Aujourd'hui, je suis un autre.
A MISTURA ENTRE ESTADO E RELIGIÃO NA PEÇA
"UM TARTUFO"
LE TARTUFFE OU L'IMPOSTEUR Comédie
ACTEURS
MADAME PERNELLE, mère d'Orgon.
ORGON, mari d'Elmire.
ELMIRE, femme d'Orgon.
DAMIS, fils d'Orgon.
MARIANE, fille d'Orgon et amante de
Valère.
VALÈRE, amant de Mariane.
CLÉANTE, beau-frère d'Orgon.
TARTUFFE, faux dévot.
DORINE, suivante de Mariane.
MONSIEUR LOYAL, sergent. UN EXEMPT.
FLIPOTE, servante de Madame Pernelle.
La scène est à Paris.
ATORES
MADAME PERNELLE, mãe de Orgon.
ORGON, marido de Elmire.
ELMIRE, esposa de Orgon.
DAMIS, filho de Orgon.
MARIANE, filha de Orgon e amante de
Valère.
VALÈRE, amante de Mariane.
CLÉANTE, cunhado de Orgon.
TARTUFFE, devoto falso.
DORINE, ao lado de Mariane.
MONSIEUR LOYAL, sargento. UMA ISENÇÃO.
FLIPOTE, serva de Madame Pernelle.
A cena é em Paris.
Tartufo, ou o Impostor
V. A HABILIDADE DO DISFARCE “A ocultação tem
sido a vocação da minha vida” (L 387)
Impostor, ou o Tartufo
VI. O PODER DAS HABILIDADES “Não é necessário
que saias de casa. Permanece à mesa e escuta. Nem sequer escutes, aguarda
apenas. Nem sequer aguardes, sê absolutamente silencioso e solitário. O mundo
apresentar-se-á perante ti para ser desmascarado, não poderá fazer outra coisa,
contorcer-se-á, em êxtase, aos teus pés.” (CA 27)
Tartufo do Impostor
Impostor do Tartufo
Tartufo do Tartufo
Impostor do Impostor
Um Tartufo sem palavras
A MISTURA ENTRE ESTADO E RELIGIÃO NA PEÇA
"UM TARTUFO"
O diretor Bruce Gomlevsky dirige
"Um tartufo", em cartaz no Teatro Poeirinha. Ele conta que adaptou o
clássico texto de Molière "Tartufo" para os dias atuais, para tratar
da mistura de Estado e religião. A peça é encenada sem texto, apenas com a ação
dos atores.
Crítica aponta paralelos entre 'Um tartufo' e
política brasileira
Bruce Gomlevsky dirige livre adaptação
de texto de Molière no Poeirinha
Patrick Pessoa
02/10/2018 - 04:49
RS - Elenco da peça "Um Tartufo",
adaptação da obra de Molière em montagem dirigida por Bruce Gomlevsky no Teatro
Poeira, no Rio | Foto: Dalton Valerio Foto: Dalton Valerio
Orgonte, um abastado pai de família,
acolhe em sua casa um "falso devoto", como Tartufo é caracterizado na
lista de personagens da peça “O Tartufo”, de Molière, encenada pela primeira
vez em 1664 diante de Luís XIV, o Rei Sol, e logo censurada devido à pressão do
Arcebispo de Paris. A fé cega de Orgonte em seu novo guia espiritual faz com
que ele acabe doando todo o seu patrimônio a Tartufo. Este, para possuir também
a mulher de Orgonte, maquina a prisão daquele crédulo homem de bem. O final da
história teria sido trágico se, nas últimas réplicas da peça, Molière
arbitrariamente não tivesse tirado da cartola um deus ex machina, um enviado do
príncipe que, contrariando a lógica do enredo construído até então, em vez de
prender Orgonte, desmascara Tartufo como um golpista profissional e finalmente
o leva preso.
Esse "final feliz" foi fruto
de uma concessão de Molière às objeções dos donos do poder em sua época. Com
essa concessão, em 1669 a peça foi finalmente liberada para uma série de
apresentações públicas e obteve tamanho sucesso que o nome do personagem-título
acabou por se converter em um substantivo comum. Tartufo é "(1) aquele que
é hipócrita; indivíduo que dissimula ou engana; (2) beato falso, devoto
enganador".
"Um tartufo", livre
adaptação do clássico de Molière realizada coletivamente pela Cia Teatro
Esplendor e dirigida por Bruce Gomlevsky, subverte já no título o original
francês do século XVII, sugerindo que, hoje, um outro tartufo roubou o posto do
Tartufo original. O enredo da peça pode ser lido como um retrato da ascensão
desse outro tartufo, cuja identidade não é difícil de descobrir no contexto
político do Brasil atual. Basta dizer que, ao mau uso da Bíblia, ele associa
também uma apologia das armas e da violência como caminhos legítimos para a
realização de suas “propostas políticas”.
