COAF (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras) no Ministério da Economia
Seguidores de ex-presidentes da
República e atual unidos contra COAF no Ministério da Justiça
Senado conclui votação de MP que reestrutura
Esplanada com Coaf na Economia
Concluída a tramitação, o Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sai das mãos do ministro
Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e volta para o Ministério da
Economia, de Paulo Guedes
Sergio Moro (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Por George Marques
Após intenso bate-boca e apelos por parte do
presidente Jair Bolsonaro (PSL), o Senado aprovou na noite desta terça-feira
(28) o texto base da Medida Provisória que define a estrutura do governo. Em
votação simbólica os congressistas aprovaram o texto vindo da Câmara, que tirou
o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do guarda-chuva do
Ministério da Justiça, comandado por Sérgio Moro.
O governo teve dificuldade para conter
senadores do próprio PSL, que queriam mudar o texto para atender à
reivindicação de Moro, que considera o Coaf estratégico no combate à corrupção.
Se a medida sofresse mudanças, porém, precisaria voltar à Câmara, pondo em
risco o prazo de validade, em 3 de junho.
Em uma carta enviada ao Senado, Jair
Bolsonaro pediu que fosse aprovado exatamente o texto que saiu da Câmara. O
Planalto temia que caso o Senado alterasse algum ponto da MP a Câmara teria
pouco tempo para apreciar o novo texto.
Governo bate-cabeça
No entanto, a incoerência do governo
incomodou senadores no Congresso.
O líder da Oposição no Senado,
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a maioria dos senadores estava
pressionada pelas manifestações de domingo a votarem pela manutenção do Coaf
subordinado à pasta da Justiça e não à da Economia.
Veja também: Paulo Pimenta
entra no MP contra realizadores do desfile de crianças para adoção em Cuiabá
“E hoje o presidente escreve uma carta
dizendo o contrário de tudo que as ruas pediram no fim de semana”, rebateu. “Se
o governo é confuso que ele arque com suas trapalhadas”, disse.
“Eu nunca vi em tanto pouco tempo de
governo tanta coisa estranha e desorganizada”, criticou o líder do PT no
Senado, Humberto Costa. Para o congressista o governo deu um tiro no pé com as
manifestações de domingo. “Criou-se uma maioria pressionada pelas ruas e não
houve tempo de voltar atrás em virtude das mensagens trocadas do presidente”,
afirmou.
As manifestações contra o fato de a
Câmara ter transferido o Coaf para a Economia foram incentivadas pelo próprio
presidente Jair Bolsonaro.
No plenário, o senador Reguffe (Sem
partido-DF) disse que o vai e vem do presidente “pode ter tido algum acordo
esquisito por baixo dos panos”.
Concluída a tramitação, o Coaf sai das
mãos do ministro Sérgio Moro e volta em definitivo para o Ministério da Economia,
de Paulo Guedes.
Saiba quais foram os senadores que registraram
voto a favor do Coaf com Moro
Senadores pediram que nomes fossem
lidos
Grupo pró-Ministério da Justiça com o Coaf
pediu para que seus nomes fossem lidos um a um
Sérgio Lima/Poder360 - 28.mai.2019
PALOMA RODRIGUES
28.maio.2019 (terça-feira) - 22h21
atualizado: 29.maio.2019 (quarta-feira) - 7h14
28.maio.2019 (terça-feira) - 22h21
atualizado: 29.maio.2019 (quarta-feira) - 7h14
O Senado aprovou nesta 3ª feira
(28.mai.2019) a medida provisória da reforma administrativa. Mas o Coaf foi
mantido no Ministério da Economia e não no da Justiça, como queria Sergio Moro.
A votação foi feita simbolicamente, ou
seja, sem registro do voto dos senadores. Contudo, o grupo pró-Ministério
da Justiça com o Coaf pediu para que seus nomes fossem lidos um a um como
uma maneira de protesto contra o governo Bolsonaro que pediu para seus aliados
não votarem a favor do Coaf com Moro, porque isso atrasaria a sanção da MP.
A MP da reforma administrativa perde
validade em 3 de junho. Se fosse alterada no Senado, precisaria passar por novo
crivo da Câmara.
