriores, formando um polígono.
Passo 6: o passo anterior é repetido para cada lado do polígono, até que não
existam mais pontos externos. Desta forma está formado um conjunto convexo com
os pontos dados, conforme mostrado na Figura 24.
24: Conjunto convexo obtido pelo algoritmo QuickHull
O algoritmo proposto consegue resolver o problema de conjuntos convexos
para várias dimensões. Na Figura 25 (a) é mostrado um conjunto de pontos no
espaço tridimensional, enquanto no item (b) observa-se o conjunto convexo obtido.
, representado por um segmento de
se o ponto de maior distância em relação à perpendicular do segmento
o aos pontos extremos deste segmento de reta.
dos que possuírem
Passo 6: o passo anterior é repetido para cada lado do polígono, até que não
um conjunto convexo com
lgoritmo QuickHull
O algoritmo proposto consegue resolver o problema de conjuntos convexos
strado um conjunto de pontos no
se o conjunto convexo obtido.
(a) (b)
Figura 25: Conjunto convexo no plano tridimensional: (a) conjunto aleatório de pontos e
(b) Conjunto convexo obtido
Um fluxograma do problema de planejamento energético, utilizando a
metodologia de fechos convexos, pode ser visto na Figura 26 onde observa-se que
seguindo a técnica de programação dinâmica:
1) Inicia-se pelo último estágio (t = T).
2) No Bloco 1 são obtidos os custos operacionais médios para cada estado
operativo, através de programação linear.
3) No Bloco 2 o conjunto de pontos que relacionam armazenamento do
reservatório e custo ótimo obtido anteriormente é fornecido ao algoritmo
QuickHull, obtendo o conjunto reduzido de planos que compõem o fecho
convexo. Estes planos são utilizados para a modelagem da FCF.
4) No Bloco 3 há um decremento no número do estágio.
5) As FCFs obtidas entram como restrição na análise do próximo estágio,
sendo este procedimento repetido até que se atinja o primeiro estágio.
6) O critério de parada está representado através do Bloco 4.
Figura 26: Algoritmo da obtenção das funções de custo futuro utilizando fechos
convexos.
Estágio = T
Início
PL
Obtenção dos custos de cada
estado operativo
“Convex Hull”
Obtenção dos planos de
cortes - Montagem da FCF
Estágio = Estágio - 1
Estágio = 1 ?
Fim
Bloco 1
Bloco 2
Bloco 3
Bloco 4
3312
XLII SBPO 30/08 a 03/09
Bento gonçalves – rs
4
Exemplo de desenvolvimento e desafios do planejamento
energético
Diversos desafios surgem com a ampliação do sistema energético e principalmente
com a incorporação de novas fontes de energia, tais como eólica, solar, biomassa, no sistema
inteligado. Esta evolução representa uma nova gama de desafios para o setor, trazendo
diversas discussões e necessitando novos desenvolvimentos.
Como exemplo de desenvolvimento mais recente, apresentamos a seguir a proposta
de incorporação das restrições de gás ao problema do planejamento energético.
4.1
A incorporação de restrições de gás
No Brasil, o fornecimento de gás natural, Figura 27 (Gasbol), ocorre por meio
de uma rede de gasodutos onde o principal é o Gasbol com mais de 3000 km de
extensão e capacidade para pouco mais de 30 milhões de m3/dia. A rede de
gasodutos brasileira se completa com os gasodutos da Petrobras, formando uma
rede interligada de mais de 4000 km no Sudeste e Sul do país. Há também a rede de
gasodutos do Nordeste, porém essa ainda não está interligada à rede do Sudeste
nem ao Gasbol, embora já existam estudos para tal.
Figura 27: Rede de transporte do gasoduto brasileiro
A operação dos gasodutos é descentralizada, sendo cada empresa responsável
pela sua rede. A Transpetro responde pelo transporte de cerca de 35 milhões de
metros cúbicos diários de gás natural através da operação de 2.968 km de
gasodutos, 14 pontos de recebimento e 75 pontos de entrega. A operação do Gasbol
é feita pela TBG através de uma central de operação no Rio de Janeiro, de onde se
monitora todo o gasoduto através do sistema de monitoramento Sistema de
Supervisão, Controle e Aquisição de Dados (SCADA). O Gasbol transporta cerca de 30
milhões de metros cúbicos por dia para 36 estações de entrega.
A programação da operação eletroenergética feita pelo Operador Nacional do
Sistema (ONS) apresenta horizonte diário e tem o propósito de otimizar a operação
do Sistema Interligado Nacional nas melhores condições técnicas (elétricas e
energéticas), econômicas e com maior segurança operacional possível para
atendimento às demandas previstas, considerando a integridade de equipamentos e
as restrições existentes. A Programação Diária da Operação Eletroenergética
estabelece os programas diários de geração hidráulica, térmica, intercâmbios de
energia entre subsistemas e entre Agentes, bem como as transferências de energia
pelas Interligações Internacionais, para atendimento às previsões de carga
integralizada do sistema elétrico, em intervalos de 30 minutos, com base na Política
de Operação Energética definida pelo Programa Mensal da Operação (PMO), suas
revisões e pelos ajustes diários desta Política de Operação. São consideradas
diariamente as previsões de afluências e meteorológicas, as restrições para controle
de cheias, os requisitos de uso múltiplo da água, as restrições ambientais, os
cronogramas de manutenção, as restrições operativas das unidades geradoras, as
inflexibilidades das usinas, as restrições operativas do sistema de transmissão, bem
como as diretrizes para a operação elétrica do sistema elétrico.
Observa-se na Figura 2 (ONS, CEPEL) a cadeia de modelos utilizada pelo ONS
para otimização do planejamento eletroenergético do Sistema Elétrico Brasileiro
(SEB).
Figura 28: modelo utilizado pelo ONS e suas interligações
Através dos estudos realizados, tomando como base as resoluções da ANEEL e
os dados encontrados no site da ONS e EPE foi possível constatar que existem
poucos estudos considerando o aspecto energético nas usinas termelétricas.
Conceber, no modelo, as usinas termelétricas como uma injeção de potência, como é
feito atualmente, tem sua validade restrita a combustíveis de fácil manuseio como
carvão e óleo, porém não representa a realidade quando se trata de gás natural, cujo
sistema de produção e transmissão possui restrições que são dinâmicas e dependem
da demanda industrial e comercial de gás natural, da forma da rede e características
físicas de gasodutos, além dos limites operacionais do mesmo. Devido a este fato,
torna-se importante a inclusão de restrições do sistema de produção e transporte de
gás natural ao estudo e realização do despacho ótimo do SEB. A inclusão destas
restrições será de suma importância e de fundamental contribuição para uma maior
eficiência do sistema, podendo minimizar os custos de operação das unidades
termelétricas a gás natural, proporcionando a redução do custo da energia ao
consumidor final e uma maior confiabilidade do sistema, Figura 3 (ONS).
Figura 29: Cenários de custo
5
Conclusão
Este minicurso apresentou a importância da pesquisa operacional no planejamento e
operação de sistemas energéticos. Inicialmente apresentou-se o desafio de modelar séries
temporais de vazões afluentes às usinas do sistema elétrico. A seguir apresentou-se dois
estudos de casos de aplicações de otimização em sistemas energéticos. No capítulo 4,
ressaltou-se aspectos importantes no futuro do planejamento de sistemas energéticos,
mostrando um desenvolvimento recente de incorporação de restrições de gás ao
planejamento hidrotérmico.
6
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XLII SBPO 30/08 a 03/09
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*** *** http://www.din.uem.br/sbpo/sbpo2010/pdf/72106.pdf *** ***
‘DF está no limite da oferta de serviços’, diz professor emérito da UnB
6 maio, 2021
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leomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP
À espera de reabertura de quase 15 mil postos de trabalho no Distrito Federal perdidos na pandemia da Covid-19, conforme dados da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), grande parte da população vive os reflexos do desemprego, principalmente entre os mais pobres, e se afunda na desigualdade dos bolsões de pobreza.
“A desigualdade em Brasília e em outras cidades é estrutural. Difícil sair dela sem distribuição de renda”, afirma o geógrafo e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) Aldo Paviani, em entrevista ao portal da FAP.
Confira o vídeo!
https://www.facebook.com/fundacaoastrojildofap/videos/815308006064955/
O professor emérito da UnB vai debater emprego e renda no Distrito Federal, durante o sexto e último encontro online do Seminário Brasília Cidadania, na quinta-feira (6/5). A realização é da FAP, em Brasília, com a Zonal do Cidadania no Plano Piloto (veja detalhes ao final da reportagem).
Emprego
Apenas nos quatro primeiros meses da pandemia no Brasil, de março a junho de 2020, o DF fechou 34.649 postos de trabalho, segundo a Codeplan. Entre julho de 2020 e janeiro de 2021, 19.690 novos empregos foram gerados. A conta não é suficiente para superar as perdas.
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Aldo Paviani: “DF está no limite superior da oferta de serviços, que vai se tornando inelástica”. Foto: José Cruz/Agência Brasil
“A indústria, que poderia gerar empregos, é incipiente, e o DF está no limite superior da oferta de serviços, que vai se tornando inelástica. Daí, temos poucas possibilidades de abrir atividades que gerem empregos compatíveis com a demanda crescente”, destaca Paviani.
No DF, a indústria está focada, sobretudo, na produção de bens de consumo não duráveis e semiduráveis. O principal cliente do setor é o governo, mas grandes indústrias na área de tecnologia, alimentos, vestuário e construção civil produzem em larga escala para a iniciativa privada.
De acordo com o Portal da Indústria, o Distrito Federal é o 23º colocado em exportações industriais do país. Foram US$85 milhões em 2020. Responsável por gerar 7,9% do emprego formal na unidade da Federação, o setor também é responsável por apenas 0,1% das exportações brasileiras de produtos industrializados.
Vídeos do Seminário Brasília Cidadã
https://www.facebook.com/fundacaoastrojildofap/videos/175275371042039/
https://www.facebook.com/fundacaoastrojildofap/videos/750816498957227/
https://www.facebook.com/fundacaoastrojildofap/videos/363456928417741/
https://www.facebook.com/fundacaoastrojildofap/videos/2774322792831388/
https://www.facebook.com/fundacaoastrojildofap/videos/362907601808726/
“Cidade de serviços”
É por isso que o professor emérito da UnB ressalta que “o DF é uma cidade de serviços”, o que, na avaliação dele, faz a população ser obrigada a conviver com um “ciclo vicioso estabelecido”.
A desigualdade se perpetua no Distrito Federal, apesar de ter o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor dele na capital é de R$85.661, número 2,5 vezes maior do que a média nacional (R$33.594).
O indicador é resultado da divisão do valor de todos os bens e serviços produzidos em uma região pelo total de habitantes dessa área.
O alto custo de vida em Brasília aumenta o contraste entre ricos e pobres, o que, segundo Paviani, “se resolve com melhor distribuição de renda e aumento da capacidade educacional da força de trabalho”. “O analfabeto tem chance de ser explorado no mercado de trabalho”, observa.
Além de Paviani, participam do debate sobre emprego e renda no DF o ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho Ezequiel de Souza Nascimento e o professor aposentado da UnB Carlos Alberto Torres.
