Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 23 de maio de 2023
A Vinícius, meu filho
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O ator Raul Cortez protagoniza ‘Rasga coração’ como o ex-militante comunista e funcionário público Custódio Manhães Jr. na primeira montagem dirigida por José Renato, em 1979
Reprodução
https://mundovelhomundonovo.blogspot.com/2023/05/rasga-coracao.html
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Oduvaldo Vianna, filho: filho de peixe… peixinho é
https://portais.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/familia-vianna/oduvaldo-vianna-filho-filho-de-peixe-peixinho-e/
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"Em primeiro lugar, Rasga Coração é uma homenagem ao lutador anônimo político, aos campeões das lutas populares; preito de gratidão à "velha guarda", a geração que me antecedeu, que foi a que politizou em profundidade a consciência do país."
Oduvaldo Vianna Filho
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Luzes do Cristo Redentor são apagadas em solidariedade a Vini Jr.
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UOL
22 de mai. de 2023 #UOLNewsNoite #Corte
O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, teve a iluminação desligada por uma hora nesta segunda (22) em solidariedade a Vini Jr., vítima de episódios de racismo na Espanha.
https://www.youtube.com/watch?v=x3kuTgnd31Q
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Herois da Liberdade - Originais do Samba
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Claudio Silva
Clipe
2.075.365 visualizações 22 de out. de 2016
Composição: Silas de Oliveira - Carnaval 1968
Um dos mais belos sambas enredo de todos os tempos.
Cantado pelo Grupo Originais do Samba com o saudoso Mussum.
https://www.youtube.com/watch?v=PQJg04ijcQc
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília, puniu nesta terça-feira (23) o juiz Marcos Scalercio com a aposentadoria compulsória após ele te sido acusado de assédio sexual e importunação sexual contra ao menos três mulheres em São Paulo. Segundo as vítimas, os crimes ocorreram em 2014, 2018 e 2020.há 6 horas
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" - Eu posso porque sou juiz."
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" - Eu proclamo o resultado."
https://www.youtube.com/watch?v=vG2p_SsFuTw
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8ª Sessão Ordinária de 2023 - 23 de maio (Manhã)
Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Transmissão ao vivo realizada há 8 horas
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Bom Dia! Olha nos meus olhos 👀 Dê-me a sua mão 🤚 Sorria meu bem🎶Sorria😁
https://www.historictalk.com/pt/glimpse-past-rare-photographs-historical
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Bettmann/Getty Images
David Isom entrando em uma piscina só de brancos
Em junho de 1958, David Isom tinha dezenove anos quando decidiu que queria nadar e foi para uma piscina próxima. Era uma piscina só de brancos na Flórida, mas isso não o impediu. Ele entrou na instalação, provocando indignação. Embora fazer isso deveria ter sido seu direito, devido à segregação, era contra a lei. A maneira como foi tratado em seguida foi uma desgraça.
O gerente da instalação imediatamente fechou o local e fez todos saírem. Em seguida, drenaram e limparam a piscina na esperança de que ela fosse higienizada e pronta para ser usada apenas por pessoas brancas novamente.
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Guernica
Pintura de Pablo Picasso
Com 349 cm de altura por 776,5 cm de comprimento, Guernica, uma das obras mais famosas de Pablo Picasso, pintada a óleo em 1937, é uma “declaração de guerra contra a guerra e um manifesto contra a violência”. Wikipédia
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“Lembro de quando era pequena e uns homens foram
buscar minha mãe e minhas tias que choravam bastante.
Nem eu, nem meus irmãos pudemos ir. Depois soube que
aqueles homens eram soldados nacionais que foram buscar
familiares do meu pai que era um miliciano da República – na verdade ele era monarquista, mas como toda a família
ficou ao lado do governo, acabou acompanhando , porque
aquela noite seria fuzilado. Deixaram ao menos que se
despedisse e fosse enterrado. Naquela época ter o corpo
para que fosse velado era um privilégio.
