Será o Benedito! clama
que não deixemos que o medo impeça a realização de um sonho, que não criemos
problemas antes deles existirem de fato.
“(...)
“Qual, Benedito, a cidade não presta, não. E depois tem a tuberculose
que…”
— O que é isso?…
– É uma doença, Benedito, uma doença horrível, que vai comendo o peito
da gente por dentro, a gente não pode mais respirar e morre em três tempos.
— Será o Benedito…
(...)”
Mário de Andrade
“(...)
— Morrer não quero, não sinhô… Eu fico.
(...)”
Sem Witzel, clã Bolsonaro quer acomodar
procurador-geral como Aras no Rio
COLUNA
Josias de Souza
- 29/08/2020 - UOL Notícias
Ao afastar Wilson Witzel do cargo de governador do
Rio de Janeiro pelo período de seis meses por suposto envolvimento num esquema
de desvio de verbas da Saúde, o ministro Benedito Gonçalves, do Superior
Tribunal de Justiça, ofereceu dois motivos para a família Bolsonaro festejar -
um político e outro jurídico.
(..)
O afastamento determinado pelo ministro Benedito
Gonçalves chegou antes da decisão dos parlamentares. Daí o desejo da família
Bolsonaro de apressar o estreitamento de sua inimizade com Cláudio Castro, o
vice que as circunstâncias colocaram no comando do estado. A Coluna apurou que
Castro, submetido à mesma investigação que fulmina Witzel, compartilha do
interesse de conversar.
Fonte:
Quando vi, me caiu
os butiá do bolso.
“(...)
O Valor da Causa no gabarito preliminar do Recurso Ordinário
Constitucional (que foi corrigido logo em seguida), é algo sem precedente no
certame.
Quando vi, me caiu
os butiá do bolso.
Se um examinando o fizesse, seria tido como despreparado.
(...)”
https://www.provadaordem.com.br/blog/post/resultado-preliminar-da-2a-fase-xxx-exame-oab/
domingo,
30 de agosto de 2020
Eliane Cantanhêde - Legalidade sempre!
- O
Estado de S.Paulo
Afastamento
de Witzel por decisão monocrática e sem ouvi-lo acende luz amarela entre
governadores
O
Ministério Público acertou ao investigar e descobrir maracutaias justamente na
área de saúde no Rio de Janeiro, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) errou
ao decidir monocraticamente o afastamento do governador Wilson Witzel por 180
dias, sem nem sequer ouvir o que ele tem a dizer sobre as acusações, feitas a
partir de uma delação premiada. Combater a corrupção, sim, mas abrir um
precedente perigoso contra governadores, não. Por isso, o julgamento de
terça-feira no plenário do STJ é tão importante.
Desde
sexta-feira, há intensa troca de telefonemas e mensagens entre governadores,
para analisar a situação e a operação que pegou Witzel de jeito. Ninguém
defende Witzel, até porque eles não viram o processo e não conhecem as provas,
mas todos defendem ferrenhamente a legalidade. Que o MP investigue e faça o que
tem de fazer e que a Justiça decida, julgue, puna. Mas um único ministro
afastar um governador eleito? Sem dar a ele acesso às acusações? Sem ouvi-lo?
Se
hoje é Witzel, amanhã pode ser qualquer um. Há motivos para a preocupação. Na
fatídica reunião ministerial de 22 de abril, a ministra Damares Alves disse, em
bom e alto som, que estava tudo pronto para pedir a prisão de governadores e
prefeitos. A deputada bolsonarista Carla Zambelli, do PSL, sabia de véspera das
primeiras buscas e apreensões contra Witzel. O senador Flávio Bolsonaro avisou
com antecedência que o vice-governador assumiria. Witzel lembrou que a
subprocuradora-geral Lindôra Araújo é bolsonarista e amiga de Flávio. Amigo do
meu inimigo é meu inimigo?
É um
óbvio subterfúgio de réu que, sem resposta para os fatos, desqualifica
acusadores. Mas serve de alerta para MP e Justiça serem milimetricamente
rigorosos, sem abrir brechas ao acusado nem gerar desconfiança entre
governadores. Uma coisa, legal, elogiável, é investigar roubalheiras e punir
responsáveis. Outra é aproveitar erros de um governador para generalizar, jogar
a opinião pública contra todos e criar ambiente para afastamentos, buscas e
apreensões, até prisões.
Todo
cuidado é pouco nessa hora, com o presidente Jair Bolsonaro em campanha e com
tudo engatilhado para despejar sobre os governadores todas as culpas por 120
mil mortos, pandemia, economia, desemprego, queimadas, (falta de) educação.