Trajado com aquele casaco negro de
couro típico dos altos dignatários nazistas e ostentando os movimentos
corporais a princípio ridículos que Chaplin criou em "O grande
ditador" para castigar Hitler por ter roubado o bigode de Carlitos, esse
novo tartufo — eis o apelo aterrorizante contido no desfecho da peça — até pode
ter a sua ascensão à presidência impedida, mas isso dependerá do efetivo
engajamento de cada cidadão na construção de uma verdadeira democracia.
Ele não.
São Paulo, sexta-feira, 19 de
setembro de 1997
FOLHA DE S. PAULO Ilustrada
|
Molière demole as aparências em
"Tartufo"
NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL
"Eu creio nas aparências", afirma
Orgon, o protagonista de "Tartufo", comédia de Molière em nova e
reveladora montagem de José Rubens Siqueira.
Em tempos de hipertrofia da mídia, da televisão em especial, nada mais indicado do que uma demolidora sátira das "aparências" -tema central do barroco, algo residual em Molière, revivido com vigor neste fim de milênio. Políticos aparentam na televisão, personalidades aparentam, "magos" aparentam, com consciência, método, marketing; até o papa João Paulo 2º. E esta peça aponta a hipocrisia, a impostura da aparência, em particular aquela da fé, um embuste sustentado na moralidade da religião católica. Orgon é o homem rico, burguês, que se deixa levar pelas aparências de Tartufo, um escroque que se faz passar por pio, sempre na igreja a rezar, mas de fato aproveitador, golpista, devasso. Cego pela devoção cristã de Tartufo, o "falso devoto" como o papel é descrito pelo próprio Molière, Orgon não ouve a mulher, os dois filhos, o cunhado, a empregada, ninguém. O grande achado da montagem de José Rubens Siqueira é certamente a aproximação que consegue realizar entre o clássico francês de três séculos atrás e o Brasil de hoje, por meio do gosto comum pela comédia popular, derivada da "commedia dell'arte". A tradução rimada, do próprio diretor, reporta ao cordel. A empregada "zanni", os jovens namorados, está tudo lá, acentuado na cenografia, figurinos, maquiagem. Mas são os atores que realmente garantem ser este "Tartufo" tão mais bem-sucedido do que o anterior do mesmo diretor, três anos atrás, em São Paulo. Naquele havia uma reverência diante do clássico que este perde inteiramente, o que está claro na encenação, mas especialmente nos intérpretes. O senhor Leal, um "oficial de justiça" (Dárcio de Oliveira), e sobretudo o "isento" Comissário (Nando Bolognesi) são os exemplos mais flagrantes. Com que liberdade, com que humor, com que desrespeito retratam os seus personagens. Lembram os melhores, geniais momentos de Ary França no "Doente Imaginário" do mesmo Molière, na entrada da década. Não ficam atrás as duas atrizes que dividem Dorina, a empregada. Nana Pequini e Cláudia Missura parecem ter prazer elas mesmas nas estripulias inteligentes criadas por Molière. São atrevidas, irreverentes diante do poder, e são complexas, com nuances, por mais estereotipado o personagem. O mesmo vale para Mariana (Fabiana Gugliemetti), a filha que Orgon quer casar com Tartufo, dividida entre a singeleza de uma quase Julieta e a histrionice de uma boneca de palhaço. Por outro lado, Orgon e Tartufo, e também Elmira, a mulher de Orgon, são novamente os personagens perdidos em cena, como há três anos. Tartufo (Marat Descartes) ainda se revela mais, nem tanto nos diálogos, mas nas significativas expressões faciais, que lembram vilões do cinema mudo. Porém tanto ele quanto Orgon (Eugênio La Salvia), que incorporam a mensagem, por assim dizer, da peça, estão longe do humor exigido. "Representam" seus papéis, sem a transcendência cômica autocrítica que eles exigem. Não riem de si mesmos. E Orgon, é bom lembrar, era feito no original pelo próprio Molière, descrito como comediante genial. Para ficar no tema de "Tartufo", situam-se ambos, sobretudo Orgon, na "aparência" dos personagens. Também Elmira (Cristina Martinez e Paula Cohen), único papel cuja divisão em duas atrizes (a aparência e a verdade, talvez) não deu melhores resultados. O personagem jamais ganha forma definida, entre a esposa firme e consciente e a libidinosa, estranhamente retratada como uma espécie de Magda, do seriado de televisão. E são os três os protagonistas de "Tartufo", o que dilui parte da apresentação. São os que deixam de "ver" ou "vêem", para além da aparência. Que dizem "não se pode julgar pelas aparências".
Mas não fazem perder o espetáculo,
até pelo contrário. "Tartufo" nada fica a dever aos outros dois
grandes espetáculos de Molière na temporada paulistana, "Um Burguês Ridículo"
e "Don Juan", de temática sempre próxima. O comediógrafo francês
tem muito a dizer, ao Brasil de hoje.
