segunda-feira, 3 de maio de 2021

O imprevisto, o Centrão e a política

Primo de Mandetta, deputado cobra posição: “Fique com a ciência” ***
*** Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.Renata Momoe / ASCOM MSRenata Momoe / ASCOM MS Primo de Luiz Henrique Mandetta, o deputado Fábio Trad (PSD-MS) avaliou, em entrevista ao Congresso em Foco nesta quarta-feira (25), que o ministro da Saúde ficou em uma situação política extremamente delicada após o pronunciamento em que o presidente Jair Bolsonaro minimizou a gravidade do coronavírus, contrariando suas orientações desde o início da pandemia. Para ele, o ministro deve ficar com a ciência mesmo que isso lhe custe o cargo. “Mandetta, eu o conheço há mais de 40 anos. Permita-me um conselho de quem tem seu sangue nas veias: a dignidade de um homem está acima de cargos. Não fuja do juramento que fez na sua formatura. Fique com a ciência. Se isto lhe custar o ministério, paciência. Sangue não vira água!”, publicou o deputado no Twitter. > Em meio à pandemia, Bolsonaro quer crianças de volta à escola Em entrevista ao Congresso em Foco, Trad cobrou uma posição do primo. “Depois de ontem com o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, o ministro Mandetta vai ter que tomar uma posição”, disse Trad. O deputado é irmão do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que foi infectado pelo covid-19. Na avaliação do congressista, ou Mandetta mantém as recomendações técnicas, correndo o risco de virar alvo do presidente, ou compactua com o discurso de Bolsonaro, recuando em tudo o que disse até agora. “Uma situação extremamente difícil politicamente para o Mandetta, ele vai ter que encontrar um caminho que não transpareça à opinião pública que ele esteja refluindo, esteja negando aquilo que antes havia afirmado e encontrar uma forma de trabalhar tecnicamente sem que haja qualquer tipo de melindre com o pensamento do presidente”, declarou. Para o deputado do PSD, não seria o cenário ideal o ministro negar as recomendações técnicas que vem adotando: “Ou ele reflui no sentido de temperar aquilo que antes havia enfatizado. Isso não é bom porque mostra uma certa, digamos, claudicância, recalcitrância, até mesmo de natureza técnica, na sua orientação, desempenho. Ou ele abraça a ciência e reforça o caráter, digamos, grave dessa patologia, sustentando a procedência e pertinência das recomendações que antes ele adotou e que foram de certa forma ontem relativizadas pelo presidente da República." Apesar de defender as recomendações de restrição adotadas por Mandetta, Trad ressaltou que Bolsonaro colocou o ministro em uma situação difícil, visto que ele estaria em conflito presidente caso decidisse contrariar o discurso do chefe de minimização da gravidade da pandemia. "Se ele fizer isso [manter a atuação técnica], politicamente entrará em rota de colisão com o chefe de Estado e isso vai gerar um problema para ele, para o Ministério da Saúde e para toda população", afirmou . > Em “guerra contra o vírus”, Maia propõe orçamento segregado para a pandemia CoronavírusCovid-19DEMFábio TradJair BolsonaroLuiz Henrique MandettaMinistério Da SaúdeNelsinho TradPSD Por Lauriberto Pompeu Em 25 mar, 2020 - 11:44 Última Atualização 25 mar, 2020 - 17:02 Lauriberto Pompeu Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará. Foi repórter do Poder360 e trainee da Folha de S.Paulo e de O Estado de S. Paulo. *** *** https://congressoemfoco.uol.com.br/governo/primo-de-mandetta-deputado-cobra-posicao-fique-com-a-ciencia/ *** *** Isolamento vertical é genocídio, diz deputado primo de Mandetta; assista Por Congresso Em Foco Em 27 mar, 2020 - 12:36 Última Atualização 27 mar, 2020 - 12:51 ***
*** Deputado Fabio TradReprodução/TwitterReprodução/Twitter *** O deputado Fábio Trad (PSD-MS) publicou um vídeo em suas redes sociais chamando de criminosa a ideia do presidente Jair Bolsoanaro de colocar em isolamento apenas as pessoas que estejam no grupo de risco em relação ao coronavírus, o chamado isolamento vertical. Trad é primo do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e irmão do senador Nelsinho Trad, que contraiu covid-19 após integrar a comitiva de Bolsonaro que foi aos Estados Unidos no início de março. > Após 4 mil mortes, Milão reconhece erro campanha pelo fim da quarentena “Isolamento vertical nesse momento em que os índices de infectados estão crescendo no Brasil é um crime e faz com que as autoridades que defendam essa tese sejam co-autoras de homicídio