sábado, 12 de agosto de 2023

MARIANNE PERETTI - "ARAGUAIA"

BRASÍLIA SE DESPEDE DE DAD SQUARISI ---------- ----------- Leandro MagalhãesIngrid Oliveirada CNN ------------- 30/04/2022 às 21:12 | Atualizado 30/04/2022 às 21:40 Compartilhe: Ouvir notícia A capital do Brasil completa 62 anos neste 2022. A construção de Brasília demorou 1.112 dias. Três anos e dez meses. Esse foi o tempo que a idealização da capital demorou para sair dos papéis de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. A dupla foi a responsável por tornar realidade o grande marco do governo de Juscelino Kubitschek. Em 1956, primeiro ano da construção, surgiram diversos acampamentos onde moravam os quase 64 mil operários envolvidos no empreendimento. Entre as as pessoas que participaram do projeto, muitos sofriam com a falta de estrutura. E outros perderam a vida nesse processo por conta dos acidentes de trabalho. “Esse prédio, que se chamava ’28’, hoje é o Congresso, toda hora caia uma pessoa. Muitos operários morreram”, disse à CNN o ex-operário Iran Andrade. Leia mais Artista Marianne Peretti, que participou da construção criativa de Brasília, morre aos 94 anos Artista Marianne Peretti, que participou da construção criativa de Brasília, morre aos 94 anos Séries Originais explora construção de Brasília no sexagenário da capital Séries Originais explora construção de Brasília no sexagenário da capital Brasília 60 anos: O sonho dos candangos vai além do funcionalismo público Brasília 60 anos: O sonho dos candangos vai além do funcionalismo público Antônio Rodrigues dos Santos, ex-operário da construção, disse à CNN que estava desempregado em Minas Gerais e foi para Brasília a trabalho. “Brasília para mim é tudo. Foi onde eu consegui fazer alguma coisa. Eu vim para Brasília para trabalhar”, disse. Mesmo com todos os problemas estruturais, a obra avançou e o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, e foi o primeiro a ser construído. O ex-operário mineiro Jerônimo Peres ajudou a construir o Palácio. Ele chegou a Brasília em 1958. “A gente morou lá mesmo. Tinha o alojamento, a residência. A gente levantava, tomava café e ia trabalhar”, disse à CNN. A pedido da CNN, Peres visitou o Palácio da Alvorada e foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Assista ao vídeo da reportagem completa. Tópicos Brasília __________________________________________________________________________________ ------------ __________________________________________________________________________________ Artista plástica Marianne Peretti visita suas obras no Congresso Nacional. __________________________________________________________________________________ --------------
-------------- Conheça a história do painel 'Araguaia', danificado por terroristas na invasão da Câmara dos Deputados Obra é da artista Marianne Peretti, feita em 1977 08/01/2023 19h39 Atualizado 08/01/2023 Artista plástica Marianne Peretti visita suas obras no Congresso Nacional. — Foto: Walesca Borges/Senado Federal Em 1977, a artista Marianne Peretti usou vidro temperado e jatos de areia para produzir "Araguaia", obra instalada no hall do Salão Verde da Câmara dos Deputados, em Brasília. Neste domingo, o trabalho de Marianne, que morreu no ano passado, foi danificado por terroristas que invadiram o Congresso Nacional, segundo informações da GloboNews. 8 de janeiro: Veja cenas da depredação do Congresso, Planalto e STF em meio à invasão de bolsonaristas Tapeçaria 'Músicos': Obra de Di Cavalcanti que Janja diz estar danificada vale cerca de R$ 5 milhões PUBLICIDADE A artista plástica franco-brasileira era a única mulher na equipe de Oscar Niemeyer e, segundo a historiografia da Câmara, ela foi chamada pelo arquiteto para participar de um novo projeto de decoração dos salões Verde e Nobre nos anos 1970 após a ampliação do Edifício Principal. A ideia era ter obras de arte e peças de mobiliário para delimitar e valorizar os ambientes. Coube a Marianna fazer peças em vidro para os espaços. O Salão Verde ficou com o "Araguaia", que dá a ideia o curso de um rio para quem olha. As linhas foram desenhadas com jatos de areia. No Salão Nobre, ela deixou o