Tesouro de Janot na sala cofre de
Cármen Lúcia e Teori
Higienização no cofre do STF
A volta do sujismundo em 2017?
…3Quem pode subir ao monte do SENHOR? Quem pode ficar de pé no seu santo lugar? 4Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, e não se entrega à mentira, nem age com falsidade. 5Este receberá do SENHOR a bênção, e Deus, o seu Salvador, lhe fará justiça.…
Edição
do dia 20/12/2016
20/12/2016
09h43 - Atualizado em 20/12/2016 09h43
STF
recebe os 800 depoimentos das delações de executivos da Odebrecht
Apesar
do recesso, equipe vai trabalhar em janeiro para analisar os documentos que
estão em sala-cofre, montada no Supremo.
Assista à reportagem completa no
vídeo abaixo.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/edicoes/2016/12/20.html#!v/5524939
Já
estão no STF os 800 depoimentos de executivos e ex-executivos da Odebrecht.
Apesar
do recesso, uma equipe vai trabalhar em janeiro para analisar os documentos. E
trabalhar em ritmo acelerado para concluir a análise dos documentos o quanto
antes.
O
material foi entregue na véspera do recesso do Judiciário e agora será
analisado pelo ministro Teori
Zavascki.
Os
documentos estão numa sala-cofre, montada no Supremo para garantir o sigilo das
informações.
Todos
os políticos citados, incluindo o presidente Michel Temer, negam irregularidades e dizem
que todo o dinheiro recebido foi declarado à Justiça Eleitoral.
Edição
do dia 19/12/2016
19/12/2016
21h19 - Atualizado em 19/12/2016 21h19
STF recebe depoimentos da delação
de 77 executivos da Odebrecht
Supremo
montou sala-cofre para garantir o sigilo das informações.
Teori elaborou esquema para que juízes e técnicos trabalhem no recesso.
Teori elaborou esquema para que juízes e técnicos trabalhem no recesso.
Assista à reportagem completa no
vídeo abaixo.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/edicoes/2016/12/19.html#!v/5524401
O Supremo Tribunal Federal recebeu
nesta segunda-feira (19) da Procuradoria-Geral da República os acordos de
delação premiada com os depoimentos de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht,
que citam dezenas de políticos de vários partidos.
Conforme o Jornal Nacional antecipou no sábado (17), tudo foi entregue na véspera do recesso do Judiciário e agora vai ser analisado pelo ministro Teori Zavascki. São tantos documentos que uma sala-cofre foi montada no Supremo para garantir o sigilo das informações.
Conforme o Jornal Nacional antecipou no sábado (17), tudo foi entregue na véspera do recesso do Judiciário e agora vai ser analisado pelo ministro Teori Zavascki. São tantos documentos que uma sala-cofre foi montada no Supremo para garantir o sigilo das informações.
A
entrega foi discreta. Nem cinegrafistas nem fotógrafos registraram o momento em
que um funcionário da Procuradoria-Geral da República levou a documentação que
foi recebida por uma servidora do Supremo Tribunal Federal.
Como o Jornal Nacional antecipou no sábado (17), tudo foi guardado em uma sala-cofre, no 3º andar do prédio do STF; uma sala sem janelas, no interior do prédio, próxima ao gabinete da presidência do Supremo. A sala tem uma mesa grande de trabalho e os processos ficam ao redor, empilhados em prateleiras. Só a presidente Cármen Lúcia, o ministro Teori Zavaski e a equipe dele têm a chave da sala.
Essa equipe, aliás, já está trabalhando no cadastro de cada papel que será inserido no Sistema de Acompanhamento Processual do tribunal onde vão constar como ''sigilosos''. São 800 depoimentos prestados pelos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht que assinaram acordos de delação com a Lava Jato. O número de depoimentos é alto porque cada delator foi ouvido mais de uma vez pelos procuradores.
