Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 19 de agosto de 2022
CANTO DA ROÇA
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sexta-feira, 19 de agosto de 2022
José de Souza Martins* - O Brasil subjacente
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há 16 horas
Valor Econômico - Globo
José de Souza Martins: Somos um país politicamente duplo | Eu & | Valor
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Valor Econômico / Eu & Fim de Semana
Em nosso subdesenvolvimento econômico do mero crescimento e das grandes taxas de lucro perece o Brasil industrial do verdadeiro desenvolvimento econômico com desenvolvimento social
Um conjunto de fatos e fatores da conjuntura política atual expõe de maneira singular as contradições da sociedade brasileira, sua perda de identidade, a inversão das realidades, o protagonismo do avesso que somos de nós mesmos. Somos um país politicamente duplo.
De certo modo, vai chegando a hora da verdade do Brasil, a do enfrentamento dessa duplicidade, sem que seja ela, propriamente, a hora de sua certeza, de sua emancipação e, finalmente, do encontro do país consigo mesmo. Do país capaz ou não de sair do atoleiro dos oportunismos que transformaram a nação em propriedade privada. Neste centenário da Semana de Arte Moderna, Macunaíma tornou-se real, o herói sem nenhum caráter, que é e não é ao mesmo tempo.
Um país que já foi industrializado e se tornou meio industrializado para atender, pela força, à ditadura de uma geopolítica do subdesenvolvimento econômico com grave e crescente atraso social. Um atraso, aliás, nunca dantes visto nem vivido, pois é o de um país que “evoluiu” para o atraso modernizado do desenvolvimento desigual. Um país sem futuro. Quase só nos repetimos.
Nossa hora da verdade é a daqueles momentos da história em que os impasses, aparentemente, já não podem ser resolvidos pela repetição do que tem sido inovação da forma econômica sem transformação social. A do caminhar para não andar, sem propriamente sair do lugar. História que é um rodopio para encompridar a ida ao lá adiante com nostalgia do lá atrás.
Os momentos que pedem transformação e inovação social, cujos protagonistas acreditam piamente que o amanhã é ontem de um país que nunca existiu. O imaginário político brasileiro é um imaginário curupira.
Mas, neste agora, parece esgotada a falsa alternativa do repetitivo. Num país dominado por alguém que desde o primeiro dia do mandato a ele renunciou tacitamente, a história se romperá nas insuficiências e degradações sociais, nas irracionalidades da economia, na falta de horizontes da política. Mas de onde nos virá o socorro, se o próprio Estado, no desgoverno atual, bloqueou a criatividade política, criminalizando-a?
As ciências humanas e as ciências sociais têm pela frente esse desafio, o de produzir conhecimento em perspectiva crítica, ao alcance dos protagonistas decisivos da realidade social, educativo e ressocializador dos dirigentes. Um conhecimento libertador dos efeitos complexos de um fardo histórico que também nos tolhe. Um passado que se disfarça na modernização fingida da economia, da educação, das relações sociais, do sistema político mutilado por fragmentação e privilégios que o paralisam.
A atualização do clamor por direitos sociais se dá por meio de novas identidades de sujeitos sociais de características claramente estamentais, o novo disfarçado no velho.
Há um Brasil subjacente ao Brasil de nossas ilusões, das nossas fantasias, das mentiras que nos contam e da alienação que nos permite ver o supérfluo e não enxergar o essencial. Em nosso subdesenvolvimento econômico do mero crescimento e das grandes taxas de lucro perece o Brasil industrial do verdadeiro desenvolvimento econômico com desenvolvimento social. Um país que inventou o capitalismo suicida para não ser o que poderia ter sido. O capitalismo retrógrado, reacionário e pobre de espírito, que vitima em primeiro lugar o próprio empresário.
Um país cuja concepção de desenvolvimento social retrocedeu à melancolia da esmola estatizada para encher meio estômago dos famintos cada vez mais numerosos. Um país que jogou no lixo do oportunismo político receitas promissoras de inclusão social dos desvalidos como sujeitos da história e do progresso.
Lembro do Bolsa Escola, do professor Cristovam Buarque, reitor da Universidade de Brasília, um subsídio para que as famílias pobres não tirassem seus filhos da escola e evitassem que a educação fosse engolida pelo trabalho barato de crianças imaturas.
