8 DE MAIO DIA DA VITÓRIA
O dia 8 de maio de 1945 marcou o
momento em que o mundo celebrou a rendição incondicional das forças germânicas
na Segunda Guerra Mundial, assinalando o fim de um dos conflitos mais
sangrentos pelo qual passou a humanidade.
Em 1939, a rápida invasão da Polônia
pelas Divisões Panzer de Hitler deu início à contenda que, em pouco
tempo, adquiriu proporções globais. O afundamento de navios mercantes
brasileiros por submarinos alemães em nosso litoral foi decisivo para que, em
31 de agosto de 1942, Getúlio Vargas declarasse guerra às potências do Eixo.
O esforço empreendido pelo Brasil
junto aos Aliados não se resumiu somente ao apoio logístico. Lutamos em solo
europeu com arrojo e determinação. O 1º Escalão da Força Expedicionária
Brasileira (FEB) partiu para o Teatro de Operações da Itália no dia 2 de julho
de 1944, sob a escolta vigilante das belonaves da Marinha do Brasil e tendo à
frente o General Mascarenhas de Moraes.
No contexto da guerra, a FEB
participou decisivamente do rompimento das duas últimas linhas de defesa alemãs
que barravam o acesso ao norte da Itália e ao sul da Alemanha. Essas posições
fortificadas nos Montes Apeninos, região montanhosa de difícil progressão,
foram o palco principal onde nossos pracinhas conquistaram inúmeras vitórias,
mas também deixaram seu suor e seu sangue.
Em 239 dias ininterruptos de intensos
combates, com o apoio aéreo preciso dos ases da Força Aérea Brasileira,
destacam-se as vitórias em Monte Castelo, após quatro tentativas; Montese,
uma das mais sangrentas, com 426 baixas brasileiras; Collecchioe Fornovo,
quando aproximadamente 20 mil experientes combatentes, a maioria da 148ª
Divisão de Infantaria Alemã, além da 90ª Divisão Panzer Granadier e
de italianos, da Divisão Bersaglieri, renderam-se à FEB.
Na Europa, quase 500 brasileiros
tombaram em combate, entre eles o jovem Aspirante Francisco Mega e o experiente
Sargento Max Wolf Filho, bravos heróis brasileiros aos quais dedicamos toda a
reverência e inspiração. A paz que hoje prevalece é fruto do sacrifício de
bravos soldados que, como eles, deram suas vidas pela paz e liberdade.
Passados 74 anos, fica aos brasileiros
a certeza de que os militares do seu Exército, força singular de hoje e de
sempre, específica e peculiar, estarão sempre prontos para cumprir o chamado da
Pátria, para defender seu povo e sua soberania com o sacrifício da própria
vida.
Aos soldados de Caxias, que o grito de
vitória que ecoou nas escarpas do norte da Itália continue a empolgar cada um,
e que a lembrança dos feitos dos nossos pracinhas permaneça inesquecível em
nossos corações.
Salve a Força Expedicionária
Brasileira!
Salve o Exército de Caxias!
Viva o Dia da Vitória!
Comemoração ao Dia da Vitória na Segunda
Guerra Mundial
D-Day to V-E Day
World War II continued for almost 11
months after the successful Normandy landings in France on June 6, 1944,
commonly known as D-Day. Here are some of the key moments that led to Victory
in Europe Day on May 8, 1945.
BATALHA DE MONTESE: 70 ANOS DA HISTÓRICA
ATUAÇÃO BRASILEIRA EM UM DOS MAIS SANGRENTOS COMBATES DA II GUERRA
Brasília, 14/04/2015 – Há 70
anos, durante a II Guerra Mundial, o Brasil deu um importante passo que
marcaria para sempre a história de suas Forças Armadas. No dia 14 de abril de
1945, teve início um dos mais árduos combates travados pelos brasileiros contra
os nazistas na Itália: a Batalha de Montese, na qual a atuação de tropas
brasileiras foi considerada essencial para retomada da Itália e posterior vitória
dos aliados contra as tropas alemãs.
Reprodução FEB
https://www.defesa.gov.br/arquivos/2015/mes04/montese_inter1.jpg
Tomada de Montese
Depois de entrar oficialmente na
Guerra, graças aos ataques de submarinos alemães a navios brasileiros, o Brasil
passou a preparar seus militares para o combate. O adestramento da Força
Expedicionária Brasileira (FEB) ocorreu inicialmente na Vila Militar, no Rio de
Janeiro, e seguiu com a chegada do 1º Escalão à Itália, em 16 de julho de 1944.
Além do terreno complicado e do clima
extremamente frio, os soldados brasileiros tiveram que se adaptar ainda a novos
armamentos, equipamentos e uniformes, bem diferentes dos que estavam
acostumados a manusear no Brasil. Após uma intensiva preparação em território
europeu, os chamados pracinhas já estavam aclimatados e adaptados ao ambiente
operacional.
