Ministro da Transparência pede
demissão após gravações:
Edição
do dia 30/05/2016
30/05/2016
21h15 - Atualizado em 30/05/2016 21h15
Fantástico
revelou áudios em que Fabiano orienta investigados.
Segundo delator, ele reclamou da Lava Jato e da Justiça.
Segundo delator, ele reclamou da Lava Jato e da Justiça.
Fabiano
Silveira não é mais o ministro da Transparência. Ele entregou a carta de
demissão ao presidente em exercício Michel
Temer na noite desta segunda-feira (30), depois de passar o dia
inteiro sob artilharia de parlamentares e de funcionários e chefes regionais do
ministério.
O Fantástico de domingo (29) revelou gravações em que Fabiano orientava investigados da Lava Jato, antes de ser ministro. E, segundo as palavras de um delator, trocou com ele reclamações contra a operação e a Justiça.
O Fantástico de domingo (29) revelou gravações em que Fabiano orientava investigados da Lava Jato, antes de ser ministro. E, segundo as palavras de um delator, trocou com ele reclamações contra a operação e a Justiça.
O
protesto começou cedinho. Na porta da extinta Controladoria Geral da União,
agora Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. Servidores cantaram
o Hino Nacional.
Impediram a entrada do carro do ministro, ele não estava dentro. Lavaram a calçada do prédio. Jogaram água também no corredor que leva ao gabinete do ministro. Exigiam a imediata exoneração de Fabiano Silveira, por causa da gravação divulgada no domingo (29) pelo Fantástico.
Impediram a entrada do carro do ministro, ele não estava dentro. Lavaram a calçada do prédio. Jogaram água também no corredor que leva ao gabinete do ministro. Exigiam a imediata exoneração de Fabiano Silveira, por causa da gravação divulgada no domingo (29) pelo Fantástico.
“Nós
não vamos aceitar alguém envolvido com a Operação Lava Jato, inclusive buscando
informações privilegiadas junto a autoridades e a órgãos públicos para livrar
políticos que estão altamente comprometidos e vamos ficar nesse protesto até
que o governo interino dispense de suas funções o sr. Fabiano Silveira”, disse
Rudnei Marques, presidente do Sindicato dos Servidores da CGU.
O áudio foi gravado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Durante as tratativas de um acordo de delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado contou que no dia 24 de fevereiro foi à casa de Renan Calheiros para conversar, entre outras coisas, sobre "as providências e ações que ele estava pensando acerca da Operação Lava Jato".
O áudio foi gravado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Durante as tratativas de um acordo de delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado contou que no dia 24 de fevereiro foi à casa de Renan Calheiros para conversar, entre outras coisas, sobre "as providências e ações que ele estava pensando acerca da Operação Lava Jato".
E
disse que participaram dessa conversa dois advogados de Renan, um de nome Bruno
e outro, Fabiano. Sérgio Machado disse: "No início, relatei aos advogados
sobre o que ocorreu em minha busca e apreensão". E, na revelação
mais importante, Sérgio Machado disse: "Trocamos reclamações gerais sobre a
Justiça e sobre a Lava Jato".
Participam
da reunião, além de Sérgio Machado e Renan Calheiros, presidente do Senado,
Bruno Mendes, um advogado, ex-assessor de Renan, e Fabiano Silveira. Ou seja, o
atual ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, encarregado de
combater a corrupção no governo federal, participou de uma conversa em que,
segundo Sérgio Machado disse aos investigadores, foram feitas críticas à Lava
Jato e à Justiça. Além disso, é possível entender que Fabiano orienta Renan e
Sérgio Machado a como se comportar em relação à PGR, a Procuradoria-Geral da
República.
A conversa ocorreu cerca de três meses antes de Fabiano assumir o cargo. A TV Globo pediu ao professor da Unicamp, o perito Ricardo Molina, que também analisasse a gravação. Ele disse que, "acima de qualquer dúvida razoável" a voz é de Fabiano Silveira.
A conversa ocorreu cerca de três meses antes de Fabiano assumir o cargo. A TV Globo pediu ao professor da Unicamp, o perito Ricardo Molina, que também analisasse a gravação. Ele disse que, "acima de qualquer dúvida razoável" a voz é de Fabiano Silveira.