Em um dos acordos de delação a que a TV Globo teve acesso, o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho envolve dezenas de políticos, de vários partidos, inclusive o presidente Michel Temer. O ex-diretor de Relações Institucionais da empresa diz que Temer, então vice-presidente da República, pediu R$ 10 milhões diretamente a Marcelo Odebrecht, em um jantar no Palácio do Jaburu, em Brasília.
Cláudio Melo Filho afirma que R$ 6 milhões foram para a campanha de Paulo Skaf, do PMDB, ao governo de São Paulo em 2014, e os outros R$ 4 milhões, segundo o acordo de delação, ficaram sob responsabilidade de Eliseu Padilha, atual ministro do governo Temer, para ser distribuído.
Ainda segundo Cláudio, um dos endereços para entrega dos R$ 4 milhões destinados a Padilha foi o escritório de advocacia de José Yunes, em São Paulo, o que dá a entender que o repasse foi em dinheiro vivo. Yunes pediu demissão do governo, onde ocupava o cargo de assessor especial da Presidência da República no Palácio do Planalto, depois que as informações deste acordo de delação se tornaram públicas.
Todo o material foi entregue pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo apenas um dia antes do recesso, o que é considerado atípico. Para que não fique parado até fevereiro, o ministro Teori, com a ajuda da presidente do Supremo, Carmem Lúcia, montou nesta segunda-feira (19), às pressas, um esquema para que juízes auxiliares e técnicos trabalhem em janeiro. O esforço é para que em fevereiro de 2017, quando o Supremo retornar ao trabalho, o ministro Teori já possa definir nos primeiros dias os acordos que serão homologados, ou seja, aceitos ou não.
Como manda a lei, nessa fase do processo o ministro relator não analisa o conteúdo dos depoimentos, apenas verifica os aspectos formais do acordo. Por exemplo, se foi respeitado o direito de defesa, se não houve coação e se a redução de pena prometida ao colaborador está de acordo com a lei. Se achar que em algum dos 77 acordos falta informação ou se algo contraria a lei, o ministro pode devolver o acordo para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para complementação. Só depois da homologação é que o procurador-geral decide o que deve ser investigado.
Nesta segunda, na saída da última sessão do ano no STF, o ministro Teori Zavaski comentou sobre o trabalho que terá pela frente, e fez referência ao fato de que material tão extenso chegou ao Supremo apenas um dia antes do recesso.
“Não examinei ainda esse material que vem, vou examinar. Mas vamos seguir aquilo que a lei manda. Em face dessa excepcionalidade, nós vamos trabalhar”, disse.
A homologação deve ser só agora a partir de fevereiro?
“Quando estiver pronto”.
Teori disse que a equipe dele dá conta, mas se precisar pode contar com reforço para analisar o material. E fez questão de salientar que seu gabinete tem nenhum processo parado.
“Eu tenho em torno de 100 inquéritos sobre matéria penal no meu gabinete. Eu não tenho nada atrasado, porque essa fase de investigação é uma fase que depende muito mais do Ministério Público e da polícia do que dos juízes. Claro que eu tenho volume grande de trabalho e eu tenho volume de trabalho especialmente quando tem denúncias oferecidas e eventualmente quando vêm pedidos de medidas cautelares etc. Mas meu trabalho está em dia. E o tribunal tem me proporcionado todo o material humano, enfim, que eu preciso para isso. Eu vou, eu não tenho essa dificuldade. Se precisar, eu vou utilizar mais gente”, afirmou o ministro.
O ministro disse que vai dar ritmo normal ao trabalho mesmo no recesso.
“Nós vamos trabalhar em janeiro, nós temos trabalhado. Juízes é que normalmente não trabalham. A minha equipe tem trabalhado. Em julho, nós trabalhamos. E eu, embora eu não esteja aqui sempre, eu monitoro e faço as coisas. Não vai ser a minha eventual ausência física de Brasília que vai atrasar”, explicou.
No fim da entrevista, o ministro disse que está confiante para 2017.