As tropas aliadas avançavam, desde o
início do ano de 1945, contra os inimigos na Itália, mas, para conquistar o
norte, era preciso dominar a região estratégica de Montese. “A posse de Montese
era decisiva para a vitória final, pois, determinaria a evolução do cenário e o
prosseguimento da Guerra na Itália”, explica o general Gerson Menandro, chefe
de Assuntos Estratégicos do Ministério da Defesa (MD) e especialista no tema.
Segundo o general, para retomar a
região, a missão dos brasileiros foi dividida em duas fases: uma com o
lançamento de fortes patrulhas destinadas a capturar a primeira linha de
alturas de posse do inimigo, e outra de ataque, precedida de intensa preparação
de artilharia, apoio de blindados e cortina de fumaça.
De acordo com o general da reserva do
Exército, Luiz Eduardo Rocha Paiva, a Vila de Montese foi a parte mais
significativa da ação brasileira. "O ataque começou às 9h35, do dia 14 de
abril de 1945, feito pelo 11º Regimento de Infantaria de São João Del Rei, e se
prolongou até as 15 horas. Para ele, a conquista de Montese é
significativa porque rompeu as linhas inimigas “Gótica” e “Gengis Khan”,
permitindo que os aliados cercassem 148ª Divisão e aprisionando cerca de 21 mil
homens.
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comemora 70 anos do "Batismo de Fogo" na II Guerra Mundial
Apesar da vitória, a Batalha de
Montese foi uma das mais sangrentas da história das Forças Armadas, com mais de
quatrocentas baixas (mortos e feridos). A topografia favorecia o defensor
alemão, que ocupava posição dominante no terreno. Outro fator relevante foi a
forte resistência alemã, por causa da importância estratégica da área. Eles
reagiram minando campos, e por contra-ataques com blindados, bombardeios e
morteiros. “O Brasil lutou contra a maior máquina de guerra que era o Exército
alemão”, explica o professor Thiago Tremonte de Lemos, que ministra História Contemporânea
na Universidade de Brasília.
Foto: Jorge Cardoso
https://www.defesa.gov.br/arquivos/2015/mes04/montese_pequena2.jpg
“A posse de Montese era decisiva para a
vitória final", explica o general Gerson Menandro, do MD.
A repercussão da vitória
O professor - cuja especialidade é a
instrução militar do Exército Brasileiro - destaca como a derrota alemã em solo
italiano foi importante. “Ao final da guerra, o Brasil adquire um novo
conhecimento em doutrina militar e isso foi fundamental para as nossas Forças
Armadas".
A vitória em Montese, e a consequente
retomada da região do rio Panaro, foi fundamental para que os aliados conseguissem
vencer a Guerra. Por isso, a atuação dos pracinhas brasileiros foi enaltecida
pelos comandantes aliados.
Foto: PH Freitas
https://www.defesa.gov.br/arquivos/2015/mes04/montese_pequena1.jpg
General Luiz Eduardo Rocha Paiva: "a Vila
de Montese foi a parte mais significativa da ação brasileira".
O general Crittenberger, comandante do
IV Corpo-de-Exército Norte-Americano, entusiasmado com a atuação brasileira,
chegou a declarar: “na jornada de ontem, 14 de abril, só os brasileiros
mereceram as minhas irrestritas congratulações; com o brilho do seu feito e seu
espírito ofensivo, a Divisão Brasileira está em condições de ensinar às outras
como se conquista uma cidade.”
Após a atuação na II Guerra, com destaque
para a violenta Batalha de Montese, o Brasil passou a ter outra visão com
relação ao preparo de suas tropas. “As Forças Armadas tiveram como ensinamento
que devemos manter nossas Forças Armadas fortes, bem preparadas e equipadas,
atentas aos avanços tecnológicos do mundo na área de Defesa”, afirma o general
Menandro.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
61 3312-4071
Ministério da Defesa
61 3312-4071
14-04-1945 - A Batalha de Montese - 1º Dia
Comemoração da liberação de Montese-Itália /
FEB. Em 2014.
Memória: Jacob Gorender - O PCB, a FEB e o
marxismo
Teoria e Debate nº 11 -
julho/agosto/setembro de 1990
A trajetória do ex-dirigente do PCB sempre
esteve ligada à do país. Crítico do stalinismo, ele não poupa as figuras de
Diógenes de Arruda e Luís Carlos Prestes, seus contemporâneos na Direção do
partidão. E, apesar de reconhecer a crise do socialismo, declara: "Eu
continuo marxista".
por Alípio Freire e Paulo de Tarso
Venceslau*
Comunista, judeu, filho de imigrantes
russos, Jacob Gorender nasceu em Salvador, em 20 de janeiro de 1923. Sua
trajetória passa pela campanha expedicionária, na Itália; por Moscou, durante o
20º Congresso do PCUS; e deságua no presídio Tiradentes, nos anos 70.