Renan
diz a Fabiano que está preocupado com um dos inquéritos a que responde no
Supremo. O que investiga se o presidente do Senado e Sérgio Machado, entre
outros agentes públicos, receberam propina - em forma de doações eleitorais -
para facilitar a vitória de um consórcio de empresas em uma licitação para
renovar a frota da Transpetro.
Outros
dois delatores da Lava Jato, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, citaram o
negócio em depoimento. A campanha de Renan teria sido contemplada com duas
doações no valor total de R$ 400 mil. Renan diz a Fabiano, sem entrar em
detalhes, que está preocupado com um recibo. Machado diz que ele foi incluído
num processo de R$ 800 mil. Uma voz que não é possível identificar pergunta se
foi Youssef quem disse que o dinheiro foi para Renan. Machado diz que não.
Renan: Cuidado, Fabiano! Esse negócio do recibo, isso me preocupa pra c******.
Sérgio Machado: Eles me botaram num processo lá de 800 mil que o Youssef tinha dito que era pra... (inaudível) estaleiro. Que eles tão de acordo se tem certeza que era pra você (inaudível).
(Voz não identificada): Yousseff disse?
Sérgio Machado: Não. Da conclusão eles entendem que... (inaudível)
Renan: Cuidado, Fabiano! Esse negócio do recibo, isso me preocupa pra c******.
Sérgio Machado: Eles me botaram num processo lá de 800 mil que o Youssef tinha dito que era pra... (inaudível) estaleiro. Que eles tão de acordo se tem certeza que era pra você (inaudível).
(Voz não identificada): Yousseff disse?
Sérgio Machado: Não. Da conclusão eles entendem que... (inaudível)
Nesse
momento, Fabiano discute com eles a estratégia de defesa de Machado e Renan
nesse caso. Fabiano aconselha Renan. Aparentemente, que ele não deve entregar
uma versão dos fatos, pois isso daria à procuradoria condições de rebater
detalhes da defesa.
Fabiano:
A única ressalva que eu faria é a seguinte: tá entregando já a sua versão pros
caras da... PGR, né. Entendeu? Presidente, porque tem uns detalhes aqui
que eles... (inaudível) Eles não terão condição, mas quando você coloca aqui,
eles vão querer rebater os detalhes que colocou.
Mais
à frente, Fabiano chega a fazer críticas à condução da investigação pela
procuradoria. Diz que Janot e os procuradores estão perdidos.
Sérgio
Machado: Diz que o Janot não sabe nada. O Janot só faz... (inaudível) cada
processo tem um procurador.
Fabiano: Eles estão perdidos nesta questão.
Sérgio Machado: A última informação que vocês têm, não tem nada, não apuraram nada até hoje, é isso?
Fabiano: Não.
(Voz não identificada): É a última informação, né? (inaudível). Eles, desde o início, Sérgio, eles estão jogando verde para colher maduro. O cara fala: 'Eu não conheço o Renan'... (inaudível).
Fabiano: Eles foram lá buscar o limão e saiu uma limonada.
Fabiano: Eles estão perdidos nesta questão.
Sérgio Machado: A última informação que vocês têm, não tem nada, não apuraram nada até hoje, é isso?
Fabiano: Não.
(Voz não identificada): É a última informação, né? (inaudível). Eles, desde o início, Sérgio, eles estão jogando verde para colher maduro. O cara fala: 'Eu não conheço o Renan'... (inaudível).
Fabiano: Eles foram lá buscar o limão e saiu uma limonada.
Em
outra conversa, no dia 11 de março, sem a presença de Fabiano, Renan e Sérgio
Machado comentam a atuação do atual ministro da Transparência, Fiscalização e
Controle, que teria ido falar com o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, depois da reunião que tiveram no dia 24 de fevereiro.
A
TV Globo apurou que Fabiano procurou diversas vezes integrantes da força-tarefa
da Lava Jato para tentar informações de inquéritos contra Renan, e saía de lá
com evasivas, que eram comemoradas por Renan. Nesta conversa, Renan disse que
alguém na procuradoria nada tinha achado contra ele e que tinha classificado o
presidente do Senado de gênio.
