domingo, 26 de dezembro de 2021

TRÁGICO OCULTO

"É tudo um jogo mas eu conheço as regras." *** *** Música | Orquesta joven de la Sinfónica de Galicia: Bolero de Ravel *** *** Poemeto Irônico | Poema de Manuel Bandeira com narração de Mundo Dos Poemas *** Mundo Dos Poemas Poesia e poema de autor brasileiro. Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. É considerado como parte da geração de 1922 do modernismo no Brasil. Seu poema "Os Sapos" foi o abre-alas da Semana de Arte Moderna. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Gilberto Freyre, Clarice Lispector e Joaquim Cardozo, entre outros, representa o melhor da produção literária do estado de Pernambuco. Poesia | Manuel Bandeira: Poemeto irônico O que tu chamas tua paixão, É tão-somente curiosidade. E os teus desejos ferventes vão Batendo as asas na irrealidade... Curiosidade sentimental Do seu aroma, da sua pele. Sonhas um ventre de alvura tal, Que escuro o linho fique ao pé dele. Dentre os perfumes sutis que vêm Das suas charpas, dos seus vestidos, Isolar tentas o odor que tem A trama rara dos seus tecidos. Encanto a encanto, toda a prevês. Afagos longos, carinhos sábios, Carícias lentas, de uma maciez Que se diriam feitas por lábios... Tu te perguntas, curioso, quais Serão seus gestos, balbuciamento, Quando descerdes na espirais Deslumbradoras do esquecimento... E acima disso, buscas saber Os seus instintos, suas tendências... Espiar-lhe na alma por conhecer O que há de sincero nas aparências. E os teus desejos ferventes vão Batendo as asas na irrealidade... O que tu chamas tua paixão, É tão-somente curiosidade.
*** Mundo Alternativo Filme – A Felicidade Não Se Compra (It's a Wonderful Life, 1946) | Mundo Alternativo *** "Este ano de 2021 não foi nem um pouco fácil para a maioria dos brasileiros, em meio a desemprego, inflação e pandemia. No espírito de Frank Capra, vamos celebrar hoje aqueles trabalhadores e pessoas comuns que enfrentaram grandes dificuldades e, por meio do trabalho honesto, aliviaram um pouco os problemas coletivos. Vamos agradecer aos enfermeiros e médicos que arriscaram a vida para cuidar dos doentes, aos trabalhadores dos supermercados e aos entregadores que assumiram a linha de frente e nos permitiram manter algum distanciamento social, aos cientistas e trabalhadores do Butantan e da Fiocruz que testaram e fabricaram as vacinas, a todos os professores que seguiram ensinando as crianças. Neste ano difícil, a despeito dos Senhores Potter que estão no poder, eles foram os Georges Bailey que fizeram do Brasil um lugar menos ruim." 👇🏿 ***
*** Pablo Ortellado: Uma vida maravilhosa sábado, 25 de dezembro de 2021 *** O Globo “A felicidade não se compra” (“It’s a wonderful life”), o clássico filme natalino de Frank Capra, completa 75 anos, e a efeméride é ótimo pretexto para revê-lo. Quem quiser pode assistir hoje (25/12) às 13h15 no Telecine Cult. Os filmes de Capra celebram as virtudes do homem comum. Em “O galante Mr. Deeds” (1936), um homem simples de uma cidade do interior herda uma grande fortuna e é perseguido por interesseiros. Em “Do mundo nada se leva” (1938), uma garota de família trabalhadora e alegremente excêntrica enfrenta a família do noivo rico que quer comprar as casas da região. Em “A mulher faz o homem” (1939), um cidadão ingênuo é eleito para o senado americano, onde tem de enfrentar a política corrompida. Os personagens de Capra são trabalhadores que mantêm as famílias unidas e atravessam com otimismo e alegria os momentos difíceis. Seus filmes celebram de maneira um pouco ingênua a honestidade, a simplicidade e a decência do trabalhador americano, em contraste com a ganância, a corrupção e o rebaixamento do espírito trazidos pelo dinheiro e pelo poder. Essa fascinante sequência de filmes é interrompida pela Segunda Guerra Mundial. Em 