Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 19 de setembro de 2023
Emprego correto de expressões
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GENERAL ASSEMBLY
Follow the UN General Debate
His Excellency Dennis Francis, President of the 78th session, will open the general debate on 19 September at 9am (local time in New York). This year, the debate will focus on the theme “Rebuilding trust and reigniting global solidarity: accelerating action on the 2030 Agenda and its Sustainable Development Goals towards peace, prosperity, progress and sustainability for all.” Member States are invited to address the General Assembly - it’s an opportunity to reaffirm their commitment to multilateralism. Watch the debate live, check the live blog and join the conversation #UNGA!
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Ao vivo: Lula discursa na Assembleia Geral da ONU
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BBC News Brasil
BBC World Service é um serviço de rede pública de televisão do Reino Unido. Wikipedia (Inglesa)
16.607 visualizações Transmissão ao vivo realizada há 2 horas #BBCNewsBrasil #Lula #onu
O presidente Luiz Inácio Luila da Silva (PT) fez nesta terça-feira (19/09) o discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Lula fez o primeiro discurso de chefes de Estado - o representante brasileiro tradicionalmente é o primeiro a ir aos microfones, logo após o secretário-geral da ONU.
Esta foi a oitava vez que Lula fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. Em seus dois primeiros mandatos, ele não discursou na abertura apenas em 2010.
https://www.youtube.com/watch?v=Y4wxLzFNCJk
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SOCRATEIRAMENTE, OU SOCRATICAMENTE!
EMPREGADORES E ENTREGADORES?
Os entregadores empregam empregadores?
Os empregadores são empregados pelos entregadores?
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O artigo de Fernando Gabeira aborda a situação dos entregadores por aplicativos no Brasil e destaca as condições precárias de trabalho que enfrentam. Ele ressalta que esses trabalhadores desempenham um papel essencial na mobilidade urbana e no conforto das pessoas, mas muitas vezes recebem salários muito baixos.
Gabeira observa que durante a pandemia, houve um aumento do interesse pela situação dos entregadores, mas a realidade precária persiste. Ele compara a situação dos entregadores no Brasil com a que ele vivenciou na Suécia, onde todos os trabalhos eram remunerados de forma digna, e as diferenças salariais eram menores.
O autor também menciona que os ganhos dos entregadores têm diminuído ao longo do tempo devido ao aumento da disponibilidade de mão de obra, à medida que mais pessoas recorrem a esse tipo de trabalho. Além disso, destaca que muitos entregadores são agredidos ou tratados de forma injusta pelos clientes, que nem sempre reconhecem as dificuldades que enfrentam.
Ele propõe a ideia de determinar uma taxa de serviço para os entregadores, semelhante à taxa de 10% que a maioria dos restaurantes cobra pelos serviços de garçons. Essa taxa ajudaria a compensar as dificuldades e os riscos que os entregadores enfrentam em seu trabalho.
No geral, o autor conclui que é importante que algo seja feito para melhorar as condições de trabalho e a remuneração dos entregadores, que desempenham um papel fundamental na sociedade, movendo-se pelas grandes cidades e garantindo a entrega de alimentos e outros produtos. Ele espera que os esforços em curso para melhorar a situação desses trabalhadores tenham sucesso e representem um avanço em um país tão desigual como o Brasil.
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Fernando Gabeira - O drama invisível dos entregadores
O Globo
Cortei grama em cemitério na Suécia, e o que mais admirava era todos os trabalhos terem remuneração digna
Antes e depois da pandemia, fiz um trabalho sobre os andarilhos, mostrando como povoam as margens das estradas brasileiras e são invisíveis para a maioria dos motoristas. Mas há outro tipo de pessoa incorporado à paisagem urbana que, às vezes, nem é notado. São mais de 1 milhão de entregadores por aplicativos que cruzam as ruas do Brasil. Contribuem com nosso conforto e também com a mobilidade urbana.
Hoje, é possível que façam uma grande manifestação para mostrar como recebem pouco e como são precárias suas condições de trabalho. Grandes empresas, como a Amazon, fizeram uma proposta de R$ 12 a hora para motociclistas e R$ 7 para ciclistas. É muito pouco. Lembro-me de ter trabalhado muitos anos na Suécia e ganhava por hora mais do que ganhariam por um dia de trabalho.
Cinco horas em cima de uma bicicleta para ganhar R$ 35 é realmente uma ninharia. Já estive por cinco horas diárias numa bike, durante a campanha política, e sei como é cansativo.
Os ganhos dos entregadores eram maiores e têm caído vertiginosamente com o tempo. Isso se explica, como acontece com todas as categorias, pelo aumento de disponibilidade da mão de obra — o crescimento do que, em termos clássicos, chamamos exército industrial de reserva. As empresas aproveitam a disponibilidade de milhares de pessoas que ficam subitamente sem trabalho e lançam mão do carro, da moto ou da bike para sobreviver. Em alguns casos, o trabalhador ainda paga o aluguel da bicicleta por hora.
Durante a pandemia, cresceu um pouco o interesse pelos entregadores. Assim como os que trabalham na saúde, e outras atividades essenciais, apareceram como aquelas pessoas indispensáveis que, às vezes, ignoramos. A pandemia passou, mas não se apagou a realidade revelada por ela. São trabalhadores essenciais, e não tem sentido que vivam com tanta precariedade.
Ocupei postos menos importantes na Suécia. Fui porteiro noturno de um hotel tranquilo, cortei grama em cemitério, mas o que mais admirava na sociedade escandinava era exatamente todos os trabalhos terem uma remuneração digna. Aliás, é uma das características que às vezes impressionam os brasileiros: as diferenças salariais não são tão grandes como aqui. Uma campanha para que filhos de trabalhadores entrem na universidade, todos viajem de avião, como às vezes é expressa na política brasileira, não teria sentido por lá. Já é um dado da realidade.
