quarta-feira, 8 de julho de 2020

Os deuses não jogam dados


"O coração da nova teoria da mecânica quântica, argumentou Born, bate de forma aleatória e incerta, como se sofresse de arritmia."

"The heart of the new theory of quantum mechanics, Born had argued, beats randomly and uncertainly, as though suffering from arrhythmia. "












FLAMENGO
Jogador de Jorge de Jesus testa positivo à Covid-19
08 jul, 2020 - 14:30 • Redação
[em atualização]



O Flamengo não divulgou o nome do jogador infetado. Foto: Ali Hadei/EPA

Um jogador do Flamengo, treinado por Jorge Jesus, testou positvo à Covid-19, informou o clube brasileiro, esta quarta-feira.
No Twitter, sem revelar o nome do jogador em causa, o Flamengo comunicou que o atleta "foi prontamente afastado, colocado em quarentena e substituído por outro".
De qualquer forma, o clube garantiu que "todos os 40 componentes" envolvidos na final da Taça Rio, frente ao Fluminense, marcada para a madrugada desta quinta-feira, "estão aptos a trabalhar normalmente".
(em atualização)
https://rr.sapo.pt/2020/07/08/Futebol%20Internacional/jogador_de_jorge_jesus_testa_positivo_a_covid_19/noticia/199630/?utm_source=onesignal







PALMEIRAS









 Crédito: Reprodução/Instagram





Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. CANÇÃO DO EXÍLIO Gonçalves Dias







Aposta na hidroxicloroquina
NAS ENTRELINHAS – CORREIO BRAZILIENSE
Luiz Carlos Azedo
Publicado em 8 de julho de 2020

O presidente Jair Bolsonaro testou positivo para covid-19. Sentiu-se mal no domingo, teve febre e dores musculares na segunda-feira e, ontem, ele próprio confirmou o diagnóstico. Aproveitou a oportunidade para anunciar que está se tratando com hidroxicloroquina, desde a segunda-feira. Chegou, inclusive, a divulgar um vídeo no qual toma a terceira dose e incentiva a população a recorrer ao medicamento para se tratar da doença. Com um sorriso irônico, disse que está se sentindo muito bem. O exemplo do presidente da República não deve ser subestimado, para o cidadão comum é como se sua aparente melhora fosse a prova dos nove em relação à eficiência do medicamento, que, até agora, não tem nenhuma comprovação científica. O que têm comprovação são seus efeitos colaterais.

A hidroxicloroquina é um remédio muito utilizado na Região Norte do país, por causa da malária; nas demais regiões, em tratamentos para afecções reumáticas e dermatológicas; artrite reumatoide e lúpus. Seus efeitos colaterais mais comuns são: anorexia, porfiaria, labilidade emocional, cefaleia, visão borrada, arritmia, enjoo, dor abdominal, diarreia e vômito, erupção cutânea e prurido. Deve ser utilizado com muita precaução em pacientes que estejam recebendo medicamentos antiarrítmicos, antidepressivos, antipsicóticos e alguns anti-infecciosos, devido ao aumento do risco de arritmia ventricular. Drogas antiepilépticas podem ser prejudicadas pela hidroxicloroquina.


Como um jogador compulsivo, Bolsonaro se expôs permanentemente ao risco de contaminação, desobedecendo de todas as formas as recomendações de distanciamento social, até contrair a doença. Demitiu dois ministros da Saúde e nomeou um general da ativa para o cargo, Eduardo Pazuello, por causa da não-adoção do medicamento como política de governo. Ordenou ao Exército produzir em seus laboratórios uma quantidade imensa do medicamento, com um estoque suficiente para combater a malária por 18 anos.

O Ministério da Saúde passou a distribuir o medicamento em grande escala, para tratamento precoce, recomendado por médicos que adotam esse procedimento. A maioria dos estudos científicos realizados sob patrocínio da OMS não comprovou a eficácia do medicamento, mas apontou os riscos de seus efeitos colaterais. Mesmo assim a polêmica continuou; muita gente acha que se curou graças à hidroxicloroquina, associada a outros medicamentos. Agora, a polêmica foi novamente intensificada pelo presidente da República.