Como o Jornal Nacional antecipou no sábado (17), tudo foi guardado em uma sala-cofre, no 3º andar do prédio do STF; uma sala sem janelas, no interior do prédio, próxima ao gabinete da presidência do Supremo. A sala tem uma mesa grande de trabalho e os processos ficam ao redor, empilhados em prateleiras. Só a presidente Cármen Lúcia, o ministro Teori Zavaski e a equipe dele têm a chave da sala.
Essa equipe, aliás, já está trabalhando no cadastro de cada papel que será inserido no Sistema de Acompanhamento Processual do tribunal onde vão constar como ''sigilosos''. São 800 depoimentos prestados pelos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht que assinaram acordos de delação com a Lava Jato. O número de depoimentos é alto porque cada delator foi ouvido mais de uma vez pelos procuradores.
Em um dos acordos de delação a que a TV Globo teve acesso, o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho envolve dezenas de políticos, de vários partidos, inclusive o presidente Michel Temer. O ex-diretor de Relações Institucionais da empresa diz que Temer, então vice-presidente da República, pediu R$ 10 milhões diretamente a Marcelo Odebrecht, em um jantar no Palácio do Jaburu, em Brasília.
Cláudio Melo Filho afirma que R$ 6 milhões foram para a campanha de Paulo Skaf, do PMDB, ao governo de São Paulo em 2014, e os outros R$ 4 milhões, segundo o acordo de delação, ficaram sob responsabilidade de Eliseu Padilha, atual ministro do governo Temer, para ser distribuído.
Ainda segundo Cláudio, um dos endereços para entrega dos R$ 4 milhões destinados a Padilha foi o escritório de advocacia de José Yunes, em São Paulo, o que dá a entender que o repasse foi em dinheiro vivo. Yunes pediu demissão do governo, onde ocupava o cargo de assessor especial da Presidência da República no Palácio do Planalto, depois que as informações deste acordo de delação se tornaram públicas.
Todo o material foi entregue pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo apenas um dia antes do recesso, o que é considerado atípico. Para que não fique parado até fevereiro, o ministro Teori, com a ajuda da presidente do Supremo, Carmem Lúcia, montou nesta segunda-feira (19), às pressas, um esquema para que juízes auxiliares e técnicos trabalhem em janeiro. O esforço é para que em fevereiro de 2017, quando o Supremo retornar ao trabalho, o ministro Teori já possa definir nos primeiros dias os acordos que serão homologados, ou seja, aceitos ou não.
Como manda a lei, nessa fase do processo o ministro relator não analisa o conteúdo dos depoimentos, apenas verifica os aspectos formais do acordo. Por exemplo, se foi respeitado o direito de defesa, se não houve coação e se a redução de pena prometida ao colaborador está de acordo com a lei. Se achar que em algum dos 77 acordos falta informação ou se algo contraria a lei, o ministro pode devolver o acordo para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para complementação. Só depois da homologação é que o procurador-geral decide o que deve ser investigado.
Nesta segunda, na saída da última sessão do ano no STF, o ministro Teori Zavaski comentou sobre o trabalho que terá pela frente, e fez referência ao fato de que material tão extenso chegou ao Supremo apenas um dia antes do recesso.
“Não examinei ainda esse material que vem, vou examinar. Mas vamos seguir aquilo que a lei manda. Em face dessa excepcionalidade, nós vamos trabalhar”, disse.
A homologação deve ser só agora a partir de fevereiro?
“Quando estiver pronto”.
Teori disse que a equipe dele dá conta, mas se precisar pode contar com reforço para analisar o material. E fez questão de salientar que seu gabinete tem nenhum processo parado.
“Eu tenho em torno de 100 inquéritos sobre matéria penal no meu gabinete. Eu não tenho nada atrasado, porque essa fase de investigação é uma fase que depende muito mais do Ministério Público e da polícia do que dos juízes. Claro que eu tenho volume grande de trabalho e eu tenho volume de trabalho especialmente quando tem denúncias oferecidas e eventualmente quando vêm pedidos de medidas cautelares etc. Mas meu trabalho está em dia. E o tribunal tem me proporcionado todo o material humano, enfim, que eu preciso para isso. Eu vou, eu não tenho essa dificuldade. Se precisar, eu vou utilizar mais gente”, afirmou o ministro.
