segunda-feira, 13 de setembro de 2021

PALAVRAS

*** "Hora de reconstruir." Fernando Gabeira ***
*** "Os melhores amigos Não trazem dentro da boca Palavras fingidas ou falsas histórias Sabem entender o silêncio E manter a presença mesmo quando ausentes." RENATO TEIXEIRA DE OLIVEIRA ***
"Exatamente para não estragar uma amizade de 40 anos eu preferi me afastar, bloqueei ele no WhatsApp." Alberto Fraga (DEM-DF) ***
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*** segunda-feira, 13 de setembro de 2021 Poesia | Carlos Drummond de Andrade - A Palavra Já não quero dicionários consultados em vão. Quero só a palavra que nunca estará neles nem se pode inventar. Que resumiria o mundo e o substituiria. Mais sol do que o sol, dentro da qual vivêssemos todos em comunhão, mudos, saboreando-a. *** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/09/poesia-carlos-drummond-de-andrade_01130975780.html *** ***
*** Após 40 anos de amizade, Fraga se afasta de Bolsonaro SEPTEMBER 13, 2021 Fonte: ESTADÃO BRASÍLIA — O ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) decidiu se afastar do presidente Jair Bolsonaro por causa do mesmo drama vivido por mais de meio milhão de famílias brasileiras. A morte prematura de Mirta, esposa do ex-parlamentar, aos 56 anos, por complicações causadas pela covid-19, estremeceu uma amizade de quatro décadas e distanciou a família Fraga do bolsonarismo. O caçula do casal, de 20 anos, estudante de medicina, atribui ao presidente a responsabilidade. “Esses dias corrigi meu filho: ‘você não deve fazer isso, você não pode culpá-lo pela morte da sua mãe’. Lá em casa todo mundo era ‘Bolsonaro doente’”, contou o policial militar aposentado. Crítico da maneira como o presidente enfrenta a pandemia, Fraga se ressente do tratamento dispensado pelo amigo na maior perda de sua vida e chegou a bloquear o presidente no WhatsApp. “Não consigo entender essa falta de sensibilidade do presidente com relação à morte das pessoas”, afirmou. ***
*** Pacheco diz esperar que 'carta de Bolsonaro se perpetue como tônica agora' Pacheco diz esperar que 'carta de Bolsonaro se perpetue como tônica agora' A boa relação surgiu ainda nos anos 1980, nos tempos da Escola de Educação Física do Exército, no Rio. Depois, foi cultivada no plenário da Câmara, onde ambos sentavam lado a lado, e no Palácio da Alvorada. Eles se encontravam com frequência na residência oficial. Agora não se falam mais. É mais um aliado de primeira hora a se afastar de Bolsonaro. Em entrevista ao Estadão, Fraga aponta erros do governo. Diz que os generais da articulação política do presidente permitiram gastos bilionários para construção de uma base de apoio no Congresso e o objetivo não foi alcançado. Coronel da reserva da PM do DF e expoente da bancada da bala enquanto esteve na Câmara, Fraga conhece as polícias e tem uma explicação para o fato de PMs da ativa não terem engrossado os atos de 7 de setembro em defesa de Bolsonaro: “Quem está na ativa sabe os riscos que corre, tem família. Se um cara desse for expulso, Bolsonaro não vai conseguir reintegrá-lo”. *** O senhor é um dos mais de meio milhão de brasileiros que perderam uma pessoa querida. Como tem sido a vida desde o dia 24 de maio? Eu e minha esposa pegamos covid em casa. Ela foi internada primeiro. Logo depois eu me internei. Ela teve pneumonia viral. Ficou 73 dias internada e veio a óbito em virtude do pulmão não ter se recuperado. O sentimento mais comum de todos nós que passamos uma situação dessa é que gostaríamos de ter tido a vacina o mais rápido possível. E a gente sabe que a vacina foi politizada. Esse foi o grande problema. Enquanto se disputava politicamente quem era o pai da criança, a população ficou sem vacina. Com isso, evidentemente muitas pessoas vieram a óbito porque não tiveram a oportunidade de se vacinar. O que chama de politização? Bolsonaro quando percebeu que havia a necessidade da vacina não quis dar o braço a torcer. Porque o mérito ficaria para o Doria (governador de São Paulo). Isso fez com que as coisas se complicassem mais. Antes de ser infectado e internado, como o senhor vinha lidando com a pandemia? Era algo com o que se preocupava? Sempre disse que a vacina era importante. E esse era um dos pontos que eu discordava diretamente do Bolsonaro. Eu disse algumas vezes que a economia se recuperava. As vidas não. Isso fez com que, em diversas situações, eu fosse me decepcionando com algumas posturas. Eu não consigo entender essa falta de sensibilidade do presidente com relação à morte das pessoas. No hospital, os senhores chegaram a conversar? Ele prestou solidariedade? Sim, ele mandou mensagem para mim. Conversamos algumas vezes, principalmente nas madrugadas. Ele acorda cedo mesmo. Eu expliquei para ele a situação da minha esposa e a minha situação. E diante disso foi quando