A bela proposta foi transformada no equívoco de bolsas que, na prática, subsidiam o desemprego e barateiam a reprodução da força de trabalho. Como as formas degradadas de morar nas cidades, em cortiços e favelas que tornam baratos e vulneráveis os que do trabalho dependem para sobreviver. No tempo da escravidão, o senhor de escravos, ao menos, assegurava moradia e alimentação aos seus cativos.
O Brasil de hoje é o do pacto do atraso de 1º de abril de 1964, quando as Forças Armadas fizeram sua aliança tenebrosa com o latifúndio retrógrado e a redefinição do país industrialista como país da associação entre capital e renda da terra contra o capital propriamente capitalista e produtivo, em vez de fazer uma reforma agrária distributivista, criadora de emprego e renda e de mercado para a indústria.
*José de Souza Martins foi professor titular de sociologia na Faculdade de Filosofia da USP. Professor da Cátedra Simón Bolivar, da Universidade de Cambridge, e fellow de Trinity Hall (1993-94). Pesquisador Emérito do CNPq. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, é autor de "Sociologia do desconhecimento - Ensaios sobre a incerteza do instante" (Editora Unesp, 2021).
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O Poeta da Roça
Patativa do Assaré
Ouça O Poeta da Roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa
Trabaio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestrê, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola
Cantando, pachola, à percura de amô
Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá
Meu verso rastero, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo da roça e dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito
Ouça O Poeta da Roça
Composição: Patativa do Assaré.
‘Os governos de esquerda na América Latina estão de mãos atadas’, diz cientista político
Foto: Taba Benedicto/Estadão
Por José Fucs
18/08/2022 | 05h00
Atualização: 18/08/2022 | 10h19
Para o analista Christopher Garman, da consultoria Eurasia, o cenário regional e global dificulta o cumprimento de promessas de campanha e afeta a popularidade dos governantes
O cientista político Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da Eurasia, uma consultoria internacional especializada em avaliação de riscos, tem um índice de acerto respeitável em suas previsões. Em 2018, seis meses antes das eleições, Garman foi um dos poucos entre seus pares a afirmar que Bolsonaro tinha grandes chances de ir para o segundo turno e vencer o pleito.
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Agência Estado
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O cientista político Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da Eurasia, uma consultoria internacional especializada em avaliação de riscos, tem um índice de acerto respeitável em suas previsões. Em 2018, seis meses antes das eleições, Garman foi um dos poucos entre seus pares a afirmar que Bolsonaro tinha grandes chances de ir para o segundo turno e vencer o pleito.
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30 anos de atraso em uma única foto
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30 + 4, com Cirão nas abas dos 4 sentados de costas para ele e de frente para seu atual chefe do qual é o atual Chefe da Casa Civil!
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CHRISTOPHER GARMAN
'A esquerda está de mãos atadas na América Latina'
Para o analista Christopher Garman, da consultoria Eurasia, o cenário regional e global dificulta o cumprimento de promessas de campanha e afeta a popularidade dos governantes
19 agosto 2022 - 06h50
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O cientista político Christopher Garman - (Foto: Divulgação)
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O cientista político Christopher Garman, não "compra" a ideia de que o avanço da esquerda na América Latina se deve a uma guinada ideológica dos eleitores, como dizem por aí políticos e militantes do grupo. Segundo ele, o que está levando a esquerda a vitórias em série na região é "um profundo sentimento desencanto com o sistema e de revolta contra o status quo".
Nesta entrevista, que faz parte da série sobre o avanço das esquerdas na América Latina lançada pelo Estadão, ele afirma também que, no atual cenário regional e global, os governantes do grupo na região "estão de mãos atadas" e terão dificuldade para cumprir as promessas de campanha.
Como o sr. analisa a atual onda de governos de esquerda na América Latina? O que está levando a esta guinada para a esquerda na região?
Isto não está acontecendo por causa de uma predisposição em favor de plataformas de esquerda. É um movimento de revolta contra o status quo. Quando a gente olha as pesquisas, a América Latina aparece no topo do ranking global de desencanto. A geologia da opinião pública está podre. Estamos vivendo um ambiente de insatisfação muito grande com a qualidade dos serviços públicos, com falta de confiança no sistema de forma mais ampla. A confiança nas lideranças políticas, nos partidos, no Judiciário, na mídia, está num nível muito baixo.
