Lula e Bush filho, amigos
Lula deu entrevista à emissora TRT World, da Turquia
LULA NA MIRA DO FBI
Publicado
em 22 de dez de 2016
Claudio
Dantas comenta a investigação do Departamento de Justiça americano e o risco de
Lula ser preso pelo FBI.
Categoria
Notícias
e política
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Edição
do dia 23/12/2016
23/12/2016
08h30 - Atualizado em 23/12/2016 08h30
Acordo
da Odebrecht com EUA revela compra de banco em paraíso fiscal
Departamento
de Justiça detalhou envolvimento de autoridades brasileiras do alto escalão dos
governos Lula e Dilma em esquemas de corrupção.
O
Departamento de Justiça americano detalhou o envolvimento de autoridades
brasileiras em esquemas de corrupção, a partir do acordo de leniência assinado
pela Odebrecht e pela Braskem.
Muitos fatos que aparecem nos documentos americanos têm semelhanças com
episódios investigados na operação Lava Jato, aqui no Brasil.
A
Justiça americana não divulgou os nomes dos investigados. Se referiu a
autoridades e executivos usando números.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/12/acordo-da-odebrecht-com-eua-revela-compra-de-banco-em-paraiso-fiscal.html
Edição
do dia 23/12/2016
23/12/2016
08h30 - Atualizado em 23/12/2016 11h32
Acordo da Odebrecht com EUA revela
compra de banco em paraíso fiscal
Departamento
de Justiça detalhou envolvimento de autoridades brasileiras do alto escalão dos
governos Lula e Dilma em esquemas de corrupção.
Assista
à reportagem completa no vídeo acima.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/edicoes/2016/12/23.html#!v/5531956
O
Departamento de Justiça americano detalhou o envolvimento de autoridades
brasileiras em esquemas de corrupção, a partir do acordo de leniência assinado
pela Odebrecht e pela Braskem.
Muitos fatos que aparecem nos documentos americanos têm semelhanças com episódios
investigados na operação Lava Jato, aqui no Brasil.
A
Justiça americana não divulgou os nomes dos investigados. Se referiu a
autoridades e executivos usando números.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/12/acordo-da-odebrecht-com-eua-revela-compra-de-banco-em-paraiso-fiscal.html
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
Em delação, Odebrecht revela
estratégia para manter Lula influente
Bela Megale, Flávio Ferreira –
Folha de S. Paulo
BRASÍLIA,
SÃO PAULO - O ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht,
relatou a procuradores da Lava Jato que uma espécie de conta que a empresa mantinha
em nome de Luiz Inácio Lula da Silva tinha o objetivo de manter o petista
influente depois que saísse da Presidência da República.
Lula
deixou o Palácio do Planalto com grande aprovação popular em 2010, após a
eleição de Dilma Rousseff, sua escolhida dentro do PT.
A
expectativa era a de que o petista continuasse a ter relevância no cenário
político, o que de fato ocorreu.
Preso
há um ano e meio em Curitiba, Marcelo Odebrecht é um dos ex-executivos da
empresa que relataram em acordo de delação como a empreiteira ajudou o
ex-presidente a financiar o projeto.
Segundo
ele e outros funcionários da empreiteira, foi criada uma "conta"
financiada pela área da empresa denominado Setor de Operações Estruturadas, a
responsável pelo pagamento de propinas e de caixa dois.
A
conta, conforme os delatores, era gerenciada pelo ex-ministro Antonio Palocci,
preso desde setembro. Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci que também
chegou e ficar preso em Curitiba, é apontado como um dos encarregados de
transportar o dinheiro em espécie que abastecia a "conta".
Batizada
de "amigo", termo usado pelos funcionários da empresa para se
referirem a Lula devido à relação dele com Emílio Odebrecht, dono do grupo e
pai de Marcelo, a "conta" foi usada para financiar projetos como a
compra de um terreno em São Paulo que deveria abrigar a sede do Instituto Lula.
A
criação de um espaço para que o petista despachasse e que também servisse para
divulgar seus oito anos na Presidência da República era avaliada como vital
para a consolidação do projeto de poder, segundo relatos obtidos pela reportagem.
Como
a Folha revelou, três ex-executivos da Odebrecht, entre eles Marcelo, disseram
em seus acordos de delação que a empreiteira comprou, em 2010, um imóvel na
capital paulista para a construção da sede do instituto.
A
aquisição do terreno, localizado na zona sul da cidade, é central em uma das
denúncias em que Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Os
procuradores afirmam que parte das propinas pagas pela Odebrecht em contratos
da Petrobras foi destinada para a aquisição desse terreno.
Os
relatos dos delatores explicam a rubrica "Prédio IL" associada a
cerca de R$ 12 milhões que aparece em uma das planilhas do Setor de Operações
Estruturadas apreendida pela Polícia Federal.
Um
ponto a ser esclarecido nas apurações é o fato de a sede do instituto não ter
sido instalada no terreno da rua Dr. Haberbeck Brandão, na zona sul, mas em um
edifício no bairro do Ipiranga.
AMÉRICA
LATINA
Outro
meio de consolidar a influência política de Lula descrito pelos delatores foi
por meio do financiamento de campanhas de líderes de esquerda latino-americanos
em países onde a empreiteira tem atuação.
No
mesmo documento em que consta a anotação sobre o instituto, há os dizeres
"Evento El Salvador via Feira" vinculado ao valor de R$ 5,3 milhões.
O
dinheiro, segundo delatores, foi pago ao marqueteiro João Santana, que comandou
a comunicação da campanha que elegeu Maurício Funes presidente de El Salvador
em março de 2009.
Segundo
pessoas envolvidas nas investigações, os delatores também esclareceram que esse
pagamento fez parte do projeto de manter Lula influente na política.
O
montante teria sido descontado do caixa dedicado ao petista com autorização
dele.
OUTRO
LADO
O
Instituto Lula afirmou, por meio de nota, que não comenta "delações para
obtenção de benefícios judiciais, quanto mais especulações sobre supostas
delações".
Reafirmou
ainda que o ex-presidente Lula jamais solicitou qualquer vantagem indevida e
que o referido terreno na rua Dr. Haberbeck Brandão, que teria sido adquirido
pela Odebrecht, "jamais foi do Instituto Lula ou de Lula".
A
nota diz que mais de 20 testemunhas em depoimentos em Curitiba, incluindo os
principais delatores da Operação Lava Jato, não apontaram envolvimento do
petista em contratos ou desvios da Petrobras e não mostraram conhecer qualquer
vantagem indevida dada a ele.
"Repudiamos
atribuições de intenções ou interpretações referentes ao ex-presidente Lula
feitas de forma leviana pelo vazamento ilegal de versões de supostas delações
que são sigilosas."
A
Odebrecht afirmou que não se manifesta sobre o conteúdo de delações, mas
reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça. Disse ainda que vem
implantando as melhores práticas de compliance, baseadas na ética,
transparência e integridade.