O ministro disse que vai dar ritmo normal ao trabalho mesmo no recesso.
“Nós vamos trabalhar em janeiro, nós temos trabalhado. Juízes é que normalmente não trabalham. A minha equipe tem trabalhado. Em julho, nós trabalhamos. E eu, embora eu não esteja aqui sempre, eu monitoro e faço as coisas. Não vai ser a minha eventual ausência física de Brasília que vai atrasar”, explicou.
No fim da entrevista, o ministro disse que está confiante para 2017.
“Meu
estado emocional é que hoje é o último dia antes das festas de fim de ano. Foi
um ano difícil, foi um ano muito difícil para o Brasil. Foi muito difícil para
o Brasil. Vamos esperar que as coisas melhorem”, completou.
Todos os políticos citados, incluindo o presidente Michel Temer, negam irregularidades e dizem que todo o dinheiro recebido foi declarado à Justiça Eleitoral.
Todos os políticos citados, incluindo o presidente Michel Temer, negam irregularidades e dizem que todo o dinheiro recebido foi declarado à Justiça Eleitoral.
POLÍTICA
O que a delação da Odebrecht pode
revelar
A
maior delação da Lava Jato poderá esclarecer mistérios de Lula, Dilma e Temer e
aniquilar os núcleos de poder político a seu redor
BRUNO BOGHOSSIAN E FILIPE COUTINHO
16/12/2016
- 21h25 - Atualizado 16/12/2016 21h35
A
prioridade na quinta-feira, dia 15, era fechar com urgência os detalhes do minipacote que
poderia dar um microempurrão para tirar o país da recessão, mas o
presidente Michel Temer interrompeu a
reunião com a cúpula de sua equipe econômica, no fim da manhã, para uma conversa
que preocupava muito mais. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
havia sido chamado ao gabinete presidencial para tratar oficialmente de uma
pauta puramente administrativa, de acompanhamento de políticas prisionais, mas
o interesse de Temer eram as primeiras gotas de uma torrente de vazamentos de
delações premiadas dos executivos da Odebrecht, que podem atingir não
apenas seus homens de confiança e boa parte de sua base aliada, mas ele
próprio.
O
mistério do que está nos arquivos criptografados da Procuradoria-Geral da
República, dito por 77 integrantes da Odebrecht em seus acordos de delação
premiada, faz o governo e o Congresso tremerem com intensidade crescente. Se o
desgaste até agora foi grande, é inestimável o estrago que podem fazer os depoimentos
de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, que tinha contato com
presidentes da República e ministros; de Emílio, patriarca da empreiteira; de
Alexandrino Alencar, executivo responsável pelo relacionamento com o
ex-presidente Lula; e de Benedicto Júnior, que guardava em casa uma planilha de
doações eleitorais com nomes de mais de 250 políticos de 24 partidos.
O
PREFERIDO
O ex-presidente Lula. Suas relações com a Odebrecht na África ficarão mais claras na delação dos executivos (Foto: Ricardo Nogueira / Editora Globo)
O ex-presidente Lula. Suas relações com a Odebrecht na África ficarão mais claras na delação dos executivos (Foto: Ricardo Nogueira / Editora Globo)
Todos
os grupos de poder organizado conhecidos hoje no Brasil estão ameaçados pela
delação da Odebrecht e, num cenário mais longo, por outras investigações
vindouras da Lava Jato. O que a Odebrecht tem a dizer guarda a capacidade
de implodir esses núcleos, por revelar seus métodos de se aproveitar do
controle da máquina do Estado e acesso privilegiado a empresas interessadas em
negócios. Tomada como amostra, a delação de Cláudio Melo Filho é
significativa pelo estrago que as falas de 77 executivos da Odebrecht causarão
no PMDB, o partido do governo. Melo Filho citou o presidente Michel Temer 44
vezes, mas suas revelações pegam em cheio mesmo outras figuras grandes do
partido, mais especificamente do PMDB do Senado, comandado pelo
presidente Renan Calheiros e seus
companheiros mais próximos, Romero Jucá e Eunício
Oliveira. A trinca aparece como um time coeso, que atua em sintonia perfeita na
tarefa de obter favores financeiros da empreiteira, em troca da aprovação de
matérias no Legislativo. As revelações fulminam também o grupo de Temer, no
qual habitam o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário Moreira
Franco, apresentados como “prepostos” de Temer. “Foi
ele (Padilha) que recebeu e endereçou os pagamentos realizados a
pretexto de campanha solicitados por Michel Temer”, disse Melo Filho.