Limonada

Bolsonaro defende a “imunização de rebanho”, menospreza o isolamento social, critica governadores e prefeitos que adotaram a quarentena e naturaliza as mortes por covid-19, que já comparou a uma “gripezinha”. Ontem, disse que a pandemia é como uma chuva, todo mundo vai se molhar. Estava perdendo a batalha das narrativas sobre a doença na opinião pública, com seu prestígio em baixa nas pesquisas, mas começou uma lenta recuperação de imagem graças ao auxílio emergencial de R$ 600 distribuídos à população de baixa renda, principalmente no Nordeste.

Agora, acometido da covid-19, tenta fazer do limão uma limonada, pois se iguala a todos os brasileiros que contraíram a doença, quando antes era visto como uma espécie de vilão da pandemia. Já se apresenta como pioneiro na defesa do uso de hidroxicloroquina como medicamento eficaz no tratamento precoce. É uma posta de alto risco, que depende mais de suas condições físicas e resistência ao vírus do que da eficácia do remédio. Se a hidroxicloroquina fosse realmente a solução para evitar os casos graves, não haveria tanta letalidade na pandemia e ela já teria sido adotada em todo o mundo, inclusive, nos Estados Unidos, onde seu uso foi defendido pelo presidente Donald Trump, mas não pelas autoridades médicas.

Bolsonaro pretende despachar por videoconferência na residência oficial do Palácio da Alvorada e, talvez, receba auxiliares para assinar documentos. Cancelou as viagens que faria a Bahia e Minas Gerais. No Palácio do Planalto, todos os ministros e funcionários com quem teve contato estão sob observação, mas até agora ninguém testou positivo. Ao todo, 62 pessoas estão sendo monitoradas e rastreadas. Oito governadores e alguns prefeitos já contraíram a doença; nenhum havia se exposto tanto quanto Bolsonaro.

No momento, o caso mais grave é o do prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio Netto, que está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Bolsonaro foi atendido no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, e é acompanhado pelos médicos da Presidência da República. Pelo protocolo do Ministério da Saúde, o paciente que utiliza hidroxicloroquina precisa autorizar seu médico a adotar a prescrição e correr os riscos dos efeitos colaterais por sua própria conta. Ontem, o Brasil registrou mais de 66 mil mortes por coronavírus, com 1, 643 milhão de casos. (Correio Braziliense – 08/07/2020)
https://cidadania23.org.br/2020/07/08/luiz-carlos-azedo-aposta-na-hidroxicloroquina/






O que Einstein quis dizer com "Deus não joga dados"?
DIÓGENES HENRIQUE
24 DE NOVEMBRO DE 2018 - ATUALIZADO EM 12 DE AGOSTO DE 2019









A teoria produz um bom resultado, mas dificilmente nos aproxima do segredo do Criador”, escreveu Albert Einstein em dezembro de 1926. “Estou, em todos os casos, convencido de que Ele não joga dados.”
Einstein estava respondendo a uma carta do físico alemão Max Born. O coração da nova teoria da mecânica quântica, argumentou Born, bate de forma aleatória e incerta, como se sofresse de arritmia. Ao passo que a física antes do quantum sempre havia estado por aí fazendo isso e conseguindo aquilo, a nova mecânica quântica parecia dizer que, quando fazemos isso, obtemos isso apenas como devido a uma certa probabilidade. E em algumas circunstâncias podemos conseguir aquilo.
Einstein não estava alinhado em nada com aquela nova acepção, e sua insistência ao dizer que Deus não joga dados com o Universo ecoou ao longo das décadas, tão familiar e ainda tão ilusória em seu significado como E = mc2. O que Einstein quis dizer com isso? E como Einstein concebeu Deus?

Hermann e Pauline Einstein, os pais de Albert Einstein, eram judeus asquenazim não praticantes. Apesar do secularismo de seus pais, Albert, de nove anos de idade, descobriu e abraçou o judaísmo com considerável paixão, e por um tempo ele foi um judeu atencioso e obediente. Seguindo o costume judaico, seus pais convidavam um pobre estudioso para compartilhar uma refeição com eles a cada semana, e do empobrecido estudante de medicina Max Talmud (mais tarde Talmey), o jovem e impressionável Einstein aprendeu sobre matemática e ciência. Ele consumiu todos os vinte e um volumes dos alegres livros populares sobre ciência natural de Aaron Bernstein (1880). Talmud então o conduziu na direção da Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant (1781), da qual ele migrou para a filosofia de David Hume. De Hume, foi um passo relativamente curto para o físico austríaco Ernst Mach, cuja filosofia estridentemente empirista e visionária de crença exigia uma completa rejeição da metafísica, incluindo noções de espaço e tempo absolutos e a existência de átomos.


