Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 18 de abril de 2021
Carta Inédita de Fradique Mendes
Na carta escrita ao Sr. Mollinet, por exemplo, Fradique fala sobre Pacheco, uma personagem fictícia representante da classe dos políticos e burocratas. Pacheco possui um discurso típico das ideias iluministas do século XIX e o povo tem a ilusão de estar diante de um verdadeiro líder, cujos interesses estão voltados para a nação. Porém, Pacheco apenas dizia algum cliché de vez em quando e, no geral, apenas sorria para tentar esconder sua falta de conhecimento. Através da personagem de Pacheco, que não dá voz às aspirações do povo, Eça de Queirós mostra a incapacidade de representação do povo pelo governo.
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Rondon Pacheco
31.jul.1919 -
Chefe de Gabinete Civil
Biografia
Íntegra do voto
Entenda o voto
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Folha Imagem
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Rondon Pacheco era considerado uma figura incômoda pela linha dura do regime militar. O chefe do Gabinete Civil do presidente Costa e Silva foi quem sentou com o ministro da Justiça, Gama e Silva, antes da reunião do Conselho de Segurança e retirou os pontos mais duros da primeira proposta do Ato Institucional nº 5. Entre os itens que foram modificados, estava o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Por ter sido deputado federal, o advogado Rondon Pacheco amortecia a relação do governo Costa e Silva com o Congresso. Funcionava como uma ponte entre o Executivo e o Legislativo, tentando aparar radicalismos. Foi dele a proposta de emenda que estabelecia a vigência de um ano para o AI-5, idéia refutada pelo presidente.
Era um dos três mineiros que compunham o Conselho de Segurança. É considerado por amigos e aliados político bastante hábil e diplomático. Apesar de sua postura branda contrastar com o tom do governo Costa e Silva, nunca foi de encontro às posições do presidente.
Rondon Pacheco encerrou sua gestão no Gabinete Civil em 30 de outubro de 1969, quando Medici assumiu a Presidência. No dia seguinte, reassumiu seu mandato parlamentar.
Moderado
Rondon Pacheco fez sua carreira distante das fardas e patentes. Nasceu em Uberlândia em 31 de julho de 1919 e mudou-se para Belo Horizonte em 1937, onde ingressou na faculdade de direito. Foi presidente do Centro Acadêmico Afonso Pena, quando já participava da oposição ao Estado Novo.
Começou na política partidária filiando-se à UDN (União Democrática Nacional), partido que ajudou a fundar, ao lado de Pedro Aleixo, em 1945. Na época, foi um dos signatários do Manifesto dos Mineiros, documento de contestação a Getúlio Vargas, que defendia o fim da ditadura do Estado Novo.
Foi eleito deputado federal por Minas Gerais em outubro de 1950. Permaneceu no cargo até 1967, quando foi convidado a ocupar a chefia do Gabinete Civil da Presidência.
Foi adepto do movimento político-militar que depôs João Goulart, em 1964. Mas, ao contrário da linha dura, fez parte do bloco parlamentar de sustentação à política de Castello Branco, grupo capitaneado pelos deputados da UDN Pedro Aleixo e Bilac Pinto. Foi, durante o governo de Castello, um dos responsáveis por editar a Constituição de 67.
Pós-68
Em novembro de 1969, após sua passagem pelo Gabinete Civil da Presidência, o então deputado Rondon Pacheco foi indicado pelo presidente Medici à presidência da Arena (Aliança Renovadora Nacional). Em julho de 1970, foi escolhido por Medici candidato oficial para o governo de Minas Gerais.
Governou Minas Gerais de 1971 a 1975. Uma das realizações mais lembradas do seu governo foi a instalação de uma fábrica da Fiat em Betim, zona metropolitana de Belo Horizonte.
Concluída sua gestão em Minas, foi nomeado por Medici para a presidência da Usiminas, em 1976. Com a extinção do bipartidarismo, em 1979, ingressou no PDS (Partido Democrático Social), de orientação governista. Em 1982, elegeu-se deputado federal, seu último cargo político.
Candidatou-se ao Senado Federal, em 1986. Experimentou sua primeira derrota política, apesar de receber mais de 600 mil votos.
É casado com Marina de Freitas Pacheco, com quem vive até hoje em Uberlândia. Teve três filhos.
