“Diante da revolução tecnológica global, a
subordinação da ciência à religião e da razão à fé não tem a menor chance de
dar certo. É um tiro no próprio pé. ‘Eppur
si muove!’”
Ele aproveita para cutucar os que
acreditam que a terra é
plana. ... com certeza que a terra é redonda e azul, como diziam os astronautas."
... Foi a última obra
citada na novela, que
incentivou a leitura ao falar de ... O capítulo final também teve espaço para as trapalhadas de Diogo
(Armando Babaioff).
"Ao vencido, ódio ou compaixão;
ao vencedor, as batatas".
Duvida-se se Machado de Assis as
suportaria quase 200 anos após sua morte.
"A paz, nesse caso, é a
destruição; a guerra é a conservação".
Confiando na sapiência e admiração de
Astrojildo Pereira pelo mestre:
“...Quando, porém, a matéria o agravava,
aborrecia ou obrigava, aí a coisa mudava de figura, e então aceitava o debate e
sustentava sem temor a sua opinião — inclusive em questões de natureza política.”.
“Tédio à controvérsia
Seja sob a pena do ficcionista, do
jornalista, do folhetinista ou do crítico, Machado de Assis notabilizou-se pelo
“tédio à controvérsia”, atitude recorrente em muitas de suas personagens, a
exemplo do Conselheiro Aires, um dos narradores do romance Esaú e Jacó, romance
de 1904, e, respectivamente, de Memorial de Aires, de 1908, ano de falecimento
do autor. Diplomata de carreira, Aires regressa à pátria, depois de servir a
embaixada brasileira em Bogotá por cerca de trinta anos. O suposto “tédio à
controvérsia” estimulou não raros críticos, sobretudo os contemporâneos de
Machado, a atribuir-lhe a pecha de “absenteísta”, ou seja, não comprometido
política, social e ideologicamente com questões capitais para a modernização e
a liberalização do Estado brasileiro. O contexto histórico é o da passagem da
monarquia para a república, da abolição da escravatura, dentre outros
acontecimentos polêmicos. As posições político-filosóficas atribuídas ao autor
de Memórias póstumas de Brás Cubas de certo modo o estigmatizaram como um
escritor e intelectual omisso. Não obstante, o conteur carioca, ainda que sob o
disfarce dos eufemismos ou da ironia, nunca deixou de marcar firmemente suas
posições críticas fosse frente à política, fosse frente a discriminações
econômicas, sociais ou raciais.
Astrogildo(sic) Pereira, leitor
crítico de Machado, assevera que o “tédio à controvérsia”, de fato patente
tanto em produções ficcionais quanto em posições pessoais do escritor, deveu-se
muito menos à indiferença ou à omissão em face de provocações do que à sua
aversão ao vício da “controvérsia pela controvérsia”, ao bate-boca sem
propósito engendrado pelo “furor polemístico” que constituía uma forte tônica
do contexto intelectual em que ele esteve, a seu tempo, cabalmente envolvido.”
“Convém lembrar que Machado de Assis viveu num
tempo em que a ‘polêmica’ literária e jornalística era o pão nosso de cada dia
do público ledor, divertimento, mania e vício, vulgarizados e aviltados sob a
forma de ‘a pedidos’ nas colunas pagas dos grandes jornais. [...] Baste-nos
conjeturar que Machado de Assis ter-se-ia provavelmente fatigado de tantas e
tamanhas controvérsias quase sempre de resultados estéreis. O enjoo delas é o
que o teria firmado no propósito de evitá-las [...] em boa concordância com
seus modos polidos e comedidos. Quando, porém, a matéria o agravava, aborrecia
ou obrigava, aí a coisa mudava de figura, e então aceitava o debate e
sustentava sem temor a sua opinião — inclusive em questões de natureza política
(PEREIRA, 1991, p. 84-85).”
Recepção de Eça de Queirós por Machado de
Assis The reception of Eça de Queirós by Machado de Assis Marli Fantini Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Recepção de Eça de Queirós por Machado de
Assis
Marli Fantini
Resumo
Este ensaio visa demonstrar que, não
obstante a agudeza de sua recepção crítica ao romance O primo Basílio, de
Eça de Queirós, Machado de Assis, de certa forma equivocou-se ao
classificar a obra eciana como apenas mais um “romance de tese”, o que contribuiu
para estigmatizar essa obra e reduzir-lhe o valor. Diferentemente,
acreditamos que o surpreendente desnudamento da ficcionalidade encenado em
O Primo Basílio faz dele menos um romance de tese do que uma tese sobre o
novo romance a se inscrever no experimentalismo flaubertiano do
metarromance sem telos e sem outra finalidade senão conter, em seu modo de
estruturação, o próprio sistema explicativo.