coletivo”, diz o deputado. Assista às críticas de Fábio Trad *** CoronavírusCovid-19Fábio Trad *** *** Agenda da Semana: CPI da Covid, decisão do Copom e reforma tributária Ex-ministros ouvidos na CPI covid Expectativa para o aumento da Selic Relatório da reforma tributária *** Luiz Henrique Mandetta (cen.) cumprimenta Nelson Teich (esq.). Os 2 deixaram o Ministério da Saúde. À direita, o presidente Jair BolsonaroSérgio Lima/Poder360 - 17.abr.2020 PODER360 03.maio.2021 (segunda-feira) - 7h55 atualizado: 03.maio.2021 (segunda-feira) - 8h02 O Poder360 traz nesta 2ª feira (3.mai.2021) uma seleção de assuntos do que deve marcar a agenda do poder nesta semana. Nesta 2ª feira, o ex-secretário da Fazenda, Waldery Rodrigues, será ouvido na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid. Na 3ª feira é a vez dos ex-ministros da saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne para definir o rumo da taxa básica de juros. E a expectativa é que a taxa Selic suba de 2,75% para 3,5% ao ano. O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) deverá apresentar o relatório final da reforma tributária. O prazo foi dado na semana passada por Arthur Lira (PP-AL). A Agenda da Semana é apresentada pelo editor sênior do Poder360 Guilherme Waltenberg. Assista abaixo (2m59s):
*** FONTE: Poder360 *** *** https://www.poder360.com.br/midia/agenda-da-semana-cpi-da-covid-decisao-do-copom-e-reforma-tributaria/ *** *** LUIZ WERNECK VIANNA O Imprevisto, o Centrão e a política Fios do Tempo FOTO: PEDRO LADEIRA - 16 DE JUNHO /FOLHAPRESS Em novo artigo ao Fios do tempo, Luiz Werneck Vianna debate o protagonismo que o parlamento e os tribunais têm exercido como contrapeso aos impulsos do governo para o autoritarismo e o neoliberalismo. Werneck sugere compreendê-los à luz da longa história da centralidade que as instituições do Estado nacional desempenharam na modernização brasileira e que novamente volta a pesar sobre os atores. Boa leitura! Felipe Maia Fios do Tempo, 20 de fevereiro de 2021 *** O imprevisto, o Centrão e a política ***
*** "Deve-se sempre se manter em guarda com as ilusões que podem nos toldar a vista, mas a essa altura é inevitável nosso encontro marcado com o destino na próxima sucessão presidencial", escreve Luiz Werneck Vianna, sociólogo da PUC-Rio. Segundo ele, "temos tempo para nos preparar para ele, e devemos aprender com os recentes acontecimentos que, no mundo da política, o melhor ator é o que se guia pelas variações da fortuna e não aspira a lhe impor sua vontade. O imprevisto faz parte da sua lógica, aí está o Centrão não como mero coadjuvante, mas com fumaças de protagonismo, mais uma peça no tabuleiro a ser considerada pela esquerda democrática ao conceber seu xeque-mate à aventura golpista que visou atalhar nossa história". Eis o artigo. Quando algo é natural, se for banido da sala, ele volta com força redobrada pela janela, clássico aforismo que serve como uma luva para retratar a nossa situação atual, quando se constata o retorno de instituições e de tradições que dois anos de governo Bolsonaro se empenharam em destruir como projeto político, tal como nos casos das suas arremetidas contra os poderes legislativos, e, principalmente, o judiciário. Esse tipo de experiência é uma velha conhecida, praticada com sucesso nos anos 1930 pela ditadura estadonovista, que fechou o Congresso e emasculou o Supremo Tribunal Federal, e foi reiterada pelo regime militar do AI-5, com as cassações de mandatos parlamentares e o expurgo de juízes da nossa mais alta corte. Nos dois casos, como sabido, frustraram-se os desígnios autocráticos e essas duas instituições renasceram com maior vigor. Países, tal como os indivíduos, observava Tocqueville em “Democracia na América”, têm sua história marcada pela forma com que vieram ao mundo, na linguagem dos contemporâneos o DNA que trazem de suas origens marcam suas trajetórias futuras. Nosso estado-nação recebeu sua primeira configuração de uma assembleia parlamentar, e o parlamento foi a instituição-chave com que se edificou as estruturas do Estado, o modo de inscrição do país no cenário internacional e a preservação num imenso território da unidade nacional. Para esse último fim, foi determinante o papel desempenhado pelas instituições judiciais, em particular pelos magistrados, disseminados em rede capilar que atava regiões e rincões remotos aos desígnios do Estado. A mesma corporação cumprirá papel igualmente estratégico a partir do processo de modernização