Mas essa jornada intelectual expôs impiedosamente o conflito entre ciência e as escrituras. O agora de 12 anos de idade Einstein se rebelou. Ele desenvolveu uma profunda aversão ao dogma da religião organizada que duraria toda a sua vida, uma aversão que se estendia a todas as formas de autoritarismo, incluindo qualquer tipo de ateísmo dogmático.
Essa dieta juvenil e pesada da filosofia empirista serviria bem a Einstein quatorze anos depois. A rejeição de Mach do espaço absoluto e do tempo ajudou a moldar a teoria da relatividade especial de Einstein (incluindo a equação icônica E = mc2), que ele formulou em 1905 enquanto trabalhava como “especialista técnico, terceira classe” no Escritório de Patentes da Suíça em Berna. Dez anos depois, Einstein completaria a transformação de nossa compreensão do espaço e do tempo com a formulação de sua Teoria Geral da Relatividade, na qual a força da gravidade é substituída pelo espaço-tempo curvo. Mas, à medida que ficou mais velho (e mais sábio), ele passou a rejeitar o empirismo agressivo de Mach e declarou que “Mach era tão bom em mecânica quanto infeliz em filosofia”.


Com o tempo, Einstein desenvolveu uma posição muito mais realista. Ele preferiu aceitar o conteúdo de uma teoria científica de forma realista, como uma representação contingentemente “verdadeira” de uma realidade física objetiva. E, embora ele não quisesse fazer parte da religião, a crença em Deus que ele tinha levado com ele de seu breve flerte com o judaísmo tornou-se a base sobre a qual ele construiu sua filosofia. Quando perguntado sobre a base de sua posição realista, ele explicou: 

“Não tenho expressão melhor do que o termo ‘religioso’ para essa confiança no caráter racional da realidade e em ser acessível, pelo menos em certa medida, à razão humana”.

Mas Einstein era um deus da filosofia, não da religião. Quando perguntado muitos anos depois se ele acreditava em Deus, ele respondeu: “Eu acredito no Deus de Spinoza, que se revela na harmonia legal de tudo que existe, mas não em um Deus que se preocupa com o destino e os feitos da humanidade”. Baruch Spinoza, contemporâneo de Isaac Newton e Gottfried Leibniz, concebera Deus como idêntico à natureza. Por isso, ele foi considerado um herege perigoso e foi excomungado da comunidade judaica em Amsterdã.

O Deus de Einstein é infinitamente superior, mas impessoal e intangível, sutil, mas não malicioso. Ele também é firmemente determinista. No que diz respeito a Einstein, a “harmonia legal” de Deus é estabelecida em todo o cosmos pela adesão estrita aos princípios físicos de causa e efeito. Assim, não há lugar para o livre-arbítrio na filosofia de Einstein: “Tudo é determinado, tanto o começo como o fim, por forças sobre as quais não temos controle… Todos dançamos numa melodia misteriosa, entoada à distância por um invisível ‘jogador'”.
As teorias gerais e especiais da relatividade forneceram uma nova maneira radical de conceber o espaço e o tempo e suas interações ativas com a matéria e a energia. Essas teorias são inteiramente consistentes com a “harmonia legal” estabelecida pelo Deus de Einstein. Mas a nova teoria da mecânica quântica, que Einstein também ajudou a fundar em 1905, contava uma história diferente. A mecânica quântica é sobre interações envolvendo matéria e radiação, na escala de átomos e moléculas, contra um fundo passivo de espaço e tempo.
No início de 1926, o físico austríaco Erwin Schrödinger havia transformado radicalmente a teoria, formulando-a em termos de “funções de onda” bastante obscuras. O próprio Schrödinger preferiu interpretá-las realisticamente, como descritivo de “ondas de matéria”. Mas um consenso estava crescendo, fortemente promovido pelo físico dinamarquês Niels Bohr e pelo físico alemão Werner Heisenberg, de que a nova representação quântica não deveria ser tomada de forma muito literal.
Em essência, Bohr e Heisenberg argumentaram que a ciência havia finalmente alcançado os problemas conceituais envolvidos na descrição da realidade que os filósofos haviam advertido durante séculos. Bohr é citado dizendo: “Não há mundo quântico. Existe apenas uma descrição física quântica abstrata. É errado pensar que a tarefa da física é descobrir como a natureza é. A física diz respeito ao que podemos dizer sobre a natureza”. Essa declaração vagamente positivista foi repetida por Heisenberg: “Temos que lembrar que o que observamos não é a natureza em si, mas a natureza exposta ao nosso método de questionamento”. A ‘interpretação de Copenhague’ deles, amplamente antirrealista — negar que a função de onda representa o estado físico real de um sistema quântico —, rapidamente se tornou o modo dominante de se pensar a mecânica quântica. Variações mais recentes de tais interpretações antirrealistas sugerem que a função de onda é simplesmente uma maneira de ‘codificar’ nossa experiência, ou nossas crenças subjetivas derivadas de nossa experiência da física, permitindo-nos usar o que aprendemos no passado para prever o futuro.


