quarta-feira, 29 de julho de 2020

Quem se opõe à Lava Jato?!












Com suas críticas ao "lavajatismo", Augusto Aras leva a plateia ao delírio










Thaís Oyama
Colunista do UOL
29/07/2020 11h46
Em live feita ontem para seletíssima plateia, o procurador-geral da República esculhambou a Lava Jato.

A operação que levou 293 pessoas à prisão e resultou em 253 condenações, a maior parte delas por corrupção, é, para Augusto Aras, uma "caixa de segredos" com "50 mil documentos sob opacidade".

O procurador também vituperou contra o fato de a força-tarefa de Curitiba ter reunido 350 terabytes de informações, com dados de 38 mil pessoas, "que ninguém sabe como foram colhidos".

Nada disso deveria provocar tanta inquietação no procurador.

Ele não explicou direito o que entende por "opacidade" (seriam documentos clandestinos? Secretos? Obtidos ao arrepio da lei? Ou apenas arquivos cuja existência ele desconhecia?).

Mesmo assim, se o caso é de preocupação, bastava deixá-lo entregue à Corregedoria-Geral da Procuradoria-Geral da República, que está lá para isso mesmo: apurar eventuais irregularidades de procedimentos por parte de procuradores. Aras certamente sabe que não cabe ao procurador-geral sair por aí levantando suspeitas sobre o órgão que chefia.

O procurador também não deveria se espantar com os números que citou com tantos pontos de exclamação, como os tais 350 terabytes.

Segundo o site da Polícia Federal, só entre computadores e tablets, a perícia do órgão analisou até agora 822 equipamentos apreendidos pela força-tarefa, sem falar nos 967 telefones celulares e 1.592 pendrives (lembrando que, hoje em dia, um único pendrive é capaz de conter até dois terabytes de informação).

No discurso em que pregou a necessidade de uma "correção de rumos" a fim de que "o lavajatismo não perdure", Aras salpicou palavras pesadas, como "bisbilhotice", "chantagem" e "extorsão".

O procurador estava mesmo exaltado.

Ou talvez estivesse simplesmente tentando agradar à sua audiência.

A plateia de Aras era formada pela fina flor dos advogados criminalistas do país, daqueles que só topam se sentar para conversar a partir de sete dígitos.

Para os causídicos das bancas de ouro, a fala do procurador-geral caiu como um som mavioso, quase tão agradável quanto o tilintar de moedas, dado que quase todos eles têm clientes pendurados na Lava Jato — além de estarem em guerra aberta com Sergio Moro.

No que depender desses advogados, o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça "não terá vida fácil", como já disse Marco Aurélio de Carvalho.

Carvalho é um dos fundadores do grupo Prerrogativas, que promoveu a live. Ele e seus colegas certamente se congratularam pelo resultado da iniciativa.

Com sua conferência, afinal, Aras conseguiu o que muitos integrantes do grupo tentaram fazer sem sucesso nos últimos seis anos: transformar a Lava Jato em palavrão.
https://noticias.uol.com.br/colunas/thais-oyama/2020/07/29/com-suas-criticas-a-lava-jato-augusto-aras-leva-a-plateia-ao-delirio.htm