Bolsonaro vai posar de vítima, os governadores serão os réus. Bolsonaristas
compram qualquer versão do “mito”. E os demais?
Witzel
é uma das estrelas da “nova política” que invadiu governos estaduais e
Congresso pelo PSL e PSC e na onda Bolsonaro. Nunca se ouvira falar num tal de
Witzel e nem se sabia pronunciar o nome daquele juiz que caiu de paraquedas na
eleição num dos três principais Estados do País, com direito a vídeo de apoio
do general Augusto Heleno, um dos mentores da candidatura Bolsonaro.
O
discurso de Witzel foi o mesmo que varou o País, com neófitos em Minas, DF,
Norte, Sul, Centro-Oeste: Congresso, Supremo, política e políticos são uma
porcaria, nós somos os bons, os salvadores da Pátria. Mas Witzel não é o único
que sucumbe antes de completar dois anos de mandato. Aliás, como estão os
processos contra Flávio Bolsonaro?
Por
tudo isso e as provas que se acumulam, a repetição primária dos métodos do
condenado Sérgio Cabral e a transformação de Helena Witzel na nova Adriana
Ancelmo, os procuradores do Rio merecem aplausos, descortinando a corrupção,
demolindo o discurso fraudulento. Mas não pode haver dúvidas quando Witzel se
diz “massacrado politicamente”. Em vez de réu por corrupção, ele quer se passar
por vítima do bolsonarismo. Se o STJ e o MP forem impecáveis, esse discurso não
para em pé. Se não, o que é questão de justiça pode virar oportunismo político
e ameaçar os governadores.
https://gilvanmelo.blogspot.com/2020/08/eliane-cantanhede-legalidade-sempre.html
RIO DE
CORRUPÇÃO
Conheça
os principais pontos da denúncia da PGR contra Wilson Witzel
Com
menos de dois anos no cargo, Wilson Witzel é afastado do Executivo estadual por
suspeita de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele diz ser
vítima de perseguição política. PF prende Pastor Everaldo
Sarah
Teófilo
Ingrid
Soares
Renato
Souza
postado
em 29/08/2020 06:00 / atualizado em 29/08/2020 09:17
(foto: Carl de Souza/AFP)
Investigações
sobre desvios milionários de recursos públicos, destinados à educação e à saúde
do Rio de Janeiro, levaram o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a afastar do
cargo, por seis meses, o governador do estado, Wilson Witzel (PSC). A decisão
da Corte atinge, de maneiras distintas, toda a cúpula do Executivo fluminense,
já que o vice-governador Cláudio Castro e o presidente da Assembleia
Legislativa (Alerj), André Ceciliano, também são alvo das apurações. Sete
pessoas foram presas, entre elas, o Pastor Everaldo (PSC), personagem
importante da política do Rio e ex-candidato à Presidência da República.
Apesar
de ter um mandado de busca e apreensão expedido em seu nome, Cláudio Castro não
foi afastado e assumiu o comando do governo estadual no meio da tarde de ontem.
Ele estava em Brasília quando soube da notícia e voltou ao Rio para se reunir
com a cúpula da segurança.
As
diligências, conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), apontam que
Witzel é o chefe de um esquema de corrupção investigado pela Operação Tris in
Idem. Além de ser alvo de buscas, o governador e os demais foram denunciados à
Justiça. As ações foram autorizadas pelo ministro Benedito Gonçalves, do STJ.
Os procuradores pediram a prisão de Witzel, mas a solicitação foi negada. “O
grupo criminoso agiu e continua agindo, desviando e lavando recursos em plena
pandemia da covid-19, sacrificando a saúde e mesmo a vida de milhares de
pessoas, em total desprezo com o senso mínimo de humanidade e dignidade”, diz
trecho da decisão do ministro.
A
Polícia Federal cumpriu mandados no Palácio Laranjeiras, no Palácio Guanabara e
na residência do vice. A primeira-dama do Rio, Helena Witzel, também está entre
os denunciados (veja na página ao lado).
O
afastamento de Witzel é outro capítulo da falência do poder público em solo
fluminense. Os últimos seis governadores foram alvos de investigações por
corrupção (leia reportagem na página 4) e a violência impacta diariamente os
cidadãos, sem que se chegue a uma solução para combater a criminalidade. Além
dos problemas políticos e sociais, a pandemia do novo coronavírus avança no
estado. Até a noite de ontem, os hospitais da região haviam registrado 15.859
mil óbitos e 220 mil infecções pela covid-19.
