Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sábado, 13 de setembro de 2025
Triangulações da História: entre Baseball, Football e Democracia
Metáforas do esporte, memórias literárias e relações internacionais em um Brasil que aprende a triangulação entre cultura, política e diplomacia.
“Na história pátria, republicanos estrangeiros e nativos sempre souberam separar o oportunismo do autoritarismo quando a democracia era ameaçada: de Carta a Garcia ao destemor de Raimundo e de Clarice.”
Quadrilha
Carlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história
Composição: Carlos Drummond de Andrade.
Tarcísio Raimundo Delgado, ex-prefeito de Juiz de Fora, morre aos 89 anos
Tribuna de Minas
12 de set. de 2025 #cidade #luto #tarcísiodelgado
Morreu nesta sexta-feira (12), aos 89 anos, o ex-prefeito de Juiz de Fora Tarcísio Delgado (MDB).
Ele estava internado no Hospital da Unimed, segundo a própria instituição, e não resistiu a uma parada cardiorrespiratória.
Tarcísio liderou a Prefeitura por três mandatos (1983-1988, 1997-2000 e 2001-2004) e também exerceu mandatos como vereador, deputado estadual e deputado federal, sendo filiado ao MDB por 46 anos.
Leia a matéria completa em tribunademinas.com.br ou pelo link na bio.
#cidade #luto #tarcísiodelgado #política #tribunademinas #juizdefora #notícias #shorts
Transcrição
Poema de sete faces [Carlos Drummond de Andrade]
Quando eu nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é o meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
[Alguma poesia]
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À procura da própria coisa: Uma biografia de Clarice Lispector eBook Kindle
por Teresa Montero (Autor) Formato: eBook Kindle
À procura da própria coisa: uma biografia de Clarice Lispector é fruto da edição revista e aumentada de Eu sou uma pergunta (Rocco, 1999) somada a três décadas de pesquisas da professora Teresa Montero.
Entre o expressivo material inédito de natureza documental e iconográfica, cumpre destacar raridades: a única entrevista de Clarice Lispector em seu apartamento no Leme, filmada pela TVE e conduzida por Araken Távora para o programa Os Mágicos (em 1976); e as fichas de Clarice registradas pela Polícia Política entre 1950 e 1973, garimpadas no APERJ e no Arquivo Nacional. Estas revelam novos aspectos de sua participação nos movimentos contra a ditadura militar no Brasil.
Por outro lado, a trajetória literária de Clarice Lispector ganha nova luz, em particular com o relato detalhado de sua última viagem ao Recife (também documentada em imagens inéditas), material que oferece reflexões sobre a composição de sua obra mais popular, A hora da estrela. Os bastidores da criação de A paixão segundo G.H. e Água viva, somados à faceta da escritora como crítica literária na revista Senhor, são outras preciosidades reveladas neste volume.
Livro que mostra a construção de uma biografia como resultado de um trabalho coletivo, Teresa Montero destaca a importância dos arquivos públicos e dos pesquisadores na preservação do patrimônio cultural e do legado clariceano. Ela apresenta Clarice como uma mulher cuja obra serve de base para se poder mais profundamente sentir e pensar.
Clarice (Remastered 2006)
Há muita gente
Apagada pelo tempo
Nos papéis desta lembrança
Que tão pouca me ficou
Igrejas brancas
Luas claras nas varandas
Jardins de sonho e cirandas
Foguetes claros no ar
Que mistério tem Clarice
Que mistério tem Clarice
Pra guardar-se assim tão firme
No coração
Clarice era morena
Como as manhãs são morenas
Era pequena no jeito
De não ser quase ninguém
Andou conosco caminhos
De frutas e passarinhos
Mas jamais quis se despir
Entre os meninos e os peixes
Entre os meninos e os peixes
Entre os meninos e os peixes
Do rio, do rio
Que mistério tem Clarice
Que mistério tem Clarice
Pra guardar-se assim tão firme
No coração
Tinha receio do frio
Medo de assombração
Um corpo que não mostrava
Feito de adivinhações
Os botões sempre fechados
Clarice tinha o recato
De convento e procissão
Eu pergunto o mistério
Que mistério tem Clarice
Pra guardar-se assim tão firme
No coração
Soldado fez continência
O coronel reverência
O padre fez penitência
Três novena e uma trezena
Mas Clarice era a inocência
Nunca mostrou-se a ninguém
Fez-se modelo das lendas
Fez-se modelo das lendas
Das lendas que nos contaram
As avós
Que mistério tem Clarice
Que mistério tem Clarice
Pra guardar-se assim tão firme
No coração
Tem que um dia amanhecia
E Clarice, assistiu minha partida
Chorando pediu lembrança
E vendo o barco se afastar de Amaralina
Desesperadamente linda
Soluçando e lentamente
E lentamente despiu o corpo moreno
E entre todos os presentes
Té que seu amor sumisse
Permaneceu no adeus chorando e nua
Para que a tivesse toda
Todo o tempo que existisse
Que mistério tem Clarice
Que mistério tem Clarice
Pra guardar-se assim tão firme
No coração
Composição: Caetano Veloso / Jose Carlos Capinam.
