Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sábado, 22 de julho de 2023
ELZA É CULTURA
93 ANOS - A MULHER DO FIM DO MUNDO
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Maria da Vila Matilde
Elza Soares
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Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180
Vou entregar teu nome e explicar meu endereço
Aqui você não entra mais, eu digo que não te conheço
E jogo água fervendo se você se aventurar
Eu solto o cachorro e, apontando pra você
Eu grito: Péguis-ss-ss-ss
Eu quero ver você pular, você correr na frente dos vizin
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180
Vou entregar teu nome e explicar meu endereço
Aqui você não entra mais, eu digo que não te conheço
E jogo água fervendo se você se aventurar
Eu solto o cachorro e, apontando pra você
Eu grito: Péguis-ss-ss-ss
Eu quero ver você pular, você correr na frente dos vizin
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
E quando o samango chegar
Eu mostro o roxo no meu braço
Entrego teu baralho, teu bloco de pule
Teu dado chumbado, ponho água no bule
Passo e ainda ofereço um cafezin
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180
Vou entregar teu nome e explicar meu endereço
Aqui você não entra mais, eu digo que não te conheço
E jogo água fervendo se você se aventurar
Eu solto o cachorro e, apontando pra você
Eu grito: Péguis-ss-ss-ss
Eu quero ver você pular, você correr na frente dos vizin
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
E quando tua mãe ligar
Eu capricho no esculacho
Digo que é mimado, que é cheio de dengo
Mal acostumado, tem nada no quengo
Deita, vira e dorme rapidin
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Mão, cheia de dedo
Dedo, cheio de unha suja
E pra cima de mim?
Pra cima de moi? Jamé, mané!
(Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim)
(Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim)
(Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim)
(Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim)
(Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim)
(Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim)
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Composição: Douglas Germano.
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IEPfD | O Estado Diante da Globalização e da Revolução Tecnológica – Seminário 3
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Marco Aurélio Nogueira* - A democracia e seu equilíbrio
O Estado de S. Paulo
Na falta dele, crises se sucedem sem solução, criando condições para a emergência de lideranças autoritárias, salvadores da pátria, tida como ameaçada
Não é difícil entender por que a democracia corre riscos. Nossa época é de transição. Estão a mudar o modo de produção, a organização do trabalho, os empregos, as formas de comunicação. Algumas mudanças já se sedimentaram, como no terreno da produção e circulação de informações, turbinadas pelas redes e pelas modalidades várias de autocomunicação de massas. A vida social sofre os espasmos dessas modificações: se desorganiza, se fragmenta, converte-se num território de indivíduos soltos que problematizam a participação política e despejam demandas no espaço público, exigindo sempre mais investimentos e direitos.
Como regime, a democracia está hoje submetida à desconfiança dos cidadãos, insatisfeitos com as respostas que obtêm dos governos. Está, também, sendo maltratada pelas correntes de extrema direita, que a violentam e a descaracterizam, e pelos populistas de variados tipos, que pouco se preocupam com fortalecê-la e protegê-la, ávidos que são pelos aplausos das multidões. Os grandes interesses econômicos, por sua vez, além de explorar a população, buscam manipular os institutos democráticos. Os personagens centrais da democracia representativa – os partidos, os parlamentares, os governantes – nem sempre vão além de proclamações em favor da democracia, deixando de adotar medidas que a blindem contra os ataques dos que a desprezam e a façam funcionar de maneira efetiva.
Apesar disso, a democracia continua respirando como valor. Vista como um sistema dedicado a viabilizar a participação política em condições de igualdade mínima – mediante o voto –, de liberdade, de direitos humanos e de vigência plena do Estado de Direito, a democracia permanece como horizonte ético e moral do mundo contemporâneo. Em nossas sociedades, a democracia é uma condição de possibilidade: sem ela, os cidadãos não são incentivados a defender sua privacidade em consonância com a pluralidade social. Deixam de interagir com os diversos pedaços da sociedade, que necessitam de procedimentos democráticos para se reaproximarem. A democratização do social vibra em todos os espaços organizados: nas escolas, nas famílias, nas empresas, nos esportes, na cultura, na política. Só freia sua marcha impetuosa diante das organizações fundamentalistas e de hierarquia rígida.
Há uma crise de autoridade por toda parte e a violência se esparrama, travando a recomposição social, que necessita de diálogo, temperança, paciência e serenidade argumentativa. É falsa a ideia de que autocratas obtêm submissão e obediência. Em sociedades complexas como as nossas, o máximo que conseguem é usar a intimidação e a ameaça para convencer parte da população a segui-los vida afora. Reprimem e estigmatizam os que a eles se opõem, num esforço para isolá-los do conjunto social. Autocracias populistas podem se reproduzir por longos períodos, caírem ao menor tropeço de seus líderes ou serem sugadas por crises não administradas. Em qualquer um dos casos, produzem estragos na política e no convívio social, deixando marcas que ferem a democracia e o Estado de Direito.