Procurador diz que ‘faltou foi transparência de Bolsonaro’ na escolha de Aras na PGR
Roberto Pozzobon, do MPF de Curitiba, reage às declarações do procurador-geral da República que afirmou na noite desta terça que ‘é hora de corrigir rumos para que o lavajatismo não perdure’
Publicado em 29/07/2020 · Atualizado há 5 horas
O procurador Roberto Pozzobon, integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, reagiu às falas do Procurador-Geral da República Augusto Aras, que afirmou em live na noite desta terça, 28, que ‘é hora de corrigir rumos para que o lavajatismo não perdure’. Após o PGR indicar que busca transparência no Ministério Público Federal e falar em ‘caixa de segredos’ da Lava Jato, Pozzobon disse que ‘transparência faltou mesmo no processo de escolha do PGR pelo presidente Jair Bolsonaro’, publicou o jornal Estadão.
“O transparente processo de escolha a partir de lista tríplice, votada, precedida de apresentação de propostas e debates dos candidatos, que ficou de lado, fez e faz falta”, escreveu o procurador em seu perfil no Twitter.
A procuradora Monique Checker, do Ministério Público Federal no Rio, não escreveu nada diretamente sobre as falas de Aras, mas retuitou uma postagem do senador Alessandro Oliveira.
As declarações de Aras se deram em transmissão ao vivo realizada pelo Grupo Prerrogativas. Na ocasião, Aras afirmou ainda que listas tríplices são ‘fraudáveis’e apontou que não podem existir ‘caixas-pretas’ no órgão.
“A meta é abrir esta instituição para que jamais se diga que esta instituição possa ter caixas-pretas. A meta é dizer: lista tríplice fraudável nunca mais, porque nós temos relatórios de perícia, um da CGU (Controladoria Geral da União), um do órgão interno e um que ainda não foi entregue pelo Ministério do Exército, que falam que eram fraudáveis. Não posso dizer fraudadas, porque o mecanismo era tão poderoso que não deixava rastros”, afirmou o PGR.
Pauta dos procuradores há mais de 20 anos, a lista tríplice vem sendo ainda mais discutida desde a escolha de Bolsonaro por Aras. O procurador foi o primeiro indicado à chefia do MPF em 16 anos que não constava na lista tríplice da PGR, formulada em votação entre procuradores.
Em maio, mais de 500 procuradores da República de todo País assinaram manifesto pedindo a inclusão, no texto constitucional, da regra de que o chefe do MPF deve ser escolhido com base em lista tríplice escolhida pelos membros da instituição, como acontece nos Ministérios Públicos de todas as unidades da federação.
O documento que defende ainda a independência do Ministério Público Federal foi divulgado em meio a elogios de Bolsonaro ao PGR. Desde que assumiu o comando do Ministério Público Federal em setembro de 2019, Aras vem tomando uma série de medidas que atendem aos interesses do presidente.
https://es360.com.br/procurador-diz-que-faltou-foi-transparencia-de-bolsonaro-na-escolha-de-aras-na-pgr/





Moro rebate críticas feitas por Augusto Aras contra a Lava Jato
No Twitter o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública publicou, nesta quarta-feira, 29, que “desconhece segredos ilícitos no âmbito da Lava Jato”

29/07/20 16:13





Sergio Moro | Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
Equipe Focus
focus@focus.jor.br
Sérgio Moro reagiu às críticas do procurador-geral da República, Augusto Aras, à operação Lava Jato. “Agora é a hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure”, disse Aras na terça-feira, 28, em um debate virtual. No Twitter o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública publicou, nesta quarta-feira, 29, que “desconhece segredos ilícitos no âmbito da Lava Jato”.
“Ao contrário, a Operação sempre foi transparente e teve suas decisões confirmadas pelos tribunais de segunda instância e também pelas Cortes superiores, como STJ e STF”, disse Moro.
“Criticar a Operação Lava Jato é ignorar que ela foi uma obra coletiva, envolvendo todas as instâncias, inclusive STF”, complementou.
https://www.focus.jor.br/moro-rebate-criticas-feitas-por-augusto-aras-contra-a-lava-jato/





Toffoli defende que juiz só possa ser candidato 8 anos após deixar cargo






16.mar.2020 - Toffoli defendeu que juízes e membros do MP só possam se candidatar a cargos políticos 8 anos após deixarem a magistratura Imagem: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
29/07/2020 13h37

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, defendeu que juízes e membros do Ministério Público só possam se candidatar a cargos políticos oito anos após deixarem a magistratura.

A imposição do prazo teria que ser aprovada pelo Congresso Nacional.

"Eles tinham que colocar na Lei de Inelegibilidades a inelegibilidade de magistrados e membros do Ministério Público por pelo menos 8 anos", disse Toffoli.

"Porque assim se evitaria de utilização da magistratura e do poder imparcial do juiz para fazer demagogia, aparecer para a opinião pública e depois se fazer candidato. Quem quer ser candidato tem que deixar a magistratura, tem que deixar o Ministério Público, e há de haver um período de inelegibilidade sim", afirmou o ministro.

