segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

O NOVO PRESIDENTE DO CHILE

*** Quilapayún 1973 - El pueblo unido jamás será vencido [VIDEO EN VIVO] ***
*** há 4 horas DW Quem é Gabriel Boric, o novo presidente do Chile – DW – 19/12/2021 *** POLÍTICACHILE Quem é Gabriel Boric, o novo presidente do Chile há 4 horashá 4 horas Ex-líder estudantil, de 35 anos, representa a parte da sociedade chilena que quer "mudanças profundas" e que liderou os protestos pela igualdade de 2019. https://www.dw.com/pt-br/quem-%C3%A9-gabriel-boric-o-novo-presidente-do-chile/a-60186939 O ex-líder estudantil Gabriel Boric foi eleito neste domingo (19/12) o presidente mais jovem da história do Chile. Sua vitória representa uma guinada à esquerda, que rompe com três décadas de alternância entre os partidos de centro desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1990. Boric, de 35 anos e líder da Frente Ampla, representa a parte da sociedade chilena que quer "mudanças profundas" e que liderou os protestos pela igualdade de 2019. Ele defende, sobretudo, melhores pensões, educação e saúde para os chilenos, com o objetivo de transformar o país num Estado social, similar ao que pretende a social-democracia europeia. Boric também põe muita ênfase no ambientalismo e no feminismo. Quem é Gabriel Boric? Gabriel Boric iniciou sua carreira política ainda jovem, como líder estudantil. O ativismo político o levou a abandonar os estudos de direito, os quais ele nunca terminou, para mais tarde servir como deputado em dois mandatos. Oriundo da região de Magallanes, no extremo sul do país, Boric pretende fazer mudanças radicais nos sistemas de pensões, impostos, saúde e educação, questões que estavam entre as principais demandas da população em outubro de 2019, durante a chamada revolta social. Boric fez parte do acordo político que tornou possível uma solução institucional para a crise que o país vivia havia dois anos. Ele garantiu que apoiará o grupo que está atualmente redigindo a nova Constituição do país. O que esperar do governo Boric? O futuro governo Gabriel Boric, de acordo com a equipe econômica que o acompanha, procuraria avançar em direção à social-democracia como a existente na Europa, onde o Estado desempenha um papel mais importante na garantia dos direitos básicos dos cidadãos. Entre suas principais propostas econômicas estão: reformar o criticado sistema de pensões, uma nova reforma tributária parar elevar em até 8% o PIB em seis a oito anos, elevar o salário mínimo para 500 mil pesos chilenos (520 euros) e recuperar as pequenas e médias empresas. Entre as medidas mais importantes de seu programa de governo está também aplicar um imposto patrimonial, que afetaria apenas 11 mil pessoas, ou seja, 0,1% da população, com a intenção de aumentar "cerca de 1,5% do PIB". Seus principais detratores consideram as propostas do candidato de esquerda irrealistas, ambiciosas e difíceis de serem cumpridas no atual cenário econômico do país. ***
*** Boric de casaco preto vota. Ele olha para a câmera e faz o sinal de número um com a mãe direita. Ele usa máscara cirúrgica. Boric de casaco preto vota. Ele olha para a câmera e faz o sinal de número um com a mãe direita. Ele usa máscara cirúrgica. Boric pretende fazer mudanças radicais nos sistemas de pensões, impostos, saúde e educaçãoFoto: CLAUDIO REYES/AFP/Getty Images *** Uma grande parte do setor empresarial, que critica Boric por sua inexperiência política, seu manejo supostamente impreciso dos números e sua aliança com o Partido Comunista, teme que suas medidas possam prejudicar ainda mais a economia, afugentar os investidores, endividar o país e levar o Chile a tomar um rumo semelhante ao da vizinha Argentina. Foco na segurança, meio ambiente e minorias Durante o último mês, e em busca de mais apoio entre os eleitores centristas e indecisos, Boric endureceu