sábado, 30 de abril de 2016

Quando te foste para sempre


s.f. Cessação definitiva da vida. / Pena capital. / Fig. Destruição, perdição, termo; ruína. / Divindade mitológica representada por um esqueleto humano armado de foice. / Fig. Dor violenta: sofrê-la na alma. / Ausência de vida, imobilidade. / Ruína, extinção. / Causa de ruína. // Estar à; a dois passos da; no leito de, estar a ponto de. // Estar entre a vida e ela, estar sob grande ameaça de. // aparente, estado de extrema redução das funções vitais que dá a aparência exterior de. (A medicina legal permite que o médico lance mão de recursos para distinguir entre a aparente e a real.) // civil, privação dos direitos de cidadania. // eterna, privação da eterna bem-aventurança.





É o termo da vida devido à impossibilidade orgânica de manter o processo homeostático. Trata-se do final de um organismo vivo que havia sido criado a partir do seu nascimento.
O conceito, no entanto, foi sofrendo alterações ao longo do tempo. Outrora, considerava-se que, enquanto evento, tinha lugar assim que o coração deixava de bater e que o ser vivo deixava de respirar. Com o avanço da ciência, passou a ser vista como um processo que, a partir de uma certa altura, se torna irreversível.
Hoje em dia, ainda que já não consiga respirar pelos seus próprios meios, uma pessoa pode ter acesso a um respirador artificial, mantendo assim uma vida com alguma qualidade. Por outro lado, convém referir a cerebral, isto é, a paragem completa e irreversível da actividade cerebral.
Fora a biologia, existe uma concepção social e religiosa relativamente à. Costuma-se, neste caso, considerá-la como sendo a separação do corpo e da alma. Posto isto, corresponde ao final da vida física (isto é, na terra), mas não da existência. A crença na reencarnação também é uma questão bastante comum.
Um esqueleto coberto com uma espécie de túnica e uma gadanha simboliza-a. Na mitologia greco-romana, a Parca (uma deusa) a representa igualmente.
Por fim, é a destruição ou o final de algo: “A Argentina assistiu à da sua selecção assim que Diego Maradona foi para a reforma”.





Por muito tempo a definição estava ligada à parada de funcionamento do coração e a conseqüente parada de respiração. O desenvolvimento tecnológico deste século fez surgirem medicamentos e máquinas capazes de restaurarem a vida poucos minutos após a parada do coração e em algumas situações mantê-la indefinidamente.

A partir de então as autoridades médicas passaram a considerar a cerebral como a definição biológica. A falta de oxigênio ou anoxia pode levar a um estado tal de lesão das células cerebrais que a pessoa não pode mais acordar mesmo sob efeito de estimulação eficiente, apesar de manter seu coração e pulmões em funcionamento.

É o estado de coma irreversível. Nesta situação o exame eletrencefalográfico não mostra qualquer tipo de atividade, sendo que este exame deve ser repetido após 24 horas da realização do primeiro e manter o mesmo padrão. Alguns hospitais exigem também a realização do exame angiográfico cerebral que mostra a ausência completa de circulação sangüínea no cérebro quando há morte cerebral.

A suspensão dos procedimentos médicos que mantém o coração e os pulmões em funcionamento por longos períodos diante do diagnóstico de morte cerebral é problemática, levantando importantes questões éticas. Tais decisões podem ser tomadas por comitês compostos de médicos, enfermeiras, religiosos, assistentes sociais e psicólogos, além de membros da família do paciente. Cada situação deve ser vista de maneira particular o que impede o estabelecimento de normas.

O desenvolvimento dos procedimentos de operações de transplantes de órgãos a partir de cadáveres contribuiu muito para uma profunda análise médico-legal do problema. Difíceis questões legais passaram a ocorrer diante de pessoas em estado de coma irreversível.

O "direito de”, por exemplo, que preconiza a interrupção da vida do paciente em cerebral ou mesmo nos casos de moléstia terminal, para se evitar o prolongamento de sofrimento desnecessário, é uma questão crucial. São situações que envolvem a questão da eutanásia, ou mais precisamente a indução de suave em casos especiais, que não estão ainda bem definidas.

No início do século as pessoas em casa ao lado de seus familiares. A partir da metade deste século o local passou a ser o hospital freqüentemente longe de familiares. Atualmente há uma clara tendência de se voltar aos procedimentos do início do século com cuidados especiais que diminuiriam a dor e propiciariam melhores cuidados psicológicos.

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fim.





PABLO NERUDA (III)
Poeta. Quando te foste para sempre
plangeram os sinos da
terra e silvaram todas as sirenas
dando aviso no universo.

Partiu-se o fio de ouro filigrana
da tua poesia universal.
Em que estrela remota
terá pousado tua cabeça
de poeta total?

Grande cantor das Américas,
domador insigne desse potro
bravio que descantas.
lndomado ao buçal e ao freio
com que tentam quebrar
sua rebeldia xucra.