O
advogado Roberto Batochio, que defende Antonio Palocci e Branislav Kontic disse
que os fatos relacionados a seus clientes "não correspondem à
verdade". "Palocci nunca administrou conta alguma e Kontic nunca
realizou a função de mensageiro dessa espécie", declarou.
http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2016/12/em-delacao-odebrecht-revela-estrategia.html#more
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
Mantega teria pedido R$ 50 milhões
a empresa
Por
André Guilherme Vieira | Valor Econômico
SÃO
PAULO - O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega teria solicitado R$ 50 milhões a
um executivo da Braskem para a campanha eleitoral da ex-presidente Dilma
Rousseff em 2010. O relatório de informações do Departamento de Justiça (DoJ)
do governo dos Estados Unidos sobre propinas pagas pelo grupo Odebrecht,
divulgado na quarta-feira, relata pagamentos de mais de US$ 1 bilhão em
subornos feitos pela empresa a políticos e a servidores públicos do Brasil e de
11 países da América Latina e África.
No
documento do órgão americano, políticos brasileiros são mencionados pela
expressão "Brazilian Official" (autoridade brasileira), relacionada a
um número. Mantega seria supostamente o "Brazilian Official 4". O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria supostamente o "Brazilian
Official 1" e a ex-presidente Dilma, a "Brazilian Official 2".
O
"Brazilian Official 4" é descrito como "um indivíduo cuja
identidade é conhecida pelos Estados Unidos e pela Braskem, que atuou como
ministro do governo brasileiro". "Especificamente, o 'Brazilian
Official 4' escreveu a quantia de 'R$ 50 milhões' num pedaço de papel e o
atirou para 'Braskem Employee 1' (funcionário da Braskem 1)", diz o texto
do relatório.
Ainda
segundo o documento, após discutir a solicitação de propina com outro executivo
da companhia, o funcionário da Braskem 1 entendeu que os recursos seriam usados
após a eleição que se aproximava, "para benefício pessoal de vários
políticos".
Mantega
já era investigado pela Lava-Jato por suposta solicitação de US$ 2,35 milhões
ao empresário Eike Batista, que teriam sido destinados ao PT. O ex-ministro
chegou a ter prisão temporária decretada pelo juiz federal Sergio Moro no dia
22 de setembro. No entanto, a detenção foi cancelada pelo próprio magistrado no
mesmo dia de seu cumprimento.
Um
trecho do relatório do DoJ narra que, "entre 2009 e 2010, a Braskem
direcionou sua Divisão de Operações Estruturadas [o departamento de propinas do
grupo] para viabilizar o pagamento de R$ 50 milhões à campanha política do
Brazilian Official 2".
Investigadores
sustentam, reservadamente, que as referências de autoridades americanas que
constam de relatório sobre pagamentos de propinas feitos pela Odebrecht corresponderiam
a nomes de vários políticos brasileiros, supostos destinatários principais dos
valores ilícitos.
O
empresário Marcelo Odebrecht explicou em seus depoimentos em delação premiada
como se deram supostos pagamento de propinas para financiamentos de campanhas
eleitorais, conforme apurou o Valor com fontes a par das informações prestadas
pelo delator.
A
reportagem não conseguiu contato com as defesa de Dilma e de Lula até o
fechamento desta edição. Os dois ex-presidentes têm negado envolvimento em
corrupção relacionada às suas campanhas e governos.
O
advogado de Mantega, Guilherme Batochio, disse que o ex-ministro "nega
veementemente as acusações". Segundo o criminalista, "as delações dos
77 executivos da Odebrecht visam apenas ao propósito de resolver o problema da
Odebrecht com a Justiça".
http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2016/12/mantega-teria-pedido-r-50-milhoes.html
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
EUA indicam acerto de R$ 50 mi com
ministros para campanha de Dilma
Fausto Macedo Beatriz Bulla – O
Estado de S. Paulo
/
BRASÍLIA - Documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ)
indicam o repasse de R$ 50 milhões da Odebrecht, pago pelo departamento de
propina da empresa, à campanha da ex-presidente Dilma Rousseff em troca de um
benefício à Braskem. Os americanos descrevem uma ação da Odebrecht e da Braskem
junto a autoridades do governo, de 2006 a 2009, para garantir um benefício
tributário à petroquímica. Para avançarem nas negociações, as empresas
receberam um pedido de um ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o Estado apurou, o ministro que solicitou os R$ 50 milhões foi Guido
Mantega, então titular da Fazenda.
O
DoJ não menciona os nomes das autoridades e executivos envolvidos nas
tratativas, mas descreve o acerto da propina feito com autoridades do alto
escalão. Primeiro foi feito um apelo a uma autoridade brasileira do governo
Lula, identificada como o ex-ministro Antônio Palocci. Mesmo depois de deixar o
governo, Palocci atuava como consultor da Braskem, segundo os investigadores.
Esse apelo era para que Lula fizesse uma intervenção junto a Mantega, para que
o ministro da Fazenda tratasse sobre o assunto. Os documentos americanos
relatam também um encontro de um executivo da Odebrecht diretamente com Lula.
Após
uma série de reuniões da Odebrecht com Mantega, ele pediu contribuições para a
campanha eleitoral de Dilma e escreveu “R$ 50 milhões” em um pedaço de papel.
Como resultado das tratativas, em 2009, o governo chegou a uma solução. De
acordo com os americanos, foi lançado um programa de créditos tributários da
qual a Braskem se beneficiou.
A
Polícia Federal já tinha apontado, na 35.ª fase da Lava Jato, a Omertá,
mensagens e e-mails de executivos da Odebrecht sobre atuação de Palocci para
dar alternativas ao governo, no âmbito dos créditos de IPI. A PF aponta que
Marcelo Odebrecht conseguiu benefícios fiscais para a Braskem em 2009 por meio
de Palocci e de Mantega. Em uma planilha de repasses ilícitos da Odebrecht, a
PF encontrou um pagamento de R$ 50 milhões ligado ao codinome “Pós Itália”, que
os investigadores brasileiros relacionam a Mantega.
Depois
da obtenção da medida que beneficiou a Braskem, o Setor de Operações
Estruturadas da Odebrecht, conhecido como departamento da propina, foi usado
pela Braskem para fazer o pagamento de R$ 50 milhões à campanha de Dilma. Além
disso, os americanos identificaram um pagamento de R$ 14 milhões a Palocci,
pelos “esforços envolvidos”. Segundo o DoJ, “apesar de o pagamento ter sido
solicitado como uma contribuição de campanha, o executivo da Braskem sabia que
o dinheiro não seria utilizado durante a campanha eleitoral”.
“No
lugar disso, o executivo entendeu que eles iriam distribuir o dinheiro, depois
da próxima eleição, para benefício pessoal de vários políticos”, continua o
relatório americano.
Em
proposta de delação premiada entregue à Procuradoria-Geral da República, o
ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, cita a
Medida Provisória 470, de 2009, relacionada ao parcelamento de débitos das
empresas beneficiadas pelo crédito prêmio de IPI, como uma das medidas
legislativas de interesse da empresa. Segundo ele explica no contexto dessa MP,
quem tratava de temas junto ao Executivo era “prioritariamente” o herdeiro e
ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrechet.
