“Respondeu-lhe
Jesus: Não vos escolhi a vós, os doze? E um de vós é o diabo.”
(João, 6:70)
Quando a teologia se reporta ao diabo, o crente imagina, de
imediato, o senhor absoluto do mal, dominando num inferno sem fim.
Na concepção do aprendiz, a região amaldiçoada localiza-se em
esfera distante, no seio de tormentosas trevas...
Sim, as zonas purgatoriais são inúmeras e sombrias, terríveis e
dolorosas, entretanto, consoante a afirmativa do próprio Jesus, o diabo
partilhava os serviços apostólicos, permanecia junto dos aprendizes e um deles
se constituíra em representação do próprio gênio infernal. Basta isto para
que nos informemos de que o termo “diabo” não indicava, no conceito do
Mestre, um gigante de perversidade, poderoso e eterno, no espaço e no tempo.
Designa o próprio homem, quando algemado às torpitudes do
sentimento inferior.
Daí concluirmos que cada criatura humana apresenta certa
percentagem de expressão diabólica na parte inferior da personalidade.
Satanás simbolizará então a força contrária ao bem.
Quando o homem o descobre, no vasto mundo de si mesmo, compreende
o mal, dá-lhe combate, evita o inferno íntimo e desenvolve as qualidades
divinas que o elevam à espiritualidade superior.
Grandes multidões mergulham em desesperanças seculares, porque
não conseguiram ainda identificar semelhante verdade.
E, comentando esta passagem de João, somos compelidos a ponderar:
– “Se, entre os doze apóstolos, um havia que se convertera em diabo, não
obstante a missão divina do círculo que se destinava à transformação do mundo,
quantos existirão em cada grupo de homens comuns na Terra?”
164 O diabo Emmanuel Pão Nosso FEB COLEÇÃO FONTE VIVA 1950 30ª edição -
4ª impressão - 8/2017
A indulgência
É permitido
repreender os outros, notar as imperfeições de outrem, divulgar o mal de
outrem?
21. Haverá
casos em que convenha se desvende o mal de outrem?
É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se
torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa
só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém,
podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao
interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia
e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que
virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das
vantagens e dos inconvenientes. – São Luís (Paris, 1860.)
OS
QUE SÃO MISERICORDIOSOS O EVANGELHO Segundo o Espiritismo ALLAN KARDEC
FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Rio - Brasil 1944 Tradução de Guillon
Ribeiro da 3ª edição francesa revista, corrigida e modificada pelo autor em
1866
Firme-se
na esperança. Ter esperança é ter solução. Um fio de esperança é um fio de
solução.
Nenhum comentário:
Postar um comentário