Grande poeta.
Teu corpo gélido vai se desintegrando
molécula após molécula
na terra fria de Temuco,
e vai se integrando de novo
no grande todo universal.
E eu o vejo comandando
no etéreo todos os potros
indomados da Terra. 
© CORA CORALINA
In Meu livro de cordel, 1976




Vocabulário Poético de Cora Coralina
poeta
substantivo masculino
1.
escritor que compõe poesia.
2.
autor cuja obra é impregnada de poesia.
"compositores como Chopin e Debussy são verdadeiros p."

planger
verbo
1.
transitivo direto e intransitivo
soar ou anunciar tristemente.
"os sinos plangiam as 12 badaladas"
2.
intransitivo
derramar lágrimas; lastimar-se, chorar.
"todos plangiam tristemente"


silvar
2
Significado de Silvar
v.i. Assobiar; sibilar.


filigrana
2
Significado de Filigrana
s.f. Obra em forma de renda tecida com fios de ouro, de prata, de vidro, que pode ser aplicada sobre um fundo ou aparecer na massa de um objeto transparente.
Marca, desenho ou linha que se encontram no corpo de um papel e que só se vêem por transparência.
Fig. Ornamento do estilo.


remoto
adjetivo
1.
que ocorreu há muito tempo; antigo, longínquo.
2.
distante no espaço; distanciado.


domador
ô/
adjetivo substantivo masculino
que ou quem amansa ou domestica; domesticador.


insigne
8
Significado de Insigne
adj.m. e adj.f. Que consegue ser notado por seu trabalho, realizações e/ou obras; famoso ou ilustre.
(Etm. do latim: insignis.e)

descantar
0
Significado de Descantar
v.t. Cantar ao som de instrumentos musicais.


buçal
substantivo masculino
1.
B S. parte do arreamento do cavalo que se prende à sua cabeça e ao pescoço; boçal [Compõe-se de focinheira, cabeçada, fiador e cedeira.].
2.
SP cabresto forte, com focinheira; buçá.


Xucro
Significado de Xucro
adj. Minas Gerais. Diz-se do animal que não foi ou não está domado; selvagem, bravio, intratável.
P.ext. Que não possui capacidade para desenvolver certos trabalhos e/ou atividades.
Pessoa que age ou se comporta de modo bruto, sem gentileza; grosseiro.
Que evita uma pessoa desconhecida; que se afasta; geralmente, diz-se da criança.
Que não possui açúcar; amargo: café chucro.
Do mesmo significado de chucro.
(Etm. do hispânico americano: chúcaro)


Temuco é uma cidade, também uma comuna (município), do Chile, capital da Região de Araucanía e da Província de Cautín. Localizada a 670 km ao sul da cidade de Santiago, a cidade já foi visitada, em 18 de fevereiro de 1952, por Che Guevara e Alberto Granado.


etéreo
adjetivo
1.
concernente a, da natureza de ou próprio do éter.
2.
fig. que eleva espiritualmente; sublime, elevado.
"música e."


indomado
adjetivo
1.
não domado ou domesticado; bravo, selvagem.
2.
p.ext. não subjugado ou contido; incontrolado, irrefreado.

"raiva i."


Itinerário de Cora Coralina

UM TETO TODO SEU: O ITINERÁRIO POÉTICO-INTELECTUAL DE CORA CORALINA Clovis Carvalho Britto (UnB) ‘Sim, foi naquele meio, afastada de tudo o que me prendia, sozinha, longe da vida de meus filhos (porque uma mãe quando mora com os filhos vive a vida de todo o mundo, menos a dela). Quando eu senti uma necessidade imprecisa, obscura de me por de longe, eu tinha qualquer coisa que me forçava a isso. Em Goiás, vamos dizer assim, abriram-se as portas do pensamento e escrevi o primeiro livro publicado” (Cora Coralina, In: ARAÚJO, 1977).




Cora Coralina (1889-1985) foi uma poetisa e contiista brasileira, responsável por belos poemas. Foi elogiada por Carlos Drummond de Andrade.
Cora Coralina (1889-1985) nasceu na cidade de Goiás, no dia 20 de agosto de 1889. Seu nome de batismo era Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Tornou-se doceira, ofício que exerceu até os últimos dias de sua vida. Famosos eram os seus doces de abóbora e figo.
Cora Coralina já escrevia poemas em 1903 e chegou a publicá-los no jornal de poemas femininos "A Rosa", em 1908. Em 1910, foi publicado o seu conto "Tragédia na Roça" no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", usando o pseudônimo de Cora Coralina. Em 1911, Fugiu com o advogado divorciado Cantídio Tolentino Bretas, com quem teve seis filhos. Foi convidada a participar da Semana de Arte Moderna, mas é impedida pelo seu marido.
Já em São Paulo, em 1934, trabalhou como vendedora de livros na editora José Olímpio, onde lançou seu primeiro livro, em 1965, quando tinha 76 anos, "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1976, é lançado o livro "Meu Livro de Cordel" pela editora Goiana. Mas o interesse do grande público é despertado graças aos elogios do poeta Carlos Drummond de Andrade, em 1980.
Cora Coralina recebeu o título de Doutor Honoris Causa da UFG e foi eleita com o "Prêmio Juca Pato" da União Brasileira dos Escritores, como intelectual do ano de 1983.
Cora Coralina faleceu em Goiânia, no dia 10 de abril de 1985.
Informações biográficas de Cora Coralina:
Data do Nascimento: 20/08/1889
Data da Morte: 10/04/1985
Morreu aos: 95 anos
Última atualização do biografia de Cora Coralina: 13/04/2015.


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