“Igualmente,
como os próprios e-mails deixam claro, o ponto de contato da empresa com
Antônio Palocci era Marcelo Odebrecht e Alexandrino Alencar”, escreveu o
executivo. Alexandrino, ex-executivo do grupo, é apontado pela PF como o
responsável por tratativas com Palocci sobre os benefícios relacionados ao
crédito de IPI.
Procurada,
a assessoria da ex-presidente Dilma não foi localizada. O advogado José Roberto
Batochio, responsável pela defesa de Mantega e de Palocci, afirmou que os
clientes “negam peremptoriamente todos os fatos”. “Desconhecem ambos qualquer
eficácia ou validade de atos de autoridades de Estado estrangeiro em face da
soberania do Estado Brasileiro. Qual seria a eficácia da elucubração da polícia
brasileira em relação a uma autoridade americana?”, afirmou o advogado.
http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2016/12/eua-indicam-acerto-de-r-50-mi-com.html
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
Odebrecht e Braskem terão monitor
externo contra fraudes
•
Fiscal ficará por três anos nas empresas para assegurar novas práticas
Gustavo Schmitt - O Globo
SÃO
PAULO - O acordo firmado por Odebrecht e Braskem com autoridades americanas e
suíças prevê a contratação de um fiscal externo que terá acesso irrestrito a
informações, documentos, funcionários e até diretores pelo período de três
anos. Elas vão indicar até três nomes, mas a escolha caberá ao Departamento de
Justiça dos EUA. -SÃO PAULO- O acordo firmado por Odebrecht e Braskem com
autoridades dos Estados Unidos e da Suíça no âmbito da Operação Lava-Jato impõe
às companhias vigilância externa. Por três anos, um fiscal terá acesso a todos
os dados, documentos, e atividades de funcionários e até diretores das
empresas.
Ele
terá a função de fiscalizar o cumprimento do acordo, evitando novos casos de
corrupção. O monitoramento é uma das exigências feitas as empresas pelo do
Departamento de Justiça americano (DoJ).
Odebrecht
e Braskem vão indicar listas tríplices com sugestões de nomes, mas a escolha
caberá ao DoJ.
Antes
disso, o fiscal externo passará por uma série de entrevistas e terá que
apresentar certidões comprovando reputação ilibada. Ele entregará um plano de
trabalho em 60 dias para garantir que as companhias implementem uma política
anticorrupção. Também produzirá relatórios periódicos sobre os negócios das
empresas e a conduta dos funcionários.
Em
caso de qualquer irregularidade identificadas pelo monitor, as empresas estão
sujeitas ao rompimento do acordo e a serem processadas na Justiça americana.
Nessa hipótese, segundo fontes envolvidas no acordo consultadas pelo GLOBO, as
companhias ficariam sujeitas ao pagamento de multas pelo menos 10 vezes maiores
do que já foram acertadas. Pelos termos do acordo, Odebrecht e Braskem vão
pagar R$ 11, 6 bilhões.
As
medidas de compliance que terão de ser implementadas pelo monitor são rígidas.
A Odebrecht, por exemplo, terá de demitir pelo menos 51 funcionários pelo envolvimento
em práticas de corrupção.
Outros
26 empregados da construtora que tiveram algum tipo de participação em
irregularidades estarão sujeitos ao pagamento de multas e poderão ser suspensos
de trabalhar nas empresa por até um ano e meio. Eles não poderão assumir cargo
de chefia e passarão por cursos de política anticorrupção e de ética.
Não
é a primeira vez que uma empresa brasileira ficará sujeita ao monitoramento
externo por envolvimento em corrupção. Em outubro, quando fechou um acordo com
a Justiça americana, a fabricante de aviões Embraer se comprometeu a receber um
monitor por três anos. A Embraer concordou em pagar US$ 206 milhões (R$ 685
milhões) ao se declarar culpada por pagar propina a autoridades governamentais
de República Dominicana, Arábia Saudita e Moçambique para vender aeronaves
entre 2005 e 2010.
REFERÊNCIAS
Episódios
relatados no acordo judicial feito pela Braskem já foram investigados pela
Lava-Jato no Brasil. Dados da força-tarefa dão pistas, em alguns casos, de quem
podem ser as autoridades que foram protegidas com codinomes pelos
investigadores americanos.
O
relatório diz, por exemplo, que a Braskem pagou, em algum momento
não-especificado entre 2006 e 2010, R$ 50 milhões a um ex-ministro. O
destinatário dessa propina, que foi paga por meio do Setor de Operações
Estruturadas da Odebrecht, controladora da petroquímica, é identificado pelos
americanos apenas como “Autoridade Brasileira 4". O dinheiro seria
utilizado na campanha eleitoral de uma pessoa chamada "Autoridade
Brasileira 2", alguém num alto cargo executivo.
A
Lava-Jato identificou um pagamento neste mesmo valor nas planilhas do Setor de
Operações Estruturadas, criada pela construtora para pagar propina. Ao lado do
valor há o codinome “pós-Itália”, que, segundo policiais federais, seria o
ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que já foi alvo da operação. A defesa de
Mantega nega. (Colaborou Tiago Dantas)
http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2016/12/odebrecht-e-braskem-terao-monitor.html
A grande corrupção - Merval Pereira
- O Globo
Tanto os petistas e seus acólitos falaram no diabo, que ele apareceu com todo vigor. Pelo simples fato de o juiz Sérgio Moro e vários dos procuradores de Curitiba, como o coordenador do grupo, Deltan Dallagnol, terem estudado em universidades dos Estados Unidos, seus adversários espalharam que a Operação Lava-Jato era guiada pela CIA, num plano diabólico para desestabilizar o Brasil, supostamente uma potência emergente que incomodaria o Grande Satã.
Até a prisão do Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, um dos nossos heróis na pesquisa nuclear, por receber propinas de uma empreiteira, foi transformada em ação do interesse dos nossos competidores internacionais, dispostos a impedir que o Brasil atingisse o pleno desenvolvimento nas pesquisas.
Os fatos fartamente demonstram o envolvimento dos acusados, nos desdobramentos da Lava-Jato, no que é considerado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos o maior caso de corrupção da História.
O acordo fechado pela Odebrecht e Braskem com as autoridades judiciárias de Brasil, Estados Unidos e Suíça revelou com detalhes quão profundas foram as atividades corruptas dessas empresas, que são a parte principal do grupo de empreiteiras investigado.
O relatório do Departamento de Justiça revela detalhes de atos de corrupção, um deles digno de um filme B de gangster. O documento oficial não cita nomes, identifica os personagens nesse episódio como “Brazilian Official" 1 até 4, mas ressalta sempre que o nome verdadeiro é conhecido pelas autoridades americanas.
O site “O Antagonista” está antecipando as informações sobre o caso desde seu início e sente-se seguro em identificar os personagens, que seriam o ex-presidente Lula, a ex-presidente Dilma, o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-ministro Guido Mantega. Nesse episódio de 2009, Lula, o “Brazilian Official 1", reuniu-se com um executivo da Odebrecht, que seria o próprio Emilio Odebrecht, que lhe pediu que conversasse com Mantega, então ministro da Fazenda, o “Brazilian Official 4" para conceder vantagens à Braskem.
