Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 30 de abril de 2021
Renan finaliza com CPI da Covid
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Bolsonaro estacou no primeiro tapinha
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O carcará é uma ave da família Falconidae e seu nome científico é Caracara plancus. Em inglês ele é conhecido como Southern Caracara. Esta espécie tem alguns nomes populares como carancho, caracará, caracaraí, gavião-de-queimada e gavião-calçudo.
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https://casadospassaros.net/carcara/
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A Fênix prepara seu ninho, morre queimada e renasce das cinzas
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https://www.todamateria.com.br/fenix/
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A fénix ou fênix, fênice (em grego clássico: ϕοῖνιξ) é um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, ressurgia das próprias cinzas. ... Segundo alguns escritores gregos, a fénix viveria exactamente quinhentos anos.
Fénix – Wikipédia, a enciclopédia livre
Leia a íntegra do discurso de abertura do relator da CPI da Covid-19
O senador Renan Calheiros declarou que a comissão será "uma antítese diária e estridente ao obscurantismo negacionista e sepulcral".
Por Gustavo Maia Atualizado em 27 abr 2021, 15h21 - Publicado em 27 abr 2021, 14h06
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Renan Calheiros é indicado relator da CPI da Pandemia
Fonte: Agência Senado
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https://www12.senado.leg.br/noticias/videos/2021/04/renan-calheiros-e-indicado-relator-da-cpi-da-pandemia
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O senador Renan Calheiros (MDB-AL), durante reunião da CPI da Pandemia no Senado Edilson Rodrigues/Ag. Senado
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Relator da CPI da Pandemia apresenta plano de trabalho
Plano será um ponto de partida, diz Calheiros
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https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2021-04/relator-da-cpi-da-pandemia-apresenta-plano-de-trabalho
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https://www12.senado.leg.br/noticias/videos/2021/04/renan-calheiros-e-indicado-relator-da-cpi-da-pandemia
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Escolhido relator da CPI da Pandemia, o senador Renan Calheiros fez há pouco um discurso de pouco mais de 20 minutos na reunião de instalação da comissão no Senado. Em um trecho no meio de sua fala, que não citou o presidente Jair Bolsonaro nominalmente, ele declarou que há responsáveis e culpados “por ação, omissão, desídia ou incompetência” e declarou que “crimes contra humanidade não prescrevem jamais e são transnacionais”. Calheiros então citou o ex-presidente da Ioguslávia, Slobodan Milosevic, e o ex-ditador do Chile, Augusto Pinochet, como exemplos da História.
Leia a seguir a íntegra da fala do relator:
Desejo inicialmente agradecer aos senadores do meu partido, na pessoa do líder Eduardo Braga, que me confiaram a tarefa no momento histórico mais grave e trágico da nação brasileira. Quero agradecer o querido amigo Omar Aziz, a quem devo a minha designação para relatar essa importantíssima comissão. Meu querido amigo Humberto Costa, grande líder e excepcional ministro da Saúde. Otto Alencar, querido amigo, que não se quedou em nenhum momento diante do despropósito de uma liminar de primeira instância que objetivava subtrair competência do Congresso Nacional e impedir o livre exercício do papel de cada senador, inclusive com censura prévia. Tasso Jereissati, referência política, ética, moral e um dos maiores líderes da vida nacional, e referência para todos nós nesses momentos de Comissão Parlamentar de Inquérito. Estendo, evidentemente, a gratidão aos senadores das demais legendas que subscreveram para que eu pudesse sistematizar uma caudalosa investigação que ora se inicia e que será, como todos sabem, árida e acidentada, mas exitosa, tenho certeza. Quero parabenizar também o senador Randolfe Rodrigues pela iniciativa humanitária, agora vice-presidente da comissão.
Faço ainda uma referência especial ao Supremo Tribunal Federal, que não tem faltado à Nação brasileira na defesa altiva da nossa Constituição, terrivelmente democrática. Eu quero também cumprimentar esse amigo querido, Ciro Nogueira, grande líder, amigo dileto, para além de eventual qualquer divergência, eu sou amigo de muita gente aqui no Senado Federal, nessa comissão também muito mais, mas nenhum é mais meu amigo quanto meu amigo é o senador Ciro Nogueiro. Quero cumprimentar o Marcos Rogério, o Marcos do Val, o Eduardo Girão, Jorginho [Mello], Fernando Bezerra, esse amigo querido, dileto, o Alessandro Viera — eu já falarei aqui da importância fundamental das suas sugestões para que nós possamos iniciar esse trabalho. Eu tenho certeza de que, para além de qualquer divergência inicial, o que nos compete é construir alianças para que essa comissão de inquérito possa caminhar cada vez mais com uma absoluta maioria construída em torno da busca da verdade. Esse é o propósito de todo mundo, como disse o presidente Omar, haja o que houver.
Como relator, eu me pautarei pela isenção e imparcialidade que a função impõe. Independentemente de minhas valorações pessoais, a investigação será técnica, profunda, focada no objeto que justificou a Comissão Parlamentar de Inquérito e despolitizada. É impossível esquecer todos os dias fúnebres em mais de um ano de pandemia, mas é impossível apagar abril, o mês mais mortal, e apagar o dia 6 de abril, com uma morte a cada 20 segundos. Esses números superlativos merecem uma reflexão, merecem um momento, mesmo que seja de 20 segundos de silencio, para que com eles nós possamos homenagear aqueles que morreram por Covid no Brasil, as suas famílias, aqueles que estão acometidos da doença e aqueles que lamentavelmente ficaram sequelados.
Por isso, senhores senadores, senhoras senadoras, nós estamos discutindo aqui o direito à vida, não se alguém é direita ou da esquerda. Minhas opiniões ou impressões serão subordinadas aos fatos. Serei relator das minhas convicções, mas serei igualmente o redator do que aqui for apurado e comprovado. Nada além, nada aquém. A CPI não é a sigla de Comissão Parlamentar de Inquisição. É de Investigação. Nenhum expediente tenebroso das catacumbas do Santo Ofício será utilizado. A CPI, alojada em uma instituição secular e democrática, que é o Senado da República, tampouco será um cadafalso com sentenças pré-fixadas ou alvos selecionados. Não somos discípulos de Deltan Dallagnol, nem de Sergio Moro. Não arquitetaremos teses sem provas ou Power Points contra quem quer que seja. Não desenharemos o alvo para depois disparar a flecha. Não reeditaremos a República do Galeão.
Agindo com imparcialidade, a partir de decisões coletivas, sem comichões monocráticos, ninguém arguirá nenhum tipo de suspeição no futuro desse trabalho. Os verdugos são inservíveis ao Estado Democrático de Direito. Eles negaram apoio à Comissão Parlamentar de Inquérito. Negaram, por todo os meios, a chance de que ela fosse instaurada. Agora tentaram negar que ela funcione com independência. O negacionismo em relação à pandemia ainda terá que ser investigado e provado. Mas o negacionismo em relação à CPI da Covid, já não resta a menor dúvida.
As CPIs vicejam quando os canais tradicionais de investigação se mostram obstruídos, e isso é um ensinamento histórico. Aqui, em uma Casa de verdadeiros democratas, que convivem e respeitam a divergência diuturnamente, são respeitados o contraditório, o sagrado direito à defesa, a presunção da inocência e a paridade de armas. Garantias civilizatórias que tantas vezes foram negligenciadas nos últimos tempos no Brasil e que só contribuem para reprovável erosão das instituições. Não estaremos, queria repetir, investigando nomes ou instituições, mas fatos e os responsáveis por eles.
As gestões do Ministério da Saúde, evidentemente, podem ser apuradas, podem ser investigadas a fundo. Ainda não é o caso. Mas não é o Exército Brasileiro que estará sob análise, instituição permanente de Estado cuja memória remete para os 454 mortos em combate na Segunda Guerra Mundial com um universo de 25 mil pracinhas. Esse pequeno número de baixas reflete a liderança de um estrategista de guerra. Imaginem um epidemiologista conduzindo nossas tropas lá em Monte Castelo. Na pandemia o Ministério da Saúde foi entregue a um não especialista, a um não-general.
O resultado fala por si só: no pior dia da Covid, em apenas quatro horas o número de brasileiros mortos foi igual a todos que tombaram nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial. O que teria acontecido se tivéssemos enviado um infectologista para comandar nossas tropas? Provavelmente um morticínio. Porque guerras se enfrentam com especialistas, sejam elas guerras bélicas ou guerras sanitárias. A diretriz é clara: militar nos quartéis e médicos na Saúde. Quando se inverte, a morte é certa. E foi isso que lamentavelmente parece ter acontecido. Temos que explicar, como, por que isso ocorreu.
Estaremos aqui para averiguar fatos e desprezar farsas. Para tanto, usaremos das instâncias técnicas do Estado, da Polícia Federal, do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União, da consultoria do Senado e outros organismos que se fizerem necessários. A comissão será um santuário da ciência, do conhecimento e uma antítese diária e estridente ao obscurantismo negacionista e sepulcral, responsável por uma desoladora necrópole que se expande diante da incúria e do escárnio desumano. Essa será a comissão da celebração da vida, da afirmação do conhecimento e, sobretudo, da sacralização da verdade contra o macabro culto à morte e contra o ódio. Os brasileiros têm o direito de voltar a viver em paz.
Ao contrário do que vociferavam os franquistas do início do século, “viva a morte, abaixo o conhecimento”, estaremos aqui para proclamar dia após dia: “viva a ciência, glória ao conhecimento, respeito a vida”. Tenham absoluta certeza de que este fórum, e anoto a qualificação e experiências aqui reunidas, será uma fonte permanente de reposição e resgate da verdade por sua capacidade intrinsecamente regeneradora. Já seria muito importante nessa fase que nós andamos dar um basta à mentira, à mentira que lamentavelmente sufocou a sociedade brasileira durante esses últimos tempos.
Entre a ciência e a crença, fico com a ciência; entre a vida e a morte, a vida eternamente; entre o conhecimento e obscurantismo; óbvio, escolho o primeiro; entre a luz e as trevas; a luminosidade; entre a civilização e a barbárie, fico com a civilidade; e entre a verdade e a mentira, lógico que a verdade sempre. São escolhas simples que opõem o bem ao mal e creio que todos nessa comissão convergem com relação a este sentimento. Nossa cruzada será contra a agenda da morte. Contrapor o caos social, a fome, o descalabro institucional, o morticínio, a ruína econômica e o negacionismo não é uma predileção ideológica ou filosófica, é uma obrigação democrática, moral e humana. Os inimigos dessa relatoria são pandemia e aqueles que, por ação, omissão, incompetência, desídia ou malversação, se aliaram ao vírus e colaboraram de uma forma ou de outra com esse morticínio.