Existem algumas dificuldades para que se faça justiça aos entregadores. Possivelmente, não queiram se organizar em sindicatos. São acossados por um número cada vez maior de pretendentes ao trabalho. E não encontram um eco na política tradicional. Eles são um novo tipo de trabalhador, que move parte da vida das grandes cidades. Recentemente, um deles foi agredido porque não subiu ao apartamento para entregar a comida. O cliente achou que ele tinha obrigação, o que não é verdade.
Existe algo que poderia ser feito também. Não pretendo que isso seja uma solução. Apenas uma proposta que deveria ser examinada no grupo de trabalho que o governo formou para tratar do tema. A maioria dos restaurantes cobra 10% por serviços. Quase todos fazem isso obrigatoriamente. Por que não determinar uma taxa de serviço? Garçons andam muito, mas num ambiente seguro. Entregadores enfrentam quilômetros, trânsito complicado, às vezes chuva forte.
Essa ideia não exime as empresas de apresentar propostas decentes de remuneração. Em último caso, poderia ser uma escolha do cliente. Seria uma maneira de contribuir para que os ganhos de entregadores, que só fazem cair nos últimos anos, chegassem a um patamar coerente com sua grande importância social.
Se houver algum movimento hoje, como estava programado, espero que tenha êxito. Será um pequeno avanço num país tão desigual.
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O uso recorrente de determinadas expressões - Português
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Normas Gramaticais
Emprego correto de expressões
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O texto apresentado é uma lista de dicas e explicações sobre o uso correto de algumas expressões em português, incluindo correções para uso inadequado.
À custa de
À custa de equivale às locuções a expensas de e com o emprego de.
Exemplos:
O país cresceu à custa de empréstimos internacionais.
Realizei meu sonho à custa de muito suor.
Observação 1. A palavra custas não forma locução. Por isso, evite a expressão no plural (às custas de).
Observação 2: A palavra custas (no plural) indica despesas de um processo criminal ou cível.
Exemplo:
As custas processuais foram calculadas sobre o valor do acordo.
A expensas de
A expensas de equivale à locução à custa de.
Exemplo:
Desempregado, vive a expensas do pai.
Observação: Prefira usar a expensas de (e não às expensas de).
Acerca de / A cerca de / Cerca de / Há cerca de
Acerca de equivale a sobre, a respeito de.
Exemplo:
Falou acerca da produção do algodão colorido.
A cerca de / cerca de são locuções que equivalem a perto de, aproximadamente.
Exemplos:
As mudas devem ser plantadas a cerca de 30 cm umas das outras.
Cerca de 50 espécies de cultivares foram cadastradas.
Há cerca de é locução que equivale a faz aproximadamente.
Exemplo:
Eles saíram há cerca de 40 minutos.
À medida que / Na medida em que
À medida que significa à proporção que, conforme.
Exemplo:
Os salários aumentaram à medida que os argumentos do sindicato se fortaleceram.
Na medida em que corresponde a tendo em vista que, uma vez que, porque, já que.
Exemplo:
O projeto foi esquecido, na medida em que faltou investimento.
Ao invés de / Em vez de
No sentido de oposição, podem ser usadas as expressões ao invés de e em vez de.
Exemplos:
Em vez de [ou ao invés de] ajudar, atrapalhou.
Em vez de [ou ao invés de] entrar, saiu.
No sentido de substituição, só se usa em vez de.
Exemplos:
Em vez de plantar soja, plantou sorgo. (CERTO)
Ao invés de plantar soja, plantou sorgo. (ERRADO)
Em vez de comprar bananas, comprou laranjas. (CERTO)
Ao invés de comprar bananas, comprou laranjas. (ERRADO)
Observação: A locução de vez que não existe em português. Deve ser substituída por uma vez que, pois, porque.
Exemplo:
Foi advertido, uma vez que se portou mal. (CERTO)
Foi advertido, de vez que se portou mal. (ERRADO)
Aonde / Onde
Aonde é advérbio que se usa com verbo de movimento (principalmente chegar, ir, voltar, levar, retornar, dirigir-se, que são construídos com a preposição a); equivale sempre a para onde.
Exemplo:
Não sei aonde você vai.
Onde indica permanência/localização.
Exemplo:
Não sei onde ele está.
Ao nível de / Em nível (de) / A nível (de)
Ao nível de é locução que tem o sentido exclusivo e literal de à mesma altura de.
Exemplo:
O Rio de Janeiro está ao nível do mar.
Em nível (de) e a nível (de) são locuções que devem ser evitadas por ser um modismo desnecessário. Na maioria das vezes, essas locuções são dispensáveis ou podem ser substituídas por: com relação a, no que se refere a, como, no plano, no âmbito.
Exemplos:
Foi avaliado como presidente da associação. (CERTO)
Foi avaliado em nível de presidente da associação. (ERRADO)
Em relação à educação, o país vai mal. (CERTO)
A nível de educação, o país vai mal. (ERRADO)
Foi um resultado excepcional no âmbito nacional. (CERTO)
Foi um resultado excepcional a nível nacional. (ERRADO)
Foi um resultado excepcional em nível nacional. (ERRADO)
A princípio / Em princípio / Por princípio
A princípio significa no início.
Exemplo:
A princípio, pensou em abandonar o projeto.
Em princípio significa de modo geral, em tese.
Exemplo:
Todos, em princípio, têm os mesmos direitos.
Por princípio equivale a por convicção.
Exemplo:
A instituição tem por princípio cuidar do menor abandonado.
Até à / Até a
A crase após a preposição até é facultativa.
Exemplos:
Caminhamos até a [ou à] praia.
Fomos até [a]o cais do porto.
Através de
Através de é locução que equivale a por dentro de, de um lado a outro, ao longo de.
Exemplos:
Viajou através de todo o país.
Maria olhava a chuva através da janela.
