Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 28 de dezembro de 2020
De Monobloco a Fiel do Bloco
"A oposição avalia que Maia jogou errado, apostou que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizaria sua reeleição, e enfrentou dificuldade para unificar seu bloco em torno de um nome. Por isso, o presidente da Câmara teria ficado dependente da oposição, que tem 133 parlamentares e pode ser a fiel da balança na disputa contra Lira."
Partidos de esquerda fecham apoio ao bloco de Maia
Siglas têm juntas 281 deputados; nome de candidato da frente ainda será decidido
Camila Turtelli, Anne Warth e Ricardo Galhardo | O Estado de S. Paulo
sábado, 19 de dezembro de 2020
Numa ofensiva contra o Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou nesta sexta-feira, 18, a entrada de cinco partidos de esquerda no bloco que formou para a disputa do comando da Casa, marcada para 1.º de fevereiro. Agora, seu grupo conta com 11 legendas, que somam 281 deputados, mais do que os 257 necessários para um candidato se eleger. Não foi desta vez, porém, que Maia anunciou o nome do parlamentar que será o seu candidato.
A intenção de Maia é derrotar o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do Centrão que conta com o apoio do governo de Jair Bolsonaro. Lira tem o apoio de dez partidos, que somam 203 parlamentares.
A adesão da esquerda ao bloco de Maia foi puxada pelo PT, maior bancada da Câmara, com 54 deputados, que decidiu na noite de anteontem apoiar um nome do grupo liderado pelo atual presidente da Casa. Em 2019, a sigla decidiu não apoiar o deputado do DEM na disputa, o que lhe custou cargos no comando do legislativo.
Além do PT, PSB, PDT, PCdoB e Rede entraram no bloco que já tinha DEM, PSL, MDB, PSDB, Cidadania e PV. Como o voto para a presidência da Câmara é secreto, o apoio do partido não significa necessariamente que todos os deputados da sigla vão votar no mesmo candidato. A “traição” neste tipo de disputa, por sinal, costuma ser comum.
Maia disse que a tendência é o grupo definir um nome de centro-direita como candidato, mas não descartou a possibilidade de que ele saia, inclusive, do campo da esquerda. Os preferidos do presidente da Câmara são Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). “Este grupo que hoje se apresenta tem muitas diferenças, sim. Porque, diferente daqueles que não suportam viver no marco das leis e das instituições e que não suportam o contraditório, nós nos fortalecemos nas divergências, no respeito, na civilidade e nas regras do jogo democrático”, disse.
Ao lado dos líderes dos 11 partidos do bloco, Maia leu uma carta em defesa da democracia. Segundo ele, a Câmara ganhou projeção nos últimos anos por ter se tornado a “fortaleza da democracia no Brasil, o território da liberdade, exemplo de respeito e empatia com milhões de cidadãos brasileiros”.
Sem citar Bolsonaro, o presidente da Câmara acusou o governo de autoritarismo e citou Ulysses Guimarães, que presidiu a Casa em duas ocasiões: antes da ditadura militar, entre 1956 e 1958, e na redemocratização, entre 1985 e 1989. “Enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns cultivam o sonho torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade. Enquanto uns se encontram nas trevas, nós celebramos a luz”, disse. “Certamente, Ulysses Guimarães estaria deste lado aqui e talvez repetiria em alto e bom som: Eu tenho ódio e nojo das ditaduras.”
A carta do bloco de Maia ressalta a diferença entre os partidos do grupo e sustenta que ele é mais forte em razão dessas divergências. “Esta não é uma eleição entre candidato A ou candidato B. Esta é a eleição entre ser livre ou subserviente, ser fiel à democracia ou ser capacho do autoritarismo, ser parceiro da ciência ou ser conivente com o negacionismo, ser fiel aos fatos ou ser devoto de fake news”, diz.
Lira reagiu com ironia ao anúncio do bloco por Maia. “Meu projeto é claro e está posto. Mas eu queria saber uma coisa: quem é o candidato do Rodrigo Maia?”, postou em uma rede social.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que a adesão do partido ao bloco não significa apoio imediato às candidaturas preferidas por Maia. “Temos muito respeito pelos companheiros Aguinaldo e Baleia, mas a oposição construirá um nome para apresentar ao bloco também como alternativa”, disse.