A discussão aqui, embora muitos anseiem deliberadamente rebaixá-la ou até mesmo embaçá-la, é muito mais abrangente. Essa não é apenas mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito, como disse o presidente Omar Aziz. No contexto histórico, humanitário e social, ela é a principal Comissão Parlamentar de Inquérito de todas as comissões que aqui se formaram, porque estaremos tratando de vidas, do futuro e da esperança. Estaremos proclamando, acima de tudo, valores civilizatórios em detrimento de achismos medievais. Estaremos defendo a vida, o conhecimento, a ciência, a civilização, as instituições, o SUS e a própria democracia. Vamos dar um basta aos suplícios, à inépcia e aos infames. Não deixaremos de lembrar diariamente o tamanho da nossa tragédia. Os brasileiros estão morrendo em uma velocidade assustadora. Não temos tempo a perder com manobras regimentais, obstruções, diversionismo, politiquices e chicanas. Nossa missão é interromper esse cronômetro da morte o qual me referi no início.
Não estamos diante de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para maquinar as ações persecutórias, não estamos aqui diante da atenção integral da Nação e do mundo, para blindar ninguém, engavetar, tergiversar ou procrastinar. Tudo será investigado, como exige a Carta democrática, de maneira transparente, acessível, e as decisões colegiadas, como sempre fiz nas quatro vezes que tive a honra de presidir essa Casa. Fui forjado no movimento estudantil, libertário, crítico e democrático. Respeito as instituições, o mecanismo de freio e contrapesos, venero a democracia, tenho repugnância ao fascismo e, antecipo que, intimidações, e todos os dias nós a vemos, sob qualquer modalidade e arreganhos, não nos deterão.
O maior mérito desta CPI é existir, estar instalada e funcionando. O Brasil precisa de muita luz e isso não é uma mera metáfora. O papel da comissão é iluminar todos os compartimentos escuros no combate a pandemia. Só o seu espectro no horizonte já acelerou, nos últimos dias, uma série de providências administrativas que estavam congeladas em vários órgãos da República, ou mesmo sobrestadas ou mesmo esquecidas. O Brasil, infelizmente, é um dos piores países no enfrentamento da pandemia...
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/blog/radar/leia-a-integra-do-discurso-de-abertura-do-relator-da-cpi-da-covid-19/
REPORTAGEM
Índia faz mundo bater recorde de casos de covid-19 e gera apagão de vacinas
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22.abr.2021 - Cremação em massa de vítimas da covid-19 em Nova Délhi, na Índia. País bateu recorde mundial de casos da doença em 24 horas
Imagem: REUTERS/Danish Siddiqui
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Jamil Chade
Jamil Chade
https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/
Jamil Chade é correspondente na Europa há duas décadas e tem seu escritório na sede da ONU em Genebra. Com passagens por mais de 70 países, o jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparência Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Vivendo na Suíça desde o ano 2000, Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti. Entre os prêmios recebidos, o jornalista foi eleito duas vezes como o melhor correspondente brasileiro no exterior pela entidade Comunique-se.
Colunista do UOL
27/04/2021 14h29
RESUMO DA NOTÍCIA
Brasil não deve mais receber doses da OMS em abril e a previsão é de que entregas ocorram apenas em no começo de maio
OMS registra 5,7 milhões de novos casos da covid-19, um número inédito em uma semana
Brasil continua liderando em número de mortes por semana
Novos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que a semana que terminou no domingo, dia 25 de abril, registrou um novo recorde em número de novas contaminações da covid-19.
No total, 5,7 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus em apenas sete dias, contra 5,2 milhões na semana anterior.
Na semana do dia 15 de fevereiro, o número era de apenas 2,4 milhões, o que abriu certas esperanças entre governos e mesmo na OMS de que a vacinação começava a dar alguns sinais de resultados e que a pandemia poderia estar numa direção de um certo controle.
Mas o relaxamento em certas sociedades que foram amplamente vacinadas, a incapacidade de governos em manter medidas de controle e a explosão de novas variantes do vírus alteraram de forma radical a tendência.
Se não bastasse, a situação da Índia nas últimas duas semanas passou a ser considerada como "catastrófica" dentro da OMS. Em apenas sete dias foram 2,3 milhões de novos casos na Índia.
"Black-out" de vacinas e novas doses para o Brasil só em maio
Um dos temores é de que, mergulhada em um caos doméstico, o país passará semanas sem poder exportar vacinas.
No melhor dos cenários, os indianos poderiam começar a voltar a exportar vacinas em junho. A OMS dependia em grande parte das doses do Serum Institute para abastecer principalmente os países mais pobres do mundo. Algumas estimativas apontam que, sem a exportação indiana, o buraco no planejamento da agência poderia atingir 130 milhões de doses.
A previsão inicial da OMS era de que poderia entregar 240 milhões de doses até o final de maio aos países em desenvolvimento. A previsão já tinha caído para apenas 145 milhões e, ainda assim, o montante é agora alvo de dúvidas.
Por enquanto, a agência conseguiu despachar 49 milhões de doses e, com a Índia tendo vacinado apenas 2% de sua população com duas doses, a previsão é de que o "black-out" de vacinas do país dure pelo menos mais um mês.
A avaliação na cúpula da OMS é de que tal cenário irá aprofundar ainda mais a disparidade entre países ricos e emergentes em termos de acesso aos imunizantes.
No atual ritmo, o banco UBS estima que países ricos terão vacinado 93% de suas populações até o final do ano, contra apenas 30% entre os países pobres. No Brasil, por exemplo, o governo recebeu apenas 1,2 milhão de doses da OMS dos 4 milhões planejados para março e abril.
A vacina destinada ao Brasil vem de uma fábrica na Coreia do Sul, que também produz doses da AstraZeneca. Mas com o fim do abastecimento da Índia para dezenas de países, parte da produção de outros locais poderá ter de ser repartida para atender principalmente os locais que não contam com acordos bilaterais com as empresas multinacionais.
A previsão é de que não haverá uma nova entrega de vacinas ao Brasil nesta semana e que a próxima leva ocorra apenas na primeira semana de maio.
A crise indiana, porém, também tem sido uma oportunidade usada pela China para tentar ocupar espaço. Nesta terça-feira, numa reunião entre países asiáticos, o chanceler de Pequim, Wang Yi, declarou que estava disposto a suprir o mercado regional com vacinas.
No encontro, países como Paquistão e Bangladesh se queixaram da interrupção de exportações dos indianos, colocando em questão a aposta do primeiro-ministro Narendra Modi de usar a crise para ampliar a influência indiana na Ásia e se apresentar como uma alternativa real ao poder chinês.
Brasil continua liderando em número de mortes
Tanto na Europa como nas Américas, o número de novos casos da covid-19 sofreu uma queda. Foram 1,4 milhão de novos infectados no continente americano, uma redução de 8% em comparação à semana anterior. Mas a taxa ainda é 40% superior aos números de fevereiro.
O Brasil aparece em segundo lugar, com 397 mil casos novos na semana, contra 392 mil nos EUA.
A semana também registrou um salto no número de mortes, com 88 mil novos óbitos. Apenas quatro semanas em janeiro e fevereiro registraram um número superior e, mesmo assim, com taxas muito próximas aos dados dos últimos sete dias. No total, o mundo soma 3,1 milhões de mortos desde o início da crise. O Brasil, porém, continua liderando, com 17,4 mil nos últimos sete dias, contra 17,3 mil na Índia. O terceiro lugar é dos EUA, com uma distância considerável e um total de 4,9 mil novos óbitos.
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https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2021/04/27/india-faz-mundo-bater-recorde-de-casos-de-covid-19-e-gera-apagao-de-vacinas.htm?cmpid=copiaecola
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Notícias STF
Segunda-feira, 27 de agosto de 2018
Ministro Celso de Mello divulga acórdão de julgamento que impede réus na substituição da Presidência da República
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O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou o texto da ementa e do acórdão do julgamento de medida cautelar na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 402, na qual a Rede Sustentabilidade questiona a possibilidade de réus em ação penal integrarem a linha de substituição da Presidência da República.
Na sessão de 7 de dezembro de 2016, o Plenário referendou em parte liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio, relator da ADPF 402, para assentar que os substitutos eventuais do presidente da República (descritos no artigo 80 da Constituição Federal), caso sejam réus em ação penal, ficarão impossibilitados de exercer a Presidência.
A corrente majoritária seguiu o voto do ministro Celso de Mello, designado redator para o acórdão do julgamento, no sentido de que a condição de réu não impede que o substituto eventual continue a desempenhar a chefia de seu órgão de origem.
Com o julgamento, à época, o Plenário derrubou a liminar no ponto em que o relator ordenava o afastamento imediato do senador Renan Calheiros (MDB-AL) da Presidência do Senado Federal.
Leia a íntegra do texto da ementa e do acórdão.
Leia mais:
07/12/2016 - Réus em ação penal não podem substituir presidente da República, decide Plenário
01/02/2017 - Suspenso julgamento que discute possibilidade de réus no STF assumirem Presidência da República temporariamente
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http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=388059
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Uma das funções da mudança de cor nos camaleões é a camuflagem.
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https://www.biologianet.com/biodiversidade/camaleao.htm
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GOVERNO BOLSONARO
Renan Calheiros, o insólito novo líder da oposição a Bolsonaro
Político camaleão e hábil interlocutor na câmara alta, senador envia recado: “Nossa cruzada será contra a agenda da morte. Contra o caos social, a fome, o descalabro institucional, o morticínio, a ruína econômica, o negacionismo”
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), durante a sessão da CPI da Covid.
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O senador Renan Calheiros (MDB-AL), durante a sessão da CPI da Covid.
JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
AFONSO BENITES
Brasília - 27 ABR 2021 - 21:53 BRT
MAIS INFORMAÇÕES
O presidente Jair Bolsonaro durante evento em Feira de Santana (BA), pouco antes de xingar uma repórter.
Passou da hora das redações reagirem aos repetidos ataques à imprensa, em especial às mulheres
Membro da CPI da Pandemia de Covid-19, senador Otto Alencar (PSD-BA) concede entrevista antes do início da instalação da comissão.
Nunca uma CPI começou com tantos sinais de crime
A demonstrator shows his hand painted red as he holds a sign with text written in Portuguese that reads "Impeachment now. All lives matter," during a protest against Brazil's President Jair Bolsonaro and his response during the COVID-19 pandemic, outside the Planalto presidential palace, in Brasilia, Brazil, Sunday, Jan. 17, 2021. (AP Photo/Eraldo Peres)
Pesquisa revela que Bolsonaro executou uma “estratégia institucional de propagação do coronavírus”
Inaugurada nesta terça-feira, a CPI da Covid já demonstrou quem será o segundo principal adversário político de Jair Bolsonaro pelos próximos meses, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Não é o principal, pois, como usualmente se diz em Brasília, o papel de maior opositor do Governo Bolsonaro cabe ao próprio presidente e a seus ministros, com as crises autoinfligidas e declarações que provocam conflito com outros poderes e países ―nesta terça-feira foi a vez de Paulo Guedes (Economia) irritar Pequim dizendo que o “chinês inventou o vírus”, sem saber que estava sendo gravado. Antes desta gafe, foi o discurso de Calheiros como relator da comissão parlamentar de inquérito que trouxe os primeiros indícios do caminho que o experiente senador de Alagoas pretende trilhar e do barulho que a CPI pode causar.