O presidente do STF fez as afirmações durante sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), quando era julgada a proibição a um juiz do Maranhão para participar de debates na internet com políticos do estado.

O ministro afirmou que o caso em julgamento seria representativo.

"Esse caso é paradigmático, porque a imprensa começa a incensar determinado magistrado e ele já se vê candidato a presidente da República, sem nem conhecer o Brasil, sem nem conhecer seu estado, sem ter ideia do que é a vida pública", disse Toffoli.

Toffoli não citou nenhum caso específico ao defender o prazo de inelegibilidade para magistrados.

O nome do ex-juiz Sergio Moro costuma ser lembrado como possível candidato à Presidência da República em 2022. Moro comandou a Lava Jato em Curitiba e deixou o Judiciário para ser ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro (sem partido).

No Congresso já há projeto em tramitação que busca impor uma quarentena para que juízes e membros do Ministério Público possam se candidatar a cargos eletivos.

Na sessão de hoje, o CNJ confirmou a decisão liminar (provisória) do corregedor Humberto Martins e manteve a proibição ao juiz Douglas de Melo Martins para participar de lives que possam ter conotação político-partidária.

O juiz maranhense ganhou notoriedade ao determinar o lockdown (bloqueio total) na Região Metropolitana de São Luís.
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/07/29/toffoli-defende-que-juiz-so-possa-ser-candidato-8-anos-apos-deixar-cargo.htm






Maia diz que Câmara pode votar ‘quarentena’ para entrada de juiz na política
Restrição também valeria para MP
Tema era debatido antes da covid-19





O deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, em entrevista a jornalistasSérgio Lima/Poder360
CAIO SPECHOTO
29.jul.2020 (quarta-feira) - 16h51
   
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na tarde desta 4ª feira (29.jul.2020) que é favorável à criação de uma “quarentena” para impedir que integrantes do Judiciário e do Ministério Público saiam dessas posições direto para cargos políticos.
Mais cedo, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Dias Toffoli, afirmou que seria bom o Legislativo aprovar 1 prazo de 8 anos para que egressos da Justiça e do MP possam disputar eleições. Seria uma forma de evitar o uso do posto para se promover politicamente.
Parte inferior do formulário
Maia disse que concorda com Toffoli, mas não falou qual prazo acharia o ideal. “O Parlamento deve ouvir a proposta do presidente Toffoli e decidir pelos 8 anos, por 6 anos, por 4 anos. Aí é uma decisão do plenário”, declarou Rodrigo Maia.
Na última eleição chegou ao poder, por exemplo, o juiz Wilson Witzel (PSC). Hoje ele é governador do Rio de Janeiro. Foi eleito com forte discurso anticorrupção.
Sergio Moro, ex-responsável pela Lava Jato em Curitiba, é apontado como potencial candidato à Presidência da República em 2022. Ele deixou o Judiciário para ser ministro de Jair Bolsonaro. Moro é uma figura impopular no Legislativo.
“O presidente Toffoli conhece a engrenagem do Poder Judiciário muito melhor do que eu. Então, certamente, sabe o impacto e propôs 8 anos, é 1 prazo longo”, afirmou o deputado.
“Eu acho que o presidente Toffoli está correto, já existem projetos tramitando na casa e acho que essa matéria está sendo amadurecida e está muito perto de chegar a 1 entendimento de que as carreiras não podem ser usadas como trampolim”, disse o presidente da Câmara.
Rodrigo Maia disse que há propostas nesse sentido tramitando na Casa, e que a ideia estava no radar no início do ano. “Muita gente queria botar no 1º trimestre, mas, com a pandemia, acabou atrasando”, afirmou o deputado.
O tema, disse, deve ser analisado nos próximos meses. “Com a posição do presidente do STF refaz a pauta e ajuda a refletir sobre de fato a urgência dessa matéria”, disse Maia. Ele afirmou que a matéria pode estar “madura” para 2022.
CAIO SPECHOTO
REPÓRTER

https://www.poder360.com.br/congresso/maia-diz-que-camara-pode-votar-quarentena-para-entrada-de-juiz-na-politica/