Renan:
Ele disse ao Fabiano: 'Ó, o Renan... Se o Renan tiver feito alguma coisa que eu
não sei... Mas esse cara, p****, é um gênio', usou essa expressão. 'Porque nós
não achamos nada'.
Sérgio Machado: Já procuraram tudo.
Renan: Tudo
Sérgio Machado: Já procuraram tudo.
Renan: Tudo
O
ministro Fabiano Silveira nem esperou a divulgação dos áudios. Logo que soube,
no domingo mesmo, foi ao encontro do presidente Michel Temer, no Jaburu, e lá
assistiu à reportagem do Fantástico. Também estava presente o
secretário-executivo do programa de parceria de investimentos, Moreira
Franco. Juntos, eles entenderam que apesar de, nas tratativas da
delação, Sérgio Machado afirmar que houve troca de reclamações contra a Justiça
e a Operação Lava Jato, apesar de todo o conteúdo comprometedor do áudio, a
conversa não mostraria uma conspiração contra a Lava Jato.
Michel
Temer passou o dia avaliando o tamanho do estrago. Teve longas conversas com os
principais conselheiros: o chefe da Casa Civil, Eliseu
Padilha; o secretário-geral, Geddel Vieira Lima; e de novo Moreira
Franco.
Fabiano
Silveira virou ministro por indicação do presidente do Senado, a casa onde está
agora o processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, e que
precisará aprovar as medidas na área da economia propostas por Temer.
Os
parlamentares da base e da oposição defenderam a demissão do ministro.
“Não
acredito que o presidente Temer, se quiser zelar pela credibilidade, mantenha
esse ministro. Não pode. Ele é encarregado de zelar pela transparência, pela
ética e é pego numa trama desse tipo, vergonhosa? Está desmoralizado, não pode
continuar. Mas acho que o presidente interino Temer devia aproveitar e tirar
outros sobre os quais pesam suspeitas que amanhã poderão estar aparecendo outra
vez em fitas gravadas”, declarou Cristóvam Buarque.
“Ele
é ministro da Transparência. Ele é ministro, está num ministério que substitui
a Controladoria Geral da União, que tem como função principal manter viva a
investigação dentro do poder público. Ora, se revelam algumas falas, algumas
observações dele criticando a maior operação de combate à corrupção no Brasil,
penso que ele deixa de ter a possibilidade de continuar à frente desse
ministério”, disse a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
“É
evidente que fica insustentável a sua permanência no governo porque a tarefa
dele é dar transparência, fiscalização e controle. Isso se choca frontalmente
com qualquer iniciativa que tenha por objetivo conspirar contra a Operação Lava
Jato. De outro lado, há um compromisso do presidente Temer de preservar a
operação, o governo não interferir, e nesse caso o governo direta ou
indiretamente, à distância, mas interfere com a presença de um ministro”,
afirmou o senador Álvaro Dias (PV-PR).
O
líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado, afirmou em nota que “o
presidente Michel Temer precisa estabelecer uma linha automática de conduta e
não pode ter compromisso com o erro”.
Caiado
disse ainda que “o ministro da Transparência, Fabiano Silveira, não tem
condições de permanecer no comando de um órgão tão importante e simbólico. A
população já se posicionou enfaticamente que deseja ações de combate à
corrupção”.
À
tarde, diretores regionais do Ministério da Transparência em vários estados
entregaram seus cargos. Servidores seguiram em protesto pela Esplanada. Foram
até a porta do Palácio do Planalto dizer que, por eles, Fabiano Silveira já
estava demitido.
A
Transparência Internacional, organização de combate à corrupção, publicou nota
afirmando que suspendeu o diálogo com o Ministério da Transparência até que uma
apuração plena seja realizada e um novo ministro com experiência adequada na
luta contra a corrupção seja nomeado. Na nota, o diretor da Transparência
Internacional para as Américas afirma que "ninguém deve estar acima da
lei. Não deve haver impunidade para os corruptos e nem acordos a portas
fechadas. É decepcionante que o ministro encarregado da transparência esteja
agora sob suspeita, como parte de uma operação abafa."