Em sua primeira participação, Calheiros provocou incômodo no primogênito do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O herdeiro do presidente reclamou que as sessões presenciais da CPI poderiam resultar na contaminação de mais servidores da Casa e até na morte de parlamentares ―três senadores já morreram de covid-19 desde o ano passado. “Acho que o presidente [do Senado] Rodrigo Pacheco está errando, está sendo irresponsável, porque está assumindo a possibilidade de, durante os trabalhos dessa CPI, acontecerem mortes de senadores, morte de assessores, morte de funcionários desta Casa em função da covid-19”, disse Flávio. Indagado por repórteres sobre esta fala, Calheiros ironizou. “É a primeira vez que ele se preocupa com aglomeração. Significa que ele, talvez, esteja saindo do negacionismo e esteja aderindo à ciência e à necessidade dos brasileiros”, afirmou.
Em seu primeiro discurso na CPI, o senador não citou diretamente Bolsonaro em nenhuma ocasião. Mas enviou recados incômodos. “Nossa cruzada será contra a agenda da morte. Contra o caos social, a fome, o descalabro institucional, o morticínio, a ruína econômica, o negacionismo”, disse. Ele prometeu ser imparcial em seu relatório, do qual disse querer ser um sintetizador, um redator. E alegou ainda que prezará sempre pela ciência. É um contraponto à rejeição dos preceitos científicos de Bolsonaro e de seus asseclas. “A comissão será um santuário da ciência, do conhecimento e uma antítese diária e estridente ao obscurantismo, ao negacionismo sepulcral responsável por uma desoladora necrópole que se expande diante da incúria e do escárnio desumano.”
Crítico da operação Lava Jato, Calheiros reforçou essa postura também no discurso inicial da CPI. “[A comissão] tampouco será um cadafalso com sentenças pré-fixadas ou alvos selecionados. Não somos discípulos nem de Deltan Dallagnol nem de Sérgio Moro”, disse em referência ao procurador e ao ex-juiz que atuaram na operação em Curitiba. “Não arquitetaremos teses sem provas ou Power Points contra quem quer que seja. Não desenharemos o alvo para depois disparar a flecha”.
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Ataques nas redes processos judiciais
Assim que passou a circular a informação de que o emedebista seria o relator da comissão, interlocutores do Governo o procuraram para tentar aliviar o relatório para Bolsonaro. Na conta, estaria um eventual apoio ao seu grupo político na eleição estadual do ano que vem. O cenário em Alagoas ainda não está claro. O Estado é governado por Renan Calheiros Filho (MDB), que, em seu segundo mandato, tem dois ou três pré-candidatos a sua sucessão. O apoio de Bolsonaro, no momento, não é bem recebido pelos emedebistas. Por enquanto, eles preferem estar ao lado do lulismo do que do bolsonarismo.
Seja como for, Renan Calheiros é um camaleão político que ocupa cargos públicos e eleitorais há 42 anos. Desde a redemocratização, já foi da base governista de todos os presidentes. De Fernando Collor (PROS) a Michel Temer (MDB). Em alguns momentos foi mais defensor do presidente da ocasião. Em outros, como no de Dilma Rousseff (PT), foi um conciliador que deixou de apoiá-la na reta final de processo de impeachment, mas conseguiu manter os direitos políticos da petista em um grande acordo parlamentar. Por essa razão, é bem-quisto pelos petistas, principalmente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Após ser derrotado por Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a presidência do Senado em 2019, Calheiros atuou nos bastidores contra a gestão Bolsonaro. Fugiu dos holofotes por um período para se defender dos 12 processos aos quais responde no Supremo Tribunal Federal e, agora, volta com todas as cargas contra o presidente e já enfrenta a ira das redes bolsonaristas. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) tentou impedi-lo, por meio de uma ação judicial, retirá-lo da relatoria. Conseguiu, em primeira instância, mas viu na segunda, viu a decisão cair. “Intimidações, e todos os dias nós as vemos sob qualquer modalidade e arreganhos, não nos deterão”, disse. Uma das principais queixas dos bolsonaristas trata exatamente dos elos familiares de Calheiros. “Se for pela questão de interesse, o presidente não deveria nem deixar o Flávio Bolsonaro entrar aqui no colegiado”, disse o líder do PT no Senado, Paulo Rocha.
A característica mutante de Calheiros faz com que ele esteja, hoje, ao lado de quem antes era seu opositor. Agora, caminha de braços dados com Randolfe Rodrigues (REDE-AP), o senador que liderou o seu partido na Justiça, em 2016, em um movimento para afastar o emedebista da Presidência do Senado. Naquela ocasião, foi a primeira vez que o Senado afrontou uma decisão judicial, dada em caráter liminar pelo ministro Marco Aurélio Mello.
Próximos passos
Nesta quarta-feira, a CPI deverá receber sugestões de planos de trabalho, que são uma espécie de roteiro do colegiado que inclui as próximas convocações e os documentos que deverão ser entregues para se iniciar a investigação. Três já foram entregues, e o relator espera receber ao menos mais cinco. Antes, contudo, Calheiros já enviou uma série de requerimentos que devem dar o tom dos trabalhos na primeira semana. Na quinta, esses planos de trabalho deverão ser votados pela comissão.
O primeiro a comparecer na comissão, como testemunha, será o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), na próxima terça-feira. “Temos a preocupação de começar a cronologia do início, para saber o que foi feito desde o primeiro momento”, disse o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM).
Mandetta deixou o Governo por discordar da conduta negacionista do presidente Jair Bolsonaro. Ele defendia medidas de restrição de circulação enquanto o mandatário era contrário. Também havia um confronto sobre o uso de cloroquina e outros medicamentos ineficazes no tratamento do coronavírus, sempre propagados pelo presidente.
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https://brasil.elpais.com/brasil/2021-04-28/renan-calheiros-o-insolito-novo-lider-da-oposicao-a-bolsonaro.html
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Maria Bethânia Carcará 1965)
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https://www.youtube.com/watch?v=Mw6uxqmHBNY
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Em discurso, Renan Calheiros diz que lutará por independência do Senado
02/02/2019, 15h13 - ATUALIZADO EM 02/02/2019, 15h17
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) lembra sua trajetória como presidente da Casa. Disse que contribuiu para dar mais celeridade e autonomia à votação das medidas provisórias. Disse ter sido isento, por exemplo, no processo que levou ao impeachment de Dilma.
Fonte: Agência Senado
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CPI da Pandemia ouve ex-ministros da Saúde na terça-feira
Fonte: Agência Senado
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https://www12.senado.leg.br/noticias/videos/2019/02/em-discurso-renan-calheiros-diz-que-lutara-por-independencia-do-senado
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Tudo por tortura
Globo radicaliza contra Já ir com o paraquedista Sívio
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Gilberto afirma para Fiuk sobre prova de resistência no BBB21: 'Quem vai ganhar é você'
30/04/2021 10h11 Atualizado há 12 minutos
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https://gshow.globo.com/realities/bbb/bbb21/ep/prova-avon-power-stay/noticia/gilberto-afirma-para-fiuk-sobre-prova-de-resistencia-quem-vai-ganhar-e-tu.ghtml
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CHARGES do Zé Dassilva
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- Veio camuflado, General Ramos?
- Bolsonaro não pode saber.
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https://www.nsctotal.com.br/especiais/charges-ze-dassilva
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REPORTAGEM
Patrocinadores estão preocupados com "tortura psicológica" no BBB 21
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BBB 21: Em cena exibida na terça-feira, Karol Conká pede desculpas para Lucas - Reprodução/Globoplay
BBB 21: Em cena exibida na terça-feira, Karol Conká pede desculpas para Lucas
Imagem: Reprodução/Globoplay
Mauricio Stycer
Colunista do UOL
04/02/2021 18h27
As principais marcas patrocinadoras do "BBB 21" estão assustadas e preocupadas com os rumos tomados pelo reality show da Globo e pela repercussão negativa que está tendo. Em comunicações por escrito, já na segunda-feira (01), os anunciantes mencionam a "tortura psicológica" que a cantora Karol Conká teria praticado dentro da casa contra Lucas e Juliette.
A coluna apurou que as marcas estão trocando informações entre si, especulando sobre o que podem fazer. Uma das possibilidades aventadas foi uma manifestação pública em conjunto. Até agora, porém, nenhum patrocinador veio a público falar sobre o assunto. A Globo está a par da preocupação das marcas e procurou tranquilizá-las.
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Em nota enviada ao UOL, a emissora diz que "as atitudes e comportamentos variados dentro da casa do Big Brother Brasil fazem parte da dinâmica do jogo, acompanhada de perto pela direção do programa e por uma equipe de psicólogos que atua e oferece suporte sempre que necessário".
Ainda segundo a Globo, "as discussões geradas provocam reflexão sobre temas relevantes para os participantes e também para o público, impulsionando movimentos de conscientização, mobilização para mudanças e gerando consequências na própria dinâmica do programa, com a eliminação daqueles cujo comportamento agrade menos a audiência".
Por fim, a emissora reconhece que os patrocinadores estão acompanhando o caso com atenção: "Esses assuntos, inevitavelmente, entram na pauta também das marcas parceiras que estão presentes a cada edição como um convite para fazerem parte das conversas e dessa trajetória de evolução da sociedade".
O programa exibido pela Globo na TV aberta não mostrou nenhuma das cenas mais chocantes em que Karol manifestou o que foi classificado por muitos como "tortura psicológica" contra Juliette e Lucas. Mas diversos vídeos com trechos do reality show expondo preconceito, opressão e tentativas de "cancelamento" foram captados na transmissão online e têm circulado nas redes sociais.
Ainda na segunda-feira, o "BBB" promoveu uma atividade entre os participantes destinada justamente a discutir "cancelamento". O objetivo era que eles refletissem sobre quem estava agindo na casa como "cancelador". Para quem está olhando de fora, a resposta parecia simples: Karol, Lumena, Negro Di. Mas a maioria respondeu que os "canceladores" eram Lucas e Juliette, justamente os alvos principais dos ataques.
Em resposta à repercussão das atitudes de Karol dentro do reality show, o Festival Rec-Beat decidiu cancelar a exibição do show pré-gravado que ela faria no evento. Já o programa "Prazer Feminino", apresentado pela cantora e pela ex-BBB Marcela Mc Gowan, que iria estrear em fevereiro no GNT, não tem mais data de lançamento.