A locução através de não deve ser utilizada quando o sentido for por meio de, por intermédio de ou por. Nesses casos, deve ser substituída por essas expressões.
Exemplos:
A notícia chegou por intermédio do ministro da Fazenda. (CERTO)
A notícia chegou através do ministro da Fazenda. (ERRADO)
O assunto foi resolvido por meio de decreto. (CERTO)
O assunto foi resolvido através de decreto. (ERRADO)
Cessão / Sessão / Seção (ou Secção)
Cessão significa o ato de ceder, de dar.
Exemplo:
O pesquisador fez a cessão de sua patente.
Sessão significa intervalo de tempo que dura uma reunião, assembleia, trabalho, espetáculo.
Exemplo:
A Diretoria reuniu-se em sessão extraordinária.
Seção (ou secção) significa parte de um todo, subdivisão, segmento.
Exemplos:
Compramos as revistas na seção [ou secção] de literatura.
Ele foi indicado para ser chefe da seção [ou secção].
Observação: A palavra secção corresponde também a corte, amputação, ato de cortar.
Exemplo:
O cirurgião fez a secção do osso.
Como sendo
Como sendo é expressão desnecessária e evitável.
Exemplo:
Julgaram-no o melhor funcionário do ano. (CERTO)
Julgaram-no como sendo o melhor funcionário do ano. (ERRADO)
De... a / Entre... e
Para indicação de variação entre dois limites (valor, quantidade, percentual, etc.), podem-se usar:
De... a (a preposição que se correlaciona com a preposição de é a).
Exemplos:
A idade das crianças varia de 5 a 8 anos. (CERTO)
A idade das crianças varia de 5 e 8 anos. (ERRADO)
O aumento da gasolina será de 2% a 5%. (CERTO)
O aumento da gasolina será de 2% e 5%. (ERRADO)
Entre... e (a conjunção que se correlaciona com a preposição entre é e).
Exemplos:
Foram vacinadas todas as crianças entre 1 e 3 anos. (CERTO)
Foram vacinadas todas as crianças entre 1 a 3 anos. (ERRADO)
Participaram da capacitação entre 15 e 20 pessoas. (CERTO)
Participaram da capacitação entre 15 a 20 pessoas. (ERRADO)
De forma a / De modo a / De maneira a
Para expressar ideia de finalidade, podem-se usar as construções de forma (a) que + verbo flexionado ou de forma a + verbo no infinitivo.
Proceda do mesmo modo com de maneira a, de modo a e expressões semelhantes.
Exemplos:
Ele examinou o mapa, de forma [a] que tivesse uma noção exata do local.
Ele examinou o mapa, de forma a ter uma noção exata do local.
Fez o trabalho de maneira [a] que agradasse ao chefe.
Fez o trabalho de maneira a agradar ao chefe.
Construíram altos muros, de modo [a] que os presos fossem impedidos de fugir.
Construíram altos muros, de modo a impedir a fuga dos presos.
Desde... até
Desde... até ou desde... a são formas usadas apenas quando há uma gradação.
Exemplos:
Respeitava desde o mais humilde até o mais destacado funcionário da empresa.
O governo deveria garantir às crianças instrução desde a escola até a universidade.
Observação: Por ser preposição, desde é palavra que não pode vir seguida de outra preposição.
Exemplo:
Eles trabalharam desde a manhã até a noite. (CERTO)
Eles trabalharam desde de manhã até de noite. (ERRADO)
Devido a
Quando usada na forma passiva ou como simples particípio no sentido de causado por, em decorrência de, a locução devido a deve concordar em gênero e número com o nome (substantivo ou adjetivo) a que se refere.
Exemplos:
A inflação e o desemprego eram devidos à má administração pública. (Forma passiva)
A queda devida à instabilidade da Bolsa agravou-se há alguns dias. (Particípio)
Quando usada como equivalente de por causa de, em razão de, graças a, desde que, a locução devido a mantém-se invariável (portanto, não deve ser flexionada).
Exemplos:
O empate não provocou surpresa, devido à igualdade entre os dois jogadores.
A informação não estava disponível, devido a problemas de comunicação.
Observação 1: Essa locução não deve ser usada sem preposição.
Exemplo:
Devido ao mau tempo, a equipe não velejou. (CERTO)
Devido o mau tempo, a equipe não velejou. (ERRADO)
Observação 2: A locução devido a não deve ser usada antes de infinitivo.
Exemplos:
O acidente só ocorreu devido ao óleo que havia na pista. (CERTO)
O acidente só ocorreu devido a haver óleo na pista. (ERRADO)
Não entramos na água devido à grande agitação do mar. (CERTO)
Não entramos na água porque o mar estava muito agitado. (CERTO)
Não entramos na água devido ao mar estar muito agitado. (ERRADO)
Em função de
Em função de é locução que só deve ser empregada com a ideia de finalidade, dependência ou quando o texto se referir à relação matemática de função.
Exemplos:
A mulher vivia em função da família.
Na Figura 2, observa-se a produtividade de grãos de milho em função de doses de nitrogênio mineral aplicadas no estádio de quatro folhas ou de oito folhas.
Nos demais casos, devem-se usar outras expressões, como: em virtude de, por causa de, em consequência de, em razão de, por.
Exemplos:
O paciente piorou por causa do tratamento. (CERTO)
O paciente piorou em função do tratamento. (ERRADO)
O experimento II produziu mais, em razão do material utilizado. (CERTO)
O experimento II produziu mais, em função do material utilizado. (ERRADO)
Enquanto
Enquanto é conjunção que indica tempo concomitante. Ao empregá-la, mantenha a correlação entre os tempos verbais.
Exemplos:
Enquanto o professor elaborava [pretérito imperfeito] as questões, os alunos divertiam-se [pretérito imperfeito].
Enquanto eu tiver [futuro do subjuntivo] forças, trabalharei [futuro do presente].