Autodidata, é autor de diversos livros, entre os quais O escravismo colonial,
Combate nas trevas, A escravidão reabilitada e Marcino e Liberatore (diálogos
sobre marxismo, social-democracia e liberalismo). Nos últimos anos, Gorender
vem se dedicando ao estudo de temas da política e da economia internacional.
Tornou-se professor visitante do Instituto de Estudos Avançado da Universidade
de São Paulo e ministrou em 1997 um curso de pós-graduação sobre "História
e Marxismo", no Departamento de História da USP. Jacob Gorender é casado
com Idealina da Silva Fernandes, filha de Hermogênio da Silva Fernandes, um dos
fundadores do Partido Comunista. Filiado desde 1994 ao Partido dos
Trabalhadores, Jacob concedeu esta entrevista, em 1990, a Alípio Freire e Paulo
de Tarso Venceslau.
Como foi seu processo de formação? A
sua ida para a Itália, como voluntário na Força Expedicionária, foi resultado
de uma reflexão político-ideológica?
Sem dúvida, a apresentação como voluntário para a FEB, em 1943, quando tinha 20 anos, já é conseqüência de todo um processo anterior da minha formação política. Eu nasci numa família judia, muito pobre. Meus pais vieram do antigo Império Russo. Meu pai, da Ucrânia. Minha mãe, da Bessarábia. Meu pai morou um tempo em Odessa, onde viveu os acontecimentos formidáveis de 1905. Estava no cais do porto, quando ali ancorou o encouraçado Potemkim. No mesmo ano ele lutou, de armas na mão, ao lado de revolucionários russos, contra os bandos de reacionários que pretendiam massacrar os judeus. Depois, com o fracasso da Revolução de 1905, com os pogroms e toda a repressão terrível que se desencadeou, ele se incorporou à grande vaga judaica que saiu da Rússia. Afinal, Nathan Gorender veio ter a Salvador. Ali se fixou e se casou com minha mãe, Anna, que chegou mais tarde. Os cinco filhos e meus pais pertenciam àquela categoria dos judeus sem dinheiro descritos num romance de Michael Gold, célebre nos anos 30. Morávamos em cortiços e, às vezes, tínhamos dificuldades sérias até para atender necessidades elementares, como alimentação e roupa. Isso marcou minha mentalidade em formação. Mas não só isso: meu pai era um homem de esquerda, anti-sionista — como, aliás, a maioria dos judeus daquela época —, e me falava do movimento revolucionário russo. Fizera apenas o curso primário, mas lia avidamente. Exerceu forte influência nas minhas inclinações. Interessante é que me tornei materialista não por via do marxismo, mas do darwinismo. Aos 12 anos, aproximadamente, comprei, num sebo da praça da Sé, em Salvador, um volume de Haeckel, um darwinista alemão. Aquela leitura me transformou. Procurei informações em outras fontes e aderi ao darwinismo. Sem conhecer nada ainda a respeito do marxismo. A concepção darwinista a respeito da origem do homem erradicou a visão religiosa. Daí porque me desprendi da religião muito cedo. E adquiri uma concepção materialista evolucionista, posteriormente fortalecida pelo marxismo. Com grandes dificuldades, consegui terminar o curso que, naquela época, se chamava ginasial e entrar na faculdade de direito. No ginásio, depois na faculdade, meu horizonte político e cultural ampliou-se. A essa altura, já nos encontrávamos na época do Estado Novo: censura à imprensa, prisões, perseguições. De tudo isso eu ouvia falar.
Sem dúvida, a apresentação como voluntário para a FEB, em 1943, quando tinha 20 anos, já é conseqüência de todo um processo anterior da minha formação política. Eu nasci numa família judia, muito pobre. Meus pais vieram do antigo Império Russo. Meu pai, da Ucrânia. Minha mãe, da Bessarábia. Meu pai morou um tempo em Odessa, onde viveu os acontecimentos formidáveis de 1905. Estava no cais do porto, quando ali ancorou o encouraçado Potemkim. No mesmo ano ele lutou, de armas na mão, ao lado de revolucionários russos, contra os bandos de reacionários que pretendiam massacrar os judeus. Depois, com o fracasso da Revolução de 1905, com os pogroms e toda a repressão terrível que se desencadeou, ele se incorporou à grande vaga judaica que saiu da Rússia. Afinal, Nathan Gorender veio ter a Salvador. Ali se fixou e se casou com minha mãe, Anna, que chegou mais tarde. Os cinco filhos e meus pais pertenciam àquela categoria dos judeus sem dinheiro descritos num romance de Michael Gold, célebre nos anos 30. Morávamos em cortiços e, às vezes, tínhamos dificuldades sérias até para atender necessidades elementares, como alimentação e roupa. Isso marcou minha mentalidade em formação. Mas não só isso: meu pai era um homem de esquerda, anti-sionista — como, aliás, a maioria dos judeus daquela época —, e me falava do movimento revolucionário russo. Fizera apenas o curso primário, mas lia avidamente. Exerceu forte influência nas minhas inclinações. Interessante é que me tornei materialista não por via do marxismo, mas do darwinismo. Aos 12 anos, aproximadamente, comprei, num sebo da praça da Sé, em Salvador, um volume de Haeckel, um darwinista alemão. Aquela leitura me transformou. Procurei informações em outras fontes e aderi ao darwinismo. Sem conhecer nada ainda a respeito do marxismo. A concepção darwinista a respeito da origem do homem erradicou a visão religiosa. Daí porque me desprendi da religião muito cedo. E adquiri uma concepção materialista evolucionista, posteriormente fortalecida pelo marxismo. Com grandes dificuldades, consegui terminar o curso que, naquela época, se chamava ginasial e entrar na faculdade de direito. No ginásio, depois na faculdade, meu horizonte político e cultural ampliou-se. A essa altura, já nos encontrávamos na época do Estado Novo: censura à imprensa, prisões, perseguições. De tudo isso eu ouvia falar.
