Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 31 de maio de 2023
TODA ARTE É JUIZ DE FORA
173
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Parabéns Juiz de Fora 173 anos
"Toda arte é Juiz de Fora": programa especial comemora os 173 anos da princesinha mineira
Especial foi exibido nesta quarta (31), aniversário da cidade, na TV Integração. Confira na íntegra.
Por Karla Pereira
31/05/2023 14h45 Atualizado há uma hora
Assista na íntegra:
https://redeglobo.globo.com/mg/tvintegracao/noticia/toda-arte-e-juiz-de-fora-programa-especial-comemora-os-173-anos-da-princesinha-mineira.ghtml
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Centro de Juiz de Fora
https://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz_de_Fora
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Vida da Gente
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“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios” (Salmo 90:12).
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O Salmo 39 registra uma oração parecida com a do Salmo 90. Nela o autor pede a Deus que, ao mostrar como a vida humana é frágil, o ajude a colocar a esperança na pessoa certa:
“Faze-me conhecer, ó Senhor, o meu fim, e qual a medida dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou. Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade. Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti . Agora, pois, Senhor, que espero eu? a minha esperança está em ti” (Salmo 39: 4-7)
Aprender com Deus a contar os dias é um bom exercício para que nós vejamos como somos miseráveis quando colocamos nossa esperança nesta vida.
Por isso, assim como o Salmo 90:12, peçamos a Deus: “Ensina-nos a contar os nossos dias…”.
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Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3:16
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Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
Malaquias 3:10
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Pintura "Salmo 90. V. 10." (Salmo 90:10), de Ludwig Noster (1909)
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Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.
Salmos 90:10
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Zeca Pagodinho
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O galo canta e a nega me beija
Marmita tá pronta e eu vou trabalhar
Às cinco pego o meu trem lotado
Meio amarrotado, pra sete estar lá
Dou uma filada no jornal da banca
Olho o futebol e filmo a "Playboy"
Olha que eu sou gente fina, moço
Me desculpe, mas não sou herói
E sem dinheiro tomo a minha média
Pão francês na chapa mando pendurar
Portuga sabe que eu sou gente fina
Sou freguês da casa, não vou vacilar
Volto pra casa e a nega me chama
Seu amor é chama que me faz sonhar
Confesso que eu não me acostumo
Com os tombos que essa vida dá
Não é mole não
Pra encarar essa rotina
Tem que ser leão
A gente rala no batente
Pra ganhar o pão
A gente vive honestamente
Sem olhar pro chão
Mas não tem nada
A gente mostra no sorriso
Nosso alto-astral
Um churrasquinho no espeto
E lá vai um real
E desce uma cerveja pra ficar legal
Fim de semana curto samba
E sol na laje
Na caipirinha, eu esqueço a rotina
Encho a piscina, criançada faz a farra
E a nega bronzeia
Muito sem Deus não adianta nada
É o ditado que o povo diz
Pouco com ele, a gente faz a festa
Canta e é feliz
Composição: Alamir / Roberto Lopes.
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Jornal da Cultura | 30/05/2023
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Jornalismo TV Cultura
Transmissão ao vivo realizada há 2 horas #JornalDaCultura
No Jornal da Cultura desta terça-feira (30) você vai ver: Aprovação do marco temporal dificulta demarcação de terras indígenas; MP que altera Esplanada dos Ministérios vence na quinta-feira; Uruguai e Chile criticam Lula sobre falas que amenizam ditadura venezuelana; Simone Tebet diz que governo terá que reduzir R$40 bilhões nas despesas em 2024.
Para comentar essas e outras notícias, Karyn Bravo recebe o filósofo Luiz Felipe Pondé, diretor do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC, e a jornalista Bianca Santana, doutora em ciência da informação.
https://www.youtube.com/watch?v=_ei4ZMtxfAc
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WW - 30/05/2023
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CNN Brasil
Transmissão ao vivo realizada há 119 minutos #CNNBrasil
Assista ao programa WW desta terça-feira, 30 de maio de 2023. #CNNBrasil
https://www.youtube.com/watch?v=jx0q-whx0kE
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Lula discursa a presidentes da América do Sul durante cúpula em Brasília. 30/05/2023 (Reprodução/Reprodução)
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Em discurso de boas-vindas a presidentes da América do Sul presentes em cúpula nesta terça-...
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/mundo/veja-a-integra-do-discurso-de-lula-a-presidentes-da-america-do-sul/
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Leia o discurso completo:
“É com grande alegria que recebo meus amigos presidentes sul-americanos.
Agradeço muito que tenham atendido a este chamado e o esforço que fizeram para estar aqui.
O que n...
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/mundo/veja-a-integra-do-discurso-de-lula-a-presidentes-da-america-do-sul/
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (esq.), e o chefe do Executivo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram no Planalto na 2ª feira (29.mai)
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Ao vivo: Lula recebe presidentes da América do Sul no Itamaraty
Reunião acontece no Palácio Itamaraty; devem discutir a “retomada da integração” no continete
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PODER360
30.mai.2023 (terça-feira) - 10h43
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe nesta 3ª feira (30.mai.2023), no Palácio Itamaraty, em Brasília, 10 presidentes sul-americanos, incluindo Nicolás Maduro, com quem se reuniu ontem.
Devem discutir a “retomada da integração” no continente, segundo o Palácio do Planalto.
Assista ao vivo:
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Os presidentes devem se reunir na Sala dos Tratados para uma fotografia juntos. Em seguida, vão para a 1ª parte da cúpula. Cada um fará um discurso curto de abertura. Depois, haverá um almoço. Na 2ª parte, mais informal, será permitido que cada presidente leve seu chanceler e assessores.
autores
PODER360
https://www.poder360.com.br/governo/ao-vivo-lula-recebe-presidentes-da-america-do-sul-no-itamaraty/
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terça-feira, 30 de maio de 2023
Dora Kramer - Agendas em choque
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Folha de S. Paulo
De ilusionismos eleitorais também padecem as democracias
Há 20 anos, Luiz Inácio da Silva era um personagem a quem quase tudo era permitido. Hoje, não mais. Sinal de que o Lula eleito em 2022 estava com a cabeça em 2002 foi aquele voo em jatinho de empresário amigo para participar da COP27, no Egito, ainda durante a transição.
Pertence à mesma série de descompassos entre o pretendido e o resultado obtido o lugar dado a João Pedro Stedile na comitiva da viagem à China, em abril, enquanto o convidado anunciava ofensiva de invasões de terra pelo MST. Ambos os casos provocaram críticas e desconcerto.
Em vários outros houve bem mais que isso. O Congresso reagiu na forma de derrotas impostas a uma agenda que não se adequava ao perfil do Parlamento, diverso daquele de 2003 em que o Senado era presidido por um José Sarney aliado incondicional, e a Câmara, pelo petista João Paulo Cunha.
Os repetidos reveses, com destaque para o da desidratação das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas na medida provisória do redesenho da Esplanada, são atribuídos ao conservadorismo do Congresso. É verdade, mas surpresa alguma.
Esse perfil saiu nas urnas em outubro passado. O governo eleito no final daquele mês desde então sabia que deveria compatibilizar sua pauta à da representação congressual escolhida pela maioria do eleitorado. Goste-se ou não, foi o pacto proposto e deveria ser observado.
De ilusionismos eleitorais também padecem as democracias. Sob o jugo do populismo definham de modo sutil e vagaroso, diferentemente do desmonte explícito provocado pelos arroubos de aspirantes a tiranos.
A venda de utopias na corrida por conquista de votos faz parte do jogo. É normal, mas dentro de limites.
Quando se ultrapassam as fronteiras do razoável e as ilusões vendidas se desfazem por completo no confronto com a realidade, tem-se o chamado estelionato eleitoral sob a égide do qual se contrata o descrédito da política, mortal para a democracia.
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terça-feira, 30 de maio de 2023
Luiz Carlos Azedo - Lula dobrou a aposta diplomática ao receber Maduro
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Correio Braziliense
Classificou seu encontro como um “momento histórico”: é inconcebível não manter relações com um país vizinho, com o qual tem uma fronteira de 2.220km e muitos interesses econômicos
Um pressuposto de políticas externas bem-sucedidas é o relativo consenso nacional em torno delas. O ex-presidente Jair Bolsonaro caiu num profundo isolamento internacional por causa do seu alinhamento com os líderes de extrema-direita na política mundial, sem que houvesse massa crítica nas elites brasileiras para esse posicionamento. Ainda que os interesses do agronegócio o obrigassem a um giro de reaproximação com a China, em guerra comercial com os Estados Unidos, o ponto de inflexão de sua política externa foi a eleição do presidente Joe Biden. Com a derrota de Donald Trump, Bolsonaro ficou sem seu principal aliado. O isolamento internacional foi uma das causas de sua derrota e da frustração de suas intenções golpistas.
Na campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula das Silva teve no presidente Joe Biden o seu principal aliado na política internacional, uma variável importante para a garantia de sua posse. Embora existam contradições entre os militares brasileiros e os Estados Unidos, nossas Forças Armadas mantêm estreita colaboração com suas congêneres dos Estados Unidos, Inglaterra e França. A cooperação militar com a Rússia e a China não tem grande expressão, ao contrário do que acontece com a Venezuela, que acumula farto material bélico de origem russa, chinesa e iraniana.
Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o presidente da Venezuela, Nícolas Maduro, com tapete vermelho, nos dois sentidos. Hiperinflação, emigração em massa e um governo paralelo não foram suficientes para apear Maduro do poder. O presidente venezuelano sobreviveu à crise de 2019 por duas razões: seus generais convenceram Bolsonaro a não participar de uma aventura militar, em apoio à aventada intervenção norte-americana no país vizinho; e o presidente russo Vladimir Putin equipou as Forças Armadas venezuelanas com armamentos que desequilibraram a correlação estratégico-militar regional.
A Rússia vendeu mais de US$ 11,4 bilhões em equipamento militar para a Venezuela nos últimos 20 anos, incluindo caças, helicópteros de ataque e transporte, defesa aérea e plataformas navais, tanques, veículos blindados de transporte de pessoal (APC), artilharia autopropulsada e mísseis terra-ar. Pululam instrutores militares cubanos. A China se concentrou no apoio político e econômico fornecido à Venezuela, incluindo cooperação estreita em energia, indústria, saúde, finanças e comércio. Entretanto, desde 1999, o 76º Grupo do Exército do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA) realiza treinamento conjunto com as Forças Especiais venezuelanas.
Linha divisória
Lula classificou seu encontro com Maduro como um “momento histórico”. Tem razão quando argumenta que é inconcebível não manter relações com um país vizinho, com o qual tem uma fronteira de 2.220km e muitos interesses econômicos. É um esforço para recuperar mercado para a indústria brasileira, ocupado pelos chineses. Mas classificar como preconceito as críticas ao regime venezuelano é um erro político. “Acho que cabe à Venezuela mostrar a sua narrativa, para que possa efetivamente fazer pessoas mudarem de opinião. […] É preciso que você construa a sua narrativa, e eu acho que por tudo que conversamos, a sua narrativa vai ser melhor do que a narrativa que eles têm contado contra você”, disse Lula. O problema da Venezuela não é a narrativa; são as violações de direitos humanos e a falta de eleições livres e limpas.
Ontem, a propósito da coluna publicada no domingo, o professor Darc Costa, presidente das Câmaras de Comércio Brasil-Venezuela e da Federação das Câmaras de Comércio da América do Sul, argumentou que a política externa brasileira deve projetar o que chamou de Ocidente Profundo. “Não do Ocidente vindo da barbárie, que habitava além das muralhas de Adriano, somos filhos da Ibéria, a região mais Ocidental do Império Romano”. Segundo ele, “Ocidente coletivo”, com a inclusão do Japão, Taiwan e Coreia do Sul, é um conceito muito amplo, que inclui qualquer aliança. “Qual o nosso lugar? Este enigma está longe de ser decifrado e qualquer alinhamento agora é precipitado. Celso Amorim e o Itamaraty sabem disso”, argumenta Costa.
Feita a ressalva, volto à questão central. O nosso neorrealismo diplomático como doutrina, partindo de nossa posição geopolítica na América do Sul e no chamado Sul Astral, tem seu valor, mas acontece que houve uma mudança na política mundial que não pode ser ignorada. Desde a posse em Washington, em 20 de janeiro de 2021, a política externa de Biden retoma as alianças estratégicas dos Estados Unidos que haviam sido implodidas por Donald Trump (2017-2021). Seu objetivo é recolocar o país na “posição de liderança confiante” das demais democracias do mundo contemporâneo, em contraposição à Rússia e à China.
Esse reposicionamento de Washington foi o maior obstáculo diplomático enfrentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. E pode igualmente neutralizar a política externa de Lula. Uma aproximação exagerada com a Rússia e a China não tem a mesma sustentação interna do regime de Maduro. Velha estratégia de Zbigniew Brzezinski, a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) até a fronteira com a Rússia, acompanhando a ampliação da União Europeia, está praticamente consumada com a Guerra da Ucrânia. A Europa é a porta de entrada dos Estados Unidos na Eurásia, e a Otan, o instrumento militar para isso. A Rússia é seu maior obstáculo. A propósito, a expansão da OTAN para o Atlântico Sul, desde a Guerra das Malvinas, seria mera formalidade.
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terça-feira, 30 de maio de 2023
Cristovam Buarque* - O grande impasse
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Correio Braziliense
"A crise no governo envolvendo a exploração de petróleo no litoral amazônico é a ponta de um iceberg: que tipo de desenvolvimento desejamos?"
A análise dos cinco primeiros meses de gestão federal mostram impasses políticos e administrativos de um governo sem unidade e sem coalizão, com um parlamento mais preocupado com compromissos paroquiais e eleitoreiros imediatos do que com interesses da República e do povo no médio e longo prazo. A formulação e aprovação do arcabouço fiscal parecem exceção, graças ao ministro Fernando Haddad em sua competência técnica e habilidade política. Mas o grande impasse do governo é sinal de um tempo em que o crescimento econômico no curto prazo não satisfaz e a vontade por um desenvolvimento sustentável no longo prazo ainda não é suficiente para apoiar sacrifícios no presente em nome do futuro distante promissor.
A crise no governo envolvendo a exploração de petróleo no litoral amazônico é a ponta de um iceberg: que tipo de desenvolvimento desejamos? Queremos aumentar o Produto Interno Bruto (PIB), com subsídios a carros chamados ironicamente de populares, ou melhorar a qualidade de vida, com transporte público decente? Queremos oferecer royalties, com destino incerto ou levar a Petrobras a investir em fontes alternativas de energia? Aumentar a renda nacional ou proteger povos primitivos e bens culturais? Obter resultados no presente ou construir um futuro sustentável?
Este é o grande impasse. O presidente Lula não é culpado de seu governo ocorrer no momento da história em que um modelo de desenvolvimento termina antes de um novo surgir com apoio político. Mas será culpa dele se agir apenas pelo instinto eleitoral imediato, ignorando o instinto histórico de dar sustentabilidade. Ao mesmo tempo, mantendo a base parlamentar e o apoio popular necessários para evitar a volta do atraso radical nas eleições de 2026.