Palavras-chave
Eça de Queirós: O primo Basílio; Atos
de fingir; Desnudamento da ficcionalidade; Nova sensação estética
Texto completo:
Referências
BAKHTIN, M. Problemas da poética de
Dostoievski. Tradução de Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2005.
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personal. Madrid: Alianza Editorial, 1997.
CANDIDO, Antonio. Eça de Queirós,
passado e presente. In: ABDALA JUNIOR, Benjamin (Org.). Ecos do Brasil: Eça de
Queirós, leituras brasileiras e portuguesas. São Paulo: Senac, 2000.
COLEMAN, Alexander. Uma reflexão a
respeito de Eça de Queirós e Machado de Assis. In: Actas do 1º Encontro
Internacional de Queirosianos. Porto: Edições ASA, Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, 22 a 25 de novembro de 1988.
FREUD, Sigmund. Uma neurose infantil e
outros trabalhos. Tradução de Adelheid Koch et al. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
v.17.
ISER, Wolfgang. O fictício e o
imaginário: perspectivas de uma antropologia literária. Rio de Janeiro: EDUERJ,
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MACHADO DE ASSIS, J. M. Obra completa.
Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1959. Memórias póstumas de Brás Cubas. Esaú e Jacó;
Memorial de Aires.
MACHADO DE ASSIS, J. M. Obra completa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. Eça de Queirós: O primo Basílio.
MINÉ, Elza. Páginas flutuantes: Eça de
Queirós e o jornalismo do século XIX. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000a.
PEREIRA, Astrogildo. Machado de Assis:
ensaios e apontamentos avulsos. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1991.
QUEIRÓS, Eça de. Obra completa. Rio de
Janeiro: J. Aguilar, 1970. O Primo Basílio.
QUEIRÓS, Eça de. O brasileiro. In:
ABDALA JUNIOR, Benjamin (Org.). Ecos do Brasil: Eça de Queirós, leituras
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QUEIRÓS, Eça de. Uma campanha alegre
(de “As farpas”). Lisboa: Edição “Livros do Brasil”, 2000b.
REIS, Carlos. Leitores brasileiros de
Eça de Queirós: algumas reflexões. In: ABDALA JUNIOR, Benjamin (Org.). Ecos do
Brasil: Eça de Queirós, leituras brasileiras e portuguesas. São Paulo: Senac,
2000.
ROMERO, Sílvio. Machado de Assis:
Estudo comparativo de literatura brasileira. São Paulo: Ed. da UNICAMP, 1992.
SIMÕES, João Gaspar. Estudo
crítico-biográfico. In: QUEIRÓS, Eça de. Obra completa. Rio de Janeiro: J.
Aguilar, 1970.
O que significa a frase "ao vencedor, as
batatas"?
Se você vencesse uma batalha, gostaria
de receber homenagens e medalhas ou conseguiria contentar-se com batatas como
prêmio pelo triunfo? Pois é exatamente isto o que sugere Machado de Assis no
romance Quincas Borba: "Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as
batatas".
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no Enem
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da USP; veja lista
O livro narra a trajetória de Rubião,
professor que se torna rico de uma hora para outra ao receber uma herança
deixada pelo filósofo Quincas Borba, criador de uma filosofia chamada
Humanitismo.
Após receber a herança, Rubião
deslumbra-se com a nova vida e acaba traído por um casal de amigos, que rouba
sua fortuna. No final da vida, pobre e doente, ele relembra um ensinamento de
Quincas Borba, que sintetiza o Humanitismo.
Para explicar sua teoria, o filósofo
evoca uma história sobre duas tribos famintas diante de um campo de batatas,
suficientes apenas para alimentar um
dos grupos. Com as energias repostas, os
vencedores podem transpor as montanhas e chegar a um campo onde há uma grande
quantidade de batatas. Então, Quincas Borba finaliza: "Ao vencido, ódio ou
compaixão; ao vencedor, as batatas".
Machado de Assis
Foto: Reprodução
Quincas Borba faz, ainda, um
comentário: "A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a
conservação". Para a professora de Literatura Brasileira Ana Maria Lisboa
Mello, "a vitória de uma das tribos provoca hinos, alegrias e outros
efeitos das ações bélicas e aponta para a conquista de outro território. Essas
demonstrações revelam que o homem comemora aquilo que lhe é vantajoso ou
aprazível, ainda que isso implique a ruína de outros".