seu discurso contra o o tráfico de drogas e o crime organizado, uma das muitas preocupações dos chilenos. Seu programa, portanto, inclui uma reforma estrutural da força policial chilena, que incluiria o treinamento de agentes com "pleno respeito aos direitos humanos". Seu governo também se concentraria na proteção ambiental, na ação contra a crise climática e na descarbonização gradual, aplicando vários impostos verdes. Ele também apoia as exigências dos movimentos feministas, da diversidade sexual e das comunidades indígenas. Sobre este último ponto, seu programa fala de "um acordo sobre os termos de restituição territorial". Aprovação irrestrita da Convenção Constituinte Se a nova Constituição for endossada pelos cidadãos em um plebiscito e depois ratificada no Congresso, existe a possibilidade de a Convenção Constituinte decidir convocar eleições para que o país implemente a nova estrutura constitucional. Apesar dos obstáculos que ele pode enfrentar para governar, muitos dos objetivos de Boric convergem com o trabalho que está sendo feito atualmente pela Convenção Constitucional, onde a principal força política é representada por seu espectro político. Existe a possibilidade de que Boric esteja no poder apenas por dois anos: seu governo seria de transição, para garantir o funcionamento e a segurança deste processo democrático, que se destaca, entre outras coisas, por ter paridade de gênero, assim como por integrar os povos indígenas e outras minorias. MAIS SOBRE ESTE ASSUNTO José Antonio Kast faz V de vitória com a mão direitaJosé Antonio Kast faz V de vitória com a mão direita Opinião: O principal capital do chileno Kast é o medo Candidato da extrema direita que defende ditadura de Pinochet obteve um resultado eleitoral no primeiro turno que era impensável há apenas alguns meses. Um preocupante sinal de alerta no Chile, escreve Emilia Rojas. DW-Kommentarbild Emilia Rojas-Sasse App PROVISORISCHDW-Kommentarbild Emilia Rojas-Sasse App PROVISORISCH Emilia Rojas Sasse Opinião POLÍTICA22/11/202122 de novembro de 2021 Ato de campanha do esquerdista Gabriel BoricAto de campanha do esquerdista Gabriel Boric Eleição polarizada testa democracia chilena Duas visões antagônicas disputam a presidência nas figuras do ex-líder estudantil de esquerda Gabriel Boric e do advogado de extrema direita José Antonio Kast. Independentemente do resultado, polarização deve prosseguir. POLÍTICAhá 17 horashá 17 horas ********************************************************************** Quem é Gabriel Boric, o ex-líder estudantil que foi eleito presidente do Chile Jovem liderança promete levar ao poder uma esquerda moderna e moderar posições em busca de grandes acordos, mas inexperiência, radicalidade de aliados e conjuntura chilena apresentam desafio para governo André Duchiade 19/12/2021 - 04:30 / Atualizado em 19/12/2021 - 23:01 ***
*** O candidato a presidente do Gabriel Boric em seu comício de encerramento de campanha, com a bandeira mapuche ao fundo Foto: RODRIGO GARRIDO / REUTERS O candidato a presidente do Gabriel Boric em seu comício de encerramento de campanha, com a bandeira mapuche ao fundo Foto: RODRIGO GARRIDO / REUTERS *** O GLOBO Quem é Gabriel Boric, o ex-líder estudantil que foi eleito presidente do Chile DECEMBER 19, 2021 O candidato a presidente do Gabriel Boric em seu comício de encerramento de campanha, com a bandeira mapuche ao fundo Foto: RODRIGO GARRIDO / REUTERS O candidato a presidente do Gabriel Boric em seu comício de encerramento de campanha, com a bandeira mapuche ao fundo Foto: RODRIGO GARRIDO / REUTERS Se a eleição no Chile acontecesse um ano antes, Gabriel Boric não poderia concorrer. Assim como no Brasil, para presidir o país é necessário ter no mínimo 35 anos, e o candidato de esquerda, que nasceu em 1986, só passou do sarrafo etário no dia 11 de fevereiro deste ano, 10 meses antes