SERVIÇO
Seminário Brasília Cidadania
6º evento online da série: Emprego e renda no DF
Dia: 6/5/2021
Transmissão: das 19h às 21h
Onde: Portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Fundação Astrojildo Pereira, em parceria com a Zonal do Plano Piloto do CidadanO arquivo do vídeo do evento fica disponível para o público nesses canais, por tempo indeterminado
Leia também:
‘Não há desculpa para não termos a melhor educação do país’, diz ex-secretário do DF
‘DF precisa de Plano Diretor 2.0’, afirma arquiteto e urbanista Thiago Andrade
‘Desafio do DF é avançar na gestão urbana’, diz especialista sênior no Ipea
‘GDF não pode ser um avestruz na pandemia’, diz economista Tânia Santana
‘Modelo de desenvolvimento focado em terreno atrai corrupção’
Fonte:
Fundação Astrojildo Pereira
Leia mais
*** *** https://www.fundacaoastrojildo.org.br/df-esta-no-limite-da-oferta-de-servicos-diz-professor-emerito-da-unb/ *** ***
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Engenheiro eletricista: salário, o que faz e mercado de trabalho
Por EAD UNIVALI | 14, Abril 2021 | 8 min de leitura
Fonte:
autor
EAD UNIVALI
Tag: Mercado de Trabalho
Você já pensou em ser engenheiro eletricista? Que tal conhecer um pouco mais sobre o curso e a profissão? O engenheiro eletricista é o profissional que sabe como fazer a energia elétrica chegar em todos os tipos de ambientes.
Também é capacitado para sugerir soluções eficientes, pensando na inserção de novas tecnologias de acordo com as tendências.
Quer saber como ingressar na área? Em menos de cinco minutos você vai saber tudo o que precisa sobre a profissão do engenheiro eletricista: salário, o que faz e mercado de trabalho. Vamos lá?
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engenheiro eletricista no seu ambiente de trabalho.
O que faz o engenheiro eletricista?
Antes de decidir seguir carreira na área, é preciso entender melhor o que faz o engenheiro eletricista.
O trabalho do engenheiro eletricista, sem dúvidas, é fundamental. Nem conseguimos imaginar como seria a vida sem eletricidade, não é mesmo?
Suas atividades estão relacionadas à produção, transmissão e distribuição de energia. A plataforma Trabalha Brasil assim resume os objetivos do cargo de engenheiro eletricista:
“Elaborar e dirigir estudos e projetos de engenharia elétrica, estudando características e especificações e preparando plantas, técnicas de execução e recursos necessários, para possibilitar e orientar as fases de construção, instalação, funcionamento, manutenção e reparação de instalações, aparelhos e equipamentos elétricos, dentro dos padrões técnicos exigidos.”
Em resumo, parte da função desse profissional é planejar a distribuição de energia da melhor forma possível para que essa energia chegue para cada consumidor com segurança.
Mas não é só isso! O desenvolvimento sustentável através de fontes renováveis de energia, por exemplo, tem ganhado espaço e é um segmento promissor para o graduado em Engenharia Elétrica. Além disso, todo tipo de equipamento que utiliza energia para funcionar, de alguma forma, pode ter a atuação de um profissional de Engenharia Elétrica.
Sendo assim, existem várias possibilidades de atuação e excelentes oportunidades de carreira com salários atrativos.
Veja como está o mercado de trabalho para o engenheiro eletricista.
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engenheiro fazendo anotações.
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Como está o mercado de trabalho para engenheiro eletricista?
Quase tudo ao nosso redor precisa de energia elétrica. Assim, todas as indústrias e empresas por trás disso também precisam de um engenheiro eletricista.
Os profissionais que desejam se qualificar no segmento de energia vão encontrar um mercado aquecido, especialmente por causa de três fatores:
Crescimento populacional;
Aumento das obras de construção civil;
Surgimento de indústrias que demandam um fornecimento específico de eletricidade para a sua produção.
Geralmente, o engenheiro eletricista é muito procurado por concessionárias de energia, empresas de telecomunicações, empreiteiras e empresas de engenharia para garantir projetos elétricos funcionais e confiáveis.
Dependendo de sua especialização, o formado em Engenharia Elétrica pode trabalhar na automatização de sistemas, na criação de sistemas de inteligência artificial e também em setores da informática, em projetos elétricos para máquinas e muito mais.
Mas as oportunidades e bons salários não existem apenas no setor privado. Ele pode ser contratado pelo governo para atuar na construção de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares, por exemplo.
Onde o engenheiro eletricista pode trabalhar?
Antes de mais nada, saiba que existem duas etapas obrigatórias para poder trabalhar na área e ser considerado engenheiro eletricista:
Cursar o ensino superior de Engenharia Elétrica em uma instituição reconhecida pelo MEC';
Obter o registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).
Ou seja, você só pode trabalhar como engenheiro eletricista se for graduado e possuir o registro. Depois disso, é só alegria, já que o mercado é muito amplo, com vários tipos de profissionais e muitas possibilidades de atuação.
Vamos conhecer um pouco mais sobre as principais áreas onde o engenheiro eletricista pode trabalhar.
Automação
O engenheiro eletricista pode trabalhar no planejamento, desenvolvimento e manutenção das estruturas de automação industrial, projetando desde componentes simples, até estruturas mais complexas como, por exemplo, a automatização de processos de produção de uma fábrica. Em outras palavras: é uma área para atuar com sistemas robotizados e autogerenciáveis para processos industriais.
Construção civil
Na construção civil, esse profissional é o responsável por projetos de sistemas elétricos residenciais, comerciais, públicos e industriais. Seja em construção, reformas e manutenção, o engenheiro eletricista é muito procurado para projetar os circuitos elétricos e definir os materiais necessários para a parte elétrica de uma edificação.
Fornecimento de energia elétrica
Nessa área, é possível trabalhar na criação de usinas geradoras de energia elétrica, por exemplo, dimensionando turbinas, sistemas de armazenamento e redes de transmissão.
Além disso, o engenheiro eletricista é capacitado para fazer ajustes de capacidade de fornecimento de energia elétrica de acordo com a demanda de cada região. Também pode trabalhar em concessionárias de energia elétrica, realizando o acompanhamento e a manutenção, garantindo que o fornecimento de energia não seja interrompido.
Telecomunicações
Na área de telecomunicações, o engenheiro eletricista atua ao lado de outros profissionais, criando e construindo sistemas de telefonia e transmissão de dados e auxiliando a elaborar projetos de ampliação de empresas.
Outras possibilidades de atuação para o engenheiro eletricista são: eletrônica, engenharia biomédica, hardware, programação e microeletrônica.
Trabalhar com consultoria para otimização de processos (visando a redução de consumo de energia, por exemplo), pesquisa e docência, também são opções que têm ganhado destaque na Engenharia Elétrica.
Engenheiro eletricista: salário
No Brasil, o valor médio do piso salarial para o engenheiro eletricista é de R$ 7.276,05 para uma jornada de trabalho de 41 horas semanais.
O último Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), lançado em 2018, colocou a Engenharia Elétrica como a quarta mais bem paga.
No entanto, o nível de experiência profissional e o cargo ocupado contam muito no salário do engenheiro eletricista. Veja a média salarial de acordo com os níveis júnior, pleno e sênior:
Júnior: R$ 7.982,40
Pleno: R$ 8.560,76
Sênior: R$ 10.767,56
Além disso, o porte da empresa também influencia na remuneração, sendo que as grandes empresas são as que pagam melhor. Ainda assim, os salários em micro e pequenas empresas são bastante atrativos.
Como é a faculdade de Engenharia Elétrica?
Existem vários cursos de Engenharia Elétrica disponíveis no Brasil, e eles não ensinam a mesma coisa.
Basta pensar em quantas atividades e segmentos a energia elétrica está presente para se ter uma ideia da quantidade de áreas em que o engenheiro eletricista pode atuar.
Por isso, a grade curricular varia muito em função da ênfase adotada pelo curso, que pode ser, por exemplo, em computação, em telecomunicações, em sistemas de energia, em automação, eletrotécnica ou outros.
Em geral, o estudante de Engenharia Elétrica aprende na teoria e na prática como projetar circuitos de energia, compreendendo as redes elétricas e os sistemas de geração de eletricidade.
Nos primeiros dois anos de curso acontece o ciclo básico. Prepare-se para bastante cálculo com disciplinas como: matemática, cálculo diferencial e integral, física, estatística, tópicos de economia e administração.
Só depois as disciplinas ficam mais específicas: automação, eletromagnetismo, sistemas digitais, sistemas elétricos, materiais elétricos, entre outras.
Um destaque da formação em Engenharia Elétrica são as aulas de laboratório, em que os estudantes aprendem desde física e química até robótica através de experimentos. Além de auxiliar na fixação do conhecimento, a prática prepara o aluno para a realidade do mercado de trabalho.
Sendo assim, vale a pena consultar a grade curricular para verificar se o curso é dedicado a um assunto específico, se as disciplinas têm a ver com o que você deseja trabalhar e se a média salarial te agrada.
Agora que você sabe tudo o que precisa sobre o engenheiro eletricista, está na hora de começar a pensar em sua formação.
A seguir, veja onde estudar Engenharia Elétrica e comece a planejar seu futuro profissional agora mesmo.
Onde estudar Engenharia Elétrica?
Antes de decidir onde estudar Engenharia Elétrica, procure uma instituição que ofereça ensino de qualidade e que seja reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Caso contrário, o sonho de cursar uma faculdade pode virar pesadelo.
A Univali é uma das melhores universidades da América Latina com mais de 55 anos de tradição.
O bacharelado de Engenharia Elétrica EAD da Univali é uma graduação semipresencial com duração de 5 a 6 anos e conta com uma estrutura completa para o aluno que deseja estar à altura dos desafios do mercado de trabalho e da realidade profissional.
Para isso, as disciplinas possuem aulas teóricas online e, para praticar tudo o que foi aprendido, tem encontros presenciais uma vez por semana nos laboratórios da universidade.
O curso EAD é a opção certa para quem precisa conciliar estudo, trabalho e vida pessoal, pois oferece autonomia de estudo e flexibilidade de horário, além de maior economia - tudo com a mesma qualidade do ensino presencial.
Além disso, se você já é formado em outra área e procura uma segunda graduação, é possível ingressar na Univali sem prestar vestibular e com descontos ao longo do curso.
Resumindo:
O mercado de trabalho está aquecido e são diversas opções de carreira para seguir.
Ter uma formação de qualidade é indispensável para se destacar na área, e o curso de Engenharia Elétrica abre muitas portas para o futuro profissional.
Existem diversas opções para o engenheiro eletricista e os salários são bastante atrativos. Mas lembre-se de que seu trabalho precisa te dar orgulho e satisfação, ok?
Além disso, não pense duas vezes antes de investir em uma boa graduação, pois com certeza todo o esforço vai valer a pena e você será recompensado com a vaga de emprego que sempre quis.
Com a expansão do ensino a distância, ficou muito mais fácil ter acesso à educação de excelência quando e como quiser.
E aí, você está pronto para entrar com o pé direito nessa área? Conheça agora o curso de Engenharia Elétrica EAD da Univali e se torne um profissional completo e requisitado pelo mercado.
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JOAREZ SALES Dos Santos
12/07/2021 14:02:32
Gosto muito do conhecimento que tenho como eletricista, o meu objetivo é ser um engenheiro eletricista.
Reply to JOAREZ SALES Dos Santos
Simon Wright
06/08/2021 03:54:53
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Vidas Secas, 80 anos: 7 lições que continuam atuais
Por Letras Ambientais
terça, 18 de setembro de 2018
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Ouça este conteúdo
Você já ouviu falar em refugiados ambientais? O termo é utilizado para se referir às pessoas que fogem de onde vivem, em razão de problemas ambientais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, até 2020, cerca de 50 milhões de pessoas devam migrar de seus lares por causa da seca, erosão dos solos, desertificação, inundações, desmatamento, mudanças climáticas e outros problemas ambientais.
