Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 1 de setembro de 2023
CHARGISTAS SIM
GRAÇAS A DEUS
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PROFESSORES ARGENTINOS PABLO GERCHUNOFF, CARLOS PAGNI; CHARGES NATURAIS DE PROFESSORES BRASILEIROS HORÁCIO MACEDO, ALEXANDRE DE MORAES; RESPECTIVAMENTE
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Argentina, 40 anos de democracia: é possível reconstruir o futuro?
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Fundação FHC
31 de ago. de 2023
Em dezembro, tomará posse o/a novo/a presidente da Argentina. Dias depois das eleições Primárias Abertas e Obrigatórias, que definiram os candidatos às eleições presidenciais, a Fundação FHC realizou um debate com a presença de dois grandes intelectuais públicos do país vizinho: o jornalista Carlos Pagni, principal colunista do jornal La Nación, e o economista Pablo Gerchunoff, professor emérito da Universidad Torcuato Di Tella.
Os dois fizeram um balanço dos 40 anos ininterruptos de democracia na Argentina, um fato inédito na história contemporânea do país, e uma análise do atual quadro político e econômico às vésperas do início oficial da campanha para a Casa Rosada.
- CONVIDADOS:
CARLOS PAGNI
Historiador e jornalista, é colunista dos jornais La Nación (Buenos Aires) e El País (Madri). Em 2022, pela sexta vez, foi escolhido como o jornalista mais respeitado da Argentina pela consultoria Poliarquía. É professor de História da Universidad Nacional de Mar del Plata.
PABLO GERCHUNOFF
Historiador econômico, professor emérito da Universidad Torcuato Di Tella e professor visitante em diversas universidades estrangeiras. É membro da Academia de Ciencias Económicas da Argentina e autor de onze livros. Foi assessor e chefe de gabinete de assessores do Ministério da Economia durante os governos de Raúl Alfonsín e Fernando de la Rúa.
- MEDIADOR:
SERGIO FAUSTO
Cientista político e diretor geral da Fundação FHC.
Fundação FHC
https://www.youtube.com/watch?v=PsJkqC6pIRs
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Em 1985, Horácio Macedo, o primeiro reitor brasileiro eleito pela comunidade.
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Camarada Horácio Macedo, presente!
14 de outubro de 2021
imagemRaquel Luxemburgo*
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“Companheiros, nós temos uma ideologia, companheiros, nós temos uma teoria, companheiros, nós temos um compromisso. Essa ideologia, essa teoria e esse compromisso nos fazem ser um Partido revolucionário” (Horácio Macedo no X Congresso do PCB)
Horácio Cintra de Magalhães Macedo, militante histórico do Partido Comunista Brasileiro, tem uma trajetória brilhante dentro do meio científico e nas fileiras da construção da revolução brasileira. Nascido em 14 de outubro de 1925 no Rio de Janeiro, Horácio formou-se em Química Industrial na antiga Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua trajetória política começou ainda jovem, quando em 1950 entrou para o PCB, após participar da campanha “O Petróleo é Nosso”.
Como químico, Horácio Macedo passou por diversas Instituições: Instituto Oswaldo Cruz, de 1951 até 1953; depois foi chefe do departamento de ensino no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Foi professor da Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mas seu maior destaque foi como professor da UFRJ. Como cientista publicou 6 livros, 15 monografias didáticas e traduziu 21 títulos na área das ciências físicas. Em 1975 tornou-se professor adjunto da UFRJ. Na mesma universidade, foi o primeiro reitor brasileiro eleito pela comunidade universitária em 1985, dentre os 17 concorrentes, o professor foi indicado em primeiro turno por maioria absoluta.
Em sua gestão, foi possível ver passos concretos rumo à construção de uma universidade popular. A campanha para reitor foi construída na fase de retomada das liberdades democráticas no Brasil, após a ditadura empresarial-militar. Contava com o apoio de uma frente progressista e a maioria dos estudantes, professores e técnico-administrativos. Como primeiras ações do mandato, o reitor promoveu o fim das taxas cobradas aos alunos e o vestibular autônomo da universidade; também promoveu uma luta pela autonomia universitária. E pela ampliação das vagas para ingressantes e mais concursos para professores e técnicos administrativos.
Mas um dos eixos em que a gestão do reitor Horácio Macedo se destacou foi na implementação de programas de extensão, que tinham como público alvo, principalmente, moradores de comunidades. Dentre as áreas em que foram criados projetos de extensão temos: Educação, Nutrição (estudos e programas de ação nas comunidades), Medicina e Odontologia, Urbanismo (ações diretas de planejamento nas áreas carentes), Educação Física (iniciação esportiva, programas para idosos e gestantes), ciências sociais. Essas ações contavam com a participação de estudantes universitários e servidores, além do apoio de estruturas de pesquisa. Horácio chegou a ser reeleito, também por maioria absoluta e em primeiro turno, pela comunidade em 1989, mas não pôde exercer o segundo mandato na reitoria por causa de um parecer jurídico que declarou inconstitucional qualquer reeleição.
