Carlos Queiroz Telles
Teatro
Data de nascimento de Carlos Queiroz
Telles:09-03-1936 Local de nascimento:(Brasil / São Paulo / São
Paulo) | Data
de morte17-02-1993 Local de morte:(Brasil / São Paulo / São Paulo)
Carlos Queiroz Telles , 1979
Registro fotográfico autoria desconhecida
Registro fotográfico autoria desconhecida
“(...) Tomando
uma notícia de jornal como inspiração, o autor enfoca em A Bolsinha
Mágica de Marly Emboaba, a vida de uma prostituta de baixa condição,
tomando o fato como um pretexto para falar sobre o milagre econômico em curso,
levado à cena em 1975. No mesmo ano, tema assemelhado está em Muro de Arrimo - monólogo sobre um operário da
construção civil que, enquanto levanta um muro, ouve um jogo de final de
campeonato da seleção brasileira de futebol -, agudo contraponto entre suas
duras condições de vida e as expectativas de um ilusório futuro de glórias.
Alinhada à resistência, a montagem de Antônio Abujamra traz Antonio Fagundes como protagonista, em desempenho
elogiado e premiado. (...)”
Em busca de José
Cova 312
“Muro
de Arrimo”: o primeiro monólogo de Antonio Fagundes
Em 1975,
o ator, além de protagonizar, também levantou a produção da peça escrita por
Carlos Queiroz Telles
Por Dirceu Alves Jr.
access_time16 fev 2017, 17h16 - Publicado em 16
fev 2017, 17h05
Antonio Fagundes em "Muro de
Arrimo": peça de 1975 (Arquivo pessoal/)
Muro
de Arrimo não
foi apenas o primeiro monólogo protagonizado por Antonio Fagundes. Representou
também a estreia do ator como produtor de bem-sucedidos espetáculos. A peça de
Carlos Queiroz Telles, dirigida por Antonio Abujamra, ganhou o palco em
novembro de 1975 no Teatro Aliança Francesa.
A trama era centrada em um
pedreiro que, ao contrário dos engenheiros e do mestre de obras, não foi
liberado para torcer pelo Brasil em um jogo decisivo da Copa do Mundo. A
temática social levantada por Fagundes despertou polêmica, e o artista
caprichou no realismo para impressionar a plateia.
O cenógrafo Elifas Andreato criou
um muro de 2 metros por 1,80 metro , que seria erguido pelo personagem
gradualmente durante a peça. Fagundes manuseava uma massa – uma mistura de cal,
areia e água – para tornar mais verdadeira ainda a ação do pedreiro na
construção do muro. Ele mesmo voltou a montar o texto em 1989.
Mais de
quatro décadas depois, Fagundes segue exigente na escolha de seu
repertório e consagrado também no papel de produtor. A comédia Baixa Terapia, que
estreia em 17 de março no Tuca, é o seu próximo espetáculo. O artista também
vai ser homenageado na próxima edição do Prêmio Shell, em março, pelo conjunto da obra.
Em busca de José
Muro de Arrimo: a luta por vestígios do pedreiro que morreu de
desgosto com a derrota da seleção e virou peça
DANIEL LISBOA COLABORAÇÃO PARA O UOL, EM SÃO PAULO... - Veja mais
em https://www.uol/copadomundo/especiais/em-busca-de-jose-a-historia-da-peca-muro-de-arrimo-e-sua-ligacao-com-a-copa.htm#em-busca-de-jose?cmpid=copiaecola
Um pedreiro pobre e anônimo. Uma peça premiada. Cresci escutando a
história de um pedreiro que teria se matado porque a seleção brasileira foi
eliminada da Copa. Minha mãe namorou um famoso dramaturgo que escreveu uma peça
baseada na história desse pedreiro. Isso aconteceu em 1974, e a verdade é que
nunca perguntei muito a respeito. O cara se matou mesmo? E por que exatamente?
Será que havia uma aposta, tratou-se de uma questão financeira? Afinal, a
derrota por 2 a 0 para a Holanda naquele ano não está entre as mais traumáticas
da história do nosso futebol.
O nome da peça é Muro de Arrimo. Um pedreiro vai construindo um
muro enquanto conversa com a plateia. O monólogo foi encenado e produzido por
Antonio Fagundes e dirigido por Antônio Abujamra. Elifas Andreato criou seu
cenário e cartaz. A obra ganhou os prêmios Molière e Anchieta de melhor autor,
dezenas de montagens no Brasil e exterior e tradução para pelo menos doze
idiomas.