Os anos depois da guerra não foram fáceis. Os militares
que chegavam em caminhões no pueblo para a distribuição
de alimentos não deixavam minha mãe ficar na fila, por ser
viúva de um traidor. Só tínhamos como nos alimentar
graças aos vizinhos que as escondidas, a noite, deixavam
coisas em nossa porta”. Maria de Gracía Gil Ramirez
Guerra Civil Espanhola: uma perspectiva comparada de
suas representações literárias
https://ppghc.historia.ufrj.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=195-guerra-civil-espanhola-uma-perspectiva-comparada-de-suas-representacoes-literarias&category_slug=dissertacoes&Itemid=155
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"Um crisol é um recipiente que se fabrica com materiais refratários, utilizado para a fundição de certas substâncias a altas temperaturas. Geralmente são fabricados à base de grafito e argila.3 de fev. de 2017"
https://conceito.de/crisol#:~:text=Um%20crisol%20%C3%A9%20um%20recipiente,base%20de%20grafito%20e%20argila
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terça-feira, 23 de maio de 2023
Opinião do dia – Antonio Gramsci (a força das ideias)
“Deve-se sublinhar a importância e o significado que têm os partidos políticos, no mundo moderno, na elaboração e difusão das concepções do mundo, na medida em que elaboram essencialmente a ética e a política adequadas a elas, isto é, em que funcionam quase como “experimentadores” históricos de tais concepções. Os partidos selecionam individualmente a massa atuante, e esta seleção opera-se simultaneamente nos campos prático e teórico, com uma relação tão mais estreita entre teoria e prática quanto mais seja a concepção vitalmente e radicalmente inovadora e antagônica aos antigos modos de pensar. Por isso, pode-se dizer que os partidos são os elaboradores das novas intelectualidades integrais e unitárias, isto é, o crisol da unificação de teoria e prática entendida como processo histórico real; e compreende-se, assim, como seja necessária que a sua formação se realize através da adesão individual e não ao modo “laborista”, já que — se se trata de dirigir organicamente “toda a massa economicamente ativa” — deve-se dirigi-la não segundo velhos esquemas, mas inovando; e esta inovação só pode tornar-se de massa, em seus primeiros estágios, por intermédio de uma elite na qual a concepção implícita na atividade humana já se tenha tornado, em certa medida, consciência atual coerente e sistemática e vontade precisa e decidida.”
*Antonio Gramsci (1891-1937). Cadernos do Cárcere, v.1. p. 105. Civilização Brasileira, 2006.
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terça-feira, 23 de maio de 2023
Paulo Fábio Dantas Neto* - Virar a página no Judiciário também: o exemplo vem de cima
Os acontecimentos golpistas de 8 de janeiro e a firmeza com que instituições do estado, organizações da sociedade civil e os atores que dirigem umas e outras reagiram aos ataques constituíram, juntos (os fatos golpistas e as posições democráticas assumidas diante deles), um só processo de afirmação e fortalecimento da democracia e dos poderes do estado de direito. Se as eleições de outubro de 2022 deram a senha para a reversão do impulso autoritário que encontrara guarida nas urnas de 2018 e que legitimara a ocupação do governo por seus agentes a partir do ano seguinte, foi o processo transcorrido em janeiro de 2023 que ensejou o uso prático e eficaz dessa senha. Consumou-se a reversão.
Com a dupla derrota da extrema-direita, em outubro e janeiro, além de se mudar o governo, os executores dos atos golpistas foram logo presos, estão sendo agora processados, com agilidade e rigor, pelo poder constitucionalmente autorizado a isso. O Judiciário tem agido em cooperação com órgãos da segurança pública, que também se dedicam, diuturnamente, a identificar os autores intelectuais e financiadores dos atos para também processá-los, conforme a lei. As corporações militares, tidas e havidas, na quadra mais recente da vida nacional (e nem sempre de modo justo) como potenciais fontes de desestabilização democrática, estão pacificadas e submetidas ao poder civil, sem prejuízo, como se vê, de indiciamento pessoal de militares. As instituições republicanas retomam sua normalidade e a rigor não se pode mais falar de conjuntura de risco à democracia. Ficaram abertos, a princípio, caminhos para que a política democrática cuide do que mais interessa, as avarias no seu edifício e na sua dinâmica institucional, para que tenham passagem as pautas econômicas, sociais e ambientais, em nome das quais se negou, à extrema-direita, a continuidade de sua experiência no governo.
