“E sede agradecidos.”
- Paulo (Colossenses, 3:15)
É curioso verificar que a multidão dos
aprendizes está sempre interessada em receber graças, entretanto, é raro
encontrar alguém com a disposição de ministra-las.
Os recursos espirituais, todavia, em sua
movimentação comum, deveriam obedecer ao mesmo sistema aplicado às providências
de ordem material.
No capítulo de bênçãos da alma, não se
deve receber e gastar, insensatamente, mas recorrer ao critério da prudência e
da retidão, para que as possibilidades não sejam absorvidas pela desordem e
pela injustiça.
É por isso que, em suas instruções
aos cristãos de Colossos, recomenda o apóstolo que sejamos agradecidos.
Entre os discípulos sinceros, não se
justifica o velho hábito de manifestar reconhecimento em frases
bombásticas e laudatórias.
Na comunidade dos trabalhadores fiéis a
Jesus, agradecer significa aplicar proveitosamente as dádivas recebidas,
tanto ao próximo, quanto a si mesmo.
Para os pais amorosos, o melhor
agradecimento dos filhos consiste na elevada compreensão do trabalho e da vida,
de que oferecem testemunho.
Manifestando gratidão ao Cristo, os
apóstolos lhe foram leais até ao último sacrifício; Paulo de Tarso recebe
o apelo do Mestre e, em sinal de alegria e de amor, serve à Causa Divina,
através de sofrimentos inomináveis, por mais de trinta anos sucessivos.
Agradecer não será tão somente problema
de palavras brilhantes; é sentir a grandeza dos gestos, a luz dos benefícios, a
generosidade da confiança e corresponder, espontaneamente, estendendo aos
outros os tesouros da vida.
163 Agradecer Emmanuel Pão Nosso
FEB COLEÇÃO FONTE VIVA 1950 30ª edição - 4ª impressão - 8/2017
A indulgência
É permitido repreender os outros, notar as imperfeições de outrem,
divulgar o mal de outrem?
20. Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando
daí nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?
Tudo depende da intenção. Decerto, a
ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em
toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está
no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo,
desacreditando-o, sem necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível
seria fazê-lo alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e
à satisfação de apanhar os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário
quando, estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele
que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se
exercitar em evitar o que reprova nos outros. Essa observação, em suma, não é
proveitosa ao moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos, se não
estudasse os modelos? – São Luís (Paris, 1860.)
OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS O
EVANGELHO Segundo o Espiritismo ALLAN KARDEC FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Rio
- Brasil 1944 Tradução de Guillon Ribeiro da 3ª edição francesa revista,
corrigida e modificada pelo autor em 1866
Mostre a sua capacidade. Os seus poderes são os
seus braços para envolver a felicidade.
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