Ataque
Em pronunciamento ontem — que pode ter sido o último da gestão dele, a depender
do caminho trilhado pelo caso na Justiça —, Witzel defendeu-se atacando. Ele
disse ser vítima de um ato político e acusou a subprocuradora-geral da
República Lindôra Araújo, braço direito do procurador-geral da República,
Augusto Aras, de influenciar na decisão do ministro Benedito Gonçalves. Ele afirmou
que Lindôra “está se especializando em perseguir governadores, desestabilizar
estados, com investigações rasas, buscas e apreensões preocupantes”. “Eu, assim
como outros governadores, estamos sendo vítimas de uso político”, frisou.
O
chefe do Executivo do Rio afirmou que Lindôra é próxima da família Bolsonaro,
citando especificamente o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), e
insinuou que o afastamento se dá por vontade do presidente Jair Bolsonaro que,
segundo ele, já declarou que quer o Rio de Janeiro. “Diferentemente do que ele
imagina, aqui a Polícia Civil é independente, o Ministério Público é
independente”, destacou.
O
político insinuou, ainda, que o afastamento dele ocorre pelo fato de que, no
fim do ano, teria a prerrogativa de escolher o novo procurador-geral da
Justiça, que comanda o Ministério Público estadual. O órgão está investigando
Flávio Bolsonaro no âmbito do esquema de rachadinha — desvio de salário de
servidores da Alerj, na época em que o parlamentar era deputado estadual.
Impeachment
Horas após o afastamento, Witzel sofreu outro revés. O ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a retomada do processo de
impeachment do governador pela Alerj. Ele revogou uma liminar, concedida em
agosto pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, que determinava a criação de uma
comissão especial para tratar do assunto.
Na
decisão, Moraes entendeu que não houve ilegalidade na formação da primeira
comissão. O processo aberto na Alerj tem como fundamento suposto recebimento de
propina pelo governo, por meio de fraudes em contratos de hospitais de
campanha, mesmo caso que está em tramitação no STJ.
O
terceiro
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Tris in Idem, nome da operação
deflagrada ontem, é uma referência ao fato de Witzel ser o terceiro governador
do estado a utilizar esquemas semelhantes para obter vantagens ilícitas.
As
acusações
Confira os principais pontos da denúncia da PGR contra Wilson Witzel
»
Delator Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do Rio, disse que havia uma
organização criminosa no Rio encabeçada por Witzel, e com três grupos, sendo
dois deles liderados pelo empresário Mário Peixoto e outro pelo Pastor Everaldo
(e mais duas pessoas).
De
24/3/2020 a 19/5/2020
» Witzel, com o auxílio da primeira-dama, Helena Witzel, solicitou e recebeu
vantagem indevida no valor de R$ 280 mil ofertada pelo empresário Gothardo
Lopes Netto, ex-prefeito de Volta Redonda;
» A
denúncia fala que o valor corresponde a 5,2% do total recebido no ano pela
empresa de Gothardo pelo governo (R$ 5,3 milhões), sendo a proporção compatível
ao que o delator narrou como sendo o percentual de propina destinado
ao governador;
» O
objetivo era ter facilidades e proteção em relação a suas empresas;
»
Witzel fez dois atos de ofício que beneficiou empresa de Gothardo e a escolha
de uma OS, cujo sócio oculto é Gothardo, para gerir um hospital;
»
Dinheiro foi lavado por Witzel e Gothardo com o auxílio de Helena por meio da
confecção de contrato simulado entre o Hospital Jardim Amália (Hinja) e o
escritório de advocacia de Helena, com emissão de notas fiscais ideologicamente
falsas.
De
13/8/2019 a 17/4/2020
» Witzel, com o auxílio de Helena e Lucas Tristão (ex-secretário de
Desenvolvimento Econômico), solicitou e recebeu vantagem indevida no valor de
R$ 274,2 mil, paga pelo empresário Mário Peixoto (com o auxílio de mais quatro
pessoas);
» O
objetivo era obter facilidades e proteção em relação aos contratos de suas
empresas com o estado. Em razão das vantagens indevidas, Witzel praticou, em
favor de Peixoto, ao menos um ato de ofício revogando a desqualificação da
organização social Instituto Unir Saúde, que tem como sócio oculto Mário
Peixoto. OS passou a estar novamente habilitada a celebrar contratos com o
estado.
»
Soma: R$ 554,2 mil
Bolsonaro
comemora
Ao
saber da decisão da Justiça sobre o governo do Rio, o presidente Jair Bolsonaro
ironizou a situação. “O Rio está pegando... Está pegando hoje, hein? Está
sabendo? O governador, já... Quem é o teu governador?”, questionou o chefe do
Executivo, entre sorrisos, a um apoiador. Ele conversou com populares na
entrada do Palácio da Alvorada, no fim da manhã. Nos últimos meses, o
comandante do Planalto e Wilson Witzel, que chegaram a dividir apoios na
campanha eleitoral de 2018, tornaram-se inimigos políticos.