Medo de Sérgio Moro levou Centrão a apoiar Bolsonaro





Ministro da Justiça Sergio Moro em foto de 23 de novembro de 2018 no Rio de Janeiro - AFP/Arquivos
20/07/20 - 12h00 - Atualizado em 20/07/20 - 12h48
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O presidente Jair Bolsonaro adotou uma série de medidas contraditórias com a bandeira do combate à corrupção, construindo o que integrantes do Centrão chamam de “ambientes de garantia” para coibir investigações incômodas aos aliados. Embora não ocupe o espaço que tinha no passado, quando comandava os principais ministérios, o bloco formado por políticos de partidos alvejados pela Lava Jato vê nas ações do presidente o atrativo para se opor a seu impeachment, uma ameaça permanente em um governo que vive em crise.
Mais do que o conhecido apetite por cargos e verbas de emendas ao Orçamento, o interesse do Centrão se volta agora para a sobrevivência política, destaca o Estadão. Sem um candidato de peso para chamar de seu no campo da direita ou mesmo da centro-direita, o grupo teme que um eventual afastamento de Bolsonaro fortaleça a eleição do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro ao Palácio do Planalto, em 2022. Quando era juiz da Lava Jato, Moro foi algoz de vários dirigentes do Centrão.
Embora Moro diga que não entrará na disputa, seus movimentos são interpretados no Planalto e no Congresso como os de um político em campanha. Diante dessa perspectiva e enquanto não encontra outra alternativa, o Centrão mantém o apoio a Bolsonaro, embora o grupo tenha dado dor de cabeça ao governo em recentes votações no plenário da Câmara, nas quais o Planalto foi derrotado.
Uma das principais medidas do presidente que o aproximaram do Centrão foi tirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das mãos de Moro e transferi-lo para o Banco Central, um órgão técnico. Além disso, Bolsonaro sancionou a Lei de Abuso de Autoridade – com punição para agentes públicos, incluindo juízes e procuradores – e a que prevê a criação do juiz de garantias. Políticos às voltas com tribunais fizeram de tudo para aprovar esse projeto, que divide a análise de processos criminais entre dois juízes.
Na outra ponta, Bolsonaro rompeu uma tradição iniciada em 2003, quando ignorou a lista tríplice formada após votação no Ministério Público e escolheu Augusto Aras para comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR). De perfil conservador, alinhado ao governo e em guerra com a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, Aras tem protagonizado a mais nova polêmica que reacende a discussão sobre o combate a desvios: quer centralizar em Brasília o comando das forças-tarefa que investigam corrupção.
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Prisão
Com o argumento de que as atenções do Planalto, neste segundo semestre, estão voltadas para a aprovação de reformas, como a tributária, Bolsonaro também não abraçou a proposta de uma emenda constitucional para resgatar a prisão após condenação em 2.ª instância, uma bandeira da Lava Jato, cujo debate deve ser retomado na Câmara em agosto.
Moro deixou o Ministério da Justiça e Segurança em abril, após abandonar 22 anos de magistratura e ter sucessivos embates com Bolsonaro. Ao sair da equipe acusando o presidente de interferir na PF para proteger filhos e amigos de investigações, o ex-juiz da Lava Jato também considerou que ele havia aposentado o mote anticorrupção. “Essas ações do presidente da República representam um enfraquecimento dos órgãos de controle e a fragilização do Estado de Direito”, disse Moro ao Estadão.
Em novembro de 2018, após ser eleito presidente, Bolsonaro se valeu da imagem de Moro para passar a mensagem de que o ex-juiz teria autonomia no enfrentamento de irregularidades. “Parabéns à Lava Jato. O recado que eu estou dando a vocês é a própria presença do Moro no Ministério da Justiça, com todos os meios, inclusive o Coaf, para combater a corrupção. É integralmente dele o ministério. Sequer influência minha existe em qualquer cargo lá. O compromisso que eu tive com ele é carta branca para o combate à corrupção”, afirmou Bolsonaro.
