Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quinta-feira, 6 de julho de 2023
Viva a rapaziada!
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O Tempo - de Mario Quintana - narrado por Marcell Mendonça
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MARCELL DE AQUINO
O Tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está à minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mário Quintana
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Oração do Tempo (tempo, Tempo, Tempo)
Oração Ao Tempo (Remixed Original Album)
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Caetano Veloso
Oração Ao Tempo (Remixed Original Album) · Caetano Veloso
Cinema Transcendental
℗ 1979 Universal Music Ltda
Released on: 1979-01-01
Producer: Caetano Veloso
Composer Lyricist: Caetano Veloso
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És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que eu te digo
Tempo tempo tempo tempo
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definitivo
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo
O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo
Composição: Caetano Veloso
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Teatro Oficina faz homenagem comovente a Zé Celso: “O tempo é eterno”
Zé Celso faleceu aos 86 anos, nesta quinta-feira (6/7), em São Paulo, após um incêncio atingir seu apartamento
Ranyelle Andrade
https://www.metropoles.com/entretenimento/teatro/teatro-oficina-faz-homenagem-comovente-a-ze-celso-o-tempo-e-eterno
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Oswald de Andrade
“— Tudo é tempo e contra-tempo! E o tempo é eterno. Eu sou uma forma vitoriosa do tempo. Em luta seletiva, antropofágica. Com outras formas do tempo: moscas, eletro-éticas, cataclismas, polícias e marimbondos! / Ó criadores das elevações ertificiais do destino eu vos digo! A felicidade do homem é uma felicidade guerreira. Tenho dito. Viva a rapaziada! O gênio é uma longa besteira!” Oswald de Andrade em "Serafim Ponte Grande".
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José Celso Martinez Corrêa | Persona | 01/04/2022
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Persona
Estreou em 3 de abr. de 2022
Neste domingo (3/4), o Persona estreia a temporada de 2022 homenageando o diretor, autor e ator José Celso Martinez. Na edição, Zé Celso conta detalhes de sua trajetória pessoal e profissional. A atração da TV Cultura recebe, ainda em abril, as atrizes Mayara Magri e Helena Ignez e o diretor teatral e ator Amir Haddad. Apresentação de Atilio Bari e Chris Maksud.
Zé Celso abre o primeiro programa da nova temporada contando de suas raízes. “Eu me orgulho muito dessa minha descendência paterna. Porque eu me sinto índio. Eu sou índio”, afirma ao lembrar de sua avó que era indígena.
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“…A Avenida Paulista começa no Paraíso e termina no Consolação….” Zé Celso Martinez Corrêa já estava no Paraíso. Alô rapaziada da quebrada! Saudou! Começo e fim!
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Conheça a Avenida Paulista com a NOVABRASIL FM e Nissan Kicks
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento392380/pequenos-burgueses
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Teatro Oficina, em São Paulo
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OFICINA, os primeiros anos
TEATRO OFICINA, os primeiros anos
O Teatro Oficina surgiu em 1958, quando dois estudantes da Faculdade de Direito, no Largo de São Francisco, em São Paulo, Renato Borghi e José Celso Martinez Corrêa, organizaram um grupo de teatro amador, juntamente com Carlos Queiroz Telles, Amir Haddad, Moracy do Val, dentre outros. O início das atividades do Oficina foi a estréia de A ponte, de Carlos Queiroz Telles, e Vento forte para um papagaio subir, de Zé Celso. Também Antônio, de Zerbini, O guichê, de Jean Tardieu e Geny no pomar, de Charles Thomas.
A Incubadeira, Renato Borghi e Liana Duval
Em dezembro de 1959, o grupo apresentou As moscas, de Sartre. Em 1960 encenou A engrenagem, também de Sartre. No início do mesmo ano, em co-produção com o Teatro de Arena, o Oficina montou Fogo frio, de Benedito Ruy Barbosa. Em 1961 estreou A vida impressa em dólar, de Clifford Odetts, que devido a perseguições da censura rendeu uma passeata do elenco amordaçado pelas ruas de São Paulo.