Guido reuniu-se então com Alexandrino Alencar, identificado como “Braskem employee 1” e, num pedaço de papel que fez escorregar pela mesa até o interlocutor, escreveu a cifra de R$ 50 milhões, que era a propina que queria para a campanha da “Brazilian Official 2", a então candidata Dilma Rousseff.
São coisas como essas que demonstram que as investigações em curso, devido a um amplo acordo do Ministério Público brasileiro com autoridades dos diversos países envolvidos pelo escândalo, são muito mais profundas e estão mais adiantadas do que sabemos.
Quando uma denúncia é feita, é porque existem muitos passos à frente sendo dados pelos investigadores, e a base documental é bastante sólida para ser demolida pela retórica politizada. As denúncias formam um quadro documentado do que foi feito, e logo que o ministro Teori Zavascki liberar as delações dos executivos da Odebrecht, assim que forem homologadas, teremos um retrato completo da situação.
Como a delação premiada da Odebrecht tem, naturalmente, os mesmos detalhes que o documento em que se baseou o acordo feito com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os eventuais buracos deixados na versão americana serão preenchidos pela brasileira. O Departamento de Justiça não nomeia os envolvidos, deixando que o sistema judiciário de cada país faça a sua parte.
O acordo atinge as ações corruptas da Odebrecht e da Braskem no Brasil e em mais uma dúzia de países, pois a empreiteira tem ações na Bolsa de Valores de Nova York e, por isso, está sob a legislação americana.
O acordo não livra, porém, a responsabilidade individual de cada envolvido nas negociações, e eles poderão ser processados diretamente pelo governo americano se receberam a propina através do sistema bancário americano, ou se tinham funções de comando nas empresas envolvidas nos atos corruptos.
A ex-presidente Dilma e o ex-ministro Mantega, por exemplo, poderão vir a ser processados por terem sido presidentes do Conselho da Petrobras, que também tem ações em Nova York. Mas dificilmente os “Brazillian Officials" de 1 a 4 — Lula, Dilma, Palocci e Mantega — serão processados pelas denúncias de corrupção nos Estados Unidos, a não ser que tenham utilizado o sistema bancário americano para receber o dinheiro no exterior.
A coluna volta a ser publicada no dia 27. Feliz Natal a todos.
http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2016/12/a-grande-corrupcao-merval-pereira.html
A grande corrupção - Merval Pereira
- O Globo
Tanto os petistas e seus acólitos falaram no diabo, que ele apareceu com todo vigor. Pelo simples fato de o juiz Sérgio Moro e vários dos procuradores de Curitiba, como o coordenador do grupo, Deltan Dallagnol, terem estudado em universidades dos Estados Unidos, seus adversários espalharam que a Operação Lava-Jato era guiada pela CIA, num plano diabólico para desestabilizar o Brasil, supostamente uma potência emergente que incomodaria o Grande Satã.
Até a prisão do Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, um dos nossos heróis na pesquisa nuclear, por receber propinas de uma empreiteira, foi transformada em ação do interesse dos nossos competidores internacionais, dispostos a impedir que o Brasil atingisse o pleno desenvolvimento nas pesquisas.
Os fatos fartamente demonstram o envolvimento dos acusados, nos desdobramentos da Lava-Jato, no que é considerado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos o maior caso de corrupção da História.
O acordo fechado pela Odebrecht e Braskem com as autoridades judiciárias de Brasil, Estados Unidos e Suíça revelou com detalhes quão profundas foram as atividades corruptas dessas empresas, que são a parte principal do grupo de empreiteiras investigado.
O relatório do Departamento de Justiça revela detalhes de atos de corrupção, um deles digno de um filme B de gangster. O documento oficial não cita nomes, identifica os personagens nesse episódio como “Brazilian Official" 1 até 4, mas ressalta sempre que o nome verdadeiro é conhecido pelas autoridades americanas.
O site “O Antagonista” está antecipando as informações sobre o caso desde seu início e sente-se seguro em identificar os personagens, que seriam o ex-presidente Lula, a ex-presidente Dilma, o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-ministro Guido Mantega. Nesse episódio de 2009, Lula, o “Brazilian Official 1", reuniu-se com um executivo da Odebrecht, que seria o próprio Emilio Odebrecht, que lhe pediu que conversasse com Mantega, então ministro da Fazenda, o “Brazilian Official 4" para conceder vantagens à Braskem.
Guido reuniu-se então com Alexandrino Alencar, identificado como “Braskem employee 1” e, num pedaço de papel que fez escorregar pela mesa até o interlocutor, escreveu a cifra de R$ 50 milhões, que era a propina que queria para a campanha da “Brazilian Official 2", a então candidata Dilma Rousseff.
São coisas como essas que demonstram que as investigações em curso, devido a um amplo acordo do Ministério Público brasileiro com autoridades dos diversos países envolvidos pelo escândalo, são muito mais profundas e estão mais adiantadas do que sabemos.
Quando uma denúncia é feita, é porque existem muitos passos à frente sendo dados pelos investigadores, e a base documental é bastante sólida para ser demolida pela retórica politizada. As denúncias formam um quadro documentado do que foi feito, e logo que o ministro Teori Zavascki liberar as delações dos executivos da Odebrecht, assim que forem homologadas, teremos um retrato completo da situação.
Como a delação premiada da Odebrecht tem, naturalmente, os mesmos detalhes que o documento em que se baseou o acordo feito com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os eventuais buracos deixados na versão americana serão preenchidos pela brasileira. O Departamento de Justiça não nomeia os envolvidos, deixando que o sistema judiciário de cada país faça a sua parte.
O acordo atinge as ações corruptas da Odebrecht e da Braskem no Brasil e em mais uma dúzia de países, pois a empreiteira tem ações na Bolsa de Valores de Nova York e, por isso, está sob a legislação americana.
O acordo não livra, porém, a responsabilidade individual de cada envolvido nas negociações, e eles poderão ser processados diretamente pelo governo americano se receberam a propina através do sistema bancário americano, ou se tinham funções de comando nas empresas envolvidas nos atos corruptos.
A ex-presidente Dilma e o ex-ministro Mantega, por exemplo, poderão vir a ser processados por terem sido presidentes do Conselho da Petrobras, que também tem ações em Nova York. Mas dificilmente os “Brazillian Officials" de 1 a 4 — Lula, Dilma, Palocci e Mantega — serão processados pelas denúncias de corrupção nos Estados Unidos, a não ser que tenham utilizado o sistema bancário americano para receber o dinheiro no exterior.
A coluna volta a ser publicada no dia 27. Feliz Natal a todos.
http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2016/12/a-grande-corrupcao-merval-pereira.html
JN segue O Antagonista
Brasil 22.12.16 21:03
O
Jornal Nacional entrou com tudo no relatório do Departamento de Justiça
americano. Citou Lula, Antonio Palocci e Guido Mantega no caso da propina dos
R$ 50 milhões da Braskem e também na aprovação da MP 470. Também citou Dilma e
João Santana.
Talvez,
amanhã os demais jornais descubram o caso.
http://www.oantagonista.com/posts/jn-segue-o-antagonista
Edição
do dia 22/12/2016
22/12/2016
22h14 - Atualizado em 22/12/2016 22h14
Acordo de leniência expõe corrupção
no alto escalão de Lula e Dilma
Nos
documentos americanos, semelhanças com casos da Lava Jato.