A migração causada por eventos climáticos não é nova, mas deve se intensificar com as mudanças climáticas. Esse processo irá afetar as plantações e aumentar os preços dos alimentos, intensificando a fome e atingindo diretamente as populações mais pobres.
Seca, fome, migração. O tema é bastante atual. Mas há 80 anos, na obra Vidas Secas, o escritor Graciliano Ramos já tratava, embora com outras palavras, dos refugiados do clima do Semiárido brasileiro.
>> Leia também: Celso Furtado, 100 anos: legado para um novo projeto de País
Vidas secas aborda refugiados da seca no Nordeste brasileiro
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Vaqueiro típico do Semiárido brasileiro
Vaqueiro em atividade pecuária no Semiárido brasileiro.
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O romance Vidas Secas, considerado um clássico da literatura brasileira, foi publicado em março de 1938. Conta a estória de uma família do Nordeste brasileiro – formada pelo casal Fabiano e sinha Vitória, juntamente com os dois filhos, a cachorra Baleia e o papagaio – que migra da Caatinga para fugir das consequências da seca.
A obra foi ambientada na Caatinga, mas sua universalidade é incontestável, por tratar de temas contemporâneos e cada vez mais comuns a diversos países, especialmente aqueles considerados em desenvolvimento.
Fabiano é um vaqueiro típico do sertão, sem-terra e sem teto, que trabalha para um “patrão”, o “dono da fazenda” para, em troca, ter onde morar e garantir minimamente a subsistência da família, mesmo passando por várias humilhações.
Mas a seca desestrutura a frágil estabilidade da família naquele lugar, pois o “patrão” vai morar na cidade e fecha as porteiras da fazenda, restando à família apenas “fugir” da seca.
A família migra em direção ao Sul, em busca do sonho de melhores condições de vida em outras terras, da oportunidade de cuidar da educação dos filhos, em uma “terra desconhecida e civilizada”.
Mas o caminho da Caatinga, duramente percorrido pela família, é marcado por muitas privações, como fome, sede, cansaço e sofrimento. Alcançar o lugar dos sonhos parece um destino cada vez mais distante.
Transcorridas todas essas décadas de publicação da obra Vidas Secas, o impacto da sua leitura permanece atual, firme e intacto. Várias lições podem ser retiradas da obra para o Semiárido brasileiro dos dias atuais. Neste post, são listadas as 7 lições que Vidas Secas pode trazer para um Semiárido mais sustentável.
>> Leia também: Mudanças climáticas: 10 impactos sobre a Caatinga
1) É possível viver no Semiárido com estabilidade
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Cena do filme
Família de sinha Vitória indo para a novena de Natal. Fonte: Filme "Vidas Secas".
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Vidas Secas não é um romance de seca. A centralidade do romance está em um “ano bom”, ou seja, um ano de chuvas na Caatinga. Tanto é que o sétimo capítulo, localizado bem no centro da obra, composta por 13 capítulos, é intitulado “Inverno”, remetendo ao período de chuvas na região. Essa visão contraria certa leitura superficial da obra.
O narrador de Vidas Secas situa o período de chuvas, entre dois momentos de seca: o primeiro período de seca ocorre logo no início do romance, quando os sertanejos migrantes chegaram à fazenda, sob a condição de “retirantes”, “famintos” e “cansados”, em fins de uma longa estiagem.
O segundo momento de seca é no desfecho da obra – quando novamente fugiram da fazenda, diante da volta da seca. Em todo o desenrolar da trama, a seca aparece mais como um lugar de memória para os personagens de Vidas Secas e como lembrança dos sofrimentos passados.
A chegada das chuvas à Caatinga trouxe alegria à Fabiano. Ele passou a arquitetar sonhos de que seriam “todos felizes”, a “fazenda renasceria” e ele seria o “dono daquele mundo”.
Assim, a família poderia ter privilégios possíveis apenas nos “anos bons”: tratar da educação dos filhos, dispor de fartura de alimentos e comprar roupas novas para frequentar a festa de Natal na cidade.
Graciliano Ramos acreditava em um mundo com mais justiça social e menos desigualdades no Nordeste, sendo necessário, para isso, haver transformação no modelo de sociedade extremamente perverso que caracterizava as relações sociais no meio rural.
Ao mostrar a vida da família durante um ano de “inverno”, com relativa segurança e estabilidade, o escritor alagoano questionou as relações sociais excludentes e tensivas que impediam a essa família de sertanejos viver com mais estabilidade no Nordeste brasileiro.
>> Leia também: Semiárido brasileiro: por que a seca ainda é um desastre?
2) Acesso à terra para produzir é fundamental
Lajedo do Paí Mateus, em Cabaceiras (PB), área mais seca do Brasil.
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Lajedo do Paí Mateus, em Cabaceiras (PB), área mais seca do Brasil.
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Vidas Secas é uma contundente crítica ao grande latifúndio, ao coronelismo, representado pelo “patrão” ou “dono da fazenda”, que humilhava e extorquia Fabiano, impedindo que ele saísse do ciclo de opressão sob o qual vivia.
Na obra, quando a família ocupou uma fazenda abandonada, no fim de uma seca, o vaqueiro parecia satisfeito. Mas suas esperanças esmoreceram, pois as chuvas vieram e com ela também o proprietário da fazenda, sob o domínio do qual o vaqueiro passou a viver, sendo humilhado, enganado, animalizado.
Somente com muita insistência, Fabiano conseguiu ficar trabalhando ali como vaqueiro. Moraria com a família pouco “mais de um ano” numa “casa velha” da fazenda.
Para o escritor de Vidas Secas, a opressão à família de Fabiano era causada por questões sociais, não pela seca. Caso tivesse acesso à terra e à água, a família conseguiria obter o sustento, como resultado do seu esforço e trabalho.
A condição climática natural da Caatinga era instrumentalizada pelos latifundiários para a exploração de uma população extremamente vulnerável à seca, como era o caso da família de Fabiano e sinha Vitória.
Uma abordagem magistral desse assunto foi feita por Celso Furtado, em seu livro clássico "Formação Econômica do Brasil", publicado em 1958. Segundo o economista, o problema do subdesenvolvimento no Nordeste é, antes de tudo, uma questão política. Para mais informações, leia este post.
A concentração fundiária era, e continua sendo, uma das formas mais perversas de impedir a autonomia dos pequenos produtores rurais do Semiárido brasileiro.
>> Leia também: Mudanças climáticas podem trazer de volta megassecas históricas
O romance denuncia a realidade social dos sertanejos pobres que viviam no Nordeste da época, cujo cotidiano era marcado pela opressão, humilhação, miséria, espoliação econômica e extremas privações, sobretudo nos períodos de seca.
A crítica incide, em especial, para a necessidade de transformação da vida no campo, onde a maioria da população pobre vivia em condições miseráveis, sob o poder de mando dos grandes latifundiários, e sem acesso à propriedade da terra, concentrada nas mãos de poucos privilegiados.
No Brasil, inclusive no Nordeste, ainda é adotado um modelo de desenvolvimento excludente, e milhares de trabalhadores continuam sem acesso à terra, à água e à floresta. Conflitos agrários têm sido comuns, com situações de violência às famílias, diante do latifúndio, do agronegócio, da mineração e de grandes obras de infraestrutura.
Por outro lado, experiências mostram que o acesso à terra, com apoio da extensão rural, pode favorecer a autonomia dos produtores e melhores condições de vida.
3) A migração é uma fuga evitável
Aves migratórias fogem do Semiárido durante as secas
Aves migratórias fogem do Semiárido durante as secas.
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Em Vidas Secas, a migração da família de Fabiano e sinha Vitória é comparada às revoadas das aves de arribação, pássaros migratórios, da espécie Zenaida auriculata Noronha, que deixam o Semiárido, em bandos, com a chegada da seca.
Para Fabiano, as aves eram “excomungadas”, “pestes”, “miseráveis”, por desceram ao sertão para anunciar-lhe “desgraças” e “destruição”, que a seca em breve chegaria e seria necessário “fugir de novo, aboletar-se noutro lugar, recomeçar a vida”.
Inicialmente, a obra Vidas Secas seria intitulada de “Um mundo coberto de penas”, demonstrando o espanto da crítica do escritor com aquela situação de penúria no Nordeste.
A expressão remete à ideia de que tanto humanos quanto pássaros, com a chegada da seca, alçariam voos em busca da liberdade, deixando apenas suas “penas”, seus rastros e suas marcas impressos na paisagem da Caatinga.
Os grandes fazendeiros do Nordeste eram favorecidos, de diversas maneiras, pela seca, ora recebendo as benesses do governo para “socorrer” os “flagelados”, na prática, desviadas para causas particulares, ora subordinando os sertanejos mantidos em seus domínios, em situação de dependência, como o fazia com a família de Fabiano, em Vidas Secas.
As políticas para as secas não chegavam à população vulnerável, realmente necessitada de auxílio, como demonstra o estudo inédito publicado no Livro "Um século de secas". Por essa razão, com a chegada da seca, não restava alternativa a esses pequenos produtores que não fosse migrar, fugir em busca da mítica “terra distante”, uma “cidade grande, cheia de pessoas fortes”.
A história das políticas para as secas no Semiárido brasileiro, no passado e no presente, foi analisada na obra “Um século de secas”, publicada pela Editora Chiado (Portugal). Para adquirir a obra, clique aqui.
A “fuga” da família de Vidas Secas era uma decisão recorrente no interior do Nordeste da época, durante os períodos de seca, embora o desejo dos sertanejos fosse permanecer em sua terra. A decisão de migrar resultava do desespero diante da seca, da pobreza, da miséria, da fome e da ignorância.
A população pobre do interior do Nordeste, tornava-se ainda mais vulnerável com a chegada da seca, pois estava inserida em um meio político e social hostil, no interior de uma estrutura concentrada de poder e de um regime de produção excludente.
Era o caso da família de Fabiano e sinha Vitória, protagonista de Vidas Secas, situada pelo narrador na fronteira da animalização, subjugado por um sistema que ameaçava sonegar-lhe a própria condição humana.
A contundência dessa crítica, apresentada em Vidas Secas, resulta do posicionamento crítico de Graciliano Ramos, em relação a um dos polos político-ideológicos do seu tempo, a saber, sua simpatia pelo comunismo.
Ele denunciava as relações sociais de opressão e de injustiça, ainda predominantes no meio rural brasileiro, especialmente na região Nordeste, no momento em que o Sul caminhava para a industrialização e urbanização.
O escritor acreditava na possibilidade de um País e um Nordeste mais prósperos, caso houvesse transformação em sua estrutura social, promovendo mais igualdade e justiça social, menos fome, pobreza e espoliação econômica.
Somente dessa forma, a migração seria um desespero evitável, caso todos tivessem acesso à terra e aos meios necessários para trabalhar e garantir sua autonomia. Em outras palavras, não eram as secas, mas as cercas (da terra, da água, da caatinga, da produção de alimentos etc.), responsáveis pela migração das famílias nordestinas.
>> Leia também: Resenha do Livro "Um século de secas no Semiárido brasileiro"
A obra Vidas Secas mostra que nos períodos de chuvas, os mesmos problemas sociais permaneciam no Nordeste, mas era durante as secas que vinham à tona e se tornavam insuportáveis, sendo necessário às famílias abandonarem a terra.
A migração já foi prática muito comum no Nordeste, em vários momentos históricos, como na década de 1930, quando Vidas Secas foi escrita, e os sertanejos partiam em busca de trabalho no Sudeste do Brasil.
Nas últimas décadas, dados mostram a redução da migração no Nordeste, provavelmente em decorrência de programas sociais de acesso à água e alimentos. Todavia, a progressiva desertificação dos solos do Semiárido brasileiro poderá impulsionar cada vez mais pessoas a deixarem a zona rural, em função da perda da produtividade das suas terras.