Em contraponto à positividade desses fatos, o clima político do país, que se supunha desanuviado por um processo democrático benigno, voltou a ficar muito tensionado por uma pauta judicial e policial. Caminhamos a passos largos para um ambiente semelhante aos dos tempos da Operação Lava-jato. Os atores de ontem cumprem papeis invertidos, sob a perplexidade de quem quer aposentar aquele script. A pergunta a ser respondida é por que a sensação de excepcionalidade sobrevive a outubro e janeiro.
Faz parte da prorrogação de guerra ferida com inversão de papeis um discurso insólito do senador Hamilton Mourão, em “defesa da democracia” contra “ataques” do que ele e aparteantes simpáticos chamam de instrumentalização governamental da Justiça para “vingança”, ou mesmo de “ditadura”, a qual estaria patenteada na cassação do mandato do deputado Deltan Dallagnol, por decisão do TSE.
O discurso do ex-general, hoje senador, pode ser lido pelo seguinte ângulo: desde o imediato pós 8 de janeiro, com a virada de página do perigo de golpe, a ideia da democracia reforçou-se mais solidamente. Por isso, ninguém pode hoje se posicionar sobre temas institucionais sem invocar seu nome, mesmo que o faça blasfemando, como no caso de Mourão. Mas essa leitura justificadamente otimista não impede que se repare em riscos que uma recidiva do lavajatismo com sinal trocado representa, no sentido de dar plateia a pregações da extrema-direita e, no limite, conferir, aos olhos da população, alguma plausibilidade ao seu discurso, por mais irracional e inverídico que ele, de fato, seja. Mais que as palavras destituídas de veracidade intrínseca proferidas por um senador de flagrante vínculo com a extrema-direita, importa reparar, por exemplo, no apoio que recebeu, em plenário, de um senador da direita tradicional como Esperidião Amin. Dutos entre distintas direitas podem ainda hoje ser flagrados, tanto no plenário do Senado como num evento de entrega de títulos de posse em São Paulo, na Arena Corinthians, onde o governador Tarciso de Freitas e o deputado Eduardo Bolsonaro trocam elogios em público e com eles se sintoniza, ainda que mais passivamente, o prefeito paulistano, Ricardo Nunes.
Será relevante observar se tais convergências no interior das direitas – um campo largo, hoje submetido a uma dinâmica centrífuga - são resíduos contrafactuais e pontuais de um processo mais geral de lento esgarçamento, ou se podem estar relacionadas, de algum modo, à repercussão pública da recidiva jurídico-policial que invade ambientes das várias mídias e da política brasileira nas últimas semanas.
Palavras e obras no âmbito de cada um dos três poderes da República podem contribuir para adubar ou desabilitar o terreno onde arautos de salvacionismos tentam replantar sementes ideológicas de sua guerra santa contra a legitimidade da política como campo privilegiado de solução de conflitos. No âmbito do Executivo, o presidente e seus ministros negam espaço à recidiva se admitem compartilhar o poder e adotam o diálogo e a autocontenção como métodos de relação com os demais poderes, inclusive construindo pautas legislativas comuns, como se tem feito no caso do arcabouço fiscal; e fazem o oposto se desafiam amplos consensos consolidados no congresso, para tentar passar pautas programáticas do seu campo político, ou mesmo para apenas agitá-las como propaganda. No âmbito do Legislativo trabalha-se para desabilitar a guerra santa se lideranças desse poder admitem se entender por um novo padrão estável e razoável de relacionamento com os demais poderes, mas operam em sentido oposto se almejam tornar perenes poderes assimétricos que exerceram por uma situação política excepcional, vivida durante o ciclo político anterior. Entre mantê-los e voltar ao status quo anterior há mediações possíveis. Buscá-las permanentemente será um forte indicador de normalização democrática.