Eis a lista de senadores que votaram
pelo Coaf com Moro:
Autores
PALOMA RODRIGUES
Senado aprova MP que reestrutura ministérios;
texto segue para sanção
Da Redação | 28/05/2019, 23h02
Roque de Sá/Agência Senado
Saiba mais
Davi Alcolumbre lê carta de
Bolsonaro pedindo aprovação da MP 870 como saiu da Câmara
Carta com mais de 250 mil
assinaturas pede manutenção do Coaf com Ministério da Justiça
Proposições legislativas
MPV 870/2019
O Plenário do Senado aprovou, nesta
terça-feira (28), por 70 votos a favor e 4 contrários, o texto-base da Medida Provisória 870/2019, que reorganizou
a administração do governo federal com a aglutinação de ministérios e a mudança
de algumas de suas atribuições. Foi mantida a alteração feita na Câmara dos
Deputados, que transferiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública para a pasta da Economia. O
texto aprovado foi o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 10/2019, do senador
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), proveniente da MP. A matéria segue para
sanção presidencial.
Atribuições
A primeira MP editada pelo governo do
presidente da República, Jair Bolsonaro, reduziu de 29 para 22 o número de
ministérios e redistribuiu atribuições. Quatro pastas têm status ministerial,
vinculadas à Presidência da República (Casa Civil, Secretaria de Governo,
Secretaria-Geral e Gabinete de Segurança Institucional), além da
Advocacia-Geral da União (AGU) e da presidência do Banco Central.
,
Entre as novas competências dadas pela
medida provisória ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República estão a de planejar, coordenar e supervisionar a gestão de incidentes
computacionais, a proteção de dados, o credenciamento de segurança e o
tratamento de informações sigilosas.
Já quanto à Controladoria-Geral da
União (CGU), a novidade em relação à legislação atual é que a auditoria do
órgão ficará a cargo da Secretaria de Controle Interno da Secretaria-Geral da
Presidência da República.
Foi alterada ainda a redação da
atribuição dada pela MP à Secretaria de Governo da Presidência da República. Em
vez de supervisionar, coordenar, monitorar e acompanhar as atividades e as
ações dos organismos internacionais e das organização não-governamentais (ONGs)
no território nacional, o órgão deverá, segundo o texto, "coordenar a
interlocução” do governo federal com essas organizações e acompanhar as ações e
os resultados da política de parcerias com elas, promovendo “boas práticas para
efetivação da legislação aplicável”.
Economia
Além do Coaf, o Ministério da Economia
assumiu ainda as atribuições dos ministérios da Fazenda, do Planejamento e do
Trabalho, que foram extintos. Incorporou também as atividades da Previdência
Social, que já estavam no antigo Ministério da Fazenda desde o governo Temer.
Conforme o Projeto de Lei de
Conversão, retorna para a pasta econômica as competências sobre registro
sindical, política de imigração laboral e cooperativismo e associativismo
urbano. Por outro lado, o Ministério da Economia perde para o Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações a atribuição de definir políticas
de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços.
Índios
Foi mantido o novo Ministério do
Desenvolvimento Regional, criado pela MP para aglutinar as pastas das Cidades e
da Integração Nacional, extintas por Bolsonaro. O Conselho Nacional de Política
Indigenista foi devolvida ao Ministério da Justiça. Antes havia sido
transferido ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
A Fundação Nacional do Índio (Funai)
também foi devolvida ao Ministério da Justiça, com a competência de demarcar
terras indígenas e quilombolas, atribuição que havia sido transferida ao
Ministério da Agricultura.
Política ambiental
O Ministério do Meio Ambiente (MMA)
perde para o Ministério da Agricultura a atribuição de gestão, em âmbito
federal, do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), criado pela Lei 11.284 de
2006.
O relatório de Fernando Bezerra
direciona para o Ministério do Desenvolvimento Regional a Agência Nacional de
Águas (ANA), antes vinculada ao Meio Ambiente; o Conselho Nacional de Recursos
Hídricos (CNRH) e a atribuição de definir a política para o setor. Em razão
disso, ficará com esse ministério a parcela de compensação pelo uso de recursos
hídricos devida pelas hidrelétricas, que antes cabia ao MMA.
