quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Contingências e provisões

--------------- __________________________________________________________________________________ O texto aborda um apagão que afetou várias regiões do Brasil, discutindo suas possíveis causas, incluindo falhas técnicas, colapso do sistema ou sabotagem. Destaca-se a controvérsia entre o governo de Lula e Tarcísio de Freitas sobre a privatização da Eletrobras. O Ministro Alexandre Silveira critica a privatização, argumentando que prejudicou o sistema elétrico. São mencionados casos passados de apagões no Brasil, ressaltando as implicações econômicas e políticas. A falta de planejamento é vista como preocupação, enfatizando a necessidade de preparação sólida e monitoramento no setor energético. O texto ressalta a complexidade de gerenciar o sistema de energia em um país geograficamente diverso como o Brasil e a importância do debate sobre a privatização de empresas-chave como a Eletrobras. __________________________________________________________________________________ ------------- Luiz Carlos Azedo - Apagão reabre polêmica sobre a privatização da Eletrobras -----------
----------- __________________________________________________________________________________ ----------- __________________________________________________________________________________ O texto aborda um apagão que afetou várias regiões do Brasil, discutindo suas possíveis causas e implicações. Destaca a possibilidade de confronto entre as narrativas do governo do Presidente Lula e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, responsável pelo processo de privatização da Eletrobras, uma grande empresa de energia brasileira. O texto menciona que o apagão ocorreu pela manhã e resultou em uma queda significativa na carga elétrica do sistema brasileiro. A causa do apagão foi atribuída à abertura da interligação Norte-Sudeste, possivelmente devido a uma falha no circuito em Imperatriz, Maranhão, e outra no Ceará. As razões exatas ainda estão sendo investigadas, com possíveis causas sendo colapso do sistema, erro humano ou sabotagem. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou a privatização da Eletrobras, afirmando que o setor elétrico, especialmente em um país com a extensão geográfica do Brasil, não deveria ter sido privatizado. Ele sugeriu que a privatização teve impactos negativos no sistema. O texto também menciona casos anteriores de apagões no Brasil durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), Dilma Rousseff e Michel Temer. Esses apagões foram causados por diversos fatores, incluindo escassez de chuvas, falta de planejamento e falhas técnicas. As implicações dos apagões na economia e estabilidade política são destacadas. A possibilidade de falta de planejamento é apresentada como uma preocupação significativa para o governo, pois tais falhas podem resultar em perdas econômicas substanciais e backlash político, como ocorrido em administrações anteriores. A história dos apagões no Brasil e seus impactos na credibilidade dos diferentes governos é mencionada, enfatizando a necessidade de planejamento sólido e monitoramento no setor de energia. No geral, o texto destaca a complexidade e desafios de gerenciar um sistema de energia em grande escala, especialmente em um país geograficamente diverso como o Brasil. Também ressalta as implicações políticas dos apagões e o debate contínuo em torno da privatização de ativos energéticos-chave como a Eletrobras. __________________________________________________________________________________ -------------
------------ Correio Braziliense A hipótese da falta de planejamento é a que mais preocupa o governo. Quando o sistema entra em colapso, os prejuízos econômicos são enormes e o desgaste político é maior ainda O apagão que atingiu todas as regiões do Brasil na manhã desta terça-feira, politicamente, deve gerar uma guerra de narrativas entre o governo Lula e governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PR), principal gestor do processo de privatização da Eletrobras. O apagão começou a ser registrado nos sistemas do ONS às 8h31, no horário de Brasília, quando é interrompido o tradicional aumento da carga do sistema elétrico. Em 10 minutos, a carga do sistema elétrico brasileiro caiu 25,9%. A interrupção ocorreu devido à abertura da interligação Norte-Sudeste, supostamente por uma falha no circuito de Imperatriz, no Maranhão, e outra no Ceará. As causas da ocorrência ainda estão sendo apuradas. Há três hipóteses: colapso do sistema, falha humana ou sabotagem. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que vai solicitar à Polícia Federal (PF) e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a apuração das causas do apagão, para saber se houve “eventuais dolos”. Silveira criticou a privatização da Eletrobras: “O setor elétrico de um país, em especial com uma dimensão territorial como a do Brasil, não deveria ser privatizado”, disse. A privatização da Eletrobras “fez muito mal, em especial no modelo em que ela ocorreu, ela fez, sim, mal ao sistema”. A hipótese de sabotagem não pode ser descartada, porque houve tentativas de interromper o funcionamento do sistema durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, o governo instaurou um gabinete de crise para monitorar a segurança de instalações do setor elétrico. Torres de transmissão de energia foram derrubadas no Paraná e em Rondônia, entre a noite de domingo, 8, e a madrugada de segunda-feira, 9. À época, as empresas responsáveis pelos sistemas relataram indícios de “sabotagem”, mas os resultados das investigações não foram divulgados. O ministro Silveira, porém, é cauteloso quanto a isso. Com razão, pois o sistema é altamente sensível, requer planejamento e completo monitoramento. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), uma ocorrência na rede de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) interrompeu 16 mil megawatts (MW) de carga. O Brasil registrava 73.484,7 MW às 8h30, no horário de Brasília, em trajetória de alta — exatamente como ocorre todas as manhãs. Mas, no minuto seguinte, a carga do sistema caiu repentinamente cerca de 7%. Houve, em 10 minutos, perda de carga de mais de um quarto da energia do sistema. A carga do subsistema Norte caiu 83,8% em pouco mais de 10 minutos, a partir de 8h31. No Nordeste, a carga do sistema caiu 44,4%. No Sudeste-Centro-Oeste, a perda foi de 19% após o apagão. Na Região Sul, a queda chegou a 15,5%, a que menos sofreu com o apagão. Planejamento A hipótese da falta de planejamento, porém, é a que mais preocupa o governo. Quando o sistema entra em colapso, os prejuízos econômicos são enormes e o desgaste político é maior ainda, como ocorreu no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 1999, houve um blecaute no dia 11 de março, que atingiu o Distrito federal e 10 estados, o que afetou a vida de 76 milhões de pessoas. Foi um aviso do que viria a acontecer no final do segundo mandato de FHC. Em 2001, a escassez de chuvas e a falta de planejamento, aliadas ao aumento da demanda por eletricidade e à alta dependência das hidrelétricas, sobrecarregaram o sistema elétrico do país e geraram risco de colapso total. Houve racionamento de energia nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, entre junho de 2001 e março de 2002. O governo Lula também enfrentou um apagão em 2009, por causa de uma falha no sistema da binacional Itaipu. A queda brusca na demanda de energia ocasionou o desligamento automático de 20 turbinas da hidrelétrica. Ficaram sem energia 90 milhões de pessoas. Quatro estados brasileiros foram integralmente afetados. Cerca de 90% do Paraguai também ficou sem luz. No governo Dilma, no qual a construção da usina hidroelétricas de Belo Monte, no Pará, foi uma prioridade, uma falha em subestação localizada na divisa de Pernambuco com a Bahia deixou 47 milhões de pessoas sem luz, em 3 de fevereiro de 2011. Foram várias horas de interrupção no fornecimento em todo o Nordeste. No apagar das luzes de seu governo, em 21 de março de 2018, o então presidente Michel Temer também teve seu apagão, literalmente. Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins ficaram sem energia. Houve uma falha na linha de transmissão de Belo Monte. No total, 70 milhões de pessoas foram afetadas. Em 3 de novembro de 2020, a principal subestação do Amapá pegou fogo. Ficaram sem energia 13 dos 16 municípios do estado. O desgaste do governo Bolsonaro, porém, foi localizado. Houve caos nos serviços públicos, durante 10 dias, 800 mil ficaram sem eletricidade. A responsabilidade maior de investimentos na geração de energia é da Eletrobras. __________________________________________________________________________________
-------------- Entenda o que é a provisão para contingências e suas aplicações ---------- Contingência é uma condição ou situação possível que resulta de eventos passados cujo resultado final, favorável ou desfavorável, será determinado pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos. A estimativa quanto ao desfecho e o efeito financeiro da contingência são estipulados pelo julgamento da administração da companhia, apoiado em estudos e pareceres técnicos que reflitam uma posição isenta. Na contabilidade, a contingência deve ser evidenciada nas Demonstrações Contábeis por meio de notas explicativas ou pela constituição de provisão. Provisão e a estimativa confiável da obrigação Provisões são expectativas de obrigações e são registradas com o objetivo de apropriar no resultado, segundo o regime de competência, custos ou despesas que provável ou certamente ocorrerão no futuro. O uso de estimativas é parte essencial da preparação das Demonstrações Contábeis e não prejudica sua confiabilidade. Isso é especialmente verdadeiro no caso das provisões, que, por sua natureza, são mais incertas do que outros itens do balanço. De maneira geral, a entidade é capaz de determinar os possíveis desfechos que envolvem uma obrigação e, dessa forma, fazer uma estimativa que seja suficientemente confiável para ser usada no reconhecimento de uma provisão. Risco, Incerteza e Mensuração O risco e a incerteza que existem em torno de muitos eventos e circunstâncias devem ser considerados para se ter a melhor estimativa de provisão. O risco envolve a variabilidade de desfechos para uma situação e deve ser criteriosamente avaliado para evitar sub ou superavaliações no valor das provisões. Da mesma forma, a incerteza não justifica a constituição de provisões excessivas. As contingências dependem de um evento futuro para serem consideradas perda e apenas as contingências resultantes de prováveis perdas é que devem ser registradas como um passivo, através da constituição de provisão, e devem necessariamente atender aos seguintes critérios: Elevada probabilidade de ocorrência do evento futuro; e Razoável estimativa da perda contingente. Assim, uma contingência provável, mensurável com suficiente segurança, deve