Para caminhar através do grande impasse, o presidente precisa convencer o parlamento, mas também usar o grupo selecionado tão cuidadosamente para compor o chamado Conselhão, usar as universidades e entidades sindicais de trabalhadores e de empresários, as organizações não governamentais para buscar respostas de como enfrentar o grande impasse. Pode provocar o pensamento à questão concreta sobre optar por Ibama ou Petrobras, símbolos conjunturais de um impasse histórico. Não se trata de substituir a política, nem que assessores votem para escolher o rumo, apenas que respondam a algumas perguntas.
O embate entre Petrobras e Ibama é apenas um ponto no debate entre crescimento econômico versus desenvolvimento sustentável, e entre aumento imediato de renda e proteção do meio ambiente. Esse debate poderá dar opinião sobre questões polêmicas:
1. A Petrobras explora petróleo no território da Amazônia há 50 anos, sem um único vazamento, mas também sem impacto social positivo na região, como estão prometendo agora ao povo do Amapá. A renda gerada foi para acionistas distantes e salários de profissionais de fora, o Índice de Desenvolvimento IDH continua o mesmo, ainda que cheguem alguns recursos por royalties. O Rio de Janeiro é um bom exemplo da falta de conexão entre exploração de petróleo e população próxima aos poços.
2. Ainda que o investimento seja feito pela Petrobras, são recursos que em grande parte poderiam ser destinados aos dividendos para o acionista governo federal, que poderia destiná-los a outros propósitos com impactos sociais muito maiores para a população local. A própria empresa poderia investir esses recursos no desenvolvimento de fontes alternativas de energia que substituam o petróleo.
3. Quando, há 50 anos, foram tomadas decisões de exploração na Amazônia, a crise ambiental ainda não era uma questão decisiva para a humanidade. A Amazônia não era uma preocupação internacional e o Brasil não era um pária no cenário internacional pelo descuido com florestas e rios da Amazônia. Além disso, o petróleo não era ainda vilão do equilíbrio ecológico.
4. Não havia a perspectiva atual de repúdio ao uso de petróleo como combustível, nem à política de redução de seu consumo e em consequência a queda das rendas que ele gera. Por isso, parece um equívoco aos interesses nacionais, econômicos, sociais, ecológicos e nas relações internacionais a possibilidade de exploração de petróleo no litoral amazônico.
5. Depois de anos visto como "grande destruidor de florestas e da Amazônia", o Brasil pagará alto preço no cenário internacional se depois de gritarmos "o Brasil voltou", agirmos como no tempo da "boiada passando".
Esse é o grande impasse: "passamos a boiada" para o Brasil crescer rápido ou controlamos a economia para dar sustentabilidade, mesmo reduzindo o tipo e a taxa de crescimento.
* Professor emérito da Universidade de Brasília (UnB)
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O Jornal Da Morte
Roberto Silva
Vejam só este jornal
É o maior hospital
Porta-voz do bangue-bangue
E da polícia central
Tresloucada, semi-nua
Jogou-se do oitavo andar
Porque o noivo não comprava
Maconha pra ela fumar
Um escândalo amoroso
Com os retratos do casal
O bicheiro assassinado em decúbito dorsal
Cada página é um grito
Um homem caiu no mangue
Só falta alguém espremer o jornal
Pra sair sangue, sangue, sangue
Composição: Miguel Gustavo.
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Roda Viva | Deltan Dallagnol | 29/05/2023
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Roda Viva
196.328 visualizações Transmitido ao vivo em 29 de mai. de 2023 TV CULTURA
O #RodaViva entrevista Deltan Dallagnol, deputado federal cassado e ex-procurador da Lava Jato.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Dallagnol acusou o ministro relator do processo, Benedito Gonçalves, de tomar essa decisão em troca de uma possível vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Quais provas o ex-parlamentar irá apresentar para sustentar essa acusação? Qual o seu futuro em Brasília? Esses e outros assuntos estarão em debate com Dallagnol no programa.
Participam da bancada de entrevistadores Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo, Camila Mattoso, diretora da sucursal da Folha em Brasília, Carolina Brígido, colunista do UOL, Conrado Corsalette, editor-chefe no Nexo jornal e autor do Livro "Uma Crise Chamada Brasil", e Flavio VM Costa, escritor e editor-chefe do Intercept Brasil.
As ilustrações do programa ficarão com Diogo Salles, que, em 15 anos de atuação na imprensa, publicou charges, caricaturas e tirinhas em diversos veículos. Também é autor da Trilogia de Charges, com ilustrações políticas que vão, como diz o autor, da esquerda radical à extrema direita, passando pelo centro.
https://www.youtube.com/watch?v=bCm_pPzRvVo
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segunda-feira, 29 de maio de 2023
ENCRUZILHADAS E VIAS
"O primeiro problema a discutir é de natureza democrática."
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Encruzilhada - O que é, conceito e definição
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By Chumbo Gordo
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segunda-feira, 29 de maio de 2023
Fernando Gabeira - Variações em torno do L
O Globo
São fortes as correntes que querem pura e simplesmente aumentar o PIB, não importam as consequências
A Câmara mostrou no meio da semana o insustentável peso do atraso no Brasil. Esvaziou os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, flexibilizou as leis que impedem a devastação da Mata Atlântica — enfim, jogou o país de novo numa atmosfera dos anos 1950.
O primeiro problema a discutir é de natureza democrática. Afinal, quem foi eleito presidente da República, Lula ou Lira? Em quem pensava a maioria dos brasileiros quando derrotou Bolsonaro?
Diante de um governo que se instala vitorioso, depois de apresentar um programa à sociedade, não tem sentido a Câmara definir como ele deve se organizar para exercer suas tarefas. Pelo menos teoricamente, ele sabe de que tipo de estrutura necessita para realizar o trabalho.
As mudanças que a Câmara fez são absurdas. Como retirar a gestão das águas do Meio Ambiente, sem perceber que o tema envolve não apenas irrigação de lavoura, mas também proteção de nascentes, medidas estratégicas para garantir que gente e bicho não tenham sede? Como dissociar do Meio Ambiente a questão dos resíduos sólidos, que envolve todo um complexo que não se esgota na construção de aterros sanitários, mas passa pela educação ambiental, pelo estímulo à indústria da reciclagem e tantos outros procedimentos?
Um dos absurdos mais contundentes: retirar do Ministério dos Povos Indígenas a tarefa de conduzir a demarcação das terras indígenas. Foi como dizer abertamente que a Câmara não aceita a existência dessa pasta, um compromisso não só de campanha, mas também internacional. O Cadastro Ambiental Rural também sai do controle do Meio Ambiente.
Embora ninguém tenha feito o L para colocar um deputado fisiológico na Presidência, é preciso reconhecer que as forças do atraso tiveram uma boa noção de timing. Elas sabem ler as ambiguidades do L vitorioso na campanha. Os últimos dias foram marcados por uma disputa sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas. São fortes as correntes que querem pura e simplesmente crescer, aumentar o PIB, independentemente das consequências. O próprio Lula afirmou:
— É a 530 quilômetros da Amazônia.
Esqueceu que a região abriga quase 300 quilômetros de corais, recentemente descobertos por uma expedição científica.
Outros sinais de ambiguidade em relação ao discurso ambiental também estão claros. A própria promessa de que todos poderão comer picanha soa um pouco deslocada, mas pode ser atribuída à retorica eleitoral. Não é a mesma coisa a intenção de produzir carros populares em massa. Isso entra em choque com alguns fundamentos, como mobilidade urbana ou redução dos gases de efeito estufa.
O destino ambiental do Brasil, seu próprio futuro no mundo, depende hoje de uma Câmara retrógrada e de um governo ambivalente. Não se pode esperar um rompimento, pois o governo precisa dos deputados para funcionar. Mas se pode pedir mais coerência. A Câmara não baniu as atividades ambientais e de demarcação de terras indígenas. Continuam sob a égide do governo central. Cabe a ele, diante das limitações, encontrar um caminho para realizar aquilo que prometeu, numa estrutura desfeita, mas cujas peças fundamentais permanecem em suas mãos.
E, finalmente, a decisão de flexibilizar a destruição da Mata Atlântica, contra a vontade do Senado, pode ser vetada. O mais importante é mostrar claramente com que L contamos para que Marina Silva e Sonia Guajajara não fiquem sozinhas, lutando contra a maré reacionária. Há muita gente com elas na planície e também no planeta Terra.
De certa maneira, o que aconteceu no meio da semana é um choque de realidade, o fim das ilusões de que a questão ambiental depende apenas do governo, quando, na verdade, depende da luta de todos, às vezes entorpecidos pela melodia do discurso oficial.
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O que é vento de proa e de cauda?
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Vento de proa e de cauda são termos utilizados na navegação aérea e marítima para descrever a direção e a velocidade do vento em relação a uma embarcação ou aeronave.
Ambos os tipos de vento têm impacto significativo na navegação e na aviação, e os pilotos e capitães devem levar em consideração as condições do vento ao planejar suas rotas e operações.
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Realidade é o inferno de Lula
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segunda-feira, 29 de maio de 2023
Demétrio Magnoli - Quando o inferno é a realidade
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O Globo
Como governar sem uma base majoritária estável?
‘O inferno são os outros.’ Jean-Paul Sartre referia-se tanto aos alemães invasores, denominados “os outros” pelos franceses na guerra mundial, como ao julgamento dos demais, que constrange a liberdade de pensar. Menos filosófico, Lula também tem seus “outros”, que são a maioria do Congresso. Como governar sem uma base majoritária estável? Eis a pergunta que o atormentou nos seus mandatos pretéritos e volta a afligi-lo no presente.
Nos sistemas parlamentares, o governo nasce de um acordo programático que lhe confere maioria segura no Parlamento. FH só precisou distribuir cargos na máquina estatal para soldar uma maioria no Congresso. É que seu programa econômico — estabilização da moeda, equilíbrio fiscal, privatizações, agências reguladoras — tinha amplo apoio político no Congresso. O PT, porém, sempre governou com um Congresso ideologicamente hostil. Decorre daí que Lula foi obrigado a expandir os limites do “presidencialismo de coalizão” além das fronteiras da legalidade.
O colunismo cortesão formulou uma lenda sobre os poderes mágicos de articulação política de Lula. Contudo, de fato, Lula 1 e Lula 2 ergueram uma base majoritária com os tijolos do “mensalão” e o concreto do “petrolão”. Por motivos óbvios, o expediente da compra direta de bancadas está interditado a Lula 3, que precisa desbravar atalhos num Congresso inclinado à direita. O inferno tornou-se mais quente e sombrio.
Nos mandatos anteriores, Lula foi impulsionado pelo vento de cauda do ciclo internacional de commodities. A liquidez global estimulava o investimento externo. Os elevados preços dos produtos básicos geravam vultosas rendas de exportação. Sua política econômica, crescentemente apoiada no gasto público, em créditos subsidiados e nos investimentos excessivos das estatais, erodia a produtividade geral da economia brasileira. Mas o ciclo virtuoso ocultava o problema de fundo, assegurando um crescimento vigoroso — e a popularidade do presidente. A base governista no Congresso tinha escassos incentivos para desafiar o Planalto.
Hoje, o inferno é a realidade. A desglobalização fragmenta a economia mundial em blocos regionais. A China ingressa em etapa de crescimento mais lento. A pandemia danificou as cadeias produtivas internacionais. Sob o impacto da guerra na Ucrânia, verifica-se persistente inflação de preços de energia e alimentos. Nos Estados Unidos, o banco central retomou a política de juros reais positivos. No lugar de vento de cauda, vento de proa.
O ciclo econômico global não propicia espaço para aventuras de expansão fiscal. Nos palanques de campanha, Lula prometeu ignorar a realidade, restaurando a “idade de ouro” dos seus mandatos prévios. Depois de subir a rampa, insistiu no mesmo discurso, evidenciando que não tem plano B. A desarticulação da base governista nominal no Congresso reflete a ausência de rumo do governo.
Lula lançou-se em campanha com uma coalizão aberta ao centro (Alckmin, Marina Silva) e recebeu apoio de um vasto espectro político na disputa do segundo turno (Tebet, MDB, economistas do Plano Real). Criou-se a oportunidade para a formação de uma frente democrática de governo sustentada por um acordo programático. Dela, surgiria uma maioria parlamentar estreita, mas coesa.
Nada feito. A escolha lulista foi governar com uma frente ampla destituída de consensos programáticos, que se estende até as franjas do bolsonarismo. Lula almeja restaurar as políticas de seus mandatos anteriores e, ao mesmo tempo, colher no Congresso votos suficientes para aprovar as emendas constitucionais que quiser. O inferno chamado realidade vem provando que são dois objetivos incompatíveis.
Bolsonaro tentou governar sem uma base parlamentar majoritária. Depois, descreveu um giro de 180 graus e construiu maioria à base do “orçamento secreto”, um esquema de corrupção legalizado que acabou impugnado pelo STF. Diante dos primeiros insucessos no Congresso, Lula ensaia retomar a prática do antecessor, revestindo-a com enfeites e disfarces. Nesse passo, planta as sementes de uma nova crise institucional.
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Ruben Blades
Prohibido Olvidar
Proibido Esquecer
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Lourdes Sola e Eduardo Viola* - Fundamental convergência com as democracias
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O Estado de S. Paulo
Emergência clara das dimensões políticas e ideológicas do alinhamento com Rússia e China erodiu dramaticamente o capital político de Lula no Ocidente coletivo
Na avaliação da política externa, a tradição dominante entre analistas brasileiros é dar pouca relevância à questão dos regime políticos. Seguem uma abordagem neorrealista, conforme a qual os Estados têm interesses permanentes derivados de sua geografia, história e identidade cultural. Sem negar a relevância dessas dimensões, nosso argumento vai na direção oposta: os interesses dos Estados variam segundo os regimes políticos e os governos, e segundo as transformações da economia política mundial.
A invasão russa da Ucrânia consolidou um forte componente de guerra fria entre as democracias do “Ocidente coletivo” (que inclui Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Austrália e Nova Zelândia) e o bloco autocrático (com China, Rússia, Irã e Coreia do Norte). Esse confronto delineia-se desde 2015, mas o traço que define a guerra fria é mais recente: cada bloco vê o outro como ameaça existencial. Está em pleno curso o desacoplamento entre ambos no referente à alta tecnologia e, particularmente, à tecnologia de uso dual (civil e militar).
Isso aponta para um sistema internacional bipolar, e não multipolar, embora com características inéditas em relação à guerra fria no século 20. Primeira: alta interdependência econômica entre os dois blocos, embora menor entre Ocidente e Rússia desde a invasão. Segunda: à diferença da União Soviética, a China é uma superpotência econômica. Terceiro: há desafios globais, de ordem existencial, que só serão equacionados por meio da cooperação e, portanto, de regras e instituições acordadas: mudança climática, pandemias, regulação da inteligência artificial.
Os países do “Sul Global” estão em posição intermediária. Mas qual o valor analítico dessa noção? Inclui países de rendas média alta, média baixa e baixa; e regimes políticos numa escala que vai do democrático liberal, como Chile, Uruguai e Costa Rica, ao autocrático fechado da Arábia Saudita, dos Emirados, do Egito e do Vietnã (seguimos, aqui, a classificação do V-Dem 2023).