O texto ainda faz referência às
políticas e programas ambientais para a Amazônia, e não mais à Amazônia Legal,
que engloba também os estados do Mato Grosso, Tocantins e metade do Maranhão
(até o meridiano de 44º), segundo define a Lei 1.806, de 1953. Contudo,
continua na estrutura do Ministério do Meio Ambiente o Conselho Nacional da
Amazônia Legal.
O Projeto de Lei de Conversão devolve
à pasta a atribuição de realizar o zoneamento ecológico econômico.
Agricultura
A MP 870 especifica, entre as
atribuições do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a de
controle de resíduos e contaminantes em alimentos.
Entretanto, o Ministério da Saúde também continua com a atribuição de vigilância em relação aos alimentos, exercida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Entretanto, o Ministério da Saúde também continua com a atribuição de vigilância em relação aos alimentos, exercida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ciência e Tecnologia
A gestão do Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) fica a cargo da Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep).
Os recursos do fundo, composto por 16
fundos setoriais ligados a áreas como petróleo, energia, saúde e biotecnologia,
são utilizados para financiar a inovação em duas modalidades: empréstimos para
empresas que querem pesquisar ou para o financiamento a fundo perdido para
projetos inovadores de universidades ou institutos de pesquisa. Seu orçamento
em 2017 foi de cerca de R$ 2,6 bilhões, representando cerca de 30% do orçamento
do ministério.
Destaques
Foram rejeitados pelo Plenário do
Senado os destaques apresentados pelos senadores Alvaro Dias (Pode-PR),
Telmário Mota (Pros-RR) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para transferir o Coaf
ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Os parlamentares defendiam a
medida como um instrumento permanente de combate à corrupção no país.
— As alterações nesse projeto original
foram aceitas pelo presidente Jair Bolsonaro, cabe ao nosso destaque acompanhar
o sentimento da população para permitir as apurações necessárias — explicou
Telmário.
Debate
Os senadores repercutiram nas
discussões de Plenário a guinada do governo federal, expressa por meio de carta
enviada por Jair Bolsonaro para que a Casa aprovasse o texto enviado com
alterações pela Câmara dos Deputados, abrindo mão da transferência do Coaf para
o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. A carta, lida pelo presidente
do Senado, Davi Alcolumbre, na abertura da ordem do dia, foi assinada por
Bolsonaro e por seus ministros Sergio Moro, da Justiça, Paulo Guedes, da
Economia, e Onyx Lorenzoni, da Casa Civil.
Os senadores Reguffe (sem partido-DF)
e Fabiano Contarato (Rede-ES) defenderam manutenção do Coaf para agilizar as
investigações sobre sonegação, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, entre
outras movimentações irregulares. Também para os senadores Omar Aziz (PSD–AM) e
Eduardo Girão (Pode-CE) haveria tempo para que a parte sobre o Coaf fosse
restaurada à MP no Senado e votada novamente na Câmara conforme foi editada
pelo governo.
Críticas
Aziz, que é o líder do PSD, criticou
Bolsonaro pela carta enviada ao Senado. Para o senador, a mesma carta poderia
ser encaminhada ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pedindo uma nova votação
da MP após a decisão dos senadores de manter o Coaf no âmbito do Ministério da
Justiça.
— Por que uma matéria tão importante
dessa não pode ser discutida depois da Casa Revisora? Porque não há boa
vontade. Eu sou a favor da reforma administrativa. Deixem-me explicar (...): a
‘política nova’ está defendendo que o Coaf fique neste momento no Ministério da
Economia; e nós da ‘política velha’, que somos assacados todos os dias quando
vão à imprensa e nos esculhambam, nós queremos que ele fique com o Moro. Essa é
a diferença aqui — afirmou Aziz, lembrando que haveria ainda quase uma semana
para votar a MP.
Os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO), Alessandro
Vieira (Cidadania-SE) e Soraya Thronicke (PSL-MS) atribuíram à Câmara a
confusão causada em torno do Coaf, em razão da demora para deliberar a matéria
— foram mais de 100 dias até a MP chegar ao Senado.
Já o senador Otto Alencar (PSD-BA) não
acolheu os argumentos do governo. Para ele, a decisão não pode se sustentar na
falta de tempo para votar a MP.