Em dezembro de 1961, o Oficina estreou José, do parto à sepultura, de Augusto Boal. O espetáculo seguinte, em 1962, foi Todo anjo é terrível, de Ketti Frings. Ainda em 1962, surgiu Quatro num quarto, de Katáiev, na época em que Ittala se integrou ao grupo. A princípio, a atriz começou a trabalhar no Oficina meio por acaso, como uma espécie de tesoureira e auxiliar de escritório. Um dia, durante a ausência da atriz Rosamaria Murtinho, que ficou doente, Ittala assumiu seu personagem, Ludmila, em Quatro num quarto, e acabou ganhando o papel.
A peça seguinte foi Os pequenos burgueses, de Gorki, em agosto de 1963. “O Oficina representava, naquele momento, a síntese de todos os meus desejos. Acreditávamos num homem melhor, numa sociedade mais justa e igualitária. Havia uma familiaridade enorme entre os personagens gorkianos e nós. A peça parecia escrita por um autor nacional, tal a semelhança entre a vida daqueles tipos russos e a do homem brasileiro”, escreve.
Contam que, em 3 de abril de 1964, três dias após o golpe militar, já não foi possível fazer Os pequenos burgueses: o espetáculo foi suspenso pela censura quase na hora ir à cena. A todo momento chegavam notícias alarmantes de perseguições e prisões de artistas e intelectuais. Como Zé Celso, Renato e Fernando Peixoto estariam numa lista de perseguidos, o grupo optou por escondê-los no sítio da família da atriz Célia Helena, entre São Paulo e Rio.
A solução para que o Oficina não parasse de funcionar foi montar uma comédia e não deixar o teatro desativado por um minuto sequer, a fim de impedir uma possível invasão do prédio pela polícia política. Isso foi resolvido com os cursos de interpretação dados pelo ator russo naturalizado brasileiro, Eugênio Kusnet, que ocupava o teatro durante o dia e com os ensaios da comédia à noite.
O grupo escolheu montar Toda donzela tem um pai que é uma fera, de Gláucio Gil, dirigido por Benedito Corsi. No elenco, Ittala Nandi, Cláudio Marzo, Eugênio Kusnet, Célia Helena, Miriam Mehler e Raul Cortez, mais tarde substituído por Tarcísio Meira. Depois dos ensaios, Ittala e Cláudio Marzo iam levar mantimentos para os clandestinos Zé Celso, Renato Borghi e Fernando Peixoto. Segundo Ittala, o grupo Oficina recebia muitos telefonemas de ameaças, e camburões da polícia estacionavam em frente ao teatro.
Alguns meses depois, a lista negra, que incluía os nomes desses “foragidos”, foi momentaneamente suspensa. Os três puderam sair do esconderijo e pensar em retomar a montagem de Os pequenos burgueses. Mas isso só aconteceu após dois meses de luta contra a censura..., passado o instante em que grupo teve de pagar “uma bela quantia à censura”. Mas a sua interpretação em Toda donzela... acabou lhe rendendo o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante, dado pela Associação de Críticos Paulistas naquele ano Os pequenos burgueses voltou em cartaz contendo uma sabotagem do sistema contra-revolucionário implantado em abril: os censores proibiram a execução da Internacional, hino que encerrava o espetáculo, sendo substituído pela Marselhesa. Mas como a peça tratava da vitória proletária, o sucesso entre o público resultou estrondoso de qualquer maneira. Se o hino do proletariado foi proibido, o conteúdo revolucionário de A Marselhesa ali ficou muito evidente.
cartaz de Andorra, 1965
Depois eles montaram Os inimigos, de Gorki, indicada para mostrar um painel social que se assemelhava ao momento presente. Trata da questão de luta de classes: patrões versus operários e a repressão, mostrando a impossibilidade de existir o “patrão bonzinho”. O cartaz para a divulgação do espetáculo mostrava uma enorme bota militar esmagando os personagens da peça. Os inimigos estreou em janeiro de 1966 e, óbvio, a censura não deixou o Oficina em paz durante toda a temporada. Numa apresentação, no Rio de Janeiro, se encontrava o ditador de turno, general Castelo Branco, que no final do espetáculo foi cumprimentar o elenco.
