sábado, 27 de agosto de 2022

Bastidores

' - "Por loucura que seja, há método nela." - Citei*' *** Parecer garantido não é estar certo de estar garantido. *** "Apelos têm algum sentido, mas não consideram o quadro todo." ***
*** Câmara dos Deputados "Estatuto do Homem, da Liberdade, da Democracia. Dois de fevereiro de 1987: “Ecoam nesta sala as reivindicações das ruas. A Nação quer mudar, a Nação deve mudar, a Nação vai mudar.” São palavras constantes do discurso de posse como Presidente da Assembléia Nacional Constituinte. Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou" Discurso proferido na sessão de 5 de outubro de 1988, publicado no DANC de 5 de outubro de 1988, p. 14380-14382. O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) – *** sábado, 27 de agosto de 2022 Marco Aurélio Nogueira* - Mudar é preciso, mas para onde? ***
*** O Estado de S. Paulo É razoável que o eleitor se sinta indeciso. Os polos muitas vezes são mais semelhantes que diferentes e não trazem programas com intenções pedagógicas Sente-se no ar um desejo de mudança. Tão forte que é como se pudéssemos apalpá-lo. Como está não pode ficar, ouve-se por toda parte. A democracia precisa ser defendida contra os arreganhos autoritários. A inflação come os bolsos da população, afeta os mais pobres de maneira vil. Os sintomas de uma crise aguda, múltipla, latejam sem cessar. Os democratas se mobilizam, lançam cartas e manifestos que vocalizam a insatisfação e a disposição de luta. Atores posicionados em campos distintos se reúnem para defender a Constituição, as regras eleitorais, as urnas eletrônicas. Alerta-se para o risco que correremos se a mudança tardar, se o mau governo atual prolongar sua existência, com tudo o que exibiu nos últimos quatro anos: o desprezo pela política democrática, a falta de empatia, o descalabro administrativo, a grosseria, a ausência de compostura e de respeito presidencial ao cargo. O desejo de mudança impregna o ar, mas não necessariamente irá vencer nas eleições de outubro próximo. Antes de tudo, porque mudar é sempre difícil. Exige que personagens reconheçam erros e incompetências. Passa por deslocamentos (de pessoas, de ideias, de hábitos) que custam a se completar. Não é só uma troca de roupas, ou de governantes. Mesmo que vençam os candidatos mais democráticos, não há consensos fortes sobre para onde o Brasil deve caminhar. Ninguém explica que país é este e como fazê-lo mudar de rota. Sabe-se que é preciso acabar com a fome, a miséria, as desigualdades, recuperar a economia, melhorar a educação e a segurança pública, reformar o sistema político para que produza mais governança. Mas tudo isso depende de uma logística política que não foi, até agora, explicitada. O pouco que temos tido de oferta programática (Ciro Gomes, por exemplo) não é acompanhado de uma ideia de “bloco histórico”, ou seja, de uma composição de forças com coragem e disposição para mudar a face da sociedade. Fica-se mais na periferia da agenda reformista do que em seu centro vital. O desejo de mudança é diversificado e plural. Tem razões distintas e não se encarna em um único ponto do espectro político. Há muitos trânsfugas nos pontos mais fortes, Lula e Bolsonaro. Ambos parecem garantidos no segundo turno, mas ainda batalham para reter seus simpatizantes. Há um miolo que gostaria de achar uma saída para que se rompa essa polarização. Tampouco esse miolo está unido em torno de um só nome. Além da concorrência e da falta de entendimentos internos, a “terceira via” – o centro democrático – precisa enfrentar os apelos para que se resolva a eleição no primeiro turno, ou seja, para que os votos sejam depositados desde logo no candidato com melhores condições de derrotar o autoritarismo. Esses apelos têm algum sentido, mas não consideram o quadro todo. E se o centro democrático puder sobrepujar o extremismo e chegar ao segundo turno? Seus candidatos não poderão contribuir para desgastar as posições autoritárias? O petismo mais encarniçado não se põe nenhuma dessas perguntas, preferindo estigmatizar a “terceira via”. O bolsonarismo treme só de pensar nelas. Eleições em dois turnos são um artifício para contornar escolhas plebiscitárias. Para dar aos eleitores um leque de opções que reflita a diversidade de pontos de vista que há na sociedade. A dinâmica é conhecida: você vota com o coração no primeiro turno e com a razão no segundo. No primeiro turno, os candidatos trabalham para se autofortalecer. No segundo, negociam para fortalecer a melhor saída para o País. É um sistema inteligente, pensado para expressar a heterogeneidade social, reforçar a representatividade do eleito e aumentar suas chances de fazer um bom governo. Com uma polarização em plena velocidade, a lógica dos dois turnos tem dificuldades para prevalecer. Não é o eleitorado todo que a compreende. Alguns não gostam dela. E há os afoitos, que preferem que tudo se resolva no primeiro turno, de um jeito ou de outro. Desejo de mudança, medo, ansiedade, insegurança e incerteza se acomodam no eleitorado, deixando-o indeciso. Há uma cláusula aceita pelos analistas políticos que acompanham processos eleitorais mais recentes, no mundo todo: muitos eleitores fazem suas escolhas nos últimos dias das