CAIXA
DOIS
A ex-presidente Dilma Rousseff. A Odebrecht poderá explicar melhor como pagou despesas com seu marqueteiro em 2010 (Foto:Ueslei Marcelino/Reuters )
A ex-presidente Dilma Rousseff. A Odebrecht poderá explicar melhor como pagou despesas com seu marqueteiro em 2010 (Foto:Ueslei Marcelino/Reuters )
Melo
Filho revelou que a Odebrecht entregou dinheiro vivo no escritório de advocacia
de José Yunes, amigo e até a semana passada assessor especial de Temer, como
parte de um acordo fechado entre Marcelo Odebrecht e o atual presidente da
República. Na quarta-feira, Temer recebeu a carta de demissão de Yunes, que se
disse lançado a um “lamaçal de abjeta delação” e “enxovalhado por
irresponsáveis denúncias”. O ritual de saída de Yunes, incluindo as frases de
efeito, segue os manuais do governo para tentar conter um pouco a sangria
provocada pela denúncia. Cláudio Melo Filho afirmou à Lava Jato que Temer
“utilizava seus prepostos” para conseguir vantagens. Citou Eliseu Padilha como
responsável por “operacionalizar” doações eleitorais da Odebrecht para o PMDB.
Na
semana passada, outro ex-executivo, Márcio Faria, que comandou a Odebrecht
Engenharia Industrial, disse aos procuradores que se encontrou em 2010 com
Temer, o ex-deputado Eduardo Cunha e João Augusto
Henriques, lobista do PMDB na Petrobras, para negociar doações eleitorais ao
partido em troca de facilidades para a empreiteira em contratos com a estatal,
nas diretorias comandadas por prepostos da sigla. Faria afirmou que o encontro
aconteceu no escritório político de Temer em São Paulo. Temer afirma que “o
então deputado Eduardo Cunha levou um empresário ao escritório”, mas não se
recordava o nome. Admite que já conhecia João Augusto. Em 2013, ÉPOCA revelou os negócios que o lobista fechou
em nome do partido na Petrobras. Neste caso de 2010, o PMDB levou R$
10 milhões por ajudar a empreiteira a ganhar um contrato de cerca de US$ 1
bilhão na área Internacional. Outra parte da propina foi entregue a João
Vaccari, o então tesoureiro do PT hoje encarcerado em Curitiba.
O
PMDB deverá experimentar nos próximos meses dissabores assim, como os que
aniquilaram o PT nos últimos dois anos. Na semana passada, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva foi denunciado pela quarta vez à Justiça. De acordo
com a investigação, a Odebrecht gastou R$ 12 milhões em um terreno para a
construção do Instituto Lula, em um negócio intermediado pelo ex-ministro
Antonio Palocci, preso em Curitiba. Uma empresa menor foi usada para ocultar a
presença da empreiteira. A denúncia aponta ainda que o empresário Glauco
Costamarques, que participou da negociação, ainda comprou o apartamento vizinho
ao de Lula, em São Bernardo. A Lava Jato descobriu que o imóvel era usado pela
família Lula e que Marisa Letícia, mulher do ex-presidente, havia assinado um
contrato de aluguel. Mas nunca pagou a fatura. Segundo a denúncia, a origem do
dinheiro para comprar o apartamento era, de novo, a Odebrecht.