4) A fome no Semiárido é inaceitável
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Merenda escolar: única refeição completa para muitas crianças brasileiras.
Merenda escolar: única refeição completa para muitas crianças brasileiras.
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Em 2014, o Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). No mesmo ano, o Brasil atingiu o menor índice de pessoas em situação de extrema pobreza, desde 1992, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
Porém, a crise econômica e o desemprego no País, bem como os cortes nos benefícios sociais, como o Bolsa Família, aumentaram o risco de o Brasil voltar a figurar no Mapa da Fome.
A situação é mais grave em regiões como o Semiárido brasileiro, por ter enfrentado recentemente a pior seca da sua história, conhecida como a “Seca do Século” (2010-2017). Além disso, a região também é ameaçada pela desertificação, em função da grave deterioração dos solos produtivos. Esses temas foram aprofundados no Livro "Um século de secas".
Graciliano Ramos, em Vidas Secas, mostra a estética da fome na região semiárida do Brasil, com singular agudeza e dramaticidade.
O vaqueiro Fabiano, na obra, afirma que sempre tinha sido assim, “anos bons misturados com anos ruins”. Uma certeza que os personagens tinham é de que a seca logo voltaria, e com ela, lamentavelmente, esperavam a fome e as “desgraças”.
Aquela família, todavia, como tantas outras do Semiárido brasileiro, não precisaria passar sempre pela mesma situação. Os gestores de políticas públicas poderiam contribuir para o preparo e a resiliência da população no enfrentamento dos impactos da seca.
A produção de alimentos e a estocagem de água é um dos meios a contribuir para superar a repetição dos mesmos problemas sociais na região, como a fome, a sede e a desnutrição.
No Livro “Um século de secas”, os autores mostram como as recentes políticas públicas de acesso às tecnologias sociais trouxeram avanços significativos para o Semiárido brasileiro, em termos de segurança hídrica e alimentar.
Os autores ressaltam que, para reduzir a fome, é necessária a universalização desses programas sociais, visando atender às demandas da população. A volta da fome ao Semiárido brasileiro é inaceitável nos dias atuais, e uma melhor distribuição de renda é um dos caminhos para combatê-la.
>> Leia também: Quanto custam as secas ao Brasil?
5) Inserir o Semiárido em um projeto de País
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Celso Furtado: intelectual e política que tinha um projeto de desenvolvimento para o Nordeste
Celso Furtado desenvolveu um raro projeto de desenvolvimento para o Nordeste.
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Para os protagonistas do romance, a seca era um “perigo”, uma “desgraça” que “estava em caminho”, “se avizinhando a galope, com vontade de matá-los”, “abrasava” os caminhos por onde andavam; era sinônimo de “fome”, “medo”, “castigo”, “sede”, “tormento”, “morte”, “miséria”; era por causa dela que a Caatinga se transformava em um “cemitério”.
Graciliano Ramos questionava o lugar ocupado pela população pobre do Nordeste, no novo projeto de reestruturação que marcou o Brasil dos anos 1930, denunciando as mazelas sociais do campo, no momento em que o País avançava para consolidar o seu projeto de urbanização e industrialização.
Essa população pobre não fazia parte do novo projeto nacional. Por essa razão, a família continuava dependente das perversas estruturas de poder na região e vulnerável à seca.
Como discutido no post “O que os presidenciáveis têm a dizer sobre o Semiárido?”, na maioria dos projetos de governo, dos candidatos à presidência da República, nas eleições de 2018, a região foi esquecida, continuando à margem de um projeto de desenvolvimento nacional.
6) Educação para as crianças
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Filhos de Fabiano e sinha Vitória. Fonte: Filme
Filhos de Fabiano e sinha Vitória. Fonte: Filme "Vidas Secas".
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A obra Vidas Secas mostra uma família sem identidade, sem destino e sem esperança. Em particular, as crianças não tinham infância, não possuíam um nome, sendo chamadas apenas de “menino mais velho” e “menino mais novo”. Até os animais, como é o caso da cachorra Baleia, possuíam um nome. As duas crianças vivenciaram os “horrores” da seca e da fome, ao migrarem pelo sertão.
O horizonte da família era “acanhado”. Em um período de relativa estabilidade, naquela fazenda, encontrada abandonada, no início das chuvas, os pais pensaram que ali as crianças poderiam ser felizes, aprendendo o mesmo ofício de vaqueiro, exercido pelo pai, sem nenhum tipo de instrução formal.
Foi na fazenda alheia que puderam pensar “a respeito da educação dos meninos”, um privilégio apenas dos anos “bons”.
Mas o sonho de sinhá Vitória e Fabiano era encontrar a cidade grande, onde os filhos pudessem frequentar escolas, “aprendendo coisas difíceis e necessárias”. A família andava para o Sul, mas não sabia ao certo para onde iria.
7) Oportunidades para as mulheres do Semiárido
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Sinha Vitória migra com a família pela Caatinga. Fonte: Filme
Sinha Vitória migra com a família pela Caatinga. Fonte: Filme "Vidas Secas".
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Sinha Vitória, protagonista de Vidas Secas, utilizava várias estratégias para sobreviver à opressão e à miséria a que estava submetida com a família. Em um contexto predominantemente patriarcal e coronelístico, ela tomava decisões para reverter aquela realidade na qual viviam.
Sinha Vitoria era quem fazia as contas da partilha dos bezerros e cabritos, antes de Fabiano ir tratar do assunto com o patrão. As contas do “dono da fazenda” eram diferentes e contra o vaqueiro. Mas Fabiano sabia que sinha Vitória estava certa, mas resignava-se diante do patrão, ao ser ameaçado de despejo.
>> Leia também: Mulheres da seca - uma nova economia na Caatinga?
Uma mulher forte, movida pelo sonho de possuir uma cama de lastro de couro, e não mais dormir no desconforto de uma cama de varas. Esse sonho era bem mais amplo. A metáfora significava a possibilidade de permanecer fixa à terra com a família.
Conquistar a cama, objeto de desejo de sinha Vitória, era ascender para uma condição de estabilidade, de segurança, de descanso, da vontade de não mais necessitarem migrar. Seria o fim daquela caminhada infrutífera sempre por terra alheia.
No seu sonho, não cabia só a cama de lastro de couro, mas uma vida melhor para seus filhos, quiçá em outro lugar, com escola e outras oportunidades para eles e para os filhos.
Essas são as principais lições deixadas pelo romance Vidas Secas, para um Semiárido mais justo, com menos vulnerabilidade social.
E você, quais outras lições destacaria da obra Vidas Secas?
Fonte: Letras Ambientais
*** *** https://www.letrasambientais.org.br/posts/vidas-secas,-80-anos:-7-licoes-que-continuam-atuais *** ***
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EPE EPE ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
***
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
16
ABRIL / 2010
LÍNGUA PORTUGUESA
Questões
1 a 5
6 a 10
−
Pontos
2,0
3,0
−
LÍNGUA INGLESA
Questões
11 a 15
16 a 20
−
Pontos
1,0
2,0
−
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Questões
21 a 30
31 a 40
41 a 50
Pontos
1,5
2,0
2,5
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
2
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
3
LÍNGUA PORTUGUESA
Futuro Tecnológico
Olho para o monitor à minha frente e lembro como,
faz tão pouco tempo, eu estaria diante de uma pilha
de laudas em branco, ajeitando pelo menos duas
delas na máquina de escrever com uma folha de
papel-carbono ensanduichada entre elas. Os erros
eram apagados com uma sucessão de xis e as emendas feitas laboriosamente a caneta, resultando disso
um texto imundo e desfavoravelmente comparável a
um papiro deteriorado. Dicionário era na base do levantamento de peso e da lupa de leitura e descobrir
se o nome de um sujeito era com q ou com k às vezes
demandava até pesquisa telefônica. E, depois de escrever a matéria, ainda se tinha de enfiá-la num malote e rezar para que chegasse a tempo.
Hoje acho que teria dificuldade em encontrar
papel-carbono para comprar, a juventude nem sabe o
que é máquina de escrever, os dicionários, enciclopédias e até papiros deteriorados estão a um par de
cliques de distância e tudo, de textos a ilustrações, se
manda por via eletrônica. Claro, ninguém ou quase
ninguém tem saudade dos velhos tempos trabalhosos, até porque não adianta e quem não gostar pode
descer do bonde. E minha situação não é diferente,
mas de vez em quando fico pensando em certos progressos e cá me ocorrem algumas dúvidas .
Uma das vantagens atuais em que mais se fala é
a possibilidade de trabalhar em casa que agora muita
gente tem, em vez de se engravatar, pegar transporte
ou se estressar de carro e comparecer a um escritório
todos os dias. Há cada vez mais felizardos que trabalham de bermuda, sem camisa e até à beira de uma
piscina, almoçam comidinha caseira e econômica,
estão na vida que pediram a Deus. Mas acho que, se,
em certos casos, isso é verdade, em outros nem tanto, pelo menos a longo prazo. Será que é melhor mesmo não conviver mais com colegas, não participar do
bom e do educativamente chato que a convivência
diária do trabalho enseja? Será que podemos mesmo
dispensar, sem grande prejuízo, as amizades feitas
assim, a experiência e o conhecimento que assim nos
adviriam? E, se essa prática dá certo no trabalho, por
que não dará na escola? Os estudantes teriam aulas
pela Internet, com diversas vantagens sobre o sistema atual, dispendioso e cheio de riscos, ocasionados
até mesmo pela convivência com colegas violentos ou
inconvenientes.
Não tenho tanta certeza dessas vantagens, como
acho que pelo menos alguns de vocês também não
têm. Sei de gente que dedica todas as suas horas vagas à Internet, no sem-número de grupos de que se
pode participar. Assim mesmo, não sobra tempo para
responder à enxurrada diária de e-mails e mensagens
variadas. O contato pessoal direto, já ameaçado pelo
medo que temos de sair (embora também tenhamos
medo de ficar em casa, a vida é dura), se torna, para a
turma mais radical, um risco desnecessário, uma coisa até meio passée, quando dispomos de recursos
como os programas de conversa e as webcams. Tudo
muito certo, tudo muito bom, mas me incluo no time
dos que acham que, nesse passo, vamos nos resignar de vez a viver em tocas e morder, se por acaso
toparmos inesperadamente um semelhante. Esse progresso para mim é retrocesso.
Assim como, do ponto de vista do leitor, tenho
certeza de que encontrarei companheiros de ideal, em
relação a esse negócio de máquina de ler livros, dos
quais aquele em que mais se fala é o já famoso Kindle.
Para quem não gosta de livros e apenas os usa porque precisa e não pode evitar, com certeza terá utilidade. Para quem tem necessidade de ler notícias
apressadamente, também. E, enfim, quebrará o galho
de uma porção de gente, em áreas que nem podem
ser previstas agora.
Mas, para quem gosta de ler como eu e vocês (se
não gostassem, não estariam lendo isto aqui, achariam
coisa melhor para fazer sem muita dificuldade), as
trapizongas que estão criando para se ler já chegam
causando perplexidade por uma razão elementar, que
não pode deixar de ter ocorrido a quem quer que haja
pensado um pouquinho sobre o assunto. Antes dessa
tremenda invenção, qualquer um podia pegar um livro
e lê-lo, tendo como equipamento indispensável no máximo, uns óculos. De agora em diante, se a moda pegar, isso acabará sendo inviável. Escapa-me à compreensão o progresso contido num livro que requer um
aparelho – e não tão baratinho assim – para ser lido,
quando hoje não se precisa de nada, basta saber ler.