Numa edição com número recorde de marcas, são oito os patrocinadores principais. Destes, Americanas, PicPay e Avon são cotistas "big" e estão sendo expostos na Globo, no Multishow e nas plataformas digitais da companhia. Os cotistas chamados "anjos" são Amstel, C&A, McDonald's, P&G e Seara, com presença também na TV aberta, mas não nos produtos digitais.
Quase todas as grandes marcas hoje têm se apresentado publicamente como defensoras de princípios como representatividade, diversidade, tolerância, respeito. E muitas entenderam, pensando no saldo final positivo da edição passada, que seria ótimo se associar ao "BBB 21".
A Avon, uma das empresas que manifestou preocupação com os fatos ocorridos no programa, é um bom exemplo. É a primeira vez que anuncia no reality show. A marca de produtos de beleza tem um posicionamento explicito em defesa da diversidade das mulheres e contra os preconceitos. A campanha que tem exibido no "BBB" mostra mulheres bem diferentes em matéria de aparência, idade e raça.
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Lucas sofreu tortura psicológica no "BBB 21"? Ao que tudo indica, sim..
Imagem: Reprodução/Globoplay
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Bruna Alves
De VivaBem, em São Paulo
02/02/2021 15h38
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https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/02/02/entenda-o-que-e-tortura-psicologica-sofrida-por-lucas-no-bbb-21.htm
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https://www.uol.com.br/splash/colunas/mauricio-stycer/2021/02/04/patrocinadores-estao-preocupados-com-tortura-psicologica-no-bbb-21.htm
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Roda, Roda e Avisa
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Cassino do Chacrinha-Roda, Roda e Avisa
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https://www.youtube.com/watch?v=m7Wr1KYwIUo
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quinta-feira, 29 de abril de 2021
Verba testamentária
Mas a natureza, apostada em lograr o homem, mostrou ainda desta vez que ela possui segredos inopináveis. Machado de Assis
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É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela.
- Friedrich Nietzsche
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“… Item, é minha última vontade que o caixão em que o meu corpo houver de ser enterrado, seja fabricado em casa de Joaquim Soares, à rua da Alfândega. Desejo que ele tenha conhecimento desta disposição, que também será pública. Joaquim Soares não me conhece; mas é digno da distinção, por ser dos nossos melhores artistas, e um dos homens mais honrados da nossa terra…”
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Cumpriu-se à risca esta verba testamentária. Joaquim Soares fez o caixão em que foi metido o corpo do pobre Nicolau B. de C.; fabricou-o ele mesmo, con amore; e, no fim, por um movimento cordial, pediu licença para não receber nenhuma remuneração. Estava pago; o favor do defunto era em si mesmo um prêmio insigne. Só desejava uma coisa: a cópia autêntica da verba. Deram-lha; ele mandou-a encaixilhar e pendurar de um prego, na loja. Os outros fabricantes de caixões, passado o assombro, clamaram que o testamento era um despropósito. Felizmente, — e esta é uma das vantagens do estado social, — felizmente, todas as demais classes acharam que aquela mão, saindo do abismo para abençoar a obra de um operário modesto, praticara uma ação rara e magnânima. Era em 1855; a população estava mais conchegada; não se falou de outra coisa. O nome do Nicolau reboou por muitos dias na imprensa da Corte, donde passou à das províncias. Mas a vida universal é tão variada, os sucessos acumulam-se em tanta multidão, e com tal presteza, e, finalmente, a memória dos homens é tão frágil, que um dia chegou em que a ação de Nicolau mergulhou de todo no olvido.
Não venho restaurá-la. Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito. Obra de lápis e esponja. Não, não venho restaurá-la. Há milhares de ações tão bonitas, ou ainda mais bonitas do que a do Nicolau, e comidas do esquecimento. Venho dizer que a verba testamentária não é um efeito sem causa; venho mostrar uma das maiores curiosidades mórbidas deste século.
Sim, leitor amado, vamos entrar em plena patologia. Esse menino que aí vês, nos fins do século passado (em 1855, quando morreu, tinha o Nicolau sessenta e oito anos), esse menino não é um produto são, não é um organismo perfeito. Ao contrário, desde os mais tenros anos, manifestou por atos reiterados que há nele algum vício interior, alguma falha orgânica. Não se pode explicar de outro modo a obstinação com que ele corre a destruir os brinquedos dos outros meninos, não digo os que são iguais aos dele, ou ainda inferiores, mas os que são melhores ou mais ricos. Menos ainda se compreende que, nos casos em que o brinquedo é único, ou somente raro, o jovem Nicolau console a vítima com dois ou três pontapés; nunca menos de um. Tudo isso é obscuro. Culpa do pai não pode ser. O pai era um honrado negociante ou comissário (a maior parte das pessoas a que aqui se dá o nome de comerciantes, dizia o marquês de Lavradio, nada mais são que uns simples comissários), que viveu com certo luzimento, no último quartel do século, homem ríspido, austero, que admoestava o filho, e, sendo necessário, castigava-o. Mas nem admoestações, nem castigos, valiam nada. O impulso interior do Nicolau era mais eficaz do que todos os bastões paternos; e, uma ou duas vezes por semana, o pequeno reincidia no mesmo delito. Os desgostos da família eram profundos. Deu-se mesmo um caso, que, por suas gravíssimas conseqüências, merece ser contado.
O vice-rei, que era então o conde de Resende, andava preocupado com a necessidade de construir um cais na praia de D. Manuel. Isto, que seria hoje um simples episódio municipal, era naquele tempo, atentas as proporções escassas da cidade, uma empresa importante. Mas o vice-rei não tinha recursos; o cofre público mal podia acudir às urgências ordinárias. Homem de estado, e provavelmente filósofo, engendrou um expediente não menos suave que profícuo: distribuir, a troco de donativos pecuniários, postos de capitão, tenente e alferes. Divulgada a resolução, entendeu o pai do Nicolau que era ocasião de figurar, sem perigo, na galeria militar do século, ao mesmo tempo que desmentia uma doutrina bramânica. Com efeito, está nas leis de Manu, que dos braços de Brama nasceram os guerreiros, e do ventre os agricultores e comerciantes; o pai do Nicolau, adquirindo o despacho de capitão, corrigia esse ponto da anatomia gentílica. O outro comerciante, que com ele competia em tudo, embora familiares e amigos, apenas teve notícia do despacho, foi também levar a sua pedra ao cais. Desgraçadamente, o despeito de ter ficado atrás alguns dias, sugeriu-lhe um arbítrio de mau gosto e, no nosso caso, funesto; foi assim que ele pediu ao vice-rei outro posto de oficial do cais (tal era o nome dado aos agraciados por aquele motivo) para um filho de sete anos. O vice-rei hesitou; mas o pretendente, além de duplicar o donativo, meteu grandes empenhos, e o menino saiu nomeado alferes. Tudo correu em segredo; o pai de Nicolau só teve notícia do caso no domingo próximo, na igreja do Carmo, ao ver os dois, pai e filho, vindo o menino com uma fardinha, que, por galanteria, lhe meteram no corpo. Nicolau, que também ali estava, fez-se lívido; depois, num ímpeto, atirou-se sobre o jovem alferes e rasgou-lhe a farda, antes que os pais pudessem acudir. Um escândalo. O rebuliço do povo, a indignação dos devotos, as queixas do agredido, interromperam por alguns instantes as cerimônias eclesiásticas. Os pais trocaram algumas palavras acerbas, fora, no adro, e ficaram brigados para todo o sempre.
— Este rapaz há de ser a nossa desgraça! bradava o pai de Nicolau, em casa, depois do episódio.
Nicolau apanhou então muita pancada, curtiu muita dor, chorou, soluçou; mas de emenda coisa nenhuma. Os brinquedos dos outros meninos não ficaram menos expostos. O mesmo passou a acontecer às roupas. Os meninos mais ricos do bairro não saíam fora senão com as mais modestas vestimentas caseiras, único modo de escapar às unhas de Nicolau. Com o andar do tempo, estendeu ele a aversão às próprias caras, quando eram bonitas, ou tidas como tais. A rua em que ele residia, contava um sem-número de caras quebradas, arranhadas, conspurcadas. As coisas chegaram a tal ponto, que o pai resolveu trancá-lo em casa durante uns três ou quatro meses. Foi um paliativo, e, como tal, excelente. Enquanto durou a reclusão, Nicolau mostrou-se nada menos que angélico; fora daquele sestro mórbido, era meigo, dócil, obediente, amigo da família, pontual nas rezas. No fim dos quatro meses, o pai soltou-o; era tempo de o meter com um professor de leitura e gramática.
— Deixe-o comigo, disse o professor; deixe-o comigo, e com esta (apontava para a palmatória)… Com esta, é duvidoso que ele tenha vontade de maltratar os companheiros.
Frívolo! três vezes frívolo professor! Sim, não há dúvida, que ele conseguiu poupar os meninos bonitos e as roupas vistosas, castigando as primeiras investidas do pobre Nicolau; mas em que é que este sarou da moléstia? Ao contrário, obrigado a conter-se, a engolir o impulso, padecia dobrado, fazia-se mais lívido, com reflexo de verde bronze; em certos casos, era compelido a voltar os olhos ou fechá-los, para não arrebentar, dizia ele. Por outro lado, se deixou de perseguir os mais graciosos, ou melhor, adornados, não perdoou aos que se mostravam mais adiantados no estudo; espancava-os, tirava-lhes os livros, e lançava-os fora, nas praias ou no mangue. Rixas, sangue, ódios, tais eram os frutos da vida, para ele, além das dores cruéis que padecia, e que a família teimava em não entender. Se acrescentarmos que ele não pôde estudar nada seguidamente, mas a trancos, e mal, como os vagabundos comem, nada fixo, nada metódico, teremos visto algumas das dolorosas conseqüências do fato mórbido, oculto e desconhecido. O pai, que sonhava para o filho a Universidade, vendo-se obrigado a estrangular mais essa ilusão, esteve prestes a amaldiçoá-lo; foi a mãe que o salvou.