Bolsonaro
emendou outras críticas. “A gente está acompanhando aí”. No início das
investigações, em junho, o presidente já havia ironizado a situação de seu
opositor político, afirmando que não ia conversar com o governador por “saber
onde ele deverá estar brevemente”, insinuando a prisão do ex-aliado. O clima de
acusações entre Bolsonaro e chefes dos executivos estaduais intensificou-se em
meio à pandemia de coronavírus, quando o presidente passou a defender o fim do
isolamento social.
Por
sua vez, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o processo de
impeachment pelo qual passa Witzel deve avançar e considera “difícil” o retorno
dele. “O governador está passando por um processo de impeachment. Ainda está
uma discussão ali se a comissão que foi montada pela Assembleia está dentro da
legislação ou não. Então, eu acredito que, ao longo desses próximos seis meses,
esse processo de impeachment deve avançar. Acho difícil que ele volte”, frisou,
na chegada ao Palácio do Planalto.
Mourão
lamentou a situação da região. “Parece que a corrupção se enraizou no Rio de
Janeiro. Eu lamento pelo povo do Rio, que sofre a ausência de Estado”, frisou.
O
Pastor Everaldo e a "caixinha" de propinas
crédito: Reginaldo Pimenta/Ag?ncia O Dia/
Preso
ontem, o pastor Everaldo Dias Pereira organizou uma “caixinha” abastecida por
propinas que era dividida com o governador do Rio, Wilson Witzel. Além disso,
ele também tentou “alinhar discurso” com o delator e ex-secretário de Saúde do
Rio Edmar Pereira para obstruir as investigações.
As
acusações constam na decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior
Tribunal de Justiça, que autorizou a prisão de Everaldo, e na representação
enviada pela subprocuradora-geral Lindôra Araújo à Corte. Segundo as
investigações, o pastor lidera “um dos grupos criminosos influentes nos Poderes
Executivo e Legislativo do Rio de Janeiro”.
“À luz
dos elementos colhidos até o momento, observa-se que Pastor Everaldo instituiu
uma espécie de ‘caixinha única’ para pagamentos de vantagens indevidas a
agentes públicos da complexa organização criminosa sob investigação, a partir
do direcionamento de contratações de organizações sociais e na cobrança de um
‘pedágio’ sobre a destinação dos ‘restos a pagar’ aos fornecedores, criando uma
típica estrutura sofisticada e perene e com detalhada divisão de tarefas”,
apontam os investigadores.
Para
“administrar” a caixinha, Everaldo teria criado uma “típica estrutura
ramificada de organização criminosa, com divisão de tarefas entre os demais
integrantes do grupo”. A divisão dos repasses foi instituída da seguinte forma:
30% dos valores seriam para Edmar Santos, 20% para Witzel, 20% para o próprio
Pastor Everaldo, 15% para Edson da Silva Torres e 15% para Victor Hugo Barroso,
apontados respectivamente como operadores administrativo e financeiro do
pastor.
O
Pastor Everaldo, segundo a Procuradoria, também tentou “alinhar o discurso” com
Edmar Santos após sua saída do governo, em maio deste ano, em meio às denúncias
de fraudes na licitação para a compra de respiradores no valor de R$ 3,9
milhões. O objetivo do diálogo, segundo o MPF, seria criar uma versão que
justificasse os atos ilícitos praticados pela organização criminosa.
“Por
volta do dia 19 e 20 de maio, o colaborador foi chamado à sede do PSC por
Pastor Everaldo e, lá chegando, também estava presente Victor Hugo. Eles
estavam preocupados com uma possível delação de Gabriell Neves, que já estava
preso naquele momento”, afirma a Procuradoria, citando delação de Edmar Santos.
“Pastor Everaldo informou a necessidade de um alinhamento dos discursos,
indicando, por exemplo, a criação de um álibi para o colaborador historiar a
sua relação com Edson Torres, entre outras narrativas.”
Edson
Torres era o operador administrativo de Everaldo, segundo o MPF, e operava
empresa chefiada por um ‘laranja’ para obter ganhos ilícitos para o pastor. Um
dos contratos teria sido firmado com o DER/RJ.
Dois filhos
de Everaldo, Filipe e Laércio Pereira, também presos ontem, foram acusados de
integrar o esquema por meio de “várias pessoas jurídicas e sociedades com
outros membros da organização”. Outra transação suspeita envolvendo a família
do pastor é referente à compra de um imóvel por R$ 400 mil quando avaliação
fiscal apontava que o valor real seria três vezes superior. Parte do pagamento,
cerca de R$ 35 mil, teria sido feito em espécie.