O personagem de carne e osso que o inspirou, porém, permanece
desconhecido até hoje.
Tudo começou com uma nota de jornal. Carlos Queiroz Telles, o
autor da peça que por pouco foi meu pai, leu sobre o trágico caso e decidiu
adaptá-lo para os palcos.
O nome do pedreiro é José Ribeiro. Ele morava em Guarulhos, na
Grande São Paulo. Morreu vinte e três dias depois da desclassificação
brasileira: em 26 de julho de 1974.
Eu finalmente tomei vergonha e fiz as tais perguntas. Esta é a
história sobre o que eu descobri.
Começa a busca Comecei da maneira mais difícil: pesquisando em
arquivos de jornal, sendo que minha mãe tinha em casa o livro com o texto da
peça. A edição tem uma reprodução da nota de jornal que inspirou Queiroz
Telles.
Pelo menos, acertei o jornal de primeira. Foi “O Estado de
S.Paulo” que publicou, em sua página 47 do dia 28 de julho de 1974, uma pequena
matéria com o título “O pedreiro morre, de desgosto pela seleção”.
A nota conta que José Ribeiro, de 35 anos, “morreu de desgosto em
Guarulhos, deitado em uma bandeira do Brasil salpicada de sangue em volta das
palavras ordem e progresso”. Segundo o jornal, o pedreiro "não resistiu à
decepção de ver a seleção humilhada na Copa e, já muito fraco, ontem foi vítima
de um enfarte”.
A matéria não é assinada, e muita coisa me vem à cabeça quando a
leio. Morrer enrolado na bandeira do Brasil? Como tinha sangue se ele morreu de
enfarte? Aliás, como é possível cravar que ele morreu de desgosto pela
seleção? E como assim a seleção foi humilhada na Copa? Fico imaginando o
fim pavoroso de José se ele estivesse vivo em 2014.
Nada do que digo é para criticar a reportagem. Era uma outra
época. Mas estes detalhes chamam a atenção de quem, como eu, quer entender o
que aconteceu.
Relata ainda a matéria que José tinha oito filhos com sua esposa,
Sonia Oliveira Houvatti, cinco meninos e duas meninas, então com idades entre 1
e 11 anos, e um recém-nascido. Sonia, inclusive, ainda estaria no hospital “sem
saber de nada” após dar à luz. Os filhos teriam escutado um “estranho ruído”
durante a madrugada e, ao olharem para onde dormia o pai, o flagraram sofrendo
de “estranhas convulsões”.
A bandeira brasileira estava estendida “sob a cabeça” de José, e
foram também as crianças que disseram à polícia que “José Ribeiro era muito
patriota e sempre lhes falava do amor que deveriam ter com o país”.
O pedreiro teria se preparado muito para acompanhar a seleção na
Copa do Mundo e ficado “cheio de mágoas” e “cada dia mais acabrunhado” quando o
time terminou em quarto lugar.
Hoje consigo entender porque Queiroz Telles se inspirou pela
história. Tudo o que há de mais brasileiro está contido nela: futebol, decepção,
pobreza, morte prematura.
Minha grande chance: os filhos
Além de aumentar minha curiosidade sobre o caso de José, a matéria
me forneceu informações preciosas. Agora eu sabia até em que rua ele morava, em
qual cemitério foi enterrado e, com o monte de filhos que ele deixou, eram
grandes minhas chances de conseguir encontrar pelo menos um deles.
Visualizei esse encontro algumas vezes: eu, cara a cara com os
filhos de José, contando que a morte do pai deles originou uma peça famosa e
premiadíssima, que inclusive o Antonio Fagundes fez o papel do pedreiro.
Imagino um filho de José, já um adulto envelhecido, se emocionando
ao saber disso, talvez até chorando. Então eu o abraçaria, satisfeito e
vaidoso em ser a pessoa que, de alguma maneira, levou algum sentido à morte do
pedreiro patriota que morreu pobre e anônimo.
Para ser bem sincero, fico imaginando até um encontro entre esses
filhos e Antônio Fagundes, uma reunião histórica e cheia de lágrimas 43 anos
depois da peça entrar em cartaz.
A primeira pista
Decidi que a primeira tarefa, na verdade a essencial, seria
descobrir os nomes dos filhos de José. Cemitério Campo Santo, em Guarulhos, eis
onde provavelmente eu os conseguiria. Ligo lá, me apresento, compartilho todas
as informações e eles não conseguem ajudar. Confirmam que José de fato foi
enterrado lá, mas não há qualquer menção aos filhos nos documentos do
cemitério. Afinal, já faz muito tempo, dizem.