Saiu um século, entrou outro, sem desaparecer a lesão do Nicolau. Morreu-lhe o pai em 1807 e a mãe em 1809; a irmã casou com um médico holandês, treze meses depois. Nicolau passou a viver só. Tinha vinte e três anos; era um dos petimetres da cidade, mas um singular petimetre, que não podia encarar nenhum outro, ou fosse mais gentil de feições, ou portador de algum colete especial sem padecer uma dor violenta, tão violenta, que o obrigava às vezes a trincar o beiço até deitar sangue. Tinha ocasiões de cambalear; outras de escorrer-lhe pelo canto da boca um fio quase imperceptível de espuma. E o resto não era menos cruel. Nicolau ficava então ríspido; em casa achava tudo mau, tudo incômodo, tudo nauseabundo; feria a cabeça aos escravos com os pratos, que iam partir-se também, e perseguia os cães, a pontapés; não sossegava dez minutos, não comia, ou comia mal. Enfim dormia; e ainda bem que dormia. O sono reparava tudo. Acordava lhano e meigo, alma de patriarca, beijando os cães entre as orelhas, deixando-se lamber por eles, dando-lhes do melhor que tinha, chamando aos escravos as coisas mais familiares e ternas. E tudo, cães e escravos, esqueciam as pancadas da véspera, e acudiam às vozes dele obedientes, namorados, como se este fosse o verdadeiro senhor, e não o outro.
Um dia, estando ele em casa da irmã, perguntou-lhe esta por que motivo não adotava uma carreira qualquer, alguma coisa em que se ocupasse, e…
— Tens razão, vou ver, disse ele.
Interveio o cunhado e opinou por um emprego na diplomacia. O cunhado principiava a desconfiar de alguma doença e supunha que a mudança de clima bastava a restabelecê-lo. Nicolau arranjou uma carta de apresentação, e foi ter com o ministro de estrangeiros. Achou-o rodeado de alguns oficiais da secretaria, prestes a ir ao paço, levar a notícia da segunda queda de Napoleão, notícia que chegara alguns minutos antes. A figura do ministro, as circunstâncias do momento, as reverências dos oficiais, tudo isso deu um tal rebate ao coração do Nicolau, que ele não pôde encarar o ministro. Teimou, seis ou oito vezes, em levantar os olhos, e da única em que o conseguiu fizeram-se-lhe tão vesgos, que não via ninguém, ou só uma sombra, um vulto, que lhe doía nas pupilas ao mesmo tempo que a face ia ficando verde. Nicolau recuou, estendeu a mão trêmula ao reposteiro, e fugiu.
— Não quero ser nada! disse ele à irmã, chegando a casa; fico com vocês e os meus amigos.
Os amigos eram os rapazes mais antipáticos da cidade, vulgares e ínfimos. Nicolau escolhera-os de propósito. Viver segregado dos principais era para ele um grande sacrifício; mas, como teria de padecer muito mais vivendo com eles, tragava a situação. Isto prova que ele tinha certo conhecimento empírico do mal e do paliativo. A verdade é que, com esses companheiros, desapareciam todas as perturbações fisiológicas do Nicolau. Ele fitava-os sem lividez, sem olhos vesgos, sem cambalear, sem nada. Além disso, não só eles lhe poupavam a natural irritabilidade, como porfiavam em tornar-lhe a vida, senão deliciosa, tranqüila; e para isso, diziam-lhe as maiores finezas do mundo, em atitudes cativas, ou com certa familiaridade inferior. Nicolau amava em geral as naturezas subalternas, como os doentes amam a droga que lhes restitui a saúde; acariciava-as paternalmente, dava-lhes o louvor abundante e cordial, emprestava-lhes dinheiro, distribuía-lhes mimos, abria-lhes a alma…
Veio o grito do Ipiranga; Nicolau meteu-se na política. Em 1823 vamos achá-lo na Constituinte. Não há que dizer ao modo por que ele cumpriu os deveres do cargo. Integro, desinteressado, patriota, não exercia de graça essas virtudes públicas, mas à custa de muita tempestade moral. Pode-se dizer, metaforicamente, que a freqüência da câmara custava-lhe sangue precioso. Não era só porque os debates lhe pareciam insuportáveis, mas também porque lhe era difícil encarar certos homens, especialmente em certos dias. Montezuma, por exemplo, parecia-lhe balofo, Vergueiro, maçudo, os Andradas, execráveis. Cada discurso, não só dos principais oradores, mas dos secundários, era para o Nicolau verdadeiro suplício. E, não obstante, firme, pontual. Nunca a votação o achou ausente; nunca o nome dele soou sem eco pela augusta sala. Qualquer que fosse o seu desespero, sabia conter-se e pôr a idéia da pátria acima do alívio próprio. Talvez aplaudisse in petto o decreto da dissolução. Não afirmo; mas há bons fundamentos para crer que o Nicolau, apesar das mostras exteriores, gostou de ver dissolvida a assembléia. E se essa conjetura é verdadeira, não menos o será esta outra: — que a deportação de alguns dos chefes constituintes, declarados inimigos públicos, veio aguar-lhe aquele prazer. Nicolau, que padecera com os discursos deles, não menos padeceu com o exílio, posto lhes desse um certo relevo. Se ele também fosse exilado!
— Você podia casar, mano, disse-lhe a irmã.
— Não tenho noiva.
— Arranjo-lhe uma. Valeu?
Era um plano do marido. Na opinião deste, a moléstia do Nicolau estava descoberta; era um verme do baço, que se nutria da dor do paciente, isto é, de uma secreção especial, produzida pela vista de alguns fatos, situações ou pessoas. A questão era matar o verme; mas, não conhecendo nenhuma substância química própria a destruí-lo, restava o recurso de obstar à secreção, cuja ausência daria igual resultado. Portanto, urgia casar o Nicolau, com alguma moça bonita e prendada, separá-lo do povoado, metê-lo em alguma fazenda, para onde levaria a melhor baixela, os melhores trastes, os mais reles amigos, etc.
— Todas as manhãs, continuou ele, receberá o Nicolau um jornal que vou mandar imprimir com o único fim de lhe dizer as coisas mais agradáveis do mundo, e dizê-las nominalmente, recordando os seus modestos, mas profícuos trabalhos da Constituinte, e atribuindo-lhe muitas aventuras namoradas, agudezas de espírito, rasgos de coragem. Já falei ao almirante holandês para consentir que, de quando em quando, vá ter com Nicolau algum dos nossos oficiais dizer-lhe que não podia voltar para a Haia sem a honra de contemplar um cidadão tão eminente e simpático, em quem se reúnem qualidades raras, e, de ordinário, dispersas. Você, se puder alcançar de alguma modista, a Gudin, por exemplo, que ponha o nome de Nicolau em um chapéu ou mantelete, ajudará muito a cura de seu mano. Cartas amorosas anônimas, enviadas pelo correio, são um recurso eficaz… Mas comecemos pelo princípio, que é casá-lo.
Nunca um plano foi mais conscienciosamente executado. A noiva escolhida era a mais esbelta, ou uma das mais esbeltas da capital. Casou-os o próprio bispo. Recolhido à fazenda, foram com ele somente alguns de seus mais triviais amigos; fez-se o jornal, mandaram-se as cartas, peitaram-se as visitas. Durante três meses tudo caminhou às mil maravilhas. Mas a natureza, apostada em lograr o homem, mostrou ainda desta vez que ela possui segredos inopináveis. Um dos meios de agradar ao Nicolau era elogiar a beleza, a elegância e as virtudes da mulher; mas a moléstia caminhara, e o que parecia remédio excelente foi simples agravação do mal. Nicolau, ao fim de certo tempo, achava ociosos e excessivos tantos elogios à mulher, e bastava isto a impacientá-lo, e a impaciência a produzir-lhe a fatal secreção. Parece mesmo que chegou ao ponto de não poder encará-la muito tempo, e a encará-la mal; vieram algumas rixas, que seriam o princípio de uma; separação, se ela não morresse daí a pouco. A dor do Nicolau foi profunda e verdadeira; mas a cura interrompeu-se logo, porque ele desceu ao Rio de Janeiro, onde o vamos achar, tempos depois, entre os revolucionários de 1831.
Conquanto pareça temerário dizer as causas que levaram o Nicolau para o Campo da Aclamação, na noite de 6 para 7 de abril, penso que não estará longe da verdade quem supuser que — foi o raciocínio de um ateniense célebre e anônimo. Tanto os que diziam bem, como os que diziam mal do imperador, tinham enchido as medidas ao Nicolau. Esse homem, que inspirava entusiasmos e ódios, cujo nome era repetido onde quer que o Nicolau estivesse, na rua, no teatro, nas casas alheias, tornou-se uma verdadeira perseguição mórbida, daí o fervor com que ele meteu a mão no movimento de 1831. A abdicação foi um alívio. Verdade é que a Regência o achou dentro de pouco tempo entre os seus adversários; e há quem afirme que ele se filiou ao partido caramuru ou restaurador, posto não ficasse prova do ato. O que é certo é que a vida pública do Nicolau cessou com a Maioridade.
A doença apoderara-se definitivamente do organismo. Nicolau ia, a pouco e pouco, recuando na solidão. Não podia fazer certas visitas, freqüentar certas casas. O teatro mal chegava a distraí-lo. Era tão melindroso o estado dos seus órgãos auditivos, que o ruído dos aplausos causava-lhe dores atrozes. O entusiasmo da população fluminense para com a famosa Candiani e a Meréia, mas a Candiani principalmente, cujo carro puxaram alguns braços humanos, obséquio tanto mais insigne quanto que o não fariam ao próprio Platão, esse entusiasmo foi uma das maiores mortificações do Nicolau. Ele chegou ao ponto de não ir mais ao teatro, de achar a Candiani insuportável, e preferir a Norma dos realejos à da prima-dona. Não era por exageração de patriota que ele gostava de ouvir o João Caetano, nos primeiros tempos; mas afinal deixou-o também, e quase que inteiramente os teatros.
— Está perdido! pensou o cunhado. Se pudéssemos dar-lhe um baço novo…
Como pensar em semelhante absurdo? Estava naturalmente perdido. Já não bastavam os recreios domésticos. As tarefas literárias a que se deu, versos de família, glosas a prêmio e odes políticas, não duraram muito tempo, e pode ser até que lhe dobrassem o mal. De fato, um dia, pareceu-lhe que essa ocupação era a coisa mais ridícula do mundo, e os aplausos ao Gonçalves Dias, por exemplo, deram-lhe idéia de um povo trivial e de mau gosto. Esse sentimento literário, fruto de uma lesão orgânica, reagiu sobre a mesma lesão, ao ponto de produzir graves crises, que o tiveram algum tempo na cama. O cunhado aproveitou o momento para desterrar-lhe da casa todos os livros de certo porte.
Explica-se menos o desalinho com que daí a meses começou a vestir-se. Educado com hábitos de elegância, era antigo freguês de um dos principais alfaiates da Corte, o Plum, não passando um só dia em que não fosse pentear-se ao Desmarais e Gérard, coiffeurs de la cour, à rua do Ouvidor. Parece que achou enfatuada esta denominação de cabeleireiros do paço, e castigou-os indo pentear-se a um barbeiro ínfimo. Quanto ao motivo que o levou a trocar de traje, repito que é inteiramente obscuro, e a não haver sugestão da idade é inexplicável. A despedida do cozinheiro é outro enigma. Nicolau, por insinuação do cunhado, que o queria distrair, dava dois jantares por semana; e os convivas eram unânimes em achar que o cozinheiro dele primava sobre todos os da capital. Realmente os pratos eram bons, alguns ótimos, mas o elogio era um tanto enfático, excessivo, para o fim justamente de ser agradável ao Nicolau, e assim aconteceu algum tempo. Como entender, porém, que um domingo, acabado o jantar, que fora magnífico, despedisse ele um varão tão insigne, causa indireta de alguns dos seus mais deleitosos momentos na terra? Mistério impenetrável.