Ela reconheceu que o bloco reúne partidos que divergem sobre várias pautas, sobretudo a agenda econômica. “Temos muitas diferenças e já travamos muitos embates nessa Casa, mas temos uma pauta que nos une, a defesa da democracia, das instituições e da liberdade dessa Casa”, acrescentou, ressaltando que o bloco espera ainda contar com o apoio do PSOL.
Até o início desta semana, um grupo de parlamentares, líderes sindicais e ex-dirigentes do PT defendiam apoio a Arthur Lira. O movimento foi barrado pela bancada na quinta-feira com a aprovação de uma resolução que proibia o apoio do partido a candidatos ligados a Bolsonaro. Depois da derrota, este grupo, junto com dissidentes do PSB, passou a defender o lançamento de uma candidatura própria, o que pulverizaria as candidaturas e beneficiaria Lira.
A agenda mínima proposta pela oposição tem como ponto fundamental o respeito ao critério da proporcionalidade das bancadas na escolha dos cargos na Mesa Diretora e comissões. Em 2019, o PT não apoiou Maia e mesmo tendo a maior bancada da Casa ficou sem nenhum cargo na mesa e sem a presidência de comissões.
A oposição avalia que Maia jogou errado, apostou que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizaria sua reeleição, e enfrentou dificuldade para unificar seu bloco em torno de um nome. Por isso, o presidente da Câmara teria ficado dependente da oposição, que tem 133 parlamentares e pode ser a fiel da balança na disputa contra Lira.
https://gilvanmelo.blogspot.com/2020/12/partidos-de-esquerda-fecham-apoio-ao.html#more
Significado de Fiel da balança
O que é Fiel da balança:
Fiel da balança é o nome dado ao ponteiro presente em balanças antigas para indicar o lado mais pesado. Hoje em dia, a expressão é utilizada popularmente para qualificar algo como decisivo ou confiável.
A expressão também identifica algo ou alguém como de crucial importância para um determinado resultado.
Exemplos:
“Vocês serão o fiel da balança nesta missão.”
"A bancada petista, por ser numerosa, será o fiel da balança nesta votação."
Em tribunais, a expressão é frequentemente usada para se referir a um voto ou posicionamento decisivo em um julgamento.
Exemplos:
“Rosa Weber será o fiel da balança no caso Lula.”
"Em casos de empate, o presidente da corte será o fiel da balança."
Fiel da balança também é utilizada para designar algo em que se pode confiar.
Exemplos:
Neymar é o fiel da balança da seleção brasileira.
O fiel da balança da minha empresa é o atendimento.
Origem
A origem da expressão "fiel da balança" remonta ao tempo em que as balanças indicavam o peso por comparação. Em um dos pratos colocava-se o peso desejado e no outro colocava-se o produto a ser comprado. O ponteiro no meio da balança (chamado de fiel) mostrava se havia ou não equilíbrio entre os pratos e, com base nele, decidia-se o preço.
Data de atualização: 27/03/2018.
https://www.significados.com.br/fiel-da-balanca/
Candidato à eleição na Câmara, Baleia Rossi diz ter "nojo da ditadura"
Presidente nacional do MDB foi escolhido pela frente de partidos criada por Rodrigo Maia para disputar sucessão na Casa com Arthur Lira, candidato de Bolsonaro
Jorge Vasconcellos
postado em 23/12/2020 19:47 / atualizado em 23/12/2020 19:47
(crédito: Luis Macedo/Agência Câmara)
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes partidários do bloco formado para concorrer à presidência da Casa, em 1º de fevereiro, anunciaram, nesta quarta-feira (23/12), o nome do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) como o candidato do grupo. O emedebista foi o escolhido para enfrentar o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão e favorito do presidente Jair Bolsonaro na disputa. Com um discurso preparado para demonstrar diferenças com o chefe do governo, Rossi defendeu a democracia e disse ter "ódio e nojo à ditadura", repetindo a frase histórica do ex-deputado Ulysses Guimarães (1916-1992).
A formação da frente ampla foi anunciada por Maia na última sexta-feira. Ela reúne partidos de centro — PSL, MDB, PSDB, DEM, Cidadania, PV e Rede —, e de esquerda — PT, PCdoB, PSB e PDT. Ao todo, o bloco é formado por 11 siglas.
Filho do ex-deputado e ex-ministro Wagner Rossi, Baleia Rossi é líder do MDB na Câmara e presidente nacional do partido. Ele teve a candidatura formalizada após uma série de reuniões em Brasília nesta quarta-feira.