de ser eleito presidente neste domingo. Até poucos meses atrás, muitos entendiam que Boric era o grande favorito para se tornar o novo ocupante do Palácio de La Moneda. A imagem do candidato se harmonizava com uma narrativa que se tornara comum entre estudiosos e políticos no Chile: a de que, desde as grandes manifestações de outubro de 2019, o país vivia uma, ainda que conturbada, imparável onda progressista e libertária, e a direita encontrava-se e desarticulada e frágil, incapaz de oferecer real concorrência. Jovem, preocupado com causas feministas e ambientais, oriundo do movimento estudantil, fã de rock e torcedor fanático do time de futebol da Universidade Católica: em vasta medida, o deputado barbudo e de camisas xadrez pode ser considerado um primo mais velho dos jovens manifestantes chamados “outubristas”, em seu frescor, idealismo e contradições. Foi a súbita ascensão de José Antonio Kast, com a possibilidade de um candidato de direita mais radical do que qualquer outro desde a redemocratização vencer as eleições, que aproximou claramente Boric, em imagem e conteúdo, de um político tradicional. Se, até o final do primeiro turno, Boric usava o vocativo “companheiras e companheiros” em seus discursos, no segundo turno passou a dizer “chilenas e chilenos”. Se antes das eleições em geral trajava camisas de botão dobradas nos cotovelos, com uma tatuagem no antebraço à mostra, agora raramente é visto sem paletó. Se na maioria dos seus discursos no início da campanha enfatizava a necessidade de “transformações estruturais profundas”, na primeira vez em que se manifestou após o primeiro turno, quando ficou em segundo lugar, prometeu promover “as mudanças que o Chile precisa”. Já havia diferenças importantes entre Boric e setores radicais da esquerda, que há muito o acusavam de ser parte do sistema. Em julho, quando, em um claro aceno a setores mais extremos, visitou presos das manifestações de 2019 — considerados pela militância mais ferrenha “presos políticos” —, recebeu um tapa de um dos detidos, em uma cena gravada em vídeo. O reposicionamento foi tamanho, todavia, que o candidato agora se manifesta abertamente contra a agitação permanente. Perguntado num debate sobre a situação da Praça Itália, onde semanalmente grupos de encapuzados continuam a se manifestar e, ocasionalmente, promover tumulto e depredações, respondeu. — A lei tem que ser cumprida e não pode haver desordens permanentes às sextas-feiras. Questões como segurança pública, crime, imigração descontrolada e crescimento econômico foram o principal foco de sua campanha no segundo turno, para alcançar um eleitorado preocupado com essas questões. Ao mesmo tempo, ele manteve o essencial de sua agenda. Além de promessas importantes sobre os direitos das mulheres, as minorias LGBT+ e a descentralização administrativa, seu programa se concentra em quatro reformas: garantia de acesso universal à saúde, pensões decentes sem o sistema atual administrado por empresas privadas, um sistema educacional público gratuito e de qualidade e a priorização do meio ambiente. A dúvida entre muitos chilenos é se, sem experiência de governo nem maioria no Parlamento, frente a uma situação econômica difícil, com alto desemprego e inflação, com um país que ainda não saiu da crise política e frente a uma nova oposição extremista, ele terá como pôr essas medidas em prática se governar. — Boric não é radicalizado, mas participa de uma aliança com setores mais radicais — disse ao GLOBO Carlos Meléndez, pesquisador do Centro de Estudos de Conflito e Coesão Social (COES). — Essa combinação entre inexperiência e radicalismo é uma combinação nefasta para qualquer candidato. Fim do mundo A trajetória de Boric começa bem perto do fim do mundo, em Punta Arenas, extremo sul do continente, de frente para o Estreito de Magalhães. Ali, filho de uma família de