Apesar de ter perdido o status de democracia com traços liberais a partir de 2017, o Brasil é uma democracia eleitoral. Tem fortes convergências com o bloco do Ocidente coletivo: a proteção da democracia e de direitos humanos; o suprimento de equipamentos militares fabricados em países da Otan; o treino de altos oficiais se faz nesses redutos e as doutrinas de defesa são as ocidentais. Ao mesmo tempo, o desejável fortalecimento da interdependência comercial com China revelou-se, até aqui, compatível com a que estabelecemos com países do Ocidente – nas áreas financeira e de investimentos diretos.
Na viagem à China e na subsequente visita de Sergei Lavrov ao Brasil, no entanto, foram as dimensões políticas e ideológicas do alinhamento com a Rússia e com a China que emergiram com clareza. Isso erodiu dramaticamente o capital político de Lula no Ocidente coletivo.
Está claro que a estratégia de Lula/Celso Amorim apoiase em supostos cujo teor exige reflexão crítica. O principal é a convicção de que estamos num sistema multipolar, quando na verdade a invasão da Ucrânia representa um ponto de virada macrohistórico, porque consolidou alinhamentos em torno de um confronto típico de sistema bipolar – embora mais complexo e desafiador.
Além disso, suas prioridades têm por foco o Brics, o que é questionável. Não só por incluir os dois líderes do bloco autocrático, mas principalmente pela suposição implícita de que esse clube constitui um território neutro. Como assim, se ele inclui a Índia? Um poder nuclear cujo conflito (existencial) com a China o fez integrar o grupo Quad – ao lado de Japão, Austrália e Estados Unidos?
A história política de Lula e do PT mostra uma visão política que inclui muitas reticências em relação às democracias liberais, um antiamericanismo light e admiração pela esquerda autoritária latinoamericana. A campanha eleitoral, porém, foi pautada por acenos que apontavam para uma mudança de perspectiva – que, por sua vez, foram legitimados internacionalmente pelo empenho das democracias ocidentais em garantir a integridade do sistema eleitoral e dissuadir setores militares da tentação golpista.
Quatro meses depois da posse, está claro que a ambição de Lula é projetar-se como uma liderança mundial, com seus efeitos multiplicadores no doméstico. Neste caso, definitivamente, o caminho deve ser outro, pois o Brasil não tem excedente de poder para mediar numa região que conhece pouco e com a qual tem vínculos limitados. As áreas nas quais tem condições de protagonismo mundial são as políticas climática e de transição energética. Justamente aquelas que são decisivas para equacionar alguns dos desafios globais de ordem existencial mencionados. Para tanto, há que reduzir drasticamente o desmatamento, evitar as tentações do nacionalismo petroleiro e investir nas oportunidades abertas para exercer protagonismo ambiental – a presidência do G20 e a COP 30.
*Lourdes Sola e Eduardo Viola, coordenadores do grupo de pesquisa do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP ‘economia política internacional, variedades de democracia e descarbonização’, são, respectivamente, professora sênior do IEA/USP e professor v
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Maduro chega a Brasília para reunião com Lula e encontro de presidentes sul-americanos |CNN NOVO DIA
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CNN Brasil
29 de mai. de 2023 #CNNBrasil
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou a Brasília na noite de domingo (28) para a reunião de líderes sul-americanos convocada pelo governo brasileiro. É a primeira vez que Maduro visita o Brasil desde julho de 2015. #CNNBrasil
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Ditador Nicolás Maduro chega a Brasília para se reunir como Lula
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O Antagonista
29 de mai. de 2023
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), chegou a Brasília na noite deste domingo (29) para se reunir com o presidente Lula, hoje, e para participar, amanhã, de uma cúpula em que o Itamaraty promete reunir 11 presidentes da América do Sul.
“Agradeço a calorosa acolhida com que fomos recebidos em Brasília, capital da República Federativa do Brasil. Nas próximas horas estaremos desenvolvendo uma agenda diplomática que reforce a necessária união dos povos de nosso continente”, publicou o perfil de Maduro no Twitter.
https://www.youtube.com/watch?v=gstIQ0l_Efg
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Human Rights 75
Marking the 75th anniversary of the Universal Declaration of Human Rights.
Venezuela: new UN report details responsibilities for crimes against
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Venezuela: new UN report details responsibilities for crimes against humanity to repress dissent and highlights situation in remotes mining areas
20 September 2022
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Il est rapporté au Conseil des droits de l’homme que la situation au Burundi reste incertaine et que la violence exercée sur les civils sud-soudanais est à son plus haut niveau depuis décembre 2013
STATEMENTS
Joint Statement for the development of a regional response to the massive arrival of Venezuelans to the Americas of the Inter-American Commission on Human Rights, and committees, organs and special procedures of the United Nations
STATEMENTS
High Commissioner’s global update of human rights concerns
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Venezuela’s military and civilian State intelligence agencies function as well-coordinated and effective structures in the implementation of a plan orchestrated at the highest levels of the government to repress dissent through crimes against humanity, finds a UN report released today.
In this report, the UN Independent International Fact-Finding Mission on the Bolivarian Republic of Venezuela (FFMV) details the roles and contributions of various individuals at different levels of the chains of command within these agencies and urges authorities to investigate their responsibilities and prosecute accordingly.
“Our investigations and analysis show that the Venezuelan State relies on the intelligence services and its agents to repress dissent in the country. In doing so, grave crimes and human rights violations are being committed, including acts of torture and sexual violence. These practices must stop immediately, and the individuals responsible must be investigated and prosecuted in accordance with the law,” said Marta Valiñas, Chair of the UN FFMV.
In a separate report, the FFMV furthermore highlights the situation in the country’s southern Bolívar state, where State and non-State actors have committed a range of violations and crimes against local populations in gold mining areas.
The Mission based its findings in both reports on 245 confidential interviews, both in-person and remotely, via secure telephone or video connections, including with victims, their family members, and former employees of the security and intelligence services. It furthermore analyzed case files and other legal documents. Due to a continued lack of access to Venezuelan territory since its establishment in 2019, the Mission conducted visits to areas along the country's borders.
“Venezuela is still facing a profound human rights crisis, and our reports today highlight just two aspects of this situation. We urge the international community to continue to follow developments in Venezuela closely and to monitor whether credible progress is being made in advancing justice, accountability, and respect for human rights,” said Valiñas.
Targeted repression by State intelligence agencies
In its past reporting, the Mission had highlighted the roles of the two State military and civilian intelligence services — respectively, the Directorate General of Military Counterintelligence (DGCIM) and the Bolivarian National Intelligence Service (SEBIN)— in committing human rights violations since 2014, in the context of targeting real or perceived Government opponents. The Mission determined that some of these violations amount to crimes against humanity.
The current report provides a more detailed understanding of the role of individuals at different levels in the chains of command of both agencies in the implementation of a plan orchestrated by President Nicolas Maduro and other high-level individuals to suppress opposition to the Government, including through the commission of extremely grave acts of torture amounting to crimes against humanity.
The Mission has documented 122 cases of victims who were detained by DGCIM, 77 of whom were subjected to torture, sexual violence and/or other cruel, inhuman, or degrading treatment. Torture was carried out in its Boleíta headquarters in Caracas and in a network of covert detention centres across the country.
SEBIN has tortured or otherwise ill-treated detainees - including opposition politicians, journalists, protesters, and human rights defenders - mainly in the El Helicoide detention centre in Caracas. The Mission has investigated at least 51 cases since 2014. The report details how orders were given by individuals at the highest political levels to lower-ranking officials.
Both SEBIN and DGCIM made extensive use of sexual and gender-based violence to torture and humiliate its detainees.
The Venezuelan authorities have failed to hold perpetrators to account and provide reparations to victims in a context where judicial reforms announced from 2021 have failed to address the justice system´s lack of independence and impartiality. Violations and crimes by SEBIN and DGCIM continue to this day. The same structures, dynamics and practices remain in place, while relevant officials continue to work for the agencies, and in some cases have even been promoted. The Mission's analysis furthermore details how these efforts were put into action by President Maduro and other high-level authorities as part of a deliberate plan by the Government to suppress criticism and opposition.
“The human rights violations by State intelligence agencies, orchestrated at the highest political levels, have taken place in a climate of almost complete impunity. The international community must do everything to ensure that victims’ rights to justice and reparations are guaranteed,” said Francisco Cox, Member of the FFMV Mission.
Human rights abuses and violations in the Arco Minero gold mining region
Facing a crisis in the domestic oil industry, in 2016 the Venezuelan Government established the Arco Minero del Orinoco as a "National Strategic Development Zone" to formalize and extend its control over the mining of gold and other strategic resources, mainly in the southern state of Bolívar. Since then, the area has become heavily militarized, while armed criminal groups continue to operate openly, controlling mines and populations.
The FFMV's report documents how both State and non-State actors have committed human rights violations and crimes against the local population in the struggle for control over mining areas. These include unlawful deprivation of life, disappearances, extortion, corporal punishment, and sexual and gender-based violence. Authorities not only failed to prevent and investigate such abuses, but the Mission has received information indicating collusion between State and NSA actors in parts of Bolívar state.
In the state’s southern Gran Sabana municipality, the Mission has documented in depth several cases where State forces have attacked indigenous populations, committing a range of violations. These include clashes following the opposition’s attempt to move humanitarian aid into Gran Sabana from Brazil in 2019, when state forces committed arbitrary deprivations of life and subjected indigenous persons to torture.
“The situation in Bolívar state and other mining areas is deeply troubling. Local populations, including indigenous peoples, are caught in the violent battle between State and armed criminal groups for the control of gold. Our report highlights the need for further investigation of this region which is, paradoxically, an almost forgotten area of the country that at the same time generates large amounts of both licit and illicit wealth from minerals,” said Patricia Tappatá Valdez, Member of the FFMV.
/ENDS/
Note to editors
In September 2019, the United Nations Human Rights Council established the Independent International Fact-Finding Mission on the Bolivarian Republic of Venezuela (FFMV) through resolution 42/25 for one year to assess alleged human rights violations committed since 2014. In October 2020, the Human Rights Council extended the FFMV's mandate for an additional two years, until September 2022, through its resolution 45/20.
In September 2020, the Mission presented its first report detailing cases of extrajudicial executions, enforced disappearances, arbitrary detentions, torture, and cruel, inhuman, or degrading treatment, including sexual and gender-based violence, committed by Venezuelan state actors since 2014. In its second report, presented in September 2021, the FFMV focused its investigation on the justice system's response to the human rights violations and crimes documented by the Mission.
Two topics were the focus of the FFMV's third report:
(a) Crimes against humanity committed through the State's intelligence services: structures and individuals involved in the implementation of the plan to repress opposition to the Government, and (b) The human rights situation in the Arco Minero del Orinoco region and other areas of the Bolívar state.
Human Rights Council's resolutions urged Venezuelan authorities to cooperate fully with the Mission, to grant it immediate, full, and unfettered access to the country, and to provide it with all the information necessary to fulfill its mandate. Three years into its mandate, the Venezuelan government still has neither permitted FFMV members to visit the country nor responded to any of the nine letters the Mission sent between September 2021 and September 2022.
The Mission will present the 2022 report's findings and recommendations to the Council at an interactive dialogue session on 26 September 2022.
https://www.ohchr.org/en/press-releases/2022/09/venezuela-new-un-report-details-responsibilities-crimes-against-humanity
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Nicolás Maduro desembarca em Brasília, acompanhado de sua esposa, Cília Flores (Foto: Rede social/Maduro)
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Conversa
otimistaoficial
@otimistaoficial
🚨 Nicolas Maduro acaba de chegar em Brasília.
Em 26/03/2020, uma recompensa de
US$ 15 milhões foi oferecida, pelos EUA, a quem ajudar a capturar Nicolás Maduro, responsabilizado por crimes de narcotráfico.
12:28 AM · 29 de mai de 2023
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Coração Em Desalinho
Zeca Pagodinho
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Numa estrada dessa vida
Eu te conheci, ó flor
Vinhas tão desiludida
Mal sucedida por um falso amor
Dei afeto e carinho, como retribuição
Procuraste um outro ninho
Em desalinho ficou o meu coração
Meu peito agora é só paixão
Meu peito agora é só paixão
Tamanha desilusão
Me deste, ó flor
Me enganei redondamente
Pensando em te fazer o bem
Eu me apaixonei, foi meu mal
Remover anúncios
Agora, uma enorme paixão me devora
Alegria partiu, foi embora
Não sei viver sem teu amor
Sozinho curto a minha dor
Numa estrada dessa vida
Eu te conheci, ó flor
Vinhas tão desiludida
Mal sucedida por um falso amor
Dei afeto e carinho, como retribuição
Procuraste um outro ninho
Em desalinho ficou o meu coração
Meu peito agora é só paixão
Meu peito agora é só paixão
Tamanha desilusão
Me deste, ó flor
Me enganei redondamente
Pensando em te fazer o bem
Eu me apaixonei, foi meu mal
Agora, uma enorme paixão me devora
Alegria partiu, foi embora
Não sei viver sem teu amor
Sozinho curto a minha dor
Sozinho curto a minha dor
Sozinho curto a minha dor
Composição: Monarco
https://m.letras.mus.br/zeca-pagodinho/125452/
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PARA UNS, DITADOR NO BRASIL; PARA VENEZUELANOS, PRESIDENTE CONSTITUCIONAL EM VISITA A PAÍS AMIGO GIGANTE DA AMÉRICA DO SUL
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Lula recebe Maduro no Planalto nesta segunda e países ...
metropoles.com
https://www.metropoles.com › Blog do Noblat
há 13 horas — O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pousou na noite deste domingo, em Brasília, e já será recebido pelo presidente Lula nesta ...
Lula recebe Maduro no Planalto nesta segunda e países retomam relações
Presidente venezuelano pousou na noite deste domingo em Brasília e retorna ao país depois de oito anos
Evandro Éboli
28/05/2023 22:35, atualizado 28/05/2023 23:05
O ditador venezuelano Nicolás Maduro cumprimenta LulaRicardo Stuckert/Divulgação
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pousou na noite deste domingo, em Brasília, e já será recebido pelo presidente Lula nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto.
O encontro marcará a retomada das relações entre Brasil e Venezuela. A última vez que Maduro esteve no Brasil foi para a segunda posse de Dilma Rousseff como presidente da República, em 2015.
Após a vitória de Lula, os dois países se reaproximaram, com a reabertura de canais diplomáticos e de embaixadas nos dois países.
Maduro chega com dois dias de antecedência para a Cúpula dos países da América do Sul, que reunirá doze países do continente a partir da próxima terça-feira.
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Se trata de uma visita oficial de Maduro e terá encontro entre eles no Itamaraty, e depois um almoço oferecido pelo presidente brasileiro ao colega e a primeira-dama daquele país, Cilia Flores. A agenda prevê uma reunião ampliada e, depois, uma reservada entre os dois presidentes. Os encontros serão seguidos de um almoço no ministério.
Há vários ministros venezuelanos na comitiva.
O Blog do Noblat postou o vídeo da chegada de Maduro em Brasília nesta noite, na rede oficial do governo venezuelano. A narradora diz que há uma grande expectativa pelo encontro entre os dois presidentes, amigos de longa data.
Aos 51 anos, Mylla Christie vive uma vida modesta com o seu parceiro
No vídeo, a locutora diz:
“Há muita expectativa em torno desta visita oficial e do reencontro com o líder brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, amigo do povo da Venezuela e companheiro de lutas revolucionárias junto ao comandante supremo e eterno Hugo Chávez”.