“O que nos une neste momento é a defesa intransigente da nossa democracia, do Estado democrático de direito, das liberdades, do respeito às minorias. E claro que num bloco partidário que tem posições diferentes sobre diversos temas, essa diferença nos fortalece e demonstra que na democracia uma das belezas é respeitar quem pensa diferente de você", declarou Rossi.
O candidato elogiou a presidência de Rodrigo Maia e prometeu continuar trabalhando para manter o protagonismo da Casa. "Pela independência da Câmara, para que a nossa Câmara continue com o protagonismo. Maia foi fundamental nesse período triste de pandemia, em que mais de 180 mil brasileiros perderam vidas. Todo o esforço da Câmara foi para atender às demandas da população", discursou Rossi.
O parlamentar também se manifestou pelo Twitter, logo após a formalização da candidatura. "Vou conversar com todos os partidos do campo progressista. Respeito e reconheço nossos pontos divergentes. O importante é focar na defesa da independência da Câmara. Nossa #frenteampla é em defesa intransigente da Democracia, pois temos 'ódio e nojo à ditadura'", escreveu o candidato da frente ampla.
Baleia Rossi
@Baleia_Rossi
·
23 de dez
Vou conversar com todos os partidos do campo progressista.
Respeito e reconheço nossos pontos divergentes.
O importante é focar na defesa da independência da Câmara.
Nossa #frenteampla é em defesa intransigente da Democracia, pois temos "ódio e nojo à ditadura"
A postagem é acompanhada de uma foto em que Rossi, ainda jovem, aparece ao lado do ex-deputado Ulysses Guimarães (MDB), um dos principais líderes da resistência ao regime militar (1964-1985) e que faleceu em um acidente aéreo, em 1992. A expressão 'ódio e nojo à ditadura' entrou para a história ao ser dita por Guimarães durante a promulgação da Constituição de 1988.
Passo à frente
A escolha do nome de Baleia Rossi foi anunciada pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que também era um dos cotados para ser o candidato da frente. Ele afirmou que o bloco reúne 281 parlamentares — mais que a metade dos 513 deputados em cumprimento de mandato.
"No projeto que nós integramos da defesa da democracia, da independência da Câmara, da liberdade, eu decidi decidir. Abrir mão da nossa pré-candidatura para que, dando um passo atrás, o Brasil possa dar um passo à frente na consolidação da candidatura do Baleia Rossi", disse Ribeiro.
Na mesma linha, Rodrigo Maia afirmou que o bloco partidário formado por ele tem condições de vencer a eleição com o compromisso de garantir a “independência da Câmara”.
O parlamentar revelou que os partidos de centro e centro-direita do bloco apoiavam os nomes tanto de Aguinaldo Ribeiro quanto de Baleia Rossi. Segundo ele, quando Ribeiro retirou a candidatura, o nome de Rossi foi negociado com partidos de esquerda.
“Acho que é importante agora o líder Baleia, que liderava um partido, muito focado no seu partido, dialogar com todos os partidos, mas principalmente com aqueles que têm divergências ideológicas conosco, mas uma convergência em princípios, principalmente nos princípios da democracia”, disse Maia.
Ele acrescentou que a frente ampla tem como prioridades a modernização do Estado, a redução das desigualdades, da pobreza e do desemprego, além da melhoria da saúde pública e da educação no país.
Resistência do bloco
Apesar de escolhido como candidato, Baleia Rossi ainda enfrenta resistências dentro do bloco. Até a manhã desta quarta, deputados do PT vinham sendo pressionados por expoentes da legenda a negar apoio a um nome do MDB. Nas redes sociais, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) lembrou da liderança do partido no processo de impeachment que sofreu em 2016, quando foi substituída no cargo pelo então vice-presidente, o emedebista Michel Temer. O mesmo alerta foi feito pelo ex-prefeito e ex-candidato à presidência Fernando Haddad (PT).
Ao mesmo tempo em que o nome de Baleia Rossi era anunciado como candidato, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), publicou em uma rede social que a sigla "só vai decidir" sobre uma eventual candidatura após debater com partidos de oposição.