Desde então, no entanto, o discurso foi um e a prática, outra. Em um dos episódios mais emblemáticos, o Planalto fez acordo com o Centrão para tirar o Coaf de Moro. Na época da votação na Câmara, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do Centrão, defendeu a medida. “O Coaf é órgão de Estado. É absolutamente inapropriado você querer dizer que, se não funcionar debaixo do poder do ministro Moro, ele não vai funcionar. Isso não existe”, disse ele.
Com papel-chave nas investigações de lavagem de dinheiro, o Coaf ganhou projeção nacional após o Estadão revelar que o colegiado havia identificado movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Questionado sobre por que o Centrão decidiu apoiar Bolsonaro, Lira respondeu que foi o presidente quem encontrou no grupo a melhor maneira de dialogar com o Congresso. “Os partidos que formam o Centro sempre atuaram para o equilíbrio e a governabilidade”, afirmou ele ao Estadão.
Sintonia
O vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), observou, por sua vez, que a política econômica do governo está em sintonia com a do partido. “Logo, não há por que não apoiar uma política que pode proporcionar reformas estruturantes e melhorar o ambiente de negócios para a geração de empregos”, resumiu. “Os poderes são independentes, mas devem ser harmônicos”.
Por ter hoje muito menos poder do que já tiveram, integrantes do Centrão dizem, com ironia, que deveriam ser chamados de “Centrinho”. Em governos passados, o Centrão ocupava ministérios com os maiores orçamentos da Esplanada, como Minas e Energia, Cidades, Saúde e Educação. Hoje o bloco tem um único – o das Comunicações, dado ao PSD de Gilberto Kassab, que tem só 16 dos 35 parlamentares alinhados a Bolsonaro.
Pragmáticos, dirigentes do grupo admitem que cargos nos grotões os ajudam a garantir novos mandatos, mas dizem não ter sido esse o imã que os levou a Bolsonaro. Mesmo porque seus indicados atuam sob vigilância dos militares e da ala ideológica do governo. “Nós temos uma identificação muito grande com o que o presidente defende para o Brasil”, afirma o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI).
Procurado, Bolsonaro informou que não comentaria o assunto. O Coaf disse, por meio de sua assessoria, que atua “de forma autônoma e técnica”. A PGR observou que a escolha de Aras seguiu a Constituição. “Listas tríplices anteriores eram elaboradas a partir de um sistema de votação passível de fraude, porque não auditável, conforme auditoria realizada pela CGU (Controladoria-Geral da União) e pela Sppea (Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise)”, informou a Procuradoria. A Polícia Federal não se manifestou.
Estadão procurou o Ministério da Justiça na última sexta-feira para que se posicione sobre as críticas de que o governo abandonou a bandeira de combate à corrupção, mas a assessoria da pasta informou que o ministro André Mendonça não iria se manifestar sobre o assunto.
Mendonça substituiu Sérgio Moro na Justiça e é um dos nomes cotados para ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro, que já defendeu a nomeação de um evangélico – como Mendonça – para a Corte.
A reportagem encaminhou as seguintes perguntas ao Ministério, que ficaram sem resposta: “1º) Na opinião de especialistas e atores políticos, o governo está agindo para esvaziar os órgãos de fiscalização, inteligência e controle. O senhor concorda?; 2º) Quando o governo tira o Coaf do Ministério da Justiça, muda a direção-geral da PF e sanciona a Lei de Abuso de Autoridade, não está enfraquecendo esses órgãos? e 3º) O combate à corrupção é a bandeira número 1 do governo Bolsonaro?”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Veja também