LULANICOLAS MADUROPALÁCIO DO PLANALTO
https://www.metropoles.com/blog-do-noblat/lula-recebe-maduro-no-planalto-nesta-segunda-e-paises-retomam-relacoes
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Em um dia sem maiores incidentes, os espanhóis renovaram todos os municípios do país e 12 das 17 comunidades autônomas (regiões) (Gustavo Valiente/Getty Images)
https://exame.com/mundo/primeiro-ministro-da-espanha-dissolve-parlamento-e-convoca-novas-eleicoes/
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"Última atualização em 29 de maio de 2023 às, 07h52. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira, 29, que vai dissolver o Parlamento do país e convocar novas eleições. A decisão ocorreu após derrota de seu partido nas eleições regionais ocorridas neste domingo, 28.há 5 horas"
Primeiro-ministro da Espanha dissolve parlamento e convoca ...
https://exame.com/mundo/primeiro-ministro-da-espanha-dissolve-parlamento-e-convoca-novas-eleicoes/
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"O atual presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan venceu a concorrência para a presidência durante eleição ocorrida neste domingo (28) e conquistou a reeleição, segundo a agência estatal do país.há 22 horas"
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/05/28/resultados-eleicoes-turquia-erdogan.ghtml
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Encruzilhada Com Três Vias. Estrada De Asfalto. Ilustração
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O romance Dom Casmurro de Machado de Assis, a Guerra Franco-Prussiana e a Guerra da Crimeia
Dom Casmurro narra a história de Santiago, o protagonista, que busca conectar seu passado e sua vida atual. A Guerra Franco-Prussiana ocorreu entre 1870 e 1871 e teve papel importante na formação do Império Alemão. A Guerra da Crimeia, que se estendeu até 1856, envolveu a Rússia, o Império Otomano, o Reino Unido, a França e o reino da Sardenha, e foi motivada por disputas relacionadas às cidades sagradas. A Rússia foi forçada a se retirar das províncias do Danúbio e a abandonar bases e forças navais em Sinope após assinar o Tratado de Paris.
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"O artigo discute o dilema enfrentado pela Turquia em relação à guerra na Ucrânia. Apesar de ser membro da OTAN, a Turquia mantém uma relação pragmática com a Rússia, que se intensificou nos últimos anos. A invasão russa na Ucrânia colocou a Turquia em uma posição delicada, já que Ancara condenou a invasão, mas mantém relações comerciais e estratégicas com Moscou.
A Turquia é um importante parceiro comercial da Rússia, sendo seu principal fornecedor de gás natural e um destino turístico popular para os russos. No entanto, a Turquia também mantém relações com a Ucrânia, especialmente no âmbito militar, fornecendo drones que têm sido utilizados para defender as cidades ucranianas dos ataques russos.
Embora a amizade entre Erdogan e Putin seja descrita como pragmática, a invasão russa da Ucrânia criou tensões entre os dois países. A Turquia assumiu um papel de mediador no conflito, buscando facilitar o diálogo entre a Ucrânia e a Rússia. Embora não tenha imposto sanções à Rússia, a Turquia suspendeu a passagem de navios de guerra russos pelos estreitos turcos.
A Ucrânia é importante para a Turquia geopoliticamente, como um contrapeso à influência russa na região. No entanto, a Turquia evita tomar medidas que possam prejudicar suas relações tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia, optando por uma posição ambígua.
Alguns analistas acreditam que a forte aliança entre a Turquia e a Rússia pode não ser retomada após a invasão russa da Ucrânia. No entanto, a Turquia continua sendo um refúgio para muitos russos que fogem da guerra.
Em resumo, a Turquia enfrenta um dilema complexo diante da guerra na Ucrânia, já que é membro da OTAN e mantém uma relação pragmática com a Rússia. A invasão russa criou tensões entre os dois países, mas a Turquia busca desempenhar um papel de mediador e evitar medidas que possam prejudicar suas relações com ambos os lados."
Guerra na Ucrânia: o dilema da Turquia, integrante da Otan e amiga de Putin
Norberto Paredes
BBC News Mundo
25 março 2022
Recep Tayyip Erdogan e Vladimir PutinCRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
Os presidentes Erdogan e Putin desenvolveram uma 'amizade pragmática' ao longo dos anos
Horas depois do início da invasão russa da Ucrânia, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia, país-membro da Otan (aliança militar ocidental), a qualificou de "inaceitável" e "grave violação do direito internacional".
Após conversar com seu colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou a invasão como um "duro golpe à paz e à estabilidade regional".
A postura turca surpreendeu alguns, já que Ancara e Moscou têm sido importantes aliados estratégicos na região sul do Cáucaso há mais de uma década.
Ambos regimes têm se apoiado mutualmente, mantendo uma política antiamericana e antieuropeia, respaldando regimes como o de Nicolás Maduro na Venezuela e estreitando laços comerciais cada vez mais profundos.
Hoje a Rússia é um dos principais parceiros comerciais da Turquia, seu principal fornecedor de gás natural e a origem da maioria dos turistas que lotam os concorridos balneários turcos nos litorais dos mares Egeu e Mediterrâneo.
A aparente amizade entre o presidente russo, Vladimir Putin, e Erdogan teve vários altos e baixos e superou as posições opostas dos dois países em guerras em Azerbaijão, Líbia e Síria, onde a Turquia derrubou um caça russo. Superou inclusive o assassinato de um embaixador russo em Ancara.
Como China, Índia, Turquia, Brasil e outros países reagiram à invasão russa
'Não podemos entrar em uma guerra mundial e com armas nucleares', diz ex-secretário geral da Otan
Pragmatismo
A historiadora francesa Taline Ter Minassian, do Instituto Nacional de Línguas e Civilizações (Inalco) de Paris (França) e especializada em estudos soviéticos e do Oriente Médio, descreve a amizade entre Turquia e Rússia como "pragmática".
"Há muita ambiguidade nas relações entre Rússia e Turquia. Putin e Erdogan entendem-se muito bem e entendem os problemas do outro. São amigos, mas às vezes inimigos", disse Ter Minassian à BBC Mundo. "É, na verdade, uma amizade pragmática em que cada um zela por seus interesses."
A especialista francesa explica que a posição da Turquia no conflito russo-ucraniano é complicada porque Ancara também mantém uma profunda relação com Kiev, especialmente no âmbito militar.
Essa relação tem permitido que a Ucrânia defenda suas cidades dos bombardeios russos, graças a dezenas de drones de fabricação turca adquiridos pelo governo ucraniano.
Nas últimas semanas, foram compartilhados vídeos nas redes sociais que mostram drones Bayraktar TB2 destruindo tanques, veículos blindados e sistemas de defesa antimísseis da Rússia.
A Turquia começou a vender esses artefatos à Ucrânia em 2019, e Kiev já os havia utilizado no combate a separatistas pró-Rússia na região oriental de Donbass. Os drones são fabricados pela empresa de defesa Baykar, pertencente à família do genro de Erdogan.
"Putin provavelmente fica enfurecido ao ver que os ucranianos estão utilizando drones militares fabricados pela Turquia", diz Ter Minassian.
Protesto em Antalia contra a Rússia
CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
Em várias cidades turcas foram registradas manifestações contra a invasão russa
Papel de mediador
Kiev também respaldou a política externa turca em diversas ocasiões. Ainda que não tenha enviado armas, a Ucrânia apoiou diplomaticamente o Azerbaijão e a Turquia contra a Armênia, durante a segunda guerra de Nagorno-Karabakh, em 2020.
Na atual guerra na Ucrânia, entretanto, a Turquia decidiu assumir um papel mediador, segundo Dimitar Bechev, especialista em Rússia e Leste Europeu da Universidade de Oxford (Reino Unido).
"Erdogan quer facilitar o diálogo entre Zelensky e o Kremlin. Ele já estava propondo isso inclusive antes do início da guerra, quando visitou Kiev em fevereiro", afirmou Bechev à BBC Mundo. "A incógnita é se Ancara pode realmente ter êxito nesse papel."
No começo de março, os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, e da Ucrânia, Dimitro Kuleba, realizaram reuniões no balneário turco de Antalia, no sudoeste do país, com a presença do chanceler turco, Mevlut Cavusoglu. As conversas, porém, não tiveram resultados concretos.
Posição 'vantajosa'
Apesar disso, o papel mediador da Turquia continuou. No fim de semana passado, o governo turco afirmou que Kiev e Moscou haviam avançado nas negociações para encerrar o conflito e que as duas partes estavam "próximas de um acordo".
Cavusoglu reiterou que a Turquia estava em contato com as equipes de negociação de ambos os países, mas se negou a divulgar os detalhes das conversas porque, disse ele, "desempenhamos um papel honesto de mediador e facilitador".
Erdogan expressou em várias ocasiões que a Turquia não abandonará suas relações nem com a Rússia nem com a Ucrânia e destacou a vantajosa posição de Ancara ao poder falar com ambas as partes.
A Turquia não impôs sanções à Rússia nem fechou seu espaço aéreo aos aviões russos, como fizeram os outros membros da Otan.
Entretanto, Ancara suspendeu a passagem de navios de guerra russos pelos estreitos turcos que conectam os mares Negro e Mediterrâneo, ao impor as cláusulas de guerra da Convenção de Montreux de 1936, que regula o tráfico marítimo nos estreitos da Turquia.
Erdogan e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg
CRÉDITO,FRANCOIS MORI/GETTY IMAGES
Legenda da foto,
A Turquia é importante integrante da Otan, aliança da qual faz parte desde 1952
'Estado-tampão'
Para o governo de Erdogan, a Ucrânia é importante geopoliticamente porque durante muitos anos funcionou com um "Estado-tampão" entre Rússia e Turquia, duas grandes potências regionais.
"O papel da Ucrânia como Estado-tampão acabou depois que a Rússia anexou a Crimeia, em 2014. No entanto, a Turquia sabe que Kiev é um aliado importante para fazer contrapeso à Rússia na região", afirma Bechev.
O especialista da Universidade de Oxford descreve a relação entre Erdogan e Putin como um "casamento de conveniência". "Eles precisam um do outro em vários aspectos e competem em outros, mas é importante notar que aprenderam a fazer negócios juntos."
Alguns analistas duvidam que a forte aliança que Erdogan e Putin mostraram no passado seja retomada algum dia, depois da invasão russa da Ucrânia.
"Além da suposta amizade entre Erdogan e Putin estão os interesses de ambos os país", diz Bechev. Ele acredita que Moscou e Ancara seguirão tendo interesses sobrepostos, mas continuará o "medo" que o governo turco tem do Kremlin.
"Nunca voltará a ser uma amizade, mas Ancara não pode se dar ao luxo de queimar todas a pontes com a Rússia, e por isso não se uniu às sanções."
A Turquia tornou-se nas últimas semanas um refúgio para milhares de russos que rejeitam a guerra e buscam reconstruir suas vidas em outro país.
Segundo o renomado jornal turco Hürriyet, em torno de 14 mil russos fugiram para a Turquia, onde não precisam de vistos para entrar, desde o começo do que muitos chamam de "guerra de Putin".
Conferência sobre a Síria
CRÉDITO,KIRILL KUDRYAVTSEV/GETTY IMAGES
Legenda da foto,
Rússia e Turquia apoiaram lados opostos na Síria, mas negociaram sobre o conflito
Dilema se repete
A historiadora Taline Ter Minassian acredita ser importante destacar a "ambiguidade" que a Turquia tem demonstrado na atual crise — e considera que isso lhe seja conveniente.
O governo de Erdogan absteve-se na votação sobre a suspensão da Rússia do Conselho da Europa, mas apoiou a resolução da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) que condenou a "agressão contra a Ucrânia".
Há mais de meio século, depois do fim da Segunda Guerra Mundial, os líderes turcos decidiram unir-se ao Ocidente porque tinham medo da Rússia de Joseph Stalin e queriam "estar do lado certo da história".
Por isso, o presidente Mustafa İsmet İnönü promoveu a entrada da Turquia em instituições transatlânticas, como a Otan — à qual a Turquia pertence desde 1952.
Hoje Recep Erdogan parece enfrentar o mesmo dilema. Para muitos, sua "ambiguidade" mostra que a Turquia novamente optou pelo Ocidente, mas evitando incomodar demais a Rússia.
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Conceito de Encruzilhada
Uma encruzilhada é um lugar onde duas ou mais estradas ou vias se encontram. Nesse cruzamento, os caminhos se sobrepõem ou se cruzam.
Por exemplo: “Vamos encontrar alguém que nos diga qual é o caminho a seguir após esta encruzilhada para chegar ao abrigo”, “Tenho uma encruzilhada pela frente e não sei como continuar: devo ir pela esquerda ou pelo outro lado”, “O maquinista, ao chegar à encruzilhada, tomou o caminho errado e acabou causando um acidente”.
As encruzilhadas são intersecções de estradas. Podem ser formadas pelo cruzamento de ruas, estradas, autoestradas, vias ferroviárias ou trilhas de todo o tipo. O objetivo desses cruzamentos é possibilitar ao usuário a troca de caminhos: ao chegar na encruzilhada, a pessoa pode mudar de direção ou continuar pela mesma.
O conceito de encruzilhada também pode ser usado simbolicamente para se referir a uma situação complexa que deixa um indivíduo em um estado de confusão ou dúvida: eles não sabem que decisão tomar ou que ação tomar diante da dificuldade ou dilema que se lhes apresenta.
Suponhamos que um jogador de futebol tenha concordado oralmente em jogar para um clube. Porém, uma hora antes de assinar o contrato correspondente, ele recebe um telefonema do presidente de outra instituição, que lhe oferece muito mais dinheiro para jogar em seu time. O atleta enfrenta uma encruzilhada: tem dúvidas entre cumprir seu compromisso verbal ou aceitar a nova proposta que lhe é mais conveniente.
Citação
Equipe editorial de Conceito.de. (2 de Abril de 2021). Encruzilhada - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/encruzilhada
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O QUE É O INFERNO É O OUTRO?
ChatGPT
"A frase "o inferno são os outros" é uma expressão do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre. Ela foi popularizada em sua peça teatral "Entre Quatro Paredes" ("Huis Clos"), publicada em 1944. Essa frase é uma das citações mais conhecidas e discutidas da obra de Sartre.
Em contexto existencialista, a frase refere-se à ideia de que a experiência do inferno ou do sofrimento não é apenas resultado de punição divina ou de condições externas, mas é causada principalmente pelas interações e relações humanas. Para Sartre, cada indivíduo carrega consigo sua própria liberdade e consciência, e ao se relacionar com os outros, essa liberdade entra em choque com a liberdade dos demais.
Segundo Sartre, os outros têm o poder de nos definir e limitar, pois somos constantemente observados e julgados por eles. O olhar e o julgamento dos outros nos aprisionam e nos fazem sentir encurralados, tornando-se uma fonte de angústia e conflito. Dessa forma, a frase sugere que a presença dos outros pode ser responsável pelo nosso sofrimento e nos colocar em uma espécie de inferno psicológico.
No entanto, é importante ressaltar que essa frase não deve ser interpretada de forma literal, como se Sartre estivesse afirmando que todas as outras pessoas são más ou que o convívio social é sempre negativo. Ela expressa uma perspectiva filosófica e existencial sobre as dinâmicas complexas das relações humanas e as tensões que podem surgir entre liberdade e responsabilidade individuais."