Duas circunstâncias também tiveram
importância na minha formação: a primeira — o fato de ter crescido em Salvador
— me proporcionou contato íntimo com a cultura afro-brasileira. Fui impregnado
pela sensibilidade estética de origem africana no que diz respeito à música, à
visão plástica, à escultura, às cores e à coreografia, sem falar no paladar. A
outra circunstância é que a Bahia foi um estado de participação pequena nos
acontecimentos de novembro de 1935, quando se deu o levante militar
revolucionário em Natal, Recife e Rio de Janeiro. Levante aliancista, mas
dirigido pelos comunistas. Em Salvador, a repressão também foi pequena e, como
o ambiente na capital da Bahia era menos opressivo do que em outras partes, lá
vieram ter comunistas de vários estados, sobretudo do Nordeste. Este afluxo de
militantes politizados iria converter Salvador em um centro de esquerdismo com
influência nacional nos anos posteriores. E daí se falar até em Grupo
Baiano, e coisas do gênero.
O nome de Luís Carlos Prestes se
irradiava de forma lendária. Ele estava na prisão e quem fosse de esquerda ou
anti-Estado Novo não podia deixar de reverenciá-lo. Ao mesmo tempo, crescia na
Europa a vaga nazista, causando preocupações e ansiedade, particularmente entre
a comunidade judaica da Bahia.
Comecei a trabalhar aos 11 anos, dando
aulas particulares. Em 1940, consegui emprego em um jornal hoje extinto,
chamado O Imparcial. Iniciei-me como arquivista aos 17 anos, passei a
repórter e depois a redator. Mais tarde, trabalhei em outros jornais em
Salvador. Aí, minha politização avançou. Eu era decididamente antifascista e
admirava sem reservas a União Soviética. Para esclarecer bem o quadro político
e cultural de Salvador, ali não havia nenhum trotskista, tanto quanto pude
saber. Quem fosse antifascista e de esquerda admirava a União Soviética e,
conseqüentemente, aplaudia Stalin.
No movimento estudantil, já como
universitário, foi intensa minha atividade na União de Estudantes da Bahia.
Eleito membro de sua diretoria, fui contatado por Mário Alves, já militante do
Partido Comunista. Assim, por intermédio de Mário, me tornei militante do PC.
Em que ano foi isso?
No início de 1942. Constituímos uma célula universitária. O PC estava desarticulado do ponto de vista nacional. Em 1940-41, Filinto Müller, o sinistro chefe de polícia [do Estado Novo], tinha conseguido prender quase todos os membros do Comitê Central. Sobreviveram núcleos comunistas em poucos estados, que agiam por conta própria. Na Bahia, os comunistas tiveram uma articulação bastante desenvolvida. Inclusive, fundaram e faziam circular uma revista chamada Seiva, de edição irregular, publicada desde 1939. Foi uma revista para a qual escreveram grandes nomes de orientação liberal, anti-Estado Novo, que iriam se projetar nacionalmente nos anos posteriores, como, por exemplo, Luís Viana Filho, Aliomar Baleeiro, Nestor Duarte e Orlando Gomes. Eu me tornei secretário dessa revista em 1942. Foi sua última fase e a mais intensa, porque se tornou possível editá-la com razoável regularidade.
No início de 1942. Constituímos uma célula universitária. O PC estava desarticulado do ponto de vista nacional. Em 1940-41, Filinto Müller, o sinistro chefe de polícia [do Estado Novo], tinha conseguido prender quase todos os membros do Comitê Central. Sobreviveram núcleos comunistas em poucos estados, que agiam por conta própria. Na Bahia, os comunistas tiveram uma articulação bastante desenvolvida. Inclusive, fundaram e faziam circular uma revista chamada Seiva, de edição irregular, publicada desde 1939. Foi uma revista para a qual escreveram grandes nomes de orientação liberal, anti-Estado Novo, que iriam se projetar nacionalmente nos anos posteriores, como, por exemplo, Luís Viana Filho, Aliomar Baleeiro, Nestor Duarte e Orlando Gomes. Eu me tornei secretário dessa revista em 1942. Foi sua última fase e a mais intensa, porque se tornou possível editá-la com razoável regularidade.
