Isabel Portuguesa na Vila de Noel Brasileiro
Passeio Musical pelas calçadas de pedras portuguesas da Vila brasileira de Noel Rosa
Passeio Musical pelas calçadas de pedras portuguesas da Vila brasileira de Noel Rosa
Rainha
Santa Isabel na entrada da Universidade de Coimbra
Em
Portugal, a calçada portuguesa sofreu um grande impulso após o Renascimento e,
sobretudo, com a reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755. A calçada
portuguesa constitui uma forma tradicional de tratamento do espaço urbano que,
assumindo valor estetico genuino, nao pode deixar de ser considerada como uma
verdadeira manifestação da cultura nacional.
A
calçada portuguesa ou mosaico é o nome consagrado de um determinado tipo de
pavimentação de passeios e dos espaços públicos de uma forma geral. Este tipo
de passeio é muito utilizado em países, regiões, estados ou cidades com o
conjunto de identidades culturais da língua portuguesa como Angola, Brasil,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe,
Timor-Leste e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo.
A
calçada portuguesa resulta do calcetamento com pedras de formato irregular,
geralmente de calcário e basalto, que podem ser usadas para formar padrões
decorativos pelo contraste entre as pedras de distintas cores. As cores mais
tradicionais são o preto e o branco, embora sejam populares também o castanho e
o vermelho. Em certas regiões brasileiras, porém, é possível encontrar pedras
em azul e verde. Nos Açores, onde o basalto predomina, criando um mosaico do
mais puro negro brilhante.
A
calçada portuguesa, conforme a conhecemos, foi empregada pela primeira vez em
Lisboa no ano de 1842. O trabalho foi realizado por presidiários, chamados
“grilhetas”, a mando do Governador de Armas do Castelo de São Jorge,
Tenente-General Eusébio Cândido Furtado. O desenho utilizado nesse pavimento
foi de um traçado simples (tipo zig-zag) mas, para a época, a obra foi de certa
forma insólita que motivou versos satíricos dos cronistas portugueses e levou o
escritor Almeida Garrett a mencioná-la no romance O Arco de Sant’Anna.
Após
este primeiro acontecimento, foram concedidas verbas a Eusébio Furtado para que
os seus homens pavimentassem toda a área da Praça do Rossio, uma das zonas mais
conhecidas e mais centrais de Lisboa – numa extensão de 8.712 metros quadrados.
A calçada portuguesa rapidamente se espalhou por todo o país e colônias,
subjacente a um ideal de moda e de bom gosto, tendo-se apurado o sentido
artístico, que foi aliado a um conceito de funcionalidade, originando
autênticas obras-primas para a (re)qualificação dos espaços públicos,. A
preferência pelas pedras confere uma espécie de alternativa aos seixos, que
eram de uso comum nos átrios das casas, dos conventos e palácios. As jazidas
estavam disponíveis nos maciços na periferia da capital portuguesa composta por
pedras de formato irregular, talhadas em forma cúbica, assentes em areia e
dispostas em padrões decorativos, tirando partido do contraste entre as pedras
de distintas cores.
Em
Portugal, os trabalhadores especializados na colocação desse tipo de calçada
são os mestres calceteiros. No Brasil, foi um dos mais populares materiais
utilizados pelo paisagismo do século XX, devido à sua flexibilidade de montagem
e de composição plástica. A sua aplicação pode ser aferida em projetos como o
do famoso calçadão da Praia de Copacabana (de Roberto Burle
Marx) ou nos espaços da antiga Avenida Central, no Rio de Janeiro, e na Avenida
Paulista, em São Paulo.
Atualmente
tornou-se um padrão de pavimentação de zonas pedonais, um pouco espalhada por
todo o mundo de onde encontramo-la também em todos os Países de Língua Oficial
Portuguesa (as antigas colônias), como reminiscência cultural lusitana.
Em
1986, foi criada a Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa, situada
na Quinta Conde dos Arcos. Da autoria de Sérgio Stichini, em Dezembro de 2006,
foi inaugurado também um monumento ao calceteiro, na Rua da Vitória, entre as
Rua da Prata e Rua dos Douradores, em Lisboa.
Das sarjetas brasileiras da Vila de
Isabel para as calçadas portuguesas da Vila de Noel
A
VILA NÃO QUER ABAFAR NINGUÉM, SÓ QUER MOSTRAR QUE FAZ CALÇADAS TAMBÉM
FEITIÇO DA VILA
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João
Batista Vianna Drumond, o Barão de Drumond, natural de Minas Gerais, entrou
para a história do Brasil por ter criado o jogo do bicho, uma contravenção
centenária que se espalhou por todo o território nacional, a partir do Rio de
Janeiro, onde o aristocrata do Império morou a maior parte de sua vida. Mas o
jogo do bicho não nasceu como contravenção. Muito ao contrário, o Barão foi o
responsável pela formação do primeiro Jardim Zoológico da cidade e, para
estimular a visitação ao local onde foi instalado, criou uma loteria premiando
quem havia comprado ingresso para ver os bichos. O que fizeram depois com isso
é outra história.