(...) Quanto ao trabalho, principalmente mental,
que o livro dá ao leitor, pergunta-se: a idéia não era
essa? Com certeza não chegarei até lá, mas antevejo
o dia em que o livro impresso será apresentado como
a última novidade.
João Ubaldo Ribeiro, in O Globo
1
Que expressão CONTRARIA as expectativas levantadas
pelo título do texto?
(A) “...cá me ocorrem algumas dúvidas.” (A. 25)
(B) “...experiência e o conhecimento...” (A. 40)
(C) “Os estudantes teriam aulas pela Internet,” (A. 42-43)
(D) “uma coisa até meio passée,” (A. 56-57)
(E) “...viver em tocas e morder,” (A. 61)
2
A causa para que o resultado do trabalho se tornasse “...desfavoravelmente comparável a um papiro deteriorado.” (A. 8-9) é a
(A) existência do monitor do computador.
(B) quantidade de laudas em branco.
(C) necessidade de trabalhar em máquina de escrever.
(D) exigência de serem usadas folhas de papel-carbono.
(E) execução de correções do texto feitas à máquina e à
mão.
5
10
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20
25
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35
40
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ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
4
3
No trecho “... e quem não gostar pode descer do bonde.”
(A. 22-23), o autor alude a quem não gosta de
(A) ter saudade dos velhos tempos muito trabalhosos.
(B) escrever com papel-carbono ensanduichado entre
laudas.
(C) adotar as novas ações decorrentes do uso do computador.
(D) lidar com máquinas de escrever, dicionários e enciclopédias.
(E) fazer pesquisa sobre ortografia para a composição da
matéria.
4
Dentre as ações ou atitudes apontadas abaixo, qual NÃO
é considerada pelo autor como uma possível vantagem da
tecnologia?
(A) Economizar o dinheiro gasto em almoçar fora.
(B) Prescindir de experiência e conhecimento.
(C) Trabalhar com roupas informais.
(D) Prevenir-se contra a violência, na escola.
(E) Evitar meios de transporte que geram estresse.
5
Observe as afirmativas abaixo sobre a opinião do autor a
respeito das “...máquinas de ler livros”. (A. 66)
I - Só são úteis para quem não tem prazer em ler.
II - Criam mais dificuldades de acesso aos livros.
III - Sua entrada no mercado já era esperada.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas. (B) II, apenas.
(C) III, apenas. (D) I e II, apenas.
(E) I, II e III.
6
Dentre os trechos abaixo, aquele em que a palavra “até” tem
um significado diferente do que apresenta nos demais é
(A) “...descobrir se o nome de um sujeito era com q ou
com k às vezes demandava até pesquisa telefônica.”
(A. 10-12)
(B) “os dicionários, enciclopédias e até papiros deteriorados estão a um par de cliques de distância...”
(A. 17-19)
(C) “...até à beira de uma piscina,” (A. 31-32)
(D) “...até meio passée,” (A. 57)
(E) “Com certeza não chegarei até lá,” (A. 90)
7
A troca da palavra destacada pela expressão entre parênteses altera o sentido completo do trecho APENAS em
(A) “Hoje acho que teria dificuldade em encontrar papelcarbono...” (A. 15-16) (de)
(B) “com diversas vantagens sobre o sistema atual,”
(A. 43-44) (em relação ao)
(C) “Sei de gente que dedica todas as suas horas vagas à
Internet, no sem-número de grupos de que se pode
participar.” (A. 49-51) (do).
(D) “Assim mesmo, não sobra tempo para responder à
enxurrada diária de e-mails e mensagens variadas.”
(A. 51-53) (de)
(E) “Assim como, do ponto de vista do leitor,” (A. 64) (sob o)
8
“Os erros eram apagados com uma sucessão de xis e as
emendas feitas laboriosamente a caneta, resultando disso
um texto imundo...” (A. 5-8).
Reescrevendo o trecho acima, mantendo-se a correção gramatical e o mesmo sentido, tem-se:
(A) Uma sucessão de xis apagou os erros e a caneta fez
as emendas laboriosamente; o resultado foi um texto
imundo.
(B) Xis sucessivos apagavam os erros e a caneta laboriosamente fazia as emendas, as quais tinham como resultado um texto imundo.
(C) Eu apaguei os erros com uma sucessão de xis e,
com a caneta, fiz as emendas laboriosamente, para
conseguir no final um texto imundo.
(D) Apagava-se os erros com xis sucessivos e fazia-se
laboriosamente as emendas, onde resultava um texto
imundo.
(E) Apagavam-se os erros com uma sucessão de xis e
faziam-se emendas laboriosamente a caneta, o que
resultava num texto imundo.
9
A sentença que está escrita de acordo com o registro culto
e formal da língua é:
(A) Deve haver vários escritores para quem o advento das
novas tecnologias foi bom.
(B) Cerca de 10% das pessoas com computador em casa
usa com facilidade as novas tecnologias.
(C) Cada um dos novos profissionais devem ter habilidades computacionais.
(D) Não vejo mais máquinas de escrever a venda fazem
cinco anos.
(E) Tanto o homem jovem quanto os velhos deve se
adaptar às novas tecnologias.
10
Dentre as sentenças abaixo, aquela em que a forma
alternativa de colocação do pronome oblíquo (apresentada em negrito) está de acordo com o registro culto e
formal da língua é
(A) Antes do Kindle, qualquer um podia pegar um livro e
lê-lo. - e o ler.
(B) Hoje se consegue com a leitura muito mais do que
conhecimento. - Hoje consegue-se.
(C) Acredito que não se precisa de nada para ler, apenas
um par de óculos. - não precisa-se.
(D) Se eu ganhasse um livro eletrônico, nunca iria folheá-lo.
- nunca iria o folhear.
(E) Muito se tem falado sobre os livros eletrônicos. - Muito
tem falado-se.
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
5
LÍNGUA INGLESA
Text 1
California looks to catch a wave, of energy
Dec 11, 2009 19:48 EST
Besides surfing, tourism and the ocean views,
California may get another benefit from its famed coast:
energy.
With shores that stretch for 745 miles along the
Pacific Ocean, California ‘could harness more than
37,000 megawatts of ocean power, or enough to supply
a fifth of the state’s energy needs’, according to the
California Energy Commission.
On Friday, California utility Pacific Gas and Electric
Co, or PG&E, took a dive in that direction. The company
said it signed an agreement with the U.S. Air Force to
study a wave energy project near a base and off the
coast of northern Santa Barbara County. The utility is
also seeking approval from the Federal Energy
Regulatory Commission, or FERC.
The proposed project could harness up to 100
megawatts of electricity from waves in the Pacific. If it is
built, devices would convert the wave’s energy into
electricity, a submarine cable would bring it to shore,
where it would feed into the electrical grid at Vandenberg
Air Force Base. Any excess electricity would go to the
utility’s electrical grid, which is connected to the base.
California will have to wait a few years, however,
to see if wave energy will help the state meet its goal for
a third of its energy needs to come from renewable
resources by 2020.
The study for wave power off of the central coast
will take three years and is part of PG&E’s wave energy
program. The company is also looking to develop a
smaller project in northern California, off the coast of
Humboldt County. Together the studies will cost more
than $7 million, a spokesman with PG& E said.
“Right now the wave industry is in its infancy,” said
Kory Raftery, with PG&E. “It’s comparable to where wind
was in the 1970s.”
Currently there are few projects around the world
that generate electricity from the ocean. PG&E estimates
that together they produce about 300 megawatts of
power, less than a single mid-sized coal plant.
Disponível em: http://blogs.reuters.com/environment/2009/12/12/californialooks-to-catch-a-wave-of-energy/. Access on February 20th, 2010.
11
The main purpose of Text 1 is to
(A) convince the reader that the electricity generated from
the Pacific ocean will help increase tourism.
(B) examine the several obstacles that prevent the
development of the wave industry in California.
(C) criticize the programs on wave energy that will require
large investments to be implemented.
(D) announce a new source of renewable energy that may
help supply future power needs in California.
(E) discuss the importance of the American Airforce energy
program for power supply in Santa Barbara.
12
According to Text 1, PG&E
(A) has studied the generation of energy from tides for
several years.
(B) is responsible for the supply of most of California’s
energy needs.
(C) will conduct expensive studies to investigate the power
generated from waves.
(D) has developed a wave energy program to replace the
wind energy projects of the past.
(E) has been successful in generating 100 megawatts of
electricity from waves in California.
13
Analyzing the numerical figures in Text 1,
(A) “…745 miles…” (line 4) – refers to the total extension of
the California coast.
(B) “… more than 37,000 megawatts…” (lines 5-6) – refers
to the power already generated by California waves.
(C) “…2020.” (line 26) – refers to year when wave energy
alone will supply most of California’s energy needs.
(D) “…more than $7 million,” (lines 31-32) – refers to the
final cost of global studies on wave power.
(E) “…1970s.” (line 35) – refers to the decade when the
use of wind energy reached its peak.
14
Based on the meanings of the words taken from Text 1, the
relationship in each pair is defined as
(A) “benefit” (line 2) and advantage are antonyms.
(B) “famed” (line 2) and well-known are synonyms.
(C) “convert” (line18) and transform have opposite
meanings.
(D) “infancy” (line 33) and beginning express contradictory
ideas.
(E) “generate” (line 37) and consume express similar ideas.
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ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
6
Construction has begun off Oregon’s coast on the
first commercial U.S. wave-energy farm, planned to
supply power to about 400 homes. Wave power draws
from the energy of ocean surface waves. A float on a
buoy rises and falls with the waves, driving a plunger
connected to a hydraulic pump that converts the vertical
movement into electricity.
The first buoy will measure 150 feet tall by 40 feet
wide, weigh 200 tons and cost $4 million, according to
Phil Pellegrino, spokesman for Ocean Power
Technologies, which is developing the project. He
explains that nine more buoys are planned for installation
at a site in Reedsport, Ore., by 2012, at a total cost of
$60 million.
This renewable energy form is generating waves
of skepticism. “A lot of people who are very experienced
with the ocean harbor a lot of doubt that anyone can in a
cost-effective way put buoys in the water, harvest the
energy, and not have them end up on the beach,” Onno
Husing, director of the Oregon Coastal Zone
Management Association, remarks.
The world’s first commercial wave farm opened
in 2008 off the coast of Portugal, at the Aguçadoura Wave
Park, but ran into financial difficulties last year and was
suspended indefinitely. Other projects are under
development in Spain, Scotland, Western Australia and
off the coast of Cornwall, England, according to
Pellegrino.
Wave power now costs five or six times as much
as wind power, because its technology is still being
developed but it could eventually become cost
competitive, Marianne Boust, senior analyst for Emerging
Energy Research, an alternative energy advisory firm in
Cambridge, Mass., reports.
http://content.usatoday.com/communities/greenhouse/post/2010/02/
oregon-gets-first-us-wave-power-farm/1, access on February 20th, 2010.
16
According to Text 2, wave-power is, at present,
(A) a cost-effective form of generating energy.
(B) cheaper than wind power but more efficient.
(C) a renewable form of energy only for beach houses.
(D) at a developmental stage and commercially unviable.
(E) the only possible alternative energy source for Portugal.
17
Onno Husing states that
(A) many people mistrust the effectiveness of current wave
energy technology.
(B) energy specialists are skeptic about the future of all
renewable energy sources.
(C) the buoys set on the ocean to generate energy will
certainly not remain in place.
(D) wave energy is not going to be a successful energetic
alternative for oil and gas.
(E) any one can make a profitable and long-lasting use of
waves to generate energy.
18
In the sentence “A lot of people who are very experienced
with the ocean harbor a lot of doubt that anyone can in a
cost-effective way put buoys in the water,” (lines 16-18),
the word ‘harbor’ is used in the same meaning as in
(A) The ships arrived in the harbor more than a day late.