A
defesa do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse que não pode
comentar por causa do sigilo da delação premiada.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não quiseram se manifestar.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não quiseram se manifestar.
Carta
de demissão
O destino de Fabiano Silveira começou a ser definido no final da tarde desta segunda. O presidente em exercício, Michel Temer, ligou para Fabiano e disse que ele não tinha perdido a confiança do governo, mas deixou claro nas entrelinhas que cabia a ele explicar os fatos ou tomar a iniciativa de deixar o governo. E foi o que ele fez poucas horas depois.
O destino de Fabiano Silveira começou a ser definido no final da tarde desta segunda. O presidente em exercício, Michel Temer, ligou para Fabiano e disse que ele não tinha perdido a confiança do governo, mas deixou claro nas entrelinhas que cabia a ele explicar os fatos ou tomar a iniciativa de deixar o governo. E foi o que ele fez poucas horas depois.
Na
carta de demissão, Fabiano diz:
“Recebi
do presidente Michel Temer o honroso convite para chefiar o Ministério da
Transparência, Fiscalização e Controle. Nesse período, estive imbuído dos
melhores propósitos e motivado a realizar um bom trabalho à frente da pasta.
Pela
minha trajetória de integridade no serviço público, não imaginava ser alvo de
especulações tão insólitas. Não há em minhas palavras nenhuma oposição aos
trabalhos do Ministério Público ou do Judiciário, instituições pelas quais
tenho grande respeito.
Foram
comentários genéricos e simples opinião, decerto amplificados pelo clima de
exasperação política que todos testemunhamos. Não sabia da presença de Sérgio
Machado. Não fui chamado para uma reunião. O contexto era de informalidade
baseado nas declarações de quem se dizia a todo instante inocente.
Reitero
que jamais intercedi junto a órgãos públicos em favor de terceiros. Observo ser
um despropósito sugerir que o Ministério Público possa sofrer algum tipo de
influência externa, tantas foram as demonstrações de independência no
cumprimento de seus deveres ao longo de todos esses anos.
A situação em que me vi involuntariamente envolvido, pois nada sei da vida de Sérgio Machado, nem com ele tenho ou tive qualquer relação, poderia trazer reflexos para o cargo que passei a exercer, de perfil notadamente técnico.
A situação em que me vi involuntariamente envolvido, pois nada sei da vida de Sérgio Machado, nem com ele tenho ou tive qualquer relação, poderia trazer reflexos para o cargo que passei a exercer, de perfil notadamente técnico.
Não
obstante o fato de que nada atinge a minha conduta, avalio que a melhor decisão
é deixar o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.
Externo
ao senhor presidente da República o meu profundo agradecimento pela confiança
reiterada”.
O
Palácio do Planalto ainda não informou quem será o novo ministro da
Transparência.
MIGUEL
DE ALMEIDA
Prestes e a lenda do sapo barbudo
30/05/2016 02h00
A
história só termina quando acaba, segundo o filósofo Chacrinha. Até o momento,
Luiz Inácio Lula da Silva e Luís Carlos Prestes são identificados como os dois
mais populares líderes da esquerda no Brasil.
O
comunista Prestes morreu em 1990, aos 92 anos, e presenciou a derrota de Lula
para Fernando Collor, em 1989. Teve uma vida recheada de aventuras: militar,
engenheiro ferroviário, viveu na clandestinidade por décadas, passou nove anos
na cadeia getulista, foi exilado. Na academia militar, onde se formou, sua
inteligência em cálculo era uma lenda. Na arte militar, nem tanto.
Talvez
por isso seja tão criticado. É reconhecido por sua liderança férrea e,
principalmente, pela quantidade absurda de erros estratégicos cometidos em sua
ação política.
Em
1935, acreditou que tinha apoio popular para a tentativa de um golpe e acabou
pendurado na brocha e na cadeia. Teve sorte, pois alguns de seus companheiros
terminaram mortos.
Acertou
quando se opôs à luta armada contra o regime militar de 1964 e provocou o racha
no Partido Comunista Brasileiro. Mas perdeu do mesmo jeito: do exílio,
acompanhou o trucidamento e morte de vários de seus companheiros.