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O Dia Que Não Existiu - Márcio Moreira Alves
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https://www.facebook.com/AtoInstitucional5DecretoLei0667/
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Participantes
(por ordem de fala)
Arthur da Costa e Silva
Pedro Aleixo
Augusto Rademaker
Lyra Tavares
Magalhães Pinto
Delfim Netto
Mário Andreazza
Ivo Arzua
Jarbas Passarinho
Leonel Miranda
Márcio de Souza e Mello
Tarso Dutra
Costa Cavalcanti
Albuquerque Lima
Helio Beltrão
Carlos Simas
Emilio Garrastazú Medici
Orlando Geisel
Adalberto de Barros Nunes
Adalberto Pereira
Huet Sampaio
Gama e Silva
Rondon Pacheco
Jayme Portella
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https://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/hotsites/ai5/personas/rondonPacheco.html
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A correspondência de Fradique Mendes (edição de bolso)
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Carta Inédita de Fradique Mendes
AO SR. E. MOLLINET
Diretor da Revista de Biografia e História
Lisboa, outubro
Meu caro sr. Mollinet:
Pede-me o meu amigo que lhe explique, com minúcia e paciência, quem são e como procedem estes jovens governantes que com mão ágil estão guiando o meu país e que repetidamente têm desatado o alarido das gazetas e dos periodistas. Não serei eu a pessoa mais
Fradique Mendes por António
Fradique Mendes por António
indicada para o fazer, com o objetivo desassombro que de mim espera: pertenço ao bem acanhado número daqueles que, reconhecendo nos tais governantes um talento e um patriotismo que a vesga parcialidade dos meus concidadãos não alcança, só posso alardear louvores e encómios que a pena do velho Chagas (sempre este homem fatal!) não desdenharia. Mas sabendo bem das graves exigências de historiador a que o meu caro senhor Mollinet há de fazer frente, corro em seu auxílio e deixo-lhe, com traços bem largos e bem grossos, a breve análise que o meu olhar balzaquiano permite.
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Fradique Mendes por António
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Deixe-me que, antes de mais, lhe diga que os portugueses são um povo de gente ignara e ingrata. Longamente tenho observado este fenómeno que a nossa imatura democracia exibe, para espanto de quantos, como eu, só devem reverência e gratidão aos que conduzem os nossos destinos: quanto mais esses que regem as nossas vidas breves se esforçam e se explicam, mais as mal agradecidas plebes lançam aos ventos a impudente e esganiçada gritaria da sua contestação incontida, erguendo-se a uma só voz contra medidas que só deveriam provocar gozo e agradecimento. Mas assim são as coisas! De tal modo que uns poucos já vão, sem pudor nem discrição, louvando com saudade os tempos remotos da Senhora D. Maria I, essa sagaz estadista que ao pulso férreo do senhor intendente Pina Manique confiava a manutenção de um recato que muito espantava a Europa de então, infestada de pedreiros-livres. Por qualquer razão oculta que não atinjo, alguns desses nostálgicos falam até, para se referirem a essa época de austeros costumes, no tempo da outra senhora. A tanto chega a criatividade e o engenho dos meus patrícios.
O caso que agora despertou o curioso interesse do meu caro Sr. Mollinet conta-se em poucas palavras. Mais divagações são necessárias, contudo, para bem aprofundarmos a razão de ser (ou a sem-razão, como diria o nosso chorado José Maria) de tão ásperas críticas como as que temos lido e ouvido nos últimos dias. Acontece que um vice-primeiro ministro, de seu nome Paulo Portas, havia traçado, não se sabe onde nem com que eficiente instrumento, uma firme e bem nítida linha vermelha. No lápis, no pincel ou no giz (os historiadores tratarão de esclarecer esta dúvida) com que o fez havia o declarado propósito de dizer: daqui não passa a minha tolerância, relativamente aos direitos de velhinhas e de reformados. Digo “reformados” porque o vice-primeiro ministro Portas é bem conhecido pela desenvoltura com que, para nosso gáudio e ilustração, renomeia coisas e conceitos: aquilo que para muitos é agricultura, para ele é “lavoura”; aos aposentados chama “reformados”; e qualquer decisão a rever rapidamente – para ele é “irrevogável”.
Mas passemos. Acontece que, certamente por distraído e perdoável descuido, Portas esqueceu a tal linha. Fora ela riscada com a nitidez de que só os grandes estadistas dão prova, mesmo que, com a língua de fora e transpirando de concentração, tenham que lançar mão de uma sólida régua, daquelas com que antigamente os mestres-escolas ofereciam reguadas aos meninos madraços. Não sei se terá sido o caso. O que sei é que, ao que me dizem, Portas ultrapassou a linha. Todavia, ainda há dias, ao anunciar suaves medidas que sustentam as contas da Nação para o ano, glorioso entre todos, de 2014, o verbo sempre vibrante e garrido do vice-primeiro ministro contornou, com uma habilidade que muitos nele louvam, uma ou outra insignificante decisão, porventura mais gravosa. Como essa a que alguns comentadores, perfidamente exigentes com a tal linha, têm chamado a “TSU das viúvas”, seja lá o que for que estas enigmáticas palavras querem dizer.