Tento então com a assessoria de imprensa dos cartórios em São
Paulo. Desta vez, o rapaz que me atende diz que, talvez, conseguirá o que
preciso. Faz sentido: teoricamente, ele tem acesso a uma grande base de dados.
Os dias passam e nada de resposta. Ligo novamente e ele diz que não, não achou
os nomes dos filhos do pedreiro. Me envia o print da tela com os dados
referentes a ele. Não tem quase nada, apenas a data da morte e os nomes dos
pais de José: Francisca Ribeiro e Allbertina Ribeiro.
Agora, porém, tenho em mãos uma nova informação: o cartório em
Guarulhos onde a morte de José foi registrada.
"Morte indeterminada"
Falo com Sidney, o responsável pelo cartório, e ele explica que a
melhor maneira de achar o nome dos filhos de José é pedir uma versão especial
da certidão de óbito. É mais completa, mas assim mesmo não tenho garantia
nenhuma de que o nome de algum dos oito filhos esteja no documento.
Resolvo arriscar, afinal não tenho muitas opções, Vou até o
cartório. Espero alguns dias para a certidão ficar pronta, mas ao final a
notícia é boa: o documento tem os nomes dos filhos. Peço para que me enviem por
e-mail e lá estão eles: Joilda Holvati Ribeiro, um ano à época, José
Carlos Ribeiro, dois anos, Edneia Ribeiro, três anos, Vanda Ribeiro, seis anos,
e um “recém-nascido sem nome”.
Provavelmente, você já notou algo estranho: a matéria fala em oito
filhos. A certidão de nascimento só traz o nome de cinco.
Talvez os outros três não fossem filhos biológicos, talvez o
repórter se confundiu, mas isso não é a única coisa estranha no documento. A
certidão menciona “causa da morte indeterminada” e “morte natural”.
Se a seleção causou um enfarte no pedreiro, os médicos
responsáveis por seu atestado de óbito não descobriram. José não deixou bens
nem testamento.
“Muro de Arrimo é um texto muito importante para mim, histórico.
Foi minha primeira produção. Era um personagem maravilhoso. A peça tinha um uma
construção em cima do palco, um praticável com uns dois metros de altura, sobre
o qual eu ia construindo o muro. Isso dava a impressão de que você realmente
estava no último andar de um prédio.”
Antonio Fagundes
“O cenário era uma coisa impactante porque era todo revestido como
se estivéssemos mesmo numa obra. E fiz o famoso cartaz do pedreiro morto
enrolado com a bandeira do Corinthians. Usamos a do time porque não podíamos
usar a do Brasil. Fomos censurados, fui avisado de que sofreríamos punições.”
Elifas Andreato.
Filhos estão vivos.
Mas não existem Evidentemente, a primeira coisa que fiz foi buscar
pelos nomes dos filhos na internet. Grande decepção. Vivemos com essa convicção
de que não existe algo ou alguém neste mundo que não é encontrável no mundo
virtual, mas isso não é verdade para filhos de um pedreiro que morreu na
periferia de Guarulhos em 1974.
A não ser por alguns homônimos que eu descarto por não terem a
idade que os filhos teriam hoje, e sites com menções à peça, não encontro
vestígio algum dos parentes de José. É como se nunca tivessem existido.
Volto a falar com o assessor dos cartórios, envio a certidão de
óbito e pergunto se ele pode ajudar a descobrir pelo menos se os filhos estão
vivos.
“Não encontrei mais nada sobre eles. Mas, sim, estão vivos. Pelo
menos, não encontrei nenhum atestado de óbito com os nomes.”
Fico um pouco confuso.
Na cova de José
Se eu não conseguiria descobrir mais nada sobre José, ao menos
visitaria locais que, de algum modo, estavam vinculados a sua história. O
primeiro foi o cemitério Campo Santo em Guarulhos.
Na recepção, esperava que ao menos me dissessem onde estava o
túmulo do pedreiro. A reação da atendente me fez acreditar que nem isso eles
saberiam. Parecia que eu pedia a localização de uma ossada clandestina. Ao
jogar os dados de José no sistema, porém, ela pareceu surpresa em saber que não
era uma tarefa impossível.
Fico sabendo que nem túmulo José tem mais: como já estava ali há
muito tempo, fora transferido para o ossário. Qual ossário? O cemitério tem
quatro. Não sabiam qual era o ossário exatamente. “Provavelmente o mais
antigo”, me dizem. E qual é o mais antigo? “Não sei direito, tem que perguntar
aí.”