Na sua visão, a que se deve este alto grau de desencanto?
É fruto de uma expansão brutal da classe média no período de alta dos preços das commodities, do início dos anos 2000 até 2011, 2012. Milhões de famílias saíram da miséria. Isso levou a uma mudança nas demandas eleitorais. A preocupação passou a ser mais segurança, saúde, educação. O eleitor associou a corrupção à má qualidade dos serviços públicos. Antes da pandemia, a corrupção havia se tornado o primeiro ou o segundo tema mais relevante no Brasil, no Chile, na Colômbia, no México, no Peru, e houve esse descrédito total no sistema. No fundo, o que a gente está vendo é uma combinação deste choque de falta de confiança com novas demandas de uma classe média emergente que são difíceis de entregar num contexto de crescimento econômico mais baixo.
Como a pandemia se encaixa neste cenário?
A pandemia pegou a América Latina, em termos epidemiológicos, com mais força do que outras regiões. Então, houve uma queda mais acentuada do PIB (Produto Interno Bruto), a desigualdade aumentou e a capacidade de os governos atenderem a essas demandas caiu. Isso exacerbou esse mal estar. Para completar, veio o choque de inflação global que reforçou a queda de renda das famílias mais pobres. Este é o caldeirão de revolta que está elegendo a esquerda na região. Como mais governos de direita e de centro estavam no poder, eles estão sentindo mais. A esquerda estava mais bem posicionada para navegar nesta onda.
Em que medida esta nova onda de esquerda é diferente da que se propagou pela América Latina do início dos anos 2000 até meados da década passada?
O quadro atual é muito diferente. A primeira onda aconteceu em meio ao boom das commodities e a um superciclo econômico e político que proporcionou uma abundância de recursos e levou a taxas de aprovação muito altas dos governantes. Agora, este ambiente de desencanto vai impactar a esquerda politicamente. Os governantes vão ter uma lua de mel curta e uma taxa de aprovação estruturalmente baixa. A capacidade de os governantes se reelegerem também deve diminuir estruturalmente.
Agora, hoje também está ocorrendo uma alta das commodities. Isto também não pode ter um impacto positivo para os atuais governantes latino-americanos?
Sim, isto ajuda o governo do lado da arrecadação. Mas, em termos de trocas, não está ajudando muito, porque o valor das importações, dos insumos, também subiu muito. Os preços das commodities estão elevados, mas a renda caiu no Brasil e em outros países. A sensação de bem estar não está acompanhando este ciclo. Os ganhos políticos, portanto, não são os mesmos que os da primeira onda. Além disso, há um cenário de recessão nos Estados Unidos, na Europa, e de desaceleração na China. Isso deverá conter esta alta das commodities. Todos os países da América Latina aumentaram os juros para tentar controlar a inflação. A conta vai chegar nos próximos 12 meses.
Que efeito isso deve ter?
Os mesmos fatores que estão levando líderes da esquerda a ganhar as eleições vão dificultar seus governos e colocar restrições no que podem entregar e fazer. Por isso, o potencial de estrago da esquerda hoje está mais limitado, porque eles não vão ter capacidade de se reeleger, de encaminhar medidas mais ambiciosas, até porque muitas vezes não têm apoio parlamentar e terão de compor com o centro. Então, os governos de esquerda estão com as mãos atadas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: https://www.acritica.net/entrevistas/a-esquerda-esta-de-maos-atadas-na-america-latina/615906/
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” Portugal precisa “de uma barrela de alto a baixo”, mas a verdade é que “grande parte da Europa se...
Em Entre as brumas da memória
Blogues do SAPO
"barrela", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/barrela [consultado em 19-08-2022].
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15.2.21
Abrir caminho
«Reconheço ao artigo que Fátima Bonifácio (FB) publicou a 11/2 neste jornal a virtude da clareza. A autora responde à questão de saber que tipo de relação deve a direita conservadora (a que chama “clássica”) estabelecer com a extrema direita xenófoba e racista, em quatro andamentos (ainda que não necessariamente pela ordem que se segue).