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domingo, 28 de maio de 2023
CONTAR É MUITO DIFICULTOSO
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Balancê
Gal Costa
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Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
Ô balancê balancê
Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
Ô balancê balancê
Quando por mim você passa
Fingindo que não me vê
Meu coração quase se despedaça
No balancê balancê
Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
O balancê balancê
Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
O balancê balancê
Você foi minha cartilha
Você foi meu abc
E por isso eu sou a maior maravilha
No balancê balancê
Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
O balancê balancê
Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
O balancê balancê
Eu levo a vida pensando
Pensando só em você
E o tempo passa e eu vou me acabando
No balancê balancê
Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
O balancê balancê
Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
O balancê balancê
Ô balancê balancê
Ô balancê balancê
Ô balancê balancê
Ô balancê balancê
Composição: Alberto Ribeiro / João de Barro.
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CORAGEM - A agressão ao jogador em Valência (à dir.) e Muhammad Ali, ao lado de Luther King: é preciso ser antirracista (AP; Mateo Villalba/Quality Sport Images/Getty Images)
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Carta ao Leitor: Somos todos Vinicius Jr.
O atleta pode representar um ímã de transformação — o início do fim de atitudes racistas, por meio de condenações legais e outras punições
Por Da Redação Atualizado em 26 Maio 2023, 12h18
Poucas vezes, na história do esporte, um personagem de visibilidade internacional teve a coragem do atacante brasileiro Vinicius Jr., do Real Madrid e da seleção brasileira. No domingo 21, depois de ter sido chamado de “macaco” por torcedores do Valencia, na Espanha, ele foi às redes sociais denunciar o racismo de que fora vítima: “O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas”. Houve comoção global. O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez revelou apoio ao jogador. O presidente Lula teve reação idêntica. Um dos mais tradicionais jornais esportivos, o Marca, cutucou muitos de seus leitores, atavicamente conservadores, e alertou na manchete: “Não basta não sermos racistas. É preciso ser antirracista”.
A postura valente de Vinicius Jr. é espantosa porque, ainda hoje, no século XXI, é difícil lutar contra a chaga do inaceitável preconceito atrelado à cor de pele — e é extraordinário vê-lo assumir a ponta de lança de um movimento necessário. Dá-se a dimensão do gesto do sorridente atleta de 22 anos com um rápido passeio histórico. De Pelé sempre se cobrou ativismo contra o racismo, como se fosse obrigado a ser rei também fora dos gramados. Ele sempre gostou de lembrar que, aos gritos estúpidos de torcedores do Boca Juniors, da Argentina, em 1962, em Buenos Aires — “los macaquitos de Brasil” —, respondia com gols, e apenas com gols. Michael Jordan, lenda viva do basquete, em 1990 foi publicamente cobrado por lideranças negras para que declarasse apoio à candidatura ao Senado do democrata Harvey Gantt, negro, em oposição a um republicano branco de ideias supremacistas. Jordan doou dinheiro para a campanha de Gantt — que seria derrotado —, mas jamais se pronunciou. Em nome da neutralidade ele diria: “Republicanos também compram tênis Nike”. Pelé e Jordan são filhos de seu tempo, e não é justo condená-los. Não ergueram bandeiras, mas ajudaram a quebrar a barreira que impedia o protagonismo negro em qualquer setor da sociedade, inclusive no esporte.
Nesse aspecto, o da louvável militância, porta-voz de um grito silenciado, Vinicius Jr. dá as mãos a um personagem gigante e incontornável, exceção à regra: Muhammad Ali, o maior pugilista de todos os tempos, que desferia socos com a frequência com que soltava opiniões políticas agudas, a um só tempo ícone dos ringues e da cultura dos anos 1960 e início dos 1970. O brasileiro, guardadas as devidas proporções, tem agora relevância de dimensão semelhante, multiplicada pelas redes sociais. Ele pode representar um ímã de transformação — o início do fim de atitudes racistas, por meio de condenações legais, afastamento dos estádios e outras punições. Somos todos Vinicius Jr.
Publicado em VEJA de 31 de maio de 2023, edição nº 2843
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piauí_200
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domingo, 28 de maio de 2023
Dorrit Harazim - Espécie animal
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O Globo
Toda sociedade alicerçada no racismo tem medo de extirpá-lo, pois ele lhe aufere privilégio
A parte mais sensível do corpo de um urso é seu focinho. A informação, inútil para a maioria da população global, nunca foi mero fait divers para as seculares etnias de ciganos da Bulgária. Naquele pedaço dos Bálcãs, o controle de ursos pelo focinho era essencial para garantir a milenar forma de ganha-pão e entretenimento do povo roma: capturar, domesticar e treinar esses mamíferos de grande porte até que se tornassem servidores dóceis e atração ambulante. Com as narinas perfuradas por argolas de metal, os animais se sujeitavam a toda sorte de comandos inglórios, como dançar sobre patas traseiras ou ingerir bebidas alcoólicas.
Essa forma de entretenimento para humanos durou até o final do século XX. Foi somente com a implosão do bloco soviético, a que a Bulgária estava atrelada, que os ursos domesticados puderam empreender, também eles, a difícil transição do cativeiro para a liberdade. Não foi fácil. Quem melhor a descreveu foi o jornalista polonês Witold Szablowski, com “Dancing bears — True stories of people nostalgic for life under tyranny”, publicado cinco anos atrás, traduzido para uma dezena de línguas e já citado neste mesmo espaço. Retoma-se aqui o ângulo central da obra, mas para virá-la do avesso. O episódio de racismo escancarado contra o jogador brasileiro Vinícius Jr. , testemunhado pelo mundo na semana passada, serve de gancho para a releitura.
O livro de Szablowski, cujo estilo é equivocadamente comparado ao de seu portentoso conterrâneo Ryszard Kapuscinski, se divide em duas partes simétricas. Cada uma tem nove capítulos de títulos iguais, e eles se espelham. A primeira narra a história dos ursos, cujo cativeiro foi afrouxado por ONGs bem-intencionadas. A segunda trata da também complexa transição de sociedades comunistas para o capitalismo. Para os animais, a primeira etapa iniciou-se por liberdade vigiada (ou cativeiro mais civilizado) — eles precisaram ser ensinados a hibernar, foram castrados e, portanto, não conseguem se reproduzir, não sabiam sequer copular. Para horror dos ativistas encarregados de devolvê-los à natureza, alguns ursos, mesmo libertos de suas argolas, continuavam a erguer o corpanzil sobre duas patas para dançar como foram ensinados.
Outros, desnorteados, procuravam insistentemente com as patas dianteiras as argolas que não lhes aprisionavam mais as narinas. Um zoólogo ouvido pelo autor relatou que as equipes passavam horas observando os ursos para aferir o grau de liberdade de agressão instintiva que os animais conquistavam aos poucos.
— Eles passaram a viver numa espécie de laboratório de liberdade, onde os humanos lhes ensinavam a ser livres — explicou o autor em entrevista à National Public Radio dos Estados Unidos — A liberdade é complicada. Ela pode, até, ser muito penosa.
Assim como os ursos cativos não sabiam hibernar, não se alimentavam o suficiente no outono, por isso viravam osso no inverno, também as sociedades fechadas estavam mal preparadas para transitar por regimes mais democráticos, sempre sujeitos às turbulências do contraditório. Szablowski, inicialmente, colocara o atual czar russo Vladimir Putin na categoria dos adestradores, “o cara que sempre teve ursos, os usava e nunca soube fazer outra coisa na vida”. Mais recentemente, começou a se indagar se Putin e outros autocratas semelhantes não seriam, também, ursos amestrados, por não conhecerem outra vida. Cresceram não confiando em ninguém, desconhecem o funcionamento de instituições democráticas, são também prisioneiros do sistema por eles mantido.
É aqui que entra uma pergunta incômoda para o racismo secular que nesta semana mostrou seu focinho no estádio na Espanha. E se os aprisionados neste mundo desigual não forem os ursos, e sim seus amestradores — a civilização branca, incapaz de se libertar de sua própria desumanidade? O supremacismo branco grita por medo de perder a razão de ser. Não suporta a realidade de pertencermos todos à mesma espécie animal. Quanto mais náufrago, maior a violência do negacionista. Toda sociedade alicerçada no racismo tem medo de extirpá-lo, pois ele lhe aufere privilégios. O Brasil é o primeiro da lista a precisar se olhar no espelho para ter vergonha do que vê. A dor de ser negro, preto ou pardo, no Brasil é de uma infâmia superlativa. Somos todos coniventes.
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domingo, 28 de maio de 2023
Paulo Fábio Dantas Neto* - Os acertos da área econômica e os dilemas de Lula e Marina
A semana começou muito bem para o governo ou, pelo menos, para a banda do governo que lidera o esforço para acertar o passo na economia. Essa banda tem sido o que o presidente e o conjunto do seu governo precisam ser. A aprovação, pela Câmara dos Deputados, na terça-feira, 23, do arcabouço fiscal, por amplíssima margem de votos, foi, sem dúvida, um êxito que se deve creditar, em primeiro lugar, à habilidade, serenidade e paciência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tendo ao lado, em cooperação aberta, a ministra do Planejamento, Simone Tebet e, mais ao fundo, mas em sintonia, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Esse trabalho articulado e unitário da área econômica neutralizou objeções domésticas - que sabidamente existem, em setores da esquerda e do próprio governo - e colheu, para o presidente Lula, vitória significativa, numa conjuntura adversa, repleta de percalços e revezes, parte deles derivada de voluntarismos e açodamentos a granel, complicadores do discurso e ação do presidente e seu governo. Vitória ainda mais significativa por ter ocorrido por larga margem, num ambiente legislativo que tem se tornado crescentemente refratário, às vezes mesmo hostil, a intenções e pontos da agenda do Executivo. Vitória que coloca à disposição de analistas da política a evidência cabal de que é possível, sim, haver cooperação entre atores cujos papeis podem colocá-los, mais adiante, em situação de competição. O fato de Haddad, Simone e Alckmin poderem vir a ser nomes postos no tabuleiro eleitoral de 2026 não impede que atuem juntos, assumindo, como objetivo comum, algo que, além de interessar ao futuro político de cada um deles, interessa ao país, o qual torna-se credor desse realismo bem compreendido.
Outra parte da explicação do êxito na aprovação do arcabouço pode ser encontrada no fato de ser esta uma pauta comum do Executivo e de amplos setores do Legislativo que compartilham com aquele o compromisso com a pauta social, a ele associando outro, também prioritário, com o equilíbrio fiscal. O empenho pessoal do presidente da Câmara na aprovação da matéria liga-se também – talvez principalmente – a razões de pequena política, mas esse fato não deve desviar nossa atenção de outro, igualmente verídico, que é a sintonia da maioria da Casa com o “conceito” que o arcabouço consagra. Em sentido rigoroso, o regramento proposto pelo governo é, antes de tudo, o cumprimento de uma promessa do Executivo ao Legislativo, em contrapartida à generosa PEC dos gastos aprovada em dezembro, antes mesmo da posse de Lula, permitindo ao novo governo boas condições de navegação em 2023. Sem tirar o mérito da área econômica em compreender a necessidade vital de autocontenção, é preciso frisar que a Câmara aprovou – e o Senado certamente também o fará – matéria de interesse institucional mais seu do que do outro Poder, cujas ações o arcabouço permitirá legalmente controlar.
Assistir, no dia seguinte à votação, Fernando Haddad, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira falarem em coro sobre economia foi um tranquilizante de efeitos análogos aos que se verificaram, entre a eleição e a posse do novo governo, quando Lula, Pacheco e Lira afirmaram compromisso mútuo com a normalização institucional e quando o reiteraram na prática, com a atitude tomada diante da conspiração golpista de 8 de janeiro. Também tranquilizador foi assistir, na última quarta, o presidente do Banco Central, Campos Neto, fazer um elogio forte ao texto final aprovado, reconhecendo que Haddad trabalhou duro numa solução que afasta o risco de a dívida pública sair do controle. E sinalizar que o arcabouço, complementado por uma reforma tributária (resta saber qual reforma), pavimenta o caminho para a almejada queda da taxa de juros. As boas expectativas ganharam ainda mais impulso quando o trio Haddad, Pacheco e Lira declarou estar trabalhando para votar a reforma tributária imediatamente após o arcabouço, meta com a qual está alinhado o relator da proposta de reforma.
Tanto o ministro da Fazenda quanto o presidente da República sabem que nada disso garante êxito em resultados concretos na economia, sendo esse o desafio seguinte da área econômica. E não têm como esperar complacência do Congresso após concluída a definição das regras do jogo. O Legislativo propiciou a PEC dos gastos e propiciará a reforma tributária como compassos que o Executivo poderá abrir para agir, mas dispõe do arcabouço como uma régua para medir resultados. A fala de Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, foi, de todas, a mais esclarecedora, didática mesmo: com o arcabouço tudo bem, com a reforma tributária também, ambos destinam-se a fazer a economia crescer de modo seguro e com responsabilidade social. Aí os poderes estão em sintonia. Mas nada feito quanto a mexer no marco do saneamento, no programa de capitalização da Eletrobras, ou na autonomia do BC.
O jogo não é de compadres e talvez por isso possa ser jogo franco e legal. O sistema está funcionando não para anular conflitos, mas para discipliná-los institucionalmente. Haddad colheu frutos para o governo, para o presidente e para si, como ministro, porque aceitou – convicto e sem meias palavras – dividir o protagonismo com o Congresso. Lula escolherá seguir esse exemplo ou fabricar outro. A ver.
Mas quanto ao Legislativo? É difícil entender razões da Comissão Mista da Medida Provisória 1154/2023 (que determinou, em 01.01.23, a organização atual de órgãos da Presidência da República e Ministérios) ter quebrado o clima apenas 24 horas após o desfecho reciprocamente exitoso da votação do arcabouço fiscal e provocado uma seríssima tensão política em torno da governação do meio ambiente, uma das mais sensíveis áreas de dissonância entre o programa do governo recém-eleito e interesses tidos como relevantes, senão majoritários no Congresso. Ao aprovar, no limite entre a aposta num conflito político e a incursão numa inconstitucionalidade, o relatório do deputado Isnaldo Bulhões, a comissão aprovou, dentre outras demandas reacionárias, uma forte retração nas prerrogativas e instrumentos de governança do Ministério do Meio Ambiente, expondo o Executivo a uma derrota com sabor de reversão de turbina. Mais que isso, expôs uma fissura no governo (que pode virar fratura) entre orientações produtivistas e preservacionistas no desenvolvimento do país. Esse confronto, trazido à superfície, está longe de se ater a aspectos “doutrinários”. Envolve fortes interesses materiais e políticos e carrega nuvens sobre o desafio de mostrar resultados lançado sobre a área econômica do governo. Num momento delicado em que a reforma tributária ainda não foi votada, isso pode anular o artefato político pacientemente construído pelos ministros da área econômica. No limite, pode colocar a ministra Marina Silva em colisão com esses ministros e o conjunto do governo.