Mas isso era totalmente inconsistente com a filosofia de Einstein. Einstein não pôde aceitar uma interpretação em que o objeto principal da representação — a função de onda — não é “real”. Ele não podia aceitar que seu Deus permitiria que a “harmonia legal” se desenrolasse tão completamente em escala atômica, trazendo indeterminismo e incerteza sem lei, com efeitos que não podem ser previstos de forma completa e inequívoca por suas causas.


O palco estava, assim, montado para um dos mais notáveis debates em toda a história da ciência, pois Bohr e Einstein entraram em confronto direto sobre a interpretação da mecânica quântica. Foi um choque de duas filosofias, dois conjuntos conflitantes de preconceitos metafísicos sobre a natureza da realidade e o que poderíamos esperar de uma representação científica disso. O debate começou em 1927 e, embora os protagonistas não estejam mais conosco, o debate ainda está muito vivo.
E segue não resolvido.
Eu não acho que Einstein tenha ficado particularmente surpreso com isso. Em fevereiro de 1954, apenas 14 meses antes de morrer, ele escreveu em uma carta ao físico americano David Bohm: “Se Deus criou o mundo, sua principal preocupação certamente não era facilitar o entendimento para nós”.
*Jim Baggott, um popular e premiado escritor britânico, com mais de 25 anos de experiência escrevendo sobre tópicos de ciência, filosofia e história (o livro mais recente de Baggott é “Quantum Space: Loop Quantum Gravity and the Search for the Structure of Space, Time, and the Universe”, publicado este ano e ainda sem versão em português), nos escreve, no site Aeon, sobre a famosa frase de Albert Einstein “Deus não joga dados”. O que será que Einstein quis dizer e qual era o contexto dessa famosa citação? Entenda na tradução do texto de Baggott abaixo.
Imagem de capa: os prêmios Nobel Albert Einstein e Niels Bohr ao participarem da conferência da Solvay em 1930, em Bruxelas, Bélgica. Crédito da foto: Danish Film Photo. Foto de Paul Ehrenfest (Via Nobel Prize).

https://socientifica.com.br/o-que-einstein-quis-dizer-com-deus-nao-joga-dados/ 


What Einstein meant by ‘God does not play dice’
SEPTEMBER 30, 2019 | FROM AEON MAGAZINE

The theory produces a good deal but hardly brings us closer to the secret of the Old One,’ wrote Albert Einstein in December 1926. ‘I am at all events convinced that He does not play dice.’
Einstein was responding to a letter from the German physicist Max Born. The heart of the new theory of quantum mechanics, Born had argued, beats randomly and uncertainly, as though suffering from arrhythmia. Whereas physics before the quantum had always been about doing this and getting that, the new quantum mechanics appeared to say that when we do this, we get that only with a certain probability. And in some circumstances we might get the other.
Published by Aeon Magazine 21 November 2018. Read the article here.
http://www.jimbaggott.com/articles/what-einstein-meant-by-god-does-not-play-dice/




Origem da expressão “espírito de porco”


Usada para caracterizar alguém malicioso ou que só atrapalha, a expressão “espírito de porco” surgiu dos livros do Antigo Testamento, onde os porcos possuíam a fama de que são impuros e demoníacos. Um outro exemplo é a história do Evangelho de São Marcos no Novo Testamento, que conta que, para salvar um grupo de humanos que haviam sido possuídos por espíritos ruins, Jesus os transferiu para uma vara de porcos que estavam passando pelo local.
https://www.gramatica.net.br/origem-das-palavras/origem-da-expressao-espirito-de-porco/

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