Em
nota, Everaldo afirmou que “sempre esteve à disposição de todas as autoridades
e reitera sua confiança na Justiça”.
https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2020/08/4871962-o-ocaso-meteorico-de-um-governador.html
De
onde vem a expressão "será o Benedito"?
É só
fazer uma travessura e lá vem a vó com aquela cara que mistura decepção e
impaciência: "mas será o Benedito?" Como muita coisa na língua
portuguesa, a origem dessa expressão tem inúmeras versões, todas de difícil
comprovação em registros formais - jornais da época, livros ou outras formas de
comunicação escrita -, explica o professor de português Ari Riboldi, autor de
três livros sobre a origem das palavras e expressões.
A
versão mais aceita é a de que a pergunta teria surgido na década de 1930, em
Minas Gerais. O então presidente Getúlio Vargas demorava muito para nomear um
interventor para aquele Estado. Naturalmente, a demora gerou inquietação entre
os inimigos políticos de um dos candidatos ao posto, cujo nome era Benedito
Valadares, que perguntavam "Será o Benedito?".
Pois
foi. Valadares foi nomeado interventor em 12 de dezembro de 1933 e, nos meios
políticos da época, foi tão conhecido quanto sua expressão é entre os falantes.
Era considerado uma raposa, cuja esperteza, descreveu em suas memórias, só era
superada pelo próprio Getulio.
Entre
seus feitos, indicou Juscelino Kubitschek para a chefia da Casa Civil de Minas
Gerais e, depois, para a prefeitura de Belo Horizonte. Além de lançar o que foi
um dos mais importantes presidentes brasileiros, o Benedito da expressão também
virou cidade: é em sua homenagem que foi nomeado o município de Governador
Valadares.
Uma
variação da expressão é ainda mais curiosa: "será o pé do Benedito?"
O professor Riboldi, porém, desiste: se não há comprovação total da história de
que Benedito era o governador Valadares, como saber de quem era esse pé?
https://www.terra.com.br/noticias/educacao/voce-sabia/de-onde-vem-a-expressao-sera-o-benedito,c718b62ed750eb336d6ac59ed014abe4hecohcjj.html
Benedito
Gonçalves é indicado para vaga de ministro do STJ
O
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, indicou, ontem, 31/7, o
nome do desembargador federal Benedito Gonçalves para compor o STJ na vaga
aberta com a aposentadoria do ministro José Delgado, destinada a membros de
tribunais regionais federais.
Por Migalhas
sexta-feira,
1 de agosto de 2008
Vaga no STJ
Benedito Gonçalves é indicado para vaga
de ministro
O
presidente Lula indicou ontem, 31/7, o nome do desembargador federal Benedito
Gonçalves para compor o STJ na vaga aberta com a aposentadoria
do ministro José Delgado, destinada a membros de tribunais regionais federais.
Com a indicação da Presidência da República, agora
o desembargador federal aguarda a marcação da data de sua sabatina no Senado
Federal.
Para ser nomeado ministro do STJ, o indicado deve
ser aprovado em sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do
Senado Federal e, posteriormente, pelo Plenário daquela Casa.
Benedito Gonçalves
Natural do Rio de Janeiro – RJ. Tomou posse no TRF
da 2ª região em 18/12/98.
Benedito Gonçalves bacharelou-se em Direito pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1978. Em 1997, concluiu a
especialização em Direito Processual Civil, pelo Centro de Estudos Judiciários
do Conselho de Justiça Federal, em convênio com a Universidade de Brasília. No
ano de 1998, concluiu o mestrado em Direito na Universidade Estácio de Sá, com
a defesa da dissertação "Mandado de Segurança: Legitimidade Ativa das
Associações".
Seu ingresso na Magistratura Federal ocorreu em
1988.
Na Seção Judiciária do Rio de Janeiro, como Juiz
Federal, exerceu as funções de membro da Comissão de Estudos e Instalação de
Varas Federais no Interior do Estado, Coordenador da Instalação de Varas
Federais do Foro Regional da Baixada Fluminense e Vice-Diretor do Foro. A 3ª
Vara Federal, sob a sua titularidade, foi a primeira a cumprir integralmente o
Projeto Zero, instituído pela Corregedoria-Geral da Justiça Federal da 2ª
Região.
Ainda no exercício da Magistratura Federal, judicou
na Vara Única de Santa Maria/RS, 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do Paraná
e 25ª Vara Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro.