vitral "Phasifae", e no Salão Branco, o painel Alumbramento, de 1978. “Os meus painéis eram novidade. Oscar gostou muito, pois eles não fechavam o espaço e deixavam passar luz, o que é ótimo na arquitetura”, disse a artista plástica em entrevista à revista "Claudia". Outros vitrais de Marianne estão no Palácio do Jaburu, Memorial JK e Teatro Nacional, todos na cidade de Brasília. ___________________________________________________________________________________ ---------------- ------------ A FAVELA VAI ABAIXO - Clara Sandroni & Marcos Sacramento Kuarup Produtora Música: A Favela Vai Abaixo Intérprete: Clara Sandroni & Marcos Sacramento Autor: J. B. Da Silva (Sinhô) Álbum: Lira Carioca Ano do lançamento: 1997 ___________________________________________________________________________________ ----------- ----------- A fuga e antifuga de Edino Krieger x Vinicius de Moraes Rara. Raríssima. Pensava mesmo que não a encontraria nesse “mundo internético”. Depois de um excelente papo com esse músico do mundo nascido em Brusque, Santa Catarina, Edino Krieger, onde esse “jovem” de 89 anos (dia 17 de março) falou da vida e da música com a propriedade dos que sabem viver, viveram e podem confessar que realmente sabem o que é isso (viver), sabendo de sua histórica parceria com o “poetinha” Vinícius de Moraes, fui dar uma procurada. E. Felizmente para esta lembrança que já estava se despedindo, encontrei: Fuga e Antifuga! Escutem e sintam a beleza na música do maestro e a arte desse poeta-musical. A música de Edino é grande. Assim como o poema. Edino é música. Vinícius poesia. Fuga e Antifuga conquistou o quarto lugar no Festival Internacional da Canção do ano de 1967. Tenho certeza: são poucos aqueles que ouviram. Infelizmente. Menos ainda os que sabiam que o Maestro Edino Krieger é também parceiro do saudoso poetinha. ----------
----------- Marianne Peretti Araguaia, 1977 Vidro temperado / Tempered glass 245 x 1310 cm Acervo Câmara dos Deputados / Chamber of Deputies Collection Após a ampliação do Edifício Principal no início da década de 70, Oscar Niemeyer elaborou um projeto de decoração do Salão Verde e Salão Nobre, incluindo obras de arte e mobiliário, para atender à proposta de delimitar os espaços e valorizar os ambientes do Salão Verde. Neste painel Marianne Peretti fez uso de uma técnica que parece dar movimento às figuras geométricas colocadas sobre o vidro, lembrando o curso de um rio. After the expansion of the Main Building in the early seventies, Oscar Niemeyer elaborated a decoration project to the Green Hall and Noble Hall, including art works and furniture, after a plan to define the spaces and enhance the ambiance of the Green Hall. On this panel the artist made use of a technique that seems to give movement to the geometric figures put on glass, resembling a river's course. Marianne Peretti ★1927, Paris, França – Vive em Olinda, PE Pintora, escultora e desenhista. Colaboradora de Oscar Niemeyer em muitos de seus projetos de integração arte-arquitetura. Realizou os seus primeiros estudos de arte na Escola de Arte Decorativa e na Academie de la Grande Chaumière, Paris. Seus desenhos ilustraram livros como La Grèce, de Dore Ogrizec e o Almanach de Saint-German-des-Près. Transferiu-se para o Brasil em 1953, residindo em São Paulo. Dedica-se à criação de vitrais, esculturas e relevos para edifícios públicos e residências particulares. Possui obras nos seguintes prédios de Oscar Niemeyer: Câmara dos Deputados, Senado Federal, Palácio do Jaburu, Memorial Juscelino Kubitschek, Teatro Nacional, Catedral de Brasília e Superior Tribunal de Justiça, todos em Brasília; na sede da Revista Manchete, no Rio de Janeiro; no Edifício Burgo, em Turim, Itália; e na Maison de la Culture du Havre, na França. Saiba mais sobre a artista: https://www.marianneperetti.com.br/ ___________________________________________________________________________________ "Agora vocês já sabem quem é a responsável pelo calor que vocês sentem nas missas da Catedral..." Guia da Visita ao Congresso Nacional, em 05/08/2023, ao apresentar o painel da autora no Salão Verde da Câmara dos Deputados Federais na capital da República.