Diferentemente do que esses plumitivos maldosos querem fazer crer, não vejo nas omissões do nosso Portas nem maldade nem sobranceria. Não está o vice-primeiro ministro atarefado com uma reforma do Estado que há tempos nos prometeu? Não serão esses operosos afazeres suficientemente absorventes para desculparem a distração? E não é verdade que daquela reforma, ansiosamente aguardada, há de sair obra que espantará o mundo? Não serão uma tal proeza e o talento de que se nutre suficientes para relevarmos o salto por cima da linha?
É assim, meu caro senhor Mollinet, a desagradecida reação de espíritos estreitos que em tudo veem oculta aleivosia ou incompetência rude. Bem ignorantes são os que deste modo pensam; melhor fora que tivessem presente que este nosso governante e quase todos os seus colegas de Governo traziam consigo, quando se aconchegarem nas cadeiras do poder, vastos currículos de proezas que só os invejosos não reconhecem. Não é certo que quase todos ostentam vistosos diplomas passados por universidades das mais exigentes? Não é verdade que, depois disso, souberam construir vidas profissionais recheadas de sonoras realizações? E não passaram esses trajetos de sucesso pela provação suprema de enfrentar arrastadas reuniões, comités e comissões partidárias, daquelas em que se decide quem um dia há de subir as escadarias de São Bento? Por muito que se esfalfem aqueles que entregam as suas vidas e as horas de que elas são feitas aos interesses supremos da Nação, nunca os meus ingratos concidadãos deixarão de sobre eles bolçar a baba ingrata da sua maledicência. Disso mesmo se queixou, em tempos e irritadamente, um outro estadista, agora comentador de palavra cortante, e de nada lhe serviu.
Dizem-me que, por estas horas e num Conselho de Ministros dominical (repare o meu caro amigo que nem ao domingo esta gente descansa!), se está fechando o rol do deve e haver do Estado para o ano que vem. Que o bom Deus ilumine quantos tal empresa levam por diante; e que lhes sejam leves as malsãs denúncias que os críticos do costume hão de fazer nos próximos dias, quando vierem, com a vozearia que os distingue, apontar erros e excessos, linhas franqueadas e irrevogáveis decisões afinal revistas.
O que se há de fazer, meu caro senhor Mollinet, para conviver com tanta desfaçatez? Por mim, consolo-me no remanso de um refúgio doméstico que o aroma de um Vega Fina saboroso torna mais doce. E daqui não saio – a não ser para lhe assegurar, meu bom amigo, o afeto deste que com garbo lhe endereça um rijo abraço e que se assina,
Carlos Fradique Mendes
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https://queirosiana.wordpress.com/2013/10/13/carta-inedita-de-fradique-mendes/
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A correspondência de Fradique Mendes – Análise da obra
Veja resumo e comentário de um professor sobre a obra
POR REDAÇÃO ATUALIZADO EM 12 ABR 2018, 18H03 - PUBLICADO EM 22 AGO 2012, 23H38
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Através da figura de Fradique Mendes, um notável intelectual, Eça de Queirós dá voz às insatisfações da nação portuguesa em meio a crise que assolava o país no final do século XIX.
Estrutura do romance
O livro possui duas partes distintas. A primeira é uma narrativa em primeira pessoa onde o narrador apresenta a personagem Fradique Mendes. Em certo momento, o narrador em primeira pessoa dá lugar a outro narrador, dessa vez onisciente, que dará detalhes sobre a vida de Fradique. Terminada a narração sobre o passado de Fradique Mendes, volta o narrador em primeira pessoa.
O uso de personagens de apoio, tanto ficcionais quanto verídicos, a alternância entre narradores, discurso direto e indireto, e outras ferramentas literárias, servem para dar veracidade ao texto de modo a fazer o leitor acreditar que Fradique é uma personagem real.
A segunda parte do romance é formada por cartas que Fradique Mendes havia endereçado a diversos intelectuais e amigos da época, tanto pessoas reais quanto ficcionais. O jogo entre real e irreal que marca a primeira parte do livro também se faz presente nessa segunda parte.
A busca por uma identidade nacional
“A correspondência de Fradique Mendes” é uma obra escrita nos últimos anos do século XIX, momento de grande turbulência em Portugal. O país havia perdido diversos territórios ultramarinos, bancos faliram, a moeda nacional foi depreciada e o aumento da dívida pública faziam crescer a insatisfação do povo contra a monarquia. Uma classe de pequenos e médios burgueses, que se sentia prejudicada pela monarquia, pressionava por uma revolta contra as instituições monárquicas e à Igreja. Enquanto isso, os outros países da Europa viviam uma era de revolução cultural, científica e industrial.
Assim, o livro de Queirós surge como um contraponto ao momento histórico e os problemas enfrentados por Portugal. O narrador busca firmar os valores culturais e morais de seu país, para firmar um espaço de igualdade de Portugal em relação aos demais países europeus. Nas cartas, a personagem Fradique exalta os valores firmados na tradição e na cultura portuguesa. Porém, as contradições entre realidade histórica e ficção presentes na obra acabam por acentuar as diferenças entre Portugal e o restante da Europa.
