Plantando mandioca, plantando feijão,
colhendo café, borracha, cacau,
comendo pamonha, canjica, mingau,
rezando de tarde nossa ave-maria,
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
A gente vivia.
De festas no ano só quatro é que havia :
Entrudo e Natal, Quaresma e Sanjoão !
Mas tudo emendava num só carrilhão !
E a gente vadiava, dançava, comia...
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Todo santo dia !
O Rei, entretanto, não era da terra !
E gente pra Europa mandou-se estudar...
Gentinha idiota que trouxe a mania
de nos transformar
da noite pro dia...
A gente que tão
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Vivia !
(E foi um dia a nossa civilização
tão fácil de criar!)
Passou-se a pensar,
passou-se a cantar,
passou-se a dançar,
passou-se a comer,
passou-se a vestir,
passou-se a viver,
passou-se a sentir,
tal como Paris
pensava,
cantava,
comia,
sentia...
A gente que tão
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Vivia !
(do livro CANA CAIANA)
colhendo café, borracha, cacau,
comendo pamonha, canjica, mingau,
rezando de tarde nossa ave-maria,
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
A gente vivia.
De festas no ano só quatro é que havia :
Entrudo e Natal, Quaresma e Sanjoão !
Mas tudo emendava num só carrilhão !
E a gente vadiava, dançava, comia...
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Todo santo dia !
O Rei, entretanto, não era da terra !
E gente pra Europa mandou-se estudar...
Gentinha idiota que trouxe a mania
de nos transformar
da noite pro dia...
A gente que tão
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Vivia !
(E foi um dia a nossa civilização
tão fácil de criar!)
Passou-se a pensar,
passou-se a cantar,
passou-se a dançar,
passou-se a comer,
passou-se a vestir,
passou-se a viver,
passou-se a sentir,
tal como Paris
pensava,
cantava,
comia,
sentia...
A gente que tão
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Vivia !
(do livro CANA CAIANA)
Ascenso Ferreira por Chico Anysio
Audiolivro
Filosofia Noturno Reisado História
pátria Nordeste Bumba-meu-boi O gênio da raça Sertão Minha terra A rua do rio
Arco-íris O "verde" A pega do boi Misticismo nº2 A força da lua A mula
de padre Meu carnaval Toré Misticismo Maracatu Boca da noite Folha verde A
casa-grande de Megaípe Mulata sarará Catimbó Carnaval do Recife Tradição
Branquinha O samba Sucessão de São Pedro Cinema Fazendeiro Predestinação A copa
do mundo Gaúcho A festa O trem de Alagoas Os engenhos de minha terra A
cavalhada Trilha sonora composta e executada por Paulo Rafael e Lui Coimbra.
Opiniões sobre o autor
“...quem
não ouviu Ascenso dizer, cantar, declamar, rezar, cuspir, dançar, arrotar os
seus poemas, não pode fazer idéia das virtualidades verbais neles contidas, do
movimento lírico que lhes imprime o autor.”
(MANUEL BANDEIRA)
“Quem não ouviu falar, nas rodas intelectuais do Brasil, de Ascenso Ferreira, rei dos mestres, que aprendeu sem se ensinar ? É a própria voz do Nordeste, tão autêntica, tão pura, que certos poemas seus já se tornaram anônimos, já viraram folclore.”
(SÉRGIO MILLIET)
“O ritmo novo que Ascenso Ferreira veio cantar para nós, era, além de novo, emocionante. Por causa da bonita força lírica do poeta e o cheiro profundo de terra e de povo que o poema trazia.”
(MÁRIO DE ANDRADE)
“Ascenso, primeiro que outro no Brasil, incluiu no recitativo um trecho musical popular, um refrão, um trecho de embolada, como impressão sonora de cor e ambientação local.”
(LUÍS DA CÂMARA CASCUDO)
“Aliando a intuição à ciência, ele realizou algo muito difícil, a poesia popular. Pois note-se que o povo não faz poesia popular ou faz uma cópia má da poesia dos burgueses...”
(ROGER BASTIDE)
“... as coleções de A NOTÍCIA, excelente e valiosíssima fonte de informação, retrato vivo da terra dos Palmares, de sua vida, de seu povo. E foi folheando esse jornal que descobri o Ascenso Ferreira parnasiano, adolescente ainda, dando seus primeiros passos na vida literária.”
(JESSIVA SABINO DE OLIVEIRA)
“Grande poeta do povo, cantador das alegrias e das tragédias sociais da zona do açúcar...”
(PAULO CAVALCANTI)
“Ascenso Ferreira é, afinal, o mais expressivo nome do movimento modernista no Nordeste. Nem o esquecimento, nem a fama injusta de folclórico, embaçam o brilho dos seus versos.”
(JOSÉ CASTELO)
(MANUEL BANDEIRA)
“Quem não ouviu falar, nas rodas intelectuais do Brasil, de Ascenso Ferreira, rei dos mestres, que aprendeu sem se ensinar ? É a própria voz do Nordeste, tão autêntica, tão pura, que certos poemas seus já se tornaram anônimos, já viraram folclore.”
(SÉRGIO MILLIET)
“O ritmo novo que Ascenso Ferreira veio cantar para nós, era, além de novo, emocionante. Por causa da bonita força lírica do poeta e o cheiro profundo de terra e de povo que o poema trazia.”
(MÁRIO DE ANDRADE)
“Ascenso, primeiro que outro no Brasil, incluiu no recitativo um trecho musical popular, um refrão, um trecho de embolada, como impressão sonora de cor e ambientação local.”
(LUÍS DA CÂMARA CASCUDO)
“Aliando a intuição à ciência, ele realizou algo muito difícil, a poesia popular. Pois note-se que o povo não faz poesia popular ou faz uma cópia má da poesia dos burgueses...”
(ROGER BASTIDE)
“... as coleções de A NOTÍCIA, excelente e valiosíssima fonte de informação, retrato vivo da terra dos Palmares, de sua vida, de seu povo. E foi folheando esse jornal que descobri o Ascenso Ferreira parnasiano, adolescente ainda, dando seus primeiros passos na vida literária.”
(JESSIVA SABINO DE OLIVEIRA)
“Grande poeta do povo, cantador das alegrias e das tragédias sociais da zona do açúcar...”
(PAULO CAVALCANTI)
“Ascenso Ferreira é, afinal, o mais expressivo nome do movimento modernista no Nordeste. Nem o esquecimento, nem a fama injusta de folclórico, embaçam o brilho dos seus versos.”
(JOSÉ CASTELO)
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