— Era um ladrão! foi a resposta que ele deu ao cunhado.
Nem os esforços deste nem os da irmã e dos amigos, nem os bens, nada melhorou o nosso triste Nicolau. A secreção do baço tornou-se perene, e o verme reproduziu-se aos milhões, teoria que não sei se é verdadeira, mas enfim era a do cunhado. Os últimos anos foram crudelíssimos. Quase se pode jurar que ele viveu então continuamente verde, irritado, olhos vesgos, padecendo consigo ainda muito mais do que fazia padecer aos outros. A menor ou maior coisa triturava-lhe os nervos: um bom discurso, um artista hábil, uma sege, uma gravata, um soneto, um dito, um sonho interessante, tudo dava de si uma crise.
Quis ele deixar-se morrer? Assim se poderia supor, ao ver a impassibilidade com que rejeitou os remédios dos principais médicos da Corte; foi necessário recorrer à simulação, e dá-los, enfim, como receitados por um ignorantão do tempo. Mas era tarde. A morte levou-o ao cabo de duas semanas.
— Joaquim Soares? bradou atônito o cunhado, ao saber da verba testamentária do defunto, ordenando que o caixão fosse fabricado por aquele industrial. Mas os caixões desse sujeito não prestam para nada, e…
— Paciência! interrompeu a mulher; a vontade do mano há de cumprir-se.
Fontes:
ASSIS, Machado de. Papéis avulsos. (Volume de contos, publicado em 1882). Costaflosi Ltda., 1998.
Imagem = http://ainternetmeassusta.blogspot.com
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https://nuhtaradahab.wordpress.com/2009/02/26/machado-de-assis-verba-testamentaria/
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Machado afirmava no conto "Verba Testamentária" que "esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito. Obra de lápis e esponja". Quando escrevia isso, certamente, ele queria dizer exatamente o contrário.7 de nov. de 2008
Folha de S.Paulo - Arnaldo Niskier: Machado ainda ... - UOL
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esquecer é uma necessidade. Mas a natureza, apostada em lograr o homem, mostrou ainda desta vez que ela possui segredos inopináveis.
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Machado ainda vive
ARNALDO NISKIER
É pertinente um comentário sobre as ilações pedagógicas da obra de Machado. A educação apareceu muito, até nas ironias do escritor
MACHADO DE Assis foi a atração literária do ano. Sua vida e a vasta e musculosa obra serviram de pretexto para aulas, seminários, conferências e artigos. Como nunca houve antes neste país. A exposição na Academia Brasileira de Letras reuniu milhares de estudantes em visitas guiadas sem precedentes.
É pertinente, por isso mesmo, um comentário sobre as ilações pedagógicas da obra do "bruxo do Cosme Velho". De propósito ou sem querer, a verdade é que a educação apareceu muito, até mesmo nas ironias do escritor carioca, que, se reportando a uma aula na escola pública que freqüentou, viajou com o pensamento nas asas de um papagaio de papel, enquanto a gramática era deixada em segundo plano. Nem por isso a sua escrita deixou de ser impecável, anos mais tarde.
Numa releitura dos seus romances, contos, poemas, crônicas e cartas, descobre-se que ele se esmerava em mostrar de que maneira cada um de nós pode chegar a se tornar um ser humano melhor.
Não nos preocupamos exatamente com lições morais, mas com o que o espírito de Machado acolheu e que seria de interesse objetivo da educação do seu tempo. A presença do professor, a forma dos castigos, a valorização de línguas estrangeiras e o pouco prestígio dado à educação feminina são temas recorrentes em suas obras.
O mundo melancólico de Machado, com as suas voltas à infância sofrida, mescla-se com a nostalgia presente no "Conto de Escola": "Para cúmulo do desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do morro do Livramento, um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa, que boiava no ar, uma coisa soberba. E eu na escola, sentado, pernas unidas, com o livro de leitura e a gramática nos joelhos".
Em "Outros Contos", encontramos mais uma preciosidade ligada à idéia do magistério, no sentido que lhe quis dar Machado de Assis: "Meu propósito era ser mestre de meninos, ensinar alguma cousa pouca do que soubesse, dar a primeira forma ao espírito do cidadão... Calou-se o mestre alguns minutos, repetindo consigo essa última frase, que lhe pareceu engenhosa e galante... O mestre, enquanto virava a frase, respirando com estrépito, ia dando ao peito da camisa umas ondulações que, em falta de outra distração, recreavam interiormente os discípulos".
É um texto admirável, de que se podem tirar diversas inferências: a fina ironia com respeito à idéia abominável de delação; a existência somente de meninos na classe, revelando a discriminação então existente; a repetição exaustiva da palavra "mestre", com que Machado designava os professores; o retrato de corpo inteiro de uma classe típica, em que ocorrem fatos ainda hoje comuns no espírito da garotada. Isso tudo além do mestre, que, falando para si mesmo, revelava o inteiro teor do que então denominávamos "magister dixit".
A crítica de Machado à escola mostrava suas idéias: os alunos não eram interessados porque também os mestres não o eram. O professor da época não fazia o aluno raciocinar; antes, queria impressionar e impor-se pela dificuldade das palavras; discursava, emitindo conceitos fora do alcance dos alunos. Nos textos, aparecem os castigos físicos, como a palmatória, que em "Conto da Escola" é descrita como "cheia de olhos".
A cultura de Machado veio do seu autodidatismo, pois só fez os estudos primários. É verdade que era pobre e precisou trabalhar como tipógrafo.
Mas teria ele continuado na escola se pudesse? Foram perguntas que me ficaram -e ficarão- sem resposta.
Não se deve esquecer nenhum desses pormenores se queremos uma educação renovada. Machado afirmava no conto "Verba Testamentária" que "esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito. Obra de lápis e esponja". Quando escrevia isso, certamente, ele queria dizer exatamente o contrário.
ARNALDO NISKIER, 73, é professor de história e filosofia da educação e presidente do Centro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro. É ex-secretário de Estado de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, ex-membro do Conselho Nacional de Educação, professor emérito da Eceme e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras.
Fonte: FOLHA DE S.PAULO opinião
São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2008
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https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0711200809.htm#:~:text=Machado%20afirmava%20no%20conto%20%22Verba,queria%20dizer%20exatamente%20o%20contr%C3%A1rio.
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Verba Testamentária (Conto), de Machado de Assis (ÁUDIO-VÍDEO)
Narração: Iba Mendes
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https://www.youtube.com/watch?v=BO9XLQsnJMk
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"Verba Testamentária" (Conto), de Machado de Assis
Narração: Rosa de Carvalho Costa e Silva
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https://www.youtube.com/watch?v=tD-FnWU2Fms
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quarta-feira, 28 de abril de 2021
Niccolò Machiavelli
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La «verità effettuale»
(Il principe, XV)
Il capitolo apre la parte più interessante e controversa del trattato, quella dedicata alla descrizione delle qualità che il principe deve avere per mantenersi saldo al potere: l'autore dichiara in modo programmatico di voler esprimere la "verità effettuale" delle cose e non già inseguire delle utopie politiche, essendo il suo fine quello di scrivere cose utili a chi legge, quindi viene spiegato che il principe non potrà sempre comportarsi bene e in modo moralmente ineccepibile, ma dovrà all'occorrenza saper mentire, frodare e compiere atti di violenza se ciò sarà necessario al mantenimento dello Stato. È questa una delle pagine del trattato che segnano la separazione tra etica religiosa e politica, nonché uno dei passi che più ha suscitato scandalo e ha fatto parlare negli anni seguenti di "machiavellismo".
► PERCORSO: Il Rinascimento
► AUTORE: Niccolò Machiavelli
► OPERA: Il principe
CAPITOLO XV
De his rebus quibus homines et praesertim principes laudantur aut vituperantur. [1]
Resta ora a vedere quali debbano essere e’ modi e governi di uno principe con sudditi o con gli amici. E perché io so che molti di questo hanno scritto, dubito, scrivendone ancora io, non essere tenuto prosuntuoso [2], partendomi massime, nel disputare questa materia, dagli ordini degli altri. [3] Ma sendo l’intento mio scrivere cosa utile a chi la intende, mi è parso più conveniente andare drieto alla verità effettuale della cosa, che alla imaginazione di essa. [4] E molti si sono imaginati republiche e principati che non si sono mai visti né conosciuti essere in vero; perché egli è tanto discosto da come si vive a come si doverrebbe vivere, che colui che lascia quello che si fa per quello che si doverrebbe fare impara piuttosto la ruina che la perservazione sua: perché uno uomo che voglia fare in tutte le parte professione di buono, conviene rovini infra tanti che non sono buoni. Onde è necessario a uno principe, volendosi mantenere, imparare a potere essere non buono, e usarlo e non l’usare secondo la necessità.
Lasciando, adunque, indrieto le cose circa uno principe imaginate, e discorrendo quelle che sono vere, dico che tutti gli uomini, quando se ne parla, e massime [5] e’ principi, per essere posti più alti, sono notati di alcune di queste qualità [6] che arrecano loro o biasimo o laude. E questo è che alcuno è tenuto liberale, alcuno misero (usando uno termine toscano, perché avaro in nostra lingua è ancora colui che per rapina desidera di avere, misero chiamiamo noi quello che si astiene troppo di usare il suo); alcuno è tenuto donatore, alcuno rapace; alcuno crudele, alcuno pietoso; l’uno fedifrago [7], l’altro fedele; l’uno effeminato e pusillanime, l’altro feroce e animoso; l’uno umano, l’altro superbo; l’uno lascivo, l’altro casto; l’uno intero [8], l’altro astuto; l’uno duro, l’altro facile; l’uno grave [9] l’altro leggieri, l’uno religioso l’altro incredulo, e simili. E io so che ciascuno confesserà che sarebbe laudabilissima cosa in uno principe trovarsi di tutte le soprascritte qualità, quelle che sono tenute buone; ma perché le non si possono avere né interamente osservare, per le condizioni umane che non lo consentono, gli è necessario essere tanto prudente che sappia fuggire l’infamia di quelli vizii che li torrebbano [10] lo stato, e da quelli che non gnene tolgano, guardarsi, se egli è possibile; ma, non possendo, vi si può con meno respetto [11] lasciare andare. Et etiam [12] non si curi di incorrere nella infamia di quelli vizii sanza quali e’ possa difficilmente salvare lo stato; perché, se si considerrà bene tutto, si troverrà qualche cosa che parrà virtù, e, seguendola, sarebbe la ruina sua; e qualcuna altra che parrà vizio, e, seguendola, ne riesce la securtà e il bene essere suo.