Observação: Não existe a forma enquanto que.
Exemplos:
Uns trabalham enquanto outros se divertem. (CERTO)
Uns trabalham enquanto que outros se divertem. (ERRADO)
Face a
Face a é locução que deve ser substituída por em face de, ante, diante de, por causa de e expressões semelhantes.
Exemplos:
Em face da recusa de Maria, João chorou. (CERTO)
Face à recusa de Maria, João chorou. (ERRADO)
Por causa da escassez de recursos, o projeto foi arquivado. (CERTO)
Face à escassez de recursos, o projeto foi arquivado. (ERRADO)
Frente a
Frente a é locução que deve ser substituída por diante de, ante, perante, defronte de, em face de e expressões semelhantes.
Exemplos:
O réu apresentou-se diante do juiz. (CERTO)
O réu apresentou-se frente ao juiz. (ERRADO)
Ele não sabe como agir diante de situações imprevistas. (CERTO)
Ele não sabe como agir frente a situações imprevistas. (ERRADO)
O dólar teve nova desvalorização ante o real. (CERTO)
O dólar teve nova desvalorização frente ao real. (ERRADO)
Observação: A expressão fazer frente a (que significa defrontar, enfrentar) é correta. Vem sempre acompanhada da preposição a.
Exemplo:
Ela sempre fez frente às decisões da chefia.
Grosso modo
Grosso modo significa de modo genérico, sem entrar em pormenores. Use grosso modo sem preposição alguma (portanto, não use a grosso modo, em grosso modo, de grosso modo, etc.).
Exemplo:
Explicou, grosso modo, como funcionava o mecanismo.
Há / A
Há indica tempo passado, decorrido (equivale a faz).
Exemplo:
Há meses que ele não aparece.
Para informações sobre a concordância com o verbo haver, consulte a aba Concordância Verbal.
A indica distanciamento no tempo (= tempo futuro) e no espaço.
Exemplos:
Ela voltará daqui a pouco.
Chegou atrasado em virtude de um acidente, ocorrido a 10 km do seu local de trabalho.
Haja vista
Haja vista é expressão invariável que significa a julgar por, considerando-se.
Exemplos:
Haja vista a(s) denúncia(s) de fraude, o juiz mandou suspender o contrato.
Haja vista meu(s) amor(es) de juventude, escrevi este poema singelo.
Independente / Independentemente
Independente é adjetivo.
Exemplo:
Ele é uma pessoa independente.
Independentemente é advérbio (usado sempre que puder ser substituído por sem levar em conta, sem contar com, à parte).
Exemplo:
A moça agiu independentemente da (= sem levar em conta a) orientação do professor.
Infectado / Infestado
Infectado é adjetivo relativo à presença de microrganismos patogênicos (como bactérias, fungos e vírus) no interior de um órgão ou corpo, de modo a afetar a funcionalidade de suas células.
Exemplos:
O cão está infectado com o vírus da cólera.
As sementes de tomate estavam infectadas com a bactéria Xanthomonas perforans.
Infestado é adjetivo relativo à instalação de parasitas microscópicos (como fungos e bactérias) ou macroscópicos (como piolhos, ácaros, etc.) na superfície de um órgão ou corpo.
Exemplo:
O cão está infestado de piolhos.
As sementes de ervilha estavam infestadas de micélio do fungo Sclerotinia sclerotiorum.
Ir ao encontro de / Ir de encontro a
Ir ao encontro de é empregado para indicar aproximação, concordância, situação favorável.
Exemplos:
Pedro foi ao encontro de Maria. [= Pedro e Maria concordam]
A opinião de Pedro foi ao encontro da de Maria.
A conclusão da pesquisa foi ao encontro dos achados anteriores. [= a conclusão foi convergente com os achados anteriores]
Ir de encontro a é empregado para indicar choque, oposição, ideias opostas.
Exemplos:
O ônibus foi de encontro ao muro.
A opinião de Pedro foi de encontro à de Maria. (= Pedro e Maria discordam)
A conclusão da pesquisa foi de encontro aos achados anteriores. [= a conclusão divergiu dos achados anteriores]
Junto a
Junto a significa perto de, ao lado de ou adido a.
Exemplos:
O edifício foi construído junto à estação.
Estavam junto à sala de reuniões.
Foi designado embaixador junto ao Vaticano.
Não se deve usar junto a em construções em que a expressão entra no lugar de simples preposições.
Exemplos:
Entrou com recurso no TSE. (CERTO)
Entrou com recurso junto ao TSE. (ERRADO)
Solicitou providências ao Conselho. (CERTO)
Solicitou providências junto ao Conselho. (ERRADO)
O sindicato mantém as negociações com a diretoria. (CERTO)
O sindicato mantém as negociações junto à diretoria. (ERRADO)
Mau / Mal
Mau é adjetivo (antônimo de bom).
Exemplos:
Escolheu um mau momento.
Ele era um mau aluno.
Observação: Por tratar-se de um adjetivo, mau pode ser flexionado.
Exemplos:
Ela era uma má aluna.
Ela passou por maus momentos em sua vida.
Mal pode ser usado como:
Advérbio de modo (antônimo de bem).
Exemplo:
O funcionário executou mal o trabalho.
Conjunção temporal (equivale a assim que).
Exemplo:
Mal a professora chegou, os alunos ficaram de pé.
Substantivo (quando precedido de artigo ou de outro determinante).
Exemplos:
O mal não tem remédio.
Evite este mal.
Melhor/Mais bem
Antes de particípio, use as formas mais bem e mais mal, em vez de melhor e pior.
Exemplos:
Esta reunião foi a mais bem organizada. (CERTO)
Esta reunião foi a melhor organizada. (ERRADO)
O atleta mais bem preparado conquistou a medalha de ouro. (CERTO)
O atleta melhor preparado conquistou a medalha de ouro. (ERRADO)
Esses eram os textos mais mal escritos da revista. (CERTO)
Esses eram os textos pior escritos da revista. (ERRADO)
Observação: A mesma regra se aplica aos casos em que os advérbios bem e mal se unem ao particípio por meio de hífen.