campanhas. Trancam seu voto numa caixinha de segredos, de modo a entender melhor o quadro eleitoral, ouvir vizinhos, amigos e familiares, ponderar com calma, mastigar suas dúvidas e indefinições, confiando em que da mastigação sairá a solução. Não há bandeiras ideológicas desfraldadas nem utopias iluminando o futuro. Os polos muitas vezes são mais semelhantes entre si do que diferentes e não apresentam programas com intenções pedagógicas – que expliquem o que se pretende fazer. É razoável que o eleitor se sinta indeciso. Ele olha para seus interesses e suas expectativas, e percebe que está vazio de convicções. Não é culpa dele. Com a oferta política que tem à disposição, suas escolhas se tornam inevitavelmente dilemas. *Professor titular de Teoria Política da UNESP ************************************************************
*** Foi a sociedade, mobilizada nos colossais comícios das Diretas-já, que, pela transição e pela mudança, derrotou o Estado usurpador. Termino com as palavras com que comecei esta fala: a Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja nosso grito: – Mudar para vencer! Muda, Brasil! (Muito bem! Muito bem! Palmas prolongadas.) ********************************************************************* *** Beijinho Doce Maria Bethânia Ouça Beijinho Doce Que beijinho doce que ele tem Depois que beijei ele Nunca mais amei ninguém Que beijinho doce Foi ele quem trouxe De longe pra mim Um abraço apertado Um suspiro dobrado Que amor sem fim Coração que manda Quando a gente ama Quando estou junto dele Sem dar um beijinho Coração reclama Que beijinho doce Foi ele quem trouxe De longe pra mim Um abraço apertado Um suspiro dobrado Que amor sem fim Ouça Beijinho Doce Composição: Nhô Pai. https://www.letras.mus.br/maria-bethania/beijinho-doce/ ********************************************************* chorei *** *** Cauby Peixoto - Bastidores (Com Letra na Descrição) - Legendas 153.527 visualizações 16 de mai. de 2016 BASTIDORES (CHICO BUARQUE) *** "Chorei, chorei Até ficar com dó de mim E me tranquei no camarim Tomei um calmante, o excitante Um bocado de gim Amaldiçoei O dia em que te conheci Com muitos brilhos me vesti Depois me pintei, me pintei, Me pintei, me pintei Cantei, cantei Como é cruel cantar assim E num instante de ilusão Te vi pelo salão A caçoar de mim Não me troquei Voltei correndo ao nosso lar Voltei pra me certificar Que tu nunca mais vais voltar Vais voltar, vais voltar Cantei, cantei Nem sei como eu cantava assim Só sei que todo o cabaré Me aplaudiu de pé Quando cheguei ao fim Mas não bisei Voltei correndo ao nosso lar Voltei pra me certificar Que tu nunca mais vais voltar Vais voltar, vais voltar Cantei, cantei Jamais cantei tão lindo assim E os homens lá pedindo bis Bêbados e febris A se rasgar por mim Chorei, chorei Até ficar com dó de mim"... Música MÚSICA Bastidores (Ao Vivo) ARTISTA Cauby Peixoto https://www.youtube.com/watch?v=pngiSSCDBsk ************************************************ Caetano Veloso on Twitter: "Chorei vendo @LulaOficial no JN ...https://twitter.com › caetanoveloso › status 16 de ago. de 2022 — no JN. Mais do que quando votei nele em 2002. Tanto da nossa história! Racionalmente falando, meu candidato é Ciro. Mas Lula arrebata. Não encontrados: APÓS ‎| Precisa incluir: APÓS *** "Sempre tivemos diferenças; eu prefiro o Chico", diz Fagner ...https://cultura.uol.com.br › noticias › 2020/11/10 › 234... 10 de nov. de 2020 — No #Provoca desta terça (10), o cantor Raimundo Fagner bateu um ... Perguntado sobre atritos com Caetano e Gilberto Gil na década de 70, ... *** *** Hotel À Beira-mar Fagner E Zeca Baleiro Ouça Hotel À Beira-mar Vejo a luz do Mucuripe Belo inútil videoclipe Blues amargo de razão Nenhum barco me acena E minhalma quase plena Ri do caos da confusão Do trânsito engarrafado Do grito desesperado Calado da multidão Cai a tarde como um pano Sonora como um piano Sobre a minha solidão O céu me fez astronauta Pra que eu ache o que me falta Nesta galáxia fria Nem a dor nem o desejo Ao lábio só cabe o beijo Que é da noite sem o dia Quisera cantar tal fado Ébrio febril assombrado A raiva da calmaria Mas as palavras se foram Como rojões que estouram Depois do brilho a agonia O amor é um embaraço Música de um só compasso Compositor coração No meu rosto toca o vento Nada mais só o momento Infinito breve vão Para que querer futuro Se só escombros de um muro Sobraram da construção A estátua de Iracema Tem o sol como cinema E eu não tenho ilusão O mar vai o mar vem De quem será o mar O mar vai o mar vem Ninguém pode ter o mar Ouça Hotel À Beira-mar Composição: Fagner / Zeca Baleiro. https://www.letras.mus.br/fagner-e-zeca-baleiro-musicas/77244/ ******************************************************************* Debate é mais essencial para educar candidatos do que esclarecer eleitores... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2022/08/26/debate-e-mais-essencial-para-educar-candidatos-do-que-esclarecer-eleitores.htm?cmpid=copiaecola *** *** Josias de Souza Colunista do UOL 26/08/2022 18h20 *** Realiza-se no domingo o primeiro debate presidencial da campanha de 2022. Deve-se a iniciativa a um pool formado por UOL, Folha, TV Bandeirantes e TV Cultura. Todos os candidatos aptos a debater já confirmaram presença, exceto dois. Lula condiciona sua participação à presença do seu principal rival. Bolsonaro faz declarações dúbias. Ora diz que não vai, ora insinua que pode dar as caras. Só há uma coisa pior do que o antipetismo ou o antibolsonarismo primário. É o pró-petismo ou o pró-bolsonarismo inocente, que se dispõe a engolir todas as presunções de Lula e Bolsonaro a seu próprio respeito. Isso inclui aceitar a tese segundo a qual o coronel da esquerda e o capitão da direita vieram ao mundo para desempenhar uma missão que, por ser divina, é indiscutível. COLUNISTAS DO UOL Madeleine Lacsko Bolsonaro acha que ir a debate é o mesmo que depor em delegacia? Leonardo Sakamoto Padre Júlio contesta Bolsonaro: 'Quem diz que não há fome vive numa bolha' Jamil Chade O mundo sente falta do Brasil, diz Michelle Bachelet... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2022/08/26/debate-e-mais-essencial-para-educar-candidatos-do-que-esclarecer-eleitores.htm?cmpid=copiaecola Todos os líderes políticos cultivam a fantasia da excepcionalidade. Mas Lula e Bolsonaro exageram. Ambos têm a pretensão de personificar a moral. Acham que a noção pessoal de superioridade anistia as suas falhas e perversões. São movidos por uma fé que lembra a origem, cristã ou socialista, da maioria dos seus devotos. O ingrediente da dúvida está excluído de ambos os credos. Num caso, a presunção de virtude vem de revelações divinas. Noutro, vem de uma certa inevitabilidade dos processos históricos. Não é a hipocrisia de Lula e Bolsonaro que assusta. A hipocrisia pelo menos é uma estratégia compreensível para pessoas que têm um enorme passado pela frente. O que espanta é perceber que, em certos momentos, o primeiro e o segundo colocado nas pesquisas parecem acreditar de verdade que sua missão sublime no planeta lhes dá o direito de transformar as eleições num circo que sonega a exposição de meia dúzia de projetos e explicações a um eleitorado que banca a bilheteria de R$ 5 bilhões do fundão eleitoral. Hoje, o debate presidencial é mais essencial para a educação democrática dos candidatos do que para o esclarecimento do eleitor. https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2022/08/26/debate-e-mais-essencial-para-educar-candidatos-do-que-esclarecer-eleitores.htm *********************************************** https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2022/08/26/debate-e-mais-essencial-para-educar-candidatos-do-que-esclarecer-eleitores.htm *** Eu tenho 3 palavras mágicas: credibilidade, previsibilidade e estabilidade | Lula no Jornal Nacional 5.399 visualizações 25 de ago. de 2022 https://www.youtube.com/watch?v=sBslg-xSnfQ *********************************************** Bolsonaro é o 1º a perguntar e pode escolher Lula: veja regras do debate... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/08/27/regras-debate-uol-band.htm?cmpid=copiaecola *** Ana Paula Bimbati Do UOL, em São Paulo 27/08/2022 04h00 O primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República acontece neste domingo (28). E o encontro poderá ter, logo de início, uma pergunta do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), possibilidade prevista pelas regras do debate. O encontro, organizado por UOL, Band, Folha de S. Paulo e TV Cultura, será realizado nos estúdios da Grupo Bandeirantes, na cidade de São Paulo. *** RELACIONADAS Robôs impulsionaram metade dos tuites pró-Bolsonaro no início da campanha Filhote da ditadura, cambalacheiro: relembre debates políticos históricos TSE manda redes derrubarem fake news culpando Lula por alta do combustível... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/08/27/regras-debate-uol-band.htm?cmpid=copiaecola *** Ao todo, foram convidados seis candidatos ao Palácio do Planalto: Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Felipe d'Avila (Novo), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil). A organização do debate definiu as regras em reunião com as campanhas dos postulantes e a posição de cada candidato foi definida por sorteio. Confira as principais regras do encontro. Três momentos. O debate será dividido em três momentos com perguntas sobre programas de governo, confronto entre os candidatos e questões feitas por jornalistas. Os blocos terão moderação de jornalistas dos veículos organizadores. Plano de governo. A primeira pergunta será feita para todos os candidatos e envolverá o plano de governo proposto por eles. Cada um terá um minuto e meio para a resposta. Em seguida, começa o confronto entre eles. Bolsonaro é o primeiro a perguntar e poderá escolher qualquer candidato —incluindo Lula, seu principal adversário na corrida eleitoral. Depois do atual chefe do Executivo, farão perguntas: Ciro; Luiz Felipe d'Avila; Soraya Thronicke; Lula; Simone Tebet. Jornalistas perguntam. No segundo bloco, será a vez dos jornalistas de veículos, que integram a organização do debate, fazerem suas perguntas. O candidato que responde terá quatro minutos para dividir entre resposta e réplica. Novos confrontos. No último bloco do debate, os candidatos voltam a se confrontar seguindo uma ordem definida em sorteio prévio. Os postulantes ao Palácio do Planalto terão um minuto