---------- 👆Identifique os pontos de fugas que dão perspectiva ao desenho. A seguir, decifre o que está sendo dito com a letra de Niemeyer! ____________________________________________________________________________________ ----------- "Marianne Peretti é uma artista de excepcional talento. Os vitrais maravilhosos que criou para a Catedral de Brasília são comparáveis, pelo seu valor e esforço físico, às monumentais obras da Renascença. Sua preocupação invariável é inventar coisas novas, influir com seu trabalho no campo das artes plásticas."21 de abr. de 2015 ____________________________________________________________________________________ --------- 21/04/2015 05h55 - Atualizado em 21/04/2015 05h55 Obras da única mulher na equipe de Niemeyer em Brasília marcam capital Marianne Peretti fez vitrais da Catedral e painéis de prédios do governo. Para a artista, de 87 anos, Brasília tem de manter 'espírito de grandeza'. Luciana Amaral Do G1 DF Marianne Peretti foi a única mulher a integrar a equipe de Oscar Niemeyer que atuou em Brasília (Foto: Breno Laprovitera/Divulgação) ---------
---------- Marianne Peretti, única mulher a integrar a equipe de Oscar Niemeyer que atuou em Brasília (Foto: Breno Laprovitera/Divulgação) ---------- Quem visita a Catedral de Brasília costuma ficar encantado com os vitrais modernistas, coloridos e harmônicos. Em prédios públicos, como o Congresso, Palácio do Jaburu, Memorial JK e Teatro Nacional, esculturas e painéis majestosos estão espalhados pelos salões. Essas obras foram desenhadas e produzidas pela única mulher na equipe de Oscar Niemeyer, a franco-brasileira Marianne Peretti, de 87 anos. ----------
----------- Interior da Catedral de Brasília (à esq.) e Marianne planejando vitrais do local (Foto: Marianne Peretti/ Arquivo Pessoal/Breno Laprovítera e Jarbas Jr) Interior da Catedral de Brasília (à esq.) e Marianne planejando vitrais do local (à dir.) (Foto: Marianne Peretti/ Arquivo Pessoal/Breno Laprovítera e Jarbas Jr) ----- Ela é a responsável pelos vitrais da Catedral, da Câmara dos Deputados, do Panteão da Pátria, do Superior Tribunal de Justiça, do Palácio do Jaburu e do Memorial JK. Marianne também fez o mural do Museu do Carnaval, no Rio de Janeiro, e esculturas e vitrais em Recife, Belém do Pará e Paris. O pintor espanhol Salvador Dalí com Marianne Peretti na abertura da exposição da artista em Paris, em 1952 (Foto: Marianne Peretti/ Arquivo Pessoal) ----------
----------- O pintor espanhol Salvador Dalí com Marianne na abertura da exposição da artista em Paris, em 1952 (Foto: Marianne Peretti/ Arquivo Pessoal) ------------ Nascida em Paris de mãe francesa e pai pernambucano, Marianne se mudou para São Paulo já adulta, em 1953, após se casar com um inglês que trabalhava na capital paulista e que conheceu em uma das inúmeras viagens de navio que fazia do Rio para a Europa, e vice-versa, para visitar a família. Um ano antes, em 1952, ela realizou a primeira exposição na Place Vendôme, na capital francesa, onde morava na época, e contou com a presença do pintor surrealista espanhol Salvador Dalí na abertura. "Tive o prazer de ter ele lá. Era amigo dos donos da galeria e me falou: 'Você não é uma burguesa'. Fiquei extasiada de felicidade." O gosto pela arte está presente na vida de Marianne desde criança, mas o trabalho com vitrais e obras em escalas monumentais se deu por acaso. "Eu pintava. Teve uma hora que deixei a arte de lado, mas não vi que não dava. Eu tinha uma filha quando me separei. Para nos sustentar, fazia vitrines de joias da H. Stern de São Paulo. Tinha que montar tudo direitinho, harmonizar as peças e criar. Logo comecei a fazer as vitrines para toda a rede. Trabalhei durante oito anos com isso. Mudei de emprego depois, criava estandes para exposições. Foi aí que comecei a ter contato com coisas grandes. Eu amei." _______________________________________ ---------- Eu simplesmente bati na porta dele [Niemeyer] e disse que gostaria de trabalhar com ele. Depois de três meses, voltei ao Rio e o encontrei de novo. Ele deve ter gostado muito de mim, porque já me deu um monte de trabalho, todos de Brasília" Marianne Peretti, artista plástica ___________________________________________________________________________________ --------- Conhecendo Niemeyer Para conhecer e conversar com