Por não ter entre as suas prerrogativas participar diretamente da atividade governativa, o Poder Judiciário nem por isso está dispensado de compreender a escolha entre adubar ou desabilitar o terreno em que podem ser plantadas as sementes da recidiva aqui comentada. Ao contrário, é justamente dele - a quem cabe a intransferível tarefa de dirimir, à luz da Constituição, eventuais conflitos entre os poderes governativos e entre esses e seus governados - que se espera um trabalho intermitente para desativar as minas que podem levar o país a situações-limite, como ocorreu algumas vezes durante os últimos anos.
A postura do Poder Judiciário é, aos olhos dos cidadãos, um efetivo termômetro que informa sobre se há normalidade ou alguma enfermidade na vida institucional do país. Quanto mais convencional for o seu agir, mais sensação de segurança e tranquilidade comunicará. Se age no limite da excepcionalidade sinaliza febre alta e abre uma imediata busca de remédios que, numa sociedade complexa e conflitiva, dificilmente podem ser prescritos através de consenso.
Nesse sentido é preocupante que mesmo após o 8 de janeiro e seus desdobramentos benignos, continuem saindo, de palavras e atos de tribunais superiores - ou de altos magistrados que falam por eles - mensagens na direção de que o país prossegue atolado numa situação emergencial que justifica pesar a mão da Justiça, para além do que uma normalidade requer. Saímos de um precipício e entramos num beco? É preciso não deixar a opinião púbica em dúvida sobre se os responsáveis por conspirações golpistas ou por excessos arbitrários no âmbito da Lava-Jato estão respondendo judicialmente sobre um passado ou se seus poderes de produzir fogo são coisa do presente. Diante de um discurso de extrema-direita que afirma estar a democracia sob ataque, vamos reagir mostrando sua falta de veracidade ou concordar com ele sobre o estado de guerra apenas rebatendo as afirmações sobre quem é agressor e agredido? No novo patamar democrático em que estamos, cabe ao Judiciário ser o primeiro a dizer que está sob seu sereno controle uma situação que a polarização política insiste em pintar como agonística. Que embora ainda haja fios desencapados, no governo e na oposição, ao menos as páginas do golpismo e do lavajatismo foram, de fato, viradas, ao serem privadas de condições objetivas de prosseguir. Isso é importante para que não se veja na cerimônia pública da Arena Corinthians um sinal de adesão do governador a veleidades golpistas da extrema-direita e sim uma evidência de que, no novo contexto, não resta objetivamente a um político como Eduardo Bolsonaro senão a disputa política por votos, caso a Justiça mantenha seus direitos. Nessa hipótese invertem-se os papeis e o governador, não a extrema-direita, é polo político. Objetiva e subjetivamente esse ponto é muito relevante.
É claro que nada, ainda mais numa democracia, é definitivo. Por isso é preciso ter cuidado ao apontar extrapolações indevidas em atitudes do Judiciário. As situações variam e precisam ser analisadas caso a caso, não por casuísmo, mas para evitar generalizações estigmatizantes. É inaceitável que se cogite reverter possíveis extrapolações "enquadrando" o Judiciário de modo ainda mais extrapolado, como quer o senador citado, que propõe ao presidente do Congresso “interditar” a cassação judicial do mandato do seu amigo deputado. É querer tratar covid com cloroquina. A crítica democrática a extrapolações precisa ser dosada, sem aderir à narrativa da extrema-direita de que têm sido a regra. Se o caso da cassação do mandato é discutível e se se poderia adotar tratamento menos duro, o mesmo não vale para o rigor usado com os atores dos atos de 8 de janeiro. Não há como fazer disso tudo um balaio.