https://istoe.com.br/medo-de-sergio-moro-levou-centrao-a-apoiar-bolsonaro/



04 DE JULHO DE 2020, 
09H13
Moro diz que tem medo de “revisionismo” da Lava Jato
O ex-juiz disse ainda que nunca sentiu "satisfação pessoal em qualquer ato que imponha sofrimento a alguém, mesmo que a pessoa merecesse”, em relação à prisão do ex-presidente Lula





Publicação de Sergio Moro no Instagram (Reprodução)
Por Redação
  
Ouça a matéria clicando aqui!
Em live com Fausto Macedo e Eliane Catanhêde, do jornal O Estado de S.Paulo, Sérgio Moro, ex-juiz e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, diz que tem medo de que seja feita uma revisão na operação Lava Jato, que pode ser desmantelada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.
“Não entendo essa lógica do revisionismo, como se a Lava Jato não representou algo extremamente positivo, que foi uma grande vitória contra a impunidade da grande corrupção. Quem ataca a Lava Jato hoje eu sinceramente não entendo bem onde quer chegar”, disse.
Moro criticou a proposta de Aras de acabar com forças-tarefas para investigações específicas, o que deve levar ao fim da Lava Jato.
“Elas (forças-tarefa) são uma criação brasileira absolutamente necessária para se ter uma equipe de procuradores e policiais dedicados a investigar esses crimes mais complexos”, disse Moro.
O ex-juiz disse ainda que a Lava Jato “não tem nada a esconder” e que nunca sentiu “satisfação pessoal em qualquer ato que imponha sofrimento a alguém, mesmo que a pessoa merecesse”, em relação à prisão do ex-presidente Lula.
“Da mesma maneira agora, com minha saída do governo. Eu só podia fazer aquilo. Eu vi uma interferência na polícia, fiquei na dúvida quanto ao que ia acontecer depois com a Polícia Federal e não me senti confortavel para ficar”.
Notícias relacionadas
https://revistaforum.com.br/politica/moro-diz-que-tem-medo-de-revisionismo-da-lava-jato/









Quem tem medo da Lava-jato?
Grampos mostram temor de políticos e tentativas de interferência no andamento das investigações





https://infograficos.oglobo.globo.com/brasil/quem-tem-medo-da-lava-jato.html





Quem tem medo de Sérgio Moro?
Edson Vidigal
O medo é uma maldade dos adultos que o inoculam nas crianças limitando-as desde cedo em suas iniciativas. Medo não são o receio, o cuidado, a prudência, que tem carga de responsabilidade.
quarta-feira, 5 de julho de 2017
     
Não são poucos os encrencados ou simplesmente citados em delações da lava jato que pedem aos seus advogados para que deem um jeito de tirá-los da jurisdição de Curitiba.

Melhor dizendo, de Sergio Moro, o protótipo do juiz que, nos interrogatórios, não se altera por nada, trata respeitosamente o acusado num tom de voz suave lembrando cantiga de ninar.
Consta que até antes de estar cara a cara com o temível juiz, tudo o que o Lula pedia aos seus advogados era para não ser levado para depor perante o Moro em Curitiba.
O medo de Lula de ser preso durante ou após a audiência foi tamanho que a militância petista trazida de ônibus do interior paranaense e de outros Estados, inclusive Minas, não arredou da praça próxima ao fórum, mesmo com chuva caindo.
Antes do encontro marcado com Moro, Lula chegou escoltado por alguns deputados e senadores petistas, subiu ao palanque, discursou à vontade e depois num cotejo rápido seguiu a pé para o seu compromisso.
Quem viu a postura, ora querendo dissimular o medo, ora querendo mostrar firmeza de modo a parecer verdadeiro, não tinha porque concluir que o presidente mais popular da história, mais do que o grande Getúlio, pai dos pobres e mãe dos ricos, sairia dali preso.
Hoje o Lula, denotando até um certo carinho, trata o jovem juiz Moro e a nova geração de procuradores atuantes na lava jato como "os meninos de Curitiba".
Quem parece ainda estar medrando é o PT que, por sua jovem e tarrabufada nova presidente, esbraveja que o seu partido só aceita para o Lula a absolvição absoluta, total.
Isso é medo generalizado que nem o do poeta que morria de medo não só de que chegasse a hora de entrar no avião, mas também de abrir a porta que daria para sertão da sua solidão. (Belchior, Pequeno mapa do tempo, in Coração Selvagem, 1977).
Quem quando criança não ouviu a canção sobre o lobo mau que pegava criancinha para fazer mingau? Maldade do Braguinha, nosso popular João de Barro, autor dos versos que não lhe deram só fama. Também muito dinheiro.
O medo é uma maldade dos adultos que o inoculam nas crianças limitando-as desde cedo em suas iniciativas. Medo não são o receio, o cuidado, a prudência, que tem carga de responsabilidade.
Medo é o que encurrala e manipula as sociedades contemporâneas fustigadas por extremistas da esquerda e da direita. (Ver Bauman, "Em busca da política", Zahar, SP, 2014).
O lobo mau sempre fazendo-se passar pela Chapeuzinho ao mesmo tempo sempre a fim da vovozinha deve ter mexido tanto com a cabeça de Edward Albee (1928-2016), quando criança, que já crescido, determinado a ser escritor, revelou-se um dos mais talentosos teatrólogos de sua geração nos anos 1960.
Misto de Millôr Fernandes com William Shakespeare, Albee estreou com a História do Zoológico em que duas personagens se encontram ali, entre feras, casualmente. A conversa descamba para a solidão. Quero dizer, toda e qualquer solidão.
A catarse do medo infantil do lobo mau se realizou com "Quem tem medo de Virginia Wolf?". Aquele título, de saída, chamou a atenção para a obra da escritora inglesa, até então restrita a pequenos círculos intelectuais e maldita pelas elites conservadoras.
Nessa coisa de dar títulos sem nada a ver com o texto, o Augusto Blum, meu colega de faculdade, sob inspiração do "Missa Convite", escreveu sua peça nunca encenada – "A redenção dos vuuupts ou quem tem medo de Silvia Teresa?".
Agora, na segunda instância, uma sentença do juiz Moro foi reformada – porque delação por si só não vale como prova, e isso está na lei 12.850/13, Art. 4º, Parágrafo 16, que ordena assim – "nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador". Ou seja, o delator.
Não há sentença terminativa no primeiro grau. Quem é o juiz que não sabe disso? Mas, afinal, errare humanum est...
O absolvido no segundo grau foi ninguém mais nem menos que um certo senhor Vacari, tesoureiro do PT.
__________________
*Edson Vidigal é advogado, foi presidente do STJ e do Conselho da Justiça Federal.
https://www.migalhas.com.br/depeso/261487/quem-tem-medo-de-sergio-moro