— Quero perguntar se nós podemos fazer
essa tomada de posição, hoje, de aceitar a carta. A carta que o Moro assinou
pela manhã — e está em Portugal agora — e mandou uma declaração dizendo que
assinou por paciência. O ministro Moro errou muito! Ele defendeu isso muito
tempo. Mudar de opinião em cima da hora não nos convence de maneira nenhuma —
afirmou o senador Otto Alencar (PSD-BA).
Ele também criticou o discurso do
presidente Jair Bolsonaro de que seu objetivo é o de combater a corrupção.
— Ele disse que as manifestações foram
para combater a política velha. Qual é a política velha? É a política do
Ministro do Turismo, que está no laranjal e não é demitido? É essa que é a
política velha, que está nos pés do Presidente da República, para atacar o
Congresso Nacional com a bandeira da moralidade, e a imoralidade dentro do
Palácio do Planalto, no Ministério do Turismo? — continuou Otto.
Diálogo
Já líder do PSL, senador Major
Olímpio (SP), elogiou a disposição da oposição para o diálogo, abrindo mão de
obstruir a matéria, defendeu a aprovação do texto proveniente da Câmara, nos
termos da carta enviada por Bolsonaro e assinada pelos ministros.
— O que vai se consolidar, se o Senado
entender por bem, será a estrutura administrativa proposta pelo presidente.
Alterou o Coaf, que era o meu desejo pessoal, da esmagadora maioria da
população brasileira e — tenho certeza — da maioria dos senadores, mas o
próprio ministro Sergio Moro já disse que, em nome de algo maior que é a
consolidação da estrutura administrativa do Estado brasileiro, ele, Sergio
Moro, está pedindo, não só como signatário da carta (...), exatamente que não
seja a questão do Coaf algo que vá impedir a consolidação da estrutura
administrativa do governo.
O líder do governo e relator da MP
870, Fernando Bezerra, afirmou que a mudança de posição do presidente da
República sinaliza a disposição para o diálogo.
— A carta não é uma rendição. A carta
é a mão estendida ao diálogo político e o respeito às instituições. Todos aqui,
nas suas manifestações, reconhecem o direito de o presidente de governar com a
estrutura que julgar melhor. Meu relatório introduziu 17 aprimoramentos na
medida provisória. Parte desses aprimoramentos sugeridos pelo próprio governo,
que avaliou e identificou necessidades de mudança, e parte sugerida pelo
próprio Congresso Nacional. Lembro aqui apenas os pontos mais importantes: a
questão das ONGs; a questão da Funai vinculada ao Ministério da Justiça; a
recriação do Concea; e o registro sindical vinculado ao Ministério da Economia
— afirmou.
Fernando Bezerra disse ainda que todas
as mudanças apresentadas por ele no relatório foram de pleno conhecimento do
governo.
— O presidente, através da carta,
decide alocar o Coaf no Ministério da Economia. Equivocam-se os que buscam
lembrar, nesse gesto, a carta de Jânio. O presidente tem compromisso com a
democracia. O presidente Bolsonaro está animado e determinado a aprovar a sua
agenda de reformas, que irá tirar o país da mais grave crise econômica que já
enfrentamos — disse o senador.
Agência Senado (Reprodução autorizada
mediante citação da Agência Senado)
Referências
https://www.revistaforum.com.br/wp-content/uploads/2019/04/moro-e1554249709480.jpg
https://www.revistaforum.com.br/senado-conclui-votacao-de-mp-que-reestrutura-esplanada-com-coaf-na-economia/
https://static.poder360.com.br/2019/05/photo_2019-05-28_21-47-41-868x644.jpg
https://www.poder360.com.br/congresso/saiba-quais-foram-os-senadores-que-registraram-voto-a-favor-do-coaf-com-moro/
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/05/28/senado-aprova-mp-que-reestrutura-ministerios-texto-segue-para-sancao/20190528_05286s.jpg/@@images/image/imagem_materia
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/resolveuid/f7a542f4-2d3c-46a5-bde5-a811d0dbef8a
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/05/28/senado-aprova-mp-que-reestrutura-ministerios-texto-segue-para-sancao
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