"O PT só vai decidir s/ [sobre] candidatura à presidência da Câmara ao fim de um debate c/ [com] os partidos de oposição. Continuará buscando unidade de ação p/ [para] garantir defesa da democracia, independência do Legislativo, derrota do autoritarismo e obscurantismo e os direitos do povo brasileiro", escreveu Gleisi.
Presidentes e líderes de PT, PSB, PDT e PCdoB divulgaram um comunicado conjunto afirmando que pretendem se reunir com Baleia Rossi na próxima segunda-feira (28), para conhecer "as propostas e compromissos de procedimentos que nortearão sua candidatura à presidência da Casa".
Humildade
No discurso durante o anúncio da candidatura, o deputado Baleia Rossi citou os partidos de esquerda e do "centro democrático", afirmando que deseja dialogar "com muita humildade com cada um dos parlamentares".
"Queria deixar aqui minha palavra de entusiasmo com este início de campanha, de agradecimento a todos os partidos, partidos do centro democrático, partidos da esquerda. [Dizer] que nos vamos fazer o diálogo, nós vamos mostrar claramente o que nós defendemos, e nós vamos trabalhar a partir de agora, conversando com muita humildade com cada um dos parlamentares, para mostrar que a Câmara livre e independente é o melhor para o futuro do nosso país", declarou.
https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2020/12/4896711-candidato-a-eleicao-na-camara-baleia-rossi-diz-ter-nojo-da-ditadura.html
MONOBLOCO é hoje
Samba-enredo da União da Ilha no carnaval de 1982. De autoria de Didi e Mestrinho, não deixa de ser um samba-exaltação. Didi era Procurador da República e se manteve no anonimato devido ao cargo, assinou poucas composições, era boêmio e morreu em 1987 aos 52 anos. Em 1991 a União da Ilha homenageou o compositor com o samba "De Bar em Bar, Didi um Poeta" (Hoje eu vou tomar um porre, não me socorre, que eu tô feliz...").
M.O
N.O.B.L.O
C.O.
Que beleza! Uh Monobloco!
(Ao Vivo no Circo Voador, Rio de Janeiro-RJ, 2006)
A minha alegria atravessou o mar
E ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da Terra
Será que eu serei o dono desta festa?!
Um rei
No meio de uma gente tão modesta?!
Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera
Hoje é dia do riso chorar!
Levei o meu samba
Pra mãe-de-santo rezar
Contra o mau olhado
Carrego o meu Patuá (bis)
Acredito ser o mais valente
Nesta luta do rochedo com o mar
(E com o mar)
É hoje o dia da alegria!
E a tristeza
Nem pode pensar em chegar!
Diga espelho meu
Se há na avenida
Alguém mais feliz que eu?! (bis)
Título: Vinte anos depois, PT quer reintegrar deputados que votaram em Tancredo
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/01/2005, Nacional, p. A8
O presidente do PT, José Genoino, vai convidar os ex-deputados Airton Soares, Bete Mendes e José Eudes, afastados do PT em 1985 por terem votado em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, a retornarem ao partido. E vai pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que à época foi contra a expulsão, que seja avalista das fichas partidárias dos três. Vinte anos depois da eleição que elegeu Tancredo Neves, o PT emerge como principal beneficiado pelo sistema político derivado do fim do regime militar. A despeito dessa decisão com cheiro de corajosa revisão histórica, Genoino diz que a decisão do PT de não votar em Tancredo no Colégio Eleitoral foi correta: "O papel do PT era tensionar". Naquela primeira semana de janeiro de 1985 o PT fez uma convenção em Diadema e decidiu que nenhum parlamentar do partido poderia votar em algum candidato no Colégio Eleitoral.
No dia 15 de janeiro de 1985, três dos oito deputados da escassa bancada federal do PT votaram em Tancredo Neves. Os três - Airton Soares (de São Paulo), José Eudes e Bete Mendes (ambos do Rio de Janeiro) - foram estigmatizados pelo partido e pediram desligamento antes que a expulsão fosse concretizada.
Na convenção de Diadema, dois líderes do partido foram contra a expulsão dos que votassem no Colégio Eleitoral - Lula e José Genoino. Lula manteve sua posição dura contra o voto no candidato oposicionista. "Com Tancredo", disse ele à época , "fica tudo como está." Mas Genoino reagiu à decisão: "É um grave erro político", denunciou à saída da convenção. Em outubro de 1984 Airton Soares renunciou à liderança do PT, mas a bancada não aceitou seu pedido. Em dezembro, afinal, entregou o cargo ao vice-líder José Genoino.