1941, apenas quatro dias após Pearl Harbor, Capra, com 44 anos, se alista e colabora com o esforço de guerra produzindo uma série de documentários destinada aos soldados chamada “Por que lutamos” (1942-1945). “A felicidade não se compra”, de 1946, é sua volta ao cinema comercial, num projeto independente, sem o controle dos estúdios. É seguido de mais um filme, “Sua esposa e o mundo” (“State of the Union”), de 1948. O pouco sucesso dos dois filmes numa sociedade profundamente mudada pela guerra o leva a abandonar o cinema de ficção e a dedicar o resto da carreira ao documentário de divulgação científica. Para quem não viu ou não se lembra, “A felicidade não se compra” conta a história de George Bailey (James Stewart), um homem decente que sacrifica seus interesses e ambições para fazer o que é certo. Aos 12 anos, George salva o irmão num acidente, perdendo a audição; jovem, sacrifica uma carreira na engenharia para ajudar a pequena empresa de construção da família; quando se casa, gasta todo o dinheiro da lua de mel para recuperar a empresa. Seu antagonista é o Senhor Potter, um magnata local ganancioso e inescrupuloso que tenta tirar o negócio da família e desdenha o compromisso social da pequena construtora. Para o desespero final de George, seu tio perde o dinheiro do depósito da empresa, que é encontrado (e não devolvido) pelo Senhor Potter, colocando em risco anos de dedicação e sacrifício. Embora moralmente corretas, as escolhas de George vão lhe trazendo problemas e acumulando frustrações, até que ele se vê à beira do suicídio. Quando está para saltar de uma ponte, é abordado por um anjo da guarda que o leva a contemplar o que teria acontecido com as pessoas a seu redor se não existisse — de maneira parecida, mas um pouco diferente do que fazem os fantasmas do “Conto de Natal” de Charles Dickens. Após ver como suas ações impactaram as pessoas ao redor, George implora para voltar a viver. Embora seja um dos filmes mais reprisados no período de Natal, “A felicidade não se compra” não é um filme radiante, mas um pouco sombrio. A vida que George decide retomar não é luminosa. Embora a cidade se cotize para pagar a dívida da construtora, o Senhor Potter escapa impune, e os outros problemas de George não vão embora. O título original em inglês, “É uma vida maravilhosa”, tem algo de sarcástico: a despeito da barulhenta animação com que ele enfrenta os desafios, a vida de George e de outros como ele não é maravilhosa. Mas suas ações fazem com que uma vida dura e difícil seja um pouco menos ruim para todos. Este ano de 2021 não foi nem um pouco fácil para a maioria dos brasileiros, em meio a desemprego, inflação e pandemia. No espírito de Frank Capra, vamos celebrar hoje aqueles trabalhadores e pessoas comuns que enfrentaram grandes dificuldades e, por meio do trabalho honesto, aliviaram um pouco os problemas coletivos. Vamos agradecer aos enfermeiros e médicos que arriscaram a vida para cuidar dos doentes, aos trabalhadores dos supermercados e aos entregadores que assumiram a linha de frente e nos permitiram manter algum distanciamento social, aos cientistas e trabalhadores do Butantan e da Fiocruz que testaram e fabricaram as vacinas, a todos os professores que seguiram ensinando as crianças. Neste ano difícil, a despeito dos Senhores Potter que estão no poder, eles foram os Georges Bailey que fizeram do Brasil um lugar menos ruim. https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/12/pablo-ortellado-uma-vida-maravilhosa.html *** *** *** Um clássico do cinema dos anos 40 o filme, A Felicidade Não se Compra nos ensina muitas lições, mas a principal delas é que cada um de nós é importante, não importa as nossas diferenças. Todos nós podemos atingir a vida das pessoas ao nosso redor de uma maneira positiva. O que seria do mundo sem você nele? Como