ENCONTROS
O presidente Michel Temer. Executivos da Odebrecht citam encontros com ele, nos quais dinheiro para o PMDB foi o assunto(Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
O presidente Michel Temer. Executivos da Odebrecht citam encontros com ele, nos quais dinheiro para o PMDB foi o assunto(Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
Na
prática, a denúncia significa que a Polícia Federal encerrou a investigação e
concluiu que havia ali indícios de crime. Com o relatório em mãos, os
procuradores decidiram então denunciá-lo. A palavra final, claro, será da
Justiça. “O que incomoda a Lava Jato é o fato de Lula e nós, seus advogados,
desnudarmos as constantes arbitrariedades e ilegalidades que são escondidas com
a ajuda de setores da imprensa que têm interesse de prejudicar a atuação
política do ex-presidente”, disse em nota a defesa de Lula. O ex-presidente é
acusado ainda de outros crimes, como obstrução à Justiça, pela tentativa de calar
o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, de ser favorecido pela
construtora OAS no caso do tríplex de Guarujá e de tráfico de influência em
favor da Odebrecht no exterior, especialmente em países da África.
As
andanças de Lula pela África figuram entre os temas explorados pela delação da
Odebrecht. Como ÉPOCA já revelou, a empreiteira levou Lula a dar palestras em
países onde tinha seus negócios. Conseguiu com isso não só obras, como alguns
financiamentos do BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social. Em troca, Lula levou, além da área que poderia ter sido a sede de seu
instituto, doações e a reforma daquele sítio que frequenta em Atibaia, interior
de São Paulo, mas no papel pertence a amigos. Lula faz críticas às
investigações – em vez de explicar por que aceitou que a Odebrecht reformasse o
sítio que usava. Acusa a todos de “lawfare”, uma espécie de guerra na qual
todas as instituições se organizam para forjar denúncias contra ele.
O
tormento do PT está na fase em que, para alguns, os recursos de oratória se
esgotam e a admissão de culpas é a saída. Na semana passada, enquanto Lula
negava as acusações, o ex-tesoureiro petista Paulo Ferreira, preso em Curitiba,
admitia o óbvio. Assim como seu antecessor Delúbio Soares – outro que também já
esteve em cana –, admitiu o uso de “recursos não contabilizados”. Ferreira
falou em “recursos informais” para se referir ao danoso caixa dois. “No Brasil,
o exercício da política foi sempre financiado (informalmente), o senhor está
vendo isso nas apurações, e financiado por grandes volumes de dinheiro, que ou
foram para campanhas ou foram para benefício pessoal das pessoas. Estou
reconhecendo aqui que foram pagamentos ilícitos para fim de campanha eleitoral”,
disse Ferreira. “Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros, de
todos os partidos, é negar o óbvio.”
Marcelo
Odebrecht sabia disso. Em 2015, pouco antes de ser preso, ele alertou a então
presidente Dilma Rousseff sobre o risco que a Lava Jato representava a eles.
Dilma não lhe deu ouvidos. Marcelo prestou mais depoimentos de sua delação na
semana passada. Ele pode dar detalhes de como a empresa pagou US$ 11,7 milhões
na Suíça ao marqueteiro João Santana por seus trabalhos na primeira campanha de
Dilma, em 2010. Pagamento em caixa dois, ou “recursos informais”, como diria
Paulo Ferreira. Dilma pode ter ignorado Marcelo Odebrecht na ocasião, mas no
ano passado, de acordo com o ex-senador Delcídio do Amaral, ela tentou
remediar. Nomeou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o ministro Marcelo
Navarro, com o compromisso de ele votar pela libertação de Marcelo – o que
Navarro efetivamente fez, mas de nada adiantou.