Niemeyer, Marianne diz ter sido "cara de pau". Ela ficou impressioanda com os traços do arquiteto ao ler uma reportagem em 1971 sobre um prédio projetado por ele em Milão, na Itália. "Achei o desenho dele maravilhoso. Gostei tanto que pensei: 'Tenho que ver esse prédio imediatamente'. Peguei um avião no dia seguinte e fui para Milão." No retorno a Recife, no mesmo ano, ela teve de fazer uma escala no Rio e então aproveitou a oportunidade para se apresentar a Niemeyer. "Aviões grandes não pousavam em Recife. Tinha que pegar um menor no Rio. Eu simplesmente bati na porta dele e disse que gostaria de trabalhar com ele. Depois de três meses, voltei ao Rio e o encontrei de novo. Ele deve ter gostado muito de mim, porque já me deu um monte de trabalho, todos de Brasília." Desenvolvimento das obras As obras de Brasília foram "pensadas" no Rio de Janeiro, onde Marianne morava. A artista viajava para a nova capital quinzenalmente para desenvolver e acompanhar os trabalhos. Quando pisou em Brasília, a capital já havia sido inaugurada, mas continuava em construção. ----------
----------- Rascunho dos vitrais da Catedral no chão do ginásio Nilson Nelson, em Brasília (Foto: Marianne Peretti - A ousadia da invenção/Arquivo Pessoal) Rascunho dos vitrais da Catedral no chão do ginásio Nilson Nelson, em Brasília (Foto: Marianne Peretti/Arquivo Pessoal) ----------- _______________________________________ ----------- Foi extenuante. A Catedral é minha obra favorita, mas foi a que mais me cansou. Era tudo muito grande e deu muito trabalho, cansaço e responsabilidade. Eu não morava nem nunca morei em Brasília, passava pequenas temporadas apenas. Em relação à cidade, me lembro da sensação de grandeza e gostei muito. Só que faltava alguma coisa e eu acho que dei isso. Tinha muito barro vermelho também" Marianne Peretti, artista plástica ___________________________________________________ ----------- "Foi extenuante. A Catedral é minha obra favorita, mas foi a que mais me cansou. Era tudo muito grande e deu muito trabalho, cansaço e responsabilidade. Eu não morava nem nunca morei em Brasília, passava pequenas temporadas apenas. Em relação à cidade, me lembro da sensação de grandeza e gostei muito. Só que faltava alguma coisa e eu acho que dei isso. Tinha muito barro vermelho também." Os vitrais da Catedral refletem uma característica da obra da artista plástica: a combinação entre grandeza, leveza e transparência das peças. "Eu não penso como fazer, eu simplesmente faço. Não tem preparação. Quem manda é o lugar e o tamanho. Para quem, onde... Tem gente que não gostava dos meus vitrais. Tem gente que falou que ia embora de Brasília. Eu disse então: 'Pode fazer suas malas'. Estava nem aí. Recebo até hoje carta elogiando a Catedral." Apesar de ter sido a única mulher a trabalhar em Brasília com Niemeyer, Marianne diz nunca ter sofrido preconceito por parte dos colegas. "Eram normais, não eram desagradáveis." Da esquerda para a direita: Marianne Peretti, Athos Bulcão, Alfredo Ceschiatti, Oscar Niemeyer, José Sarney e Burle Max (Foto: Marianne Peretti - A ousadia da invenção/Arquivo Pessoal) ----------
---------- Da esquerda para a direita: Marianne Peretti, Athos Bulcão, Alfredo Ceschiatti, Oscar Niemeyer, José Sarney e Burle Max (Foto: Marianne Peretti/Arquivo Pessoal) ----------- Nas palavras de Niemeyer Oscar Niemeyer deu liberdade para Marianne trabalhar e falava que se emocionava ao ver a artista debruçada sobre as folhas de papel vegetal, elaborando as obras. Para ele, os feitos são comparáveis aos da Renascença e reconheceu isso em uma carta escrita à mão. ------------
----------- Carta de Oscar Niemeyer escrita à mão em que elogia Marianne e a compara com artistas da Renascença (Foto: Marianne Peretti/ Arquivo Pessoal) Carta de Oscar Niemeyer escrita à mão em que elogia Marianne e a compara com artistas da Renascença (Foto: Marianne Peretti/ Arquivo Pessoal) ------------ "Marianne Peretti é uma artista de excepcional talento. Os vitrais maravilhosos que criou para a Catedral de Brasília são comparáveis, pelo seu valor e esforço físico, às monumentais obras da Renascença. Sua preocupação invariável é inventar coisas novas, influir com seu trabalho no campo das artes plásticas." Filosofia Entre idas e vindas pelo Brasil, a artista não acredita que