ser objeto de provisão, enquanto que uma contingência, ainda que provável, mas que não seja mensurável com suficiente segurança, não deve ser provisionada. Em suma, uma provisão deve ser constituída quando: Há uma obrigação legal ou não-formalizada presente como consequência de um evento passado; É provável que recursos sejam exigidos para liquidar esta obrigação; e O montante da obrigação possa ser estimado com suficiente segurança. Parâmetros para avaliação Os parâmetros que devem ser utilizados para a avaliação de constituição de provisão são: Praticamente certo – reflete a situação adversa e dependente apenas e tão somente dela; ou seja, há decisão judicial sobre a qual não cabem mais recursos que venham alterar seu conteúdo; Provável – a chance de ocorrer evento é maior do que a de não ocorrer; Possível – a chance de ocorrer evento é menor que provável, mas não é remota; Remota – a chance de ocorrer evento é muito pequena, quase inexistente. As Provisões e as Demonstrações Contábeis As demonstrações contábeis representam a situação patrimonial e financeira no fim de um determinado período e não de uma posição futura. Eventos relevantes subsequentes a este período podem ser mencionados nestas demonstrações, mas basicamente os únicos passivos reconhecidos nestas demonstrações são aqueles que existem na data do balanço. As provisões são reconhecidas nestas demonstrações contábeis por originarem-se de eventos passados e pelo fato de que provável ou certamente serão exigidas no futuro. Ainda, as provisões, uma vez constituídas, devem ser objeto de avaliação e revisão periódicas para justificar a sua manutenção, elaborar novos cálculos que possam resultar em aumento ou redução dos valores das mesmas, além de analisar eventos que possam justificar a sua conversão em obrigação definitiva. Provisões de natureza trabalhista Exemplo destas provisões, dentre inúmeras outras, são as de garantia pela indústria automobilística, multas ou custos com limpeza e reparo em virtude de danos ambientais e, em grande escala, as de natureza trabalhista. Em especial, as contingências e provisões de natureza trabalhista devem ser constantemente avaliadas e revistas de forma a analisar eventos, parâmetros, mensurar riscos e quantificar adequadamente seus valores. A complexidade da legislação trabalhista no Brasil, além da volumosa judicialização processual, com consequentes decisões judiciais, enunciados, súmulas, obriga a um permanente acompanhamento de riscos e processos. Algumas empresas já possuem comitês internos para discussão e avaliação das contingências trabalhistas, contando com gestores de relações trabalhistas, advogados e contadores, o que permite uma melhor e mais criteriosa avaliação dos riscos e para a constituição de eventuais provisões. Inscreva-se abaixo em nosso newsletter e fique por dentro das últimas notícias sobre contabilidade, finanças e tributação. Sobre o Autor Alexandre Marinho administrator Contador e administrador com especialização em Compliance. CRCMG 115494/O https://www.suno.com.br/artigos/provisao-para-contingencias/ __________________________________________________________________________________ -----------
-------------- [PDF] Paper Title (use style: paper title) -------------- ESTUDO DE CONFIABILIDADE PARA UM SISTEMA DE POTÊNCIA ATRAVÉS DA INSERÇÃO DE UM PARQUE EÓLICO G. M. Lazari, L. H. Medeiros, N. D. Barth, R. Biazzi, M. Sperandio Centro de Excelência em Energia e Sistemas de Potência Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria, Brasil gustavodelazari@gmail.com Resumo— Esse estudo apresenta uma análise de confiabilidade para um sistema de potência de geração e transmissão de energia elétrica. Serão analisadas as fragilidades que o sistema apresenta quando simuladas todas as contingências para o nível hierárquico NH2 através do critério N-2 utilizando o software ANAREDE. Assim, serão observados os incrementos de confiabilidade decorrentes da inserção de um parque eólico ao sistema. Serão comparados os cenários em que o parque eólico opere como uma fonte variável e como uma fonte não intermitente de energia elétrica. Palavras-chave— Cadeias de Markov, Confiabilidade Composta, COPT, Diagrama de Cortes Mínimos, Geração Eólica. I. INTRODUÇÃO Sistemas de potência utilizam-se da geração, transmissão e distribuição de energia elétrica para suprir as necessidades de seus consumidores. Para isso, é interessante que esse sistema opere a altos níveis de confiabilidade, garantindo assim, seu funcionamento contínuo. A confiabilidade do sistema elétrico é a habilidade do mesmo em fornecer energia nos maiores níveis de eficiência, segurança e economia. Tradicionalmente, usam-se os critérios probabilísticos, através dos dados históricos de operação e reparo, para analisá-la. O estudo de confiabilidade de um sistema de potência averigua quais equipamentos possuem maior possibilidade de falha. Assim, simulam-se as combinações de perdas dos equipamentos de geração e transmissão através das suas contingências compostas. Entre os métodos utilizados para o estudo de confiabilidade de um sistema de potência está o método de enumeração de estados que consiste na escolha do nível hierárquico, definição dos critérios de contingências, criação do diagrama de cortes mínimos e cálculos dos seus parâmetros matemáticos. O nível de confiabilidade de um sistema é mensurado através dos indicadores da tabela de probabilidade de interrupção de capacidade (COPT). Entre os indicadores mais