Extrapolações podem ser melhor criticadas por um discurso positivo. Em vez de corroborar o diagnóstico de que a democracia está se enfraquecendo, compreender que ela ainda convalesce, mas que já avançou o bastante na recuperação para se poder passar de intervenções cirúrgicas a tratamento conservador. Em nenhum dos três Poderes estamos precisando de xerifes, potentados ou guias.
Com esse sentido tem havido várias manifestações na imprensa, partidas de articulistas de variadas inclinações políticas, como Merval Pereira, Malu Gaspar e Maria Cristina Fernandes. Claro que não há aí (nem há motivo para haver) protesto contra um suposto "estado de exceção", cuja existência povoa mentes terraplanistas e enche bocas apocalípticas da extrema-direita. Mas essa decisão do TSE pela cassação do deputado e várias decisões recentes do ministro Alexandre Moraes, do STF, têm "batido fofo" em ambientes de bom senso democrático e penso que não ajudam a fortalecer nem o Poder Judiciário nem o espaço pessoal de Moraes dentro dele. A tendência é ocorrer algo bem diverso. Alexandre Moraes está se colocando na berlinda e é precipitado concluir que a colegialidade do STF foi anulada. As crescentes críticas a atos específicos de Moraes trabalham a favor de que ela se manifeste.
Refiro-me a um ministro em particular, mas sem intenção de fulanizar um problema mais complexo. É que seu protagonismo pessoal tem estimulado a proliferação de um modus operandi. Penso que é sobre esse protagonismo que a moderação colegiada precisa atuar. O exemplo vem de cima. Pontuo ainda que não é bom caminho o Judiciário desejar ser popular ou assumir para si um papel político, no sentido estrito. Talvez seja esse um ponto sobre o qual devamos nos debruçar mais e melhor.
Pedir moderação tendo em conta o tratamento dispensado a Dallagnol não significa de modo algum esquecer o que ele, Sergio Moro e outros fizeram de arbitrário e ilegal durante a ilusória República de Curitiba que essa fração da Lava-jato julgava existir. Mas creio que para virarmos de fato essa e outras páginas negativas, é preciso abrir mão das pretensões de punição absoluta e de estigmatização eterna. Na política, o perdão – no sentido que lhe atribuiu Hannah Arendt - não supõe esquecimento, mas é o modo de permitir um recomeço. Sem ele ficaremos girando em torno do mesmo eixo de duas pontas. Lembram da lei da anistia, que parte da esquerda combate e ainda quer reverter? Ela foi um desses recomeços regenerativos. O raciocínio positivamente pragmático que deve valer hoje para o que o PT e seus aliados fizeram em governos passados precisa valer também para a obra controversa da Lava-Jato.
*Cientista político e professor da UFBa.
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terça-feira, 23 de maio de 2023
Luiz Carlos Azedo - Ambiguidade de Lula pode levar ao desembarque de Marina
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Correio Braziliense
A pior coisa que poderia ocorrer ao governo, neste momento delicado da nossa política externa, em razão do posicionamento sobre a Ucrânia, é uma crise no Meio Ambiente
A polêmica sobre a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, que opõe institucionalmente a Petrobras, que pretende fazê-la, ao Ibama, que não autoriza, é nitroglicerina pura. Além de o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, entrar em rota de colisão com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, arrasta para o contencioso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa hora em que o eixo da política externa foi deslocado da economia sustentável para o tema da guerra e da paz.
A Petrobras pediu para explorar um campo com potencial de 14 bilhões de barris de petróleo a 175km da costa do Amapá, mas o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou licença à estatal na quarta-feira.
A pior coisa que poderia ocorrer ao governo, neste momento delicado da nossa política externa, em razão do posicionamento de Lula em relação à guerra da Ucrânia, é um desembarque de Marina do governo. Ela é a fiadora da credibilidade do país nos fóruns internacionais sobre o meio ambiente, que abriram as portas da política mundial para o presidente Lula, antes mesmo de sua posse, além de desbloquear os recursos financeiros para o Fundo Amazônia.