seria a vida das pessoas ao seu redor se você não tivesse nascido? A Felicidade Não se Compra é um filme clássico que nos faz refletir sobre nossa influência no comportamento e na vida de quem nos cerca simplesmente por estarmos aqui, existindo. É o tal laço invisível que nos une. Em “It’s a Wonderful Life” (A Felicidade Não se Compra, no Brasil), de Frank Capra, 1946, George Bailey, homem admirado por todos na cidade, que abdica do sonho de estudar, viajar e conhecer o mundo para permanecer cuidando do legado da empresa em que o pai trabalhava antes de morrer. Perdido e desesperado em meio aos golpes do Sr. Potter (Lionel Barrymore), homem rico e poderoso da região, George acaba pensando em suicídio. Então um candidato a anjo de nome Clarence (Henry Travers) desce do céu e tenta persuadi-lo a mudar de ideia, declarando a importância da sua vida para muitas pessoas. Porém, mediante o ceticismo de George, o anjo resolve mostrar a ele as cenas de como seria a vida se ele não fizesse parte dela. “Foi te dada uma grande oportunidade, George, ver como seria o mundo sem você”. É então que começa uma sequência emocionante e cheia de lições, que gostaria de compartilhar com vocês. Vamos lá? Nossos atos impactam a vida das pessoas. Se não fosse por George, sua bondade em ajudar as pessoas, muitas pessoas teriam ido à ruína. Ele enxerga em cada detalhe, cada esquina, o quão frustrante seria a vida de todos sem que ele tivesse sido a pessoa que foi. Ele enxerga, de fato, o quão valiosa é sua jornada. E volta à vida com um sentimento explodindo de dentro dele: gratidão. Pelos seus filhos, pela sua esposa, pela sua firma, pelos seus amigos, pela sua casa caindo aos pedaços. A alegria, a capacidade de superação, a fé e a valorização da vida e de tudo aquilo que somos e representamos para outras pessoas tem que ser o combustível de nossas vidas. Uma das mais poderosas lições do filme A Felicidade Não Se Compra reside justamente na ideia de nossa importância pessoal, ou seja, de como nossa existência pode afetar de modo positivo a vida de outras pessoas. Ame as pessoas sem esperar nada em troca. E o mais impressionante para muitos é perceber que o verdadeiro “amor ao próximo” não precisa de muita coisa. Essa forma poderosa de ação pode ser efetivada a partir das pequenas ações que desempenhamos na nossa rotina. Adicionar um pouco de felicidade, esperança e otimismo ao dia a dia de cada um de nós pode representar muito para as pessoas que se sentam ao lado na mesa do jantar ou no escritório em que trabalhamos. É claro que não somos anjos, nem mesmo de 2ª classe (quem assistir o filme entenderá essa colocação). Somos seres humanos, de carne e osso, fadados a errar (e com os erros também podemos e devemos aprender) e, do mesmo modo, destinados a acertar tantas outras vezes. O importante é que queiramos sempre fazer o melhor. Dividir com as outras pessoas aquilo que podemos dar que represente nossos sentimentos mais puros e genuínos de humanidade: justamente a solidariedade, a compaixão, a fraternidade, a paz e o amor. A Felicidade Não se Compra é considerado um clássico natalino, mas é para ser assistido em qualquer época do ano. Nos leva a crer novamente naquela bondade que parece tão pouco habitada no mundo de hoje. Você pode assistir o filme na Netflix. Você é importante sim! A Felicidade Não se Compra é certamente é uma ótima pedida para aqueles dias em que estamos com a autoestima em pedaços, pois nos causa uma linda impressão de nossa importância como sujeitos únicos neste mundo de bilhões. Um filme adorável que faz com que você reacenda sua esperança na bondade do ser humano. Portanto, quando precisar de uma pequena dose de otimismo, assista. O efeito é imediato: trata-se daquele tipo de filme no qual ao final você está lendo os créditos com lágrimas e um sorriso