Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sábado, 26 de dezembro de 2020
Convidar os pobres e os estropiados. Dar sem esperar retribuição
7. Disse também àquele que o convidara: “Quando derdes um jantar ou uma
ceia, não convideis nem os vossos amigos, nem os vossos irmãos, nem os vossos
parentes, nem os vossos vizinhos que forem ricos, para que em seguida não vos
convidem a seu turno e assim retribuam o que de vós receberam. Quando derdes
um festim, convidai para ele os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos. E sereis
ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir, pois isso será retribuído na
ressurreição dos justos.”
Um dos que se achavam à mesa, ouvindo essas palavras, disse-lhe: “Feliz do que
comer do pão no Reino de Deus!” (Lucas, 14:12 a 15.)
8. “Quando derdes um festim”, disse Jesus, “não convideis para
ele os vossos amigos, mas os pobres e os estropiados.” Estas palavras,
absurdas se tomadas ao pé da letra, são sublimes, se lhes buscarmos o
espírito. Não é possível que Jesus haja pretendido que, em vez de seus
amigos, alguém reúna à sua mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre figurada e, para os homens incapazes de apanhar os
delicados matizes do pensamento, precisava servir-se de imagens fortes,
que produzissem o efeito de um colorido vivo. O âmago do seu pensamento se revela nesta proposição: “E sereis ditosos por não terem eles
meios de vo-lo retribuir.” Quer dizer que não se deve fazer o bem tendo
em vista uma retribuição, mas tão só pelo prazer de o praticar. Usando
de uma comparação vibrante, disse: Convidai para os vossos festins os
pobres, pois sabeis que eles nada vos podem retribuir. Por festins deveis
entender, não os repastos propriamente ditos, mas a participação na
abundância de que desfrutais.
Todavia, aquela advertência também pode ser aplicada em sentido mais
literal. Quantos não convidam para suas mesas apenas os que podem, como
eles dizem, fazer-lhes honra ou, a seu turno, convidá-los! Outros, ao contrário, encontram satisfação em receber os parentes e amigos menos felizes. Ora,
quem não os conta entre os seus? Dessa forma, grande serviço, às vezes, se lhes
presta, sem que o pareça. Aqueles, sem irem recrutar os cegos e os estropiados,
praticam a máxima de Jesus, se o fazem por benevolência, sem ostentação, e
sabem dissimular o benefício, por meio de uma sincera cordialidade.
Instruções dos Espíritos
A caridade material e a caridade moral
9. “Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos nos fizessem eles.” Toda a religião, toda a moral se acham encerradas
nestes dois preceitos. Se fossem observados nesse mundo, todos seríeis felizes: não mais aí ódios, nem ressentimentos. Direi ainda: não mais pobreza,
porquanto, do supérfluo da mesa de cada rico, muitos pobres se alimentariam e não mais veríeis, nos quarteirões sombrios onde habitei durante a
minha última encarnação, pobres mulheres arrastando consigo miseráveis
crianças a quem tudo faltava.
Ricos! pensai nisto um pouco. Auxiliai os infelizes o melhor que puderdes. Dai, para que Deus, um dia, vos retribua o bem que houverdes feito, para que tenhais, ao sairdes do vosso invólucro terreno, um cortejo de
Espíritos agradecidos, a receber-vos no limiar de um mundo mais ditoso.
Se pudésseis saber da alegria que experimentei ao encontrar no Além
aqueles a quem, na minha última existência, me fora dado servir!...
Amai, portanto, o vosso próximo; amai-o como a vós mesmos, pois
já sabeis, agora, que, repelindo um desgraçado, estareis, quiçá, afastando
de vós um irmão, um pai, um amigo vosso de outrora. Se assim for, de que
desespero não vos sentireis presa, ao reconhecê-lo no mundo dos Espíritos!
Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos
podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a
mais difícil de exercer-se.
A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora,
encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se,
deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso.
Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca
habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem
pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui
merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade,
porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral.
Essa caridade, no entanto, não deve obstar à outra. Tende, porém,
cuidado, principalmente em não tratar com desprezo o vosso semelhante.
Lembrai-vos de tudo o que já vos tenho dito: Tende presente sempre que,
repelindo um pobre, talvez repilais um Espírito que vos foi caro e que, no
momento, se encontra em posição inferior à vossa. Encontrei aqui um dos
pobres da Terra, a quem, por felicidade, eu pudera auxiliar algumas vezes,
e ao qual, a meu turno, tenho agora de implorar auxílio.
Lembrai-vos de que Jesus disse que todos somos irmãos e pensai
sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus: pensai
nos que sofrem e orai. – Irmã Rosália. (Paris, 1860.)