[1] Su quelle cose per le quali gli uomini, e specialmente i principi, sono lodati o criticati.
[2] Io temo di essere considerato presuntuoso. [3] Allontanandomi soprattutto dai criteri degli altri scrittori. [4] Ma essendo il mio intento quello di scrivere cose utili a chi legge, mi è sembrato meglio parlare di cose reali che non di immaginazioni.
[5] E in particolare. [6] Si attribuiscono loro alcune di queste qualità.
[7] Traditore.
[8] Leale. [9] Severo, austero.
[10] Che potrebbero togliergli.
[11] Con minori cautele.
[12] E anche, e inoltre.
Interpretazione complessiva
Il passo apre la parte del trattato (capp. XV-XXIII) dedicata alla descrizione dei comportamenti che il principe deve tenere nell'azione concreta di governo, quindi la sezione propriamente "precettistica" dell'opera e quella in cui Machiavelli esprime le idee più controverse, destinate a suscitare un vivace dibattito negli anni seguenti e a produrre la condanna del libro soprattutto da parte delle gerarchie ecclesiastiche: il capitolo è quasi una sorta di proemio e l'autore dichiara in modo programmatico di voler trattare la "verità effettuale" delle cose (noi diremmo la "realtà concreta") e non di andar dietro alla "imaginazione di essa", per cui egli prende le distanze dalla trattatistica politica precedente che aveva per lo più delineato delle utopie e descritto "republiche e principati che non si sono mai visti né conosciuti essere in vero", poiché il suo fine è scrivere cose che siano utili ai lettori, quindi dare consigli al principe che servano a mantenere il potere e non a causarne la rovina. Anche se Machiavelli non cita alcun autore, è implicito un riferimento sia alla trattatistica antica (il Platone delle Leggi e della Repubblica, che lui forse conosceva in modo indiretto, o il Cicerone del De re publica) sia a quella medievale dei Regimina principum, o anche alla stessa Monarchia di Dante che descriveva l'Impero come autorità universale e fonte di giustizia in modo assolutamente anacronistico e lontano già dalla realtà politica del primo Trecento. Machiavelli parte dalla considerazione che gli uomini non sono tutti buoni, quindi per il sovrano è impossibile comportarsi bene in qualunque circostanza, dal che emerge la concezione profondamente pessimistica della natura umana che si riflette anche in altre opere dell'autore e che verrà ripresa, sia pure giungendo ad altre conclusioni, anche dalla riflessione di Thomas Hobbes nel XVII sec. (in parte diversa, invece, la visione dell'umanità da parte del contemporaneo Guicciardini: ► VAI ALL'AUTORE).
Machiavelli elenca le diverse qualità che possono essere attribuite a un sovrano attraverso una serie di coppie antinomiche di aggettivi, cioè di opposto significato (generoso-rapace, traditore-fedele, leale-astuto, ecc.) e specifica che sarebbe bello se il principe potesse dimostrare solo le qualità considerate "buone", ma poiché ciò è impossibile, data la natura malvagia degli esseri umani, egli dovrà essere capace di usare l'una o l'altra a seconda delle circostanze, quindi dovrà essere bugiardo, traditore, violento quando ciò sarà indispensabile per mantenere intatto lo Stato. L'autore non vuole affatto esortare il principe a comportarsi in maniera malvagia né scrivere un manuale per tiranni, come pure molti lo accusarono di aver fatto, ma solo affermare che il fine principale del sovrano è il mantenimento dello Stato, considerato in sé un valore assoluto in quanto baluardo contro l'anarchia e il disordine civile, quindi qualunque comportamento atto a sortire questo fine deve essere tollerato e non respinto in virtù di ragioni puramente etiche o religiose. L'unica "etica" teorizzata da Machiavelli è appunto quella politica, relativa alla sopravvivenza dello Stato, e la sola cautela che il principe deve usare è quella di non esporsi a critiche che possano danneggiare la sua immagine di uomo politico, per quanto, se necessario, egli debba rinunciare anche a questo pur di non perdere la sua autorità e il suo potere. Tale posizione dell'autore verrà più avanti rielaborata nel concetto di "ragion di Stato" da Giovanni Botero e altri autori del tardo Cinquecento, nell'ambito del pesante clima culturale e politico della Controriforma (► VAI AL PERCORSO).
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https://slideplayer.it/slide/1007152/
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https://letteritaliana.weebly.com/la-veritagrave-effettuale.html
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CAPÍTULO XV
DAQUELAS COISAS PELAS QUAIS OS HOMENS, E
ESPECIALMENTE OS PRÍNCIPES, SÃO LOUVADOS OU
VITUPERADOS
(DE HIS REBUS QUIBUS HOMINES, ET PRAESERTIM PRINCIPES,
LAUDANTUR AUT VITUPERANTUR)
Resta ver agora quais devam ser os modos e o proceder de um príncipe para com
os súditos e os amigos e, por que sei que muitos já escreveram a respeito, duvido
não ser considerado presunçoso escrevendo ainda sobre o mesmo assunto,
máxime quando irei disputar essa matéria à orientação já por outros dada aos
príncipes. Mas, sendo minha intenção escrever algo de útil para quem por tal se
interesse, pareceu-me mais conveniente ir em busca da verdade extraída dos
fatos e não à imaginação dos mesmos, pois muitos conceberam repúblicas e
principados jamais vistos ou conhecidos como tendo realmente existido. Em
verdade, há tanta diferença de como se vive e como se deveria viver, que aquele
que abandone o que se faz por aquilo que se deveria fazer, aprenderá antes o
caminho de sua ruína do que o de sua preservação, eis que um homem que queira em todas as suas palavras fazer profissão de bondade, perder-se-á em
meio a tantos que não são bons. Donde é necessário, a um príncipe que queira se
manter, aprender a poder não ser bom e usar ou não da bondade, segundo a
necessidade.
Deixando de parte, assim, os assuntos relativos a um príncipe imaginário e
falando daqueles que são verdadeiros, digo que todos os homens, máxime os
príncipes por situados em posição mais preeminente, quando analisados, se
fazem notar por alguns daqueles atributos que lhes acarretam ou reprovação ou
louvor. Assim é que alguns são havidos como liberais, alguns miseráveis (usando
um termo toscano, porque "avaro" em nossa língua é ainda aquele que deseja
possuir por rapina, enquanto "miserável" chamamos aquele que se abstém em
excesso de usar o que possui); alguns são tidos como pródigos, alguns rapaces;
alguns cruéis, alguns piedosos; um fedífrago, o outro fiel; um efeminado e
pusilânime, o outro feroz e animoso; um humano, o outro soberbo; um lascivo, o
outro casto; um simples, o outro astuto; um duro, o outro fácil; um grave, o outro
leviano; um religioso, o outro incrédulo, e assim por diante.
Sei que cada um confessará que seria sumamente louvável encontrarem-se em
um príncipe, de todos os atributos acima referidos, apenas aqueles que são
considerados bons; mas, desde que não os podem possuir nem inteiramente
observá-los em razão das contingências humanas não o permitirem, é necessário
seja o príncipe tão prudente que saiba fugir à infâmia daqueles vícios que o fariam
perder o poder, cuidando evitar até mesmo aqueles que não chegariam a pôr em
risco o seu posto; mas, não podendo evitar, é possível tolerá-los, se bem que com quebra do respeito devido. Ainda, não evite o príncipe de incorrer na má faina
daqueles vícios que, sem eles, difícil se lhe torne salvar o Estado; pois, se bem
considerado for tudo, sempre se encontrará alguma coisa que, parecendo virtude,
praticada acarretará ruína, e alguma outra que, com aparência de vício, seguida
dará origem à segurança e ao bem-estar.
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http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000052.pdf
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O pensamento político de Maquiavel
Antonio de Freitas Júnior
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https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/141333/R174-10.pdf?sequence=4&isAllowed=y
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https://medium.com/@ianbastos/maquiavel-18a3c911e96f
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Paráfrase da obra de Nicolau Maquiavel, por Bruno Alves Pinto
Das coisas pelas quais os homens e sobretudo os príncipes são louvados ou injuriados
O autor se propões a estudar a melhor conduta de um soberano perante seus súditos e aliados, deixando claro que não pretende se limitar a um modelo ideal que se distancie do que é praticável nas condições reais: nem sempre a bondade é o caminho para o príncipe manter-se no poder.
Ademais, por conta da condição humana na qual o príncipe está colocado, seria impossível que ele trouxesse em si todas as qualidades morais consideradas positivas. Resta a ele, portanto, saber ser prudente quanto à sua postura a cada momento.
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https://resumoporcapitulo.com.br/o-principe/xv-das-coisas-pelas-quais-os-homens-e-sobretudo-os-principes-sao-louvados-ou-injuriados/
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https://www.ebiografia.com/nicolau_maquiavel/#:~:text=Maquiavel%2C%20o%20importante%20analista%20pol%C3%ADtico,uma%20s%C3%A1tira%20sobre%20o%20casamento.
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MURREY AND BLUE
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Richard III: The Murderous Machiavel?
In various discussions, on- and off-line, a Ricardian often times finds herself confronted with a particular type of debate about Richard III. Sometimes it is phrased in the context of the “brutality of the times” or the “scheming nature of a royal court” or the “rough and aggressive nature of lords and nobles in the waning days of late feudalism”. The last concept is particularly poignant, as it is presented as a zero-sum game where lords aspire and machinate to gain land, strip widows of their inheritance, and accumulate wealth for themselves. If they didn’t take such an aggressive approach, the thinking goes, then they’d lose power, influence, and possibly even their lives and/or their offspring’s legacy.
This, I believe, might be a reflection of a rather modern way of thinking about the 15th century, as told by historians, authors, and playwrights throughout the past five centuries. No doubt, it provides a powerful narrative structure in which to present the players from the past: raising the stakes makes a GAMBLE more risky, and large risks are more attention-grabbing and dramatically appealing than the timid wallflower who merely plays it “safe” and dies comfortably (and ignobly, forgotten) in his own bed.
Recently, I completed the on-line course at Oxford University’s CONTINUING education division on the “Wars of the Roses”. The title of the course referred to the reputation of the major players in that war, how individuals were perceived then and now. At one point we were asked to watch a clip from Laurence Olivier’s movie Richard III, which to his CREDIT, is introduced with a running script reminding the audience that what they are about to witness is not historical fact but a fascinating story.