Nos regimes democráticos, combinam-se o conflito e o consenso, a liberdade e a ordem. A desobediência civil faz parte de suas regras, assim como o protesto e a luta social. O que conta são os procedimentos: pressionar, denunciar, reivindicar, mas não perder de vista o diálogo, a negociação e a civilidade.
O diálogo, afinal, é a trava de sustentação da democracia. É ele que garante a consideração das diversas opiniões e das demandas mais justas e emergenciais. Em vez da razão instrumental e da razão dos mais fortes, o diálogo instala a razão reflexiva, valorizadora do pensamento crítico, da ponderação e da análise dos argumentos. Com isso, desnuda as tentativas de fazer com que o poder possa tudo, como se estivesse à margem de considerações éticas ou morais. A razão reflexiva também facilita a navegação no mar de informações e desinformações com que temos de lidar, ajudando a que cada um consiga separar o lixo e neutralizar os ruídos tóxicos.
A democracia vigora sempre em equilíbrio dinâmico, que precisa ser continuamente alimentado. Está sempre em construção, não é um sistema perfeito. Quando o equilíbrio falta, o conflito se converte em guerra ou polarização paralisante, os interesses ficam exacerbados, como se não quisessem ou não soubessem se recompor. Crises se sucedem sem solução, criando condições para a emergência de lideranças autoritárias, salvadores da pátria, tida como ameaçada. É neste ponto que estacionamos hoje.
O equilíbrio requerido pela democracia não deriva somente de boas instituições e de governantes bem-intencionados. A prevalência do diálogo não é uma conquista de intelectuais ou de políticos falastrões: é algo que precisa se enraizar na vida social, modelar corações e mentes, infiltrar-se nas famílias, nas escolas, na cultura, na corrente sanguínea de cada cidadão. Ou seja, é algo que depende de educação, de práticas reflexivas e de empenho cívico.
*É professor titular de Teoria Política da Unesp
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Cristovam Buarque - A ideologia do descaso
Revista Veja
O fim das escolas cívico-militares não resolve todos os problemas
As escolas cívico-militares não surgiram apenas do desejo militarista de governo recente, elas respondem ao fracasso histórico da educação de base no Brasil. Apesar das deformações pedagógicas que carregam para a formação dos alunos, se apresentam como alternativa a um sistema escolar sem qualidade, ineficiente e injusto. Não seria uma proposta imaginada se o sistema tradicional oferecesse aulas no horário certo, sem paralisações, nem violências, com bom funcionamento, respeito e reconhecimento aos professores, manutenção eficiente, banheiros limpos, e os alunos sentindo aprender para o futuro. A militarização da gestão pode limitar o espírito crítico necessário em uma boa formação, mas o que se ouve de alguns dos pais é que nessas escolas “pelo menos nossos filhos têm aulas regularmente”.
A prática das últimas décadas — sem compromisso com a qualidade, às vezes irresponsável na adoção de metodologias da moda sem comprovação científica — quebrou princípios necessários à aprendizagem. Pontualidade e respeito não ensinam, mas sem eles não se aprende. A militarização da gestão é vista pela população como tentativa de corrigir o caos que impera no setor público. Foi adotada por desvio ideológico de governo militarista, mas surgiu porque as escolas brasileiras parecem caricatura de uma escolinha do professor Raimundo. Se as outras escolas estivessem funcionando bem, as chamadas cívico-militares não seriam aplaudidas.
“A militarização da gestão é vista pela população como tentativa de corrigir o caos do setor público”
O MEC deveria analisar onde erramos ao longo de décadas e por que perdemos a guerra da educação de base. Ignorar a falência é um desvio tão ideológico quanto achar que as escolas cívico-militares resolveriam o problema. São duas vertentes da permanente ideologia de descaso à educação de qualidade: uma com viés militarista, outra civilista, ambas se recusando à ambição de educação com qualidade para todos, independentemente da renda. Ideologia obscurantista que não acredita no potencial brasileiro para ter educação de base com a máxima qualidade e ideologia segregacionista de que no Brasil não seria possível assegurar, aos filhos dos mais pobres, escolas com a mesma qualidade assegurada aos filhos dos mais ricos. Ideologia que federaliza o ensino superior, mas deixa a educação pública de base entregue aos municípios pobres e desiguais, mantendo a educação privada financiada pelas famílias, com subsídios da União.
Acabar com a minúscula experiência federal cívico-militar pode barrar uma anomalia pedagógica, mas não vai melhorar a qualidade geral da caótica rede pública com mais de 150 000 escolas administradas por quase 6 000 municípios, nem reduzir a desigualdade conforme a renda do aluno. O MEC perdeu a oportunidade de analisar as razões do surgimento das escolas cívico-militares, de entender onde erraram quando estiveram antes no poder e deixou de apresentar sua proposta de reformas para o futuro: um novo e robusto sistema nacional de qualidade para todos. Pena que depois de quatro anos de ideologização do MEC, parece que esta é uma maldição que continua, substituindo a crença na disciplina militar pela tolerância com caos civil: o mesmo descaso com a falta de qualidade e com a aceitação da desigualdade.