Dentre suas atividades docentes, ministrou a
disciplina de Direito Financeiro I a convite do professor Antonio Vicente da
Costa Júnior, Diretor da Faculdade de Direito da UFRJ em 1992. Na Universidade
Estácio de Sá, foi Professor Auxiliar de Direito Constitucional e, atualmente,
ocupa o cargo de Professor Titular de Introdução ao Estudo do Direito e de
Direito Processual Civil nos cursos de graduação e pós-graduação,
respectivamente.
Participou de diversos eventos realizados pelo
Conselho de Justiça Federal e Escola Superior de Guerra, dentre outras
instituições.
Em 1998, foi nomeado, pelo critério de merecimento,
para compor o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, onde é membro do Plenário
e integra a 6ª Turma Especializada e a 3ª Seção Especializada.
No biênio 2001/2003 foi membro do Conselho de
Administração do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
No biênio 2003/2005 foi Diretor de Pesquisa da Escola
de Magistratura Regional Federal - EMARF.
Foi Diretor-Geral da Escola de Magistratura
Regional Federal - EMARF e membro do Conselho de Administração do Tribunal
Regional Federal da 2ª Região, com mandato no biênio 2005/2007.
Atualmente, é Presidente da 6ª Turma Especializada
e Coordenador dos Juizados Especiais Federais.
Trabalhos Publicados
"Nova sistemática de liqüidação de
sentença" — artigo publicado no Jornal do Commercio e na Revista dos
Tribunais.
"Comentários à Reforma do
Direito Processual Civil Brasileiro" Reis Friede, Forense Universitária,
com comentários aos artigos 417 e 323 do Código de Processo Civil.
https://www.migalhas.com.br/quentes/66074/benedito-goncalves-e-indicado-para-vaga-de-ministro-do-stj
CNJ
investiga ministro do STJ por relação com empreiteiro
Ministro
Benedito Gonçalves mantinha estreita relação com o empreiteiro Léo Pinheiro,
sócio da construtora OAS, investigado na Lava Jato
Por Laryssa
Borges - 20 Maio 2015, 19h01
O ministro Benedito Gonçalves, do STJ: processo decidido em favor da empreiteira do amigo, lobby para chegar ao Supremo e favores, muitos favores Lula Marques/Folhapress
A
corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, determinou a abertura
de procedimento contra o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), para apurar as relações, reveladas por VEJA, entre o magistrado
e o empreiteiro Léo Pinheiro, sócio da construtora OAS e um dos empresários
investigados na Operação Lava Jato. Ao longo das investigações, a Polícia Federal
detectou a troca de mensagens telefônicas que mostram a proximidade entre os
ministros José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF),
Benedito Gonçalves e o dirigente da OAS.
O
processo contra o ministro Benedito Gonçalves é sigiloso, mas no pedido de
providências o magistrado foi intimado para apresentar defesa escrita para
esclarecer a proximidade com o empreiteiro e possíveis laços de tráfico de
influência.
VEJA teve
acesso a um relatório produzido pelos investigadores da Operação Lava Jato e
que demonstra, entre os telefones apreendidos com Léo Pinheiro, que Benedito
Gonçalves aparece marcando encontros com o empreiteiro em São Paulo e no Rio de
Janeiro e combinando a ida à festa de aniversário de Toffoli. Em outra
mensagem, um dia após a reeleição de Dilma Rousseff, o ministro do STJ comenta
o resultado eleitoral e dá indicativos de que o empreiteiro, amigo íntimo do
ex-presidente Lula, poderia trabalhar para que ele conseguisse ser nomeado para
o STF, a maior corte do país.
Benedito
escreve a Léo Pinheiro: “Meu amigo, parabéns o ano 2015 começou ontem. Agora
preciso da sua ajuda valiosa para meu projeto’. Para os investigadores, o
projeto a que ele se refere é a nomeação para o Supremo. Gonçalves era cotado
para assumir a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, agora a ser
preenchida pelo gaúcho Luiz Edson Fachin, aprovado nesta terça-feira pelo
plenário do Senado.
Desde que
o caso foi revelado, parlamentares de oposição cobram esclarecimento dos
ministros José Antonio Dias Toffoli e Benedito Gonçalves sobre a relação
mantida com o empreiteiro Léo Pinheiro, réu em um processo que trata do desvio
de bilhões de reais e do suborno de políticos no escândalo do petrolão.