Na carta escrita ao Sr. Mollinet, por exemplo, Fradique fala sobre Pacheco, uma personagem fictícia representante da classe dos políticos e burocratas. Pacheco possui um discurso típico das ideias iluministas do século XIX e o povo tem a ilusão de estar diante de um verdadeiro líder, cujos interesses estão voltados para a nação. Porém, Pacheco apenas dizia algum cliché de vez em quando e, no geral, apenas sorria para tentar esconder sua falta de conhecimento. Através da personagem de Pacheco, que não dá voz às aspirações do povo, Eça de Queirós mostra a incapacidade de representação do povo pelo governo.
Além da falta de representatividade política, a obra também mostra o atraso científico e tecnológico de Portugal. Ao chegar de Paris em Lisboa, Fradique se mostra chocado por não ter um meio de transporte que o leve até seu hotel.
Através da personagem Fradique Mendes, o descontentamento com a decadência de Portugal no final do século XIX ganha voz. Fradique teria sido um grande homem, detentor de ideias originais, preocupado com valores morais e sociais de seu povo, um verdadeiro nacionalista. Desiludido com a situação de Portugal, resolve sair pelo mundo para tentar entender a si mesmo e a sua nação. É nesse contato com o estrangeiro que Fradique volta para o Portugal das grandes navegações, o Portugal de um passado glorioso, a fim de resgatar as raízes de sua nação.
Sendo tido como um homem exemplar e admirado por todos, através do discurso de Fradique têm-se o retrato do que pensavam os intelectuais da época sobre a crise em Portugal. Dessa forma, Eça de Queirós consegue dar voz ao ceticismo e pessimismo com relação ao futuro do país através da figura de Fradique Mendes.
Comentário do professor
Comentários do professor Deco Duarte do Colégio Gregor Mendel
Considerado por alguns como uma obra “estranha” em relação às demais presentes no vestibular da UFBA, “A correspondência de Fradique Mendes” foge, de fato, ao discurso de denúncia social presente nas outras indicações. Dividido em duas partes, o livro se propõe a contar, na primeira delas, a vida de Carlos Fradique Mendes, um dândi português do final do século XIX, que, como a própria palavra “dândi” traduz, gastava o mais de seu tempo a viajar e a se ilustrar, gozando dos recursos herdados de sua família. Fradique nos é apresentado pelo olhar de um narrador admirador, que não economiza louvores ao viajante português. Ao longo de alguns encontros e de variadas opiniões de amigos em comum, o narrador, que em nenhum momento se identifica, tenta reconstruir a imagem daquele que considera “o maior português daqueles tempos”. A biografia vai assim do nascimento de Fradique até a sua morte, não faltando explicações do narrador sobre os fatos narrados bem como sobre as razões de se escrever a biografia.
Na segunda parte da obra – as “Cartas” -, o narrador selecionou aquilo que considerava a mais fina flor do pensamento fradiqueano. São 17 missivas que darão ao leitor, segundo ele, uma noção do modo de pensar de Fradique. Não há um enredo a seguir nas cartas, tampouco uma estrutura semelhante. Algumas são verdadeiros contos, como as que narram a chegada de Fradique a Lisboa ou a sua espera por Ramalho Ortigão em um café de Paris. Em outras, aparece a ironia do personagem a descrever certos tipos lisboetas, como o Pacheco, o Pinho ou o padre Salgueiro. Há ainda – e estas merecem uma especial atenção – as cartas de amor endereçadas a Clara, nas quais o leitor pode ver a gênese e o fim de uma relação amorosa. Vale dizer que, apenas nestas cinco cartas, há certa continuidade temática. Se na primeira parte da obra predominava certa visão romântica, pela idealização exagerada de Fradique por parte do narrador; na segunda, predomina uma visão mais realista de mundo, seja pela crítica social, seja pela ironia corrosiva – uma das marcas mais famosas da obra de Eça -, seja pelos temas recorrentes, dentre eles a impossibilidade do amor, o adultério, o anticlericalismo, dentre outros.
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https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/a-correspondencia-de-fradique-mendes-analise-da-obra-de-eca-de-queiros/
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Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, concede entrevista ao Professor Marco Antonio Villa - 12/4/2021
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Rodrigo Pacheco: "A CPI, neste momento, é inoportuna"
Estreou em 12 de abr. de 2021
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Marco Antonio Villa
A instalação da CPI da pandemia.
Pandemia, política e economia.
O governo Bolsonaro e a pandemia: uma avaliação.
A questão do orçamento de 2021.
O papel do Senado em uma conjuntura política turbulenta.
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https://www.youtube.com/watch?v=0srzCWHskkY
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