eu me afastei. Ele te visitou pessoalmente? Não, e nem foi ao enterro. Até porque se ele fosse, ia dar problema. Muita gente na família ficou com raiva dele. Uma culpa que eu acho que ele não tem. Esses dias corrigi meu filho: “você não deve fazer isso, você não pode culpá-lo pela morte da sua mãe”. Ele tem 20 anos, faz medicina. Lá em casa todo mundo era “Bolsonaro doente”. Hoje, só o mais velho. O senhor está rompido com o presidente? Exatamente para não estragar uma amizade de 40 anos eu preferi me afastar, bloqueei ele no WhatsApp. Em hipótese alguma eu posso culpar o presidente pela morte da minha mulher. Nunca insinuei isso, mas achei por bem me afastar, não romper. Sempre fui amigo do Jair Messias Bolsonaro. Nunca fui amigo do presidente. Com o que exatamente a Dona Mirta se decepcionou? Era por causa da falta de interesse na vacina. Ela se enclausurou em casa esperando a vacina, que não veio. Será que ele reagiu assim para não dar o braço a torcer e reconhecer que a covid mata pessoas próximas da gente? Não sei. Tudo começou com a morte do (senador) Major Olímpio (em decorrência da covid-19). Os filhos até se solidarizaram. Mas ele foi incapaz de dizer uma palavra. Ali ele já mostrou insensibilidade. Nessas perdas que tivemos, de entes queridos e amigos, Deus foi tão bondoso com ele (Bolsonaro) que ele não teve nenhuma perda. Os que tiveram têm uma visão diferenciada dessa questão. O senhor dizia que enquanto não se livrasse de algumas condenações não ia aceitar cargo no governo. E o senhor foi absolvido. Quando eu disse “estou livre” os convites desapareceram. Bolsonaro escolheu muito mal seus conselheiros. Tem um general aí que está mais para puxar saco do que para ser conselheiro de governo. O presidente precisa se cercar de pessoas que falem: “isso vai dar errado”. Um general não vai falar: “presidente, não faça isso porque pode dar problema”. Ele vê na figura do presidente o chefe supremo das Forças Armadas. Mas isso não faz parte do perfil do presidente, ter gente em volta que não aponta erros? Eu acho que ele não gosta de ser contrariado, e aí é que vem o problema. Ninguém é dono da verdade. E todo mundo sabe que esse (general Luiz Eduardo) Ramos só diz “não, senhor” e “sim, senhor”. Gastou bilhões para consolidar uma base e não conseguiu (foi Ramos quem criou o orçamento secreto, pelo qual Bolsonaro trocou emendas por apoio). O presidente precisa se cercar de pessoas com visão de política, que não pensem pequeno. Ciro Nogueira, novo ministro da Casa Civil, não é capaz de resolver esse problema? Ciro é uma pessoa que, não sei a que preço, e isso vai sair, tem habilidade política para continuar essas conversas políticas entre Congresso, presidente e Supremo. O que me preocupa é que, se você analisar bem, ninguém pode dizer que Bolsonaro tem base política consolidada no Congresso. E olhe que já se gastou muito. Com essa falta de base, o presidente termina o mandato? Acredito em impeachment se, porventura, houver algum tipo de esgarçamento na relação entre o Centrão e ele. Se o Centrão pular do barco, a situação se complica. Já tem nove partidos falando em impeachment. O presidente deveria ter usado o poder de mobilização para dizer coisas boas para o País, ele perdeu uma grande oportunidade. Não gostei do discurso do presidente (no 7 de Setembro). Exagerou na dose. Pronunciou coisas que era impossível de realizar. Pedir para (Luiz) Fux (presidente do STF) tirar Alexandre de Moraes… Isso não existe. Nas vésperas desses protestos, muito se temia sobre uma revolta das PMs. Não existe a menor chance de as polícias se insurgirem. Quem está na ativa sabe os riscos que corre. Tem família. Se um cara desse for expulso, Bolsonaro não vai conseguir reintegrá-lo. O que não tem como segurar são os inativos. E, mesmo assim, a presença dos inativos seria sem tumulto, sem agressões. Aqui em Brasília sei que muitos policiais reformados foram para a manifestação. Como avalia a inserção do bolsonarismo dentro das polícias? Hoje, posso te dizer que 90% das polícias e bombeiros militares votaram em Bolsonaro. O que Bolsonaro fez por eles até agora? Não foi feito absolutamente nada. Essas manifestações de PMs em favor de Bolsonaro e contra governadores são pontuais? Pontuais. As PMs são forças de Estado. Não acredito que algo nessa linha possa ocorrer. As pessoas vão pensar na família. E emprego não está fácil. Por que o presidente briga com todo mundo que é amigo dele? Ele é desconfiado. Não aceita uma opinião contrária a dele. É de poucos amigos, de vida social limitada. Acho que o único amigo que ele tinha na Câmara era eu. Ele não andava com ninguém. Não esperava jamais chegar à Presidência. Me recordo que ele dizia que se chegasse a 10% dos votos estava tranquilo. Eu às vezes chegava lá (no Alvorada), ele estava sentado num canto. E