mudanças de endereço tenham influenciado a maneira dela de se expressar. "Eu sou sempre a mesma pessoa. Isso não importa. Pode ser que tenha alguma coisa, mas você tem sempre as mesmas ideias." Além dos vitrais e painéis, outros "xodós" de Marianne são as esculturas, os nanquins e os desenhos para livros que criou. Em 1959, ela participou da 5ª Bienal de São Paulo e ganhou um prêmio no evento com a capa do livro "As palavras", de Jean-Paul Sartre. "Não tenho uma preferência. Adoro eles, porque, em geral, são grandes. Só quero que me deêm espaço para trabalhar. Hoje tenho uma equipe que me ajuda e um jardim grande em casa. Gosto muito disso tudo." Vitral da capela do Palácio do Jaburu, do vice-presidente da República, em Brasília (Foto: Marianne Peretti/ Arquivo Pessoal/Breno Laprovítera) ----------- Vitral da capela do Palácio do Jaburu, da vice-Presidência da República, em Brasília (Foto: Marianne Peretti/ Arquivo Pessoal/Breno Laprovítera) ---------- Para Marianne, a capital se destaca de todas as outras cidades pela "escala monumental das obras". "É a marca da cidade. Me sinto bem e espero que as outras pessoas também. É uma capital pensada por gente muito interessante, com visão de grandeza. Tem que manter esse espírito." Um dos pontos negativos apontados por ela é o aumento não planejado da população brasiliense. Pensado para 500 mil habitantes, o Distrito Federal conta com quase 2,5 milhões de pessoas. "Não sei como é atualmente, muda muito, mas sei que tem muito mais gente do que o imaginado. É importante guardar a ideia original e o gramado da Esplanada. Tem muito show, evento e carro, né? Tem que guardar a beleza do lugar." Vitral que fica em cima da câmara mortuária de Juscelino Kubitschek (Foto: Marianne Peretti/ Arquivo Pessoal/Breno Laprovítera) -----------
------------ Vitral que fica em cima da câmara mortuária de Juscelino Kubitschek no Memorial JK, em Brasília (Foto: Marianne Peretti/ Arquivo Pessoal/Breno Laprovítera) ---------- Biografia registrada A professora e pesquisadora de arte Tactiana Braga, conheceu Brasília na década de 1970 e admirava as obras de Marianne na capital. Quando teve a oportunidade de trabalhar com ela em desenhos para uma campanha do governo de Pernambuco em 2008, pediu que autografasse alguma biografia para ter o registro da artista. Porém, sob lágrimas, Marianne disse que não tinha uma. "Achei um absurdo que tinham esquecido dela. Não tinha nenhum registro. O que ela nos deu é um presente imenso. Não consegui dormir direito por dois meses. Em 2010, consegui iniciar um projeto para escrever a biografia dela." Tactiana então virou a coordenadora da equipe que elaborou o livro "Marianne Peretti - A ousadia da invenção", de 336 páginas, lançado em 20 de março durante o Salão do Livro de Paris. No Brasil, o primeiro lançamento será em Brasília, em maio. Livro biográfico de Marianne Peretti trará nanquins elaborados pela artista (Foto: Marianne Peretti - A ousadia da invenção/Arquivo Pessoal) ---------- Livro biográfico de Marianne Peretti trará nanquins elaborados pela artista (Foto: Marianne Peretti/Arquivo Pessoal) ------------ "O Oscar mesmo sempre comenta os colaboradores. Foi generoso para convidá-los, mas faltava alguém falar deles. Marianne é muito opinativa e teve a sorte de nascer numa cidade de efervescência cultural. Não foi fácil fazer o livro, mas depois foi um tesouro. Quando tive clareza da importância disso, foi fabuloso. Estou tentando corrigir esses erros históricos." Na elaboração da biografia, Tactiana contou com a ajuda de instituições francesas e apoios acadêmicos para apurações. A pesquisadora acredita que a importância de Marianne não reside somente na estética, mas também na funcionalidade das obras. A Catedral, por exemplo, só recebeu os vitrais em 1989. ------------