importantes da COPT estão a Loss Of Load Probability (LOLP), Loss Of Load Expectation (LOLE), Expected Power Not Supplied (EPNS), Expected Energy Not Supplied (ENSS) e Severidade. Nesse sentido, criam-se dois cenários que visam analisar o incremento de confiabilidade através da inserção de um novo ponto de geração. O primeiro cenário caracteriza-se pela inserção de um parque eólico nas suas condições reais, enquanto o segundo cenário acrescenta-se esse parque eólico funcionando como uma fonte não intermitente de energia. II. CONFIABLIDADE COMPOSTA O estudo de confiabilidade para um sistema visa assegurar o máximo de eficiência, segurança e economia. Para isso, a confiabilidade baseia-se em métodos da estatística matemática e da teoria das probabilidades que possibilitam quantificar as chances que um determinado sistema ou componente possa vir a falhar [1]. No que se diz respeito ao presente artigo, a confiabilidade surge como modelo matemático apropriado para estimar a possibilidade de uma unidade geradora ou uma linha de transmissão não estar em funcionamento. O objetivo dessa análise está em mensurar o impacto que as violações de potência possam acarretar em algum tipo de corte de carga para os consumidores. Esse estudo é de grande importância para a realização do planejamento da expansão de um sistema elétrico. A. Níveis Hierárquicos A análise de confiabilidade pode abranger três níveis hierárquicos, conforme apresentado na fig. 1 [2]. 1) Nível Hierárquico 1 (NH1): Abrange o estudo de confiabilidade ligado a geração de energia. 2) Nível Hierárquico 2 (NH2): Abrange o estudo de confiabilidade ligados a transmissão e geração de energia. 3) Nível Hierárquico 3 (NH3): Abrange o estudo de confiabilidade ligados a distribuição, transmissão e geração de energia. -------------
--------------- Fig. 1. Níveis hierárquicos. ------------- B. Método de Enumeração de Estados O método de enumeração de estados é uma análise determinística realizada através da simulação de contingências. Entre os critérios usuais estão [2]: 1) Critério N-1: Verifica se o sistema é capaz de suportar as contingências simples em regime permanente sem que ocorra nenhum corte de carga. 2) Criério N-2: Verifica se o sistema é capaz de suportar as contingências duplas em regime permanente sem que ocorra nenhum corte de carga. C. Diagrama de Cortes Mínimos Através dos métodos de enumeração de estados é possível criar o diagrama de cortes mínimos para o sistema. O diagrama de cortes mínimos pode apresentar os seus componentes em série ou paralelo. Os componentes em série são aqueles que indicam as contingências simples, fundamentais para o funcionamento do sistema. Já os componentes em paralelo são aqueles que indicam as contingências compostas, onde o corte de carga só acontece quando ambos equipamentos deixarem de funcionar. D. Cálculo dos Parâmetros de Confiabilidade Para analisar a modelagem de confiabilidade que envolve as taxas de disponibilidade ou indisponibilidade de determinado componente do sistema elétrico usam-se os métodos das Cadeias de Markov e da tabela de probabilidade de interrupção de capacidade, a COPT. O método das Cadeias de Markov determina a probabilidade do sistema estar em cada estado verificando-se os seus estados de transições [3]. Já a tabela COPT relaciona a magnitude dos estados de capacidade com sua a probabilidade de ocorrência. Entre os indicadores da COPT estão a LOLP, LOLE, EPNS, EENS e Severidade [4]. 1) LOLP A Loss Of Load Probability (probabilidade de perda de carga) é o indicador que realiza o somatório das probabilidades (p) dos estados que a capacidade do sistema (G) é menor do que a carga (Lmáx). Para valores de geração maior que a demanda, a probabilidade de perda de carga é nula. A equação (1) apresenta o cálculo da LOLP, onde pi representa a probabilidade do estado estar em operação. LOLP  Σ pi Lmáx G)  2) LOLE A Loss Of Load Expectation (expectativa de perda de carga) é o somatório das probabilidades de perda de cargas calculadas para um determinado período em que a carga permanece nesse estado. A equação (2) apresenta essa relação, sendo ti o valor correspondente ao tempo. LOLE  Σ ti * pi Lmáx  G) dias/ano  3) EPNS A Expected Power Not Supplied (expectativa de potência não suprida) calcula a potência não entregue multiplicada pela sua probabilidade. A equação (3) apresenta sua característica, onde C é o valor da demanda do sistema. EPNS  Σ pi  Lmáx C) MW  4) EENS A Expected Energy Not Supplied (expectativa de energia não suprida) é a potência não atendida em um determinado tempo (considera-se o ano comercial de 8760 horas). A equação (4) relaciona a EENS através dos valores EPNS. EENS  EPNS * 8760 MWh/ano  5) Severidade A severidade relaciona a energia não suprida (MWh) pela ponta (MW) do sistema analisado. Esse cálculo representa uma perturbação imaginária que converte o acumulo de energia não suprida se toda a carga do sistema fosse afetada. A equação (5) apresenta o cálculo da Severidade. Severidade  (EENS / Demanda) * 60 (Sis.min)  Dessa forma, classifica-se o nível de severidade do sistema pelo intervalo de valores correspondentes ao grau que interpreta os níveis de condições operativas para cada situação [5]. A tabela I apresenta os valores e suas definições. ------------ TABELA I. SEVERIDADE DO SISTEMA Classificação Valor Nível Grau 0 S < 1 Favorável Grau 1 1 ≤ S < 10 Satisfatório Grau 2 10 ≤ S < 100 Limítrofe Grau 3 100 ≤ S < 1000 Grave Grau 4 1000 ≤ S Muito grave ------------- E. Incremento de Confiabilidade O incremento de confiabilidade para esse artigo trata-se de medidas corretivas ao sistema para que não ocorram cortes de cargas. Para esse estudo considera-se a adição de um parque eólico respeitando os critérios de imprevisibidade de geração (causada pelas diferentes velocidades de vento) e para um caso de não intermitência de geração (100% da capacidade nominal). III. ESTUDO DE CASO Este artigo apresenta um estudo de caso para analisar a confiabilidade de um sistema elétrico de geração e transmissão de energia elétrica através da adição de um parque eólico. O sistema de potência é composto por duas usinas de geração de 200 MW e 120 MW que alimentam duas cargas de 100 MW e 150 MW através de 10 linhas de transmissão com capacidades individuais de 200 MVA. A fig. 2 apresenta a distribuição dos componentes do sistema. --------------
----------- Fig. 2. Caso base. As características de confiabilidade do sistema são especificadas na tabela II. ----------- TABELA II. CONFIABILIDADE DO SISTEMA Componente Confiabilidade LT1 0,9886 LT2 0,9967 LT3 0,9935 LT4 0,9881 LT5 0,9927 LT6 0,9943 LT7 0,9959 LT8 0,9910 LT9 0,9954 LT10 0,9867 G1 (4x50 MW) 0,99464 G2 (3x 40 MW) 0,99464 ------------ Para realizar o cálculo da confiabilidade do sistema e de seus parâmetros, é necessário obter o diagrama de cortes mínimos do mesmo. Dessa forma, simulam-se as contingências de primeira e segunda ordem para observar quais cenários geram algum tipo de corte de carga. As contingências de primeira ordem da geração são aqueles responsáveis pela perda de uma unidade geradora de pelo menos um dos geradores. Já os cortes de primeira ordem da transmissão são aqueles responsáveis pela perda de uma linha de transmissão do sistema. As contingências de segunda ordem da geração (ou compostas) são aquelas responsáveis pela perda de duas unidades geradoras, podendo está ocorrer simultaneamente nas duas usinas de geração. Já as contingências de segunda ordem da transmissão são aquelas responsáveis pela perda de duas linhas de transmissão do sistema. Além dos casos prévios, são consideradas contingências compostas a perda de uma unidade geradora com a perda de uma linha de transmissão. Depois de levantadas todas as combinações possíveis de contingências, simulam-se no software ANAREDE quais combinações geram cortes de cargas. Definida as contingências que provocam perda de carga, cria-se o diagrama de cortes mínimos e calcula-se a confiabilidade e seus índices LOLP, LOLE, EPNS, EENS e Severidade. Por fim, realizam-se estudos de incremento de confiabilidade do sistema através da análise de 2 cenários de expansão de geração. a) Cenário 1: Inserção de um parque eólico: Nesse cenário, insere-se um parque eólico na barra 3 do sistema base como tentativa de melhorar os índices de confiabilidade. Sabese que a potência (P) de um aerogerador varia conforme a velocidade do vento (em m/s). Para esse estudo, consideram-se três patamares de geração, de acordo com (6). v < 7; P = 20% 7 ≤ v < 10; P = 60% (6) v ≥ 10; P = 100% Assim, através de 8760 medidas de vento realizados de hora em hora para um intervalo de tempo de 1 ano para uma região pré-estabelecida, definiu-se um parque eólico que apresenta níveis de potências individuais e máximas conforme a tabela III. -------------- TABELA III. PARQUE EÓLICO Dados dos Aerogeradores Índice Valor Confiabilidade 0,990627 Número de Unidades 23 Potência Unitária 3,5 MW Potência Máxima 80,5 MW Dados de Ventos Patamar 1 2821 (h/ano) Patamar 2 2036 (h/ano) Patamar 3 3903 (h/ano) ------------ b) Cenário 2: Inserção de uma geração não intermitente de potência: Para esse cenário considera-se na barra 3 do sistema base um parque eólico com geração não intermitente de energia com uma confiabilidade de 0,98996. IV. RESULTADOS Através do software ANAREDE encontra-se os cortes de cargas que são causados pelas contingências de primeira e segunda ordem do sistema base. Dessa forma, obtém-se o diagrama de cortes mínimos que possibilitam o cálculo dos parâmetros de confiabilidade do sistema. A fig. 3 apresenta o diagrama de cortes mínimos para o caso base, já a tabela IV apresenta os cortes de carga. -------------
--------------- Fig. 3. Diagrama de cortes mínimos para o caso base. ------------ TABELA IV. CORTES DE CARGA Contigência Potência não suprida Ordem Linha de Transmissão 2 55,3 MW 1 Linha de Transmissão 3 53,5 MW 1 Linhas de Transmissão 5 e 7 60,6 MW 2 Linhas de Transmissão 5 e 9 60,5 MW 2 Linhas de Transmissão 7 e 9 63,9 MW 2 Linhas de Transmissão 9 e 10 100 MW 2 Unidades Geradoras 1G1 e 1G1 30 MW 2 Unidades Geradoras 1G1 e 1G2 20 MW 2 Unidades Geradoras 1G2 e 1G2 10 MW 2 ------------- Através das probabilidades de cada cenário ocorrer somando-se ao corte de carga decorrente do mesmo é possível calcular os parâmetros da confiabilidade para o caso base conforme a tabela V. ------------ TABELA V. CASO BASE Parâmetros de Confiabilidade Índice Valor LOLP 0,01053 LOLE 3,8437 dias/ano EPNS 0,55598 MW EENS 4870,40 MWh/ano Severidade 1168,89 Sist.min Confiabilidade 0,98949 ------------ Para promover um incremento de confiabilidade do sistema e uma tentativa de atendimento dos possíveis cortes de carga são estudados dois cenários de inserção de geração na barra 3. A. Cenário 1: Inserção de uma parque eólico. Com a inserção do parque eólico na barra 3 do sistema realiza-se um novo estudo de fluxo de potência no software ANAREDE que relaciona a potência não suprida da tabela IV com a probabilidade de geração do parque eólico de acordo com seus patamares de vento. O diagrama de blocos para o cenário 1 pode ser visto na fig. 4 enquanto os parâmetros de confiabilidade para o cenário 1 são apresentados na tabela VI. ------------