Semelhante operação de guerra legislativa no âmbito de uma MP cujo conteúdo diz respeito especificamente ao modo do Executivo se auto-organizar provoca indignação nos setores atingidos e na opinião pública progressista, especialmente na parte dela que se identifica com o tema ambiental. Daí que logo se conjectura haver uma recorrente conspiração de forças historicamente inimigas de governos de esquerda, ou interpreta-se a situação do conflito dentro da antiga chave Executivo progressista X Legislativo reacionário. Vendo nos dois poderes essas respectivas “essências”, essa chave justifica invocar toda a sorte de decisionismos presidenciais como solução dos impasses, inclusive aqueles decisionismos que mandam a democracia à breca. Ainda que essa visão fosse retrato da realidade, caberia perguntar o que fazer para mudá-lo dentro do jogo, não fora dele, ou contra ele.
Mas penso nem ser esse o caso. As razões da provocação que jogou na cara da sociedade um mix de desmontes que parece mesmo, como disse a ministra Marina, insólita nostalgia do ciclo político anterior, devem ser procuradas - como sugeriu a cientista política Graziella Testa, da EPPG/FGV, em ótima entrevista à CNN (WW, 26.05.23) - na decisão do deputado Arthur Lira de criar situações-limite que mantenham o governo sob pressão e permanentemente nas cordas. Nessa pressão ela enxerga uma pressa de Lira em obter do Executivo apoio prévio aos planos que tem para sua própria sucessão na Câmara, nos mesmos moldes do que obteve, mesmo antes da posse de Lula, à sua reeleição. Pressa que, por sua vez, se assentaria na falta que faz ao deputado o acesso livre que tinha ao palácio no período anterior. Estaria tentando obter “por mal”, o que não pode mais obter por renúncia do interlocutor.
Para argumentar em favor dessa arguta percepção, a mesma cientista política alerta para que não se confunda dois processos reais e simultâneos, porém distintos. Um é o fortalecimento do Legislativo, outro, a hipertrofia do poder pessoal de Lira. O primeiro tem raízes estáveis, o segundo é contingente. Essa percepção ampara a ideia que vem sendo veiculada nesta coluna desde o final do ano passado, de que a aceitação estratégica de um poder compartilhado com o Congresso (reconhecendo o caráter irreversível, estrutural e potencialmente benigno do primeiro processo) é a melhor opção para o governo Lula praticar táticas eficazes de consolidação do bom entendimento já alcançado com Rodrigo Pacheco no Senado e de enfrentamento do poder pessoal hipertrofiado de Arthur Lira na Câmara.
Conforme essa compreensão, é um equívoco criticar Lula e a articulação política do governo pelo fato de não poder contrariar o congresso no momento da votação de matérias como a MP acima mencionada, o código florestal e o marco temporal das terras indígenas. A pauta ambiental é minoritária na própria base do governo e quando um conflito se instala não se pode exigir de Lula missões impossíveis e suicidas, ainda mais quando essa mesma base é necessária para aprovar o arcabouço fiscal e a reforma tributária. Uma vez tensionada a corda, esticá-la seria arriscar-se a sofrer, além da queda, o coice.
O que se pode e deve criticar é, em primeiro lugar, o critério (ou a falta de) do presidente e seu governo ao escolherem temas que valha a pena sustentar, no sentido programático, mesmo que de modo polêmico, correndo risco de alguma derrota pontual. Em si, não há nada de mau num governo sustentar visões não majoritárias de médio e longo prazos, quando a causa é cognitivamente racional, eticamente saudável e tem chances realistas de sucesso.
Acontece que o presidente e vários de seus ministros, em pouco tempo de governo, já perderam muita energia em querelas ideológicas ou populistas em torno, por exemplo, do papel do BC, do marco do saneamento e outros tópicos da agenda reformista tocada no país desde 2016 e que a esquerda acha que pode reverter. Assim como se desgastou consideravelmente defendendo teses discutíveis em assuntos polarizadores como sua relação com os militares e o combate a fakenews ou com meros delírios, como Lula querer mediar a guerra da Ucrânia e lançar lições ao Ocidente, para agradar sua plateia mais intestina. Tudo isso foi dispêndio de energia inútil ou nociva, que reergueu muros, em vez de consolidar pontes criadas com o campo liberal na recente luta comum contra a extrema-direita. Como segundo efeito colateral deixa a articulação do governo no Congresso mais vulnerável aos movimentos de Arthur Lira. Desprezando possíveis aliados estratégicos de longo prazo na guerra de posição contra a personificação do poder legislativo, o governo fia-se em Lula e sinaliza aos deputados de todas as bancadas que seguir Lira é o caminho mais curto. Levando água ao moinho do continuísmo na Câmara, é cada vez mais refém de um varejo com nome e sobrenome, ali maiores que os de Lula
Por outro lado, se há um tema em torno do qual o governo pode e deve afirmar valores e trabalhar por uma agenda positiva é o tema ambiental, não só porque é uma boa causa, mas também porque o Brasil tem condições objetivas de, nessa seara, ser ouvido. Mas a verdade é que esse tema não entrou na agenda de negociações prévias com o congresso, de modo que assistimos agora à pura e simples medição de forças, provocada pelo timing curto de Lira. O governo ainda não trouxe o tema do plano simbólico para o da política concreta, problema com o qual, aliás, a própria Marina Silva também precisa se preocupar, para que sua justa persistência numa tese substantiva não assuma ares de mera pregação apostolar em tempo de jogo pesado. Enquanto isso, a Petrobras trabalha a sua agenda, estabelecendo laços com o mundo político. Tudo bem se não o fizesse na contramão da boa nova.
O segundo foco de crítica cabível ao governo é, portanto, o timing sôfrego e desatento à situação política adotado pela Petrobras, que se converteu, no caso da pesquisa e exploração de petróleo na foz do Amazonas, em aliada involuntária da pressa de Lira, a qual, como dito, liga-se a outras causas. Ciente da “alma desenvolvimentista” do presidente e da maioria do governo, a empresa desafiou publicamente o Ibama e com isso encorajou o ministério das Minas e Energia (gerido por um político que não é puro sangue, como o presidente da Petrobras) a fazer o mesmo. Piorou tudo com o aval tácito dado por Lula a uma operação voluntarista, que despertou, fora de hora, apetites retaliativos e virtualmente majoritários que se acomodam no congresso. A operação política sensata (do presidente e de sua Casa Civil) seria segurar o ímpeto pressálico dos produtivistas e não confrontar, sequer colocar em dúvida, por ora, o parecer técnico. Ao mesmo tempo, buscar, junto à ministra Marina, mediar uma solução com o Ibama que de fato sanasse, ou ao menos atenuasse, a contradição flagrante entre as premissas técnicas e de valores que separam essas duas almas que se debatem no governo. Isso exigiria um tempo incompatível com as urgências de razões desenvolvimentistas que, com déficit de visão lateral, ainda se consideram razões de estado. E talvez ainda o sejam, pela ótica de quem, afinal, governa.
Importante notar que a recalcitrância não está só numa esquerda anacrônica, onde, em tese, é mais insólita e, na prática, mais séria, dado o espaço de poder que o PT ocupa. A grande maioria do governo e da sua base não comunga com as teses de Marina. Então não é só a cabeça de Lula, mas a sintonia entre ela e a torcida do Flamengo. Na política brasileira, sustentabilidade ainda é conversa para inglês ver. Embora não para boi dormir, muito ao contrário, a julgar pelo ímpeto da boiada.
A combinação de déficit cognitivo (da parte da esquerda oficial e do governo, em geral) quanto à centralidade da questão ambiental no Brasil e no mundo, com vieses normativos próprios de voluntarismos (potencialmente presentes nos dois "lados", uma vez que a razão técnica, indiscutível nos termos atualmente postos, também é dada a excessos) tem efeitos politicamente corrosivos. Como em inumeráveis outros momentos, faltou uma prévia política da média, ou do meio. Ela só é lembrada para apagar incêndios, quando sua principal valia é não deixar que eles surjam como produtos perversos de conflitos normais de uma sociedade complexa e plural. Suspeito que não haja solução boa para essa sinuca de bico. Mas se ruim está, pior ficará, se o maximalismo tentar ocupar o espaço vazio que a omissão da política deixou. Da parte do governo, é preciso arrumar a casa. Isso tende a ser feito valorizando o prioritário. E nada indica que na cabeça do presidente o tema ambiental ocupe esse lugar.
É compreensível, nesse caso, a dificuldade de Lula. Sua imagem internacional desgastou-se em equívocos com a China, a Rússia, a Ucrânia, até com Portugal. Já chegou a fatura das aventuras de abril. Se por cima disso perder a ministra do Meio Ambiente porque que quer furar poço de petróleo na foz do Amazonas, aí pode ir à lona, mesmo que sem nocaute. A sua base tradicional e fiel pode não estar nem aí para isso, mas ele está. A imagem internacional é central para ele e tem rebatimento eleitoral. Nas circunstâncias atuais o Ibama exerce, simbolicamente, um papel limitador de sua vontade política quase equivalente, na prática, ao do Banco Central. É um ator com potencial poder de veto ao decisionismo presidencial. Se o parecer for atropelado o estrago será grande porque Marina é uma Silva, não uma Haddad. Lula precisará negociar muito para que ela possa lidar com o Ibama como voz de governo. Ela precisa dessa compensação interna para o estupro que o ministério que dirige sofreu no Congresso. Mas nada disso parece abalar a óbvia convicção que anima o novo comando da Petrobras, de que seu projeto não será vetado, nem abandonado, até porque rem todo o jeito de um projeto de governo.
Nesse ponto, é bom atentar também a dilemas da própria Marina Silva. Minoritária no governo, joga com o fator internacional. Sabe o dano que pode causar à imagem do governo, se sair. Resiste por isso e exatamente por isso tem alguma chance de ficar. Mas corre o risco de superestimar sua força, esticar a corda em demasia e terminar num relento político, por escolha ou por derrota. O pragmático senador Randolfe Rodrigues, peixe com asas, já voou para fora da Rede ao menor sinal de desinteligência da líder do partido com o governo e de falta de sintonia da causa com o contexto político regional que reproduz seus mandatos. A federação partidária da Rede é com o PSOL. Ao relento e com um partido ainda menor, Marina e seus liderados podem terminar sob as asas de Boulos. Heloisa Helena, hoje sua correligionária, teve experiência naquele ambiente. Sabe como a banda toca ali. Marcelo Freixo também.
A ministra demonstra, em suas declarações, estar consciente dessa situação e resume lucidamente sua posição na convicção de que ajuda mais dentro do que fora do governo. Mas ao carregar as cores da responsabilidade por seu desassossego na ação demolidora do Legislativo não pode esquecer que essa montanha pariu um rato se efeitos da ação forem comparados aos da derrota que pode ter na peleja contra adversários dentro do governo. Para tentar evitá-la precisará converter parte deles em aliados.
Tudo pesado, parece pouco provável que o equilíbrio instável entre Marina e Lula dure a médio prazo se não se amparar em alguma lógica institucional que transcenda o plano das relações pessoais. A declaração imediata do presidente sobre a controvérsia em torno do novo pré-sal foi pusilânime e pôs em dúvida o parecer do Ibama. Atravessou uma fronteira perigosa. Mas viver é perigoso e Lula parece jogar a vida numa reencarnação criativa do rei Midas, paramentado em ouro negro. Julga-se credor dessa fortuna política por se ver como um predestinado benfeitor do seu povo. Para surpresa de muitos, inclusive deste observador, Fernando Haddad aparece na cena como se fosse o seu Dioniso, detentor do condão de reabrir, ao velho rei, portas fechadas com o tempo, em razão de sua pouco durável virtù.
Tudo indica serem miragens, o ouro negro e as portas do poder pessoal. Assim como esse idealizado Haddad, que não se vê deus de coisa alguma. Talvez ainda haja, mais adiante, tempo político para o Midas, afinal desiludido de tantas ilusões, voltar ao leal discípulo e ministro em busca do que ele se mostra realmente capaz de oferecer: a sugestão de uma nova atitude política, que compartilhe, de fato, o poder, sem com isso aceitar o tipo de canga que foi imposta ao antecessor. Para tanto precisará de novas ideias e principalmente de novos amigos, no Congresso e fora dele. Para ter umas e outros precisa de visão lateral e ouvidos receptivos para escutar a música que seu ministro apolíneo toca. Ou talvez a miragem seja essa mudança. Aí restará torcer para o castigo político ser brando, pois afetará rei e reino.
*Cientista político e professor da UFBa.
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Saudade Fez um Samba
Carlos Lyra
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A7+
Deixa que meu samba
Bm7
Sabe tudo de você
A7+
Não acredito que meu samba
Bm7
Só dependa de você
D7+ Dm7
A dor é minha, em mim doeu
A7+ Gb7
A culpa é sua, o samba é meu
Bm7 E7
Então não vamos mais brigar
Bm7 E7 A7+ Gb7
Saudade fez um samba em seu lugar
Bm7 E7 A7+
Composição: Carlos Lyra / Ronaldo Bôscoli
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domingo, 28 de maio de 2023
Carlos Melo - Inércia e ''Lirismo'', a oligarquia de coalizão
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Ipo News
O cientista político Carlos Melo, professor Sênior Fellow do Insper, considera que o modelo do "Lirismo", numa referência criada para o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, se resume ao fisiologismo agregador: uma "Oligarquia de Coalizão" ou a oligarquia das coalizões. Seu novo artigo foi publicado esta semana, no Headline Ideias:
Em inércia, o movimento tende ao infinito. Um corpo interrompe ou altera sua rota somente se alguma força atuar sobre ele. Física básica. Em política, sem obstáculos, forças ou aparas, o movimento de indivíduos e ou grupos se volta aos próprios interesses. Se nada o detiver, seguirá retilíneo, uniforme e indiferente ao interesse geral. Farinha pouca, sem pressão, não sobrará raspa de pirão.
A política se traduz pela multiplicidade de atores e o conflito entre seus reais interesses. A filosofia elaborou o "sistema de freios e contrapesos", pensado para impedir transtornos de movimentos, mais que autônomos, deletérios. "Como o gás, o poder tem a forma daquilo que o contém". Sem limites, se espalha. Dependendo das condições atmosféricas, se dissipará jamais.
Contestação e oposição impedem a tirania. Não há democracia sem elas. Tampouco há democracia sem responsividade (Robert Dahl). A ausência de oposição é a mãe das oligarquias.
Não faz muito tempo, dava-se à opinião pública o poder de conter a inércia e o gás dos interesses particularistas. A imprensa, por exemplo, nasceu da ânsia contra-hegemônica. O debate se dava pelos jornais; a grande reflexão, nos cadernos de domingo. Formar opinião era sinal tanto de distinção quanto de poder. Daí o termo "quarto poder". Paradoxalmente, a explosão de meios de comunicação, as redes sociais e suas bolhas, fragmentou a crítica e dividiu a opinião pública.
Outros poderes, é claro - Executivo, Legislativo e Judiciário - também se impunham, em harmonia, e limitavam-se mutuamente. Partidos políticos "fora da ordem" questionavam e expunham os "da ordem". Mobiliava-se a opinião pública por meio da imprensa. Constrangimentos estabeleciam limites: o certo e o errado; o legítimo e o espúrio. Substituídos pelas bolhas das redes, os partidos, hoje, somam zero.
Embora o patrimonialismo faça parte da cultura imemorial do país e o fisiologismo seja sua constante, esses elementos sofriam constrangimentos e limites. A pressão externa inibia o atrevimento e freava o alargamento de suas possibilidades. Absurdos como os de hoje ocorriam, sim, mas tinham desdobramentos. O tamanho da repercussão negativa definia o comedimento.