para pergunta e mais um para a réplica. Quatro minutos serão usados para resposta e tréplica. Nessa fase, haverá também questões sobre o plano de governo e, por fim, os candidatos terão dois minutos para deixarem suas contribuições finais. Direito de resposta. As regras do encontro também preveem que, em caso exclusivo de ofensa moral e pessoal, o candidato pode solicitar ao moderador direito de resposta imediatamente após a conclusão da fala do outro postulante. A solicitação será avaliada por um comitê formado por quatro jornalistas da organização do encontro e um advogado. "A resposta será dada ainda no mesmo bloco. Na hipótese de deferimento do pedido de resposta, serão concedidos 45 segundos." *** Quando: o debate organizado por UOL, Folha de S.Paulo, TV Cultura e Grupo Bandeirantes será dia 28 às 21h. Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Antes, a partir de 20h, o UOL terá um programa especial direto dos estúdios da Bandeirantes com os bastidores e a participação dos colunistas do UOL. https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/08/27/regras-debate-uol-band.htm ******************************************************************************
*** Nas entrelinhas: Lula nadou de braçada na entrevista do JN Publicado em 27/08/2022 - 06:49 Luiz Carlos Azedo China, Cuba, Economia, Eleições, Ética, Governo, Justiça, Lava-Jato, Memória, Partidos, Política, Política Nas redes sociais, 15 milhões de pessoas acompanharam as postagens sobre a entrevista de Lula ao JN, mais do que a audiência de Bolsonaro, que foi de nove milhões Quem esperava uma entrevista pesada, como a do presidente Jair Bolsonaro, na segunda-feira, certamente ficou surpreso com a sabatina do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, no Jornal Nacional (TV Globo), na quinta-feira. O clima de grande expectativa em torno da entrevista, decorrente do histórico de desentendimentos entre o líder petista e a emissora, foi desanuviado logo no começo, quando o âncora do programa jornalístico de maior audiência da televisão brasileira, ao formular sua pergunta sobre a corrupção nos governos petistas, fez a ressalva de que o ex-presidente não devia nada à Justiça. Daí para a frente, Lula ficou à vontade, ora sorridente, ora veemente, respondendo às perguntas de acordo com sua conveniência. Algumas vezes, tergiversou; outras, mandou recados aos diferentes públicos que pretende seduzir na campanha eleitoral. Foi o caso da nomeação do novo procurador-geral da República, caso seja eleito. O petista deixou no ar se aceitará a lista tríplice tradicionalmente eleita pelos procuradores, como fez durante seu governo. Sem nunca perder a elegância, foi mais atencioso com Renata Vasconcellos do que com Bonner. O Lula ressentido dos palanques eleitorais deu lugar à nova versão do Lulinha Paz e Amor, 20 anos depois. O petista estava de bem com a vida e convicto de que sua volta ao poder, em parceria com o ex-tucano Geraldo Alckmin, é a chave para resolver os problemas do país. Não concordo com a tese de que os jornalistas refrescaram deliberadamente Lula, apenas não tiveram oportunidade de confrontá-lo como fizeram com Bolsonaro, porque Lula foi muito esperto e estava preparado para vender seu peixe com competência. Fez isso de forma menos propositiva do que Ciro Gomes, por exemplo, mas muito eficiente para resgatar seu legado como presidente da República por dois mandatos, que deixou o governo com altos índices de aprovação. O caminho crítico era a Operação Lava-Jato, mas esse tema Lula tratou como um erro judicial, da qual foi vítima, o que muda a natureza de sua prisão. Aproveitou para desqualificar o ex-juiz Sergio Moro, que o sentenciou à prisão, e só faltou bater no peito para dizer que seu governo criou condições para todas as investigações da Lava-Jato, ao fortalecer os órgãos de controle e não interferir na Polícia Federal nem no Ministério Público Federal. Quando questionado sobre o mensalão, derivou para a crítica ao chamado orçamento secreto, no valor de R$ 16 bilhões. Aproveitou a oportunidade para fustigar Bolsonaro, que chamou de “bobo da corte”. Disse que o atual presidente da República entregou o Orçamento da União ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que libera o pagamento das emendas parlamentares diretamente com os ministros. Lula defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff, mas dela manteve distância regulamentar. Criticou os comunistas cubanos e chineses, demarcando território em relação à esquerda, e encheu a bola do vice Geraldo Alckmin, para agradar aos eleitores de centro e mostrar que a polarização entre PT e PSDB era do bem, pois se tratavam como adversários, enquanto a luta do bem contra o mal preconizada por Bolsonaro seria de natureza fascista. Caiu na rede Visto por esse ângulo, Lula aproveitou a oportunidade para consolidar seu favoritismo nas eleições, mas as coisas não acontecem tão fácil assim. O resultado da entrevista não pode ser avaliado pelo desempenho de Lula frente aos jornalistas da TV Globo, apenas. Não, existe uma guerra de versões nas redes sociais. A imagem que Lula tentou construir não será exatamente a que gostaria, será o resultado do seu desempenho e das críticas