----------- Escultura em bronze "O pássaro", exposta no Teatro Nacional de Brasília, e cadeira desenhadas por Marianne (Foto: Marianne Peretti - A ousadia da invenção/Arquivo Pessoal) Escultura em bronze "O pássaro", exposta no Teatro Nacional de Brasília, e cadeira desenhadas por Marianne (Foto: Marianne Peretti - A ousadia da invenção/Arquivo Pessoal) ------------ "Era muito matemático e racional. Ela resolveu problemas de iluminação e calor. É uma das poucas artistas a conseguir unir isso. No painel Araguaia, na Câmara dos Deputados, ela fez uma superposição de placas de vidros criando um efeito escultural. É inovação dela, não existia nada assim antes no mundo. Lúcio Costa reconheceu tudo isso." Em carta datada de 6 de agosto de 1993, Costa escreveu que a iluminação da Catedral era um "problema difícil" que somente Marianne poderia resolver. "Tive afinal o prazer, depois de tanto tempo, de conhecer pessoalmente a artista que soube tão bem “dar à luz” o interior da Catedral de Brasília, problema difícil que somente uma alma como a sua e um saber como o seu seriam capazes de resolver. Em nome da cidade, o inventor dela agradece a você." -----------
----------- Carta escrita à mão de Lúcio Costa para Marianne Peretti agradecendo à sua solução para a iluminação da Catedral de Brasília (Foto: Marianne Peretti - A ousadia da invenção/Arquivo Pessoal) Carta escrita à mão por Lúcio Costa para Marianne Peretti agradecendo à sua solução para a iluminação da Catedral de Brasília (Foto: Marianne Peretti/Arquivo Pessoal) ------------ tópicos: Brasília, Distrito Federal https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/04/obras-da-unica-mulher-na-equipe-de-niemeyer-em-brasilia-marcam-capital.html#:~:text=%22Marianne%20Peretti%20%C3%A9%20uma%20artista,no%20campo%20das%20artes%20pl%C3%A1sticas.%22 __________________________________________________________________________________ ----------- ----------- Encontro de Gerações - Fuga e antifuga de Edino Krieger/Vinicius De Moraes | MCB 2 ----------- Grupo Sintonize Compartilhar 4 de dez. de 2018 No Show de Encerramento: Encontro de Gerações da segunda edição do Festival de Música Contemporânea Brasileira Edino Krieger, Edu Krieger Sexteto e Polyphonia Khorus interpretam "Fuga e Antifuga" de Edino Krieger/Vinícius De Moraes. Data: 30/09/2018. Interpretação: Edu Krieger Sexteto e Polyphonia Khorus. Ficha técnica: Edu Krieger (voz e violão de 7 cordas), Fabiano Krieger (guitarra), Fabiano Salek (bateria e percussão), Marcelo Caldi (acordeon e piano), Dudu Oliveira (flauta e cavaquinho), Luis Barcellos (bandolim e cavaquinho), Karolyne Liesenberg (soprano), Marina Schmidt (soprano), Cristina Glaucia (contralto), Débora Almeida (contralto), Fernando De Carli (tenor), Jefferson Bittencourt (tenor), Javier Venegas (baixo), Leonardo Barbi (baixo). Local: Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), Florianópolis, SC. II Festival Música Contemporânea Brasileira Edino Krieger 26 a 30 de setembro de 2018 Florianópolis, SC. ___________________________________________________________________________________ ---------- Fuga e antifuga (Vinícius de Moraes - Edino Krieger) (Marcha-rancho em forma de fuga) A viver o que existe E que é só tristeza É melhor já ser triste E não ter o que esperar A esperança resiste - É uma ilusão A qualquer incerteza - Desilusão A suprema pobreza - Oh, solidão E não ter o que esperar É melhor desesperar É melhor desconhecer É melhor desenganar O coração que vai sofrer Só o amor nos eleva - É um adeus que nunca finda Só o amor nos exalta - Ai, quem me dera o esquecimento Sempre que ele nos falta - É tão grande o sofrimento É a treva e a solidão Oh, tristeza infinita - Deixa em mim teu desespero Que não há quem conforte - Um dia chega a primavera O amor e a morte - Sou a vida que te espera É a treva e a solidão Vem sem mágoa e sem adeus Vem banhar-te em minha luz Vem plantar a tua cruz - Minha cruz Dentro da cruz dos braços meus Oh, vem amar! E quando eu quiser partir Quando a noite me chamar Quando o sonho me vier? Saberei te compreender Sou mulher, sou mulher, sou mulher, sou mulher Sou mulher pra te servir Orquestra Sou mulher pra te encontrar Sou mulher pra te perder Sou mulher pra te ofertar Tudo o que é lindo no meu ser Pra te amar até morrer Oh, amor infinito - Oh, vem, meu amado senhor Oh, divina certeza - Matar minha sede de amor Nunca mais a tristeza - Amor, vem plantar tua cruz Quero amar sem mais adeus - Vem amar sem mais adeus Nos braços teus - Nos braços meus Meu amor infinito Vamos juntos embora Na esperança da aurora Que da noite vai raiar Meu amor infinito! - Meu amor! Meu amor, vem amar! - Vem amar! Vem amar! - Meu amor! Meu amor! - Vem amar! Meu amor vai raiar no infinito Seu tempo de adeus - Meu amor, vem aos braços meus! https://www.cancioneros.com/nc/15344/0/fuga-e-antifuga-vinicius-de-moraes-edino-krieger ___________________________________________________________________________________ -----------