Prova de que esse espírito vai distante, se não no tempo, na tolerância, são as reações à decisão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados ao aprovar ampla e irrestrita anistia a partidos que não cumpriram as determinações da lei eleitoral. Uma gritaria básica, seguida de acomodação. O corporativismo parlamentar foi normalizado.
Fosse apenas isso... A advocacia em causa própria do corporativismo não para por aí: nos jornais, nas rádios, redes e TVs, a consolidação do status quo. Cenas de favorecimento e chantagem explícita são exibidas com naturalidade de comerciais de margarina. Já não chocam nem chamam à apartes. Em inércia, correm livres. Nada parece capaz de lhes conter.
Centrão, de refúgio à redenção do baixo clero
Há uma década, o Centrão era pouco mais que um refúgio de políticos menores. Relevante, por seus membros se agruparem em busca de importância, recursos e proteção. Posicionando-se no Congresso de forma pivotal, constituíram a minoria decisiva: pendesse para o lado que preferisse, daria a vitória ao governo ou à oposição - invariavelmente, ao governo. Mas, não era o centro gravitacional do sistema.
Eram movimentos estratégicos e, ainda assim, tímidos. Guardavam certo pudor em público. Os políticos do Centrão viviam, sobretudo, nos rincões, de menor fiscalização e controle social. Para além de suas lideranças mais ousadas, não se expunham aos holofotes da mídia, nem ao peso dos julgamentos da opinião pública. Na catedral do Congresso Nacional, era chamado "baixo clero".
Figuras de expressão paroquial, movidas pelo mais tosco fisiologismo, faziam a política miúda dos favores, do clientelismo; de esquemas quase amadores. Vereadores federais, quando muito. Constrangido pela imprensa e limitado por certa moral ainda vigente, "o baixo clero" tinha arranque, mas não ganhava inércia. Autonomia de baixa quilometragem, pois seu combustível era dosado pelo Executivo e pelo conflito entre partidos. À sombra do debate nacional, fartava-se de sobras e de pequenas barganhas. Não muito mais que isso.
Distinguia-se do "alto clero", sempre na esfera das grandes questões nacionais. Era a elite formuladora e formadora de opinião, dentro e fora do Legislativo. Vinhos doutra pipa, parlamentares de outra expressão: Ulysses Guimarães, Nelson Jobim, Pedro Simon, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, José Serra, Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu, José Genoíno; Petrônio Portela, Marco Maciel, Roberto Campos, Delfim Netto... Eram vários, às dezenas.
A grande barganha - termo pejorativo para o senso comum --, natural da negociação política, dava-se no campo do debate de interesses de projetos contraditórios. Evidentemente, um pouco de graxa fisiológica lubrificava engrenagens, mas a grande política, o grande conflito e a articulação de atores eram o oxigênio do "alto clero". A disputa corria pelo jogo da política. Em comparação ao atual, era outro esporte.
A oposição pouco transigia, embora houvesse, sim, casos de cooptação. Havia disposição firme em transformar o país. No embalo dos anos 1950 - em especial 1958, ano em Brasil do futuro foi potencializado -, acreditava-se no futuro. O futuro valia embates, riscos, cabos-de-guerra, escaramuças. Nada funcionava por inércia.
Muito disso se perdeu. Forças opostas se compuseram ou simplesmente perderam relevância. O maior equívoco, talvez, tenha sido a infeliz percepção - de um pragmatismo de curtíssimo prazo - de que mais compensava "comprar" parlamentares do que os persuadir. O Mensalão é símbolo, mas não seu marco fundador: esse mercado existia antes dele. Dá-lhe centralidade comprometeu o futuro. A voracidade fisiológica ganhou inércia e deu luz ao hiperfisiologismo.
Reminiscência de quem vai ficando velho? Não faz tanto tempo assim. Tudo se danou em menos de uma geração.
Eduardo Cunha: marco emancipatório
A liberdade de movimentos de Eduardo Cunha, ainda antes de assumir a presidência da Câmara dos Deputados, sinaliza o início da emancipação do espírito corporativo e a dificuldade de contê-lo. Ao relatar Projetos de Emenda Constitucional ou Medidas Provisórias, o então deputado impunham a lógica de seus interesses. Erro brutal dos governos Lula e Dilma não agirem para sua contenção.
Eduardo Cunha era profissional dos negócios políticos: trabalhador, inteligente e sagaz, capaz e sem limites. Capaz de tudo. Com um poder crescente nas mãos, primeiro como líder do PMDB, não encontrou força que contivesse sua expansão. Reuniu recursos, cooptou colegas e fragmentou (ainda mais) os partidos. No espírito franciscano do "é dando que se recebe", levou ao limite o que, à época, foi chamado de "peemedebismo".
Para além do "peemedebismo", Cunha criou uma força política sua. Num "cunhadismo" revisitado, sua tribo trabalhava para encher-lhe as naus com o pau-brasil do poder. Dividido no apoio parasitário à Dilma Rousseff, o Centrão foi agregado aos poucos. Na mesma lógica franciscana, ajudou a eleger centenas de deputados. E por centenas de deputados foi, franciscanamente elevado, depois, à presidência da Câmara.
Como se sabe, morreu abraçado com sua ousadia. Mas, a obra vive, seu espírito ganhou o éter. No "peemedebismo avançado" que desenvolveu, educou discípulos.
Rodrigo Maia, à testa da mesa diretora da Casa, após a debacle de Cunha, bem tentou recuperar os bons modos do parlamento. Resgatar compostura mínima. Reconheça-se hoje, tratava-se de uma figura em extinção: investisse na desgraça de Michel Temer, seria um presidente "designated survivor". Mas, demonstrou princípios: sua fé liberal o amarrou ao mastro da mesa da Câmara, contra os cantos de sereia. Talvez fosse a última espécie do "alto clero".
O latifúndio que abriga nossa alma
Maia resistiu, mas foi atropelado pelos discípulos de Cunha, cuja maior expressão chama-se, obviamente, Arthur Lira. No silêncio de uma observação matreira, na rudeza de um espírito agreste, Lira superou o mestre.
Sua ascensão ao poder central do Parlamento fez o Centrão "cair pra dentro", integralmente. Venceu quedas-de-braço, uma a uma: primeiro Rodrigo Maia, depois Baleia Rossi - último e frágil espasmo "peemedebismo". Mais tarde, Jair Bolsonaro.
Quase todo o parlamento acorreu a Lira - inclusive, setores do PT. A Câmara assimilou e foi assimilada por um novo modelo: o Centrão é hoje o centro gravitacional e toda a lógica do sistema. Lira é apenas um nome símbolo. O latifúndio que abriga na nossa alma, como diria Oliveira Vianna, libertou-se da prisão de ferro dos constrangimentos. Ganhou movimento retilíneo uniforme e vive a liberdade da inércia.
Que nome poderia ser atribuído a essa fase pós "peemedebização"? "Centrismo" seria inexato, pois não se trata de um "centro político clássico". Pouco adequado por ambíguo, subestimaria o papel, a sagacidade e a importância de sua principal liderança: Arthur Lira.
Mais preciso seria chamá-lo, quem sabe?, de "Lirismo". Nova modulação do poder e novo método de formação de maioria. Sem o ônus da gestão de um ministério, as emendas do orçamento são adrenalina na veia.
O "Lirismo" não se trata de "Parlamentarismo" ou de "Semipresidencialismo" à moda dos europeus. Longe disso, o modelo se resume ao fisiologismo agregador. Uma "Oligarquia de Coalizão" - ou a "coalizão de oligarquias" - cujo movimento é inercial, sem freios. Não há presidencialismo. Nem mesmo um líder de massas, como Lula, parece capaz de obstruí-la.
Chico Buarque e Ruy Guerra sabiam das coisas: "todos nós herdamos do sangue lusitano uma boa dose de lirismo, além da sífilis, é claro".
Criminalização da política?
De anos para cá, qualquer negociação de interesses, elevados ou vis, para o bem e para o mal, recebe a tarja de "política". Por proselitismo pueril, a política paga patos e pecados. Mas, nem tudo que tem má fama é política. No pôquer entre Executivo e Legislativo, pequenos interesses inicialmente periféricos deslocaram-se para o centro da cena e dão as cartas. Tornaram-se a essência do processo.
O tal arcabouço fiscal, por exemplo, não é aprovado por exigência de higidez nas contas públicas, premência do desenvolvimento, bem maior ou o que o valha. Mas, como contingência de um modelo voltado para fins próprios: interessa ao Congresso aprová-lo porque interessa-lhe que o governo libere verbas. Grandes temas findam acessórios e perfunctórios: tudo é "baixo clero".
Aliás, "baixo clero" é um termo em desuso. Ninguém é o oposto daquilo que não há ou deixou de ter nome. O "alto clero" dissipou-se sem lembrança, sem saudade, sem a compaixão de uma sociedade apática, desobstruente dos caminhos por onde a inércia faz longa a estrada. Deputados e senadores paroquianos rolam interesses de aldeia como pedras que descem montanhas, sem obstáculos, construindo avalanches.
Um sistema de vontades particularistas foi naturalizado, em detrimento de temas e questões gerais. A isso dão o nome de "política". E, diante de qualquer alerta, crítica ou reparo, seus defensores, irritados, gritam: "parem de criminalizar a política!"
Não se trata disso: não vai aqui simpatia tardia ao "lavajatismo" predatório da última década. Nem de mirada moralista sobre o sistema. É sabido que a política nem sempre é feita de princípios ou valores elevados. Sujar as mãos pode ser necessário. Assistam "Lincoln" (2012), com Daniel Day-Lewis. A história ensina que a política tem sua própria moral.
O fato é que o pragmatismo míope produziu sérias disfuncionalidades. Ao se considerar custos de transação, prejuízos públicos e o mal-estar instalado, encara-se um sistema de profunda ineficiência. Sistema que travou. E, se pode impedir que Executivos troquem pés pelas mãos e façam bobagens - seja com Bolsonaro ou Lula - também há de se admitir que, por disfuncional, não resolve problemas, repara defeitos ou traz investimentos.
No lirismo da inércia, vê-se ao longe uma carroça velha que segue rangendo suas rodas numa melodia triste. Deve doer a desolação de nunca encontrar fim a esse canto e a esse movimento. Na inércia do "lirismo" modelar de sistema tão disfuncional, não há freios, nem contrapesos. Não há força que atue. Sem obstáculos, o país desce a ladeira da montanha que acabara de escalar movido pela inércia de interesses que não são seus.
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domingo, 28 de maio de 2023
Merval Pereira - Recato à brasileira
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O Globo
Presença de ministros do STF no churrasco de Lula mostra promiscuidade de Brasília
A notícia de que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do ministro aposentado recentemente Ricardo Lewandovsky, estiveram presentes no churrasco que o presidente Lula organizou na sexta-feira no Palácio Alvorada, juntamente com ministros do Governo e lideranças partidárias, não causou espanto pela frequência com que ministros do Supremo se encontram em Brasília com políticos, advogados e empresários em reuniões informais, mesmo quando esses respondem a algum processo que está ou poderá estar em votação no STF.
O tema do churrasco, por exemplo, era como enfrentar a rebelião no Congresso que esvaziou a política ambiental do governo. O caso pode parar no Supremo, mas essa possibilidade não inibiu os ministros. O fato se repete, não apenas em governos petistas, mas também no de Bolsonaro, além de conversas reservadas com presidentes como Michael Temer. Considerado o mais influente ministro do Supremo, Gilmar Mendes encontrou um concorrente à altura em manobras de bastidores no ministro Alexandre de Moraes, assim como já tivera no ministro Luis Roberto Barroso um constitucionalista de saber tão reconhecido quanto o seu.
Essa promiscuidade brasiliense não é prerrogativa da nossa capital, embora a discrição seja maior na maioria dos países. A Suprema Corte dos Estados Unidos, tida como exemplar na ação jurídica silenciosa e isenta, nos últimos anos tem revelado uma série de comportamentos fora da curva. Recentemente, o ministro Clarence Thomas foi denunciado pela amizade com o bilionário Harlan Crow, grande doador do Partido Republicano e ativista das causas conservadoras. Thomas costumava passar férias em companhia de Crow, em passeios de iate ou viagens em jatos particulares.
A amizade é tão grande que o bilionário comprou da família Thomas a casa onde mora a mãe do juiz e outros terrenos em volta, alegando que um dia quer montar um museu em homenagem ao juiz da Suprema Corte. Outro que teve sua aparente higidez moral posta à prova foi o juiz Antonin Scalia, encontrado morto em um resort de luxo no Texas depois de participar de uma caçada, em companhia de 40 amigos.
Esta foi a última de cerca de 85 viagens de caça e pesca com políticos e empresários. Tinha fama de “fazer qualquer coisa se você o levasse a uma caçada”, dizia o advogado Mark Lanier, que o levou em um avião fretado para caçar javalis. Um ícone da direita conservadora dos Estados Unidos, Scalia era considerado uma sumidade do constitucionalismo americano, o mais brilhante de sua geração.
O ministro Alexandre de Moraes é o novo poderoso de Brasília, com o destaque que tem tido suas ações, muitas vezes contestadas, mas indubitavelmente relevantes para a defesa da democracia. O inquérito sobre as fake news, junto com a investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, deram a Moraes destaque capaz de torná-lo decisivo em situações delicadas, como o julgamento do ex-presidente Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que preside.
Movimentou-se para que as duas vagas abertas no Tribunal fossem preenchidas por indicações suas, o que aconteceu em tempo recorde. Num dia, Moraes teve um almoço com o presidente Lula, no dia seguinte os dois advogados estavam nomeados. Moraes agora controla totalmente o plenário do TSE, o que o transforma em um poderoso partícipe do jogo político de Brasília.
Antes mesmo de ter conseguido nomear dois advogados ligados a ele, Alexandre de Moraes já conseguira a condenação, por unanimidade, do ex-promotor da Lava-Jato Deltan Dallagnol, que perdeu seu mandato de deputado federal no TSE. Além do voto de relator, os demais ministros levaram cerca de 1 minuto para condená-lo, votação tida como articulada por Alexandre de Moraes, que queria uma decisão sem dissidências para fortalecer o tribunal. Pelo menos um ministro garantiu a Dallagnol que votaria a seu favor, mas mudou de ideia.
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domingo, 28 de maio de 2023
Luiz Carlos Azedo - A posição sobre a Ucrânia pôs o Brasil numa encruzilhada
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Correio Braziliense
O nacional-desenvolvimentismo e a tradição anti-imperialista da esquerda brasileira influenciam a política externa. Isso provoca o realinhamento de forças que priorizam a questão democrática
Artigo de Lourdes Sola e Eduardo Viola, professores do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), publicado, ontem, no Estado de S. Paulo, sobre as mudanças na política mundial e o posicionamento do governo Lula, merece profunda reflexão. Destaca que houve uma mudança na geopolítica mundial que exige um reposicionamento cuidadoso do Brasil. Isso parece não ter sido devidamente avaliado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja diplomacia é presidencial e comandada pelo ex-chanceler Celso Amorim, embora o Itamaraty tenha massa crítica para fazê-lo com mais competência.