que se inicia com a revolução de 1930 que desloca o eixo agrário, até então dominante, para o urbano sob a condução do Estado e de suas políticas de indução da industrialização. Por meio da criação da CLT, da Justiça Trabalhista e do Ministério do Trabalho, o “ministério da Revolução”, se cria um mercado nacional de trabalho, regulado pelo direito e pelos novos agentes que emergem nesse processo, entre os quais, destacadamente, os juízes trabalhistas. Aqui, não se chegará ao moderno e à industrialização pelas mãos do mercado, mas pelas do Estado, e será por essa via, que nosso longo processo de modernização, variando os regimes políticos, terá seu curso. Daí que, entre nós, o “natural” conheça essas marcas de origem, refratárias às intervenções que visem erradicá-las, propósitos declarados do governo que aí está. Não por acaso o governo de orientação neoliberal de Bolsonaro, cultor do trumpismo, tenha como projeto a submissão do Poder Judiciário e do Legislativo que impõem freios, ainda que débeis, à realização de suas agendas programáticas liberticidas. Não é que a política seja o reino do imprevisto, mas é certo que ele atua nela, como agora testemunha a crise institucional que se avizinha, provocada por um obscuro parlamentar bolsonarista, marginal em sua grei, que numa ação solitária (tudo indica), investiu pesadamente contra o Poder Judiciário e a ordem constitucional, obrigando o STF a uma resposta à altura com a ordem da sua prisão. Com P. Bourdieu aprende-se que as instituições “pensam”, logo que criadas e institucionalizadas elas se investem de uma lógica própria de difícil erradicação, como o caso brasileiro é mais um exemplo na forte reação às atuais investidas contra elas. Assim, um episódio provocado para agredi-las suscitou um movimento que as reforça e tende a devolver o andamento da política ao seu leito natural da democracia representativa, pois é na Câmara dos Deputados, sob uma maioria alinhada ao Centrão, agrupamento de políticos em geral pouco afeitos a convicções democráticas, que se encontrou a fórmula de superação de uma grave ameaça ao ordenamento constitucional. Tal feliz solução não se esgota topicamente com a recusa a afrontar o STF suspendendo a prisão do agente agressor, na medida em que deixa como lastro o isolamento das forças que tramam em favor da interrupção da vida democrática no país, a ser certificada pela sua punição exemplar no próprio âmbito do Parlamento. O mundo gira e a Lusitana roda, e está aí o Centrão em papel propositivo, inédito em sua história de comportamentos meramente reativos, não por que o tenha procurado e sim em razão da trama profunda tecida ao longo da nossa vida institucional que o obrigou, em ato de legítima defesa, a superar suas limitações e agir em favor do interesse geral. Ele também não teria como escapar do naufrágio do nosso Titanic. Nesses dois anos de governo Bolsonaro a democracia e suas instituições têm experimentado sobressaltos, já naturalizados em nosso cotidiano, e sob esse signo perturbador, em meio a uma cruel pandemia, contavam-se os dias que nos aproximam da decisiva eleição de 22. A pandemia continua, mas, ao menos, pudemos exorcizar as ameaças malévolas de retorno dos anos sombrios do AI-5. Ditadura nunca mais, bradou um ministro do STF no auge da recente crise, sem que fosse replicado. Deve-se sempre se manter em guarda com as ilusões que podem nos toldar a vista, mas a essa altura é inevitável nosso encontro marcado com o destino na próxima sucessão presidencial. Temos tempo para nos preparar para ele, e devemos aprender com os recentes acontecimentos que, no mundo da política, o melhor ator é o que se guia pelas variações da fortuna e não aspira a lhe impor sua vontade. O imprevisto faz parte da sua lógica, aí está o Centrão não como mero coadjuvante, mas com fumaças de protagonismo, mais uma peça no tabuleiro a ser considerada pela esquerda democrática ao conceber seu xeque-mate à aventura golpista que visou atalhar nossa história. 