Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sábado, 10 de abril de 2021
Conflito
“Acho então esta lei em mim: quando quero fazer o
bem, o mal está comigo.”
Paulo (Romanos, 7:21)
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Os discípulos sinceros do Evangelho, à maneira de Paulo de Tarso, encontram grande conflito na própria natureza. Quase sempre são defrontados por enormes dificuldades nos testemunhos. No instante justo, quando lhes cabe revelar a presença do Divino Companheiro no
coração, eis que uma palavra, uma atitude ligeira os traem, diante da própria
consciência, indicando-lhes a continuidade das antigas fraquezas. A maioria experimenta sensações de vergonha e dor.
Alguns atribuem as quedas à influenciação de espíritos maléficos e, geralmente, procuram o inimigo no plano exterior, quando deveriam sanar em si
mesmos a causa indesejável de sintonia com o mal. É indubitável que ainda nos achamos em região muito distante daquela em
que possamos viver isentos de vibrações adversas, todavia, é necessário verificar a
observação de Paulo, em nós próprios. Enquanto o homem se mantém no gelo da indiferença ou na inquietação da
teimosia, não é chamado à análise pura; entretanto, tão logo desperta para a
renovação, converte-se o campo íntimo em zona de batalha. Contra a aspiração bruxuleante do bem, no dia que passa, levanta-se a
pesada bagagem de sombras acumuladas em nossas almas desde os séculos
transcorridos. Indispensável, portanto, grande serenidade e resistência de nossa
parte, a fim de que o progresso alcançado não se perca. O Senhor concede-nos a claridade de Hoje para esquecermos as trevas de
Ontem, preparando-nos para o Amanhã, no rumo da luz imperecível.
*** *** 136 Conflito FEB COLEÇÃO FONTE VIVA 1950 30ª edição - 4ª impressão - 8/2017 http://grupoama.org.br/books/Chico%20Xavier%20(Emmanuel)%20-%20Pao%20Nosso.pdf *** ***
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Plantada a semente,
germina e cresce e
fica ainda mais bonita.
A deformação do corpo
é a formação de uma obra
que vai transcendentalizar
as gerações.
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o amor
gera um novo amor
que vem dividir para somar
e crescer.
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*** *** André Luiz Gama MINHA HISTÓRIA Uma filosofia para a vida *** ***
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Preservar-se da avareza
3. Então, no meio da turba, um homem lhe disse: “Mestre, dize a meu irmão que
divida comigo a herança que nos tocou.” — Jesus lhe disse: “Ó homem! quem me
designou para vos julgar ou para fazer as vossas partilhas?” — E acrescentou: “Tende
o cuidado de preservar-vos de toda a avareza, porquanto, seja qual for a abundância
em que o homem se encontre, sua vida não depende dos bens que ele possua.”
Disse-lhes a seguir esta parábola: “Havia um rico homem cujas terras tinham produzido extraordinariamente e que se entretinha a pensar consigo mesmo, assim:
‘Que hei de fazer, pois já não tenho lugar onde possa encerrar tudo o que vou colher? Aqui está’, disse, ‘o que farei: Demolirei os meus celeiros e construirei outros
maiores, onde porei toda a minha colheita e todos os meus bens. E direi a minha
alma: Minha alma, tens de reserva muitos bens para longos anos; repousa, come,
bebe, goza.’ — Mas Deus, ao mesmo tempo, disse ao homem: ‘Que insensato és!
Esta noite mesmo tomar-te-ão a alma; para que servirá o que acumulaste?’”
É o que acontece àquele que acumula tesouros para si próprio e que não é rico
diante de Deus. (Lucas, 12:13 a 21.)
*** *** O Evangelho Segundo o Espiritismo ALLAN KARDEC FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Rio - Brasil 1944 Tradução de Guillon Ribeiro da 3ª edição francesa revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866 https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/WEB-O-Evangelho-segundo-o-Espiritismo-Guillon.pdf *** ****
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Confie no seu poder de ação.
É pelo agir vigoroso que você
mostra a sua grandeza interior.
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ARTIGO DE FUNDO
Assim como quem nasce homem de bem deve ter a fronte altiva, quem nasce jornal deve ter artigo de fundo. A fachada explica o resto.
Este livro não nasceu livro: nasceu jornal. Estes contos não nasceram contos: nasceram notícias. E este prefácio portanto também não nasceu prefácio: nasceu artigo de fundo.
Brás, Bexiga e Barra Funda é o órgão dos ítalo-brasileiros de São Paulo.
Durante muito tempo a nacionalidade viveu da mescla de três raças que os poetas xingaram de tristes: as três raças tristes.
A primeira, as caravelas descobridoras encontraram aqui comendo gente e desdenhosa de "mostrar suas vergonhas". A segunda veio nas caravelas. Logo os machos sacudidos desta se enamoraram das moças "bem gentis" daquela, que tinham cabelos "mui pretos, compridos pelas espadoas".
E nasceram os primeiros mamalucos.
A terceira veio nos porões dos navios negreiros trabalhar o solo e servir a gente. Trazendo outras moças gentis, mucamas, mucambas, munibandas, macumas.
E nasceram os segundos mamalucos.
E os mamalucos das duas fornadas deram o empurrão inicial no Brasil. O colosso começou a rolar.
Então os transatlânticos trouxeram da Europa outras raças aventureiras. Entre elas uma alegre que pisou na terra paulista cantando e na terra brotou e se alastrou como aquela planta também imigrante que há duzentos anos veio fundar a riqueza brasileira.
Do consórcio da gente imigrante com o ambiente, do consórcio da gente imigrante com a indígena nasceram os novos mamalucos.
Nasceram os italianinhos.
O Gaetaninho.
A Carmela.
Brasileiros e paulistas. Até bandeirantes.
E o colosso continuou rolando.
No começo a arrogância indígena perguntou meio zangada:
Carcamano pé-de-chumbo
Calcanhar de frigideira
Quem te deu a confiança
De casar com brasileira?
O pé-de-chumbo poderia responder tirando o cachimbo da boca e cuspindo de lado: A brasileira, per Bacco!
Mas não disse nada. Adaptou-se. Trabalhou. Integrou-se. Prosperou.
E o negro violeiro cantou assim:
Italiano grita
Brasileiro fala
Viva o Brasil
E a bandeira da Itália!
Brás, Bexiga e Barra Funda, como membro da livre imprensa que é, tenta fixar tão somente alguns aspectos da vida trabalhadeira, íntima e quotidiana desses novos mestiços nacionais e nacionalistas. É um jornal. Mais nada. Notícia. Só. Não tem partido nem ideal. Não comenta. Não discute. Não aprofunda.
Principalmente não aprofunda. Em suas colunas não se encontra uma única linha de doutrina. Tudo são fatos diversos. Acontecimentos de crônica urbana. Episódios de rua. O aspecto étnico-social dessa novíssima raça de gigantes encontrará amanhã o seu historiador. E será então analisado e pesado num livro.
Brás, Bexiga e Barra Funda não é um livro.
Inscrevendo em sua coluna de honra os nomes de alguns ítalo-brasileiros ilustres este jornal rende uma homenagem à força e às virtudes da nova fornada mamaluca. São nomes de literatos, jornalistas, cientistas, políticos, esportistas, artistas e industriais. Todos eles figuram entre os que impulsionam e nobilitam neste momento a vida espiritual e material de São Paulo.
Brás, Bexiga e Barra Funda não é uma sátira.
A REDAÇÃO
*** https://pt.wikisource.org/wiki/Br%C3%A1s,_Bexiga_e_Barra_Funda/Artigo_de_Fundo ***
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