-------------- Fig. 4. Diagrama de cortes – cenário 1. ------------ TABELA VI. CENÁRIO 1 Parâmetros de Confiabilidade Índice Valor LOLP 0,00565 LOLE 2,0652 dias/ano EPNS 0,08619MW EENS 755,09 MWh/ano Severidade 181,22 Sist.min Confiabilidade 0,99435 ------------ B. Cenário 2: Com a inserção de uma fonte não intermitente (NI) de energia na barra 3 do sistema, considerando as mesmas características de potência máxima e confiabilidade do parque eólico encontra-se o diagrama de cortes mínimos e os parâmetros de confiabilidade como podem ser vistos na fig. 5 e na tabela VII, respectivamente. ------------
------------- Fig. 5. Diagrama de Cortes – cenário 2. ------------- TABELA VII. CENÁRIO 2 Parâmetros de Confiabilidade Índice Valor LOLP 0,00009 LOLE 1,2575 horas/ano EPNS 0,01118 MW EENS 97,94 MWh/ano Severidade 23,506 Sist.min Confiabilidade 0,999856 -------------- Os cenários 1 e 2 quando comparados ao caso base indicaram um aumento de confiabilidade de 0,49% e 1,05% respectivamente. Já a severidade apresentou a passagem do cenário 1 do grau 4 para o grau 3, e do cenário 2 do grau 4 para o grau 2. V. CONCLUSÕES As análises de contingência de um sistema elétrico são de grande importante para avaliar a confiabilidade do mesmo. Através do diagrama de cortes mínimos e das probabilidades de falha dos equipamentos é possível diagnosticar o déficit de potência que a falta de geração ou transmissão poderá acarretar ao sistema. Assim, esse artigo analisou a confiabilidade de um sistema através da inserção de novos pontos de geração, enfatizando a geração eólica. Por intermédio do software ANAREDE foi possível simular os impactos que as contingências de primeira e segunda ordem causam em um sistema de potência. Para o caso estudado identificou-se uma fragilidade inicial na transmissão de energia elétrica nas linhas 2 e 3 por serem cortes de primeira ordem. Também, foram detectadas 7 contingências compostas envolvendo geração e transmissão de energia elétrica. Esse estudo mostrou-se importante para identificar as fragilidades de um sistema de potência e para avaliar a confiabilidade do mesmo. Observou-se que a adição de um parque eólico, no cenário 1, ajudou razoavelmente na diminuição da severidade e no aumento da confiabilidade do sistema. Já no segundo cenário, obtiveram-se melhores resultados com a adição de uma fonte não intermitente de energia, por se tratar de uma geração que não depende da imprevisibilidade do vento. Também, notou-se que nem sempre o acréscimo de geração é a solução para possíveis cortes de carga. Muitas vezes o problema está na capacidade elétrica dos outros equipamentos da rede, como no presente artigo, ocorreu com as linhas de transmissão. Esse problema deve-se ao fato do sistema necessitar de mais de um caminho de transmissão para atender os seus consumidores. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao INCT-GD e aos órgãos financiadores (CNPq processo 465640/2014-1, CAPES processo no. 23038.000776/2017-54 e FAPERGS 17/2551- 0000517-1). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] C. de B. Camargo, “Confiabilidade Aplicada a Sistemas de Potência Elétrica,” LTC/ELETROBRAS/FEESC, 1981. [2] J. A. Dias, “Avaliação da Confiabilidade Composta Baseada em Simulação Monte Carlo com Representação da Geração Eólica,” Dissertação de Mestrado em Ciências em Engenharia Elétrica. Rio de Janeiro,2008. [3] R. Billinton, Reliability Evaluation of Power Systems. Vol. 2, Plennum Press: New York, 1996. [4] S. Sulaeman, Evaluation of Wind Capacity Credit Using Discrete Convolution Considering the Mechanical Failure of Wind Turbines,” Durham, UK. 7-10 Jul. 2014. [5] EPE – Empresa de Pesquisa Energética, “Estudos Associados Ao Plano Decenal De Energia PDE 2007/2016,” Cap. 2, pág 15. Brasília: MME/EPE, 2007. https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/553/2020/07/93063-field_submission_abstract_file2.pdf __________________________________________________________________________________
----------- Causas do apagão: todas as hipóteses estão na mesa e serão analisadas, diz diretor-geral do ONS ------------- Foto: Fábio Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil Apagão nacional de ontem está sendo investigado 16 de agosto de 2023 | 09:29 BRASIL O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou que nenhuma hipótese do que pode ter causado o apagão que atingiu 25 Estados e o Distrito Federal nesta terça-feira, 15, foi descartada. Em entrevista ao Estadão/Broadcast na noite de ontem, Ciocchi afirmou que todas as possibilidades estão na mesa e serão analisadas, mas que só será possível dar respostas mais exatas nas próximas 48 horas. Segundo Ciocchi, foi identificado que houve uma variação brusca e não programada de frequência em uma região do Ceará, por volta das 8h30. Ele afirmou ainda que pode ter ocorrido uma segunda ocorrência, mas que ainda não era possível precisar. “Uma variação brusca e inesperada pode vir de várias coisas: uma carga grande que entrou e saiu inesperadamente, uma geração grande que tenha entrado ou saído inesperadamente, uma série de componentes”, disse. “Há várias hipóteses, há vários elementos a serem identificados. Nós pretendemos em 48 horas afunilar essa investigação. Importante