Caetano Veloso
Clipe
23 de jul. de 2018
Provided to YouTube by Universal Music Group
Clarice (Remastered 2006) · Caetano Veloso
Caetano Veloso
℗ 1967 Universal Music Ltda
Released on: 1967-01-01
Producer: Manoel Barenbein
Vocalist, Composer Lyricist: Caetano Veloso
Composer Lyricist: Jose Carlos Capinan
Auto-generated by YouTube.
Música
1 músicas
Clarice (Remastered 2006)
Caetano Veloso
https://www.youtube.com/watch?v=L8Gi6lr3FnM
Throwing A Baseball vs. A Football
First Down Training
In this video I breakdown some of the similarities and differences of throwing a football and throwing a baseball. They are two very different things, but some aspects can be similar. I hope you enjoy!
Be A Better QB: https://www.firstdowntraining.com/pla...
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Transcrição
Pelé backheel to Garrincha who dribble and assists Vava / Brasil 2 - 1 Portugal (1962)
Triangulação
Praticava baseball, não tinha jogo de cintura para apreender a malícia do football association de seus pais, criadores de tais criaturas.
sexta-feira, 12 de setembro de 2025
gabeiraoficial
Editado
•
1 d
Artigo de hoje no Estado de São Paulo. Disponível em: https://gabeira.com.br/a-crise-brasil-eua/
20 h
Que bom seu artigo! Tem clareza, objetividade, uma análise ampla ! Está difícil ler ultimamente….
ritanecho
20 h
Concordo que é necessária a volta de uma razoável diplomacia entre o Brasil e os EUA, mas o momento ainda não é favorável. Acho
A crise entre Brasil e EUA. Por Fernando Gabeira
O Estado de S. Paulo
Com todos os progressos que possam ser feitos no caminho do multilateralismo, ainda assim é importante reatar o diálogo com os EUA
Empresários brasileiros que foram aos EUA discutir a questão das tarifas foram informados que o principal problema entre os dois países é político. Mais ainda: nesse campo, os canais estão totalmente bloqueados. Talvez seja essa a maior crise na história das relações diplomáticas. Já houve outras. Na verdade, no século 19, os dois países se aproximaram por causa de uma crise entre o Brasil e o Reino Unido. Foi um momento difícil: havia uma tensão por causa do tráfico de escravos, condenado pelos ingleses. Mas o estopim mesmo foi a prisão de alguns oficiais daquele país que se embebedaram e causaram confusão no Rio. O embaixador William Christie exigiu indenização e a Marinha britânica apreendeu navios mercantes brasileiros na Baía de Guanabara. O caso foi resolvido com arbitragem internacional, mas o Brasil rompeu com o Reino Unido. Foi por aí que entrou a América do Norte.
No período Vargas, houve um certo estranhamento porque o presidente brasileiro negociava vantagens com a Alemanha nazista e com os EUA. Em 1942, definiu o apoio aos aliados, assunto encerrado. Ou quase: a instalação de bases militares americanas no Nordeste do Brasil exigia compensações, das quais nasceram grandes empresas: CSN e Vale do Rio Doce.
Durante a guerra fria, o episódio mais importante foi a queda de Goulart, apoiada pelos americanos. Eles criticavam a limitação na remessa de lucros e o apoio a Cuba. Enfim, num mundo dividido, queriam o Brasil sob controle.
Apesar do apoio à ditadura militar, houve tensões quando o Brasil firmou o Acordo Nuclear com a Alemanha, em 1975. E atritos com o governo Carter, que exigia respeito aos direitos humanos.
Em 2013, uma nova crise a partir das revelações de Edward Snowden: Dilma Rousseff e outras autoridades brasileiras foram alvo de espionagem. Dilma fez um forte discurso na ONU contra a vigilância cibernética. Sempre houve alguma tensão também na questão ambiental, sobretudo na defesa da floresta amazônica.
A crise de agora tem outras características. Donald Trump não só impôs a maior tarifa ao Brasil, como também quis evitar o que acaba de acontecer: a condenação de Jair Bolsonaro.
Em alguns momentos, ele reclama da posição do Brasil no Brics e condena qualquer busca por alternativa ao dólar. Nas últimas falas, defende a tese de que o governo brasileiro foi muito para a esquerda e se alinhou com adversários dos EUA. Interessante nessa crise é o fato de que Trump, embora com decisões que nos prejudicam, tem algum apoio popular. A indicação da simpatia foi a grande bandeira americana que desfilou no 7 de Setembro na Avenida Paulista. Isso certamente vai fortalecer seu ego narcísico e dar o argumento de que sua tentativa de interferir no Brasil está projetando positivamente a imagem dos EUA.