dos bolsonaristas. Hoje, isso é mensurável nas redes sociais, embora a prova dos nove seja a pesquisa de opinião feita com os eleitores, em bases estatisticamente confiáveis. Nas redes sociais, 15 milhões de pessoas acompanharam as postagens sobre a entrevista de Lula ao JN, mais do que a audiência de Bolsonaro, que foi de nove milhões. Lula teve boa aprovação ao defender a presença de Alckmin na sua chapa. Também faturou quando criticou o ódio na política. Em contrapartida, as redes reagiram negativamente quando não respondeu sobre a lista tríplice e chamou Bolsonaro de “bobo da corte”. Também se desgastou quando disse que a solução para o orçamento secreto era negociar com os deputados. Segundo a Quaest Pesquisa, Lula teve 48% de menções positivas e 52% de negativas. Saiu-se melhor do que Bolsonaro, que teve 35% de aprovação, mas ficou aquém de Ciro Gomes, que somou 54%. Trocando em miúdos, a percepção de que Lula nadou de braçada na entrevista do JN é válida se examinarmos seu desempenho na tevê, mas isso não se traduz nas redes sociais, onde os bolsonaristas são muito mais organizados do que os petistas. As próximas pesquisas de opinião nos dirão se as entrevistas provocaram alguma alteração do quadro eleitoral. Amanhã, comento o desempenho de Simone Tebet (MDB) ontem à noite, no Jornal Nacional. Compartilhe: **********************************
*** DISCURSO REVISADO Câmara dos Deputados Departamento de Taquigrafia, Revisão e Redação Escrevendo a História - Série Brasileira 1 Discurso proferido na sessão de 5 de outubro de 1988, publicado no DANC de 5 de outubro de 1988, p. 14380-14382. O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) – Exmo. Sr. Presidente da República, José Sarney; Exmo. Sr. Presidente do Senado Federal, Humberto Lucena; Exmo. Sr. Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Rafael Mayer; Srs. membros da Mesa da Assembléia Nacional Constituinte; eminente Relator Bernardo Cabral; (palmas) preclaros Chefes do Poder Legislativo de nações amigas; insignes Embaixadores, saudados no decano D. Carlo Furno; Exmos. Srs. Ministros de Estado; Exmos. Srs. Governadores de Estado; Exmos. Srs. Presidentes de Assembléias Legislativas; dignos Líderes partidários; autoridades civis, militares e religiosas, registrando o comparecimento do Cardeal D. José Freire Falcão, Arcebispo de Brasília, e de D. Luciano Mendes de Almeida, Presidente da CNBB; prestigiosos Srs. Presidentes de confederações, Sras. e Srs. Constituintes; minhas senhoras e meus senhores: Estatuto do Homem, da Liberdade, da Democracia. Dois de fevereiro de 1987: “Ecoam nesta sala as reivindicações das ruas. A Nação quer mudar, a Nação deve mudar, a Nação vai mudar.” São palavras constantes do discurso de posse como Presidente da Assembléia Nacional Constituinte. Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou. (Palmas.) A Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos poderes, mudou restaurando a Federação, mudou quando quer mudar o homem em cidadão, e só é cidadão quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer quando descansa. (Palmas.) Num país de 30.401.000 analfabetos, afrontosos 25% da população, cabe advertir: a cidadania começa com o alfabeto. Chegamos! Esperamos a Constituição como o vigia espera a aurora. Bem-aventurados os que chegam. Não nos desencaminhamos na longa marcha, não nos desmoralizamos capitulando ante pressões aliciadoras (palmas) e comprometedoras, não desertamos, não caímos no caminho. Alguns a fatalidade derrubou: Virgílio Távora, Alair Ferreira, Fábio Lucena, Antonio Farias e Norberto Schwantes. (Palmas.) Pronunciamos seus nomes queridos com saudade e orgulho: cumpriram com o seu dever. A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo. (Palmas.) A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. (Palmas.) Afrontála, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria. (Muito bem! Palmas.) Conhecemos o caminho maldito: rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio, o cemitério. (Muito bem! Palmas.) A persistência da Constituição é a sobrevivência da democracia. Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. (Muito bem! Palmas prolongadas.) Amaldiçoamos a tirania onde quer que ela desgrace homens e nações, principalmente na América Latina. (Palmas.) Assinalarei algumas marcas da Constituição que passará a comandar esta grande Nação. A primeira é a coragem. A coragem é a matéria-prima da civilização. Sem ela, o dever e as instituições perecem. Sem a coragem, as demais virtudes sucumbem na hora do perigo. Sem ela, não haveria a cruz, nem os evangelhos. A Assembléia Nacional Constituinte rompeu contra o establishment, investiu contra a inércia, desafiou tabus. Não ouviu o refrão saudosista do velho do Restelo, no genial canto de Camões. Suportou a ira e perigosa campanha mercenária dos que se atreveram na tentativa de aviltar legisladores em guardas de suas burras abarrotadas com o ouro de seus privilégios e especulações. (Muito bem! Palmas.) Foi de audácia inovadora a arquitetura da Constituinte, recusando anteprojeto forâneo ou de elaboração interna. O enorme esforço é dimensionado pelas 61.020 emendas, além de 122 emendas populares, algumas com mais de 1 milhão