“Pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa
falar dele livremente, como me convém falar.”
Paulo (Efésios, 6:20)
Observamos nesta passagem o apóstolo dos
gentios numa afirmativa que parece contraditória, à primeira vista.
Paulo alega a condição de emissário em
cadeias e, simultaneamente, declara que isto ocorre para que possa servir ao
Evangelho, livremente, quanto convinha.
O grande trabalhador dirigia-se aos
companheiros de Éfeso, referindo-se à sua angustiosa situação de prisioneiro
das autoridades romanas; entretanto, por isto mesmo, em vista
do difícil testemunho, trazia o espírito mais livre para o
serviço que lhe competia realizar.
O quadro é significativo para quantos
pretendem a independência econômico-financeira ou demasiada liberdade no
mundo, a fim de exemplificarem os ensinamentos evangélicos.
Há muita gente que declara aguardar
os dias da abundância material e as facilidades terrestres para atenderem ao
idealismo cristão. Isto, contudo, é contra senso. O serviço de
Jesus se destina a todo lugar.
Paulo, entre cadeias, se sentia mais
livre na pregação da verdade.
Naturalmente, nem todos os discípulos
estarão atravessando esses montes culminantes do testemunho. Todos, porém,
sem distinção, trazem consigo as santas algemas das obrigações diárias no
lar, no trabalho comum, na rotina das horas, no centro da sociedade e da
família.
Ninguém, portanto, tente quebrar as
cadeias em que se encontra, na mentirosa suposição de que se candidatará a
melhor posto nas oficinas do Cristo.
Somente o dever bem cumprido nos confere
acesso à legítima liberdade.53 Em cadeias Emmanuel Pão Nosso FEB COLEÇÃO FONTE VIVA 1950 30ª
edição - 4ª impressão - 8/2017
A indulgência
16. Espíritas, queremos falar-vos
hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar
para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso. A indulgência não vê os
defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário,
oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se a
malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa
plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a
evidenciam com pérfida intenção. A indulgência jamais se ocupa com os maus atos
de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem
o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes,
não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados.
Quando criticais, que consequência se há de tirar das vossas palavras? A de que
não tereis feito o que reprovais, visto que estais a censurar; que valeis mais
do que o culpado. Ó homens! quando será que julgareis os vossos próprios
corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos
ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre
vós mesmos? Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros.
Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos
íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas
que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os
atos. Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! tereis,
quiçá, cometido faltas mais graves. Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a
indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e
irrita. – José, Espírito protetor. (Bordeaux, 1863.)
OS QUE
SÃO MISERICORDIOSOS O EVANGELHO Segundo o Espiritismo ALLAN KARDEC FEDERAÇÃO
ESPÍRITA BRASILEIRA Rio - Brasil 1944 Tradução de Guillon Ribeiro da 3ª
edição francesa revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866
Confie no seu poder de ação.
A sua alma cresce toda vez que
você cresce nos pensamentos.
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