Em janeiro de 1942, o Brasil rompeu
relações diplomáticas com o Eixo e passou a colaborar com os Estados Unidos.
Como represália da Alemanha nazista e a Itália fascista, em agosto, navios
mercantes brasileiros foram torpedeados no litoral de Sergipe e da Bahia por
submarinos, e centenas de mortos vieram ter às praias. A notícia causou
comoção. Em Salvador, as massas espontaneamente se lançaram às ruas, atacando e
saqueando estabelecimentos comerciais e residências de alemães e italianos. Os
estudantes, que tinham certa organização, procuraram tomar a frente dos
protestos e evitar atos dessa natureza. Eu me empenhei muito no movimento, fiz
discursos em praça pública, concitando à declaração de guerra contra as
potências do Eixo.
Isso já dentro do PC?
Eu já estava dentro do PC. Havia uma direção estadual organizada, que tinha ramificações por meio de algumas dezenas de militantes em sindicatos e associações diversas. Alguns desses militantes eram intelectuais, outros eram artesãos e uns poucos propriamente operários. Com escassas indústrias, a Bahia tinha um proletariado pequeno. Depois de uma semana de vigorosas agitações, que ocorreram não somente em Salvador, mas em todo o país, Getúlio Vargas declarou estado de beligerância contra a Alemanha e a Itália, de maneira muito morna, pelos próprios termos da declaração. A atuação dos estudantes, dos antifascistas e dos comunistas se ampliou. Tivemos um campo maior para fazer propaganda, difundir idéias etc.
Eu já estava dentro do PC. Havia uma direção estadual organizada, que tinha ramificações por meio de algumas dezenas de militantes em sindicatos e associações diversas. Alguns desses militantes eram intelectuais, outros eram artesãos e uns poucos propriamente operários. Com escassas indústrias, a Bahia tinha um proletariado pequeno. Depois de uma semana de vigorosas agitações, que ocorreram não somente em Salvador, mas em todo o país, Getúlio Vargas declarou estado de beligerância contra a Alemanha e a Itália, de maneira muito morna, pelos próprios termos da declaração. A atuação dos estudantes, dos antifascistas e dos comunistas se ampliou. Tivemos um campo maior para fazer propaganda, difundir idéias etc.
Em maio de 1943, passou por Salvador o
general Manuel Rabelo, então ministro do Superior Tribunal Militar. Juntamente
com Oswaldo Aranha, havia fundado a Sociedade dos Amigos da América e estava
criando núcleos dessa entidade em vários pontos do país. Ele veio à Bahia e ali
foi recepcionado por todas as correntes democráticas e antifascistas que faziam
oposição ao Estado Novo. Eu já o tinha entrevistado para um dos jornais do qual
era repórter, O Estado da Bahia, mas procurei obter uma entrevista especial
para a revista Seiva. O general percebeu que tinha oportunidade de falar com
mais amplitude e fez uma crítica direta à condução da política de guerra por Getúlio
Vargas e seu ministro, general Eurico Dutra. Já estávamos em 1943 e o general
Rabelo declarou (repito de memória): "Nada foi feito. Precisamos estar na
frente de guerra, é o nosso dever. Precisamos preparar nossos soldados para
combater na Europa contra o nazismo, inimigo da humanidade." E mais:
"Tem-se feito o possível para sabotar a nossa participação. Soldados são
convocados e submetidos à humilhação de limpar latrinas e estrebarias nos
quartéis, sem receber treinamento militar. Urge reverter essa política,
desmistificar o anticomunismo e realmente cumprir o nosso dever de participar
da abertura da segunda frente." A segunda frente era a ofensiva aliada na
Europa Ocidental, que devia ser aberta porque, com isso, o final do conflito
mundial seria abreviado. Eu tive o cuidado de mostrar a entrevista na sua forma
final ao general e ele aprovou o texto. Todas as publicações estavam sob
censura, mas nós driblamos o censor de nossa revista, que era um tanto
relaxado, e a entrevista saiu. É evidente que ela chegou logo ao conhecimento
das autoridades policiais e militares, na Bahia e no Rio de Janeiro. Provocou
escândalo. Considero que esta entrevista do general Manuel Rabelo é a primeira
manifestação impressa contra o Estado Novo. Ela é anterior ao famoso "Manifesto
dos Mineiros", que começou a circular meses depois. A entrevista não
contém uma condenação explícita ao Estado Novo, mas ataca de maneira
contundente a sua política, diretamente no que se refere ao esforço de guerra
e, indiretamente, às suas inclinações pró-fascistas. Em conseqüência, a revista
foi apreendida nas bancas e eu, mais os dois diretores, João e Wilson Falcão,
fomos parar na cadeia, indiciados num processo perante o Tribunal de Segurança
Nacional. Interpelado a respeito da entrevista, a atitude do general Rabelo foi
de irreprochável dignidade: confirmou integralmente o texto. Isso criou uma
situação esdrúxula: o entrevistado não podia ser levado a julgamento —
tratava-se de um ministro do Superior Tribunal Militar de grande prestígio — mas
os jornalistas eram indiciados em processo judicial. Em julho, reuniu-se o
Congresso da UNE. Como nos anos anteriores, Getúlio concedeu audiência aos
congressistas. Nesse encontro, a nova direção da UNE levantou a questão da
nossa prisão. Getúlio mandou anotar e determinou a nossa libertação. O processo
foi arquivado, mas a revista deixou de circular. Logo em seguida, o general
Dutra viajou para os Estados Unidos. Ali, ele "desceu do muro" e
concordou com a formação e envio à Europa de uma Força Expedicionária
Brasileira. O comandante militar da região da Bahia, general Demerval Peixoto,
esteve no Rio e, na volta, declarou que estava aberto o voluntariado para a
FEB. Eu me apresentei voluntário.