estampado no rosto ao mesmo tempo. Porque sejamos sinceros, não é todo dia em que acordamos nos achando a pessoa mais importante do mundo. “Querido George, lembre-se, nenhum homem é um fracasso quando tem amigos. Obrigado pelas asas. Clarence”. Fica aqui a minha indicação de um filme sensível e emocionante. Vale a pena assistir. Até a próxima! Bruna Perales https://www.unasp.br/blog/a-felicidade-nao-se-compra/ *** *** Making Of Its A Wonderful Life Frank Capra Jr *************************************************************
*** Marco Aurélio Nogueira*: Tempo de assimilações e luta sábado, 25 de dezembro de 2021 O Estado de S. Paulo Agenda do futuro terá de destacar as pautas ambientais, a sustentabilidade econômica e a eliminação das desigualdades obscenas Não se deve forçar a ideia, pois há processos de longa duração em curso, mas se pode dizer que 2021 foi um ano de assimilações: incorporamos novos processos aos nossos cálculos existenciais. Recuperamos convicções que pareciam esquecidas. Com mais informação e melhor entendimento, distanciamo-nos da aceitação passiva dos problemas que nos desafiam. A pandemia nos obrigou a retomar cuidados básicos e a lutar por uma vacinação que se projetou como principal via de escape, mas que foi rejeitada, banalizada e desprezada pelo governo federal. O sistema de saúde, com isso, perdeu articulação. Mas o SUS resistiu bravamente, as vacinas chegaram à população, juntamente com o uso de máscaras e a percepção da necessidade de uma vida social menos aglomerada. Ficamos cientes da importância de mecanismos de controle e vigilância sanitária, base de sistemas de proteção e combate a vírus e patógenos. A assimilação não atingiu a todos. Houve quem seguiu a vida como se não houvesse amanhã. Negacionistas mantiveram-se ativos, a começar pelo presidente da República. Houve imunização biológica, que nos protegeu da covid, mas perdemos em termos daquilo que o filósofo Peter Sloterdijk chama de “imunidade jurídica e solidária” e de “imunidade simbólica”. O governo Bolsonaro corroeu as defesas sociais em muitos terrenos, reduzindo nossa capacidade de sobrevivência comum e com dignidade. A pandemia reforçou o home office, com repercussões intensas na família, no sindicalismo e na empregabilidade. Compras pela internet, delivery intensificado, trabalho precário e “empreendedorismo”, uma explosão de pequenos negócios e empresas de novo tipo. Parece improvável que se volte ao padrão anterior. O trabalho em casa ainda engatinha, mas já se fixou na escala de valores de trabalhadores e empresários, como aceitação da flexibilidade, do equilíbrio entre vida profissional e vida familiar, de atividades menos desgastantes, sem perda de produtividade. Também tivemos de assimilar o governo Bolsonaro, com suas figuras toscas e sua permanente disposição de agredir e fazer tudo errado, confrontando a opinião pública, o bom senso e a segurança nacional. Perdemos um tempo enorme tentando decifrar a chegada à Presidência da República de um personagem desqualificado e envolto em trevas. Hoje compreendemos que, em 2018, uma inflexão de extrema direita pegou desatentos a população, a sociedade civil e os partidos políticos. Pagamos alto preço por isso. Com o tempo, Bolsonaro tornou-se mais perigoso e deletério, mas assusta menos, como acontece quando nosso organismo assimila um veneno e passa a purgá-lo. Perdemos algumas ilusões. Melhoramos a percepção de que o Brasil terá de suar sangue para ser um País no qual estejam debelados a miséria, a fome, a desigualdade, a baixa produtividade, o Estado engessado. Demo-nos conta da extensão de nossos desertos, do vazio de lideranças públicas, de nossa gana por improvisações e desperdícios. Descobrimos que nossa imagem no mundo é muito ruim, antagônica aos arroubos patrioteiros internos. Compreendemos