------------- Nas entrelinhas: Como é difícil escrever sobre a morte de Dad Squarisi Publicado em 12/08/2023 - 09:12 Luiz Carlos Azedo Brasília, Comunicação, Cultura, Educação, Literatura, Memória, Política “A admiração e o afeto continuam existindo, apesar da perda física. Hoje, me despeço dessa grande dama do nosso idioma. Vai, Dad, ensinar português nas estrelas!” Conheci Dad Squarisi quando cheguei ao Correio Braziliense, em 2004, para ser repórter especial da Editoria de Política. Nessa época, circulava na redação uma mensagem do “Aquário” — no jargão da redação, a sala com paredes de vidros nas quais os editores da primeira página se reúnem para “fechar” o jornal. Eram observações sobre a edição do dia, entre as quais os erros de português que escapavam da revisão e eram devidamente assinalados, para que não se repetissem. Chamava-se “Pelourinho” e doía mais pela vergonha íntima que passávamos do que pela dureza das críticas. O puxão de orelha não citava o autor nem a matéria. Às vezes, era uma dica para melhorar a qualidade do texto: “Fim de semana ou final de semana? Tanto faz. Ambos dizem a mesma coisa. Qual o preferível? Menor é melhor. Fique com fim de semana. Você ganha uma sílaba.” Quando a frequência de erro aumentava, Dad programava uma aula de português. O auditório do Correio ficava cheio. Foi o caso da vírgula nas orações restritivas. Didática, tanto nas palestras quanto nas aulinhas, usava exemplos divertidos e “causos”, que parecia colecionar e catalogar. “Oração explicativa pede a vírgula; restritiva, não”. Nos 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), uma peça comemorativa fez muito sucesso: enaltecia a importância da vírgula. Ela pode mudar o sentido de quase tudo. O Manual da Redação do Correio, de autoria da Dad, com o tempo, virou obra rara. Como a rotatividade na redação é alta, o colega mudava de emprego e levava consigo o Manual. No principal jornal do Distrito Federal, Dad formava jornalistas para todas as áreas de uma redação e a concorrência vem em busca dos novos talentos. Para ninguém levar meu exemplar, por engano, escrevi meu nome na lombada do manual, um “macete” do tempo dos dicionários de papel. Dad tinha uma sala só para ela e os editorialistas, mas circulava muito pela redação. No meu caso, como sou repórter de política e minha bancada fica próxima ao corredor principal da redação, era comum ela parar para conversar comigo. Pedia uma informação, às vezes uma sugestão de editorial. Fazia isso com a maior naturalidade, mas meu ego exultava, apesar de ser macaco velho: era uma espécie de reconhecimento de parte de alguém que nós tínhamos como referência profissional. Libanesa, Dad era poliglota — falava árabe, inglês, francês e espanhol. Seus conhecimentos de latim, língua muito citada nos tribunais, ajudava a redação a não trocar via crucis por via-crúcis. “Latim não usa hífen nem acento”, explicava. Algumas palavras em latim são inevitáveis numa redação, como habeas corpus. No caso de Brasília, carpe diem (aproveite o dia de hoje) também era um famoso bar da Asa Sul, muito frequentado por jornalistas e suas fontes. Dad nos deixou muitos livros sobre textos jornalísticos e a língua portuguesa, alguns para crianças. Brava luta Nossa “mestra” lutou bravamente contra o câncer. Após seu tratamento no Albert Einstein, escreveu um livro sobre o hospital, em agradecimento aos médicos, enfermeiros e funcionários que a acolheram. A recidiva da leucemia, alguns anos depois, foi duríssima. Por isso, a frequência na redação se tornou cada vez mais rarefeita nos últimos anos, mesmo antes de pandemia. Sua editora-adjunta, Rosane Garcia, amiga e discípula, é minha vizinha de bancada. Tive dois encontros casuais com Dad nesse período mais recente da doença. Um foi num pequeno restaurante italiano do Lago Sul — ela almoçava com uma amiga jornalista. Estava abatida, mas sorridente. Era elegante por natureza e não deixava a peteca cair. Não reclamava da vida, nem mesmo da dor. A outra foi bem mais recente, na área da piscina do apart-hotel onde morava. Conversava com outra amiga, que eu não conhecia. Estava muito mais fraca, mas continuava