(B) The diplomats had to find ways to harbor the political
refugees.
(C) These rivers harbor different species of fish, such as
trout and bass.
(D) They wanted to harbor the fugitives who streamed
across the borders.
(E) She decided not to harbor resentment against the man
who accused her.
19
In “...and not have them end up on the beach,” (line 19), the
pronoun them refers to
(A) renewable energy form(s) (line 15)
(B) waves of skepticism (lines 15-16)
(C) people (line 16)
(D) a lot of doubt(s) (line 17)
(E) buoys (line 18)
20
Identify the only statement about wave energy that is
FALSE, according to information in Text 2.
(A) The pioneer wave project to generate energy for
commercial consumption was developed in Portugal.
(B) Many different countries in Europe and other continents
have started their own wave-energy projects.
(C) Financial difficulties have forced the first commercial
wave farm in the world to close down.
(D) Wave energy will never be cost-effective since the ocean
surface is hard to control.
(E) Wave energy is generated by means of pumps that
transform the rising and falling movement of the waves
into electricity.
5
10
15
20
25
30
15
The expression in boldtype expresses an addition in
(A) “Besides surfing, tourism and the ocean views,
California may get another benefit from its famed coast:
energy.” (lines 1-3)
(B) “If it is built, devices would convert the wave’s energy
into electricity,” (lines 17-19)
(C) “California will have to wait a few years, however, to
see if wave energy will help the state meet its goal for a
third of its energy needs…” (lines 23-25)
(D) “Currently there are few projects around the world that
generate electricity from the ocean.” (lines 36-37)
(E) “PG&E estimates that together they produce about 300
megawatts of power, less than a single mid-sized coal
plant.” (lines 37-39)
Text 2
Oregon gets first U.S. wave-power farm
USA Today, Feb 17, 2010 - 09:49 AM
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
21
A intensidade luminosa de determinado tipo de lâmpada segue uma distribuição normal com média de
100,45 candelas e desvio padrão de 10 candelas. O limite, em candelas, necessário para que apenas 5% das lâmpadas
tenham intensidade luminosa inferior a ele, é
(A) 80,9 (B) 84,0 (C) 95,2 (D) 105,7 (E) 116,9
22
Um determinado serviço de energia elétrica cobra seus serviços de modo que até um certo valor 0, consumo mínimo, a
tarifa cobrada, 0T , é fixada. O valor de 0 é determinado como o primeiro quartil da distribuição, isto é, P X 0,25 0 .
Considere a distribuição de frequência acumulada, apresentada abaixo.
Nível de
consumo anual
por domicílio
(em 10 kWh)
Total
Número de
domicílios
acumulado
(em mil)
0
10
30
50
100
10
30
50
100
200
30
80
180
195
200
23
Lâmpadas foram classificadas em 3 grupos, dependendo do tempo de durabilidade. As lâmpadas classificadas como de
curta duração são aquelas em que o tempo de vida é inferior a 500 horas; as classificadas como de média duração têm
tempo de vida com mais de 500 e menos de 800 horas e as demais têm longa duração.
Experiências anteriores estimam que as probabilidades de as lâmpadas serem classificadas como de curta, média e longa
duração são, respectivamente, 0,5, 0,3 e 0,2.
Selecionando-se n lâmpadas, a probabilidade de haver a lâmpadas de curta duração, b lâmpadas de média duração e c
lâmpadas de longa duração, sendo a + b + c = n e a > 0; b > 0 e c > 0, é
(A) n!
abc !!!(0,5) (0,3) (0,2) abc (B)
n! (0,5) (0,3) (0,2) !!!
abc
abc
(C) (0,5) (0,3) (0,2) abc (D) n! (0,5) (0,3) (0,2) abc
(E) n! (0,5) (0,3) (0,2) abc abc !!!
A melhor estimativa, em kWh, para 0 é
(A) 90
(B) 110
(C) 130
(D) 180
(E) 200
24
Os gestores de determinado órgão público, que possui uma equipe interna de TI, reclamam que as entregas dos sistemas de
informação estão sempre atrasadas. Além disso, há insatisfação quanto ao custo, que é considerado alto e não possui
qualquer tipo de acompanhamento. As entregas nunca contemplam o que foi solicitado pelos gestores, e situações que
afetam negativamente o desenvolvimento dos sistemas ocorrem sem que ninguém as tenha previsto.
Para melhorar a satisfação dos gestores, a equipe interna de TI pode
(A) implantar o padrão ITIL na equipe de levantamento de requisitos.
(B) incorporar melhores práticas do PMBOK.
(C) introduzir o Eclipse, como ambiente integrado de desenvolvimento.
(D) terceirizar a equipe de administração de servidores.
(E) treinar a equipe de infraestrutura na metodologia RUP.
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
8
25
Analise o código em C a seguir.
#include
int f(int n) {
if (n>10) return 3+f(n-2);
if (n<10) return 1;
return 0;
}
int m(int n) {
int i;
for (i=0;i<3;i++)
n+=f(15);
return n;
}
int main() {
printf(“%d”,m(1500));
return 0;
}
Que resultado é impresso por esse código em C?
(A) 0
(B) 1521
(C) 1528
(D) 1530
(E) 1540
26
Determinado usuário comprou produtos em um
site de vendas na Internet, por meio de um browser
(Firefox, p.ex.). Considerando-se que toda a navegação
(seleção de produtos e compra) foi feita no endereço
http://www.siteexemplodevendas.com.br, qual a falha de segurança desse procedimento de compra?
(A) Inexistência de FTP para transmissão de dados confidenciais.
(B) Seleção e compra de produtos no mesmo endereço
WEB.
(C) Navegação por meio de um browser proprietário.
(D) Utilização de um navegador e não de um cliente de
email.
(E) Utilização do HTTP, em detrimento ao HTTPS.
27
O método de otimização empregado exclusivamente para
a solução de problemas, no qual as funções objetivo e de
restrição são lineares, é denominado
(A) gradiente reduzido.
(B) programação linear derivativo.
(C) programação quadrática sequencial.
(D) das direções viáveis.
(E) simplex.
28
Os produtos A e B são produzidos por uma determinada
fábrica, sob as condições apresentadas na tabela a seguir.
Sabe-se que os funcionários 1 e 2 têm, respectivamente,
limites de 40 e 50 horas semanais de trabalho. Considerando-se que a fábrica não pode deixar de produzir nenhum dos produtos, o lucro máximo semanal, em reais,
que a fábrica pode alcançar é
(A) 250,00
(B) 270,00
(C) 290,00
(D) 320,00
(E) 350,00
29
As principais características da metodologia utilizada para
otimização de sistemas são:
– caracterização da estrutura de uma solução ótima;
– identifição do valor de uma solução ótima
recursivamente;
– utilização do processo bottom-up para encontrar o valor de uma solução ótima.
Com base nas características apresentadas, para a
implementação dessa metodologia é utilizada a programação
(A) estruturada.
(B) dinâmica.
(C) orientada a objetos.
(D) linear.
(E) dual.
Produto
A
B
Preço de
Venda
[R$/ton]
35,00
20,00
Custo da
matéria-prima
[R$/ton]
5,00
5,00
Custo da
mão de-obra
[R$/ton]
15,00
3,00
Tempo de
trabalho do
funcionário 1
[horas]
2
2
Tempo de
trabalho do
funcionário 2
[horas]
2
5
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
9
30
Um sistema produtivo, cujas variáveis de produção são denominadas x1
e x2
, é submetido às restrições apresentadas a
seguir.
Restrição 1: 7
8
x1 + x2
> 7
Restrição 2: 2x1
+ x2
> 10
A região delimitada por estas restrições está apresentada em
(A) (B)
(C) (D)
(E)
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
X2
X1
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
X2
X1
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
X2
X1
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
X2
X1
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
X2
X1
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
10
31
Após estudos da linha de produção de uma fábrica, chegou-se à conclusão de que o lucro, denominado Z, é dado
pela seguinte expressão: Z(x1
,x2
) = 2x1
+ 3x2
. Sabe-se que
as variáveis x1 e x2 estão sujeitas às restrições apresentadas a seguir:
Restrição 1: x1
+ x2 > 5
Restrição 2: 3x1 + 4x2
> 10
Restrição 3: x1
, x2
> 0
Uma vez montado o 1o
Quadro para a resolução deste problema, empregando o método SIMPLEX para a maximização
do lucro e identificando como variáveis de folga as variáveis
x3
e x4
, o 2o
Quadro, obtido após a 1a
iteração, é
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
x
1/4
3/4
1/4
1 x
0
1
0
2 x
4
0
0
3 x
-1/4
1/4
3/4
4
5/2
5/2
Z(x ,x ) +30/4 1 2
x
x
3
2
x
1
3
-2
1 x
1
4
-3
2 x
1
0
0
3 x
0
1
0
4
5
10
Z(x ,x ) 1 2
x
x
3
2
x
1/3
3
1/3
1 x
0
1/3
0
2 x
4/3
0
0
3 x
-1/3
1/3
1
4
10
20
Z(x ,x ) +10/4 1 2
x
x
3
2
x
1/3
3
1/3
1 x
0
1/3
0
2 x
4/3
0
0
3 x
-1/3
1/3
1
4
10
20
Z(x ,x ) +10/4 1 2
x
x
3
1
x
1
3
-2
1 x
1
4
-3
2 x
1
0
0
3 x
0
1
0
4
10
5
Z(x ,x ) 1 2
x
x
3
1
32
A figura acima apresenta um grafo com os passos para a
resolução da maximização de uma função de custo Z(x1
, x2
),
para x1
, x2
> 0 e inteiros, utilizando o algoritmo de Branchand-Bound. Com base nas informações fornecidas pelo
grafo, considere as afirmativas a seguir.
I – A solução ótima da função Z, para x1
e x2 > 0 e inteiros é 24.
II – A função otimizada é Z(x1
, x2) = 3x1
+ 4x2.
III – O ótimo da função é encontrado no passo de iteração
6 e vale 23.
Está correto APENAS o que se afirma em
(A) I. (B) II.
(C) III. (D) I e III.
(E) II e III.
33
No atual modelo do setor de energia elétrica brasileiro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem a atribuição de
realizar o planejamento e a programação da operação bem
como o despacho centralizado da geração. Neste sentido, o
ONS atualmente faz uso de programas computacionais para
simulação e otimização da operação do sistema hidrotérmico.
Neste contexto, analise os modelos a seguir.
I - NEWAVE para o Planejamento Anual da Operação.
II - DECOMP para o Planejamento Mensal da Operação.
III - DESSEM para a Programação Diária da Operação.
É(São) utilizado(s) pela ONS APENAS o(s) modelo(s)
(A) I. (B) II.
(C) III. (D) I e II.
(E) I e III.
Passo 1
X = 6,92
X = 1,62
Z = 24
1
2
X =6
X = 2,34
Z = 22,68
1
2
X = 7,33
X =1
Z = 23,99
1
2
X =6
X =2
Z = 22
1
2
X =7
X = 1,5
Z = 24
1
2
X =8
X =0
Z = 24
1
2
X =7
X =1
Z = ??