Mas a atendente descobre onde José esteve enterrado antes de ser
misturado a outras pilhas de ossos: cova J-6-3.
Pergunto para um funcionário onde fica esse túmulo e ele, muito
gentilmente, desce do trator onde está montado para me levar até lá. Subimos um
morrinho cheio de covas recém-preparadas para novos moradores. Terra revolvida,
aspecto meio sujo e desolador.
É um cemitério municipal, sem luxos. Muitos dos enterrados ali
sequer têm uma lápide, uma florzinha. Mas algo me chama a atenção: muitos
túmulos têm símbolos de times de futebol. Especialmente do Corinthians. Talvez
eu até já tenha visto isso em outros cemitérios, mas nunca nesta proporção.
O simpático funcionário me deixa diante de onde um dia esteve
enterrado o homem que inspirou “Muro de Arrimo”. O aspecto é ainda pior naquele
pedaço específico. A cova J-6-3 está uma zona. É difícil saber se a terra
foi preparada para um novo enterro ou se tem alguém lá que sequer mereceu uma
plaquinha.
A cova ao lado é de uma criança. Chamava-se Lincoln, e os únicos
adornos são alguns brinquedos e uma plaquinha de madeira, daquelas que as
crianças têm no quarto, com seu nome. E o símbolo do São Paulo.
O cenário todo só reforça minha ideia de como José, o patriota,
provavelmente teve uma vida triste e medíocre. Morreu cedo, não tinha nada para
deixar para os filhos e a mulher, não sabem nem em qual ossário estão seus
restos e, segundo a mulher da recepção, parece que jamais visitaram seu túmulo.
Onde está o número 13?
A última chance de encontrar alguma coisa a mais sobre José, mesmo
consciente de que se tratava de uma possibilidade remota, era no endereço em
que, de acordo com a certidão de óbito, vivia o pedreiro: rua Antonio Artoni
número 13.
A via sai de uma avenida movimentada em direção a um bairro
residencial de classe média baixa. Ao chegar, já descubro que o número 13 não
existe. Escolho aleatoriamente uma casa para bater. Uma de aparência antiga,
afinal vou fazer perguntas sobre alguém que morou no bairro há mais de quatro
décadas.
Sai uma senhora que diz que não pode me ajudar, mas que uma outra
senhora ali na esquina pode. Vou até lá e me indicam uma outra senhora que,
dizem, mora na rua há mais de 50 anos. Nenhuma casa tem campainha, e fico
atravessando a rua de lá para cá, batendo palma na frente dos portões.
Mais uma vez, a pessoa indicada nunca ouviu falar de José, mas sou
informado de algo importante: a numeração da rua mudou faz tempo e estou do
lado errado dela. O antigo número 13 provavelmente está na outra ponta da via.
Sigo a pé pela Antonio Artoni e começo a reparar que algumas casas
ainda têm a indicação do número antigo. Me empolgo: quem sabe dou sorte.
Teoricamente, estou na altura do que um dia foi o número quarenta. Bato em mais
umas três casas, falo com gente que mora na rua desde muito antes de 1974, mas
ninguém lembra de um pedreiro com um monte de filhos que morreu enrolado na
bandeira do Brasil.
O aeroporto de Cumbica/Guarulhos está ali do lado e o barulho dos
aviões decolando me atrapalha. Sou um estranho berrando no portão perguntas
sobre um cara que supostamente viveu ali há 44 anos e virou uma peça.
Em um boteco, uma mulher esclarece que as numerações antigas se
referem aos números dos lotes adquiridos pelas pessoas que foram morar ali. 7A,
11B, 18, 21. As numerações que ainda resistem, pintadas toscamente em muros e
portões, insistem em indicar que estou muito perto de onde morou José.
Mas o 13 não aparece.
Ninguém sabe onde era o 13.