Dentro do PCB, Horácio Macedo se tornou um militante histórico ao lutar contra a liquidação do partido no X Congresso em 1992. Sua fala contra a liquidação do PCB até hoje é uma inspiração para muitos militantes. Além disso, ajudou na recuperação da sigla do partido na justiça e foi Presidente Nacional do PCB de 1992 até 1994, permanecendo no Comitê Central até sua morte. Horácio Macedo morreu de infarto agudo do miocárdio em 24 de fevereiro de 1999, no Rio de Janeiro.
Referências:
https://pcb.org.br/portal2/27947
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Justiça dos EUA condena líder de milícia de direita a 17 anos ...
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estadao.com.br
https://www.estadao.com.br › Internacional
há 21 horas — Nos Estados Unidos, o ex-líder do grupo de extrema direita Proud Boys, foi condenado a 17 anos de prisão pela invasão do Capitólio.
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Fernando Abrucio* - Os cidadãos são a razão da reforma
Eu & / Valor Econômico
Só demagogos defendem soluções mágicas. Os retornos obtidos com a redução de despesas advindas de uma reforma administrativa virão ao longo de anos
Toda vez que o Congresso Nacional anuncia que fará uma reforma administrativa, muitos compram a ideia de que sairá daí uma solução rápida e salvadora para reduzir os gastos públicos. Embora seja fundamental e possível cortar várias despesas que são ineficientes e injustas, qualquer grande projeto de reformulação da gestão pública tem de se guiar por um objetivo maior: criar as condições para servir melhor aos cidadãos. Mais do que uma proposta restritiva de administração pública, precisamos capacitar o Estado para responder efetivamente à sociedade.
Há 30 anos pesquiso o tema da reforma do Estado e da gestão pública. Aprendi muito com minhas pesquisas e consultorias, e obviamente muito mais com outros estudiosos brasileiros e estrangeiros, sem me esquecer do aprendizado advindo do convívio com gestores públicos e da conversa com os vulneráveis que mais dependem das políticas públicas.
Mas meu grande mestre no tema sempre foi Luiz Carlos Bresser-Pereira, com sua sabedoria de fazer as perguntas mais profundas, sua criatividade em propor soluções práticas e inovadoras, sua integridade em lidar com a coisa pública e, não posso esquecer, sua generosidade no debate intelectual. E, dos ensinamentos dele, nunca esquecerei o mais importante: a reforma do Estado tem como pressuposto último melhorar a vida dos cidadãos - o resto deve vir para realizar esse intento.
Os congressistas devem seguir a lição de Bresser, um bem-sucedido reformador. Ele conseguiu organizar uma máquina pública que não tinha sequer seus dados de pessoal organizados. Tomou medidas contra privilégios corporativos e, ao mesmo tempo, iniciou um processo de reconstrução de carreiras de Estado. Propôs novas modalidades de organização da administração pública, e embora não tenha conseguido que seu modelo fosse integralmente incorporado, plantou sementes que foram aproveitadas por governos subnacionais de partidos diferentes. Repensou a questão da profissionalização da administração pública, fortalecendo a formação de quadros pela via da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), e discutiu a necessária avaliação contínua dos funcionários públicos, para que a estabilidade, essencial nos regimes democráticos, fosse garantida por meio do mérito.
Evidentemente que houve alguma mudança de cenário de lá para cá. Entretanto, os pressupostos principais do modelo bresseriano podem guiar a reforma da gestão pública brasileira no século XXI. O primeiro deles é que as reformas são incrementais, nunca definitivas e nem feitas de uma vez só, num lance mágico e salvador. Bresser nunca desprezou as reformas realizadas no passado porque dizia que elas responderam aos seus contextos e, ademais, traziam lições para o presente. Quando propôs seu modelo reformista, imaginava que sua implementação ocorreria ao longo dos anos, com aprendizados no decorrer do caminho. Eu diria algo mais: as transformações na organização da administração pública e na reestruturação da carreira feitas por ele foram fundamentais para a expansão qualificada das políticas sociais durante o período Lula. Que herança bendita!
O modelo incremental é uma lição para aqueles que, erroneamente, acreditam numa reforma que vai resolver rapidamente os problemas da gestão pública brasileira. Os congressistas, se retomarem com responsabilidade esse assunto, deveriam pensar num caminho de mudanças mais amplo do que o dia seguinte da lei. É preciso ter espaço para uma legislação que aprenda com a implementação e possa ser aperfeiçoada continuamente.
Outra lição da reforma Bresser foi o diálogo entre políticos e especialistas, feito durante os quatro anos de sua atuação. Neste ponto, deve-se evitar uma visão que demonize a classe política ou os burocratas. Enquanto os congressistas trazem a legitimidade social do voto, os servidores públicos carregam consigo grande conhecimento e experiência das políticas públicas. É preciso buscar consensos e compromissos entre esses dois grupos, em vez de se instalar um jogo de soma-zero. Também é essencial que o Congresso Nacional, ao voltar à discussão da reforma administrativa, ouça especialistas brasileiros e estrangeiros externos ao governo. Eles podem apresentar evidências e diagnósticos contra a lógica do “reformismo terraplanista” que vigorou na Presidência de Bolsonaro, com resultados desastrosos.