22 Fevereiro 2021 *** Luiz Werneck Vianna Sociólogo PUC-Rio *** *** http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/606926-o-imprevisto-o-centrao-e-a-politica *** ***
*** *** Senador Nelsinho Trad levou carta de Bolsonaro pedindo soltura de brasileiro Foto: Agência Senado/Edilson Rodrigues *** Em carta à Rússia, Bolsonaro pede soltura de brasileiro *** Embaixadora e senador levarão a Putin carta em que Bolsonaro pede soltura de brasileiro Robson Mensagem deve ser entregue na próxima semana, diz Nelsinho Trad. Motorista foi detido há mais de um ano por levar substância proibida em mala, a pedido da família do jogador Fernando. Por Delis Ortiz e Mateus Rodrigues, TV Globo e G1 — Brasília 21/10/2020 21h15 Atualizado há 6 meses O presidente Jair Bolsonaro deve enviar na próxima semana uma carta ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, para pedir a soltura do brasileiro Robson Oliveira – preso em 2019 ao entrar no país europeu com duas caixas de remédios para a família do jogador de futebol Fernando. O documento deve ser levado à Rússia pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e pela secretária de Negociações Bilaterais na Ásia, Pacífico e Rússia do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Márcia Donner Abreu. Fernando admite que remédio levado à Rússia era para o sogro: veja entrevista na íntegra Fernando admite que remédio levado à Rússia era para o sogro: veja entrevista na íntegra A viagem já havia sido marcada porque, na quarta-feira (28), a embaixadora participa de uma "Reunião de Consultas Políticas Brasil-Rússia". A carta deve ser entregue ao governo russo na mesma oportunidade. "Na ocasião, a Embaixadora será portadora de carta dirigida pelo Senhor Presidente da República ao Presidente Vladimir Putin pedindo a ajuda do alto mandatário russo no bom encaminhamento do caso do cidadão brasileiro Robson Nascimento de Oliveira, ora detido naquele país", afirma ofício encaminhado ao Senado nesta quarta pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. À TV Globo, Nelsinho Trad afirmou que recebeu uma ligação do próprio presidente Jair Bolsonaro, pedindo ajuda para tratar do tema com o governo russo. "A carta faz um apelo para se reparar a Justiça neste caso, porque o Robson acabou entrando em uma situação por total desconhecimento, por um medicamento que tem uso permitido no Brasil", diz o senador. A comitiva deve embarcar para a Rússia na próxima segunda (26), com retorno ao Brasil marcado para sexta-feira (30). Não há data definida para que a Justiça russa julgue o caso de Robson. Apoio de Bolsonaro No último dia 6, o presidente Jair Bolsonaro já havia afirmado em redes sociais que faria contato com o governo Putin para pedir a liberação de Robson Oliveira. O caso foi revelado em reportagens exclusivas do "Esporte Espetacular". "A justiça russa é bastante rígida, mas um perdão do Governo local será buscado por nós. Entramos no caso e o Brasil buscará, diplomaticamente, o retorno de Robson ao Brasil", escreveu Bolsonaro naquele momento. O caso foi levado à presidência da República pelo jogador Felipe Melo, do Palmeiras. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também declarou em entrevista que pretendia discutir o caso com Bolsonaro. Caso Robson Robson Oliveira e a esposa, Simone, trabalhavam para a família do jogador Fernando quando ele atuava no time Spartak, de Moscou. Em uma das viagens para a Rússia, o motorista levou para a família de Fernando duas caixas de cloridrato de metadona – um medicamento legalizado no Brasil, mas proibido em território russo. O caso foi revelado pelo "Esporte Espetacular" ainda em 2019. Na época, Robson Oliveira disse que não sabia o que havia na mala, e que a família havia indicado a existência apenas de roupas e mantimentos na bagagem. O brasileiro acabou detido no aeroporto em Moscou, e preso trinta dias depois, acusado de ser dono do medicamento. Nem Fernando, nem a esposa do jogador, Rafaela Rivoredo, nem o pai de Rafaela, William Pereira de Faria, confirmaram para as autoridades russas que o medicamento era de William. O sogro de Fernando, William Faria – a quem seria destinado o medicamento – não prestou qualquer esclarecimento para a polícia russa. No dia 6 de junho de 2019, três meses após a prisão de Robson, Fernando disse em depoimento não saber de que modo os remédios foram recebidos por Robson no Brasil, nem a forma de entrega (na mala ou em caixas de remédios não empacotadas) e acrescentou que não mantinha contato com o sogro. Fernando e a esposa se mudaram para a China ainda em 2019, após o jogador ter acertado uma transferência do Spartak para o Beijing Guoan. Os pais de Rafaela deixaram a Rússia uma semana após a prisão de Robson. *** *** https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/21/embaixadora-e-senador-levarao-a-putin-carta-em-que-bolsonaro-pede-soltura-de-brasileiro-robson.ghtml *** *** *** ***

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