E quantos baianos se apresentaram?
Ignoro o total. Passaram pelos exames médicos e foram incorporados à tropa talvez uns 600. Quase nenhum universitário e um certo número de secundaristas. A maioria era gente do povo. Uma parte deles se apresentou como voluntário até como quem procura trabalho, porque o desemprego maciço era crônico na Bahia. Foi no campo de batalha que esses voluntários ganharam motivação ideológica. Alguns deles morreram lutando com valentia.
Ignoro o total. Passaram pelos exames médicos e foram incorporados à tropa talvez uns 600. Quase nenhum universitário e um certo número de secundaristas. A maioria era gente do povo. Uma parte deles se apresentou como voluntário até como quem procura trabalho, porque o desemprego maciço era crônico na Bahia. Foi no campo de batalha que esses voluntários ganharam motivação ideológica. Alguns deles morreram lutando com valentia.
Você se apresentou como voluntário por
orientação do PCB?
Nessa época, o PCB estava desarticulado no plano nacional. Criou-se no Rio, em 1942, a chamada Comissão Nacional de Organização Provisória, celebrizada pela sigla CNOP, a qual tinha à sua frente Maurício Grabois. Depois, juntaram-se a ela João Amazonas e Pedro Pomar, fugitivos do Pará, e Diógenes de Arruda, da Bahia, além de militantes que atuavam no eixo Rio-São Paulo. A CNOP procurou atrair a direção da Bahia, mas esta não aceitou o contato. Havia infiltração policial na esquerda, as quedas de 1940-41 repercutiam e se reproduziam. Considerava-se imprudente ligar-se com qualquer grupo do qual não se tivesse informações seguras. Os dirigentes da CNOP não eram naquela época homens de prestígio nacional. Daí a atitude da direção do PC na Bahia ter sido refratária.
Nessa época, o PCB estava desarticulado no plano nacional. Criou-se no Rio, em 1942, a chamada Comissão Nacional de Organização Provisória, celebrizada pela sigla CNOP, a qual tinha à sua frente Maurício Grabois. Depois, juntaram-se a ela João Amazonas e Pedro Pomar, fugitivos do Pará, e Diógenes de Arruda, da Bahia, além de militantes que atuavam no eixo Rio-São Paulo. A CNOP procurou atrair a direção da Bahia, mas esta não aceitou o contato. Havia infiltração policial na esquerda, as quedas de 1940-41 repercutiam e se reproduziam. Considerava-se imprudente ligar-se com qualquer grupo do qual não se tivesse informações seguras. Os dirigentes da CNOP não eram naquela época homens de prestígio nacional. Daí a atitude da direção do PC na Bahia ter sido refratária.
Em julho de 1943, a CNOP resolveu
promover uma conferência nacional, obviamente clandestina, em um local da Serra
da Mantiqueira. Mário Alves estava no Rio de Janeiro, tomando parte do
Congresso da UNE. Contatado por Diógenes de Arruda — que já o conhecia —,
aceitou participar da Conferência da Mantiqueira. Embora não tivesse
autorização da direção baiana, ele tomou parte na conferência e isso causou
irritação em Salvador.
Mário Alves conversou comigo e eu
aceitei os argumentos dele, de que a CNOP constituía a representação idônea do
PC. Então, comecei a saber o que era a famosa luta interna dos meios de
esquerda. Tentamos formar um núcleo da CNOP na Bahia mas, é claro, a direção
tinha influência muito maior e o que conseguimos naqueles primeiros meses foi
pouco significativo. Entretanto, fizemos uma ligação especial com os
marinheiros do encouraçado Minas Gerais, ancorado na Baía de Todos os Santos.