Dilma
gosta de dizer que nunca haverá um ato de corrupção contra ela. Mas, a seu
redor, há. Outrora tratado com um filho por Dilma, o assessor Anderson
Dornelles é acusado de abusar dessa proximidade para ganhar dinheiro. No
Planalto, seu salário era pífio se comparado ao estilo de vida de luxo que
ostentava. Seu apelido dentro da Odebrecht, não por acaso, era “Las Vegas”.
Cláudio Melo Filho, ex-executivo da empreiteira em Brasília, disse que pagou R$
340 mil entre 2013 e julho de 2014 a Anderson.
Assim
como afundou o PT e já anunciou seus possíveis estragos no PMDB, a delação da
Odebrecht afetará outro grupo de poder, o do PSDB, de apoio ao governo Temer.
Delatores da empreiteira já citaram episódios comprometedores para sua cúpula.
Oswaldo Borges da Costa Filho, um operador do presidente tucano, senador Aécio
Neves, foi citado como encarregado de buscar propinas em troca das obras da
Cidade Administrativa, a mais cara da gestão Aécio no governo de Minas – cerca
de R$ 1,2 bilhão. A Odebrecht esteve nessa obra. Aécio chamou as acusações de
“falsas e absurdas”. Outro dos delatores da empresa disse que entregou R$ 2
milhões em dinheiro vivo para Adhemar Ribeiro, cunhado do governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin. Era caixa dois de campanha. Em nota, Alckmin já disse
que “é prematura qualquer conclusão com base em informações vazadas de delações
não homologadas”. Um ex-presidente da Odebrecht, Pedro Novis, disse aos
procuradores da Lava Jato que a empresa deu R$ 23 milhões ao caixa dois de uma
campanha presidencial de 2010 do ministro das Relações Exteriores, José Serra.
Em nota divulgada na ocasião, Serra disse que não iria “se pronunciar sobre
supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido
em suas campanhas”.
Se
em seu início a Lava Jato atemorizava os envolvidos com a Petrobras, como PT,
PMDB e PP, agora ela causa pânico a um público maior, o dos políticos que
mantiveram relacionamento com as empreiteiras nas bases tradicionais, da troca
de favores subterrâneos. Pior de tudo para eles, a Lava Jato não se encerra na
delação da Odebrecht. Há outras investigações paralelas em curso. Especificamente
há o ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba, com poder de complementar o
que diz a Odebrecht e causar um estrago ao PMDB e ao governo de Michel Temer.
Não é à toa que, nas perguntas que encaminhou, Cunha adiantou temas que estão
nas mãos da Odebrecht. Para quem frequentou o terreno onde políticos e
empreiteiras conviviam, há, portanto, muito com que se preocupar.
http://epoca.globo.com/politica/noticia/2016/12/o-que-delacao-da-odebrecht-pode-revelar.html
Da gestação ao parto coletivo de
uma colaboração premiada
Quem serão os premiados?
Que levados serão lavados e levados
ao cadafalso?
O melado será derramado?
Há nove meses Josias de Souza
pensava alto bom som:
Até onde Odebrecht deixará o melado
escorrer?
Josias de Souza
23/03/2016 04:56
Na
nota que a Odebrecht divulgou para
anunciar que seus executivos suarão o dedo na Lava Jato, o caminho da pólvora
está esboçado em dois trechos. Num, a empreiteira informa que proporcionará aos
investigadores uma “colaboração definitiva”. Noutro, insinua que ajudará a
escancarar “a existência de um sistema ilegal e ilegitímo de financiamento do
sistema partidário-eleitoral do país.” Se a maior construtora do país estiver
falando sério, o Planalto Central está na bica de virar uma espécie de Papuda
hipertrofiada.
A
delação coletiva da Odebrecht deveria começar por um pedido de desculpas
individual do seu presidente, Marcelo Odebrecht. Em outubro de 2013, quando a
construtora foi jogada no ventilador da Lava Jato pela primeira vez, o príncipe
da construção pesada divulgou uma nota. Nela, fez pose de vítima.