As lições de Bresser envolvem ainda abandonar uma visão minimalista de Estado. O maior problema do país é a desigualdade, de modo que uma pura redução do aparato governamental seria desastrosa. Claro que a reforma pode e deve racionalizar os gastos públicos do ponto de vista fiscal. Há espaço para cortes de dois tipos de despesas. Uma relativa a privilégios de determinadas corporações, que já não respeitam nenhum teto remuneratório e estão cheias de penduricalhos. Além disso, é possível ganhar eficiência com boas políticas de governo eletrônico, com a redução de áreas-meio que são obsoletas, organizando melhor o dimensionamento das carreiras e de sua gradação salarial ao longo do tempo, bem como por meio da melhoria da coordenação governamental e da utilização de novas formas organizacionais.
Mesmo que seja possível e necessário buscar esses ganhos fiscais, seu resultado de curto prazo não será do tamanho imaginado por aqueles que esperam, do dia para a noite, uma economia que fecharia a conta do novo marco fiscal. Isso é um tipo de solução mágica que só cabe a demagogos defender. Os retornos obtidos com a redução de despesas advindas de uma reforma administrativa virão ao longo de anos. Quem prometeu que faria esse ajuste de forma rápida e indolor foram Collor e Paulo Guedes. Ambos fracassaram rotundamente e, pior, não criaram condições para a melhoria dos serviços públicos para os cidadãos. Segui-los é perder legitimidade e eleições - Bolsonaro que o diga.
A temática da avaliação de desempenho da burocracia e das políticas públicas é, sem dúvida alguma, essencial no desenho de qualquer reformulação da administração pública. Bresser bebia na experiência internacional da época e propunha uma gestão pública orientada por resultados, ideia que alimentou posteriormente várias iniciativas bem-sucedidas no governo federal e nos entes subnacionais. Tudo que puder ser feito para guiar, medir e aprender com o desempenho governamental, individual e coletivo, será bem-vindo. Cabe, no entanto, saber que tais medidas também exigem um tempo de maturação, e o mais importante não é punir ou restringir a ação dos gestores brasileiros. O mais relevante é criar capacidades institucionais para produzir melhores políticas públicas.
Orientar a gestão pública por um modelo baseado numa governança construtora de capacidades para o desenvolvimento e para produção de políticas voltadas aos cidadãos é o caminho proposto atualmente pela literatura mais avançada sobre o assunto, tanto no plano nacional como no internacional. Esse tipo de conhecimento é a bússola fundamental para tomar melhores decisões sobre a reforma do Estado, como Bresser me ensinou. Se hoje ele fosse ministro, estaria se utilizando das pesquisas de ponta, bem como estaria visitando as experiências reformistas mais inovadoras, tal como fez entre 1995 e 1998.
Nesta linha, há uma extensa lista de bons trabalhos que poderiam se tornar referências para a nova discussão na Câmara Federal e na opinião pública. Para começar, uma sugestão é ler o livro “Políticos versus burocratas: Reformas administrativas em perspectiva comparada” (Editora FGV, 2023), escrito por André Marenco. Nele, é possível ver qualidades, problemas e desafios do Estado brasileiro ao longo da história, sem adotar um visão de solução única e imediata para a reforma administrativa. Além disso, o texto mostra que tão importante quando o conteúdo reformista são suas formas de implementação.
Dada a importância dos caminhos reformistas, do mesmo modo que temos muito a aprender com a perspectiva que orientou a reforma Bresser, vale muito compreender as razões que têm favorecido hoje o bom andamento da reforma tributária e do novo marco fiscal. Suas tramitações revelam claramente que é preciso definir prioridades urgentes, construir um modelo baseado no diálogo entre políticos e especialistas e entre o Executivo e o Congresso, conquistar apoio social às medidas e estabelecer um cronograma incremental de mudanças, algumas se iniciando agora e outras com transição mais longa. Esse é um roteiro factível e baseado em evidências que pode guiar a reforma administrativa.
Não é possível saber ainda se o Congresso Nacional vai mesmo levar adiante uma proposta de reforma administrativa. De todo modo, o país precisará continuamente de reformas de gestão, numa trilha incremental e que responderá a desafios dinâmicos. A única coisa que não deve mudar é seu objetivo ontológico: ter um Estado voltado às demandas dos cidadãos brasileiros, em termos de democratização, eficiência, efetividade e equidade. Essa é a lição mais profunda que Bresser me deixou, e que espero ser um brado profundo que atinja as próximas gerações.
*Fernando Abrucio, doutor em ciência política pela USP e professor da Fundação Getulio Vargas.
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Camisa Listrada
Assis Valente
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Vestiu uma camisa listrada e saiu por aí
Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu parati
Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão
E sorria quando o povo dizia: sossega leão, sossega leão
Tirou o anel de doutor para não dar o que falar
E saiu dizendo eu quero mamar
Mamãe eu quero mamar, mamãe eu quero mamar
Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão
E sorria quando o povo dizia: sossega leão, sossega leão
Levou meu saco de água quente pra fazer chupeta
Rompeu minha cortina de veludo pra fazer uma saia
Abriu o guarda-roupa e arrancou minha combinação
E até do cabo de vassoura ele fez um estandarte
Para seu cordão
Agora a batucada já vai começando não deixo e não consinto
O meu querido debochar de mim
Porque ele pega as minhas coisas vai dar o que falar
Se fantasia de Antonieta e vai dançar no Bola Preta
Até o sol raiar
Composição: Assis Valente.