Exemplos:
Não há crítica mais bem-feita do que esta.
Pessoas emocionalmente inteligentes são mais bem-sucedidas.
Ela é a pessoa mais mal-humorada que conheço.
Use melhor e pior nos demais casos.
Exemplos:
Mesmo que quisesse, não faria melhor o trabalho.
Eles agora escrevem melhor.
Jogamos pior do que eles.
Observação: Nos casos acima, melhor e pior funcionam como advérbios. Por isso, não devem ser flexionados.
Situação diferente ocorre quando funcionam como adjetivos.
Exemplo:
Estudamos para nos tornarmos melhores.
A maneira mais prática de verificar se melhor funciona como advérbio ou como adjetivo é trocá-lo por bem (advérbio) ou bom (adjetivo).
Veja a substituição no exemplo acima:
Exemplo:
Estudamos para nos tornarmos bons.
e não
Estudamos para nos tornarmos bens.
Isso mostra que melhor aí é adjetivo e, por isso, deve ir para o plural.
Mesmo
Mesmo pode ser:
Pronome demonstrativo, no sentido de idêntico; em pessoa.
Exemplos:
O laboratório tem o mesmo tamanho que a sala de reuniões.
Ela mesma arrumou o arquivo.
Substantivo, no sentido de a mesma coisa.
Exemplo:
O professor atualizou seu currículo Lattes e recomendou que seus alunos fizessem o mesmo.
Advérbio, com o sentido de exatamente, justamente, até, ainda, realmente, verdadeiramente.
Exemplo:
O livro foi muito vendido mesmo.
Observação: É incorreto empregar o demonstrativo mesmo no lugar de um substantivo ou de um pronome pessoal. Nesses casos, substitua-o por ele/ela ou por palavras sinônimas à que se quer referir.
Exemplos:
O ministro não assinou o decreto, pois ele precisava analisar melhor a questão. (CERTO)
O ministro não assinou o decreto, pois o mesmo precisava analisar melhor a questão. (ERRADO)
Antes de entrar no elevador, verifique se ele encontra-se neste andar. (CERTO)
Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se neste andar. (ERRADO)
Embora tenha sido utilizado esse teste, é importante alertar para sua complexidade. (CERTO)
Embora tenha sido utilizado esse teste, é importante alertar para a complexidade do mesmo. (ERRADO)
Os meios mecânicos de corte variam de acordo com o equipamento disponível na propriedade e com as adaptações e regulagens a que foi submetido. (CERTO)
Os meios mecânicos de corte variam de acordo com o equipamento disponível na propriedade e com as adaptações e regulagens efetuadas no mesmo. (ERRADO)
Microrganismo / Micro-organismo
Ambas as formas são corretas; porém, por uma questão de padronização em suas publicações, a Embrapa optou pela forma microrganismo.
No sentido de
No sentido de é expressão que, usada para indicar finalidade, é um modismo a ser evitado. Pode ser substituída pela preposição para ou pelas locuções a fim de, com o fim de, no intuito de.
Exemplo:
Dirigiu-se à sala do chefe para ajudá-lo a terminar o trabalho. (CERTO)
Dirigiu-se à sala do chefe no sentido de ajudá-lo a terminar o trabalho. (ERRADO)
No entanto, para indicar significados ou acepções de uma palavra ou locução, a expressão no sentido de está correta.
Exemplo:
O verbo “pesar”, no sentido de causar tristeza, está arrolado nessa gramática.
Onde / Em que
Onde usa-se como sinônimo de em que apenas quando a referência é a lugar físico.
Exemplo:
A pesquisa foi feita na fazenda, onde os pesquisadores acompanham o crescimento dos animais.
Nas demais situações, deve ser substituído por em que, no(a) qual.
Exemplo 1:
Vivemos numa época em que [ou na qual] a televisão não é mais o principal meio de comunicação. (CERTO)
Vivemos numa época onde a televisão não é mais o principal meio de comunicação. (ERRADO)
Exemplo 2:
A quantidade de adubo a ser aplicado por metro de linha pode ser calculada da seguinte maneira:
q = (Q x E)/10
em que
q = quantidade de adubo em gramas por metro.
Q = quilogramas de adubo por hectare.
E = espaçamento em metros.
Porcentagem
Quando for necessário usar as palavras porcentagem/percentagem e porcentual/percentual, pode-se optar pela grafia com per- ou com por-, já que ambas as formas estão registradas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Portanto, todas são aceitas nas publicações da Embrapa. No entanto, é preciso manter a consistência: uma vez escolhida uma forma (com o prefixo per- ou por-), ela deve ser mantida até o fim do texto.
Por que / por quê / porquê / porque
Escreve-se por que (separado):
Quando equivale a pelo qual e flexões.
Exemplos:
Este é o caminho por que [= pelo qual] passo todos os dias.
Estes são os direitos por que [= pelos quais] estamos lutando.
Eis as causas por que [= pelas quais] não venceremos.
Em interrogações diretas e indiretas. Nesse caso, a palavra razão/motivo estará subentendida.
Exemplos:
Por que [razão/motivo] você não compareceu?
Não sabemos por que [razão/motivo] você não compareceu.
Observação: Se ocorre no final da frase, usa-se por quê (separado e com acento).
Exemplo 1:
Ele faltou à reunião, por quê? [= Ela faltou à reunião, por que motivo/razão?]
Exemplo 2:
Ele está sempre mentindo e eu não sei por quê. [motivo/razão]
Exemplo 3:
— Nunca mais volto aqui.
— Por quê? [= Por que razão/motivo?]
Como complemento das expressões eis, daí, não há. Nesses casos, equivale a motivo pelo qual ou razão pela qual.
