sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Telhados da República

ADONIRAN BARBOSA - Saudosa Maloca [com letra] Músicas de A a Z Ronda Paulo Vanzolini Telhados da República 19 de janeiro de 2025 Entre Vila Sônia e Morumbi, de telhado em telhado os moradores acordam na madrugada de terror: — Eu só tava com medo, muito medo. Ele saiu pelo telhado. Na quebrada, o crime chama pelo nome. No noticiário, o silêncio bate ponto. Enquanto isso, o governador de São Paulo passeia no universo entre Vila Esperança e Brasília, na sede do partido, na quinta do ex, no palácio do Morumbi, ou na chácara de repouso do poder que descansa longe do povo. Telhado furado, maloca de lata, esperança pendurada no arame. Em cada canto, Perus e Bacanaço rondam a São João do século XXI. A ronda de Vanzolini se mistura ao refrão de Emicida: “a vida é um sopro, mas a gente segura o vento no peito.” Concreto de Pignatari, pintura de Toquinho, mancha urbana em aquarela cinza. E lá, no Jardim Botânico, a 15 km do centro dos três poderes da República, tudo repousa. Fim. A Cada Vento Emicida Composição: Emicida / Paulo Romero / Tixaman. Vila Esperança Adoniran Barbosa Composição: Adoniran Barbosa. Toquinho - Aquarela (Letra/Legendado) Composição: Vinícius de Moraes / Toquinho / Guido Morra / Fabrizio De André. Sinfonia da Alvorada (1961) - Tom Jobim / Vinícius de Moraes - Orquestra Sinfônica/Coro/Narrador 5 de jan. de 2021 Sinfonia de Tom Jobim - ''Brasília, Sinfonia da Alvorada'' (1961) - Orquestra sinfônica sob a regência de Antonio Carlos Jobim. Recitativo por Vinicius de Moraes I - O Planalto Deserto II - O Homem III - A Chegada dos Candangos IV - O Trabalho e a Construção V - Coral ''Uma carroça vai penosamente se arrastando serra acima. O Homem instiga os animais. A marcha acelera-se e surge o canto a que responde a Natureza, calma e isenta de desejos. Mas o Homem quer as coisas. Seu braço forte, riscado de grossas veias, ergue-se a uma lâmina afiada corta os ramos dessa Natureza imparticipante. O picadão se aprofunda sertão a dentro. O Homem haveria de plantar sua cruz no Planalto. Os modernos pioneiros retomam o trabalho dos velhos bandeirantes. O projeto da nova capital é planificado e torna-se necessário, para levar a efeito a gigantesca tarefa convocar todas as fôrças vivas da nação. A Chegada dos Candangos conta da vinda desses homens de olhos puxados e zigomas salientes; homens que em toda sua pobreza ainda encontram um jeito de rir e cantar. Homens sem os quais Brasília não existiria.'' (Antônio Carlos Jobim, Janeiro de 1961) Música: Antonio Carlos Jobim Poesia: Vinicius de Moraes Côro Dante Martinez sob a direção de Roberto de Regina Participação de 'Os Cariocas' e Elizete Cardoso Piano: Radamés Gnattali Capa: Oscar Niemeyer Fotografia: Franceschi Engenheiro de som: Sergio Lara Campos Por intermédio de Oscar Niemeyer, em 1959/60, Tom e Vinícius foram ao planalto central conhecer a cidade que ali se erguia. A Sinfonia da Alvorada é uma homenagem à cidade e ao trabalho dos homens que a ergueram no meio do nada. Foi apresentada em primeira audição em 1966, na TV Excelsior. Em Brasilía foi apresentada na Praça dos Três Poderes em 1986, com regência de Alceu Bocchino, e com Radamés Gnattali ao piano, nesta ocasião o texto de Vinicius (que faz parte integrante da sinfonia) foi recitado por sua filha Susana de Moraes e por Tom Jobim. Transcrição

Nenhum comentário:

Postar um comentário