De forma bastante resumida, a frase
significa que os vencedores podem desfrutar das batatas nos campos de guerra,
simplificando ao máximo o Humanitismo e seu preceito básico de que, na luta
pela sobrevivência, quem vence é o mais forte.
Conforme a professora Ana Maria Lisboa
Mello, "a teoria do Humanitismo é pessimista e aponta para o absurdo da
existência, opondo-se à filosofia do Humanismo, que valoriza o homem,
colocando-o no centro de tudo".
Com Memórias Póstumas de Brás Cubas
(1881) e Dom Casmurro (1899), o romance Quincas Borba, publicado em 1891, é
considerado uma das obras-primas de Machado de Assis (1838-1908).
A filosofia do Humanitismo,
desenvolvida de maneira mais detalhada em Quincas Borba, havia sido introduzida
por esse mesmo personagem em Memórias Póstumas de Brás Cubas.
domingo, 26 de janeiro de 2020
- Nas entrelinhas | Correio
Braziliense
“Diante da revolução tecnológica global, a
subordinação da ciência à religião e da razão à fé não tem a menor chance de
dar certo. É um tiro no próprio pé. ‘Eppur
si muove!’”
Houve vários momentos históricos de
resultados desastrosos em consequência de políticas que, por razões religiosas
e/ou dogmáticas, trataram a ciência com censura ou indução ideológicas. Por
exemplo, a perseguição do Colégio de Roma aos monges matemáticos italianos,
porque consideravam uma heresia o cálculo infinitesimal, que foi fundamental
para o desenvolvimento da Ciência e a Revolução Industrial na Inglaterra. O
mesmo aconteceu com a medicina europeia na Idade Média, com a perseguição aos
médicos seculares e o desprezo pelas culturas judaica e islâmica por parte da
Inquisição espanhola.
O fundamentalismo ideológico pode ser
um desastre para o desenvolvimento, como na agricultura soviética, em razão das
teorias genéticas de Trofim Lizenko. Ainda mais num momento em que o mundo
passa por aceleradas transformações, em razão de novas descobertas da ciência e
da permanente inovação tecnológica, em todas as áreas de atividades produtivas,
que são impactadas pelos novos conhecimentos. No Brasil, que já enfrenta um
retardo científico e tecnológico considerável, pelos mais diversos motivos,
esse risco aumenta porque o governo Bolsonaro promoveu a algumas posições
estratégicas de mando pessoas obscurantistas e reacionárias, algumas das quais
se ufanam do seu próprio “analfabetismo científico”, a ponto defender a tese
estapafúrdia de que a Terra é plana.
O falecido astrofísico norte-americano
Carl Sagan dizia que a ignorância em ciência e matemática nos dias atuais é
muito mais danosa do que em qualquer outra época. Essa é a raiz, por exemplo,
da negação de fatos cientificamente comprovados, como o aquecimento global, a
diminuição da camada de ozônio, a poluição do ar, o lixo tóxico e radioativo, a
chuva ácida, a erosão da camada superior do solo e o desflorestamento da
Amazônia, temas que estiveram no centro dos debates do recém-realizado Fórum
Econômico Mundial, em Davos.
A nomeação de Benedito Guimarães
Aguiar Neto, reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, para
presidir a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes),
é mais uma decisão do presidente Bolsonaro na linha de subordinação das
políticas públicas do governo federal ao crivo ideológico-religioso, embora o
Estado brasileiro seja laico, segundo a Constituição de 1988. A Capes é o
principal órgão responsável por conceder bolsas de pós-graduação e fomentar
pesquisas; boa parte do conhecimento científico produzido no país deve-se a
isso.
Benedito pavimentou sua ascensão ao
cargo com declarações e frases de efeito que agradaram ao presidente da
República, principalmente, sua enérgica intervenção no congresso da
instituição, em novembro passado, na qual defendeu “um contraponto à teoria da
evolução”. Na ocasião, propôs que se discutisse o criacionismo a partir da
educação básica, com “argumentos científicos”, o chamado “design inteligente”.
O ensino do criacionismo em instituições oficiais, porém, é contestado no mundo
inteiro. A discussão proposta pelo presidente da Capes, na verdade, é uma
cortina de fumaça para o profundo golpe sofrido pela pesquisa científica no
Brasil: o MEC cortou pela metade o orçamento do órgão, reduzindo-o de R$ 4,25
bilhões, em 2019, para R$ 2,2 bilhões, em 2020. Além disso, a Capes teve R$ 300
milhões contingenciados no ano passado, deixando de oferecer 2,7 mil bolsas.