1
2
Passo 2 Passo 3
Passo 4 Passo 5
Passo 6 Passo 7
X1
< 6 X1
> 7
X2
< 1 X2
> 2
X1
X1 > 8 < 7
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
11
34
Uma usina hidrelétrica apresenta um reservatório com capacidade para 10.000 hm3. Durante determinado período,
o volume inicial do reservatório era de 90% e, ao final, o
reservatório estava com 80% da sua capacidade. Ainda
neste período, o volume correspondente às perdas por evaporação foi de 100 hm3, enquanto o volume vertido, por
restrições sanitárias, correspondeu a 300 hm3
. Essa usina
possui uma hidrelétrica a montante e outra a jusante que,
durante este período, não realizaram vertimentos e
turbinaram o equivalente a 500 e a 600 hm3, respectivamente. Considerando desprezíveis as perdas por infiltração no reservatório, as perdas no percurso entre as usinas, as vazões laterais afluentes e o tempo de viagem da
água, o volume de água turbinado é
(A) 12 % da capacidade do reservatório.
(B) 19 % da capacidade do reservatório.
(C) 900 hm3
.
(D) 1.000 hm3.
(E) 1.100 hm3
.
35
A viabilização de uma nova usina geradora de energia elétrica passa pela análise de vários critérios, como aqueles
que se referem à otimização do potencial hidrelétrico da
bacia hidrográfica ou o impacto socioambiental que será
causado na região. Nesse sentido, analise as sentenças a
seguir.
I - Considerando os critérios socioambientais, o indicador de impacto é o valor numérico que expressa a
intensidade do impacto socioambiental, variando em
uma escala contínua desde zero (mínimo impacto)
até 1 (máximo impacto).
II - Os impactos socioambientais positivos devem considerar somente os aspectos socioeconômicos que a
implantação de um aproveitamento hidrelétrico gera
na sociedade e nas economias local e regional.
III - Nos parâmetros econômicos, em geral a vida economicamente útil de uma usina hidrelétrica é de 50
anos.
Está correto APENAS o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e III.
(E) II e III.
36
Para a implantação de um aproveitamento hidrelétrico são
realizados estudos e projetos para viabilizar o empreendimento. Mediante a identificação do cenário que apresente
o melhor equilíbrio entre custos de implantação, benefícios energéticos e impactos socioambientais, qual a etapa
na qual é estabelecida a melhor divisão de queda para a
bacia hidrográfica?
(A) Projeto executivo.
(B) Projeto básico.
(C) Estimativa do potencial hidráulico.
(D) Estudo de viabilidade.
(E) Estudo do inventário hidráulico.
37
A caracterização do consumo de energia elétrica é um dos
elementos necessários à realização do planejamento de
um sistema elétrico. O detalhamento da representação da
carga depende do estudo a ser realizado, no contexto do
horizonte temporal de interesse. Nessa perspectiva, considere os aspectos que caracterizam as cargas de um sistema elétrico:
1 - fator de carga;
2 - fator de diversidade;
3 - sazonalidade.
Estabeleça uma relação entre os aspectos e suas
respectivas descrições, apresentadas a seguir.
( ) Relação entre o valor da carga de um sistema, considerado a um determinado intervalo de tempo, e a média dos valores da carga, considerando todos os intervalos de tempo da série.
( ) Relação entre a soma das demandas máximas dos
componentes de um universo e a demanda máxima de
carga, considerando todo o universo.
( ) Relação existente entre o valor médio da carga em um
determinado período e o valor máximo nesse período.
A relação correta, em sequência de cima para baixo é
(A) 1 - 3 -2
(B) 2 - 1 - 3
(C) 2 - 3 - 1
(D) 3 - 1 - 2
(E) 3 - 2 - 1
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
12
38
O horário de verão, que vigora normalmente no período de
outubro a março, faz parte de um planejamento para
melhor aproveitar a infraestrutura do Sistema Elétrico
Brasileiro. O principal objetivo da adoção desse horário é
o de diminuir
(A) o consumo de energia elétrica nesse período.
(B) a demanda solicitada ao sistema elétrico, evitando que
seja necessário um aumento adicional da capacidade
instalada do parque gerador e de transmissão.
(C) as perdas energéticas nas linhas de transmissão
decorrentes do aumento da temperatura.
(D) o consumo de água nos reservatórios das hidrelétricas.
(E) a operação das usinas termelétricas no horário de ponta.
39
O Plano Anual da Operação Energética de 2009 (PEN 2009)
tem como objetivo apresentar as avaliações das condições
de atendimento ao mercado previsto de energia elétrica
do Sistema Interligado Nacional (SIN) para o horizonte do
planejamento anual da operação energética, cinco anos à
frente. Em seu Volume I, Sumário Executivo, esse Plano
apresenta de forma sucinta as análises realizadas, as conclusões e recomendações mais importantes, bem como
um sumário das premissas básicas e dos cenários considerados.
Em relação às conclusões do PEN 2009, analise as afirmativas a seguir.
I – A capacidade instalada do Sistema Interligado Nacional deverá evoluir no período entre 2009 e 2013, e a
hidroeletricidade continuará como a principal fonte de
geração de energia, enquanto que é prevista uma
redução na participação das fontes termoelétricas
convencionais, como carvão, gás e óleo, nos próximos 5 anos.
II – O balanço estático de energia do Sistema Interligado Nacional, avaliado com base nas energias asseguradas das usinas existentes e programadas, indica sobras em todo o horizonte, no período de 2009
a 2013.
III – Os estudos do PEN 2009 indicam congestionamento da interligação Norte-Sul, sendo essa uma conclusão ratificada pela análise das diferenças entre
os custos marginais das regiões Sul/Sudeste/Centro-Oeste e Norte/Nordeste.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas. (B) III, apenas.
(C) I e II apenas. (D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
40
De acordo com os estudos do Plano Decenal de Expansão
de Energia, elaborado pela Empresa de Planejamento
Energético 2008-2017 (EPE),
(A) as demandas de energia utilizando modelos bottomup levam em consideração variáveis do tipo PIB, população, número de domicílios etc.
(B) as usinas em sistemas isolados entram no cálculo de
oferta de energia do sistema.
(C) a fonte de energia renovável que tem maior participação na oferta interna de energia é a proveniente da
cana-de-açúcar, como reflexo da produção do etanol,
segundo dados de 2007.
(D) o início da operação da Usina Hidrelétrica de Belo
Monte proporcionou um aumento de oferta interna de
energia que elimina a necessidade de racionamento
de energia até o ano de 2017, mantendo-se o crescimento do PIB na casa dos 5% ao ano.
(E) no cálculo da oferta de geração de energia do Plano,
foram levados em consideração os empreendimentos
que terão sua licença ambiente outorgada no ano de
2017.
41
“A redução dessa restrição de defluência mínima para valores da ordem de 1.100 m3
/s, excepcionalizados pela Agência Nacional das Águas (ANA) em situações de afluências
críticas no rio São Francisco, permite reduzir os montantes
de geração térmica não alocável a valores entre 300
MWmed – 3% da disponibilidade máxima (na carga pesada) e 2.500 MWmed – 25% da disponibilidade máxima (na
carga leve); restrições equivalentes à afluência mínima do
histórico de vazões naturais em Sobradinho, em torno de
500 m3/s, reduzem ainda mais a geração não alocável no
SIN: 900 MWmed – 9% da disponibilidade máxima somente na carga leve.”
Plano Anual da Operação Energética – PEN 2009. ONS.
Disponível em: http://www.ons.org.br
Para uma análise desse tipo, a ferramenta mais apropriada é o(a)
(A) Modelo de Simulação a Usinas Individualizadas de
Subsistemas Hidrotérmicos Interligados.
(B) Modelo Estratégico de Geração Hidrotérmica a Sistemas Equivalentes.
(C) Modelo Computacional para Análise da Confiabilidade
de Geração e Transmissão.
(D) Modelo de Análise de Risco Financeiro de Projetos Elétricos.
(E) Sistema de Inventário Hidrelétrico.
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
13
42
A barragem de uma usina hidrelétrica tem por finalidade
criar um reservatório capaz de reter água, de modo a proporcionar a diferença de potencial necessária à produção
de energia elétrica. O reservatório de grande capacidade
que tem condições de atender à produção da usina por um
longo período de tempo é o
(A) de acumulação. (B) de jusante.
(C) de vertedouro. (D) de compensação.
(E) a fio d’água.
43
A respeito dos sistemas hidrotérmicos de geração, analise
as afirmativas a seguir.
I – A energia firme de um sistema gerador corresponde
à máxima quantidade de energia que este sistema é
capaz de gerar durante o período de ponta de consumo.
II – Parte da demanda de energia é suprida pelas hidrelétricas, aumentando-se o vertimento de seus reservatórios, de modo a garantir o nível mínimo dos
mesmos.
III – As usinas térmicas têm um importante papel no Sistema Interligado Nacional, aumentando a garantia do
sistema quando há riscos de geração elétrica futura.
Está correto APENAS o que se afirma em
(A) I. (B) II.
(C) III. (D) I e III.
(E) II e III.
44
A matriz energética brasileira é uma das mais limpas do
mundo. O Brasil tem um grande potencial de geração nas
usinas de açúcar e álcool em sistemas de cogeração, podendo intensificar ainda mais, caso melhore a eficiência
na geração de energia elétrica. A respeito desse aproveitamento, afirma-se que
(A) o pico de produção de cana coincidindo com o período
de seca das hidrelétricas favorece esse tipo de geração.
(B) o baixo valor do megawatt/hora gerado em relação ao
das hidrelétricas é o principal motivador desse tipo de
geração.
(C) os equipamentos utilizados nas usinas para a
cogeração são importados e de custos elevados, estabelecendo uma barreira no setor.
(D) a alta produção, aliada ao baixo custo da cana-de-açúcar, fará desse tipo de geração a principal fonte de energia a curto prazo.
(E) as usinas de cana-de-açúcar apresentam desinteresse em investimentos nesse tipo de geração, o que configura uma barreira importante para o desenvolvimento do setor.
45
A figura abaixo mostra a representação esquemática considerada para as interligações entre os subsistemas
nacionais, detalhando a forma como estão sendo previstas no final do horizonte do estudo, para fins de simulação
energética a subsistemas equivalentes. As interligações representadas em traços pontilhados são previstas para se
incorporarem ao Sistema Interligado Nacional (SIN) durante
o período analisado (2008-2017).
Nesse contexto, os subsistemas indicados pelos números
1, 2 e 3 são, respectivamente,
(A) Belo Monte, Tapajós e Imperatriz.
(B) Belo Monte, Imperatriz e Tapajós.
(C) Tapajós, Belo Monte e Imperatriz.
(D) Tapajós, Imperatriz e Belo Monte.
(E) Imperatriz, Belo Monte e Tapajós.
46
Sobre o Sistema Interligado Nacional (SIN), sua constituição, finalidade e expansão, é correto afirmar que o
(A) seu tamanho e suas características o tornam parecido
com alguns outros sistemas integrados no mundo,
permitindo comparações importantes que suprem
parte da falta de dados sobre o mesmo.
(B) seu Plano de Ampliação e Reforços é elaborado a cada
dois anos e tem como objetivo principal integrar os dois
grandes blocos existentes no sistema, o Norte e o Sul.
(C) sistema de produção e transmissão é hidrotérmico, com
forte predominância em usinas termelétricas de
propriedade estatal.
(D) SIN inclui mais de 95% da capacidade de produção de
energia elétrica do país.
(E) número de linhas de transmissão em corrente contínua é dominante em relação às de corrente alternada
no Brasil, sendo que a maior voltagem nessas linhas é
de 345 kV.
Fonte: Plano Decenal
de Expansão de Energia
– PDE 2008 - 2017
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
14
47
No Plano Decenal de Expansão de Energia 2008–2017,
gerado pela Empresa de Pesquisa Energética, são utilizados modelos capazes de estimar dados indispensáveis ao
tipo de trabalho referido. Na descrição geral do estudo de
demanda de energia do documento citado, o(s) modelo(s)
(A) de Consistência Macroeconômica, empregado nas
projeções do consumo final de energia por setor e por
fonte, utiliza uma representação desagregada das
inter-relações entre o sistema energético e o sistema
socioeconômico envolvente.