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Nas entrelinhas: Orçamento de 2024 traduz conflito distributivo no governo Lula
Publicado em 01/09/2023 - 07:20 Luiz Carlos Azedo
Brasília, China, Comunicação, Congresso, Economia, EUA, Governo, Imposto, Meio ambiente, Política, Política, Ucrânia
Haddad e Tebet terão que administrar simultaneamente o “fogo amigo” da Esplanada e as bolas nas costas da Comissão Mista de Orçamento do Congresso
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, encaminhado nesta quinta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso Nacional, reflete o conflito distributivo existente no país, que repercute dentro do próprio governo federal. Nada demais, a disputa por verbas na Esplanada faz parte, não fosse o fato de que as decisões sobre o Orçamento da União são tomadas pelo Parlamento, que joga para a arquibancada, e não para o equilíbrio da economia, embora a narrativa seja essa. Ao mesmo tempo em que prorroga a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, que impacta fortemente a arrecadação federal, o Congresso não quer cortar na própria carne, ou seja, nas emendas parlamentares.
A contrapartida do governo é a chamada “recuperação fiscal do Estado”, que são medidas para aumentar a arrecadação, o que provoca urticária no mercado. Há também setores do governo que não querem se submeter ao ajuste da meta “deficit fiscal zero” em 2024. Volta o velho discurso de que um pouco de deficit e, consequentemente, mais inflação fazem a economia girar e financiam os gastos públicos. Os mais pobres, naturalmente, não têm como se proteger da desvalorização da moeda.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, terão que administrar simultaneamente o “fogo amigo” da Esplanada e as bolas nas costas da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, que é voraz. A farra de emendas do chamado orçamento secreto, durante o governo Bolsonaro, um dia ainda será contada. O governo se equilibra entre o cumprimento de promessas de campanha, como a recuperação do salário mínimo, e a tarefa de “zerar o deficit” em 2024, meta que muitos veem com desconfiança. A propósito, a proposta é elevar o mínimo para R$ 1.421 em 2024, um aumento de R$ 101 em relação ao valor atual.
Além disso, pretende arrecadar mais R$ 168 bilhões com o pacote tributário que será encaminhado junto com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, elaborado pelo Ministério do Planejamento. Expectativa maior do que aquela que estava sendo ventilada, que seria em torno de R$ 130 bilhões. Para fazer o contraponto com o governo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defende uma reforma administrativa visando cortar gastos do Executivo. Com a outra mão, o Centrão se articula para criar e abocanhar mais um ministério: o das pequenas e médias empresas. A proposta também tem apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O mercado recebeu com ceticismo a proposta de “deficit zero”, mas tanto Haddad quanto Tebet têm assegurado que tomarão as providências necessárias para atingir esse objetivo. Na verdade, o êxito depende de medidas como o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e a regulamentação do impacto de incentivos tributários estaduais na base de arrecadação federal, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Arcabouço fiscal
Medidas importantes enfrentam grande resistência no Congresso, como a cobrança do Imposto de Renda sobre fundos exclusivos e fundos offshore, o fim do mecanismo de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) e a regulamentação das apostas eletrônicas. O governo tem a seu favor as regras do novo arcabouço fiscal, se forem cumpridas. Para os analistas, os gatilhos deverão ser efetivamente acionados caso a meta não seja respeitada. Em contrapartida, a alteração da meta, como defendem alguns integrantes do governo, seria uma espécie de descredenciamento do próprio arcabouço. Expectativas de receita como a arrecadação de R$ 54 bilhões em multas pelo Carf também são consideradas exageradas.
Não se tem uma estimativa realista sobre o impacto da prorrogação da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia até 31/12/2027. Esse dispositivo foi criado em 2011, pelo governo Dilma, com caráter temporário, em razão da crise financeira mundial de 2008, para socorrer os setores de tecnologia da informação, equipamentos de comunicação, vestuário, calçados, móveis, couro e peles. Desde então, o programa foi sucessivamente prorrogado. Segundo a Receita Federal, o benefício tributário relacionado à folha de salários custa R$ 9,4 bilhões por ano, quantia elevada para quem pretende zerar o deficit fiscal em 2024.
O maior fantasma, porém, é externo: a desaceleração da China e a elevação dos juros nos EUA, em meio a uma guerra comercial entre os dois países. Está em curso uma mudança geopolítica, em que as cadeias globais de valor estão se regionalizando. O Brasil precisa de uma estratégia de integração à economia mundial num ambiente complexo. Enquanto os Estados Unidos reduzem sua dependência em relação à China, os chineses deslocam seu foco para o chamado Sul Global. Para complicar, a guerra da Ucrânia continua sua escalada, sem nenhuma perspectiva de paz no horizonte.
Em contrapartida, a pauta ambiental é uma grande oportunidade. Uma estratégia de transição da economia de carbono para a economia verde impõe-se como uma necessidade urgente. Com 56% de matriz energética com fontes renováveis, o Brasil pode sair na frente nesse quesito, dependendo da capacidade de captar investimentos. Tudo isso, porém, depende de uma economia equilibrada do ponto de vista fiscal.