https://veja.abril.com.br/politica/cnj-investiga-ministro-do-stj-por-relacao-com-empreiteiro/
Será o Benedito! – conto de Mário de Andrade
A
primeira vez que me encontrei com Benedito, foi no dia mesmo da minha chegada
na Fazenda Larga, que tirava o nome das suas enormes pastagens. O negrinho era
quase só pernas, nos seus treze anos de carreiras livres pelo campo, e enquanto
eu conversava com os campeiros, ficara ali, de lado, imóvel, me olhando com
admiração. Achando graça nele, de repente o encarei fixamente, voltando-me para
o lado em que ele se guardava do excesso de minha presença. Isso, Benedito
estremeceu, ainda quis me olhar, mas não pôde agüentar a comoção. Mistura de
malícia e de entusiasmo no olhar, ainda levou a mão à boca, na esperança talvez
de esconder as palavras que lhe escapavam sem querer:
— O
hôme da cidade, chi!…
Deu
uma risada quase histérica, estalada insopitavelmente dos seus sonhos
insatisfeitos, desatou a correr pelo caminho, macaco-aranha, num mexe-mexe
aflito de pernas, seis, oito pernas, nem sei quantas, até desaparecer por
detrás das mangueiras grossas do pomar.
***
Nos
primeiros dias Benedito fugiu de mim. Só lá pelas horas da tarde, quando eu me
deixava ficar na varanda da casa-grande, gozando essa tristeza sem motivo das
nossas tardes paulistas, o negrinho trepava na cerca do mangueirão que
defrontava o terraço, uns trinta passos além, e ficava, só pernas, me olhando
sempre, decorando os meus gestos, às vezes sorrindo para mim. Uma feita, em que
eu me esforçava por prender a rédea do meu cavalo numa das argolas do
mangueirão com o laço tradicional, o negrinho saiu não sei de onde, me olhou
nas minhas ignorâncias de praceano, e não se conteve:
— Mas
será o Benedito! Não é assim, moço!
Pegou
na rédea e deu o laço com uma presteza serelepe. Depois me olhou irônico e
superior. Pedi para ele me ensinar o laço, fabriquei um desajeitamento muito
grande, e assim principiou uma camaradagem que durou meu mês de férias.
***
Pouco
aprendi com o Benedito, embora ele fosse muito sabido das coisas rurais. O que
guardei mais dele foi essa curiosa exclamação, “Será o Benedito!”, com que ele
arrematava todas as suas surpresas diante do que eu lhe contava da cidade.
Porque o negrinho não me deixava aprender com ele, ele é que aprendia comigo
todas as coisas da cidade, a cidade que era a única obsessão da sua vida.
Tamanho entusiasmo, tamanho ardor ele punha em devorar meus contos, que às
vezes eu me surpreendia exagerando um bocado, para não dizer que mentindo.
Então eu me envergonhava de mim, voltava às mais perfeitas realidades, e metia
a boca na cidade, mostrava o quanto ela era ruim e devorava os homens. “Qual,
Benedito, a cidade não presta, não. E depois tem a tuberculose que…”
— O
que é isso?…
– É
uma doença, Benedito, uma doença horrível, que vai comendo o peito da gente por
dentro, a gente não pode mais respirar e morre em três tempos.
— Será
o Benedito…
E ele
recuava um pouco, talvez imaginando que eu fosse a própria tuberculose que o ia
matar. Mas logo se esquecia da tuberculose, só alguns minutos de mutismo e
melancolia, e voltava a perguntar coisas sobre os arranha-céus, os “chauffeurs”
(queria ser “chauffeur”…), os cantores de rádio (queria ser cantor de rádio…),
e o presidente da República (não sei se queria ser presidente da República). Em
troca disso, Benedito me mostrava os dentes do seu riso extasiado, uns dentes
escandalosos, grandes e perfeitos, onde as violentas nuvens de setembro se
refletiam, numa brancura sem par.
Nas
vésperas de minha partida, Benedito veio numa corrida e me pôs nas mãos um
chumaço de papéis velhos. Eram cartões postais usados, recortes de jornais,
tudo fotografias de São Paulo e do Rio, que ele colecionava. Pela sujeira e
amassado em que estavam, era fácil perceber que aquelas imagens eram a única
Bíblia, a exclusiva cartilha do negrinho. Então ele me pediu que o levasse
comigo para a enorme cidade. Lembrei-lhe os pais, não se amolou; lembrei-lhe as
brincadeiras livres da roça, não se amolou; lembrei-lhe a tuberculose, ficou
muito sério. Ele que reparasse, era forte mas magrinho e a tuberculose se metia
principalmente com os meninos magrinhos. Ele precisava ficar no campo, que
assim a tuberculose não o mataria. Benedito pensou, pensou. Murmurou muito
baixinho:
—
Morrer não quero, não sinhô… Eu fico.