Marcelo
Odebrecht escreveu: ''Neste cenário nada democrático, fala-se o que se quer,
sem as devidas comprovações, e alguns veículos da mídia acabam por apoiar o
vazamento de informação protegida por lei, tratando como verdadeira a eventual
denúncia vazia de um criminoso confesso que é 'premiado' por denunciar a maior
quantidade possível de empresas e pessoas.''
O
tempo passou. Oito meses depois, Marcelo Odebrecht estava preso em Curitiba.
Acomodado no banco da CPI da Petrobras, foi tratado pelos parlamentares com uma
fidalguia cúmplice. Sentiu-se à vontade para desafiar a paciência alheia. Disse
que jamais seria um delator porque não tinha o que delatar.
Diante
das câmeras, Marcelo Odebrecht evocou suas duas filhas para manifestar a
aversão que nutre (ou nutria) pelo papel de dedo-duro. “Se elas brigassem, eu
perguntasse quem começou, e uma dedurasse a outra, eu talvez brigasse mais com
quem dedurou do que com aquela que fez o fato.”
Agora,
cercado pela força-tarefa da Lava Jato e já condenado pelo juiz Sérgio Moro a
19 anos de cana, Marcelo Odebrecht, como o sapo de Guimarães Rosa —que pula por
precisão, não por boniteza— percebeu que era hora de exercitar o dedo. Sob pena
de repetir no petrolão o drama vivido no mensalão pela banqueira Kátia Rabelo e
pelo operador de arcas clandestinas Marcos Valério, que foram enviados à cadeia
pelo STF com as maiores penas .
O
problema é que a Odebrecht achega-se ao guardachuva da delação com grande
atraso. Os investigadores já apalparam até as provas da existência de um
departamento de propinas na construtora. Avisam que, para obter benefícios
judiciais, os executivos da Odebrecht terão de contar coisas que a Polícia
Federal e a Procuradoria ainda não saibam.
Um
dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato disse ao blog que estranhou o
trecho da nota da Odebrecht em que a construtora anuncia seu interesse em
colaborar a despeito de não ter “responsabilidade dominante sobre os fatos
apurados na Operação Lava Jato.” É como se repetisse, com outras palavras, a
tese segundo a qual as empreiteiras não são corruptoras, mas vítimas de
extorsão praticada por prepostos que os políticos acomodam na engrenagem do
Estado. “Se vierem com essa conversa fiada, não tem acordo”, diz o
investigador.
Dependendo
do que Marcelo Odebrecht e seus executivos disserem, os depoimentos podem
deslocar pedaços da investigação de Curitiba para Brasília. Espera-se que
pinguem dos seus lábios, por exemplo, detalhes sobre as conexões monetárias da
construtora com as arcas do comitê Dilma-2014, com o Instituto Lula, com a
empresa de palestras do ex-presidente petista e com o célebre sítio de Atibaia.
De
resto, flutuam na atmosfera tensa de Brasília um lote de perguntas: a Odebrecht
jogará a oposição na frigideira? E quanto ao PMDB do vice-presidente Michel
Temer? Logo, logo o país saberá até onde a Odebrecht está disposta a deixar o
melado escorrer.
http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2016/03/23/ate-onde-odebrecht-deixara-o-melado-escorrer/
Quando limpeza era só coisa de gari
Apresentando o personagem ao
público:
Sujismundo: "Povo desenvolvido
é povo limpo"
Campanha do Sujismundo - Anos 70
Sujismundinho ensina criança a ser
limpa
1977 - SUJISMUNDO - CAMPANHA DE
HIGIENE
1977 - SUJISMUNDO - CUIDADO COM A ÁGUA SUJA
De volta a 2016-12-20
Baco Exu do Blues - Sujismundo
part. Bino & Djonga [Prod. Mazili & Jnr Beats]
Publicado
em 28 de out de 2016
Baco
Exu do Blues - Sujismundo part. Bino & Djonga [Prod. Mazili & Jnr
Beats]
2016
Categoria
Música
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