"A redemocratização ensinou a todo mundo", avalia Genoino hoje, reconhecendo que os últimos vinte anos construíram "um processo surpreendente". Ele admite que poucos partidos foram tão beneficiados pela redemocratização como o PT. Diz que o PT contribuiu para o processo e aprendeu com ele: "Foi dialético", arremata numa conclusão típica da esquerda.
Embora com uma ênfase apenas relativa, Genoino insiste em defender a posição do PT em 1985: "Nas circunstâncias da época, foi uma posição correta. Para se viabilizar o PT tinha de se colocar à esquerda", argumenta. E menciona que a base do PT "era maior que o Colégio Eleitoral" e que foi fundamental para enriquecer o processo "o tensionamento no limite" provocado pelo PT.
Ele descarta que o PT tenha facilitado o risco de ver Paulo Maluf ganhar a eleição. À época, Lula desdenhou dessa possibilidade com um sofisma: ele dizia que Tancredo Neves não teria renunciado ao governo de Minas Gerais para concorrer à presidência da República "se dependesse de oito votos" (a bancada do PT).
Hoje Genoino elogia o processo que redundou daquela votação no plenário da Câmara dos Deputados. "A transição pactuada consolidou a democracia", reconhece ele. E interpreta o que aconteceu de lá para cá: o Brasil se modernizou e o desenvolvimento econômico projetou a esquerda para integrar o processo político como protagonista. "Até então, os grandes movimentos da política nunca tinham favorecido a democracia de massas", observa.
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/314707/noticia.htm?sequence=1
Pimenta se oferece para candidatura no bloco de Maia; Gleisi quer mulher
Paulo Pimenta (PT-RS) que disputar a indicação dentro do bloco liderado por Rodrigo Maia
Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Folhapress
Eduardo Militão
Do UOL, em Brasília
19/12/2020 12h13
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) deve disputar a indicação dentro do bloco parlamentar liderado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a sucessão no comando da Casa. O bloco é considerado forte até por adversários, mas o candidato ainda não foi definido. Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) são cotados, mas, para entrar no bloco, o PT exigiu colocar um terceiro nome para decidir.
Neste sábado (19), petistas chegaram ao nome de Paulo Pimenta. Ninguém mais se ofereceu até o momento. Mas a deputada Gleisi Hoffman (PT-PR) mencionou que poderia ser uma mulher, como Benedita da Silva (PT-RJ) e, fora do partido, Lídice da Mata (PSB-BA) ou Luiza Erundina (PSOL-SP).
Gleisi Hoffmann
@gleisi
·
19 de dez
Mais q na hora de uma mulher ter protagonismo na disputa pela presidência da Câmara. Na esquerda temos companheiras valorosas: Benedita da Silva, Lidice da Mata, Luiza Erundina, se o PSOL estiver no bloco. Todas c/ grande experiência parlamentar, vivência e conhecimento da Casa
O bloco formado por Maia tem 11 partidos, de direita, esquerda e centro. Eles estimam ter 281 votos até o momento, o que, em tese, seria suficiente para vencer no primeiro turno.
Quem for o candidato desse grupo vai disputar as eleições com o líder do PP, Arthur Lira (AL), que tem dez partidos. Eles contabilizam pelo menos 200 votos. A ideia é ir ao segundo turno e vencer com apoio de vários dissidentes do bloco de Maia.
A votação é secreta e, portanto, líderes e caciques partidários não têm controle sobre como os parlamentares votarão. Lira tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de políticos de extrema-direita, mas também da direita, do centro e, veladamente, do centro e, veladamente, de setores da oposição. Hoje, Rodrigo Maia divulgou a íntegra da carta de formação do bloco, lida ontem por ele. O deputado tornou-se um "adversário leal", segundo suas próprias palavras, do presidente da República, e quer derrotar Lira.
Rodrigo Maia
@RodrigoMaia
·
19 de dez
Carta assinada por representantes dos partidos que estão unidos em defesa da nossa democracia. Para manter a chama da democracia acesa, a Câmara deve ser livre, independente e autônoma, garantindo a nossa sintonia maior, com a sociedade e com o povo brasileiro.
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/12/19/paulo-pimenta-bloco-rodrigo-maia-baleia-rossi-aguinaldo-ribeiro-gleisi.htm
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