A defesa da Amazônia sempre foi uma bandeira da esquerda, muito mais pela ótica da integridade territorial e da garantia de suas reservas minerais; mais recentemente, em razão das populações ribeirinhas, dos seringueiros e dos indígenas, em defesa dos direitos humanos, com forte atuação da Igreja Católica. Talvez tenha sido o cacique Raoni o primeiro a sacar que a Amazônia já estava “internacionalizada”, ao deixar sua aldeia para correr o mundo ao lado do cantor Sting, em busca de solidariedade internacional à luta pela demarcação das terras indígenas.
Ex-seringueira, Marina seguiu essa trilha, principalmente depois do assassinato do líder seringueiro Chico Mendes. Quando ministra do Meio Ambiente, adotou uma agenda muito mais ampla, mas não perdeu o eixo da luta pela preservação da floresta em pé. Ocorre que a população da Amazônia hoje é estimada em 38 milhões de habitantes, que vivem, sobretudo, das atividades econômicas tradicionais, entre as quais a pecuária e a exploração mineral. Marina saiu do governo Dilma Rousseff por se opor à construção da represa de Belo Monte, no Rio Xingu, perto de Altamira (PA).
Há um choque tremendo entre as lideranças populares e indígenas da Amazônia, representadas por Marina e, agora, também pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e parte da elite política dos estados da Amazônia, que representa interesses econômicos e políticos tradicionais. Há também uma aliança tácita com madeireiros, garimpeiros, pecuaristas e grileiros na região, que agora também registra a forte presença dos traficantes de drogas.
O governo de Jair Bolsonaro agravou esse choque, ao estimular o desmatamento e o garimpo, bem como a invasão das terras indígenas. De certa forma, consolidou a internacionalização da Amazônia, por transformar o desmatamento numa “ameaça global”. Ninguém pode ser indiferente a essa nova realidade, muito menos o presidente Lula, que pretende solicitar à Petrobras novos estudos sobre a viabilidade da exploração de petróleo na foz do Amazonas, mais precisamente na costa do Amapá.
Pode virar mico
A posição de Lula é ambígua, disse que não emitirá licença para a Petrobras se houver riscos ambientais. Ao mesmo tempo, declarou que considera essa possibilidade remota, já que o ponto de exploração fica a mais de 500km de distância da foz do rio. Vale lembrar que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, é petista de carteirinha. Foi senador pelo Rio Grande do Norte e está com o prestígio em alta, por ter adotado uma nova estratégia de fixação de preços da empresa, que reduziu os preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha.
Na Amazônia, há mais de 100 poços de petróleo sendo explorados em terra, há décadas. Não se tem notícia de vazamentos até hoje. No mar, já houve mais de 100 outras perfurações, também sem notícias de acidentes ambientais. Entretanto, essa é uma discussão técnica, como a probabilidade de aviões caírem. Quando acontece, é uma tragédia.
A discussão, porém, deve ter outra dimensão. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), se queremos ficar próximos do objetivo de não aquecer a temperatura média do planeta mais do que 1,5° Celsius até 2100, mais de dois terços das reservas conhecidas de petróleo nunca poderão ser utilizadas. Um ciclo de exploração de petróleo em águas profundas, da prospecção à produção, leva até 20 anos para alcançar a rentabilidade desejada.
Até a margem equatorial do Amazonas iniciar produção, estaremos nos primeiros anos da próxima década. Países como a Arábia Saudita, que não têm florestas, venderão seu petróleo ao preço de quem sabe que o uso de petróleo vai acabar. Cada 0,1° Celsius a mais do que 1,5° Celsius custam trilhões de dólares em perdas econômicas, milhares de mortos por tragédia naturais e alto risco de colapso civilizacional. Segundo ambientalistas, abrir uma nova fronteira de petróleo em vez de investir no baixo carbono é visão de curtíssimo prazo e pode ser um mico financeiro colossal.