dizer que não estamos eliminando nenhuma hipótese, todas estão na mesa e vamos analisar.” Um ponto fortemente questionado ao Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na tarde de ontem, em entrevista coletiva, foi se já havia identificação de alguma empresa responsável pela falha. Ciocchi explicou, contudo, que essa análise é complexa, uma vez que a região onde houve o início da ocorrência inclui várias linhas de transmissão, subestações e geradores. “Não temos como identificar hoje qual é o agente”, disse. “Não há o que se falar, pelo menos nesse momento, de um único agente, mas de vários agentes que devem estar envolvidos nessa mesma região, não necessariamente identificar uma responsabilidade única.” O Operador Nacional do Sistema (ONS) se comprometeu a entregar, em até 48 horas, um boletim mais detalhado sobre a interrupção de energia registrada nesta terça-feira. A intenção é detalhar, pelo menos, onde ocorreu e a causa do início da perturbação. Mas Ciocchi reconhece que não será possível trazer todos os detalhes rapidamente. Uma avaliação mais completa será feita em um prazo maior, de um mês, por meio do Relatório de Análise de Perturbação (RAP). O diretor-geral ressaltou, contudo, que o ONS não enfrenta dificuldades ou interferências de terceiros nas apurações do ocorrido. Segundo ele, o procedimento adotado atualmente é a dinâmica normal de uma avaria dessa proporção. Ainda, afirmou que, do ponto de vista de segurança do sistema elétrico, não há nenhum indicador ou histórico de problemas. “Nosso sistema é robusto. Tivemos um evento de grandes proporções? sim. Tivemos muita gente afetada durante muito mais tempo que gostaríamos? Sim, também, mas o sistema é robusto. Se compararmos com outros apagões e outros países, vemos que não é fragilidade do nosso sistema. E, como falei, não estamos descartando nenhuma hipótese. Identificando alguma fragilidade, as ações corretivas serão implementadas.” Ciocchi ressaltou que a carga foi totalmente restabelecida no País às 14h40 de ontem, e, desde então, o sistema interligado funciona normalmente. Marlla Sabino/Estadão Conteúdo ____________________________________________________________________________________ -----------
------------ "Nunca ficamos tanto tempo sem saber a origem de um apagão", diz ex-diretor-geral do ONS - .... Luiz Barata Ribeiro afirma que os órgãos reguladores folha.uol.com.br https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/08/nunca-ficamos-tanto-tempo-sem-saber-a-origem-de-um-apagao-diz-ex-diretor-geral-do-ons.shtml ____________________________________________________________________________________ ------
------------ Nunca ficamos tanto tempo sem saber a origem de um apagão”, diz ex-diretor-geral do ONS 16/08/2023 06h11 Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado O engenheiro Luiz Eduardo Barata considera “surpreendente” e “inacreditável” que o dia tenha terminado sem que o Brasil saiba onde e como começou o apagão dessa terça-feira (15). “Nunca ficamos tanto tempo sem saber. Passadas dez horas do distúrbio, não ouvimos do ONS, que é o responsável pela operação, exatamente o que ocorreu. Eu posso afirmar, com certeza que, pelo seu nível tecnológico, ele já devia saber quais foram as linhas com problemas”, diz. Barata é um dos profissionais mais experientes ainda na ativa no setor de energia elétrica. Foi secretário-executivo do MME (Ministério de Minas e Energia) e diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Segundo ele, os órgãos reguladores conseguem identificar a origem de um problema imediatamente após a sua ocorrência. Folha de S. Paulo https://www.blogdobg.com.br/page/2/ Blog do BG blogdobg.com.br https://www.blogdobg.com.br “Nunca ficamos tanto tempo sem saber a origem de um apagão”, diz ... de Minas e Energia) e diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). ____________________________________________________________________________________ ----------
------------ A entrega do controle da Eletrobras ao capital privado foi e, infelizmente, pela covardia do governo Lula, continua sendo, uma das maiores irresponsabilidades que já se praticou no Brasil! 10:32 AM · 15 de ago de 2023 · https://twitter.com/cirogomes ____________________________________________________________________________________ -------------
------------ O ex-candidato do PDT à Presidência Ciro Gomes. Foto: Evaristo Sá/AFP ------------ ECONOMIA Em dia de apagão, Ciro critica Lula e alega ‘covardia’ sobre a venda da Eletrobras Sem citar o pedetista, a primeira-dama Janja da Silva rebateu a acusação: ‘A Eletrobras foi privatizada em 2022’ POR CARTACAPITAL | 15.08.2023 13H24 O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes criticou o governo Lula ao se manifestar sobre o apagão de energia elétrica no Brasil nesta terça-feira 15. “A entrega do controle da Eletrobras ao capital privado foi e, infelizmente, pela covardia do governo Lula, continua sendo, uma das maiores irresponsabilidades que já se praticou no Brasil”, escreveu o pedetista nas redes sociais. “Como entregar o regime de águas – e total sensibilidade estratégica da interligação de TODO O SISTEMA – nas mãos do lucro de curtíssimo prazo? Inclusive sabotagem deve ser investigada.” Sem mencionar Ciro, a primeira-dama Janja da Silva rebateu o comentário nas redes sociais. “A ELETROBRAS FOI PRIVATIZADA EM 2022. Era só esse o tuite”, publicou. Em maio, o governo Lula, por meio da Advocacia-Geral da União, acionou o Supremo