melhor o valor da democracia e, ao mesmo tempo, a dificuldade de fazer com que ela prevaleça. Construções democráticas são exercícios permanentes, que precisam ser repostos dia após dia. São processos difíceis, sujeitos à instabilidade e sempre combatidos pelos que pregam a autoridade tirânica, a ordem imposta pela violência, a disseminação de valores que intimidam e restringem a liberdade. Luzes de esperança estão acesas, mas não surgiu uma proposição política e democrática maiúscula, que indique com clareza a rota a ser seguida para a recuperação do País. O bolsonarismo se decompõe e perde espaço, há bons postulantes democráticos à Presidência, mas faltam articulação, diálogo horizontal, cooperação. Navegamos sem mapa, em um tempo de urgências. Sem luta paciente, esforço coletivo e determinação cívica, o buraco permanecerá a nos engolir. Os políticos precisarão assumir suas responsabilidades, mas a população e a sociedade civil também terão de atuar com vigor, exigindo propostas de qualidade e programas factíveis. 2021 foi um ano de transição, assim como havia sido 2020. Há perigos por todos os lados, oportunidades que se abrem e se fecham. Estamos aprendendo a viver sob pressão. Novos abismos se anunciam e ainda não dispomos das pontes para atravessá-los. A entrada em uma nova era mexe com estruturas existenciais, estados de espírito e convicções. Gera medo e insegurança. Destroços precisam ser assimilados. O meio ambiente conhece a destruição acelerada das reservas naturais e, de abrigo da vida, está sendo convertido em hospedeiro de desgraças e doenças. A agenda do futuro terá de destacar as pautas ambientais, a sustentabilidade econômica, a eliminação das desigualdades obscenas. Não é um cenário otimista. Mas é em situações assim que a capacidade de reação dos humanos se manifesta, como luta pela vida, pela liberdade, pela democracia. Boas-festas e um feliz 2022 para todos. *Professor titular de teoria política da Unesp ******************************************************** *** O Maestro Explica o BOLERO de Ravel 9.045 visualizações17 de jul. de 2020 *** ECAI 24,7 mil inscritos LISTA DE INSTRUMENTOS ABAIXO! Este vídeo é uma aula informal e introdutória sobre o BOLERO, de Maurice Ravel, que analisa o contexto histórico e musical da obra, de uma maneira didática, para não-especialistas. Esta palestra é dirigida a não-músicos e diletantes. INSTRUMENTOS do Bolero (por ordem de entrada no solo) 1. Base rítmica inicial: Tarol + cordas em pizzicato 2. Flauta 3. Clarineta 4. Fagote 5. Clarineta piccolo 6. Oboé d’amore 7. Flauta + trompete com surdina 8. Saxofone tenor 9. Sax sopranino + sax soprano 10. Trompa + Piccolo + Celesta 11. Oboé + Oboé d’amore + Corne inglês + Clarinetas 12. Trombone 13. Madeiras 14. Entram os primeiros violinos 15. Todos os violinos + sax tenor 16. Entram os trompetes e as violas 17. Entram as cordas graves 18. Todos fortíssimo (dois taróis) 19. Coda: gongo + prato + bumbo Alexandre Innecco nunca quis se tornar um Youtuber, mas 2020 veio com um desafio interessante chamado Coronavírus. "Quarentenado" em Brasília, Innecco decidiu dividir algumas ideias com a web. Se você gostou do vídeo e gostaria de contribuir para o ECAI - um centro de artes em Brasília fundado pelo Alexandre, visite www.ecai.com.br e contribua com qualquer valor. ************************************ **************************************************************
*** QUEM SOMOS NÓS I Memórias Póstumas de Brás Cubas por Alcides Villaça 88.218 visualizações28 de jul. de 2018 ************************************************** *** Quem Somos Nós? 288 mil inscritos Alcides Villaça, Professor Titular de Literatura Brasileira na FFLCH-USP, fala sobre um dos maiores clássicos da nossa literatura, o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis. *****************