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ARTES VISUAIS
DAVI COM A CABEÇA DE GOLIAS – CARAVAGGIO
26 DE AGOSTO DE 2019
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Davi com a cabeça de Golias é uma importante obra que pertence a uma série de pinturas religiosas realizadas por Michelangelo Merisi da Caravaggio.
Em maio de 1606, Caravaggio foi acusado de assassinato e fugiu de Roma para outras cidades da Itália (Nápoles, Sicília e Malta). Seu objetivo era poder escapar do preço que havia sido colocado por sua cabeça.
Tendo vivido uma vida curta, mas tempestuosa, que provavelmente envolvia assassinato, o artista estava vivendo nesse período, uma desesperada necessidade de perdão.
Todas suas obras religiosas, eram dramas sangrentos viscerais.
Davi com a cabeça de Golias representa um menino com um Davi mais jovem do que aqueles usados por outros artistas como Michelangelo Buonarroti e Bernini que já utilizaram o mesmo tema. Aqui um jovem está nos oferecendo a cabeça de um gigante, visivelmente maior.
Nessa intrigante obra, Caravaggio cria um Davi que assume a pose tradicional de alegorias da Justiça, com uma espada na mão direita, e na mão esquerda a cabeça do gigante. A relação com Cristo, que é o juiz supremo, assim como o salvador, é evidente. Davi pode pesar, mas mesmo em sua compaixão ele carrega o fardo do perdão da justiça com firmeza.
Podemos observar o forte contraste de sombra e luz, característica do Barroco, que envolve o rosto do jovem com uma espécie de halo luminoso, brilham em tons escuros e terrosos que cercam a figura de Davi.
A representação irônica de Caravaggio de si mesmo como Golias é desesperadora. É um retrato angustiante: sangue escorrendo, a testa machucada e os olhos descoordenados, a persistente centelha de vida no olho esquerdo apagada na direita opaca, sem foco, sem visão e sem vida. O contraste dessa imagem com o vigor da juventude de Davi está entre a morte e a vida, não só do corpo, mas também da alma, nela Caravaggio se retratou como um condenado.
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Autorretrato – detalhe da pintura
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Esse autorretrato onde ele se coloca com a cabeça decepada de Golias, foi enviado à corte papal em 1610 como uma espécie de petição pintada de perdão. Na verdade, o perdão foi concedido, mas não chegou até ele, morrera antes em 18 de julho de 1610, aos 39 anos de idade.
Caravaggio promoveu a crença no poder transcendente da humildade, resignação e fé e, embora suas obras falem através do visível, elas sempre falam sobre o invisível; eles nos fazem focar no corpo de um homem, enquanto o interesse deles é muito mais profundo, porque também enfatiza a vida interior.
TÍTULO – Davi com a Cabeça de Golias
AUTOR – Michelangelo Merisi da Caravaggio
ANO – cerca de 1609
TÉCNICA – Óleo sobre Tela
DIMENSÃO – 125 x 100cm
LOCALIZAÇÃO – Galeria Borghese, Roma, Itália
https://arteeartistas.com.br/davi-com-a-cabeca-de-golias-caravaggio/
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"EXCELENTE PERGUNTA SENADOR. TEMOS QUE PERGUNTAR AO PRESIDENTE." REFLEXO INSTANTÂNEO, SUPERANDO O DO BAIXINHO SENADOR. EMBATE ENTRE UM GOLIAS E UM DAVID CONTEMPORÂNEOS.
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Moro e Gonçalves Dias trocam farpas durante depoimento e presidente da sessão precisa intervir
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Terra Brasil
31 de ago. de 2023
Momento ocorreu durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre 8 de janeiro, nesta quinta-feira (31). Sérgio Moro (União-PR) acusou o ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias, de não tomar providências suficientes contra invasão. Em determinado momento, o parlamentar e general passaram a rebater falas ao mesmo tempo, iniciando bate-boca. O presidente da sessão, Arthur Maia (União-BA) pediu para que Moro e G. Dias não interrompessem as falas do outro.
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DE PÉ...DEPEDRAÇÃO
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O texto parece ser uma descrição de uma situação em um contexto político, envolvendo um senador fazendo uma pergunta e outra pessoa respondendo de forma assertiva. Aqui está uma interpretação:
A pessoa que respondeu com "EXCELENTE PERGUNTA SENADOR. TEMOS QUE PERGUNTAR AO PRESIDENTE." parece estar sendo muito diplomático e evasivo em sua resposta, evitando dar uma resposta direta à pergunta do senador. Ele sugere que a questão deve ser encaminhada ao presidente, possivelmente para evitar se comprometer com uma posição ou resposta específica.
A referência ao "BAIXINHO SENADOR" sugere que há uma diferença notável entre os dois senadores, possivelmente em termos de poder ou influência política. O uso das palavras "Golias" e "Davi contemporâneos" pode indicar que esse é um embate entre um senador mais influente (um "Golias") e outro menos influente (um "Davi"), onde o senador que deu a resposta evasiva pode estar em uma posição mais forte.
Em resumo, o texto descreve uma troca política em que um senador evita responder diretamente a uma pergunta, possivelmente devido a implicações políticas ou estratégicas, enquanto outro senador, talvez menos influente, faz a pergunta.