No dia 31 de maio de 1966, um grande incêndio destruiu, quase que por completo, as instalações do Oficina. O laudo do incêndio dizia que um pedaço de madeira em chamas atravessou o forro do teatro e caiu na platéia. Rapidamente tudo foi destruído. Mas isso não desanimou o pessoal do Oficina, que saiu em busca de empréstimos e depois de um ano e meio, reinaugurou a sede reformada.
Durante o período das obras, o Oficina se apresentou em outras casas e viajou pelo Brasil com remontagens. Ainda em 1966, Ittala participou de um trabalho fora do Oficina: Senhor Puntilha e seu criado Matti, de Brecht, sob a direção de Flávio Rangel — desempenho que lhe proporcionou uma bolsa de estudos, por seis meses, em Paris, oferecida pelo governo francês.
Em 29 de setembro de 1967, O rei da vela, de Oswald de Andrade, reinaugurou, ao som de Yes, nós temos bananas, de Lamartine Babo, cheio de deboche e irreverência, o Oficina. A peça, escrita em 1933, ainda não havia sido encenada por ninguém.
O Rei da Vela, de Oswald de Andrade foi montado pelo Teatro Oficina, com direção de José Celso Martinez Corrêa trinta e três anos depois de escrito e ainda assim revelou traços de vanguarda. Tinha por objetivo destruir a equivocada concepção do “Brasil exótico”, do “país tropical produtor de bananas”. Com essa montagem histórica o Oficina alcança grande notoriedade, lançando o tropicalismo, que aglutina setores da música, do cinema e das artes plásticas, dando impulso a um movimento estético coeso e de abrangência nacional.
O espetáculo rendeu muitos telefonemas de ameaças, mas foi sucesso absoluto de público, com uma receptividade maravilhosa da platéia, que aplaudia em cena aberta.
Para visitar o blog do Teatro Oficina clique aqui.
fonte: http://prosalunos.blogspot.com.br/2007/09/teatro-oficina.html
“Em dezembro de 1961, o Oficina estreou José, do parto à sepultura, de Augusto Boal….” “….Hoje, 6 de julho de 2023, o Oficina reprisa José, do parto à sepultura, de Zé Celso Martinez Corrêa….”👆
https://primeiroteatro.blogspot.com/2015/08/teatro-oficina-o-teatro-oficina-surgiu.html
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Peça Pequenos Burgueses - Making of
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Hipérion TV
22 de set. de 2018
Peça encenada pelo terceiro período do curso de formação de atores.
Realização: Hipérion Escola de Artes
Elenco:
Anderson Macário
Beto Filgueiras
Bruna Gouveia
Clarice Klaus
Gabriela Araújo
Julyana Batista
Rafaella Paixão
Sofia Kozmhinsky
Thais Dutra Sá
Adaptação coletiva da obra Pequenos Burgueses, de Maxim Gorky.
Direção: Diana Giraldo
Local: Teatro Arraial Ariano Suassuna. Recife.
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Kazimir Malevich, o “mentor” do suprematismo: saiba mais aqui -
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Suprematismo
Movimento que aconteceu na Rússia, entre os anos de 1915 e 1923, e teve como alguns artistas: El Lissitzky, Kazimir Malevich, Lyubov Popova, Ivan Puni, Aleksandr Rodchenko. Na Última Exposição Futurística de Pinturas: 0-10, organizada por Ivan Puni em Petrogrado em dezembro de 1915, Kazimir Malevich, um artista russo, escolheu esse termo para descrever suas próprias pinturas, porque era o primeiro movimento em artes a reduzir a pintura à pura abstração geométrica. Foi também o movimento que mais influenciou o Construtivismo. Malevich, no seu manifesto "Do Cubismo ao Suprematismo", define o Suprematismo como "a supremacia do puro sentimento", o essencial era a sensibilidade em si mesma, independentemente do meio onde teve origem.