Justiça americana identifica autoridades e executivos usando números.
Justiça americana identifica autoridades e executivos usando números.
Assista ao vídeo da reportagem:
http://g1.globo.com/jornal-nacional/edicoes/2016/12/22.html#!v/5531434
Detalhes
do acordo de leniência assinado pela a Odebrecht e pela Braskem com autoridades
do Brasil, dos Estados Unidos e da Suíça mostram o envolvimento de autoridades
brasileiras num esquema de corrupção durante os governos Lula e Dilma.
As
duas empresas concordaram em pagar multas de quase R$ 7 bilhões e revelar fatos
ilícitos praticados nos três países.
Muitos
fatos que aparecem nos documentos americanos têm semelhanças com episódios investigados
na Operação Lava Jato, no Brasil.
O
processo na Justiça americana revela a rotina de pagamento de propinas em troca
de vantagens para a Braskem de 2002 a 2014, seja na forma de isenções fiscais,
fechamento de contratos com a Petrobras e até na aprovação de leis que tiveram
impacto direto nos lucros da empresa.
O
processo descreve as ações dos principais envolvidos no esquema. A Justiça
americana não revela os nomes das pessoas investigadas; se refere a autoridades
e executivos usando números. Descreve como foram feitos as transações e os
pagamentos e como isso beneficiou a Braskem.
Na
lista, estão executivos do alto escalão da Braskem identificados pelos números
1 e 2. Autoridades dos governos Lula e Dilma também são identificados por
números.
No
Poder Executivo, duas autoridades do mais alto escalão, dois ministros, sendo
um deles conselheiro do governo e mais tarde eleito para o Congresso, e um alto
executivo da Petrobras.
No
Poder Legislativo, três autoridades de primeira linha.
O
processo se debruça sobre mais de uma década de operações da empresa, de 2002,
ainda no mandato de Fernando Henrique, a 2014, já no mandato da presidente
Dilma.
O
Departamento de Justiça não cita nenhum exemplo da era Hernando Henrique.
Destaca operações em oito anos: de 2006 a 2014, no segundo mandato do
presidente Lula e no primeiro da presidente Dilma.
Só
em 2006 que a Braskem passou a ter autonomia para distribuir suborno a
políticos sem interferência da Odebrecht.
O
departamento entregava propinas a políticos e partidos através de empresas
off-shore. Essas transações não entravam na contabilidade oficial da empresa -
caíam no chamado caixa 2 e algumas vezes passavam por até três instituições
antes de cair na conta do beneficiário final.
Os
investigadores americanos destacam que outra forma de desviar dinheiro era
através de doleiros. Alguns pagamentos eram feitos usando malas cheias de
dinheiro que eram entregues diretamente aos envolvidos.
O
processo na Justiça americana que trata apenas da Odebrecht revela que a empresa
chegou a comprar um banco no paraíso fiscal de Antígua, no Caribe, para efetuar
o pagamento de propinas a políticos sem levantar suspeitas.
O
banco seria uma subsidiária de uma instituição austríaca e ajudou a elaborar
contratos fictícios para justificar transferências do departamento de propinas
da empresa.
No
Paraná, a Lava Jato investiga a compra de um banco por operadores e executivos
que, segundo o Ministério Público, são ligados à Odebrecht. Um dos delatores da
Lava Jato, Vinícius Borin, afirmou que primeiro abriu, a pedido de um operador
da Odebrecht, diversas contas no Antígua Overseas Bank, no Caribe. Lá teriam
movimentado US$ 1 bilhão.
De
acordo com o mesmo delator, depois que o banco fechou em 2010, um dos
executivos da Odebrecht propôs a compra de parte de um outro banco, o Meinl
Bank Antígua. O delator, os sócios dele e executivos da Odebrecht chegaram a
ter 67% de participação.
Disse
também aos procuradores que a movimentação no Meinl Bank chegou a cerca de US$
1,6 bilhão em seis anos e que não pode afirmar que 100% dos pagamentos eram
ilícitos, mas que grande parte sim.
O
delator listou dezenas de pagamentos a off-shores, entre elas a conta que,
segundo as investigações, era controlada pelo ex-marqueteiro do PT João
Santana, responsável pelas campanhas presidenciais de Lula e Dilma Rousseff. A
conta Shelbill teria recebido US$ 16 milhões.
O
delator afirmou ao Ministério Público que nunca teve contato com Marcelo
Odebrecht, mas pelo volume de dinheiro e estrutura criada, considerava
impossível que Marcelo não soubesse das operações.
Uma
das transações da Braskem aconteceu em 2006, durante o governo Lula. Decisões
judiciais levaram à elevação de impostos que prejudicariam os lucros da
Braskem.
Dois
executivos da Braskem procuraram a Autoridade 3 - um então ministro de Lula -
para interceder a favor da empresa junto a um outro ministro e também à
Autoridade 1 do governo.
Ao
mesmo tempo, um alto executivo da empresa também entrou em contato diretamente
com a Autoridade 1 para pedir que pressionasse a Autoridade 4.
Numa
das reuniões, a Autoridade 4 passou um bilhete, pedindo ao Executivo 1 da Braskem
uma contribuição para a campanha de 2010 da Autoridade 2 no valor de R$ 50
milhões.
Segundo
o documento, o executivo da Braskem concordou, mesmo sabendo que o dinheiro não
iria para a campanha e seria usado em benefício próprio dos políticos.
Em
uma das planilhas do setor de propinas do Grupo Odebrecht, encontrada pelos
investigadores da Lava Jato no Paraná, consta um valor de R$ 50 milhões.
O
valor aparece como "saldo" em 2012 e 2013 e está relacionado ao
codinome Pós Itália. Segundo as investigações, há indícios de que o codinome
seja de Guido Mantega.
A
planilha tem ainda outros dois codinomes: Itália e Amigo. A Polícia Federal
afirma que Amigo é uma referência ao ex-presidente Lula e Itália, ao
ex-ministro Antonio Palocci que, de acordo com os delegados, também era chamado
de Italiano. Palocci seria o responsável por gerenciar esses pagamentos.
Outra
transação influenciou a aprovação de uma nova lei de isenções fiscais que
beneficiou a Braskem.
O
projeto foi apresentado ao Congresso em 2011, durante o governo Dilma, mas um
parágrafo adicionado depois dificultou a aprovação.
O
Executivo 1 da Braskem então procurou a Autoridade 4, um ministro de Dilma, e
pediu para retirar o parágrafo em questão.
A
lei foi aprovada em troca do pagamento de R$ 2,1 milhões a uma autoridade do
Legislativo que apresentou a proposta de suprimir o tal parágrafo.
A
Autoridade 7 - do Legislativo - recebeu R$ 4 milhões.
Os
outros senadores e deputados, que não foram identificados no processo por
números, dividiram R$ 1,6 milhão.
Ao
fim da negociação, a Autoridade 4 voltou a procurar o Executivo 1 da Braskem
para pedir mais R$ 100 milhões. Esse dinheiro teria ido para a campanha de
candidatos do partido do ministro nas eleições de 2014.