de assinaturas, que foram apresentadas, publicadas, distribuídas, relatadas e votadas, no longo trajeto das subcomissões à redação final. A participação foi também pela presença, pois diariamente cerca de 10 mil postulantes franquearam, livremente, as 11 entradas do enorme complexo arquitetônico 2 do Parlamento, na procura dos gabinetes, comissões, galeria e salões. Há, portanto, representativo e oxigenado sopro de gente, de rua, de praça, de favela, de fábrica, de trabalhadores, de cozinheiros, de menores carentes, de índios, de posseiros, de empresários, de estudantes, de aposentados, de servidores civis e militares, atestando a contemporaneidade e autenticidade social do texto que ora passa a vigorar. Como o caramujo, guardará para sempre o bramido das ondas de sofrimento, esperança e reivindicações de onde proveio. (Palmas.) A Constituição é caracteristicamente o estatuto do homem. É sua marca de fábrica. O inimigo mortal do homem é a miséria. O estado de direito, consectário da igualdade, não pode conviver com estado de miséria. Mais miserável do que os miseráveis é a sociedade que não acaba com a miséria. (Palmas.) Tipograficamente é hierarquizada a precedência e a preeminência do homem, colocando-o no umbral da Constituição e catalogando-lhe o número não superado, só no art. 5 o , de 77 incisos e 104 dispositivos. Não lhe bastou, porém, defendê-lo contra os abusos originários do Estado e de outras procedências. Introduziu o homem no Estado, fazendo-o credor de direitos e serviços, cobráveis inclusive com o mandado de injunção. Tem substância popular e cristã o título que a consagra: “a Constituição cidadã”. (Palmas.) Vivenciados e originários dos Estados e Municípios, os Constituintes haveriam de ser fiéis à Federação. Exemplarmente o foram. (Palmas.) No Brasil, desde o Império, o Estado ultraja a geografia. Espantoso despautério: o Estado contra o País, quando o País é a geografia, a base física da Nação, portanto, do Estado. É elementar: não existe Estado sem país, nem país sem geografia. Esta antinomia é fator de nosso atraso e de muitos de nossos problemas, pois somos um arquipélago social, econômico, ambiental e de costumes, não uma ilha. A civilização e a grandeza do Brasil percorreram rotas centrífugas e não centrípetas. Os bandeirantes não ficaram arranhando o litoral como caranguejos, na imagem pitoresca mas exata de Frei Vicente do Salvador. Cavalgaram os rios e marcharam para o oeste e para a História, na conquista de um continente. Foi também indômita vocação federativa que inspirou o gênio do Presidente 3 Juscelino Kubitschek, (palmas) que plantou Brasília longe do mar, no coração do sertão, como a capital da interiorização e da integração. A Federação é a unidade na desigualdade, é a coesão pela autonomia das províncias. Comprimidas pelo centralismo, há o perigo de serem empurradas para a secessão. É a irmandade entre as regiões. Para que não se rompa o elo, as mais prósperas devem colaborar com as menos desenvolvidas. Enquanto houver Norte e Nordeste fracos, não haverá na União Estado forte, pois fraco é o Brasil. (Palmas.) As necessidades básicas do homem estão nos Estados e nos Municípios. Neles deve estar o dinheiro para atendê-las. A Federação é a governabilidade. A governabilidade da Nação passa pela governabilidade dos Estados e dos Municípios. (Palmas.) O desgoverno, filho da penúria de recursos, acende a ira popular, que invade primeiro os paços municipais, arranca as grades dos palácios e acabará chegando à rampa do Palácio do Planalto. (Palmas.) A Constituição reabilitou a Federação ao alocar recursos ponderáveis às unidades regionais e locais, bem como ao arbitrar competência tributária para lastrear-lhes a independência financeira. Democracia é a vontade da lei, que é plural e igual para todos, e não a do príncipe, que é unipessoal e desigual para os favorecimentos e os privilégios. Se a democracia é o governo da lei, não só ao elaborá-la, mas também para cumpri-la, são governo o Executivo e o Legislativo. O Legislativo brasileiro investiu-se das competências dos Parlamentos contemporâneos. É axiomático que muitos têm maior probabilidade de acertar do que um só. O governo associativo e gregário é mais apto do que o solitário. Eis outro imperativo de governabilidade: a co-participação e a co-responsabilidade. Cabe a indagação: instituiu-se no Brasil o tricameralismo ou fortaleceu-se o unicameralismo, com as numerosas e fundamentais atribuições cometidas ao Congresso Nacional? A resposta virá pela boca do tempo. Faço votos para que essa regência trina prove bem. Nós, os legisladores, ampliamos nossos deveres. Teremos de honrá-los. A Nação repudia a preguiça, a negligência, a inépcia. (Palmas.) Soma-se à nossa atividade ordinária, bastante dilatada, a edição de 56 leis complementares e 314 ordinárias. Não 4 esqueçamos que, na ausência de lei complementar, os cidadãos poderão ter o provimento suplementar pelo mandado de injunção. A confiabilidade do Congresso Nacional permite que repita, pois tem pertinência, o slogan: “Vamos votar, vamos votar”, (palmas) que integra o folclore de nossa prática constituinte, reproduzido até em horas de diversão e em programas humorísticos. Tem significado de