The opening soliloquy is one of the most remarkable portions of the movie, and when I first saw it as a child, it left an indelible mark on my memory. It introduces us to the central character of the play, Richard, who is first seen in an empty throne room, following some ceremony that can be heard off-camera. Dressed in murrey and black, he is clinging to the throne like a man touching a rare and valuable coin that he covets. As the camera remains fixed at some distance, Richard pulls himself away from the throne and approaches the viewer with his memorable soliloquy:
https://youtu.be/px5hvNWoVLE
Notably, Olivier’s opening lines deviate from Shakespeare. He does quote the first 23 lines of the Bard’s play, but then veers off and incorporates a passage that is not original to The Tragedy of King Richard III, but is taken from Henry VI, Part 3:
But to command, to check, to o’erbear such
As are of better person than myself,
I’ll make heaven to dream upon the crown,
And, whilst I live, to account this world but hell,
Until my mis-shaped trunk that bears this head
Be round impaled with a glorious crown.
And yet I know not how to get the crown,
For many lives stand between me and home:
And I, — like one lost in a thorny wood,
That rends the thorns and is rent with the thorns,
Seeking a way and straying from the way;
Not knowing how to find the open air,
But toiling desperately to find it out, —
Torment myself to catch the English crown:
And from that torment I will free myself,
Or hew my way out with a bloody axe.
Why, I can smile, and murder whilst I smile,
And cry “Content” to that which grieves my heart,
And wet my cheeks with artificial tears,
And frame my face to all occasions.
I’ll drown more sailors than the mermaid shall;
I’ll slay more gazers than the basilisk;
I’ll play the orator as well as Nestor,
Deceive more slyly than Ulysses could,
And, like a Sinon, take another Troy.
I can add colours to the chameleon,
Change shapes with Proteus for advantages,
And set the murderous Machiavel to school.
Can I do this, and cannot get a crown?
Tut, were it farther off, I’ll pluck it down.
When you watch Olivier, the actor, give this speech, he delivers it in a long crescendoing volume, until he is yelling at full throat the phrase “And set the murderous Machiavel to school.” Pretty amazing acting and pacing.
It was clever for Olivier to incorporate these lines into his movie, because it reminds us that Shakespeare had molded his character of Richard based on contemporary perceptions of Niccolò Machiavelli. His most famous work – The Prince – composed in approximately 1513, was a radical and entirely new type of “mirror for princes” that was based on a traditional genre in the Medieval Age. Machiavelli transformed it, and its publication sent shock waves across the Continent and later into England. It was brutally honest, irreverent, anti-chivalric (or at least willing to pull off the outer skin of chivalry), and gave voice to perhaps what had always motivated princes, what had always kept princes in power, and what had kept people serving princes. And, ultimately, it was misinterpreted and currently still is being misinterpreted. (Some say that the phrase “old Nick” was a reference to Machiavelli.)
It cannot be ignored that Elizabethans were fascinated with Machiavelli. According to a Shakespearean website (http://openliterature.net/2012/06/01/word-of-the-day-machiavel), there are approximately 400 references to The Prince or to Machiavelli in Elizabethan literature. Considering that we only know a fraction of what must have been published then, one can only speculate that perhaps the underlying concepts proposed by this man were referred to, rebutted, supported or mocked, much more widely than we know today. Shakespeare himself made three references to “Machiavel” in his plays. Two of them come out of the mouth of Richard, duke of Gloucester, in Henry VI, Part 1 and Henry VI, Part 3, as noted above.
Why was this done? Well, one of the reasons has to be that the church authorities in England were not especially fond of Machiavelli’s mirror for princes. It was deemed heretical, and believed to have expressed tacit approval for things like judicial murder, duplicity, and for false piety. Cardinal Reginald Pole declared in 1539 that The Prince was the product of “Satan’s hand”. So when the character Richard states he feels like he is making his way through a “thorny wood”, what he means is that he is seeking a way but also “straying from the way” – meaning that he is straying from church dogma, straying away from accepted ideologies of chivalry, and likely straying away from the path to salvation. In other words, he is becoming amorally individualistic, chaotic, and seeking the ends regardless of the means. He threatens all semblance of order. How could we not be horrified and enthralled by him?
This is powerful stuff. And it is great for structuring a character. But I would propose it is premised upon a basic misconception of Machiavelli and The Prince. And, more importantly, it is based on a false premise of the man who lived and came to rule in England: Richard III. If we could make two recalibrations, it would be to re-adjust our accepted thinking about both The Prince and Richard III.
Some of the most controversial parts of The Prince deal with how princes come to power. One of the criticisms leveled at Richard III is that he made too much of seeking to achieve popular support, in lieu of support from the magnates. Yet, Machiavelli is in support of the way he did so. In Chapter 9 of The Prince, the author makes several astute observations about the necessity of obtaining popular support. This is not a bad concept; it is essentially democratic. (Machiavelli was a republican himself; some historians speculate that The Prince was satirical or an effort to thwart monarchy.) If we look upon what Machiavelli says, it is not a bad commentary on how Richard came to power via Titulus Regius, and what Richard was trying to achieve in his Parliament and the early part of his reign:
“He who obtains sovereignty by the assistance of nobles maintains himself with more difficulty than he who comes to it by the aid of the people, because the former finds himself with many around him who consider themselves his equals, and because of this can neither rule nor manage them to his liking. But he who reaches sovereignty by popular favor finds himself alone, and has none around him or few, who are not prepared to obey him.
“Besides this, one cannot by fair dealing, and without injury to others, satisfy the nobles, but you can satisfy the people, for their object is more righteous than that of the nobles, the latter wishing to oppress, whilst the former only desire not to be oppressed.
“Therefore, I say that the nobles ought to be looked at mainly in two ways: that is to say, they either shape their course in such a way as binds them entirely to your fortune, or they do not. Those who so bind themselves, and are not rapacious, ought to be honored and loved; those who do not bind themselves may be dealt with in two ways…. [Those who lack courage to do so] you ought to make use of them, especially of those who are of good counsel…. But when for their own ambitious ends they shun binding themselves, it is a token that they are giving more thought to themselves than to you, and a prince ought to guard against such, and to fear them as if they were open enemies, because in adversity they always help to ruin him.
“But one who, in opposition to the people, becomes a prince by the favour of the nobles ought, above everything, to seek to win the people over to himself, and this he may easily do if he takes them under his protection. Because men, when they receive good from him of whom they were expecting evil, are bound more closely to their benefactor; thus the people quickly become more devoted to him than if he had been raised to the principality by their favours;… But I repeat, it is necessary for a prince to have the people friendly, otherwise he has no security in adversity.
“But granted a prince who has established himself as above, who can command, and is a man of courage, undismayed in adversity, who does not fail in other qualifications, and who, by his resolution and energy, keeps the whole people encouraged – such a one will never find himself deceived in them, and it will be shown that he had laid his foundations well.”
Carefully examining the above text, one would be at a loss to describe it as “unethical”. Machiavelli is being pragmatic, but he is not advising the prince to murder or run roughshod over anyone who opposes him. Indeed, he says that the prince should employ the “unwilling noble” in his service especially when they provide good counsel, as, for example, if they have experience in matters of state, foreign policy, warfare, trade, or international relations. One might even understand why Richard saw a place for Thomas, Lord Stanley in his service, as to ignore him would have been counter-productive. Stanley held a vast affinity along the northern Welsh marches, a large private army, and he was married to Margaret Beaufort, mother of Henry Tudor – a contender for the throne. As the old political adage goes, it is better to have your enemy inside the tent pissing out, than standing outside and pissing into it. Some Ricardians advocate that Richard wasn’t “brutal enough” and he should have executed Stanley. That, indeed, would have been precisely contrary to the advice of Machiavelli, who in Chapter 17 warns that the prince should not execute enemies without due cause, but only on proper justification and for manifest cause. Precisely what “manifest cause” or justification could Richard III have used to order the execution of Stanley in 1483-84? I find it difficult to find one that does not involve retrospective hindsight bias, but it would be interesting to hear arguments on this point.
Other aspects of The Prince can hardly be faulted on an ethical basis, and many do not seek to justify amorality. Chapter 12 warns against the employment of mercenaries or auxiliary armies as they are “useless” and “dangerous”. Chapter 14 recommends the prince study history, warfare, to go hunting – in sum, not to be idle. Chapter 17 states the prince should keep his hands off an executed man’s property “because men more quickly forget the death of their father than the loss of their patrimony”. (If only Richard II had taken that advice, perhaps Henry Bolingbroke would have been deprived of his cause celebre.) Chapter 18 encourages the prince to cultivate a reputation for being merciful, faithful, humane, upright, and religious. The prince is recommended to honor property rights and not to violate the women of his realm (Chapter 19). The prince should avoid flatterers, have a tight circle of trusted friends, and not be fickle, frivolous, mean-spirited or irresolute (Chapters 19, 23). He should patronize those with ability and proficiency, reward innovators, keep taxes low, entertain people with spectacles and feasts, and hold trade societies and guilds in esteem (Chapter 21).
One of the more controversial statements in The Prince is found in Chapter 18, where Machiavelli states the prince “should appear to be compassionate, faithful to his word, guileless and devout. And indeed he should be so. But his disposition should be such that, if he needs to be the opposite, he knows how.” Many say the author is advocating false appearances, or a false piety. Nevertheless, all leaders of men in the 15th century had to make occasional concessions to efficacy, notwithstanding their personal piety or professed Christianity. “Saintly” Henry VI did not have clean hands himself; the possible assassination of Humphrey, duke of Gloucester, if indeed it was murder, was likely done with his knowledge and consent. Certainly, the duke’s wife was subjected to public humiliation when she was tried for witchcraft, which effectively resulted in Humphrey’s political assassination. And was it ethical for Henry V to order that no prisoners be given quarter at the battle of Agincourt, that all captured French soldiers were to be put to death, rather than ransomed? It was clearly against all principles of chivalry to make such an order. Perhaps it was a bit – Machiavellian – for Henry V to do so.
I realize that there will many who will bitterly disagree with my analysis. I have received messages from devout Ricardians who say it is dangerous, unwise and mistaken to enter down this path. They fear that any sympathetic reading of Machiavelli, or any comparison of Richard III to The Prince, will give force to the viewpoint that he was a dissembler, had always aspired to take the throne, and was an overly-ambitious man willing to kill to achieve his goal. To that, I would respond that we are forced to contend with the reality of Shakespeare’s imprint on Richard III’s reputation. We cannot simply ignore it or wish it away. One way of correcting Shakespeare’s caricature of Richard III is to attack the underlying phenotype. Rarely do people fit into neat boxes, or act in predictable ways. Life is not “black and white” and people do not act consistently. We are always left to sift between shades of grey.
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https://murreyandblue.wordpress.com/2015/01/31/richard-iii-the-murderous-machiavel-2/
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