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Brasileiro Profissão Esperança
Marcos Resende Oficial
Antônio Maria e Dolores Duran, por Paulo Gracindo e Clara Nunes
Criação e Direção: Paulo Pontes
Música
Ternura Antiga / Ninguém Me Ama / Valsa De Uma Cidade / Menino Grande / Estrada Do Sol / A Noite Do Meu Bem / Manhã De Carnaval / Frevo Número Dois Do Recife / Castigo / Fim De Caso / Por Causa De Você (Ao Vivo)
Música 1 de 2
Pela Rua / Canção De Volta / Suas Mãos / Solidão / Se Eu Morresse Amanhã De Manhã / Noite De Paz (Da-me Senhor) (Ao Vivo)
Música 2 de 2
ARTISTA
Clara Nunes, Paulo Gracindo
ÁLBUM
Ternura Antiga / Ninguém Me Ama / Valsa De Uma Cidade / Me
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Charges, corrupção e política | Acervo
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PAÍSPublicado: 19/04/17 - 13h 47minAtualizado: 23/02/18 - 9h 51min
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Após volta da democracia, corrupção e irregularidades inspiram charges
Confisco de Sarney, INPS, Collor, reeleição de FH, mensalão de Lula, pedalada de Dilma, Eike e futebol são alvos de Chico, Henfil, Lan, Aroeira, Erthal, Miguel Paiva e Bruno Drummond
FOTOGALERIA
Primórdios. Em 2005, o presidente Lula, que viria a ser conduzido coercitivamente pela Polícia Federal em 2016, no âmbito da Operação Lava-Jato, é retratado de saia justa em meio ao escândalo do Mensalão
EM FOCO: CHARGES, CORRUPÇÃO E POLÍTICA
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Kátia Gonçalves*
No ocaso da ditadura militar e com o fim da censura, em meio ao clima de redemocratização impulsionada pela campanha das “Diretas Já!”, trabalhos de chargistas foram ganhando cada vez mais interesse dos leitores pelas críticas carregadas de humor que estampavam as páginas da imprensa brasileira. A redemocratização também jogou mais luz sobre irregularidades cometidas por agentes públicos e privados, fornecendo um prato cheio para os cartunistas do GLOBO, como Chico Caruso, Lan, Henfil, Erthal, Aroeira, Miguel Paiva e Bruno Drummond. Em 30 charges selecionadas pelo Acervo O GLOBO (veja fotogaleria e páginas digitalizadas), eles mostram que o humor é uma arma fundamental na democracia para criticar os poderosos.
Nem o general-presidente João Batista Figueiredo escapou do traço afiado dos artistas. Chico, que estreara no jornal em 1984, numa charge de 19 de dezembro desenhou o militar, que nunca disfarçara sua pouca aptidão pela vida pública, contando os dias que faltavam para deixar o governo, que seria ocupado por Tancredo Neves, o primeiro civil a ocupar a Presidência da República, eleito meses antes por via indireta, mas que nunca tomou posse.
Ao ocupar a Presidência, o vice José Sarney tornou-se alvo dos cartunistas, especialmente após o lançamento do Plano Cruzado que, entre outras medidas, congelou preços, salários e tarifas, o que acabou causando o sumiço de produtos essenciais, como carne. Chico Caruso, em 9 de março de 1986, satirizou a situação desenhando Sarney tentando agarrar um touro. Em 10 de outubro, em meio à notícia do GLOBO “usando agentes federais armados de metralhadora e helicóptero da FAB, o Governo desapropriou ontem dois mil bois gordos no primeiro dia do confisco de gado retido no pasto”, novamente Sarney inspirou o cartunista, que o retratou empurrando um boi para dentro de um camburão da Polícia Federal. Ludibriado por pecuaristas, o governo considerou na ocasião que havia “prática continuada de crime contra a economia popular”. Foram desapropriados 2 mil bois em três fazendas do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Mais de 20 anos depois, em 25 de julho de 2009, Chico retratou José Sarney, então presidente do Senado, acusado de envolvimento na contratação do namorado de sua neta, Henrique Dias Bernardes, por ato secreto. Formado em Física, o rapaz trabalhava atendendo o telefone e atuava no arquivo do centro médico. O caso gerou mal-estar na Casa, e a situação se agravou quando o então presidente Lula relativizou o problema para reforçar a defesa do aliado Sarney. A charge trazia Sarney a bordo de um avião, dando as instruções: "Fala o chefe da cabine: em caso de turbulências (injustiça!), silêncio, paciência e tempo cairão automaticamente à sua frente. Puxe-os para si e faça de conta que está tudo bem...", com o título “Voo cínico ensina sêneca”.
Em 15 de janeiro de 1997, o então presidente Fernando Henrique Cardoso foi retratado por Chico indo às compras, conduzindo um carrinho de supermercado, com uma enorme lista em suas mãos, por detrás do Congresso Nacional. Era uma alusão ao acordo que garantiria que a emenda da reeleição fosse votada com o apoio do PMDB. Na mesma edição, o jornal trazia a informação “Os líderes governistas e o PMDB fecharam um acordo para que a emenda da reeleição seja votada hoje (15/01/97) na comissão da Câmara”, para prefeitos, governadores e presidente da República.