diagnóstico a Constituição ter alargado o exercício da democracia, em participativa além de representativa. É o clarim da soberania popular e direta, tocando no umbral da Constituição, para ordenar o avanço no campo das necessidades sociais. O povo passou a ter a iniciativa de leis. Mais do que isso, o povo é o superlegislador, habilitado a rejeitar, pelo referendo, projetos aprovados pelo Parlamento. A vida pública brasileira será também fiscalizada pelos cidadãos. Do Presidente da República ao Prefeito, do Senador ao Vereador. A moral é o cerne da Pátria. A corrupção é o cupim da República. (Palmas.) República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos, que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública. (Muito bem! Palmas.) Pela Constituição, os cidadãos são poderosos e vigilantes agentes da fiscalização, através do mandado de segurança coletivo; do direito de receber informações dos órgãos públicos, da prerrogativa de petição aos poderes públicos, em defesa de direitos contra ilegalidade ou abuso de poder; da obtenção de certidões para defesa de direitos; da obtenção de certidões para defesa de direitos; da ação popular, que pode ser proposta por qualquer cidadão, para anular ato lesivo ao patrimônio público, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico, isento de custas judiciais; da fiscalização das contas dos Municípios por parte do contribuinte; podem peticionar, reclamar, representar ou apresentar queixas junto às comissões das Casas do Congresso Nacional; qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato são partes legítimas e poderão denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União, do Estado ou do Município. A gratuidade facilita a efetividade dessa fiscalização. A exposição panorâmica da lei fundamental que hoje passa a reger a Nação permite conceituá-la, sinoticamente, como a Constituição coragem, a Constituição cidadã, a Constituição federativa, a Constituição representativa e participativa, a Constituição do 5 Governo síntese Executivo-Legislativo, a Constituição fiscalizadora. Não é a Constituição perfeita. Se fosse perfeita, seria irreformável. Ela própria, com humildade e realismo, admite ser emendada, até por maioria mais acessível, dentro de 5 anos. Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora. Será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados. É caminhando que se abrem os caminhos. Ela vai caminhar e abri-los. Será redentor o caminho que penetrar nos bolsões sujos, escuros e ignorados da miséria. Recorde-se, alvissareiramente, que o Brasil é o quinto país a implantar o instituto moderno da seguridade, com a integração de ações relativas à saúde, à previdência e à assistência social, assim como a universalidade dos benefícios para os que contribuam ou não, além de beneficiar 11 milhões de aposentados, espoliados em seus proventos. (Palmas.) É consagrador o testemunho da ONU de que nenhuma outra Carta no mundo tenha dedicado mais espaço ao meio ambiente do que a que vamos promulgar. Sr. Presidente José Sarney: V.Exa. cumpriu exemplarmente o compromisso do saudoso, do grande Tancredo Neves, de V.Exa. e da Aliança Democrática ao convocar a Assembléia Nacional Constituinte. A Emenda Constitucional n o 26 teve origem em mensagem do Governo, de V.Exa., vinculando V.Exa. à efemeridade que hoje a Nação celebra. Nossa homenagem ao Presidente do Senado, Humberto Lucena, atuante na Constituinte pelo seu trabalho, seu talento e pela colaboração fraterna da Casa que representa. Sr. Ministro Rafael Mayer, Presidente do Supremo Tribunal Federal, (palmas) saúdo o Poder Judiciário na pessoa austera e modelar de V.Exa. O imperativo de “Muda Brasil”, desafio de nossa geração, não se processará sem o conseqüente “Muda Justiça”, (palmas) que se instrumentalizou na Carta Magna com a valiosa contribuição do poder chefiado por V.Exa. Cumprimento o eminente Ministro do Supremo Tribunal Federal, Moreira Alves, que, em histórica sessão, instalou em 1 o de fevereiro de 1987 a Assembléia Nacional Constituinte. Registro a homogeneidade e o desempenho admirável e solidário de seus altos deveres, por parte dos dignos membros da Mesa Diretora, condôminos imprescindíveis de minha Presidência. 6 O Relator Bernardo Cabral foi capaz, (palmas) flexível para o entendimento, mas irremovível nas posições de defesa dos interesses do País. O louvor da Nação aplaudirá sua vida pública. Os Relatores Adjuntos, José Fogaça, Konder Reis e Adolfo Oliveira, (palmas) prestaram colaboração unanimemente enaltecida. Nossa palavra de sincero e profundo louvor ao mestre da língua portuguesa Prof. Celso Cunha, por sua colaboração para a escorreita redação do texto. O Brasil agradece pela minha voz a honrosa presença dos prestigiosos dignitários do Poder Legislativo do continente americano, de Portugal, da Espanha, de Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Príncipe e Cabo Verde. (Palmas.) As nossas saudações. (Palmas prolongadas.) Os Srs. Governadores de Estado e Presidentes das Assembléias Legislativas dão realce singular a esta solenidade histórica. Os Líderes foram o vestibular da Constituinte. Suas reuniões pela manhã e pela madrugada, com autores de emendas e