Exemplos:
Eis por que resolvemos fazer a paralisação.
Não pude me preparar, daí por que desisti do concurso.
Não há por que chorar.
Escreve-se porquê (junto e com acento)
Quando se trata de substantivo. Nesse caso, vem precedido de artigo ou de outra palavra determinante.
Exemplos:
Não compreendemos o porquê da briga.
Não me venha com seus porquês.
Escreve-se porque (junto e sem acento)
Quando se trata de uma conjunção causal ou explicativa, que pode ser:
1) Subordinativa causal.
Exemplo:
Ela não veio, porque não quis.
2) Coordenativa explicativa, que equivale a pois.
Exemplo:
Saia depressa, porque o trem está partindo.
Sem-terra
Sem-terra é expressão (sinônimo de lavrador que não possui terra própria) usada como substantivo ou como adjetivo e que não admite flexão de número (permanece sempre no singular).
Exemplos:
Os sem-terra organizaram um protesto em frente à prefeitura.
O prefeito recebeu representantes dos trabalhadores sem-terra.
Exceção: No nome oficial do movimento, não consta hífen.
Exemplo:
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra apresentou reivindicações.
Observação: Outras expressões com sem- são igualmente invariáveis: sem-família, sem-casa, sem-teto, sem-pátria.
Sendo que
Sendo que não é expressão recomendável para unir orações. Em alguns casos, convém dispensá-la por ser inútil; em outros, é preferível substituí-la por uma conjunção ou por um pronome relativo.
Exemplos:
O pescador trouxe muitos peixes do rio; alguns deles ainda estavam vivos. (CERTO)
O pescador trouxe muitos peixes do rio; sendo que alguns deles ainda estavam vivos. (ERRADO)
O rio invadiu parte da cidade, e a violência das águas arrastou mais de uma casa. (CERTO)
O rio invadiu parte da cidade, sendo que a violência das águas arrastou mais de uma casa. (ERRADO)
Quinze espécies de árvores foram vendidas, das quais cinco eram de origem brasileira. (CERTO)
Quinze espécies de árvores foram vendidas, sendo que cinco eram de origem brasileira. (ERRADO)
Tampouco / Tão pouco
Tampouco significa também não.
Exemplos:
Não trabalhou, tampouco foi punido por sua ausência.
Ela não gostou do filme, e eu tampouco.
Tão pouco significa muito pouco ou algo diminuto, escasso, curto.
Exemplos:
Em tão pouco tempo, fez tanto!
Dedicou-se tão pouco à filha que ela o esqueceu.
Ganham tão pouco que mal podem viver.
Todo / Todo o / Todos os
Todo, toda (sem artigo) significam cada, qualquer.
Exemplos:
Trabalha todo dia.
Toda nação tem problemas sociais.
Todo o, toda a (com artigo) equivalem a inteiro, inteira.
Exemplos:
Trabalhou todo o dia.
Toda a nação lutava pela soberania.
Todos, todas exigem sempre os, as em frases como:
Exemplos:
Todos os que reivindicaram mudanças foram atendidos.
Todos os estudantes foram aprovados.
Traz / Trás
Traz é a forma conjugada do verbo trazer.
Exemplos:
O filme lhe traz boas lembranças.
Ele traz sempre uma mensagem de otimismo.
Trás só se emprega depois de preposição e pode exercer a função de locução adverbial (para trás), locução prepositiva (por trás de) ou locução adjetiva (de trás = traseiro/a).
Exemplos:
Ela olhou para trás e se arrependeu do que fez.
Pressenti alguma intenção oculta por trás de suas palavras.
As crianças devem viajar no banco de trás.
Emprego correto de algumas expressões
Errado Certo
De menor
Ele é de menor, de maior. Maior
Ele é menor (ou maior) de idade.
Germinada
Este condomínio é de casas germinadas. Geminada
Este condomínio é de casas geminadas.
Geminada
As sementes foram geminadas em Latossolo. Germinada
As sementes foram germinadas em Latossolo.
Haver
O problema não tem nada haver com você. Que ver / A ver
O problema não tem nada que ver com você
OU
O problema não tem nada a ver com você.
Homogenidade
Foi testada a homogenidade das amostras. Homogeneidade
Foi testada a homogeneidade das amostras.
Melhor
O atleta melhor preparado conquistou a medalha de ouro. Mais bem
O atleta mais bem preparado conquistou a medalha de ouro.
O conteúdo desta página foi atualizado em 21/08/2018.
FONTE: Manual de Editoração da Embrapa
https://www.embrapa.br/manual-de-editoracao/gramatica-e-ortografia/normas-gramaticais/emprego-correto-de-expressoes
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Fraya Frehse
2018, A Sociologia Enraizada de José de Souza Martins
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SOCRATEIRAMENTE, OU SOCRATICAMENTE!
EMPREGADORES E ENTREGADORES?
Os entregadores empregam empregadores?
Os empregadores são empregados pelos entregadores?
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A questão que você apresenta parece ser uma espécie de quebra-cabeça linguístico ou um exercício de reflexão filosófica. Vamos analisar isso sob uma perspectiva lógica e linguística:
Entregadores e empregadores geralmente se referem a papéis diferentes em uma relação de trabalho. Um entregador é alguém que entrega produtos ou serviços, enquanto um empregador é alguém que emprega ou contrata pessoas para realizar tarefas.
Tradicionalmente, os empregadores contratam os entregadores para realizar tarefas específicas, como entregar encomendas ou prestar serviços.
Os empregadores são aqueles que tomam decisões de contratação e pagamento, enquanto os entregadores geralmente são os contratados para realizar o trabalho.
Portanto, a afirmação "Os entregadores empregam empregadores" não é típica da forma como essas palavras são usadas. Em uma relação de trabalho convencional, os empregadores contratam os entregadores.