com aquele sorriso que a todos cativava. Não posso dizer que sou um dos amigos da Dad no sentido estrito da palavra. Sou um dos seus colegas de trabalho e grande admirador. Foi um privilégio conhecê-la e sei que sua morte é uma imensa perda para o jornalismo e nossa cultura. É muito difícil a despedida definitiva, ainda mais numa idade em que a morte de pessoas próximas, parentes, amigos e colegas de trabalho, é cada vez mais frequente. Sempre fica aquela sensação de que logo chegará a nossa hora, um sentimento que não tínhamos quando éramos jovens e “imortais”. Estou de luto. Na coluna de sexta-feira, não consegui escrever sobre sua morte. Dad compreenderia: “Quem já passou horas diante de uma tela em branco de computador em dúvidas sobre por onde começar, sabe o que é angústia”. Para nós, jornalistas, a morte é uma notícia. Fomos treinados para tratar desse assunto jornalisticamente, ou seja, como um fato do cotidiano. É comum nas redações que os obituários estejam prontos antes mesmo de alguém importante falecer. Quando a angústia se mistura com o luto, porém, tudo fica muito difícil. Embora a morte seja o que existe de mais previsível nas nossas vidas, o rito da morte concentra e compacta toda uma vida, num momento único. E o luto transcende o rito. É que a admiração e o afeto continuam existindo, apesar da perda física. Hoje, me despeço dessa grande dama do nosso idioma. Vai, Dad, ensinar português nas estrelas! Compartilhe: ___________________________________________________________________________________ -----------
------------ Nas Entrelinhas: como é difícil escrever sobre a morte de Dad Squarisi "A admiração e o afeto continuam existindo, apesar da perda física. Hoje, me despeço dessa grande dama do nosso idioma. Vai, Dad, ensinar português nas estrelas!" ----------- ___________________________________________________________________________________ Ao longo da convivência profissional na redação do jornal O Correio Braziliense, Dad Squarisi conquistou o respeito e a admiração do autor Luiz Carlos Azedo por diversas razões. Uma das principais foi sua atuação como mentora e orientadora incansável no aprimoramento da qualidade do texto. Dad tinha a habilidade de ensinar de maneira didática, com exemplos divertidos e histórias cativantes que ela colecionava. Ela se destacava por corrigir erros gramaticais de forma sutil, utilizando o "Aquário", um espaço na redação onde erros eram apontados sem citar autores ou matérias específicas. O Manual da Redação escrito por Dad foi um testemunho tangível de sua dedicação ao aprimoramento da linguagem. Este manual se tornou uma obra rara e valorizada na redação. Sua autora desempenhava um papel fundamental na formação dos jornalistas da redação, preparando-os para todas as áreas de atuação. Sua influência também era visível nos detalhes, como a importância de usar corretamente a vírgula e a orientação sobre palavras em latim frequentemente usadas no jornalismo. A poliglotia de Dad, sua fluência em várias línguas e sua profunda compreensão da linguagem, incluindo o latim, contribuíram para sua reputação. Ela era capaz de evitar erros comuns em termos estrangeiros e também ensinava seus colegas a usar as palavras corretas e a expressar ideias com precisão. Além de suas habilidades profissionais, Dad deixou uma impressão duradoura ao enfrentar bravamente o câncer. Ela escreveu um livro em agradecimento aos profissionais de saúde que a trataram e demonstrou uma notável força interior, mesmo durante os momentos difíceis de sua doença. A relação entre Luiz Carlos Azedo e Dad também era marcada por encontros casuais durante sua batalha contra a doença. Ela continuava a sorrir e cativar a todos, mesmo quando estava fraca. Essa força e otimismo deixaram uma marca profunda em seus colegas, incluindo o autor. Em resumo, a admiração e respeito de Luiz Carlos Azedo por Dad Squarisi eram resultado de sua capacidade de ensinar, seu comprometimento com a qualidade do texto, sua influência na redação e sua atitude resiliente em face da adversidade. Ela não apenas contribuiu para o jornalismo e a língua portuguesa, mas também deixou um legado de força e inspiração. ___________________________________________________________________________________

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