Primeiro andamento.
“As democracias, e Portugal em particular, enfrentam hoje em dia problemas que […] parecem insolúveis.” Portugal precisa “de uma barrela de alto a baixo”, mas a verdade é que “grande parte da Europa se tornou ingovernável”, face à irrequietude dos povos tornados “cada vez mais difíceis de contentar”. Ou seja, a democracia como sistema político tornou-se incapaz de superar a sua própria crise e agoniza na estagnação e na impotência.
Segundo andamento.
No centro das dificuldades está a ineficácia das eleições para assegurar uma resposta “liberal e democrática, mas forte” à magnitude dos problemas. Como combinar, interroga-se FB, “reformismo e popularidade e ganhar eleições”, quando raramente na Europa se engendraram soluções de popularidade com governança “forte”? Ou seja, para falar claro, a violência e a extensão das “reformas” exigidas (que prudentemente a autora se dispensa de apresentar) são incompatíveis com eleições livres e democráticas.
Terceiro andamento.
No caso das eleições portuguesas a coisa ainda é pior. Socorrendo-se de um texto do seu correligionário Rui Ramos sobre as eleições presidenciais, FB entende que o país só vota maioritariamente à esquerda porque está acorrentado ao Estado clientelar criado pelo PS. Segundo decreta Ramos, e FB confirma, “o Estado é de esquerda mas o país não é”. Ao contrário do que os resultados eleitorais enganadoramente indicam, explica-nos a autora, o país não vota maioritariamente à esquerda, é sim “colonizado pela esquerda”. Trump não diria melhor.
Ou seja, em Portugal as eleições teriam deixado de ser uma forma de legitimar o poder político. Elas não exprimem a vontade real dos eleitores, que só Ramos e FB sabem qual é. Retomando os velhos tropos do ultramontanismo reacionário dos anos 20 e 30 do século passado, esta nova direita conservadora atribui-se a si mesma, por força de uma misteriosa ordem natural das coisas (“manda quem pode”), o dom de saber o que realmente quer o povo, qual o verdadeiro sentido do “interesse da nação” e até o dever de impor ao país, mesmo contra ele próprio, os duros remédios da “salvação nacional” e das “barrelas”. A partir daqui vale tudo.
Quarto andamento.
E vale mesmo. FB constata que, na vigência da democracia, “a direita não se conseguiu impor (na realidade é disso que se trata) com boas maneiras e falinhas mansas”. É portanto o tempo da brutalização da política, a hora das “maneiras” do Chega, de a extrema direita xenófoba e racista agir como “pelotão da frente” para “abrir caminho” a uma “direita clássica” que, candidamente, a autora classifica como “democrática e – sobretudo – liberal”. Fica-se na dúvida se esta linguagem quase militar é ou não retórica… Não fosse o vulgo não reparar, FB insiste no facto do Chega ser o único partido, da direita à esquerda, que tem algo de novo para oferecer.
O problema é que esse novo é velho e sinistro. Tudo isto é regressão: a desqualificação das eleições é a porta de entrada desse novo tipo de ditaduras “iliberais” onde a autocracia se confunde com o neoliberalismo à solta. O discurso catastrofista sobre a inviabilidade da democracia e até do país constituiu-se, desde finais do século XIX, como prefácio ideológico de todos os atentados políticos contra a liberdade e a democracia no século XX. Ainda que a autora fuja a explicar-se sobre o que realmente propõe como solução política, o seu argumentário é o da fundamentação de uma estratégia subversora da atual ordem constitucional e democrática. Tal como o do Chega.
Numa coisa estou de acordo com FB. Quando, à angustiante pergunta “onde encontramos cabeças que nos orientem?”, responde com o Chega feito partido guia, FB está a confirmar o seu próprio diagnóstico sobre “o afundamento da criatividade intelectual e imaginação política” na Europa. E na “direita clássica” portuguesa.»
Fernando Rosas
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1 COMMENTS:
Leituras de Salto Alto disse...
