Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 9 de maio de 2023
Começa a Ir Ser Dia
Sentir? Sinta quem lê!
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Copom
Três recados que o Banco Central deixa para o governo e o mercado na ata do Copom
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Juliana Américo
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Por Juliana Américo
09/05/2023 - 8:53
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Selic Real Digital BC Banco Central, ata do copom
O Banco Central manteve o tom apresentado no comunicado e aproveitou para reforçar alguns recados para o governo e o mercado. (Imagem: Agência Brasil)
O Banco Central divulgou nesta terça-feira (9) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizado na semana passada. Na ocasião, a autoridade monetária optou pela manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, apesar das pressões do governo para redução dos juros.
No documento de hoje, a autoridade monetária manteve o tom apresentado no comunicado e voltou a dizer que “apesar de ser um cenário menos provável”, não hesitará em retomar a alta na taxa básica de juros caso a inflação acelere.
Além disso, o Banco Central aproveitou para reforçar alguns recados tanto para o mercados, quanto para o governo, que vem pressionando a autarquia a reduzir a Selic mais rápido.
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Recados para o governo e o mercado
Arcabouço fiscal não é garantia de Selic baixa
No mês passado, o ministro Fernando Haddad apresentou a proposta de arcabouço fiscal para o Congresso. Desde então, tem se apostado que a nova regra fiscal que substitui o teto de gastos irá ajudar o Banco Central a reduzir a Selic.
No entanto, a ata traz uma frase que o presidente Roberto Campos Neto já repetiu mais de uma vez: “não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal”. O texto reforça que a trajetória de inflação segue condicional à reação das expectativas de inflação e das condições financeiras.
Ainda assim, o Banco Central aproveitou para dar um aceno positivo ao governo e avaliou que a apresentação do arcabouço fiscal reduziu a incerteza associada a cenários extremos de crescimento da dívida pública. “A materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas”, diz na ata.
A roda da inflação vai girar no segundo semestre
Hoje, a inflação acumulada em 12 meses está dentro do teto da meta. Os dados do Índice de Preços as Consumidor Amplo (IPCA) de março mostram um acumulado de 4,65%, diante de uma meta de 4,75% para 2023.
Os números animaram o mercado, mas o Banco Central pede serenidade. Para o segundo trimestre, é, sim, esperada uma queda relevante na inflação acumulada em doze meses em função do efeito base do ano anterior. Por outro lado, o segundo semestre deve ser marcado por uma volta na alta dos preços.
“No segundo semestre, como os efeitos das medidas tributárias que reduziram o nível de preços no terceiro trimestre de 2022 não estão mais incluídos na inflação acumulada e ainda se terá a inclusão dos efeitos das medidas tributárias deste ano, se observará elevação do mesmo indicador”, aponta o texto.
Além disso, as expectativas de inflação do Banco Central seguem desancoradas das metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Ninguém prometeu queda nos juros
“Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75%”. Essa frase persegue o mercado desde setembro do ano passado e deve continuar por mais um tempo.
Apesar de manter a indicação de que um cenário de alta dos juros é menos provável, o Copom bate na tecla de que seguirá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da Selic por período prolongado conseguirá controlar a inflação.
A sinalização é de que o período de manutenção pode estar com os dias contados, mas que não vai ser na próxima reunião da a Selic passa para um patamar mais baixo.
Confira a ata do Copom na íntegra
https://www.moneytimes.com.br/tres-recados-que-o-banco-central-deixa-para-o-governo-e-o-mercado-na-ata-do-copom/
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terça-feira, 9 de maio de 2023
Dora Kramer - Frente estreita
Folha de S. Paulo
Lula precisa escutar e, sobretudo, atender a quem pensa diferente
O presidente da República perdeu quatro meses e dez dias nestes praticamente 130 dias em que colecionou derrotas nunca vistas neste país de Congresso Nacional em geral benevolente com governos estreantes.