Referências





https://youtu.be/ZU1jK4ef7qU
https://noticias.uol.com.br/colunas/thais-oyama/2020/07/29/com-suas-criticas-a-lava-jato-augusto-aras-leva-a-plateia-ao-delirio.htm
https://es360.com.br/procurador-diz-que-faltou-foi-transparencia-de-bolsonaro-na-escolha-de-aras-na-pgr/
https://www.focus.jor.br/wp-content/uploads/2020/06/BB152XrR-550x332.jpg
https://www.focus.jor.br/moro-rebate-criticas-feitas-por-augusto-aras-contra-a-lava-jato/https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/cf/2020/05/06/16mar2020---o-ministro-e-presidente-do-stf-supremo-tribunal-federal-dias-toffoli-participa-de-coletiva-de-imprensa-1588814062179_v2_450x450.jpg
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/07/29/toffoli-defende-que-juiz-so-possa-ser-candidato-8-anos-apos-deixar-cargo.htm
https://cdn-istoe-ssl.akamaized.net/wp-content/uploads/sites/14/2019/12/ffcac020dd26979298a4ae8bfeaf96bdcbaf4e97.jpg
https://istoe.com.br/medo-de-sergio-moro-levou-centrao-a-apoiar-bolsonaro/
https://revistaforum.com.br/wp-content/uploads/2019/09/morobozo.jpg
https://revistaforum.com.br/politica/moro-diz-que-tem-medo-de-revisionismo-da-lava-jato/
https://d37iydjzbdkvr9.cloudfront.net/infopapelaba/psd/quem-tem-medo-da-lava-jato/info-pais-6.jpg
https://infograficos.oglobo.globo.com/brasil/quem-tem-medo-da-lava-jato.html
https://www.migalhas.com.br/depeso/261487/quem-tem-medo-de-sergio-moro
https://static.poder360.com.br/2020/05/RodrigoMaia-SalaoVerde-Entrevista-Coronavirus-Sozinho-32-868x644-1.jpg
https://www.poder360.com.br/congresso/maia-diz-que-camara-pode-votar-quarentena-para-entrada-de-juiz-na-politica/

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