A questão é que a direita - pelo menos a extrema - já concluiu que a social democracia é um caminho estreito para prosseguir os seus objetivos. Torna-se por isso cada vez mais necessário e urgente que a esquerda, em vez de ir titubeando, conclua também a mesma coisa relativamente aos seus.
nelson anjos
http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.com/2021/02/abrir-caminho.html
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Caminho da Roça
Gonzaguinha
Ouça Caminho da Roça
Eia vamos gente
Eia vamos povo
Eia eia
Vamos cantar de novo
Vivendo no escuro
Como sempre vive
Pulando a fogueira
Como sempre pula
Pisando na brasa
Como sempre pisa
Engolindo cobra
Como sempre engole
Eia vamos...etc.
Vinho muito vinho
Pra enganar a vida
Riso muito riso
Preá esconder o pranto
Canto muito canto
Pra quebrar o encanto
Eia vamos...etc.
Suando na luta
Como sempre sua
Caminho da roça
Eia vamos lá
Caminho da roça
Fé no que virá
Dança, roda, gira
Tempo chegará.
https://www.letras.mus.br/gonzaguinha/caminho-da-roca/
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CARLOS GARDEL, QUEM DIRIA, MANO, ACABOU NO MANGUE
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Mano A Mano
Carlos Gardel
Ouça Mano A Mano
Rechiflado en mi tristeza, hoy te evoco y veo que has sido
En mi pobre vida paria solo una buena mujer
Tu presencia de bacana puso calor en mi nido
Fuiste buena, consecuente, y yo sé que me has querido
Como no quisiste a nadie, como no podrás querer
Se dio el juego de remanye cuando vos, pobre percanta
Gambeteabas la pobreza en la casa de pensión
Hoy sos toda una bacana, la vida te ríe y canta
Los morlacos del otario los tirás a la marchanta
Como juega el gato maula con el misero ratón
Hoy tenés el mate lleno de infelices ilusiones
Te engrupieron los otarios, las amigas, el gavión
La milonga entre magnates con sus locas tentaciones
Donde triunfan y claudican milongueras pretensiones
Se te ha entrado muy adentro en el pobre corazón
Nada debo agradecerte, mano a mano hemos quedado
No me importa lo que has hecho, lo que hacés ni lo que harás
Los favores recibidos creo habértelos pagado
Y si alguna deuda chica sin querer se había olvidado
En la cuenta del otario que tenés se la cargás
Mientras tanto, que tus triunfos, pobres triunfos pasajeros
Sean una larga fila de riquezas y placer
Que el bacán que te acamala tenga pesos duraderos
Que te abrás en las paradas con cafichios milongueros
Y que digan los muchachos: Es una buena mujer
Y mañana cuando seas descolado mueble viejo
Y no tengas esperanzas en el pobre corazón
Si precisás una ayuda, si te hace falta un consejo
Acordate de este amigo que ha de jugarse el pellejo
P'ayudarte en lo que pueda cuando llegue la ocasión
Ouça Mano A Mano
Composição: Carlos Gardel / Esteban Celedonio Flores / José Razzano.
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Nas entrelinhas: Lula e Bolsonaro estão no mano a mano no Rio de Janeiro
Publicado em 19/08/2022 - 10:43 Luiz Carlos Azedo
Cidades, Comunicação, Desemprego, Economia, Eleições, Ética, Governo, Memória, Militares, Partidos, Política, Política, Rio de Janeiro, Segurança
O estado deixou de ser o “tambor” do Brasil, mas nada garante que os fatores que determinaram a mudança de cenário não possam ocorrer em outros estados
Uma das frentes de batalha decisivas das eleições presidenciais está no Rio de Janeiro, terceiro colégio eleitoral do país, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro estão em empate técnico segundo a pesquisa divulgada, ontem, pela Genial/Quest. De julho a agosto, o presidente da República subiu de 34% para 39% das intenções de voto, colando em Lula, que manteve 39% no período. Na projeção do 2º turno, a diferença entre os dois, que era de 9 pontos, caiu para 2 nos últimos 35 dias. Faltam 44 dias para as eleições.
Detalhe: a pesquisa espontânea aponta uma tendência de Lula ser ultrapassado por Bolsonaro no Rio de Janeiro: com 33% de indecisos, Bolsonaro tem 32%, em empate técnico com Lula, que tem 30%. De onde vem essa mudança no cenário eleitoral fluminense? Dos eleitores que recebem o Auxílio Emergencial, que foi reajustado para R$ 600 e está sendo pago em dobro neste mês; dos que têm renda familiar até 2 salários-mínimos; dos católicos e, principalmente, dos evangélicos.