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Energia Surreal
Thiaguinho
Cifra: Principal (violão e guitarra)
Tom: G
[Intro] D7M G7M D7M F#m7(5-) Bm7 G7M G/A
D7M G7M D7M
Olha a chuva caindo lá fora
F#m7(5-) Bm
E a casa inteira só pra gente
F#m7 G7M
Será que pode melhorar?
A7 A7 A7
Que tal um chocolate quente?
D7M G7M D7M
Olha, tá tarde pro'cê ir embora
F#m7(5-) Bm7
Não é melhor você ficar?
F#m7 G7M
Te empresto uma roupa minha
A7 D7M
Se bem que nem vai precisar
D7M D7 G7M
Olha nos meus olhos lê a minha mente
G7M D/F C7M A7
Vai que, de repente, a gente tá pensando
D7M
igual
D7 G7M
No sofá da sala energia surreal
G7M D/F# C7M G/A D7M
Aqui dentro amor lá fora temporal
Composição de Ivo Mozart / Lucas Santos / SAMUEL DEOLLI
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***
Tantinho
Carlinhos Brown
***
Decunde Odá
Odara, Odara
Thiriririri Yara
Oh, oh yeah
Dá, Odara, Odara
Thiriririri Yara
Fiz essa canção em coma de amor
Como sou feliz e sei que estou
Nunca amei ninguém um tantinho assim
Sem gostar de quem gosta de mim
Fiz essa canção pro tempo passar
Como estou, só quero te abraçar
Se é ilusão, desligue a razão
Pra bater feliz meu coração
Agora que subi ladeira, sossego
Que a poesia em minha horta choveu
Eu te quero aqui
Bem-vinda à minha vida, linda, calor
Você é vitamina, guia e é show
Vem grudar em mim
Por isso então dá-me tua mão
Por isso então dá-me tu amor
Por isso então dá-me tu amor
Por isso então dá-me tua mão
Por isso então dá-me tu amor
Por isso então dá-me tu amor
Odara, Odara
Thiriririri Yara
Oh, oh yeah
Dá, Odara, Odara
Thiriririri Yara
Hey, hey
Come on
Hey
Agora que subi ladeira, sossego
Que a poesia em minha horta choveu
I just want you here (so much love)
Bem vinda a minha vida, linda, calor (so much love)
Você é vitamina, guia e é show (so much love)
Ooh, get close to me
(So much love)
Por isso então dá-me tua mão
(So much love)
Por isso então dá-me tu amor
(So much love)
Por isso então dá-me tu amor
(So much love)
Por isso então dá-me tua mão
(So much love)
Por isso então dá-me tu amor
(So much love)
Por isso então dá-me tu amor
Como I love you
Como I need you
E o meu coração só quer lhe amar
Como I love you
Como I need you
E só quer saber de andar colado
Como I love you
Como I need you
E o meu coração só quer lhe amar
Como I love you
Como I need you
E só quer saber yeah, yeah
Odara, Odara
Thiriririri Yara
Oh, oh yeah
Dá, Odara, Odara
Thiriririri Yara
Composição: Carlinhos Brown.
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Sorria, Sorria
Evaldo Braga
***
Sorria, meu bem, sorria
Da infelicidade
Que você procurou
Sorria, meu bem, sorria
Você hoje chora
Por alguém que nunca lhe amou
Sorria, meu bem, sorria
Eu sempre lhe dizia
Quem ri por último, ri melhor
Chorar, pra quê chorar
Você deve sorrir
Que outro dia será bem melhor
Querida, o seu erro
Você vai pagar
Entenda que eu não posso mais
Lhe aconselhar
Confesso que você
Foi o meu grande amor
Sempre sorria, sempre sorria
Assim como estou
Sempre sorria, sempre sorria
Sim, meu amor
Composição: Carmen Lúcia / Evaldo Braga.
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