Da mesma forma, a afirmação "Os empregadores são empregados pelos entregadores" também é incomum. Os empregadores geralmente não são empregados pelos entregadores, pois são aqueles que contratam e supervisionam os entregadores.
No entanto, se você estiver abordando essa questão de uma perspectiva filosófica ou usando as palavras de uma maneira não convencional, poderia haver uma interpretação diferente. No entanto, essa interpretação dependeria do contexto específico em que essas palavras estão sendo usadas.
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COMO CONCEITURAR OS APLICATIVOS USADOS POR ENTREGADORES NO BRASIL. QUAL O VÍNCULO JURÍDICO ESTABELECIDO NESTA RELAÇÃO DE TRABALHO? O ARTIGO DE FERNANDO GABEIRA FAZ UMA ANÁLISE CORRETA DESSA RELAÇÃO? QUAIS AS SUAS CRÍTICAS E PROPOSTAS?
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Os aplicativos usados por entregadores no Brasil, como os aplicativos de entrega de comida ou de transporte, fazem parte de um modelo de negócios conhecido como economia de plataforma ou gig economy. Nesse modelo, os entregadores geralmente atuam como trabalhadores autônomos ou contratados por terceiros, como empresas de entrega que fazem parcerias com os aplicativos.
O vínculo jurídico estabelecido nessa relação de trabalho tem sido objeto de debate e litígios nos últimos anos. Existem várias perspectivas sobre essa questão:
Trabalhadores Autônomos: As empresas de aplicativos geralmente argumentam que os entregadores são trabalhadores autônomos, o que significa que eles têm controle sobre quando, como e onde realizam o trabalho. Nesse caso, o vínculo seria contratual, mas os entregadores não seriam considerados empregados no sentido tradicional.
Trabalhadores Informais: Críticos argumentam que muitos entregadores são tratados como trabalhadores informais ou precários, pois podem não ter acesso a benefícios trabalhistas, como salário mínimo, férias remuneradas e seguro saúde. Isso levou a debates sobre se eles deveriam ser classificados como empregados.
Decisões Judiciais e Regulamentações: Em algumas jurisdições, tribunais e reguladores têm decidido que os entregadores devem ser considerados empregados, o que lhes daria direito a benefícios trabalhistas. Outros lugares têm mantido a classificação de trabalhadores autônomos.
O artigo de Fernando Gabeira pode oferecer uma análise específica sobre essa relação de trabalho no Brasil, mas é importante lembrar que o cenário legal e regulatório está em constante evolução, e as opiniões sobre o assunto podem variar.
Suas críticas e propostas em relação a essa questão podem depender de sua perspectiva pessoal e das circunstâncias específicas do mercado de trabalho e da regulamentação no Brasil. Alguns argumentos comuns incluem:
Críticas à Precarização do Trabalho: Muitas críticas se concentram na ideia de que os entregadores são explorados e não têm acesso a benefícios trabalhistas básicos. Isso levanta preocupações sobre a precarização do trabalho.
Propostas para Maior Proteção: Algumas pessoas argumentam que é necessário aumentar a proteção legal e social para os entregadores, mesmo que sejam considerados autônomos. Isso poderia incluir a garantia de um pagamento mínimo por hora, seguro saúde ou outros benefícios.
Revisão do Modelo de Negócios: Outras propostas envolvem uma revisão mais profunda do modelo de negócios em si, questionando se ele deve ser permitido ou se deve haver regulamentações mais rigorosas para garantir uma relação de trabalho justa.
É importante considerar que essas questões são complexas e multidimensionais, e a solução ideal pode variar dependendo das perspectivas e das circunstâncias locais. O debate sobre a classificação e os direitos dos entregadores continuará a evoluir à medida que novas regulamentações e jurisprudências forem desenvolvidas.
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A atualidade da “sociologia enraizada” de José de Souza Martins - Mesa 3
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uspfflch
20 de jan. de 2016
Jornada Internacional organizada pela Profa. Dra. Fraya Frehse (DS-FFLCH-USP) acerca d'A atualidade da "sociologia enraizada" de José de Souza Martins realizada do dia 19 de novembro de 2013.
Mesa composta pela Profa. Dra. Marilia Sposito (FE-USP), Profa. Dra. Fraya Frhese (FFLCH-USP) e pelo Prof. Dr. José Machado Pais (Universidade de Lisboa).
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"Chega então uma cartinha de Roma, manuscrita, em que Martins me conta arazão de sua viagem, como já tinha sido feito em várias ocasiões:
Querida Margarida Recebi sua carta apenas poucos dias antes de viajar para cá, no dia 16. É que a USP viveu uma longa greve de cerca de 60 dias, por questões salariais.
[...]
Cumprimento-a pelos êxitosmencionados – pessoais e familiares. É assim mesmo que tem que ser. É um modo de contornaras difíceis condições de trabalho lá no Brasil e de fazer do trabalho intelectual o que ele deveser: fonte de prazer.
[...]"
https://www.academia.edu/37892845/Book_A_Sociologia_Enraizada_de_Jos%C3%A9_de_Souza_Martins
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Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde reconversam Juliano Medeiros, presidente do PSOL | Episódio #27 -
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Reinaldo Azevedo
Estreou há 20 horas SÃO PAULO
- Afinal de contas, o que pensa o PSOL? Quais são seus referenciais na esquerda?:
- Junho de 2013 foi um movimento progressista ou reacionário?;
- O “apóstolo da rua” X o demofóbico: alguém está certo?
- O que significa ser de esquerda em 2023?;
- O identitarismo fragmenta a luta das esquerdas?