Cova 312
Autora: Daniela Arbex
Gênero: Reportagem
Acabamento: Brochura
Formato: 16 x 23 cm
Págs: 344
Peso: 485g
ISBN: 978-85-8130-273-7
Preço: R$ 42,00
E-book
ISBN: 978-85-8130-274-4
Preço: 26,50
ISBN: 978-85-8130-274-4
Preço: 26,50
Sinopse:
Menos de dois anos depois de seu surpreendente best-seller de estreia, “Holocausto brasileiro”, Daniela Arbex volta com mais um livro corajoso e revelador. Escrito como um romance, nele se conta a história real de como as Forças Armadas mataram pela tortura um jovem militante político, forjaram seu suicídio e sumiram com seu corpo. Daniela Arbex reconstitui o calvário deste jovem, de seus companheiros e de sua família até sua morte e desaparecimento. E continua investigando até descobrir seu corpo, na anônima Cova 312 que dá título ao livro. No final, uma revelação bombástica muda um capítulo da história do Brasil. Uma história apaixonante, cheia de mistério, poesia, tragédia e sofrimento.
Menos de dois anos depois de seu surpreendente best-seller de estreia, “Holocausto brasileiro”, Daniela Arbex volta com mais um livro corajoso e revelador. Escrito como um romance, nele se conta a história real de como as Forças Armadas mataram pela tortura um jovem militante político, forjaram seu suicídio e sumiram com seu corpo. Daniela Arbex reconstitui o calvário deste jovem, de seus companheiros e de sua família até sua morte e desaparecimento. E continua investigando até descobrir seu corpo, na anônima Cova 312 que dá título ao livro. No final, uma revelação bombástica muda um capítulo da história do Brasil. Uma história apaixonante, cheia de mistério, poesia, tragédia e sofrimento.
Leia o primeiro capítulo
Book trailer
__________________________________________________
DANIELA
ARBEX VOLTA ÀS LIVRARIAS COM MAIS
UM LIVRO CORAJOSO E REVELADOR, COVA 312
UM LIVRO CORAJOSO E REVELADOR, COVA 312
• A
revelação do ano
• O maior
furo jornalístico dos últimos tempos
• Emoção da
primeira à última página
• Da mesma
autora de Holocausto Brasileiro, com 100 mil exemplares vendidos
• O passo a
passo de uma investigação jornalística
• Cara a
cara com personagens sombrios da história brasileira
• Um crime
forjado pelo Exército Brasileiro
• O fim de
um mistério
Daniela
Arbex volta às livrarias com este seu segundo livro, Cova 312 – A longa jornada
de uma repórter para descobrir o destino de um guerrilheiro, derrubar uma
farsa e mudar um capítulo da história do Brasil (344 páginas, R$ 39,90,
com prefácio do escritor Laurentino Gomes) – menos de dois anos depois de
seu premiado e surpreendente livro de estreia, Holocausto Brasileiro, que
chocou e comoveu mais de 100 mil leitores no Brasil e em Portugal. Agora,
ela desce ao submundo das prisões da ditadura para revelar um
segredo militar: o destino do corpo de um militante político preso em 1967
e nunca mais visto.
Histórias
como esta alguém poderia argumentar que existem várias: a ditadura militar
prendeu, torturou, matou e desapareceu com muitos corpos até hoje reclamados
por seus familiares. Mas como a história é narrada como um romance, misto
de poesia e tragédia, por uma das maiores jornalistas investigativas do
Brasil, o resultado não poderia mesmo ser comum. Em Holocausto Brasileiro,
Daniela revelou o sofrimento dos 60 mil mortos num hospício de Minas
Gerais e levou os leitores à revolta e às lágrimas com as tristes, comoventes
histórias de uns poucos que sobreviveram e puderam contar suas doloridas
experiências.
Em Cova
312, ela vai contar a história de uma só pessoa: o jovem (26 anos) Milton
Soares de Castro, integrante do primeiro e frustrado grupo de guerrilha
pós golpe de 64. A guerrilha — que jamais aconteceu — teria início na
Serra do Caparaó, com apoio de Cuba e do ex-governador gaúcho Leonel
Brizola, cunhado do presidente deposto João Goulart. Mas Milton foi preso em
1967 e conduzido para a Penitenciária de Linhares, em Juiz de Fora, Minas
Gerais, para viver seu horroroso calvário. Ali morreu. Os militares
forjaram documentos informando que se suicidara e o corpo desapareceu.
“O tema
pode parecer pesado e, como trata de episódio ainda mal resolvido da história
recente brasileira, difícil de digerir. Seria assim, não fosse a
capacidade prodigiosa de Daniela Arbex de transformar histórias trágicas
em uma narrativa fluida, atraente, poética e, em alguns momentos, até
divertida…”, escreve no prefácio, o escritor Laurentino Gomes.
Dentro dos
muros daquela prisão existia um mundo secreto, estranho e terrível, cheio
de opressão, injustiça, desesperança, sofrimento e horror. Daniela Arbex
toma todos esses aspectos conflituosos e contraditórios para reconstituir
magistralmente a curta vida, a morte e desaparecimento do corpo de Milton.