classe média alta e aluno da exclusiva British School, aos 13 anos ele se envolveu com o movimento estudantil, vindo a se tornar um dos responsáveis pela refundação da Federação de Estudantes Secundaristas de Punta Arenas. Essa experiência o habilitou a, anos depois, exercer um papel de liderança no movimento estudantil universitário, quando já fazia Direito na Universidade do Chile, em Santiago. Primeiro integrou um coletivo chamado Esquerda Autônoma, que misturava postulados do socialismo libertário, do autonomismo e do feminismo. Em 2009, presidente do Centro Estudantil de Direito, liderou um movimento de ocupação da reitoria. Durante as mobilizações estudantis de 2011, Boric se tornou conhecido nacionalmente. Os protestos e greves daquele ano, os maiores até então desde o retorno à democracia em 1990, opunham-se a mudanças no sistema educacional e atraíram apoio da população, acima de 70%. Boric foi um dos principais porta-vozes da Confederação de Estudantes do Chile, o principal órgão estudantil do país, sendo eleito, no fim do ano, presidente do diretório estudantil da Universidade do Chile. O pulo para a carreira de deputado federal veio em 2013. Sua candidatura, a mais votada de Magalhães e da Antártica chilena, deu-se fora dos grandes partidos, e foi destacada no jornal patagônico El Pingüino como “a do jovem que rompeu o sistema partidário”. Em seu primeiro mandato, sua iniciativa mais notória foi um projeto de lei para diminuir em 40% o salário dos congressistas. A remuneração era então de 8,5 milhões de pesos chilenos (R$ 56 mil, em valores não atualizados), equivalente a mais de 40 vezes o salário mínimo. A proposta foi barrada no Congresso. Em 2016, deixou a Esquerda Autônoma, alegando diferenças com a direção do movimento. Participou naquele ano da criação da Frente Ampla, que agrupa movimentos e partidos de esquerda. O aglomerado de partidos — que inclui o Convergência Social, sigla de Boric, fundada por ele em 2018 — tem um perfil jovem e abertamente de esquerda, buscando uma estrutura descentralizada. A Frente Ampla integra, ao lado do Partido Comunista do Chile, mais à esquerda, a coalizão Aprovo Dignidade, pela qual Boric concorre. Durante os protestos de outubro de 2019, em seu segundo mandato, Boric foi visto discutindo com membros das Forças Armadas nos arredores da Praça Itália. O deputado é considerado um dos principais responsáveis pela costura entre todos os partidos chilenos — exceto o Partido Comunista, que se absteve — do pacto que levou à convocação de um plebiscito sobre a mudança da Constituição. Em busca dos grandes acordos É com esse perfil de articulador de grandes acordos em prol do interesse nacional que agora ele promete governar. No segundo turno, adicionou à sua equipe vários respeitados economistas e tecnocratas próximos à antiga Concertação, a coalizão de centro-esquerda que governou o Chile na maior parte do período desde a redemocratização. No passado, Boric criticou duramente o grupo, mas isso não o impediu de receber o apoio de virtualmente todas as mais importantes lideranças da centro-esquerda chilena, como os ex-presidentes Ricardo Lagos e Michelle Bachelet. Esses endossos, contudo, vieram com retribuições. Uma delas foi uma carta pública enviada à Democracia Cristã, tradicional partido de centro-esquerda, pouco antes do anúncio oficial do apoio da sigla a sua candidatura. No texto, Boric fez uma autocrítica: “Hoje eu sei que a arrogância geracional é má conselheira, que não há virtude per se na juventude e na novidade. Um projeto político deve ser julgado por suas convicções, princípios e ações”, escreveu. “[Sei] que para realizar grandes transformações são necessários grandes acordos, que corrijam as injustiças do presente sem negar os avanços do passado. Precisamos uns dos outros para superar a crise de legitimidade e construir um país em que ninguém seja deixado de lado”. ************************************ "Será que um experimentado ícone da esquerda brasileira vai se mirar no exemplo de um jovem político da esquerda chilena ?.Não sei,.mas se esta matéria ☝️for veraz, deveria." **************************************** "Acho que a matéria é veraz. Mesmo no PC há gente inquieta (em geral, mulheres, esqueci o nome delas). Mais dificil é o caso brasileiro, viciado pelo uso do cachimbo. Mesmo assim há gente que já ouviu o galo cantar, mesmo que nao saiba exatamente onde. 