A aprovação de uma medida provisória que favoreceu o grupo Odebrecht também foi alvo de investigação da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
A aprovação de uma medida provisória que favoreceu o grupo Odebrecht também foi alvo de investigação da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
O
grupo primeiro pretendia ser beneficiado numa medida provisória ligada ao IPI,
imposto sobre produtos industrializados. Mas essa MP acabou não sendo aprovada.
Marcelo Odebrecht passou a tratar com Palocci uma nova alternativa para
compensar a Odebrecht.
Marcelo
Odebrecht escreveu um e-mail em agosto de 2009 para executivos do grupo,
inclusive Cláudio Melo Filho, que citou em delação premiada diversos políticos.
No
e-mail Marcelo escreveu: “Tudo que é bom, é difícil. Tudo que é fácil, não é
para nós. Italiano acabou de me ligar. Ele mesmo pediu, além dos argumentos
para a sanção/veto parcial, que levássemos alternativas para nos
compensar”.
Num
outro e-mail Marcelo Odebrecht conversa com um assessor de Palocci.
Ele
escreve: “Sabe se o chefe conseguiu marcar com o GM está sexta ou início da
semana que vem?”
O
assessor responde: “Marcelo, ele conversará com ele pessoalmente amanhã à
noite”.
GM
para a Polícia Federal é Guido Mantega, que na época era ministro da Fazenda.
A
conclusão da polícia é que Marcelo pretendia, com a ajuda de Palocci, convencer
Mantega a editar uma medida provisória que viesse a favorecer o Grupo Odebrecht
na questão do IPI.
A
Medida Provisória 470 de 2009 que atendia os interesses da Odebrecht acabou
sendo aprovada, para investigadores, mediante tratativas que envolviam o apoio
e interferência de Palocci e também de Guido Mantega.
As
respostas
O Departamento de Justiça americano afirma que a Braskem não informou, voluntariamente à Justiça, as condutas criminosas e que, por isso, não recebeu um desconto na multa que vai pagar. A empresa também não teve direito a descontos adicionais porque, segundo as autoridades americanas, só começou a cooperar integralmente depois que os investigadores já tinham obtido provas significativas de forma independente.
A Justiça americana afirma que a Odebrecht também não forneceu, voluntariamente, informações sobre as condutas criminosas, mas colaborou integralmente com as investigações e, por isso, recebeu todos os descontos a que tinha direito no cálculo da multa.
O Departamento de Justiça americano afirma que a Braskem não informou, voluntariamente à Justiça, as condutas criminosas e que, por isso, não recebeu um desconto na multa que vai pagar. A empresa também não teve direito a descontos adicionais porque, segundo as autoridades americanas, só começou a cooperar integralmente depois que os investigadores já tinham obtido provas significativas de forma independente.
A Justiça americana afirma que a Odebrecht também não forneceu, voluntariamente, informações sobre as condutas criminosas, mas colaborou integralmente com as investigações e, por isso, recebeu todos os descontos a que tinha direito no cálculo da multa.
A
defesa de Antonio Palocci reafirmou que os apelidos Itália ou Italiano não se
referem ao ex-ministro.
A defesa de Guido Mantega declarou que não se tem reconhecimento oficial do documento citado na reportagem e que o departamento que fez esse documento não tem jurisdição no Brasil. Afirmou ainda que os codinomes não se referem ao ex-ministro.
O Instituto Lula afirmou que são as mesmas ilações e falsas denúncias contra o ex-presidente dos últimos dois anos; que “uma mentira será sempre mentira, em português ou inglês”, e que agora a Lava Jato apela para uma estranha parceria com procuradores de um país estrangeiro para obter alguma credibilidade. Na nota, o instituto também afirma que nem no Brasil nem em qualquer país do mundo existem provas de envolvimento do ex-presidente Lula em desvios de dinheiro.
A defesa de João Santana informou que todas as movimentações bancárias dele no exterior já foram devidamente declaradas à Justiça.
A assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff disse que ela jamais intercedeu junto a empresários para pagamento de fornecedores de suas campanhas via caixa 2, recursos não-contabilizados ou em paraísos fiscais. E que João Santana recebeu R$ 70 milhões, em 2014, pelos serviços prestados, conforme a prestação de contas encaminhada à Justiça Eleitoral.
A Braskem declarou que não comenta os casos específicos contidos no acordo de leniência, pelo qual pagará mais de R$ 3 bilhões em multa e indenização.
A defesa de Guido Mantega declarou que não se tem reconhecimento oficial do documento citado na reportagem e que o departamento que fez esse documento não tem jurisdição no Brasil. Afirmou ainda que os codinomes não se referem ao ex-ministro.
O Instituto Lula afirmou que são as mesmas ilações e falsas denúncias contra o ex-presidente dos últimos dois anos; que “uma mentira será sempre mentira, em português ou inglês”, e que agora a Lava Jato apela para uma estranha parceria com procuradores de um país estrangeiro para obter alguma credibilidade. Na nota, o instituto também afirma que nem no Brasil nem em qualquer país do mundo existem provas de envolvimento do ex-presidente Lula em desvios de dinheiro.
A defesa de João Santana informou que todas as movimentações bancárias dele no exterior já foram devidamente declaradas à Justiça.
A assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff disse que ela jamais intercedeu junto a empresários para pagamento de fornecedores de suas campanhas via caixa 2, recursos não-contabilizados ou em paraísos fiscais. E que João Santana recebeu R$ 70 milhões, em 2014, pelos serviços prestados, conforme a prestação de contas encaminhada à Justiça Eleitoral.
A Braskem declarou que não comenta os casos específicos contidos no acordo de leniência, pelo qual pagará mais de R$ 3 bilhões em multa e indenização.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/12/acordo-de-leniencia-expoe-corrupcao-no-alto-escalao-de-lula-e-dilma.html
Lula deu entrevista à emissora TRT World, da Turquia
“...
devido aos novos tempos que vivemos.” Noriega
A pintura com a que Fujimori tentou
sair da cadeia. Não colou.
“perdão
por aquilo que eu fiz e por aquilo que não pude evitar”. Fujimori
AMÉRICA LATINA
De eminência parda a cueca vermelha
BBC
Atualizado
em 27 de abril, 2010 - 06:16 (Brasília) 09:16 GMT
Noriega passou de aliado a
prisioneiro dos EUA
Noriega ficou 17 anos em uma prisão
de Miami
A
extradição do general Manuel Noriega de Miami para a França conclui mais de
meio século do relacionamento entre os Estados Unidos e o ex-líder do Panamá.
As
ligações de Noriega com os Estados Unidos começaram na década de 50, quando, de
acordo com vários relatos, ele foi recrutado como informante da CIA (agência de
inteligência americana) quando estudava em uma academia militar no Peru.
O
militar acabou se tornando uma figura útil para os americanos em uma região que
estava ficando politicamente hostil aos interesses dos Estados Unidos,
principalmente com o desenrolar da Revolução Cubana.