Aos poucos ela vai revelando também a cinzenta rotina da prisão: torturas,
resistência, amores, sofrimentos, pequenas e efêmeras alegrias que jamais
se completavam. Mais de 20 personagens passam por aqui, entre eles alguns
que sobreviveram e se tornaram bem conhecidos, como o ex-ministro Fernando
Pimentel, que se elegeu prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas
Gerais; Gilney Viana, que se elegeu deputado; Fernando Gabeira, ex
guerrilheiro, escritor, deputado e jornalista; e Márcio Lacerda, que
enriqueceu como empresário e se tornou depois também prefeito de Belo
Horizonte.
Uma
investigação que poderia ser rigorosamente fria transforma-se, nas mãos de
Daniela, numa história cheia de ação e sentimentos. Ela vai longe:
primeiro, descobre como Milton foi preso e quem era ele, seus sonhos, suas
esperanças; depois, ela entrevista sobreviventes dos dois lados —
oprimidos e opressores — e revela como foi a vida na prisão e como os
militares montaram uma fraude para esconder seus crimes.
A
jornalista cumpre com seu dever e revela como os fatos realmente aconteceram.
Finalmente, descobre como Milton foi morto e como seu corpo desapareceu.
Mas, não satisfeita com isso, ela passou anos atrás do corpo — 35 anos
depois de seu desaparecimento — até encontrá-lo na Cova 312, que dá título
ao livro. Ao final, revela — com documentos — a vergonhosa farsa: a
ditadura havia mesmo forjado laudos que atestavam o falso suicídio de Milton
Soares de Castro para assim ocultar o vergonhoso e cruel assassinato.
Uma
história temperada de tragédia e emoção. Durante 35 anos os parentes de Milton
ficaram sem notícias dele. Durante 35 anos sua mãe buscou pelo corpo do
filho querido nas prisões da ditadura, onde só ouvia “nãos”. E assim,
doloridamente, ela morreu. Sem poder se despedir daquele corpo que se
encontrava, havia três décadas, na anônima Cova 312.
Sobre a autora
@Fernando Priamo
Daniela
Arbex é uma das jornalistas mais premiadas de sua geração. Seu
livro, o best-seller Holocausto brasileiro, foi eleito Melhor
Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e
segundo melhor Livro-Reportagem no prêmio Jabuti (2014). Com mais de 200 mil
exemplares vendidos no Brasil e em Portugal, a obra ganhou as telas da TV
em 2016, no documentário produzido com exclusividade para a HBO, com
exibição em mais de 40 países. Seu mais recente sucesso, Cova 312, também venceu
o prêmio Jabuti em 2016 na categoria livro-reportagem. Daniela tem mais de 20
prêmios nacionais e internacionais no currículo, entre eles três prêmios
Esso, o americano Knight International Journalism Award (2010) e o prêmio
IPYS de Melhor Investigação Jornalística da América Latina (2009). Há 21 anos
trabalha no Jornal Tribuna de Minas, onde é repórter especial.
Leia também:
Referências
http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/013302007669.jpg
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa359444/carlos-queiroz-telles
https://abrilvejasp.files.wordpress.com/2017/02/murodearrimo-e1487272572990.jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453
https://youtu.be/GAjVfvKsA_Y
https://vejasp.abril.com.br/blog/dirceu-alves-jr/muro-de-arrimo-antonio-fagundes-teatro-monologo/
https://www.uol/copadomundo/especiais/em-busca-de-jose-a-historia-da-peca-muro-de-arrimo-e-sua-ligacao-com-a-copa.htm#em-busca-de-jose?cmpid=copiaecola
https://www.uol/copadomundo/especiais/em-busca-de-jose-a-historia-da-peca-muro-de-arrimo-e-sua-ligacao-com-a-copa.htm#onde-esta-o-numero-13
http://geracaoeditorial.com.br/wp-content/uploads/2015/05/Cova312-675x1024.jpg
http://geracaoeditorial.com.br/wp-content/uploads/2015/05/Selos-Jabuti_premiado-300x225.png
https://youtu.be/q_8XVsYyuhc
http://geracaoeditorial.com.br/wp-content/uploads/2013/05/dani-1-287x300.jpg
http://geracaoeditorial.com.br/wp-content/uploads/2015/11/slide_460398_6212968_free-198x300.jpg
http://geracaoeditorial.com.br/cova-312/
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