“A invasão russa da Ucrânia consolidou um forte componente de guerra fria entre as democracias do ‘Ocidente coletivo’ (que inclui Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Austrália e Nova Zelândia) e o bloco autocrático (com China, Rússia, Irã e Coreia do Norte). Esse confronto delineia-se desde 2015, mas o traço que define a guerra fria é mais recente: cada bloco vê o outro como ameaça existencial. Está em pleno curso o desacoplamento entre ambos no referente à alta tecnologia e, particularmente, à tecnologia de uso dual (civil e militar)”, avaliam Sola e Viola.
A lógica da guerra fria é a paridade estratégico-militar. Há um evidente desequilíbrio nesse aspecto entre países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o eixo China, Rússia, Irã e Coreia. O ponto de inflexão da construção de um mundo multipolar, que parecia ser irreversível com a emergência da China como potencia econômica, foi a invasão da Ucrânia pela Rússia. O conflito se tornou uma “guerra de procuração” entre a Otan e o governo de Putin. Além de reativar o complexo militar industrial dos Estados Unidos e outros países do Ocidente, a guerra em plena Europa provocará a expansão da capacidade militar chinesa, que já vinha ocorrendo, com a militarização definitiva dos mares asiáticos.
No livro Sobre a China, Henry Kissinger lembra-nos que a disputa pelo controle do comércio no Atlântico entre uma potência continental, a Alemanha, e uma potência marítima, a Inglaterra, no século passado, provocou duas guerras mundiais. Neste século, o eixo do comercio mundial se deslocou para o Pacífico, a potência continental é a China, e a marítima, os Estados Unidos. O temor de Kissinger era que isso provocasse uma nova guerra fria e, consequentemente, aumentasse o risco de uma catástrofe nuclear. É o que acontece agora.
Guerra e paz
A propósito, Sola e Viola destacam diferenças cruciais em relação à guerra fria do pós-Segunda Guerra Mundial: há alta interdependência econômica entre os dois blocos, embora menor entre Ocidente e Rússia desde a invasão; a China é uma superpotência econômica, ao contrário da antiga União Soviética; os desafios globais como mudança climática, pandemias e regulação da inteligência artificial exigem muita cooperação internacional. O neorrealismo diplomático assentado nos interesse geopolíticos permanentes, derivados da geografia, da história e da identidade cultural, foi posto em segundo plano: “Os interesses dos Estados variam segundo os regimes políticos e os governos, e segundo as transformações da economia política mundial”.
Sola e Viola criticam, com razão, a prioridade dada por Lula à mediação da paz entre a Rússia e a Ucrânia: “o Brasil não tem excedente de poder para mediar numa região que conhece pouco e com a qual tem vínculos limitados”. Teria muito mais protagonismo nas políticas climática e de transição energética. “Justamente aquelas que são decisivas para equacionar alguns dos desafios globais de ordem existencial mencionados. Para tanto, há que reduzir drasticamente o desmatamento, evitar as tentações do nacionalismo petroleiro e investir nas oportunidades abertas para exercer protagonismo ambiental — a presidência do G20 e a COP30.”
Embora desejemos um mundo multipolar e a paz, a guerra na Ucrânia fragiliza a opção pelo Sul Austral. Os países do Brics (Brasil, Rússia,Índia, China e África do Sul), realmente, têm interesses econômicos convergentes, porém não ficarão neutros: Rússia e China são aliados militares; a Índia integra o bloco militar do Japão e da Austrália com os Estados Unidos. A tradição da África do Sul é de alinhamento com os Estados Unidos e a Inglaterra.
O nacional-desenvolvimentismo e a tradição anti-imperialista da esquerda brasileira, subliminarmente, influenciam a política externa do governo. Isso já é perceptível e provoca o realinhamento de forças sociais e políticas que priorizam a questão democrática na relação com o governo. Opuseram-se ao governo Bolsonaro; agora, pelas mesmas razões, se distanciam de Lula, o que debilita seu governo. O Brasil é um país do Ocidente.
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Saúde pública no Brasil ainda sofre com recursos insuficientes
Gestão e financiamento são alguns dos principais problemas do SUS, segundo especialistas; proposta de iniciativa popular em tramitação na Câmara destina pelo menos 10% das receitas correntes brutas para a saúde, o que teria representado R$ 41 bilhões a mais em 2014.
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Da Reportagem
Edição – Marcos Rossi
08/01/2015 - 10:56
Fonte: Agência Câmara de Notícias
https://www.camara.leg.br/noticias/448436-saude-publica-no-brasil-ainda-sofre-com-recursos-insuficientes/
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10/05/2023 14h59
O UOL Entrevista desta terça-feira (9) recebe o médico Drauzio Varella. A entrevista é conduzida pela apresentadora do UOL Fabíola Cidral e pelos colunistas Lúcia Helena e Josias de Souza. #UOLEntrevista
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”A tela do celular é uma invenção do diabo.”
”Saúde pública não se resolve com dinheiro.” Importância da prevenção e do SUS. O mal que a mercantilização da saúde nos traz."
“Eles são tão profundos que não me atingem.”Doutor Drauzio Varela Comenta sobre a bossalidade que assolou o país no último quadriênio em entrevista ao canal UOL, na comemoração de seus 20 quadriênios de vida, prestes a passar aos 21 da antiga maioridade da cidadania. Aula da História da Medicina Brasileira! Excelente Entrevista Magna. 2 entrevistadoras e 1 entrevistador respeitáveis.
https://www.uol.com.br/play/videos/noticias/2023/05/10/governo-lula-cartao-de-vacina-de-bolsonaro-morte-de-rita-lee-drauzio-varella-no-uol-entrevista.htm
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Humorista Marcelo Madureira: "A elite brasileira é arrogante, ignorante e vaidosa."
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Marco Antonio Villa
https://www.youtube.com/watch?v=VQzcV_KyXIQ
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Apanhar nas urnas e nas ruas.
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"Este é o presidente de um partido que tem a responsabilidade."
Mário Covas
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José Dirceu no Entre Vistas | PENSAR O BRASIL DE HOJE
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Rede TVT
Transmitido ao vivo em 25 de mai. de 2023 #EntreVistas #JoséDirceu #JucaKfouri
No Entre Vistas recebe o advogado e ex-ministro José Dirceu para uma conversa sobre os rumos do Brasil, o governo Lula e a democracia.
https://www.youtube.com/watch?v=pc1hz06EUcM
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Questão Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passada...
"Às vezes, quase sempre,
um livro é maior que a gente."
- Guimarães Rosa
Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu conto.
A Lembranca Da Vida Da Gente Se Guarda Em Trechos - AIO
https://www.aio.com.br/questions/content/a-lembranca-da-vida-da-gente-se-guarda-em-trechos-diversos-cada-um-com-seu
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INSPER Manhã 2011/2
A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu conto. O senhor é bondoso de me ouvir. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe.
(ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 19 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.)
Considere estas afirmações sobre o excerto da obra de Guimarães Rosa.
I – Assumindo um tom proverbial, o narrador personagem explicita que irá relatar feitos heroicos e grandiosos vivenciados por outra personagem.
II – Por meio do emprego do discurso indireto livre, o narrador quer transmitir suas vivências a fim de melhor compreendê-las.
III – Ao justificar o aspecto descontínuo de sua narrativa, o narrador faz uso do recurso metalinguístico.
Está(ão) correta(s)
A)
Apenas I e II.
B)
Apenas II e III.
C)
Apenas I.
D)
Apenas II.
E)
Apenas III.
Resposta correta:
E
https://www.aio.com.br/questions/content/a-lembranca-da-vida-da-gente-se-guarda-em-trechos-diversos-cada-um-com-seu
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Filosofia e Literatura - (...) Contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que se já passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas – de fazer balance, de se remexerem
https://www.facebook.com/FiloeLiteratu/photos/a.1011924038856850/3985733311475893/?type=3
Questão
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP
2008
੦ Português
Contar-e-muito204754a7ee5
DISCURSIVA
Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos; uns com outros acho que nem se misturam (...) Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo coisas
de rasa importância. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras de recente data. Toda saudade é uma espécie de velhice. Talvez, então, a melhor coisa seria contar a infância não como um filme em que a vida acontece no tempo, uma coisa depois da outra, na ordem certa, sendo essa conexão que
lhe dá sentido, meio e fim, mas como um álbum de retratos, cada um completo em si mesmo, cada um contendo o sentido inteiro. Talvez esse seja o jeito de escrever sobre a alma em cuja memória se encontram as coisas eternas, que permanecem...
(Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas.)
O narrador faz uma reflexão acerca da dificuldade de contar.
a) Observe: Contar é muito dificultoso. Compare o sentido do verbo contar nesta ocorrência e nas frases da tirinha.
b) O narrador se vale de duas imagens para mostrar as possibilidades de contar a infância. Em que elas diferem?
https://vestibulares.estrategia.com/public/questoes/Contar-e-muito204754a7ee5/
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12/11/2012 16h08 - Atualizado em 12/11/2012 18h36
Trajetória de Dirceu vai de alvo da ditadura à condenação por corrupção
Ex-ministro foi condenado pelo Supremo por envolvimento com mensalão.
Após clandestinidade na ditadura, ele acumulou poder no governo Lula.
Do G1, em Brasília
José Dirceu (Foto: Arquivo nacional e Alan Marques/Folhapress)arte trajetória josé dirceu (Foto: G1)
A história política de José Dirceu de Oliveira e Silva, 66 anos, natural de Passa Quatro (MG), é pontuada por êxitos e reveses políticos.
Depois da clandestinidade e da perseguição pela ditadura militar nos anos 60 e 70, Dirceu se tornou o ministro mais poderoso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de 2003.
Denunciado no episódio do mensalão, perdeu o cargo de ministro da Casa Civil, teve cassado o mandato de deputado federal e acabou condenado por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal, crime que nega ter cometido (leia a reportagem: "STF define pena de José Dirceu: 10 anos e 10 meses de prisão").
Leia abaixo os principais momentos da vida política de José Dirceu.
O início
José Dirceu iniciou a trajetória política no movimento estudantil, no início da década de 60, quando cursava direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Primeiro, exerceu o cargo de vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes na universidade. Depois, foi eleito presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE).
A prisão
A militância de José Dirceu no movimento estudantil coincidiu com um dos períodos mais repressivos da ditadura militar. Na militância contra o regime, passou a integrar também grupos políticos de esquerda que operavam na clandestinidade. Em outubro de 1968, foi preso por participar, junto com dezenas de outras lideranças estudantis, do 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Ibiúna (SP), realizado clandestinamente, sem autorização do governo.
O sequestro e a libertação
Em 1969, grupos ativistas de esquerda sequestraram o embaixador norte-americano no Brasil, Charles Burke Elbrick. Os sequestradores exigiram a libertação de 15 presos políticos brasileiros em troca da liberação do embaixador. O governo militar cedeu. Entre os 15, estava José Dirceu.
Em Cuba
Depois de banido do Brasil, Dirceu foi para o exílio em Cuba, onde recebeu treinamento militar e fez uma operação plástica no rosto, para que pudesse voltar ao Brasil sem ser reconhecido. Voltou ao Brasil, de forma clandestina, em 1971, quando passou por São Paulo e cidades do Nordeste. Após esse período, em 1972, retornou a Cuba. O segundo regresso clandestino ao Brasil foi em 1974.
A nova identidade
Entre 1974 e 1979, viveu em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, com identidade falsa. Adotou o nome de Carlos Henrique Gouveia de Mello. Levava uma vida comum, como empresário. Na cidade, casou-se, mas não contou a história verdadeira. Só revelou o segredo para a mulher após a anistia política, em 1979.
O PT
No início da década de 80, Dirceu participou da criação e estruturação do Partido dos Trabalhadores. Ganhou a primeira eleição para presidente do PT em 1995 (veja no vídeo ao lado). Depois, foi reeleito mais três vezes. No partido, também foi secretário de Formação Política, secretário-geral do Diretório Regional de São Paulo e secretário-geral do Diretório Nacional.
A carreira parlamentar
O primeiro mandato parlamentar de Dirceu foi o de deputado estadual em São Paulo, entre 1987 e 1990. Em 1990, elegeu-se deputado federal. Concorreu ao governo de São Paulo, em 1994, mas ficou em terceiro lugar, atrás do eleito Mário Covas (PSDB) e de Francisco Rossi (então no PDT).Voltou para a Câmara dos Deputados em 1998 e foi reeleito em 2002.
Lula presidente
Com Dirceu à frente do PT e da campanha, o partido conseguiu eleger o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva para presidente em 2002. Dirceu então é convidado por Lula para ocupar o cargo de ministro-chefe da Casa Civil (veja no vídeo ao lado). Nos primeiros anos do mandato de Lula, era visto como o homem forte do governo, quase um “primeiro-ministro”.
O mensalão
Dirceu teve de deixar o governo em junho de 2005, depois que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) denunciou o mensalão, suposto esquema de compra de votos de parlamentares para assegurar a aprovação no Congresso de projetos de interesse do governo. Jefferson atribuiu a Dirceu o comando do esquema, mas o ex-ministro sempre negou que o mensalão tivesse existido.
A cassação
Ao deixar o governo, José Dirceu retomou as atividades como deputado federal. Mas a crise causada pela denúncia do mensalão custou a ele também o mandato parlamentar. O ex-ministro teve o mandato cassado pela Câmara em dezembro de 2005 e, com isso, se tornou inelegível por oito anos (veja no vídeo ao lado).
Denunciado à Justiça
Em março de 2006, o então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) 40 pessoas por envolvimento no mensalão. Dirceu era um dos 40. Acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha, foi apontado como "chefe da quadrilha" do mensalão.
A condenação
Em outubro de 2012, em sessão de julgamento do processo do mensalão, os ministros do STF entenderam que Dirceu é culpado e o condenaram pelo crime de corrupção ativa (veja no vídeo ao lado). Dos dez ministros, só dois o absolveram – o revisor Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, que assessorou Dirceu na Casa Civil antes de ter sido indicado ministro do STF por Lula. Em 12 de novembro, o Supremo determinou a pena do ex-ministro: dez anos e dez meses de prisão (que ainda poderia ser modificada até o final do julgamento).
Para ler mais sobre Julgamento do Mensalão, clique em g1.globo.com/politica/mensalao. Siga também o julgamento no Twitter e por RSS.
tópicos:
Dias Toffoli, José Dirceu, Lula, Passa Quatro, Ricardo Lewandowski, Supremo Tribunal Federal
https://g1.globo.com/politica/mensalao/noticia/2012/11/trajetoria-de-dirceu-vai-de-alvo-da-ditadura-condenacao-por-corrupcao.html
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CARLOS LYRA & LEILA PINHEIRO | Saudade fez um Samba-Se é tarde me perdoa
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0 de out. de 2012
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Carlos Lyra & Miucha - "Sabe Você"
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clubbossanova
24 de ago. de 2011
Un tema de Carlos Lyra y Vinicius de Moraes. Del DVD "Carlos Lyra. 50 Anos De Música" (Biscoito Fino. 2005)
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Cássia Eller - Saudade Fez Um Samba
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2.365 visualizações 28 de out. de 2015
Cássia Eller Raridades - Saudade Fez Um Samba
Letra
Deixa que meu samba
Sabe tudo sem você
Não acredito que meu samba
Só dependa de você
A dor é minha em mim doeu
A culpa é sua o samba é meu
Então não vamos mais brigar
Saudade fez um samba em seu lugar
Música
MÚSICA
Saudade Fez um Samba
ARTISTA
Cássia Eller
https://www.youtube.com/watch?v=ll871XQ5YE8
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