Noriega
subiu na hierarquia das Forças Armadas do Panamá para se tornar um aliado-chave
do general Omar Torrijos, o dirigente militar que assinou um tratado com os
Estados Unidos para recuperar a soberania da zona do Canal do Panamá, em 1977.
Eminência
parda
Depois
da morte de Torrijos em um misterioso desastre de avião em 1981, Noriega
tornou-se uma eminência parda no país, como chefe dos serviços de segurança.
Os
Estados Unidos consideravam o Panamá como um posto de observação regional e
Noriega cumpriu o seu papel, apoiando a guerra dos Contra (movimento
anti-sandinista) na Nicarágua e a luta contra a FMLN (Frente Farabundo Martí de
Libertação Nacional, de tendência esquerdista) em El Salvador.
Ao
mesmo tempo, Noriega começou a reprimir dissidentes no Panamá, especialmente
depois do assassinato de Hugo Spadafora, um opositor político cujo corpo foi
encontrado decapitado em 1985.
Noriega
supostamente teve um papel importante em meados da década de 80, no chamado
caso Irã-Contra, em que figuras-chave da CIA facilitaram o tráfico de armas
para o Irã, que estava sob embargo internacional, para assegurar a libertação
de reféns e financiar os Contras da Nicarágua.
Mas
os Estados Unidos começaram a suspeitar de que Noriega estava vendendo seus
serviços para outros órgãos de inteligência e, para quadrilhas de narcotráfico.
Cueca
vermelha
As
tensões entre as autoridades americanas e Noriega vieram a público em 1988,
quando o líder panamenho foi indiciado em um tribunal federal americano por
narcotráfico.
A
invasão americana do Panamá em 1989 e a prisão de Noriega acabaram com a
influência do militar no país.
Durante
o seu julgamento, também vieram à tona detalhes da vida pessoal de Noriega. Na
época foi dito que ele usava cueca vermelha para espantar "mau
olhado".
Em
2007, Noriega cumpriu pena de 17 anos de confinamento em uma prisão de Miami,
mas permaneceu sob custódia por causa do pedido de extradição feito pela
França.
Na
prisão, ele ocupava uma cela com televisão e outros privilégios.
O
advogado de Noriega, Frank Rubino, disse à BBC na época que logo seria um homem
livre, mas teria que enfrentar acusações pela morte de Spadafora caso se algum
dia voltasse para o Panamá.
Noriega
havia sido condenado a 20 anos de prisão no Panamá pelo assassinato do
dissidente.
Mas
as autoridades panamenhas nunca tiveram interesse em um eventual retorno de
Noriega ao país. Muitos achavam que ele poderia desestabilizar o quadro
político local, mesmo com 76 anos de idade, disse o correspondente da BBC em
Miami, Javier Aparisi.
Segundo
Aparisi, pode ter sido um alívio para os panamenhos ver a Suprema Corte dos
Estados Unidos atender o pedido de extradição apresentado pela França, em
março.
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/04/100427_noriegaperfilg.shtml
Bersuit
Vergarabat - El Tiempo No Para
Enviado
em 30 de nov de 2009
Music video by Bersuit Vergarabat performing El Tiempo
No Para. (C) 2003 Universal Music Argentina S.A.
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Acordo não livra Braskem de ações
judiciais movidas por investidores
Nos
EUA, ação coletiva reclama perdas na Bolsa de Nova York
POR ANA PAULA RIBEIRO
22/12/2016
4:00 / atualizado 22/12/2016 7:32
Usina da Braskem em Camaçari, na
Bahia - Paulo Fridman / Bloomberg
ÚLTIMAS
DE BRASIL
SÃO
PAULO — O acordo de leniência assinado pela Odebrecht e pela
Braskem com as autoridades americanas e suíças
não as livra de ações judiciais movidas por investidores que reclamam perdas
com as ações da petroquímica negociadas na Bolsa de Nova York. A multa, de R$
6,9 bilhões, servirá para encerrar apenas os processos junto aos órgãos de
investigação e regulação do Brasil, da Suíça e dos Estados Unidos.
Veja
também
A
principal alegação dos investidores que foram à Justiça americana é que, no dia
em que foi revelado o envolvimento da Braskem na Operação Lava-Jato, em março
de 2015, os recibos de ações da petroquímica (ADRs, na sigla em inglês), caíram
20,4%, indo para US$ 6,71. Atualmente, os papéis são negociados a mais de US$
20, tendo se valorizado desde então. A ação coletiva é do escritório Glancy Prongay
& Murray, de Nova York.
PROPINA
EM 12 PAÍSES
No
que foi definido pela justiça dos Estados Unidos como “o maior caso de
pagamento de suborno da História", a Odebrecht e a Braskem admitiram ter
repassado cerca de US$ 1 bilhão (R$ 3,3 bilhões, em cotação atual) em propina a
autoridades, políticos, partidos e empresas no Brasil e em outros 11 países da
América Latina e da África. Só a Braskem admitiu ter pago US$ 250 milhões em
propina somente no Brasil - o que equivale a R$ 832 milhões em valores atuais.
Nos
termos do acordo global, a Braskem se compromete a pagar às autoridades o valor
total de US$ 957 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 3,1 bilhões, em
multa e indenização. Segundo a empresa, deste total, cerca de R$ 1,6 bilhão
será pago mediante a ratificação dos respectivos acordos, sendo US$ 95 milhões
pagos ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ), US$ 65 milhões à
Securities Exchange Commission (SEC), CHF 95 milhões (francos suíços) à
Procuradoria-Geral da Suíça e R$ 736 milhões ao MPF brasileiro. O saldo de
aproximadamente R$ 1,5 bilhão será pago ao MPF em seis parcelas anuais,
reajustadas pela variação do IPCA.
http://oglobo.globo.com/brasil/acordo-nao-livra-braskem-de-acoes-judiciais-movidas-por-investidores-20681453
O calvário de Manuel Noriega
Victor Farinelli / 28
de junho de 2015
“Durante
os últimos dias, eu tenho estado pensando comigo mesmo, conversando com a minha
família, refletindo junto com a Igreja, e considerei oportuno fazer esta
declaração ao país, devido aos novos tempos que vivemos. Terminando o ciclo da
era militar, como o último general dos que comandou o país, pedindo perdão,
como chefe militar e de governo. Peço perdão a todas as pessoas que tenham se
sentido ofendidas, afetadas, prejudicadas ou humilhadas pelas minhas ações,
pelas dos meus superiores, em tempos anteriores ao do meu governo, ou as dos
meus subalternos, posteriormente”.
Essas
foram as palavras do ex-ditador panamenho Manuel Noriega, na noite desta
quarta-feira (24/6), em transmissão exibida pelo canal Telemetro, do Panamá. O
que era para se uma entrevista terminou sendo basicamente uma declaração e nada
mais, já que o apresentador tentou continuar a conversa com perguntas ao
ex-general, sobre seu arrependimento e que gesto faria aos familiares das
vítimas, como a do ex-líder opositor Hugo Spadafora, mas se encontrou com a
firme resistência do militar em responder o que fosse – “para não trair a
solenidade do meu ato de hoje”, segundo ele.
Trecho da entrevista em que Noriega
faz a declaração pedindo perdão. A entrevista na íntegra (neste link) mostra ele esquivando perguntas,
o que denota a estratégia em busca de liberdade.