10. Meus amigos, a muitos dentre vós tenho ouvido dizer: Como hei
de fazer caridade, se amiúde nem mesmo do necessário disponho?
Amigos, de mil maneiras se faz a caridade. Podeis fazê-la por pensamentos, por palavras e por ações. Por pensamentos, orando pelos pobres abandonados, que morreram sem se acharem sequer em condições
de ver a luz. Uma prece feita de coração os alivia. Por palavras, dando aos vossos companheiros de todos os dias alguns bons conselhos, dizendo aos que o desespero, as privações azedaram o ânimo e levaram
a blasfemar do nome do Altíssimo: “Eu era como sois; sofria, sentia-me
desgraçado, mas acreditei no Espiritismo e, vede, agora sou feliz.” Aos
velhos que vos disserem: “É inútil; estou no fim da minha jornada; morrerei como vivi”, dizei: “Deus usa de justiça igual para com todos nós;
lembrai-vos dos obreiros da última hora.” Às crianças já viciadas pelas
companhias de que se cercaram e que vão pelo mundo, prestes a sucumbir às más tentações, dizei: “Deus vos vê, meus caros pequenos”, e não
vos canseis de lhes repetir essas brandas palavras. Elas acabarão por lhes
germinar nas inteligências infantis e, em vez de vagabundos, fareis deles
homens. Também isso é caridade.
Dizem, outros dentre vós: “Ora! somos tão numerosos na Terra, que
Deus não nos pode ver a todos.” Escutai bem isto, meus amigos: Quando
estais no cume da montanha, não abrangeis com o olhar os bilhões de
grãos de areia que a cobrem? Pois bem: do mesmo modo vos vê Deus. Ele
vos deixa usar do vosso livre-arbítrio, como vós deixais que esses grãos de
areia se movam ao sabor do vento que os dispersa. Apenas, Deus, em sua
misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante,
que se chama consciência. Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos
dará. Às vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal. Ela,
então, se cala. Ficai certos, porém, de que a pobre escorraçada se fará ouvir,
logo que lhe deixardes aperceber-se da sombra do remorso. Ouvi-a, interrogai-a e com frequência vos achareis consolados com o conselho que dela
houverdes recebido.
Meus amigos, a cada regimento novo o general entrega um estandarte. Eu vos dou por divisa esta máxima do Cristo: “Amai-vos uns aos
outros.” Observai esse preceito, reuni-vos todos sob essa bandeira e tereis
ventura e consolação. – Um Espírito protetor. (Lyon, 1860.)
OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS O EVANGELHO Segundo o Espiritismo ALLAN KARDEC FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Rio - Brasil 1944 Tradução de Guillon Ribeiro da 3ª edição francesa revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866
Ouçam-nos
“Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
- (Lucas, 16:29) Pedro (I Pedro, 3:17)
A resposta de Abraão ao rico da parábola ainda é ensinamento de todos os dias, no caminho comum.
Inúmeras pessoas se aproximam das fontes de revelação espiritual, entretanto, não conseguem a libertação dos laços egoísticos de modo que vejam e ouçam, qual lhes convém aos interesses essenciais.
Há precisamente um século, estabeleceuse intercâmbio mais intenso entre os dois planos, na grande movimentação do Cristianismo redivivo; contudo, há aprendizes que contemplam o céu, angustiados tãosó porque nunca receberam a mensagem direta de um pai ou de um filho na experiência humana. Alguns chegam ao disparate de se desviarem da senda alegando tais motivos. Para esses, o fenômeno e a revelação no Espiritismo evangélico são simples conjunto de inverdades, porque nada obtiveram de parentes mortos, em consecutivos anos de observação.
Isso, porém, não passa de contrassenso.
Quem poderá garantir a perpetuidade dos elos frágeis das ligações terrestres?
O impulso animal tem limites.
Ninguém justifique a própria cegueira com a insatisfação do capricho pessoal.
O mundo está repleto de mensagens e emissários, há milênios. O grande problema, no entanto, não está em requisitarse a verdade para atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas.
116 Ouçam-nos Emmanuel Pão Nosso FEB COLEÇÃO FONTE VIVA 1950 30ª edição - 4ª impressão - 8/2017
Plantada a semente,
germina e cresce e
fica ainda mais bonita.
A deformação do corpo
é a formação de uma obra
que vai transcendentalizer
as gerções
o amor
gera um novo amor
que vem dividir para somar
e crescer.
André Luiz Gama
MINHA HISTÓRIA
Uma filosofia para a vida
Guarde as experiências
Quem saber lidar com um passado
de tormentas nada tem a temer no
presente.
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