eu falava: “presidente, chama uns amigos para jogar futebol”. ***
*** segunda-feira, 13 de setembro de 2021 Fernando Gabeira - Pintando o sete O Globo Escrevo com antecedência habitual num hotel da Bahia. É perigoso escrever com alguma antecedência no Brasil. Segunda-feira nunca se sabe o que será. Bolsonaro sequestrou o 7 de Setembro, transformando uma data nacional num evento partidário. Confesso que hesitei sobre o tema da semana passada. Pensei em escrever algo sobre como escapar dos primeiros efeitos do golpe de Estado. Infelizmente, é essa a minha experiência. Gostaria de transmitir algo sobre reaproveitamento de alimentos ou como fazer móveis em casa. Mas o que retive foi como escapar nos primeiros e confusos momentos de um golpe. Optei por uma outra análise e escrevi que tudo acabaria na quarta-feira. Esqueci que, no carnaval, alguns blocos resilientes saem às ruas mesmo com as cinzas. Foi assim que vi os caminhoneiros nos 20 bloqueios pelos quais passei até chegar aqui. Eles não sabiam que tudo acabou. No Sul da Bahia, vi dois deles sentados no para-choque e pensei naquele soldado japonês que passou anos sem saber que a guerra acabara. De fato, não acabou totalmente. Mas era evidente que Bolsonaro não tinha nada de durável a propor. Quando anunciou que reuniria o Conselho da República para mostrar a foto da multidão, era evidente que estava perdido. Infelizmente, não foi possível para a imprensa entrevistar os manifestantes. Muitos questionam o STF por causa de sua postura contra a corrupção. Não sabem que o único ministro indicado por Bolsonaro é talvez menos rigoroso que os outros. Alguns acham que o voto eletrônico não é auditável. O universo digital é etéreo e misterioso para eles, e compensa insistir na campanha que esclarece sobre a segurança do sistema. É possível deslocar uma grande parte desse público do bloco de apoio a Bolsonaro. Essa é uma das tarefas diante do fracasso do mito. A outra, naturalmente, foi realizada ontem. Uma união de pelo menos algumas forças democráticas para demonstrar que nenhum golpe passará: os dias de chantagem golpista chegam ao fim. Para um resultado melhor, é preciso deixar de lado o slogan “nem Bolsonaro nem Lula”. É algo que diz respeito a uma escolha eleitoral que ainda está distante. O problema central agora é outro. É preciso deter o processo de destruição do meio ambiente, encarar a crise hídrica, fortalecer o combate à pandemia, indicar as linhas mestras de uma retomada econômica. Bolsonaro não se preocupa com isso. Ele queria uma foto da multidão e achava que, mostrando essa foto, mudaria o rumo do país, o que, no seu universo, significa ter voto impresso e derrubar alguns ministros. É incapaz de escrever uma nota admitindo que pintou o sete e foi socorrido pelo Michel Temer, que deveria ter lhe aplicado algumas mesóclises como castigo. É hora de voltar à dura realidade do Brasil. Na televisão na terça-feira, disse que o Conselho da República se reuniria na realidade paralela do bolsonarismo. Na estrada, alguns caminhoneiros comemoram o estado de sítio e dizem que estão fazendo História. As pessoas precisam compreender que não basta vestir uma camisa amarela, saudar o mito e comer sua macarronada para alterar o curso da História. As coisas são bem mais complicadas. Também para os que sempre fizeram oposição a Bolsonaro. O fato de tanta gente aceitar bandeiras que derrubam a democracia deve nos levar a uma reflexão. Até que ponto basta apenas defendê-la de seus inimigos, sem examinar suas fraquezas e tentar fortalecê-la no cotidiano? Não é preciso apenas que Bolsonaro passe, mas que passem também as condições político-sociais que deram margem a essa ilusão coletiva. Na euforia do processo de redemocratização, não contávamos com retrocesso. Estamos pagando um preço alto, em vidas humanas, recursos naturais, convivência fraternal, imagem externa; enfim, algo que já não temos como pagar no futuro. Hora de reconstruir. *** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/09/fernando-gabeira-pintando-o-sete.html *** *** ***
*** Amizade Sincera (Part. Dominguinhos) Renato Teixeira *** ouvir *** *** A amizade sincera é um santo remédio É um abrigo seguro É natural da amizade O abraço, o aperto de mão, o sorriso Por isso se for preciso Conte comigo, amigo disponha Lembre-se sempre que mesmo modesta Minha casa será sempre sua Amigo Os verdadeiros amigos Do peito, de fé Os melhores amigos Não trazem dentro da boca Palavras fingidas ou falsas histórias Sabem entender o silêncio E manter a presença mesmo quando ausentes Por isso mesmo apesar de tão raros Não há nada melhor do que um grande amigo compositores: RENATO TEIXEIRA DE OLIVEIRA *** **** https://www.kboing.com.br/renato-teixeira/amizade-sincera-part-dominguinhos/ *** ***

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