(B) de Consistência Macroeconômica, empregado nas
projeções do consumo final de energia por setor e por
fonte, utiliza uma representação desagregada
explicativa da demanda de energia em função de
macrovariáveis (PIB, população, etc).
(C) tipo top-down, empregado nas projeções do consumo
final de energia por setor e por fonte, utiliza uma representação desagregada das inter-relações entre o sistema energético e o sistema socioeconômico
envolvente.
(D) tipo top-down, composto de modelos agregados
explicativos da demanda de energia em função de
macrovariáveis (PIB, população, etc), é usado na simulação de demanda de energia.
(E) tipo top-down e botton-up são utilizados para estimação das projeções do consumo final de energia por setor
e por fonte para as premissas setoriais.
48
Sobre o sistema de distribuição de energia elétrica que atende o país, afirma-se que
(A) está formado totalmente pelo Sistema Interligado
Nacional, não existindo mais Sistemas Isolados desde
o ano de 2004.
(B) apresenta uma componente denominada Sistema
Interligado Nacional e outra denominada Sistemas
Isolados, esta última atendendo à maior parte do país,
com exceção da Região Sudeste e da Região Sul.
(C) há previsão de uma taxa média de crescimento ao ano
de 4,7 % da carga do Sistema Interligado Nacional, no
período de 2007 a 2013, na Proposta de Ampliações e
Reforços do Operador Nacional de Sistemas Elétrico.
(D) compõem o Sistema Interligado Nacional, integralmente,
três subsistemas: o norte-nordeste, o sul-sudeste e
o centro-oeste.
(E) existe Sistema Isolado apenas na Região Norte, pois
todas as demais regiões são atendidas plenamente
pelo Sistema Interligado Nacional, desde o ano de 2004.
49
Acerca da formulação do problema de otimização para a
operação energética de curto prazo de sistema
hidrotérmico, considere as afirmativas a seguir.
I - Nos estudos de planejamento, devem ser aceitas
como conhecidas as previsões de vazões para o horizonte considerado.
II - Nos estudos de planejamento, as usinas hidrelétricas devem ser representadas de forma agregada,
como uma única usina equivalente.
III - Um dos objetivos do planejamento é a desagregação das metas calculadas pelos planejamentos de
longo e de médio prazos.
Está correto APENAS o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) I e III.
50
Nos estudos de planejamento da expansão do sistema elétrico interligado nacional são necessários alguns estudos
subsidiários. Dentre estes estudos, situam-se as projeções
da demanda de energia elétrica para o plano decenal de
expansão de energia, elaborado pela EPE. No contexto
dessas projeções, é correto afirmar que a
(A) variação do consumo de energia elétrica é influenciada pela evolução do PIB e quanto maior a contribuição
do segmento residencial, maior será a influência observada.
(B) intensidade elétrica do PIB é a relação entre a demanda de energia elétrica e o PIB.
(C) evolução da dinâmica populacional tem grande impacto no comportamento da demanda de energia, relacionada tanto à urbanização, quanto ao valor absoluto da
população.
(D) autoprodução, quando comparada a outros energéticos,
é a que menos impacta a demanda de eletricidade.
(E) projeção do mercado de energia elétrica é elaborada
apenas por classes de consumo, sendo, ao mesmo
tempo, o sistema elétrico analisado como um todo.
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
15
QUESTÕES DISCURSIVAS
Questão no 1
Para o planejamento da energia que deve ser disponibilizada aos consumidores, em todos os níveis, é necessário que
sejam elaborados vários estudos sobre as cargas a serem atendidas. As atividades finais do uso da energia implicam a
variação da carga, o que se reflete também nas horas do dia, nos dias da semana e nas estações do ano.
Nas figuras abaixo, esboce a curva de carga média para cada uma das atividades indicadas.
1) Residencial (valor: 8,0 pontos)
2) Comercial (valor: 8,0 pontos)
3) Industrial (valor: 9,0 pontos)
pico
KW
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 h
pico
KW
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 h
pico
KW
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 h
RASCUNHO
RASCUNHO
RASCUNHO
ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
16
RASCUNHO
Questão no 2
O estudo da produção física industrial é uma das variáveis que entram na projeção dos estudos de demanda de energia. O
gráfico acima apresenta um estudo do IBGE que mostra a evolução da produção industrial ao longo de um determinado
intervalo de tempo. A partir de análise desse gráfico,
a) indique o motivo da queda da produção industrial no período considerado; (valor: 5,0 pontos)
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ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA
PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DE ENERGIA
***
***
PROVA REALIZADA EM 18 / 04 / 2010 – GABARITO
LÍNGUA PORTUGUESA
1- E 2- E 3- C 4- B 5- D 6- E 7- C 8- E 9- A 10- A
LÍNGUA INGLESA
11- D 12- C 13- A 14- B 15- A 16- D 17- A 18- E 19- E 20- D
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS ADVOGADO
ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA ANALISTA DE PESQUISA ENERGÉTICA ADMINISTRAÇÃO GERAL CONTABILIDADE FINANÇAS E ORÇAMENTO RECURSOS HUMANOS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ECONOMIA DE ENERGIA GÁS E BIOENERGIA MEIO AMBIENTE – ANÁLISES AMBIENTAIS MEIO AMBIENTE – ECOLOGIA MEIO AMBIENTE / GEOPROCESSAMENTO / MEIO FÍSICO MEIO AMBIENTE / DESENVOLVIMENTO REGIONAL / SOCIOECONOMIA MEIO AMBIENTE / RECURSOS HÍDRICOS PETRÓLEO /
ABASTECIMENTO PETRÓLEO /
EXPLORAÇÃO E
PRODUÇÃO PLANEJAMENTO DA
GERAÇÃO DE ENERGIA PROJETOS DE
GERAÇÃO DE ENERGIA RECURSOS
ENERGÉTICOS TRANSMISSÃO DE
ENERGIA
21- D 21- B 21- A 21- C 21- C 21- C 21- E 21- E 21- C 21- D 21- B 21- C 21- B 21- B 21- A 21- B 21- A 21- C 21- D
22- B 22- D 22- E 22- A 22- A 22- A 22- E 22- C 22- B 22- E 22- E 22- A 22- D 22- A 22- E 22- D 22- D 22- D 22- B
23- A 23- C 23- C 23- D 23- C 23- D 23- A 23- B 23- B 23- B 23- E 23- D 23- A 23- E 23- D 23- A 23- E 23- B 23- A
24- B 24- A 24- D 24- A 24- E 24- E 24- D 24- C 24- D 24- E 24- A 24- B 24- E 24- D 24- E 24- B 24- A 24- C 24- C
25- C 25- D 25- E 25- A 25- B 25- B 25- C 25- B 25- E 25- A 25- C 25- C 25- D 25- A 25- D 25- D 25- C 25- E 25- C
26- D 26- B 26- B 26- E 26- D 26- D 26- B 26- A 26- C 26- E 26- D 26- A 26- C 26- D 26- B 26- E 26- C 26- A 26- B
27- D 27- E 27- A 27- D 27- B 27- C 27- E 27- B 27- A 27- D 27- C 27- E 27- C 27- B 27- B 27- E 27- B 27- B 27- C
28- E 28- B 28- C 28- B 28- B 28- B 28- A 28- C 28- D 28- A 28- A 28- B 28- E 28- A 28- C 28- C 28- E 28- A 28- C
29- C 29- E 29- B 29- C 29- E 29- D 29- C 29- B 29- E 29- E 29- B 29- C 29- A 29- D 29- D 29- B 29- D 29- A 29- A
30- B 30- D 30- C 30- B 30- C 30- A 30- D 30- D 30- A 30- D 30- C 30- E 30- A 30- C 30- C 30- A 30- A 30- E 30- E
31- A 31- C 31- D 31- D 31- B 31- A 31- C 31- A 31- D 31- B 31- D 31- D 31- E 31- B 31- E 31- A 31- B 31- D 31- A
32- B 32- D 32- B 32- A 32- C 32- B 32- B 32- E 32- D 32- E 32- A 32- E 32- E 32- D 32- B 32- C 32- E 32- C 32- E
33- C 33- C 33- D 33- C 33- B 33- E 33- D 33- D 33- D 33- B 33- D 33- C 33- C 33- E 33- D 33- D 33- A 33- B 33- C
34- E 34- A 34- C 34- C 34- E 34- E 34- C 34- C 34- A 34- C 34- D 34- A 34- D 34- C 34- D 34- E 34- B 34- A 34- E
35- B 35- E 35- C 35- D 35- D 35- D 35- B 35- A 35- B 35- E 35- C 35- A 35- B 35- D 35- B 35- E 35- D 35- D 35- B
36- E 36- E 36- B 36- C 36- A 36- B 36- D 36- B 36- A 36- C 36- D 36- A 36- A 36- C 36- C 36- E 36- A 36- B 36- D
37- A 37- C 37- A 37- E 37- A 37- C 37- E 37- E 37- D 37- C 37- E 37- B 37- D 37- D 37- D 37- E 37- C 37- E 37- D
38- B 38- B 38- D 38- C 38- D 38- B 38- A 38- C 38- D 38- A 38- A 38- A 38- C 38- D 38- D 38- B 38- B 38- D 38- B
39- E 39- A 39- E 39- A 39- E 39- D 39- B 39- A 39- A 39- D 39- B 39- C 39- B 39- A 39- A 39- D 39- C 39- D 39- C
40- A 40- E 40- B 40- D 40- D 40- A 40- C 40- B 40- B 40- B 40- B 40- C 40- D 40- C 40- E 40- C 40- C 40- B 40- D
41- A 41- E 41- B 41- E 41- A 41- E 41- D 41- B 41- E 41- E 41- E 41- D 41- A 41- A 41- D 41- B 41- C 41- B 41- D
42- E 42- A 42- D 42- B 42- D 42- A 42- B 42- A 42- C 42- A 42- C 42- E 42- C 42- C 42- C 42- A 42- B 42- A 42- C
43- B 43- D 43- E 43- D 43- B 43- D 43- B 43- E 43- A 43- E 43- B 43- A 43- B 43- D 43- D 43- C 43- E 43- D 43- B
44- D 44- A 44- D 44- B 44- A 44- E 44- E 44- C 44- E 44- D 44- B 44- E 44- B 44- E 44- B 44- A 44- A 44- C 44- E
45- A 45- B 45- A 45- E 45- A 45- C 45- D 45- C 45- B 45- C 45- C 45- B 45- D 45- B 45- A 45- C 45- D 45- D 45- A
46- E 46- A 46- C 46- B 46- C 46- A 46- B 46- A 46- D 46- C 46- B 46- A 46- C 46- A 46- E 46- D 46- C 46- A 46- D
47- D 47- C 47- E 47- D 47- E 47- E 47- A 47- D 47- C 47- D 47- E 47- A 47- B 47- D 47- C 47- B 47- A 47- B 47- E
48- E 48- B 48- B 48- E 48- B 48- D 48- A 48- D 48- B 48- E 48- A 48- A 48- E 48- C 48- E 48- C 48- E 48- E 48- B
49- E 49- B 49- A 49- A 49- E 49- C 49- E 49- E 49- C 49- B 49- D 49- A 49- C 49- E 49- E 49- E 49- B 49- C 49- D
50- C 50- D 50- D 50- A 50- D 50- B 50- A 50- C 50- A 50- A 50- D 50- E 50- A 50- D 50- A 50- C 50- C 50- C 50- E
*** *** file:///C:/Users/Vitor/Downloads/11259%20(2).pdf *** ***
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