interessados, disciplinaram, agilizaram e qualificaram as decisões do Plenário. Os Anais guardarão seus nomes e sua benemérita faina. (Palmas.) Cumprimento as autoridades civis, eclesiásticas e militares, integrados estes com seus chefes, na missão, que cumprem com decisão, de prestigiar a estabilidade democrática. Nossas congratulações à imprensa, ao rádio e à televisão. (Palmas.) Viram tudo, ouviram o que quiseram, tiveram acesso desimpedido às dependências e documentos da Constituinte. Nosso reconhecimento, tanto pela divulgação como pelas críticas, que documentam a absoluta liberdade de imprensa neste País. Testemunho a coadjuvação diuturna e esclarecida dos funcionários e assessores, (muito bem! palmas) abraçando-os nas pessoas de seus excepcionais chefes, Paulo Affonso Martins de Oliveira e Adelmar Sabino. (Muito bem! Palmas.) Agora conversemos pela última vez, companheiras e companheiros constituintes. A atuação das mulheres nesta Casa foi de tal teor (palmas prolongadas), que, pela edificante força do exemplo, aumentará a representação feminina nas futuras eleições. Agradeço a colaboração dos funcionários do Senado – da Gráfica e do Prodasen. Agradeço aos Constituintes a eleição como seu Presidente e agradeço o convívio alegre, civilizado e motivador. Quanto a mim, cumpriu-se o magistério do filósofo: o 7 segredo da felicidade é fazer do seu dever o seu prazer. (Palmas.) Todos os dias, meus amigos constituintes, quando divisava, na chegada ao Congresso, a concha côncava da Câmara rogando as bênçãos do céu, e a convexa do Senado ouvindo as súplicas da terra, (palmas) a alegria inundava meu coração. Ver o Congresso era como ver a aurora, o mar, o canto do rio, ouvir os passarinhos. Sentei-me ininterruptamente 9 mil horas nesta cadeira, em 320 sessões, gerando até interpretações divertidas pela não-saída para lugares biologicamente exigíveis. (Risos. Palmas.) Somadas as das sessões, foram 17 horas diárias de labor, também no gabinete e na residência, incluídos sábados, domingos e feriados. Político, sou caçador de nuvens. Já fui caçado por tempestades. (Palmas.) Uma delas, benfazeja, me colocou no topo desta montanha de sonho e de glória. Tive mais do que pedi, cheguei mais longe do que mereço. (Não apoiado.) Que o bem que os Constituintes me fizeram frutifique em paz, êxito e alegria para cada um deles. Adeus, meus irmãos. É despedida definitiva, sem o desejo de retorno. Nosso desejo é o da Nação: que este Plenário não abrigue outra Assembléia Nacional Constituinte. (Palmas prolongadas.) Porque, antes da Constituinte, a ditadura já teria trancado as portas desta Casa. Autoridades, Constituintes, senhoras e senhores, A sociedade sempre acaba vencendo, mesmo ante a inércia ou antagonismo do Estado. O Estado era Tordesilhas. Rebelada, a sociedade empurrou as fronteiras do Brasil, criando uma das maiores geografias do Universo. O Estado, encarnado na metrópole, resignara-se ante a invasão holandesa no Nordeste. A sociedade restaurou nossa integridade territorial com a insurreição nativa de Tabocas e Guararapes, (palmas) sob a liderança de André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e João Fernandes Vieira, que cunhou a frase da preeminência da sociedade sobre o Estado: “Desobedecer a El-Rei, para servir a El-Rei”. (Muito bem!) O Estado capitulou na entrega do Acre, a sociedade retomou-o com as foices, os machados e os punhos de Plácido de Castro e dos seus seringueiros. (Palmas.) O Estado autoritário prendeu e exilou. A sociedade, com Teotônio Vilela, pela anistia, libertou e repatriou. (Palmas.) A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram. (Muito bem! Palmas prolongadas.) Câmara dos Deputado 8 Foi a sociedade, mobilizada nos colossais comícios das Diretas-já, que, pela transição e pela mudança, derrotou o Estado usurpador. Termino com as palavras com que comecei esta fala: a Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja nosso grito: – Mudar para vencer! Muda, Brasil! (Muito bem! Muito bem! Palmas prolongadas.) 9 https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/25-anos-da-constituicao-de-1988/constituinte-1987-1988/pdf/Ulysses%20Guimaraes%20-%20DISCURSO%20%20REVISADO.pdf ***************************************************************************************************** *** Hamlet, Ato 2 Cena 2. De William Shakespeare 1.220 visualizações 4 de mar. de 2020 Um jovem príncipe da Dinamarca tem um encontro revelador com o fantasma de seu pai. Ele então desenvolve um plano para atestar a vericidade da mensagem e envolve muitos numa trama louca colocando em risco culpados e inocentes. Este audiolivro é uma produção do Escriptoria Entram Rei, a Rainha, Rosencrantz e Guildenstern. que possível, se algo que nos escapa o mortifica, e que, uma vez sabido, remediemos. tão-só de nosso anseio, terá nossa visita prêmio digno do reconhecimento de um monarca. https://www.youtube.com/watch?v=ir40OJiIAqs HAMLET, ATO II, Cena II - William Shakespearehttps://williamshakespearewilliam.blogspot.com › 2009/02 Sobre trecho ********************** _______________ '* Shakespeare, Hamlet, ato II, cena II (N. da T.)' CONTRAPONTO A PARTE E O TODO HEISENBERG

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