👇" ***
*** Traço de União Chapa Lula-Alckmin seria uma revolução republicana? Do ponto de vista global, uma OPINIÃO Mathias Alencastro Pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, ensina relações internacionais na UFABC FOLHA DE S.PAULO Chapa Lula-Alckmin seria uma revolução republicana DECEMBER 19, 2021 A crise financeira de 2008, que marcou o fim da experiência da terceira via iniciada por Tony Blair nos anos 1990 e o início da ascensão dos movimentos de extrema-direita na década de 2010, mergulharam a esquerda global numa longa travessia experimentalista. Na Europa, dois modelos competiram eleitoralmente e conheceram destinos diferentes. Jean-Luc Mélenchon e Jeremy Corbyn seguiram o caminho trilhado por Pablo Iglesias, líder do Podemos na Espanha, e apoiaram-se nas teses de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, que caracterizam o embate político como a oposição entre o povo e a elite. Os primeiros resultados foram encorajadores. Transfúgio dos socialistas e herdeiro putativo de François Mitterand, Mélenchon quase chegou ao segundo turno das presidenciais francesas em 2017 com seu novo partido, a França Insubmissa. Nesse mesmo ano, Corbyn, que assumiu o partido trabalhista britânico traumatizado pela Guerra do Iraque em 2015, chegou perto de ameaçar a hegemonia conservadora nas eleições. ***
*** Jean-Luc Melenchon, então candidato a presidente da França, vota nas eleições de 2017 Jean-Luc Melenchon, então candidato a presidente da França, vota nas eleições de 2017 - Stephane Mah - 23.abr.17/Reuters *** Na Espanha, o Podemos anunciava a iminente realização do "sorpaso", ou a tão aguardada ultrapassagem do Partido Socialista Operário Espanhol. Parecia inevitável o triunfo dessa nova geração de líderes e partidos, que prometia enterrar o modelo social-democrata dominante na Europa desde os anos 1960. Para a surpresa de todos, o projeto da "esquerda de ruptura" não sobreviveu a um ciclo eleitoral. Mélenchon jamais conseguiu assumir a liderança da oposição contra Emmanuel Macron. A esquerda francesa, que até 2017 era a opção de 40% do eleitorado no primeiro turno, hoje mal consegue reunir um quinto dos votos. Em 2019, Corbyn caiu na armadilha de fazer da sua eleição contra Boris Johnson um referendo sobre o Brexit e viu os trabalhistas perderem até nos bastiões que controlavam desde a Segunda Guerra Mundial. A "esquerda de coalizão" surgiu como contraponto à "esquerda de ruptura’" de Corbyn e Mélenchon. Ela tem como premissa, primeiro, que a radicalização da direita deve ser combatida pela afirmação dos valores tradicionais da social-democracia e particularmente do poder transformador do Estado social. Segundo, ela estabelece que os partidos do mesmo campo ideológico devem trabalhar juntos para manter suas maiorias eleitorais, em vez de competir entre eles e contribuir para a fragmentação do sistema político. Os socialistas ibéricos seguiram esse caminho a partir de 2015. O português António Costa e, mais tarde, o espanhol Pedro Sanchez romperam com a lógica hegemônica de seus respectivos partidos e buscaram alianças para formar um programa pró-europeu que apostava na modernização do Estado e na defesa de valores humanistas. O sucesso da esquerda de coalizão, conhecida popularmente como "geringonça" em Portugal, eventualmente esvaziou o