As origens
A polêmica “criação versus evolução” é
uma disputa cultural, política e teológica recorrente sobre as origens da
Terra, da humanidade, da vida e do universo, que envolve os campos da geologia,
paleontologia, termodinâmica, física nuclear e cosmologia. Hoje, é
protagonizada pelos Estados Unidos, com apoio de Donald Trump. Envolve a
definição da ciência, a educação científica, a liberdade de expressão, a
separação entre Igreja e Estado e a teologia. É um debate rejeitado pela
maioria dos cientistas. Mesmo entre os teólogos, não é uma discussão simples.
No fim do século 18, com o avanço da ciência e do Iluminismo, os teólogos foram
em busca de novas explicações para os fenômenos que preservassem a coexistência
entre a religião e a ciência, a razão e a fé, para evitar que o cristianismo
fosse ultrapassado pelo materialismo.
O pulo do gato foi equiparar a crença
aos sentimentos, seguindo a trilha do romantismo, que colocava a emoção acima
da razão, em vez de utilizar os mesmos critérios do conhecimento científico,
equiparando experimentação e “revelação”, para provar a verdade do
cristianismo. A ciência usa a razão humana para descobrir as coisas do mundo e
explicar como ele existe; a Bíblia registra a experiência religiosa de seus
autores, explica por que o mundo existe como ele é. Dessa forma, a ciência
pertence ao conhecimento, a ação à ética e o sentimento, à religião. “Deus
existe” é um sentimento que depende de algo maior do que nós mesmos, não
precisa de comprovação.
Essa visão foi batizada como “liberalismo
protestante”, mas acabou sendo muito contestada por teólogos neo-ortodoxos,
porque afastava a autoridade religiosa do âmbito público. Esse debate estava
apartado da nossa política, mas não está mais, porque o governo Bolsonaro é
“terrivelmente evangélico”. Diante da revolução tecnológica global, porém, a
subordinação da ciência à religião e da razão à fé não tem a menor chance de
dar certo. É um tiro no próprio pé. “Eppur si muove!” (Mas ela se move), como
disse Galileu Galilei, referindo-se à Terra, perante a Inquisição Católica.
Autor desconhecido
Na Câmara Municipal de Araraquara os
vereadores devem ler um trecho da Bíblia antes do início de cada sessão
parlamentar. O vereador escolhe o trecho que vai ler.
Eu escolheria a passagem quando Moisés
mandou matar a pedradas um homem que colhia lenha no sábado.
Ou quando Deus mandou duas ursas
matarem 42 crianças que zombavam da calvície de Eliseu.
Ou quando as filha de Ló deram um
porre no pai e transaram com ele.
Ou quando Deus matou todos os seres
vivos do planeta, exceto a turma que estava na Arca do Noé.
Ou quando Deus dizimou as cidades de
Sodoma e Gomorra, inclusive as crianças.
Ou quando Deus matou os filhos mais
velhos de todos os egípcios.
Ou quando o sujeito entregou sua filha
para ser estuprada e morta por um grupo de homens.
Ou quando Davi arrancou o prepúcio de
200 homens para dar de dote do seu casamento.
Ou quando Deus mandou as pessoas
matarem seus irmãos e amigos e, como resultado, 3 mil foram mortos em um único
dia.
Ou quando Paulo disse que tudo bem ter
escravos e matá-los, desde que a morte não seja lenta e sofrida.
Ou quando Deus tornou uma mulher
leprosa por ter criticado Moisés.
Ou quando Deus mandou exterminar os
cananeus.
Ou quando Moisés mandou matar todos os
midianitas.
E por aí eu seguiria, só com histórias
bacanas do livro sagrado.
*O tempo voa !!* No inicio de 2020 será
comemorado o aniversário de 35 anos de "We Are The World".
Referências
https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/12209/7603
https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/12209
https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/460/0/images.terra.com/2017/09/05/o-olhar-de-machado-de-assis.jpg
https://www.terra.com.br/noticias/educacao/voce-sabia/o-que-significa-a-frase-ao-vencedor-as-batatas,fe4307573f43348c8a6f8f30a8125f9b1tz1rywo.html
http://gilvanmelo.blogspot.com/2020/01/luiz-carlos-azedo-criacionismo-no-poder.html
https://youtu.be/wdDEkXq50ds
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