Manuel Noriega após ser condenado a
40 anos de prisão pela Justiça dos Estados Unidos, em 1992.
Noriega
está preso desde janeiro de 1990, após a invasão estadunidense no país iniciada
quando a disputa pela soberania do Canal do Panamá levou o ditador uma guerra
kamikaze contra os Estados Unidos, nas últimas semanas do ano anterior. O
conflito não durou mais de duas semanas.
Noriega
ficou preso nos Estados Unidos por 20 anos. Em 2010, foi extraditado para a
França, e no ano seguinte, voltou ao Panamá, onde continua cumprindo sua
sentença de 40 anos de prisão. Contudo, o regresso ao país natal também
permitiu à família iniciar uma série de ofensivas visando a libertação do
ex-militar, ou o benefício de prisão domiciliar, alegando bom comportamento e,
ironicamente, razões humanitárias, devido à sua idade avançada – ele tem 81
anos e um estado de saúde delicado, devido a um quadro de hipertensão arterial
agravado depois de três acidentes vasculares cerebrais.
O
pedido de perdão parece ser mais uma dessas estratégias. Partidários do
general, como Mario Rognoni – que foi seu assessor no governo –, pedem que ele
“seja tratado com um réu comum, e que possa ter os benefícios que são dados a
qualquer presidiário octogenário, e que sofre os problemas de saúde que ele
apresenta.
A
manobra é parecida a que tentou outro ex-ditador preso: o peruano Alberto
Fujimori. Em 2012, ele buscou mobilizar a opinião pública a favor de um
possível indulto através de um quadro pintado por ele, que trazia a mensagem
“perdão por aquilo que eu fiz e por aquilo que não pude evitar”. Mas a jogada
não funcionou, e ele continuou cumprindo pena em uma prisão de luxo especial
para ele, onde conta com longo jardim, classes de pintura e acesso a um
telefone público, com o qual costuma ligar com alguma frequência para emissoras
de rádio amigas, participando de programas ao vivo.
A pintura com a que Fujimori tentou
sair da cadeia. Não colou.
Noriega
não possui tantos benefícios, embora esteja numa penitenciária para presos
comuns. Também conta com muito menos apoio, já que as consequências sofridas no
Panamá durante as duas décadas de ditadura e as duas semanas de guerra com os
Estados Unidos o deixaram completamente abandonado do ponto de vista político –
diferente do ex-ditador peruano, que deposita esperanças em sua filha, Keiko Fujimori,
quase eleita presidenta em 2011, uma das favoritas na corrida para 2016, e
ninguém duvida que o indulto ao pai faz parte da sua agenda.
A
liberdade de Noriega só passou a ser uma possibilidade quando os Estados Unidos
deixaram de considerá-lo importante. Quando a ditadura panamenha começou, em
1968, contou com apoio dos Estados Unidos. O primeiro ditador foi Omar
Torrijos, militar com formação na Escola das Américas. Sua orientação não era
tão anticomunista como se gostaria, chegando inclusive a se aproximar de Fidel
Castro em meados dos Anos 70, mas a abertura a medidas econômicas liberais nos
Anos 70 – as que, implantadas aos poucos, terminaram transformando o país num
paraíso fiscal – eram suficientes para justificar esse apoio.
Porém,
a ofensiva pela recuperação do canal mudaram a visão estadunidense sobre ele.
Em 1977, Torrijos chega a um acordo com então presidente ianque Jimmy Carter
sobre o tema. O Tratado Torrijos-Carter estipulou a cessão da soberania sobre o
canal aos panamenhos no primeiro dia do ano 2000. Ali começou a ofensiva dos
republicanos contra o ditador, que tentaram impedir aprovação do acordo no
Senado estadunidense – estratégia que Torrijos teria respondido com ameaças de
sabotagem ao canal. Ali começa a participação de Manuel Noriega, o então
general que teria informado os Estados Unidos sobre as possíveis represálias.
Noriega e Bush pai, nos tempos em
que eram amigos. Em 1989, quando o panamenho declarou guerra aos Estados
Unidos, Bush era o presidente ianque.
Mas
Torrijos seria um obstáculo a menos em 1981, quando morreu num estranho avião
que explodiu em pleno voo. Meses depois, Noriega assumiu o seu lugar como líder
da chamada “revolução panamenha”. Pouco depois de assumir o poder, em 1983, o
ditador teve sua nomeação questionada pelo Senado estadunidense, e quem o
defendeu na ocasião foi o então diretor da CIA, William Casey, quem disse que o
general “realizava tarefas importantes para o governo norteamericano”.
As
polêmicas envolvendo a relação entre Noriega e os Estados Unidos são muitas,
além das já citadas acimas e as relatadas no livro “Confissões de um Assassino
Econômico”, do economista John Perkins, afirmando que os Estados Unidos foram
responsáveis pela morte de Torrijos e que Noriega havia sido um dos
conspiradores, participando diretamente da ação de sabotagem do avião.
Essa
aparente proximidade também se reforçou pela postura mais claramente
anticomunista do novo ditador, mas logo passou a se deteriorar, e mais
rapidamente que no caso de Torrijos. Em 1984, o Panamá ordenou o fim das
atividades da Escola das Américas no país. A entidade é conhecida por formar
militares latinoamericanos com uma forte carga ideológica de direita e de
ojeriza a movimentos sociais e políticos de esquerda – décadas antes, o próprio
Noriega recebeu treinamento na instituição, durante o período em que se iniciou
o vínculo com a CIA, o que depois lhe renderia a defesa feita por Casey diante
do Congresso dos Estados Unidos.
Noriega seguindo os passos de
Torrijos, antes de substituí-lo. Ditaduras contíguas, mas que depois seguiram
rumos distintos.
Nos
anos seguintes, os Estados Unidos passou a acusa Noriega de ligação com o
narcotráfico, enquanto o ditador avançava em sua campanha por adiantar a
recuperação do Canal do Panamá. Movido pela obsessão roubar de Torrijos os
méritos ela reconquista da soberania no canal, Noriega chegou ao cúmulo de
desafiar a maior potência militar do planeta.
As
duas semanas em que durou a invasão estadunidense produziram quase tantas
mortes quanto as duas décadas de ditadura, e não vitimou apenas opositores, mas
sim milhares de panamenhos das regiões, principalmente das zonas pobres
bombardeadas na capital do país. A ação militar devastou o país e destruiu
Noriega de diversas formas. Não havia forma de defendê-lo, nem dentro nem fora
do Panamá, nem mesmo a direita militarista se arrisca a defendê-lo. A mesma
Miami que serviu de refúgio de diversos tipos de apoiadores dos Estados Unidos
no continente, para ele foi, durante 20 anos, uma prisão sem benefícios.
Com
o pedido de perdão, a família tenta conseguir para ele um último benefício, um
final de vida como o que teve o chileno Augusto Pinochet, que nunca foi
condenado, e não como o do argentino Jorge Videla, que morreu na prisão.
28
de junho de 2015 em História.
http://redelatinamerica.cartacapital.com.br/o-calvario-de-manuel-noriega/
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