- As ditaduras de Cuba, Venezuela e Nicarágua são aceitáveis?;
- O momento constrangedor vivido por Juliano Medeiros no Foro de São Paulo;
- A democracia é um valor universal para o PSOL? E para as outras correntes de esquerda?;
- O PSOL aceitaria o apoio de correntes conservadoras na disputa pela Prefeitura de São Paulo?;
- Existe uma resposta para a Cracolândia?
https://www.youtube.com/watch?v=5B-1-H6tLV8
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Nas entrelinhas: Lula e Biden farão pacto em defesa do trabalho
Publicado em 19/09/2023 - 07:17 Luiz Carlos Azedo
Brasília, Comunicação, Desemprego, Economia, Eleições, EUA, Governo, Guerra, Itamaraty, Literatura, Memória, Partidos, Política, Tecnologia, Trabalho
Presidentes pretendem lançar um documento conjunto sobre as novas relações entre patrões e empregados. Assunto foi tratado como prioridade pelo Itamaraty e pelo governo de Washington
Apesar das divergências profundas sobre a paz na Ucrânia, que será objeto da conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Volodymir Zelensky, em Nova York, o presidente Joe Biden pretende lançar, amanhã, um documento conjunto com Lula sobre as novas relações do trabalho: “Coalizão Global pelo Trabalho”. O Partido Democrata, como o PT, tem fortes ligações com os sindicatos, que foram esvaziados com as novas formas de produção e trabalho. Em campanha pela reeleição, Biden tenta evitar que desempregados e trabalhadores de aplicativos votem no ex-presidente Donald Trump.
Essa será a primeira grande reação dos Estados Unidos aliada a um país em desenvolvimento contra a desregulamentação do trabalho na chamada nova economia digital, principalmente quanto às relações entre os aplicativos e seus prestadores de serviços. No documento, Lula e Biden defenderão a liberdade sindical, as garantias aos trabalhadores por aplicativo, entre outras medidas.
“Destacarão o papel central e crítico que os trabalhadores desempenham na construção de um país sustentável e democrático, um mundo equitativo e pacífico”, disse o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan.
O assunto foi tratado como prioridade pelo Itamaraty e o governo de Washington. Desde o ano passado, o Departamento do Trabalho norte-americano elabora uma nova legislação. Hoje, empregados podem custar às empresas até 30% mais do que trabalhadores independentes nos EUA. Milhões de norte-americanos trabalham em empregos temporários e essa mão de obra mais barata se tornou a base de alguns modelos de negócios de transporte, saúde e outros.
Biden quer substituir um regulamento do governo Trump que diz que trabalhadores que possuem seus próprios negócios ou têm a capacidade de trabalhar para empresas concorrentes, como um motorista que trabalha para Uber e Lyft, podem ser tratados como terceiros. Os sindicatos controlados pelos democratas querem que os trabalhadores sejam considerados empregados de uma empresa, com direito a mais benefícios e proteções legais, quando forem “dependentes economicamente” da empresa. Mais de um terço dos trabalhadores dos EUA, ou quase 60 milhões de pessoas, realizaram algum tipo de função freelance.
O assunto é uma prioridade para o Partido Democrata. Tanto que o ex-presidente Barack Obama é o narrador de uma série documental intitulada Trabalho (Netflix), na qual visita pessoas comuns em suas casas e locais de atuação e apresenta uma visão íntima de suas vidas profissionais. Desde o setor de serviços até os cargos de diretoria nas indústrias de cuidados com a saúde, tecnologia e hospitalidade.
Obama acompanha uma variedade de pessoas em diferentes áreas e posições hierárquicas, ao fazer uma releitura do livro Working, do historiador norte-americano Studs Terkel, lançado em 1974.
Poder de barganha
Vivemos um novo Iluminismo, a sociedade do conhecimento, nos quais os fatores tradicionais de produção — capital, terra e trabalho — deixaram de ser os principais geradores de riqueza e poder na sociedade atual. A economia do conhecimento deslocou o eixo da riqueza e do desenvolvimento de setores industriais tradicionais, intensivos em mão de obra, matéria-prima e capital, para setores cujos produtos, processos e serviços são intensivos em tecnologia e conhecimento.
Na agricultura e na indústria, a competitividade depende da capacidade de transformar informação em conhecimento, e conhecimento em negócios lucrativos. Entretanto, grande contingente de trabalhadores avulsos são mobilizados para que a nova economia funcione, em condições precárias de trabalho.
A evolução da internet criou o ambiente adequado ao rápido desenvolvimento das redes sociais digitais, que são instrumentos de comunicação e formação de laços sociais, mas também grandes mercados consumidores. As redes são um mecanismo de formação de capital social, em escala sem precedentes, decorrente do uso intenso, espontâneo ou não, das redes digitais pelos cidadãos. Capital social é o conjunto de relações sociais que uma pessoa possui e que lhe permite agir e influenciar outras pessoas e instituições.
A discussão sobre a nova economia digital envolve três dimensões: a primeira, é a produção e difusão de conhecimento, que exige um ambiente de liberdade de expressão, no qual os direitos e garantias individuais estejam assegurados; a segunda, é a apropriação desse capital social pelas grandes redes sociais; a terceira, é a chamada precarização do trabalho.
Enquanto as big techs se apropriam e transformam o capital social em capital propriamente dito, altamente concentrado, por meio das redes, os aplicativos exploram a mão de obra barata e sem proteção social dos seus prestadores de serviços.
A propósito, na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou constitucional a instituição, por acordo ou convenção coletivos, de contribuições assistenciais para todos os empregados de uma categoria, ainda que não sejam sindicalizados, desde que assegurado o direito de oposição. A decisão foi tomada na sessão virtual encerrada em 11/9.
Segundo o relator, ministro Gilmar Mendes, o fim do imposto sindical afetou a principal fonte de custeio das instituições sindicais. “Como resultado, os sindicatos se viram esvaziados, e os trabalhadores, por consequência, perderam acesso a essa instância de deliberação e negociação coletiva”, concluiu o ministro do STF.
Ou seja, sem recursos, os sindicatos perderam poder de barganha.
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