Escândalos envolvendo o futebol também sempre inspiraram os artistas. O esquema de corrupção dentro da CBF que, supostamente, envolvia a venda de resultados de jogos e financiamento de campanhas políticas, tinha como pivô o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Ivens Mendes. Erthal ilustrou o caso no dia 18 de maio de 1997: o juiz “se confunde” ao mostrar um cheque no lugar do cartão para os jogadores de futebol. O “Jornal Nacional”, da Rede Globo, divulgou os telefonemas que desvendariam o caso. No dia seguinte ao escândalo, Mendes pediu afastamento do cargo.
Em outubro de 2005 a “Máfia do Apito”, como a imprensa denominou o esquema de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro daquele ano, chocou o mundo esportivo. Miguel Paiva retratou a situação em 9 de outubro de 2005 com o irônico título “Máfia do humor”, onde, ao telefone, alguém oferecia “Quinhentinhos pra não fazer mais nenhuma charge sobre isso”, enquanto outro personagem diz: “Só pode ser piada!”.
O futebol voltaria a ser alvo de outro caso polêmico dez anos depois: em 2015, José Maria Marin fora acusado de corrupção e extraditado da Suíça para os Estados Unidos. A situação inspirou Chico Caruso a representar a CBF algemada ao FBI, sob o título “Entreouvido nos esportes”, com a legenda “Brasil-il-il!”, em 4 de novembro, ao lado da notícia “Nos EUA, Marin paga fiança de US$ 15 milhões”, para ter direito à prisão domiciliar em seu apartamento, em Nova York.
Mais recentemente, dentro do clima dos Jogos Olímpicos da Rio 2016, Chico voltou a usar o esporte como ferramenta de crítica política: o então presidente interino Michel Temer, após o início do processo de impeachment de Dilma Rousseff, é representado como “O pizziscóbolo” em “Modalidades olímpicas Brasil 2016 (3)”.
Personagem principal em um dos maiores escândalos políticos do Rio de Janeiro, Rodrigo Silveira Corrêa, o Silveirinha, estampou a capa do jornal em 3 de março de 2003. Em plena segunda-feira de carnaval, Chico desenhou o político se divertindo na folia. O título dizia “Cante com Silveirinha” e a legenda emendava: “— Veja, mamãe: esqueceram de mim!”. Subsecretário adjunto de Administração Tributária durante o governo de Anthony Garotinho, entre 1999 e 2002, Silveirinha montou, com um grupo de fiscais da Fazenda do Rio, um esquema que extorquia empresas de todo o estado. A quadrilha arrecadou e mandou para a Suíça US$ 34 milhões no chamado Escândalo do Propinoduto.
No ano em que estreou no ranking das pessoas mais ricas do mundo elaborado pela revista "Forbes", Eike Batista foi desenhado por Chico com um terno listrado em branco e cinza, que remetia ao uniforme de presidiário, com o título “cores da moda”. A legenda brincava: “Dégradé emergente”, na edição de 12 de julho de 2008, que trazia a notícia que a Polícia Federal começara a investigar o empresário, dono da holding EBX. A denúncia era de fraude em licitação e extração ilegal de ouro, o que levou a PF a realizar buscas na casa e nos escritórios do empresário. Em janeiro de 2017, o empresário foi preso no âmbito da Operação Eficiência, na segunda fase da Calicute, o desdobramento da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro.
O Partido dos Trabalhadores (PT) também inspirou Chico Caruso em diversas ocasiões. Em 2005, com o título “As grandes conclusões a que chegamos”, a charge trazia um homem de terno recebendo dinheiro em mãos, com a legenda: “O Brasil inventou o dinheiro-bomba: a gente pega, ele explode!”. A sátira era uma referência aos primórdios das investigações que levariam ao escândalo do mensalão, compra de votos de parlamentares para a aprovação, pelo Congresso Nacional, de projetos de interesse da Presidência da República, que gerou a maior crise do governo Lula. A edição do jornal do dia 22 de junho trazia a notícia: “Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do publicitário Marcos Valério, voltou a sustentar, em entrevista ao ‘Jornal Nacional’, que ele fazia pagamentos em dinheiro a políticos ligados ao esquema do mensalão”.
Dez anos depois, em 25 de julho, o jornal trazia a notícia “Lava-Jato liga Odebrecht a propina paga na Suíça”. O Ministério Público Federal denunciou os presidentes das duas maiores empreiteiras do país, Odebrecht e Andrade Gutierrez, por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na charge: "Entreouvido em Brasília. - E agora? Onde é que eu penduro isto?". Chico desenhou Eduardo Cunha com um guarda-chuva aberto enquanto uma chuva de notas de dólar o atingia. A legenda brincava “— Tudo bem... 'quem está na chuva é pra molhar a mão!'”, enquanto o título ironizava: “Máximas bem cunhadas”. A charge estava ao lado da notícia “Cunha admite que deixou de declarar dinheiro na Suíça”, no dia 7 de novembro de 2015.
Já o cartunista Lan, em meio a tantos casos que causaram estarrecimento na opinião pública, sintetizou na fala de uma enfermeira o pedido de muitos brasileiros: “Doutor, está faltando a vacina contra a pior praga: a corrupção que assola o país...”, no GLOBO de 22 de novembro de 2014.