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ENTRETENIMENTO
Rádio Cultura homenageia Elza Soares no dia em que a cantora completaria 93 anos
Nesta sexta (23), o 'Vozes do Brasil', com Patrícia Palumbo, celebra o lançamento do disco 'No Tempo da Intolerância'
Da Redação
20/06/2023 16h28
Reprodução:@elzasoaresoficial/ Foto:@denisericardoReprodução:@elzasoaresoficial/ Foto:@denisericardo
Nessa sexta (23), dia em que Elza Soares completaria 93 anos, o 'Vozes do Brasil', da Rádio Cultura Brasil, homenageia a cantora. O programa, apresentado por Patrícia Palumbo, mostra o disco 'No Tempo da Intolerância', último trabalho da grande artista brasileira.
Elza deixou esse trabalho pronto com canções escritas especialmente para ela por Rita Lee e Roberto de Carvalho, Pitty e Josyara. No repertório, também há uma descoberta: música inédita de Dona Ivone Lara. De quebra, há ainda uma composição da jovem Isabela Moraes.
Leia também: Exposição “Luzes da Coreia” fica aberta ao público até o dia 20 de agosto em São Paulo
O Vozes do Brasil conta com depoimentos das compositoras, do arranjador e comentários da apresentadora Patrícia Palumbo, que teve acesso exclusivo ao disco antes do lançamento.
Em 2021, a cantora foi ao estúdio com a intenção de fazer um disco com autoras mulheres. O registro ficou guardado e foi finalizado com a produção de Rafael Ramos.
https://cultura.uol.com.br/entretenimento/noticias/2023/06/20/7049_radio-cultura-homenageia-elza-soares-no-dia-em-que-a-cantora-completaria-93-anos.html
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ESPECIAIS
As principais participações de Elza Soares na Cultura
A Mulher do Fim do Mundo completa 91 anos nesta quarta (23)
Cultura Brasil
23/06/2021 15h20
Foto: Nadja KouchiFoto: Nadja KouchiElza Soares
A carioca Elza Soares completa hoje 91 anos, segundo a rádio BBC de Londres a cantora brasileira do milênio. Elza nasceu em uma família muito humilde, composta por dez irmãos, na favela da Moça Bonita, no bairro de Padre Miguel. Segundo ela, sua infância foi pobre, porém feliz para uma criança, apesar de ter que ajudar a mãe nos serviços domésticos, levando latas d'água na cabeça.
Elza já teve diversas participações na história das Rádios e TV Cultura, programas especiais que contaram com a presença ilustre da cantora.
1. Roda Viva
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A cantora Elza Soares esteve no centro do Roda Viva em setembro de 2002. Na bancada de entrevistadores, sob comando de Paulo Markun, estiveram Tarik de Souza, João Pimentel, Regina Porto, Lia Machado Alvim, Luiz Caversan, Washington Olivetto e Zuza Homem de Melo.
2. Ensaio (1991)
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Em um programa Ensaio gravado em 1991, a cantora relembra os momentos que marcaram sua vida e carreira. Ela fala do seu grande amor pelo jogador de futebol Garrincha, com quem foi casada. Fala ainda sobre Louis Armstrong, que conheceu, sobre a Bossa Nova e Tom Jobim.
3. Ensaio (2014)
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O programa Ensaio prestou uma homenagem ao centenário de Lupicínio Rodrigues na voz de sua maior interprete, Elza Soares, que, por sua vez, conta histórias divertidas de quando conheceu Lupicínio e a primeira viagem para Porto Alegre, onde deram um porre em Ciro Monteiro para poder embarcá-lo no avião. Ela fala sobre a delicadeza de suas letras e conta que ele era o modelo da paixão. Dá um emocionante depoimento sobre o dia da morte de Lupicínio, como recebeu a notícia e a falta que faz o amigo.
4. Cultura Livre
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Elza fez parceria com os mais importantes nomes da música brasileira e ficou mundialmente conhecida com seu jeito “rouco” de cantar. Em 2019, a cantora participou do programa Cultura Livre com apresentação de Roberta Martinelli, no programa Elza fala sobre seu disco "Planeta Fome".
5. Bem Brasil
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A Diva do samba-jazz brasileiro apresentou o seu show Vivo Feliz no programa gravado em 2004. Hoje, Elza soares é respeitada como uma das vozes mais importantes da música do século 20. Parabéns Elza Soares!
https://cultura.uol.com.br/radio/programas/especiais-cultura-brasil/2021/06/23/20_as-principais-participacoes-de-elza-soares-na-cultura.html
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