Peça: Tartufo, ou O Impostor Quando: sáb., às 21h; dom., às 19h Onde: Centro Cultural Elenko (r. Cardeal Arcoverde, 2.978, tel. 011/870-2153) Quanto: R$ 8 e R$ 4 (estudantes) |
Resenha: Tartufo (Molière)
17 de dezembro de 2015 Carmem
Lúcia Viagem na Leitura
Trago mais uma peça de teatro do
neoclassicismo francês. Com vocês…
Tartufo, de Molière
O enredo
França, século XVII. Orgon, uma
pessoa de destaque da sociedade francesa tem verdadeira adoração por Tartufo,
um falso devoto que com sua hipocrisia engana Orgon e sua mãe. Os demais
membros da família de Orgon (esposa, filha, filho, empregada) não acreditam e
não gostam de Tartufo. Porém, Orgon convida Tartufo para morar em sua própria
casa e este passa a ser mentor espiritual de Orgon, que também concede a mão da
filha a Tartufo, apesar de ela já ser noiva de outro. Enquanto isso,
Tartufo tanta seduzir a esposa de Orgon, episódio que é presenciado pelo filho
de Orgon. Quando este conta ao pai o que viu, é deserdado, pois tem a coragem
de caluniar uma pessoa séria e religiosa como Tartufo. Outros acontecimentos
vão evidenciando o caráter de Tartufo àqueles que já não acreditam nele, a
dificuldade está em fazer Orgon abrir os olhos quanto ao caráter desse falso
devoto.
A narrativa
É uma peça de teatro, logo, não há
narrador e não há descrição. Porém, devo dizer que, por ser neoclássica, atende
aos preceitos de Aristóteles. O que isso quer dizer? Molière elabora uma peça
rimada e com métrica. Creio que esse aspecto só é possível averiguar no texto
original, como a que li, pois é difícil manter a versificação na
tradução.
Minhas impressões e expressões
Por ser uma comédia, a figura de
Tartufo beira a um absurdo de hipocrisia, situação reforçada pela ingenuidade
de Orgon. O texto rimado reforça o aspecto cômico da situação. É divertida.
Devo dizer que essa peça causou um
verdadeiro furor na corte de Luís XIV. O clero ficou revoltadíssimo com a
imagem negativa que a peça atribui à religião. Censuraram a obra e quiseram
impedir a encenação da peça.
Resenha: Tartufo (Molière)
Literatura Fundamental 46 - Tartufo - Leila de
Aguiar Costa
Programa sobre a peça teatral Tartufo,
de Molière, com a professora Leila de Aguiar Costa, do Departamento de Letras
da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. Ela fala sobre a vida de
Jean-Baptiste Poquelin que, com pouco mais de 20 anos, mudou seu nome para
Molière e se transformou em um ator e dramaturgo famoso já em sua época por
criar, produzir e representar comédias carregadas de críticas ao comportamento
da nobreza daquela segunda metade do século XVII. Ela explica também por que a
peça Tartufo, escrita e encenada pela primeira vez em 1664, foi proibida por
ordem do Rei e da Igreja e como Molière conseguiu levantar a censura com
artifícios de encenação, sem mudar a mensagem que o espetáculo pretendia passar
ao público para ver seu texto impresso e novamente encenado em 1669. A
professora analisa o espetáculo, seus personagens e explica por que se tornaram
imortais como tantos outros criados por Molière. De segunda a sexta às 09h e
20h, o programa Estúdio Univesp traz entrevistas, debates, matérias especiais,
notícias e o resumo da programação na tela da UNIVESP TV. O canal para quem
quer saber mais e aprender sempre! Assista também em http://univesptv.cmais.com.br/
Sintonize a UNIVESP TV através dos canais digitais da multiprogramação da TV
Cultura. Em São Paulo, o canal é o 2.2. Santos - Guarujá, canal 3.2, Ribeirão
Preto, 4.2. Campinas 10.2, São José dos Campos, 27.2.
Referências
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/448/1/17421_Kafkaumahabildade.pdf
https://mundovelhomundonovo.blogspot.com/2020/01/vii-mais-longa-distancia-entre-dois.html
http://www.toutmoliere.net/img/pdf/tartuffe.pdf
https://youtu.be/fksX8r6AKAw
https://www.youtube.com/watch?v=fksX8r6AKAw
https://ogimg.infoglobo.com.br/in/23116329-37f-9c1/FT1086A/652/Um-Tartufo-livre-adaptacao-da-obra-de-Moliere.jpg
https://oglobo.globo.com/rioshow/critica-aponta-paralelos-entre-um-tartufo-politica-brasileira-23116325
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/9/19/ilustrada/27.html
https://oquevidomundo.com/resenha-tartufo-moliere/
https://youtu.be/LVQFQIgmXX4
https://www.youtube.com/watch?v=LVQFQIgmXX4
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