* estagiária sob supervisão de Gustavo Villela, editor do Acervo O GLOBO, com revisão de texto de Matilde Silveira
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Era Lula. A crise do mensalão estoura após vídeo flagrar corrupção nos Correios: “Brasil inventou o dinheiro-bomba: a gente pega, ele explode!”
Era Lula. A crise do mensalão estoura após vídeo flagrar corrupção nos Correios: “Brasil inventou o dinheiro-bomba: a gente pega, ele explode!” Chico Caruso / 22/06/2005
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Charges, corrupção e política | Acervo
https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/charges-corrupcao-politica-21199619
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Roda Viva Retrô | Fernando Lyra | 1987 Roda Viva 4 de abr. de 2019 #rodaviva Em 1987, o Roda Viva recebeu o ex-ministro da Justiça, Fernando Lyra. Lyra foi um dos articuladores da candidatura de Tancredo Neves na época. Ele disputou a presidência da Câmara com Ulysses Guimarães e afirmava representar o desejo de mudança do país. Participaram como entrevistadores Lenildo Tabosa Pessoa, do Jornal da Tarde; Augusto Nunes, do Jornal do Brasil; Mauro Martins Bastos, jornalista da TV Cultura; Nirlando Beirão, jornalista da revista Senhor; Roberto Lopes, jornalista da Folha de S. Paulo; e Izalco Sardenberg, jornalista da revista Visão. #rodaviva
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Brasileiro, Profissão: Esperança
Jornal O Norte
10/11/2011 às 00:22.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:10
De volta aos palcos, o espetáculo Brasileiro, Profissão: Esperança com o grupo teatral montes-clarense Os 10 Y Mais que se apresenta no Centro Cultural Hermes de Paula nos dias 18 e 19 de novembro (sexta e sábado).
A peça é do dramaturgo Paulo Pontes, baseado nas letras e canções de Dolores Duran e Antônio Maria, com samba-canções dos anos 50.
Brasileiro, Profissão: Esperança foi encenado diversas vezes no Brasil. Originalmente, Ítalo Rossi e Maria Bethânia fizeram o papel de Antônio Maria e Dolores Duran. A montagem mais famosa, no entanto, foi a da década de 1970, com Clara Nunes e Paulo Gracindo e direção de Bibi Ferreira, que ficou meses no Canecão (RJ).
Antônio Maria
Antônio Maria era exatamente o oposto do que sugerem suas canções de dor-de-cotovelo. Brincalhão, casado e feliz com a família que possuía. Nasceu em Recife, PE, em 17 de março de 1921. Cronista, jornalista, radialista esportivo, Antônio Maria fez de tudo - e fez da alegria sua vida. Apaixonado pela boêmia virava noites rindo e brincando com Vinícius de Moraes, com Ismael Neto, com quem quisesse achar o prazer da vida. Um de seus passeios favoritos era ir de Rio para São Paulo, de onde tirava sua inspiração. E para este percurso, compôs, com Vinícius, Dobrado de amor a São Paulo. Quando ficou doente (um enfarto) o médico lhe tirou tudo o que gostava: a costela, a feijoada. Seguiu adiante com bom humor e resignação. Um dia se cansou e veio o segundo infarto. Foi em 15 de outubro de 1964. É sobre ele mesmo que escreveu a tão famosa frase: Com vocês, por mais incrível que pareça, Antônio Maria, brasileiro, cansado, 43 anos, cardisplicente (isto é: desdenha o próprio coração). Profissão: esperança.
Dolores Duran
Adiléa da Silva Rocha, nossa Dolores Duran, nasceu no Rio de Janeiro, em 07 de junho de 1930. Foi, com certeza, uma das maiores representantes do samba-canção brasileiro. Começou a cantar muito cedo - seu primeiro prêmio foi aos seis anos de idade. Aos 15, seu pai morreu e a menina Adiléa teve que sustentar sua família, cantando, que é o que ela melhor sabia fazer.
Autodidata, dominou o inglês, francês, italiano e espanhol ouvindo músicas, a ponto de Ella Fitzgerald lhe dizer que foi em sua voz a melhor interpretação que ela já havia ouvido de My Funny Valentine, um clássico da música norte-americana.
Em 1957, então com 27 anos e recém-separada de um casamento desastroso, Tom Jobim (um estreante!) mostra-lhe uma composição em parceria com Vinícius de Moraes. Ao ouvir a melodia, Dolores pega um lápis e escreve Por Causa de Você, e manda um bilhete a Vinícius pedindo-lhe para concordar com a nova letra, e Vinícius prefere a de Dolores.
A partir daí compõe, nos seus últimos dois anos de vida, algumas das mais lindas, tristes e ternas músicas da MPB, como Castigo, A Noite do Meu Bem, Olha o Tempo Passando e Estrada do Sol, entre outras tantas. Em 23 de outubro de 1959, com 29 anos, chega em casa às 7:00 da manhã, e diz a sua empregada: - Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer.
Maristela e Diógenes
Em Montes Claros, Maristela Cardoso e Diógenes Câmara serão as estrelas do espetáculo, sob a direção do mestre Baptista.
Cultura
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