*** domingo, 26 de dezembro de 2021 Vinicius Torres Freire: Como pode ser a desbozificação do Brasil Folha de S. Paulo É preciso conter manipulação e crimes de Estado, mentira e política negocista Um procurador-geral da República sério pode criar problemas sérios para um presidente da República delinquente. Um procurador venal da República pode vender sua alma para um presidente que o seduza com a promessa de uma cadeira no Supremo. Qualquer presidente pode oferecer essa mamata. Existe a oportunidade de mutreta judicial também por meio da manipulação de ministros da Justiça, diretores da Polícia Federal ou ministros de tribunal superior. Jair Bolsonaro expôs de vez essas vergonhas. Talvez seja o caso de proibir por lei que chefes da procuradoria, da polícia ou da Justiça possam ser indicados para tribunal superior pelo mesmo presidente que os nomeou para aqueles cargos. É apenas um exemplo do que é preciso pensar assim que o país eleger uma ou um presidente que habite o universo da razão e da decência mínimas. Com Bolsonaro, deve ter ficado clara a ameaça terminal ao direito, à democracia e à vida por meio da intervenção tirana em órgãos de Estado. Devem ser feitas mudanças que reforcem a imunidade das instituições e ao mesmo tempo promovem uma desbozificação do país. Um problema sério é o que fazer do partido militar, dos milhares de integrantes das Forças Armadas que usufruem da boquinha rica, que pregam tortura, ditadura e golpe, para não falar da politização dos comandos. Caso uma burocracia profissional desaloje os militares de suas bocas, há risco de revanche. Ainda que não seja assim, ficou evidente que gente armada voltou a ameaçar a política e o funcionamento das instituições, Supremo inclusive. Falta um novo estatuto explícito e implícito para as Forças Armadas e polícias. É preciso criar meios para que o governante seja rápida e constrangedoramente chamado às falas ou ao tribunal em caso de mentira e manipulação ou ocultação de dados. A mentira é a condição essencial de Bolsonaro. Tentou esconder números da epidemia. Tenta até hoje manipular informações sobre desmatamento e queimada. Colocou em dúvida dados do IBGE (que pode muito bem ser criticado em debate especializado, o que é difícil, pois procura seguir os melhores padrões técnicos). A Lei de Acesso a Informação acabou por se transformar em mais um instrumento que o Estado tem para agir às escondidas do público. Há lei para qualificar a mentira contra a ordem, a paz e a saúde públicas. Mas é preciso aumentar o risco de que o mentiroso-mor vá para o cadafalso judicial. Presidente algum vai se sentir ameaçado se puder comprar também um presidente da Câmara dos Deputados, com sua capacidade imperial de decidir sobre processos de impeachment. Um colegiado amplo, com participação relevante da oposição, deve ficar com esse poder. Não se trata de facilitar deposições, mas autoridades devem ter medo da degola. Claro que apenas reformas institucionais localizadas não vão dar conta da degradação. É preciso dar um jeito no sistema político autocentrado, fechado, impermeável à participação democrática, dedicado à mera autopreservação, um bando de partidos negocistas criado por incentivos perversos. Ainda é pouco. O país está em revolta faz oito anos, ao menos. Por vezes, são pontuais (Junho de 2013). Outras são de "longa duração": a massa jogada nas periferias por décadas se revoltou em parte por meio da religião politizada, por exemplo. A indiferenciação dos partidos políticos e a falta de resultados sociais profundos da política no período de eleições livres desacreditou a democracia e tornou atraentes soluções autoritárias. A desbozificação é mais do que desbolsonarização: tem de lidar também com o pântano em que isso brotou.

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