projeto de poder da esquerda de ruptura. ***
*** António Costa comemora resultado das eleições de 2019 em Portugal António Costa comemora resultado das eleições de 2019 em Portugal - Jon Nazca - 7.out.19/Reuters *** Um processo semelhante se desenrolou na Alemanha. O SPD do agora chanceler Olaf Scholz passou grande parte da última década disputando o eleitorado de esquerda com o Die Linke, terceira maior força política do país depois da eleição de 2013. Na eleição deste ano, o partido fundado em 2007 e considerado um predecessor do Podemos nem conseguiu entrar no parlamento. Toda essa história foi acompanhada de perto pelos líderes da esquerda nas Américas. Bernie Sanders construiu o seu movimento a partir de 2008 seguindo a linha experimentalista da esquerda de Mélenchon e Corbyn, a quem ele é sempre comparado. No caso do Brasil e do Partido dos Trabalhadores, o contexto de agravamento da crise democrática e dos sucessos eleitorais de Corbyn e Mélenchon, uma ala do partido assumiu abertamente a sua preferência pela esquerda de ruptura. Em artigo de junho de 2018, o senador petista Lindbergh Farias cita o "discurso contundente" do britânico, e o "radicalismo patriótico" do francês como exemplos de que é possível "disputar as massas em pé de igualdade". Dentro do partido, o processo de designação de Fernando Haddad a candidato a presidente nesse mesmo ano foi a primeira etapa da disputa entre as duas visões do futuro da esquerda. Ela culmina no debate sobre a federação com o PSB e a escolha de Geraldo Alckmin para compor a chapa presidencial em 2022. ***
*** O ex-presidente Lula e o ex-governador de SP Geraldo Alckmin O ex-presidente Lula e o ex-governador de SP Geraldo Alckmin - Ricardo Stuckert e Pedro Ladeira/Folhapress *** Lula faz parte de uma geração que viu as transformações da esquerda na última década com as lentes da história. Ele assistiu à guinada neoliberal de François Mitterand nos 1980, vivida como uma traição pela esquerda tradicional, a ascensão e queda da terceira via idealizada por Anthony Giddens e encarnada por Tony Blair, e a trajetória de sucessos e fracassos da onda rosa na América Latina. Sobretudo, Lula viu com seus próprios olhos, na sua última viagem à Europa, a ruína da esquerda francesa e a reconstrução do SPD na Alemanha. Ao abrir a negociação com Alckmin e buscar a aliança com o PSB, Lula aposta no modelo da esquerda de coalizão que derrotou a direita e a extrema-direita. A decisão é traumática porque ela obriga o PT a abdicar do seu destino hegemônico, mas a experiência europeia dita que o processo de federação com o PSB e o PC do B é tão importante como o acordo individual com Alckmin. Do ponto de vista nacional, a composição desenhada por Lula é uma revolução republicana, porque ela impulsiona a reconstrução do sistema partidário e assegura o regresso dos democratas ao poder. Do ponto de vista global, uma eventual "geringonça brasileira" marcaria a vitória definitiva da esquerda de coalizão sobre a esquerda de ruptura. *** Veja quais são os possíveis candidatos à Presidência em 2022
*** Veja quais são os possíveis candidatos à Presidência em 2022 ***************************************************************************** Por Julia Duailibi Julia Duailibi é comentarista de política e economia da GloboNews. Lula e Alckmin se encontram em jantar em São Paulo Em meio a negociações sobre 2022, ex-presidente e ex-governador participaram de evento público juntos. 