https://soslportuguesa.blogspot.com/2012/11/o-modernismo-vanguardas-europeias.html
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Geleia Geral (Gilberto Gil e Torquato Neto) aproveita verso de Oswald de Andrade
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Letras
O poeta desfolha a bandeira
E a manhã tropical se inicia
Resplendente, cadente, fagueira
Num calor girassol com alegria
Na geléia geral brasileira
Que o Jornal do Brasil anuncia
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
A alegria é a prova dos nove
E a tristeza é teu porto seguro
Minha terra onde o sol é mais lindo
E Mangueira onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva-selvagem
Pindorama, país do futuro
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
É a mesma dança na sala
(No Canecão), na TV
E quem não dança, não fala
Assiste a tudo e se cala
Não vê no meio da sala
As relíquias do Brasil
Doce mulata malvada
Um LP de Sinatra
Maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano
Super poder de paisano
Formiplac e céu de anil
Três destaques da Portela
Carne seca na janela
Alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade
Hospitaleira amizade
Brutalidade e jardim
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
Plurialva, contente e brejeira
Miss-linda Brasil diz: Bom dia
E outra moça também Carolina
Da janela examina a folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos
E a saúde que o olhar irradia
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
O poeta desfolha a bandeira
E eu me sinto melhor colorido
Pego um jato, viajo, arrebento
Com o roteiro do sexto sentido
Voz do morro, pilão de concreto
Tropicália, bandeiras ao vento
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
Ê bumba-iê-iê boi
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi, ê...
Compositores: Gilberto Passos Gil Moreira / Torquato Pereira De Araujo Neto
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Fuzzil: De role na quebrada
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22: A semana que recriou o Brasil — Senado Notícias
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Grupo Oficina — Liderado por José Celso Martinez Corrêa, ou simplesmente Zé Celso, diretor, ator, dramaturgo e encenador, o Oficina teve início nos anos 1950 e se firmou na década seguinte como um teatro questionador em termos culturais, comportamentais e políticos, seguindo uma abordagem considerada por muitos como orgiástica e antropofágica. Tornaram-se célebres as encenações de Pequenos Burgueses (1963) e de O Rei da Vela (1967), este um texto de Oswald de Andrade que terminou por se tornar uma espécie de manifesto encampado pelo movimento. Até o presente, Zé Celso e seu grupo mantém fidelidade a uma pegada dionisíaca em suas montagens, como a da tragédia grega As bacantes, de Eurípedes, uma das mais marcantes.
Fonte: Agência Senado
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Viva a Rapaziada
Zander
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De mãos para ao alto,
Estamos sem direção.
Sem cinto e sem freio
Atrás de motivação.
De cortes abertos.
Cansados de opinião.
Perdas ao longo.
Débitos no cartão.
Punhos fechados e em posição de guerra, com razão!
Estamos cercados de burocracias e papeis
Que nos obrigam a não mais pedir licença.
Estamos armados de autonomia e paixão!
O chicote canta!
O filho chora e a mãe não vê.
A água é da bica
E o fim depende de você.
Por ruas desertas,
Por tudo o que se pode ser.
Nas curvas da vida
Enquanto puder se aquecer.
Punhos fechados e em posição de guerra, com razão!
Estamos cercados de burocracias e papeis
Que nos obrigam a não mais pedir licença.
Estamos armados de autonomia e paixão!
Power to the people! Now we're gonna take control!
Power to the people! Now we're gonna take control!
Punhos fechados e em posição de guerra, com razão!
Estamos cercados de burocracias e papeis
Que nos obrigam a não mais pedir licença.
Estamos armados de autonomia e paixão!
"Ó, criadores das elevações artificiais do destino, eu vos maldigo!
A felicidade do homem é uma felicidade guerreira, tenho dito!
Viva a rapaziada! O gênio é uma longa besteira!"
E a faca não corta somente a semente.
Eu não peço desconte, nem trinco o meu dente.
Não é todo mundo que encara o que sente
Por falta de algo mais forte ou do próprio amor.
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A felicidade do homem é uma felicidade guerreira. Tenho dito. O gênio é uma longa besteira!
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Zander - Viva A Rapaziada!
Hearts Bleed Blue
2.432 visualizações 30 de jan. de 2014
Disponível em http://www.hbbstore.com
Hearts Bleed Blue, música para colecionar
https://www.facebook.com/hbbrecords
Música
MÚSICA
Viva a Rapaziada!