Durante
uma de suas fugas, esqueceu algumas cadernetas com nomes e outras informações
de seus correligionários. À la Marcelo Odebrecht, tinha mania de anotar dados
que deveriam ser sigilosos.
A
repressão fez o diabo com aquelas anotações em mãos. Embora tenha feito um
mea-culpa, passou a ser considerado um trapalhão por seus críticos.
No
fim da vida, estava isolado politicamente e ao lado de Leonel Brizola, então um
áspero gozador de Lula. Morreu sem esclarecer candidamente o que fizera com um
dinheirinho dado por Getúlio Vargas no início da década de 1930. Bem, a causa,
a causa. É, ainda assim, um dos ícones da esquerda brasileira.
Lula,
70, depois de liderar greves históricas, e ser duas vezes presidente do Brasil,
enfrenta agora seu calvário. Vive com medo de ser preso. Ao contrário de
Prestes, não por questões políticas.
Com
diversas marcas de batom na cueca, do tipo sem explicação cabível, a cada nova
nota oficial de seu instituto reconta suas versões para as mesmas histórias.
Sua
trajetória política até o momento não é um primor de estratégia: resultou na
perda dramática de vários de seus generais (muitos deles ora em retiro forçado
na aprazível Curitiba), de seus tenentes (alguns em silêncio cativo e outros
usufruindo dos mesmos ares do sul) e de seus escribas (com a perda de cargo).
Assiste atônito à possibilidade de perder a rainha e seus dois pedalinhos.
No
caso de Lula, a história ainda continua em narrativa. A cada novo dia, um
parente ou amigo seu é brindado com a visita inesperada da Polícia Federal. A
população de Curitiba cresce na mesma proporção em que seu partido e apoio
politico mínguam. Triste passado.
Não
se sabe qual erro político foi maior: o de Lula, ao se aliar à turma oriunda da
luta armada, que jamais fez autocrítica, ou o desses ex-combatentes em armas
(vamos tirar José Dirceu daí, já que ele enfrentou apenas um bisturi), ao cair
no conto de um sindicalista que nunca foi de esquerda e que, no poder, se
amancebou aos poderosos.
Isso,
Prestes jamais fez. Ponto para o Velho.
MIGUEL
DE ALMEIDA é editor e escritor. Dirigiu, com Luiz R. Cabral, o
documentário "Não Estávamos Ali para Fazer Amigos", sobre a atuação
do caderno "Ilustrada", da Folha, no fim da década de 1980
Metrópolis: Não estávamos ali
Um bálsamo para Macholitadas
Biografia: Buda
é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a
verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal descoberta aos
demais seres. A verdadeira natureza dos fenômenos, aqui, quer dizer o
entendimento de que todos os fenômenos são impermanentes, insatisfatórios e
impessoais.
Bálsamo para vítimas de Macholito
Mafalda - Manolito va a la escuela
(II)
Primeira aparição: 29 de Março de 1965.
Sobrenome: Goreiro.
Idade: 6 anos em 1964.
Características: bruto, ambicioso e materialista, mas, no fundo, com um grande coração. De todos os personagens, ele e a Susanita são os únicos que realmente sabem o que querem da vida. No seu caso, uma enorme rede de supermercados. Admirador de Rockefeller, as suas paixões são tão fortes como o seu ódio, como o que tem dos hippies – entre os quais inclui os Beatles – e da Susanita.
Álbum de família: filho de espanhóis. O pai, bruto como o filho, demonstra, às vezes, alguns brutos sinais de carinho. A família é completada pelo seu irmão, idêntico ao Manolito, que aparece por primeira e última vez no livro n°1, quando acaba o serviço militar. A mãe é uma incógnita: só aparece a sua mão segurando um chinelo que ameaça o Manolito.
POR GUSTAVO PESTANA
A
Árvore (o sândalo), quando é ferida, ela expele de seu interior um perfume, e
aquele machado que a feriu fica com o bom cheiro. ]
Esta
árvore chamada sândalo, além de perfumar o machado que o fere, ainda é usada na
medicina, para fazer remédios.
O
sândalo não deixa o machado mal cheiroso, mas quando o machado fere o sândalo,
o machado fica com o bom cheiro;
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