19/12/2021 19h50 Atualizado há uma hora *** Lula e Alckmin se encontram em jantar em SP — Foto: Ricardo Stuckert
*** Lula e Alckmin se encontram em jantar em SP — Foto: Ricardo Stuckert *** O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) se encontraram em jantar em São Paulo neste domingo (19). O evento de final de ano é do grupo Prerrogativas — integrado por advogados, juristas e artistas. No último dia 15, Alckmin anunciou sua saída do PSDB. Na movimentação dos partidos para a eleição do ano que vem, ele próprio admitiu a possibilidade de ser candidato a vice-presidente na chapa de Lula. O petista tem dito que só anuncia oficialmente a candidatura em março. Em conversas com aliados na sexta, Lula também aventou a possibilidade de Alckmin de filiar ao PSD, de Gilberto Kassab, que está no encontro. O arranjo, porém, é hoje o menos provável. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Marcio França (PSB), ambos presentes no jantar, trabalham para o ex-tucano migrar para o PSB. Ao blog, sobre a possível aliança com Lula, Alckmin disse que ainda está pensando. "Agora é hora de ouvir bastante, se conversar bastante, hora de grandeza política, hora de espírito público. Vamos aguardar." Lula discursou no evento e disse que ainda não há definição sobre 2022. "Ainda não defini minha candidatura porque estou com muito juízo", disse". "Eu sei da minha responsabilidade quando eu definir minha candidatura". Sobre Alckmin, disse que o ex-governador ainda deve se filiar a um partido político. "Quem vai dizer se a gente pode se juntar ou não é o meu partido e o dele", afirmou. Depois, o ex-presidente falou que a tarefa de recuperar o Brasil não é de uma pessoa sozinha, e que é preciso alianças. "Não importa se no passado trocamos 'botinadas'". Marcio França disse ao blog que há indicativos de uma possível aliança nacional entre o PSB e o PT. "Os indicativos [...] como eu falei, estão muito montados para uma aliança que envolva a questão da retomada da democracia no Brasil", disse. Geraldo Alckmin fala sobre possível aliança com Lula para Eleições de 2022 ***
*** Geraldo Alckmin fala sobre possível aliança com Lula para Eleições de 2022 ***
Lula e Alckmin em jantar em São Paulo — Foto: Ricardo Stuckert
Lula e Alckmin se encontram em jantar em São Paulo — Foto: Ricardo Stuckert
Lula e Alckmin se encontram em jantar em São Paulo — Foto: Antônio Carlos de Almeida Castro
Lula e Alckmin em jantar em São Paulo — Foto: Antônio Carlos de Almeida Castro
Lula e Alcmin em jantar em São Paulo — Foto: Antônio Carlos de Almeida Castro
Lula e Alckmin em jantar neste domingo — Foto: Arquivo Pessoal Resumo do dia Veja também Ex-funcionária de Renato Kalil conta que sofreu abusos dentro da casa dele: 'É um doente' Fantástico Ex-funcionária de Renato Kalil conta que sofreu abusos dentro da casa dele: 'É um doente' A experiência traumática da influenciadora digital Shantal Verdelho com o médico Renato Kalil provocou indignação nas redes sociais e levantou uma onda de denúncias. 19 de dez de 2021 às 23:02 ************************************** El Pueblo Unido Jamás Será Vencido Quilapayún *** *** El pueblo unido, jamás será vencido El pueblo unido jamás será vencido De pie, cantar Que vamos a triunfar Avanzan ya Banderas de unidad Y tú vendrás Marchando junto a mí Y así verás Tu canto y tu bandera florecer La luz De un rojo amanecer Anuncia ya La vida que vendrá De pie, luchar El pueblo va a triunfar Será mejor La vida que vendrá A conquistar Nuestra felicidad Y en un clamor Mil voces de combate se alzarán Dirán Canción de libertad Con decisión La patria vencerá Y ahora el pueblo Que se alza en la lucha Con voz de gigante Gritando: ¡adelante! El pueblo unido, jamás será vencido El pueblo unido jamás será vencido La patria está Forjando la unidad De norte a sur Se movilizará Desde el salar Ardiente y mineral Al bosque austral Unidos en la lucha y el trabajo Irán La patria cubrirán Su paso ya Anuncia el porvenir De pie, cantar El pueblo va a triunfar Millones ya Imponen la verdad De acero son Ardiente batallón Sus manos van Llevando la justicia y la razón Mujer Con fuego y con valor Ya estás aquí Junto al trabajador Composição: Quilapayún / Sergio Ortega.

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