ARTISTA
Zander
ÁLBUM
Ep'tizer
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Viva a Rapaziada
Zander
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De mãos para ao alto,
Estamos sem direção.
Sem cinto e sem freio
Atrás de motivação.
De cortes abertos.
Cansados de opinião.
Perdas ao longo.
Débitos no cartão.
Punhos fechados e em posição de guerra, com razão!
Estamos cercados de burocracias e papeis
Que nos obrigam a não mais pedir licença.
Estamos armados de autonomia e paixão!
O chicote canta!
O filho chora e a mãe não vê.
A água é da bica
E o fim depende de você.
Por ruas desertas,
Por tudo o que se pode ser.
Nas curvas da vida
Enquanto puder se aquecer.
Punhos fechados e em posição de guerra, com razão!
Estamos cercados de burocracias e papeis
Que nos obrigam a não mais pedir licença.
Estamos armados de autonomia e paixão!
Power to the people! Now we're gonna take control!
Power to the people! Now we're gonna take control!
Punhos fechados e em posição de guerra, com razão!
Estamos cercados de burocracias e papeis
Que nos obrigam a não mais pedir licença.
Estamos armados de autonomia e paixão!
"Ó, criadores das elevações artificiais do destino, eu vos maldigo!
A felicidade do homem é uma felicidade guerreira, tenho dito!
Viva a rapaziada! O gênio é uma longa besteira!"
E a faca não corta somente a semente.
Eu não peço desconte, nem trinco o meu dente.
Não é todo mundo que encara o que sente
Por falta de algo mais forte ou do próprio amor.
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Os Sapos - Manuel Bandeira | por Anny e Leo | Especial Semana de Arte Moderna #3
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Os Sapos
Manuel Bandeira
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Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
— “Meu pai foi à guerra!”
— “Não foi!" — “Foi!” — “Não foi!”.
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: — “Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas…"
Urra o sapo-boi:
— “Meu pai foi rei!” — “Foi!”
— “Não foi!” - “Foi!” — “Não foi!”.
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
— A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
— “Sei!” — “Não sabe!” — “Sabe!”.
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio…
Análise
Os versos fazem uma sátira ao movimento parnasiano, que precedeu o modernismo. Bandeira consegue reproduzir as características essenciais defendidas pelos parnasianos, mantendo a métrica regular e preocupação com a sonoridade, imitações que neste caso estão a serviço da rejeição à poesia parnasiana. Os versos trabalham com a ironia e com a paródia a fim de despertar o público para a necessidade de ruptura e transformação da poesia. O poema é metalinguístico porque fala da própria poesia, ou melhor, daquilo que a poesia não deveria ser. Os sapos, que refletem sobre o que supostamente é a arte e o bom poema, são metáforas dos diferentes tipos de poetas. O sapo-tanoeiro é um típico exemplar do poeta parnasiano, que destila as regras de composição: para ele, a grande poesia é como o ofício de um joalheiro, há que se lapidar com precisão e paciência. O sapo-cururu, por sua vez, é uma representação do poeta modernista que aspira por liberdade e reivindica a simplicidade e o uso de uma linguagem cotidiana.
Bandeira, através da paródia, critica a preocupação excessiva dos parnasianos com o aspecto formal da linguagem, estilo que para ele deveria ser ultrapassado. Outra característica importante do poema é o humor. A própria circunstância — sapos refletindo sobre os estilos de poesia — já é por si só hilariante. A criação foi tão essencial para os modernistas que Sérgio Buarque de Holanda chegou a definir o poema como hino nacional do modernismo. Nas estrofes, contudo, vemos aquilo que o poema não deve ser, embora os novos rumos ainda não estejam propriamente sugeridos nos versos.
Fonte: Rebeca Fuks, doutora em estudos da cultura, em Cultura Genial
Fonte: Agência Senado
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22: A semana que recriou o Brasil — Senado Notícias
https://www12.senado.leg.br/noticias/noticias/infomaterias/2022/01/22-a-semana-que-recriou-o-brasil
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