Ok, Lula 3 não é uma estreia clássica, mas por isso mesmo deveria ter expertise acumulada no tema articulação.
Falta de experiência não é. Tampouco de reiterados avisos. Provavelmente trata-se de excesso de confiança do mandatário no próprio taco. E este está gasto pela passagem do tempo. Na campanha, o então candidato prometia administrar a relação com o Parlamento na base da "conversa". Imaginava levar suas excelências no papo.
A realidade, contudo, se mostrou mais complexa. Habitualmente arguto, Lula neste mandato parece ter tido sua visão anuviada pelo ego inflado devido à volta por cima. Promete tomar as rédeas da organização da base sustentado no seguinte tripé: liberação de emendas, cobrança de fidelidade e presença nas negociações.
Isso tudo conta, mas é para lá de insuficiente não havendo sensibilidade para perceber que o humor de suas excelências agora tem como referência o fator redes sociais. Congressistas gostam das benesses oficiais, mas gostam também dos votos que os mantêm na condição de interlocutores privilegiados do poder central. Hoje há uma pressão externa inexistente há 20 anos.
A distribuição de cargos e emendas já foi incorporada pelo Legislativo como "obrigação" do Executivo. Falta no elenco de providências o diálogo inclusivo com atenção às demandas reais da sociedade. Escutar e, sobretudo, atender a quem pensa diferente. Lula fala para a esquerda, mas venceu pelo pragmatismo democrático do centro.
Não há como obter êxito na contramão do espírito do tempo. Eleito vestido de frente ampla e governando em figurino de frente estreita, ele agrada a minoria, mas desagrada a maioria.
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Se Eu Pudesse | Poema de Fernando Pessoa com narração de Mundo Dos Poemas
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Mundo Dos Poemas
Poesia e poema de autor português. Fernando António Nogueira Pessoa (1888 — 1935) foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português. Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa Literatura e um dos poucos escritores portugueses mundialmente conhecidos. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da Vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos - Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.
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Começa a Ir Ser Dia
Começa a ir ser dia,
O céu negro começa,
Numa menor negrura
Da sua noite escura,
A Ter uma cor fria
Onde a negrura cessa.
Um negro azul-cinzento
Emerge vagamente
De onde o oriente dorme
Seu tardo sono informe,
E há um frio sem vento
Que se ouve e mal se sente.
Mas eu, o mal-dormido,
Não sinto noite ou frio,
Nem sinto vir o dia
Da solidão vazia.
Só sinto o indefinido
Do coração vazio.
Em vão o dia chega
Quem não dorme, a quem
Não tem que ter razão
Dentro do coração,
Que quando vive nega
E quando ama não tem.
Em vão, em vão, e o céu
Azula-se de verde
Acinzentadamente.
Que é isto que a minha alma sente?
Nem isto, não, nem eu,
Na noite que se perde.
FERNANDO PESSOAALMACÉUCORAÇÃOCORESDIAESCUROFRIOMALMENORNEGROSNEGRURANOITEORIENTERAZÃOSOLIDÃOSONOVAZIOVENTO
https://www.poetris.com/frase/f25sggnfbd9bi1ro1giizeb5q
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5. Isto, de Fernando Pessoa
Assinado pelo próprio Fernando Pessoa - e não por nenhum dos seus heterônimos - Isto, publicado na revista Presença em 1933, é um metapoema, isto é, um poema que discorre sobre o seu próprio processo de criação.
O eu-lírico deixa o leitor assistir a engrenagem que move a construção dos versos, fazendo com que se crie um processo de aproximação e afinidade com o público.
Fica claro ao longo dos versos como o sujeito poético parece usar a lógica da racionalização para construir o poema: os versos surgem com a imaginação e não com o coração. Como se comprova nas últimas linhas, o eu-lírico delega para o leitor a fruição obtida através da escrita.
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
https://www.culturagenial.com/poemas-fundamentais-fernando-pessoa/
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