Era um pequeno grupo, e um líder deles contatou Giocondo Dias, membro da
direção do PC na Bahia. Mas Giocondo o desaconselhou a formar uma base comunista,
porque se fosse descoberta daria pretexto a uma provocação policial. Os
marinheiros não desistiram e conseguiram contato com a gente da CNOP do Rio de
Janeiro, que, por sua vez, os encaminhou para Mário Alves. Eles eram sete ao
todo. Esse núcleo, depois, alcançou notável expansão na Marinha, vindo a ter
mais de 40 militantes. Por ocasião das quedas no setor militar do PC em
1951-52, alguns sofreram prisão e torturas e outros foram expulsos.
Então, na verdade, minha atitude de ir
para a FEB não tem a ver com a direção do PC na Bahia. Tem mais a ver com esse
núcleo da CNOP que atuava em Salvador. É fruto, também, da convicção de que
constituía o nosso dever o combate ao nazi-fascismo, mesmo com risco de vida.
Não iríamos ficar à margem do esforço de guerra brasileiro. E, assim, em
novembro de 1943, me incorporei a uma unidade convencional do Exército. Em
março de 1944, finalmente, o nosso contingente de algumas centenas de soldados
foi transferido para o sul, num navio pessimamente aparelhado, sob a proteção de
navios de guerra. Chegamos ao Rio e, depois de um curto período de treinamento,
fomos para a Europa. Desembarcamos em setembro em Nápoles. Éramos 10 mil
soldados, em dois navios norte-americanos. O segundo contingente da FEB.
Durante a viagem, a escolta naval precisou intervir e atacou submarinos
alemães, que se aproximavam do comboio.
Qual era a linha do PCB nessa época?
A linha que a CNOP adotava era de união nacional em torno do governo de Getúlio Vargas, na guerra contra o nazi-fascismo e na paz, o que revelava forte inclinação adesista. Para que se faça justiça, deve-se esclarecer que isso era decorrência de uma direção sobre a qual Prestes não tinha influência, porque estava preso e impossibilitado de fazer contatos. Os principais responsáveis por essa palavra de ordem de apoio a Getúlio, na guerra e na paz, eram homens que depois se tornaram ultra-esquerdistas, como João Amazonas, Diógenes de Arruda, Maurício Grabois e Pedro Pomar.
A linha que a CNOP adotava era de união nacional em torno do governo de Getúlio Vargas, na guerra contra o nazi-fascismo e na paz, o que revelava forte inclinação adesista. Para que se faça justiça, deve-se esclarecer que isso era decorrência de uma direção sobre a qual Prestes não tinha influência, porque estava preso e impossibilitado de fazer contatos. Os principais responsáveis por essa palavra de ordem de apoio a Getúlio, na guerra e na paz, eram homens que depois se tornaram ultra-esquerdistas, como João Amazonas, Diógenes de Arruda, Maurício Grabois e Pedro Pomar.
Como foi na Itália?
A minha participação no combate se deu como soldado de um pelotão de transmissões de infantaria. Eu estive sete meses na linha de frente, não raro nos postos mais avançados, para instalar telefones e reparar linhas interrompidas. Passamos quatro meses nos Apeninos, debaixo do fogo da tropa alemã em Monte Castelo e arredores. Não vou dizer que a FEB teve um papel decisivo na guerra. Dos 25 mil brasileiros que partiram para a Itália, cerca de 15 mil estiveram em combate. Muito pouco em comparação aos milhões que lutaram na Europa. Nem por isso subestimamos a contribuição de sangue dos pracinhas brasileiros, sua tenacidade e heroísmo.
A minha participação no combate se deu como soldado de um pelotão de transmissões de infantaria. Eu estive sete meses na linha de frente, não raro nos postos mais avançados, para instalar telefones e reparar linhas interrompidas. Passamos quatro meses nos Apeninos, debaixo do fogo da tropa alemã em Monte Castelo e arredores. Não vou dizer que a FEB teve um papel decisivo na guerra. Dos 25 mil brasileiros que partiram para a Itália, cerca de 15 mil estiveram em combate. Muito pouco em comparação aos milhões que lutaram na Europa. Nem por isso subestimamos a contribuição de sangue dos pracinhas brasileiros, sua tenacidade e heroísmo.
Mas o que nos interessa aqui é que a
FEB teve uma base comunista. Nunca se falou nisso: é um aspecto da história da
FEB abordado pela primeira vez. Essa base comunista incluía soldados e
oficiais. Evidentemente, os contatos entre os seus membros eram precários,
porque pertencíamos a unidades diferentes e atuávamos num front de 20
quilômetros. Contudo, vez por outra, conforme as circunstâncias, tornavam-se
possíveis os contatos. Dessa base comunista na FEB saíram duas iniciativas
relevantes. Uma delas foi a de um manifesto, em princípios de 1945, pelo
restabelecimento do regime democrático no Brasil, argumentando que a FEB, que
lutava contra o nazi-fascismo na Europa, não podia aceitar um regime
antidemocrático em nosso próprio país. O manifesto recebeu a assinatura de
cerca de 200 oficiais, o que causou enorme repercussão e, decerto, contribuiu
para o desmoronamento do Estado Novo.