ERNESTO
NAZAREH
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APANHEI-TE
CAVAQUINHO
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A
visão empresarial do Barão exibe seu descortino a partir de 1871, quando
manifesta interesse na exploração da Fazenda do Macaco, uma área que Dom Pedro
I presenteara a sua segunda esposa, a Imperatriz Amélia de Leuchtenberg, uma
princesa bávara, neta da Imperatriz Josefina, mulher de Napoleão. Logo, o Barão
obteve concessão para instalar uma linha de ferro carril ligando o centro da
cidade do Rio de Janeiro às terras da fazenda. Conseguida a concessão, foi
ainda mais longe: propôs à Corte a compra da fazenda com a intenção de fazer
ali um bairro novo – a Vila Isabel –, nome escolhido em homenagem à filha do
Imperador Dom Pedro II.
Uma
companhia urbanizadora foi criada pelo Barão, que decidiu fazer da Vila um
bairro de linhas modernas semelhantes às de Paris. Um grande eixo foi traçado
em forma de avenida, arborizada no centro. Assim nasceu o Boulevard 28 de
Setembro – Boulevard por ser uma avenida de estilo francês e 28 de Setembro por
ser o dia em que a Princesa Isabel assinou a lei do Ventre Livre, que tornava
livres todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data.
ARY BARROSO
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AQUARELA DO BRASIL
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Deve-se
ao arquiteto Orlando Madalena a idéia genial, lançada em 1964, de construir em
Vila Isabel, berço do samba, as chamadas “calçadas musicais", a pretexto de
continuar as comemorações do quarto centenário da cidade do Rio
de Janeiro.
Era
uma idéia simples, mas de uma originalidade sem limites: desenhar com pedras
portuguesas, nas calçadas do bairro, as pautas musicais dos autores que
marcaram época na música popular brasileira até então, a começar por Chiquinha
Gonzaga e com destaque especial para Noel Rosa, o grande compositor da Vila.
ORESTES
BARBOSA
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CHÃO
DE ESTRELAS
O
que não faz uma idéia! E pensar que tudo começou quando o arquiteto apresentou
a proposta em uma reunião do Lions Clube de Vila Isabel e ela foi logo aprovada
por unanimidade. Logo se formou uma comissão de trabalho, que deu ao compositor
"Almirante" a incumbência de selecionar as músicas, ao maestro
"Carioca" a missão de simplificar as partituras e ao arquiteto Hugo
Ribeiro a elaboração do projeto decorativo das calçadas. Depois, foi só
procurar a Prefeitura carioca, que assumiu o projeto e entrou com as
pedras e os calceteiros – esses ilustres anônimos que tanto deram de seu
esforço e talento para moldar nas calçadas brasileiras as melhores páginas da
arte musiva nacional.
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Vale
uma visita ao local, que é um espaço riquíssimo e de grata memória do Rio
antigo. E relembrar Chiquinha Gonzaga: “Ó abre-alas, que eu quero passar”.
JURA
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SINHÔ
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ter·ra·mo·to |ó|
(latim terrae motus, movimento de terra)
(latim terrae motus, movimento de terra)
substantivo
masculino
1. [Geologia] Libertação súbita de energia que provoca movimentos da superfície terrestre. = ABALO SÍSMICO, SISMO, TREMOR DE TERRA
2. Grande perturbação.
Sinônimo Geral: TERREMOTO
Palavras
relacionadas:
.
"terramoto", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/terramoto [consultado em 08-05-2016].
cal·ce·tei·ro
substantivo
masculino
1. Aquele que trabalha no empedramento de estradas, ruas, etc.
2. [Antigo] Fabricante de calças.
Palavras
relacionadas:
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"calceteiro", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/calceteiro [consultado em 08-05-2016].
cal·ce·ta·men·to
substantivo
masculino
.Ato ou efeito de calcetar.
Palavras
relacionadas:
.
cal·ce·tar - Conjugar
verbo
transitivo
1. Calçar.
2. Empedrar.
Palavras
relacionadas:
.
"calcetamento", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/calcetamento [consultado em 08-05-2016].
pe·do·nal
(latim medieval pedo, -onis, que tem pés grandes, que vai a pé + -al)
(latim medieval pedo, -onis, que tem pés grandes, que vai a pé + -al)
adjetivo
de dois gêneros
1. Relativo a pedestre.
2. Que só pode ser percorrido a pé. = PEDESTRE
Palavras
relacionadas:
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Parecidas
Palavras
vizinhas
"pedonal", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/pedonal [consultado em 08-05-2016].
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