A pesquisa mostra que as ações administrativas do governo para melhorar os índices de aprovação de Bolsonaro começam a surtir efeito. E, também, que a narrativa conservadora nos costumes, em defesa da família, contra o aborto e outras bandeiras de cunho religioso, que estão sendo muito disseminada por meio das redes sociais, atrai de volta parte dos eleitores de Bolsonaro que estavam decepcionados com o desempenho dele na Presidência.
O Rio de Janeiro, desde que a capital foi transferida para Brasília, deixou de ser o “tambor” do Brasil, o que reduz o impacto dessa pesquisa na formação de opinião em outros estados, mas, nada garante que os fatores que determinaram a mudança de cenário não possam ocorrer e influenciar as pesquisas em outros colégios eleitorais. É o caso do Auxílio Brasil, que merece olhar mais atento, porque, até então, seu efeito na base de Bolsonaro não fora significativo.
No segmento dos eleitores beneficiados pelos recursos do governo federal, Bolsonaro cresceu 8 pontos, ou seja, de 32% para 40% das intenções de voto. Lula perdeu 7 pontos, de 47% para 40%. Ou seja, a vantagem de Lula para Bolsonaro caiu 15 pontos em 35 dias. Confirmando essa tendência, entre os que têm renda familiar mensal até 2 salários mínimos, Lula caiu 6 pontos, de 47% para 41% , entre julho e agosto; enquanto isso, Bolsonaro saltou 9 pontos, de 28% para 37%.
Alianças
Outra variável importante é o voto religioso. Era previsível o crescimento de Bolsonaro entre os evangélicos, o que de fato ocorreu: subiu 5 pontos percentuais, de 51% para 56%, ampliando uma base eleitoral que já estava bem consolidada. Entretanto, Lula também cresceu 2 p.p. nesse segmento, mas dentro da margem da erro: passou 24% para 26%. A surpresa, porém, é a queda de cinco pontos de Lula entre os católicos, no mesmo período, passando de 44% para 39%. Nessa faixa do eleitorado, que lhe faz restrições severas, o presidente da República enfrenta a oposição do alto clero, por causa do escancarado favorecimento do governo às igrejas pentecostais. Mesmo assim, Bolsonaro cresceu de 28% para 35%, ou seja, 7 pontos.
Outra das explicações para a essa significativa recuperação de Bolsonaro é o fato de que o Rio de Janeiro é a sua principal base eleitoral, por causa do grande efetivo de militares, do apoio do pessoal da segurança pública e das milícias e, também, dos pastores evangélicos. Mas essa recuperação não se deve apenas ao voto corporativo e religioso, o arranjo político local também faz muita diferença. Bolsonaro conta com o apoio do governador Cláudio Castro (PL), que tem 25% de intenções de voto na mesma pesquisa, e do senador Romário (PL), que lidera a disputa pela vaga do Senado, com 30% — 20 p.p. de vantagem em relação aos principais concorrentes, o deputado Alexandre Molon (PSB) e Cabo Daciolo (PDT), com 10% cada.
Em todas as eleições que disputou, Lula teve muito apoio no Rio de Janeiro por causa da força do PT e de suas alianças locais, principalmente com o MDB, que ainda o apoia. Seu maior triunfo é o apoio do prefeito carioca, Eduardo Paes, mas essa aliança não se produz no plano local porque o candidato de Lula é o deputado Marcelo Freixo (PSB), com 19%, enquanto Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói, soma 6% de intenções de voto — ele garante o palanque de Ciro Gomes (PDT) em terras fluminenses.
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#Bolsonaro, #Castro, #Eleições 2022, #Freixo, #Neves, #Romário, Lula
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Simone Tebet - Entrevista ao Flow Podcast 18/0/2022
721 visualizações 19 de ago. de 2022 Entrevista da senadora Simone Tebet candidata à presidência da república ao programa Flow Podcast com Igor Rodrigues Coelho.
https://www.youtube.com/watch?v=uGk7saPotzM
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