A outra iniciativa foi a da fundação
de uma Associação de Ex-combatentes, quando do nosso regresso ao Brasil. A
associação não era comunista, como afirmaram oficiais reacionários, mas os
comunistas tinham uma participação importante na diretoria. Possuía tanto
prestígio que, depois de sua fundação, no Distrito Federal, surgiram outras
associações em diversos estados. Realizamos, em 1947, um grande desfile no Rio
de Janeiro, o primeiro dos ex-combatentes, em protesto contra a incúria do
governo em relação aos pracinhas. A maioria era de gente pobre, com dificuldades
de reintegrar-se à vida civil e encontrar empregos. Não poucos sofriam as
seqüelas físicas e psíquicas da guerra. Tinham direito ao amparo do Estado.
A esta altura, desejo manifestar-me
sobre uma questão que suscitou controvérsias internacionais. Os comunistas
italianos e franceses foram criticados porque não tomaram o poder, no momento
do colapso do exército alemão em seus países. Sem avalizar a linha política dos
comunistas italianos e franceses — antes, durante e após a guerra —, considero
a crítica infundada. Exagera-se a força política e militar de que dispunham os
comunistas da Resistência. A iniciativa da tomada do poder implicaria confronto
com as numerosas e bem armadas unidades militares dos EUA e da Inglaterra,
prestigiadas diante das massas populares como libertadoras da ocupação nazista.
Além disso, o Japão ainda não estava derrotado. Terrivelmente sangrada pelo
conflito, seria fatal para a União Soviética virar as armas contra os aliados
para apoiar insurreições fora de sua área de controle. Observei diretamente a
conjuntura, porque me encontrava na Itália.
(...)
Assista a "Liverpool 4 x 0 Barcelona:
vitória épica do futebol, da fé e daquele que, historicamente, é maior" no
YouTube
Liverpool 4 x 0 Barcelona: vitória épica do
futebol, da fé e daquele que, historicamente, é maior
Mauro Cezar
Publicado em 7 de mai de 2019
Fenômeno mais recente, o Barça
coleciona títulos há poucos anos, enquanto os Reds foram hegemônicos na Europa
e têm uma trajetória gigantesca além de suas fronteiras há mais tempo
Assista a "Hino do Liverpool FC
(legendado) ao vivo/Liverpool FC anthem live" no YouTube
Hino do Liverpool FC (legendado) ao
vivo/Liverpool FC anthem live
Hino do Liverpool FC(
legendado)cantado ao vivo por mais de 95 mil pessoas na Austrália.
Assista a "Liverpool FC 120 anos:
reportágem especial Espn-Brasil parte1" no YouTube
Liverpool FC 120 anos: reportágem especial
Espn-Brasil parte1
Primeira parte da reportágem especial
do videorreporter João Castelo-Branco dos canais ESPN, contando a história do
clube no dia do aniversário de 120 anos (15/03/12).
Sister Act Oh Happy Day HD
Sister Act Oh Happy Day HD
sister act song
Referências
http://d30p9ca83oqyng.cloudfront.net/defesanet/site/upload/news_image/2019/05/43482_resize_620_380_true_false_null.png
http://www.defesanet.com.br/ecos/noticia/32809/Dia-da-Vitoria-Europa-%E2%80%93-8-de-maio-/
https://youtu.be/uqPg9C4Rnc8
https://www.youtube.com/watch?v=uqPg9C4Rnc8&feature=youtu.be
https://youtu.be/BBwRc4ig4qE
https://www.youtube.com/watch?v=BBwRc4ig4qE&feature=youtu.be
https://www.defesa.gov.br/arquivos/2015/mes04/montese_inter1.jpg
https://www.defesa.gov.br/arquivos/2015/mes04/montese_pequena2.jpg
https://www.defesa.gov.br/arquivos/2015/mes04/montese_pequena1.jpg
https://www.defesa.gov.br/noticias/15466-batalha-de-montese-70-anos-da-historica-atuacao-brasileira-em-um-dos-mais-sangrentos-combates-da-ii-guerra
https://youtu.be/KU3CK4i6iyA
https://youtu.be/-PsD_cZxS6o
https://youtu.be/tUPjren1yHE
https://www.youtube.com/watch?v=tUPjren1yHE
http://csbh.fpabramo.org.br/o-que-fazemos/editora/teoria-e-debate/edicoes-anteriores/memoria-jacob-gorender-o-pcb-feb-e-o-marxis
https://youtu.be/o1OyWdS4WP8
https://www.youtube.com/watch?v=o1OyWdS4WP8&feature=youtu.be
https://youtu.be/jGXAPQkaiB4
https://www.youtube.com/watch?v=jGXAPQkaiB4&feature=youtu.be
https://youtu.be/OyiCrU_UPfo
https://www.youtube.com/watch?v=OyiCrU_UPfo&feature=youtu.be
https://youtu.be/6zT8AyfsFmA
https://www.youtube.com/watch?v=6zT8AyfsFmA&feature=youtu.be
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