Tribunal Federal contra trechos da lei que autorizou a venda da Eletrobras. A ação contesta o dispositivo a tratar da redução na participação da União em votações no contesta o dispositivo a tratar da redução na participação da União em votações no conselho da empresa. A lei impediu que um acionista ou um grupo de acionistas exerça poder de voto superior a 10% da quantidade de ações. A avaliação da AGU é que o governo federal foi prejudicado pela norma, uma vez que detém cerca de 43% das ações ordinárias. Ao protocolar a ação no STF, a AGU ressaltou que o objetivo não é reestatizar a Eletrobras, mas resguardar o interesse público e os direitos de propriedade da União. Parte do Norte e do Nordeste brasileiros ainda sofrem com o apagão nesta tarde. O problema afetou nesta manhã todas as unidades da Federação, com exceção de Roraima. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, o fornecimento foi restabelecido no Sul, no Sudeste, no Centro-Oeste, em 55% do Norte e em 81% do Nordeste. As causas do incidente, porém, ainda não foram divulgadas pela pasta. No início da tarde, o presidente em exercício Geraldo Alckmin afirmou que, apesar da “ação rápida” do governo, há um problema a ser resolvido em Imperatriz, no Maranhão. “Conversei com o [ministro] substituto Efraim [Pereira da Cruz], que é secretário-executivo. E está indo bem. Estão com um problema em Imperatriz, no Maranhão, mas já estão debruçados lá”, disse Alckmin. ------------ ----------- CartaCapital https://www.cartacapital.com.br/politica/em-dia-de-apagao-ciro-critica-lula-e-alega-covardia-sobre-a-venda-da-eletrobras/ ____________________________________________________________________________________ ------------
------------ Acordo sobre Eletrobras ganha força no governo e no STF Executivo estuda propor aumentar para até quatro a quantidade de indicados da União no conselho de administração para não contestar outros pontos da desestatização da empresa Governo busca formas de aumentar influência sobre estatal Governo busca formas de aumentar influência sobre estatal Fernando Frazão/Agência Brasil Daniel RittnerBasília Rodriguesda CNN Em Brasília 30/05/2023 às 04:00 | Atualizado 30/05/2023 às 08:10 Compartilhe: Facebook Twitter Linkedin WhatsApp flipboard Ouvir notícia Ganha cada vez mais força, nos bastidores, a possibilidade de uma mediação em torno do processo que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) move no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o limite do direito de voto na Eletrobras. Segundo relatos feitos à CNN por fontes do Executivo e do Judiciário, uma alternativa está sendo desenhada: aumentar, de um para três ou quatro, a quantidade de indicados da União no conselho de administração da empresa de energia. Leia Mais Ação do governo contra trechos da capitalização da Eletrobras será julgada direto no plenário do STF Ação do governo contra trechos da capitalização da Eletrobras será julgada direto no plenário do STF Lula chama de “sacanagem” participação do governo na Eletrobras Lula chama de “sacanagem” participação do governo na Eletrobras Reestatização da Eletrobras “não está em pauta”, diz ministro de Minas e Energia Reestatização da Eletrobras “não está em pauta”, diz ministro de Minas e Energia Em troca, o governo assumiria um compromisso formal de não contestar outros pontos da desestatização da Eletrobras, incluindo a própria perda de controle acionário. A capitalização da companhia por investidores privados, que reduziu a participação estatal de 72% para menos de 43%, foi concluída em 2022. No começo de maio, a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou no STF com uma ação de inconstitucionalidade (ADI) em que questiona a proporcionalidade dos acionistas no conselho da Eletrobras. Ao todo, são nove conselheiros. A lei que abriu caminho para a privatização, no entanto, previa um limite de 10% dos acionistas ou bloco de acionistas nas decisões da empresa. Na prática, o governo pode indicar apenas um conselheiro. A premissa é seguir um modelo de “corporation”, sem acionista controlador, evitando que um grupo específico tome o controle da Eletrobras. A ação está sob relatoria, no STF, do ministro Nunes Marques. De acordo com pessoas que têm lidado diariamente com o processo, ele não descarta abrir uma mediação entre as partes e procurar uma saída negociada. A AGU, segundo essas fontes, simpatiza com a ideia e tenderia a aceitar um acordo no qual a União garantisse três ou quatro assentos no conselho. Se houver um acordo, caberia ao plenário do Supremo apenas julgar sua eventual homologação. No dia 17 de maio, Nunes Marques solicitou formalmente informações para Lula e para os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Lula subscreve a ação da AGU. A lei de privatização da Eletrobras foi aprovada no Congresso Nacional em 2021. Nos bastidores, porém, a avaliação é de que a Eletrobras teria grande dificuldade em fechar — e cumprir — um acordo. Isso porque mudanças na configuração do conselho só podem ser decididas pelos acionistas (com pelo menos 1% de participação na empresa), em assembleia geral, e não por deliberação da diretoria executiva ou dos próprios conselheiros. Procuradas, a AGU e a Eletrobras preferiram não se pronunciar. Nunes Marques também não fez comentários. Tópicos AGU Eletrobras Luiz Inácio Lula da Silva STF __________________________________________________________________________________

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