E seus
olhos enevoados numa profunda melancolia se estenderam pelo plano aberto dos
pastos, foram dizer um adeus à cidade invisível, lá longe, com seus
“chauffeurs”, seus cantores de rádio, e o presidente da República. Desistiu da
cidade e eu parti. Uns quinze dias depois, na obrigatória carta de resposta à
minha obrigatória carta de agradecimentos, o dono da fazenda me contava que
Benedito tinha morrido de um coice de burro bravo que o pegara pela nuca. Não
pude me conter: “Mas será o Benedito!…”. E é o remorso comovido que me faz
celebrá-lo aqui.
By admin | 20/03/2013
https://contobrasileiro.com.br/sera-o-benedito-conto-de-mario-de-andrade/
Autor: Mário de Andrade
Conto / Literatura Brasileira
Editora: Cosac Naify
Páginas: 32
Ano: 2014
Ano de Publicação Original: 1939
Acho sensacional como os bons escritores conseguem dizer muito e
emocionar tanto com tão poucas palavras. Será o Benedito! é
um texto bem curtinho de Mário de Andrade,
publicado pela primeira vez em 1939, que encanta pela simplicidade.
Em poucas linhas, o autor nos traz o menino do campo, aquele moleque
cheio de sonhos e curiosidades, que vê no narrador, um adulto da cidade, uma
possibilidade de conhecer mais do mundo.
Uma história tão singela, mas tão cheia de significados. Do jovem que
escuta atento às experientes palavras do velho; da amizade e do vínculo que se
cria a partir de pequenos gestos; e do arrependimento, do remorso, da chance
perdida.
Será
o Benedito! clama que não deixemos que o medo impeça a realização de um sonho,
que não criemos problemas antes deles existirem de fato.
Linda e delicada história, que ganha ainda mais corpo nessa caprichada
edição em capa dura, ricamente ilustrada, da saudosa Cosac Naify. É um livrinho
que se lê em menos de 5 minutos, mas que deixa sua marca no leitor para sempre.
Sinopse: Sexto volume da coleção ‘Dedinho de
Prosa’, a crônica ‘Será o Benedito!’, de Mário de Andrade, um dos mais
importantes nomes do modernismo brasileiro, e ilustrada por Odilon Moraes,
retrata o encontro entre o homem maduro e o jovem menino, trazendo à tona os
temas da amizade e da pureza, numa leve prosa cotidiana. Durante as férias na
Fazenda Larga, o narrador encontra Benedito, um negrinho obcecado por conhecer
a cidade grande, que ouvia atento a narração do visitante sobre os
arranha-céus, chauffers, cantores de rádio, o presidente da República… As
ilustrações de Odilon Moraes traduzem a separação dos dois universos – cidade e
campo -, construída ao longo do texto. Ao final da edição, um glossário explica
os termos menos usuais, e textos auxiliam na localização e importância da
crônica em nossa história literária.
Publicado em 05/07/2017
https://historiasdepapel.com.br/2017/07/05/sera-o-benedito-mario-de-andrade/
Referências
notícias.uol.com.br
https://www.provadaordem.com.br/blog/post/resultado-preliminar-da-2a-fase-xxx-exame-oab/
https://gilvanmelo.blogspot.com/2020/08/eliane-cantanhede-legalidade-sempre.html
https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2020/08/29/675x450/1_cbifot280820201779-6256337.jpg
https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2020/08/29/675x450/1_pri_2908_0203_18cm_cor_g-6256205.jpg
https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2020/08/4871962-o-ocaso-meteorico-de-um-governador.html
https://www.terra.com.br/noticias/educacao/voce-sabia/de-onde-vem-a-expressao-sera-o-benedito,c718b62ed750eb336d6ac59ed014abe4hecohcjj.html
https://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/CA5E5ECB7F75C230F91067E8C96BC45B18D2_ministro%20nomeado.BMP
https://www.migalhas.com.br/quentes/66074/benedito-goncalves-e-indicado-para-vaga-de-ministro-do-stj
https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/06/alx_stj-benedito-goncalves-2319-jpeg_original.jpeg?quality=70&strip=info&resize=680,453
https://veja.abril.com.br/politica/cnj-investiga-ministro-do-stj-por-relacao-com-empreiteiro/
https://contobrasileiro.com.br/sera-o-benedito-conto-de-mario-de-andrade/
https://carolinegurgel.files.wordpress.com/2017/07/sera-o-benedito-mario-de-andrade.jpg
https://carolinegurgel.files.wordpress.com/2017/07/sera-o-benedito-mc3a1rio-de-andrade-cosac.jpg
https://carolinegurgel.files.wordpress.com/2017/07/sera-o-benedito-1.jpg
https://carolinegurgel.files.wordpress.com/2017/07/sera-o-benedito-mario-de-andrade-2.jpg
https://historiasdepapel.com.br/2017/07/05/sera-o-benedito-mario-de-andrade/
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