Apesar de não haver indícios de uma saída para a crise, a verdade é que algum diálogo entre
Trump e Lula precisa acontecer. Se observamos bem, todos os líderes do Brics falam com Trump. O critério de não falar com a esquerda também não vale. Ninguém está mais à esquerda do que o líder norte-coreano Kim Jong-un. No entanto, Trump fala com ele.
O momento da condenação de Bolsonaro não é o melhor. O Brasil tem estabelecido contato com muitos países dentro e fora do Brics. Existe uma boa perspectiva de firmar o acordo Mercosul-União Europeia. Com todos os progressos que possam ser feitos no caminho do multilateralismo, ainda assim é importante reatar o diálogo com os EUA. É uma relação de mais de 200 anos e, na verdade, com um nível de dependência tecnológica ainda grande.
Passada a longa fase de discussão sobre tentativa de golpe com a condenação dos acusados, possivelmente a anistia será colocada na agenda. O debate não impede que se olhe para a frente, para a retomada de uma certa normalidade, que no caso Brasil-EUA não significa ter posições idênticas. Essa tarefa de aproximação não é só de um presidente, mas das forças políticas, movimentos culturais e até clubes esportivos. Mesmo com a resistência de Trump, vitorioso nas eleições, isso não permite generalizações sobre um país complexo e rico do qual nunca se esteve tão afastado nesses dois séculos de relação.
Uma análise do chamado tarifaço mostra que houve inúmeras exceções e que foram trabalhadas nos EUA por quem negocia com o Brasil e se interessa em manter esse fluxo de trocas.
Nas exceções, estão espelhadas as necessidades econômicas. Mas há também outras necessidades ou pelo menos outras visões na sociedade americana que pendem para uma relação com o Brasil. De um ponto de vista exclusivamente político, Trump gostaria de ver no País um governo alinhado com os EUA. Isso pode não acontecer de novo em 2026. E os EUA terão de enfrentar a realidade que não pode mais ser moldada por eles.
Uma aceitação da realidade, de parte a parte, pode garantir o prolongamento de uma amizade sem muitos traumas. Importante que entre os políticos dentro e fora do governo se constitua um grupo para desenhar a reaproximação. E por via das dúvidas, um outro grupo para planejar um nível de autonomia tecnológica para os próximos anos. Parecem iniciativas contraditórias, mas o bom senso mostra que são complementares."
Brasil - Mexico / Mundial 1962 (Pele, Garrincha, Didi, Vava, Zito, D. Santos, N. Santos, Carbajal)
Brasil - México / Mundial 1962 (Pelé, Garrincha, Didi, Vavá…) — vídeo da seleção em 1962 com esses jogadores.
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um texto muito denso — começa com uma frase quase poética (“TRIANGULAÇÃO: praticava baseball...”) e em seguida apresenta a íntegra de uma análise de Fernando Gabeira publicada no Estadão sobre a crise Brasil–EUA.
Pode-se organizar em três níveis de leitura:
1. A abertura enigmática
O trecho inicial (“TRIANGULAÇÃO: praticava baseball...”) parece funcionar como uma metáfora.
Baseball representa o estilo americano — pragmático, estratégico.
Football association (futebol) é associado à malícia, improviso e jogo de cintura típicos do Brasil.
A “triangulação” sugere a tentativa de dialogar ou equilibrar dois estilos culturais e políticos distintos.
2. Síntese do artigo de Gabeira
Tese central: a crise atual entre Brasil e EUA é uma das mais graves da história diplomática, mas precisa ser superada porque os dois países têm laços de mais de 200 anos e forte dependência tecnológica.
Histórico: Gabeira faz uma retrospectiva de conflitos e reaproximações:
Século XIX: crise com o Reino Unido → aproximação com os EUA.
Vargas: jogo duplo entre Alemanha e EUA → bases militares, CSN, Vale.
Guerra Fria: queda de Goulart apoiada por Washington.
Ditadura: atrito com Carter por direitos humanos e Acordo Nuclear com a Alemanha.
2013: crise da espionagem (Snowden/Dilma).
Meio ambiente: tensão contínua (Amazônia).
Hoje:
Donald Trump voltou a impor tarifas (“tarifaço”).
Critica a posição do Brasil no Brics e sua aproximação com alternativas ao dólar.
Ao mesmo tempo, mantém algum apoio popular no Brasil (bandeiras americanas no 7 de Setembro).
Lula e Trump ainda não dialogaram, mas isso é inevitável se o Brasil quiser equilibrar relações multilaterais.
Caminho proposto:
Reatar diálogo diplomático, mesmo sem alinhamento político.
Criar grupos no Brasil para (a) reaproximação política e cultural e (b) autonomia tecnológica.
Buscar equilíbrio: amizade sem submissão.
3. Interpretação possível
Gabeira sugere que, apesar de crises recorrentes, a relação Brasil–EUA é estrutural: nunca houve afastamento tão profundo, mas também nunca houve alternativa real à cooperação.
A metáfora inicial (“baseball” vs “football”) casa com isso: o Brasil ainda precisa aprender a lidar com a lógica dura e calculista dos EUA sem perder sua flexibilidade e criatividade.
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